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7 e 8 de maio Marcos Arakaki, regente Anna Vinnitskaya, piano PROKOFIEV | Sinfonia nº 1, op. 25, “Clássica” PROKOFIEV | Concerto para piano nº 2, op. 16 BRAHMS | Sinfonia nº 2, op. 73 14 e 15 de maio Michal Nesterowicz, regente convidado Amit Peled, violoncelo SIBELIUS | Finlândia, op. 26 HERBERT | Concerto para violoncelo nº 2, op. 30 FAURÉ | Pelléas e Mélisande, op. 80: Suíte SIBELIUS | Sinfonia nº 7, op. 105 SIBELIUS | Valse triste, op. 44, nº 1 28 e 29 de maio Fabio Mechetti, regente Duo Binelli-Ferman CHÁVEZ | Sinfonia nº 2, “Índia” BINELLI | Homenagem ao Tango ALBÉNIZ/Arbós | Ibéria FALLA | O Sombreiro de Três Picos: Suíte nº 2
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MAIOFORTISSIMO Nº 3 — 2015
62
Ministério da Cultura e Governo de Minas Gerais apresentam
SUMÁRIO
ALLEGRO
ALLEGRO
PRESTO
V IVACE
V IVACE
VELOCE
Quinta
Quinta
Quinta
Sexta
Sexta
Sexta
07/05
28/05
14/05
p. 8
p. 40
p. 22
08/05
29/05
15/05
Marcos Arakaki, regenteAnna Vinnitskaya, piano
Fabio Mechetti, regenteDuo Binelli-Ferman Daniel Binelli, bandoneon Polly Ferman, piano
Michal Nesterowicz, regente convidadoAmit Peled, violoncelo
PROKOFIEVPROKOFIEV
BRAHMS
CHÁVEZBINELLI
ALBENIZ / ArbósFALLA
SIBELIUSHERBERT
FAURÉSIBELIUSSIBELIUS
Sinfonia nº 1 em Ré maior, op. 25, “Clássica”Concerto para piano nº 2 em sol menor, op. 16Sinfonia nº 2 em Ré maior, op. 73
Sinfonia nº 2, “Índia”Homenagem ao tangoSuíte IbériaO Sombreiro de Três Picos: Suíte nº 2
Finlândia, op. 26 Concerto para violoncelo nº 2 em mi menor, op. 30Pelléas e Mélisande, op. 80: SuíteSinfonia nº 7 em Dó maior, op. 105Valse triste, op. 44, nº 1
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Vários solistas internacionais se apresentam pela primeira vez com a Filarmônica neste mês. A pianista russa Anna Vinnitskaya traz ao nosso palco um dos mais desafiadores concertos para piano, o Segundo de Prokofiev. Dotada de extraordinário talento, ela certamente irá atender a todas as expectativas de nosso público. Neste concerto, Marcos Arakaki traz a belíssima Sinfonia nº 2 de Brahms e a charmosa Sinfonia Clássica, também de Prokofiev.
As comemorações dos 150 anos de Sibelius continuam com um concerto onde não menos que três de suas mais importantes obras serão apresentadas: sua última sinfonia, o poema sinfônico Finlândia, retratando sua terra natal, e a pungente e preciosa Valse triste. Dirigindo nossa Filarmônica pela primeira vez, o regente polonês Michal Nesterowicz, com o violoncelista israelita-americano Amit Peled, fará desta uma das noites mais memoráveis da temporada.
A jovem pianista Natasha Paremski também estreia com a Filarmônica ao interpretar o Terceiro Concerto de Beethoven na série Fora de Série. Vencedora de importantes concursos internacionais e dotada
CAROS AMIGOS E AMIGAS,
FABIO MECHETTIDiretor Artístico e Regente Titular
de impressionante musicalidade, ela promete uma experiência marcante. A exploração da música de Beethoven continua com sua revolucionária Sinfonia Eroica, uma das obras mais significativas do gênio de Bonn, responsável por uma nova visão da sinfonia enquanto forma musical.
O mês se encerra com o retorno do simpático bandoneonista Daniel Binelli, desta vez em parceria com a pianista Polly Ferman, numa Homenagem ao tango, obra escrita pelo artista argentino. Essa noite latina mostrará ainda a energia quase primitiva da Sinfonia Índia do mexicano Carlos Chávez, o lirismo e inegável sabor ibérico da música de Isaac Albéniz e o colorido inigualável de Manuel de Falla.
Finalmente, a Filarmônica faz sua primeira apresentação ao ar livre e oferece um concerto a toda a população belo-horizontina, na Praça da Liberdade, no dia 10 de maio.
Com vocês, esperamos fazer dos concertos da Filarmônica atividades imperdíveis na vida cultural da cidade e do estado.
Tenham todos um grande concerto.
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Natural de São Paulo, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais desde sua criação, em 2008. Por esse trabalho, recebeu o XII Prêmio Carlos Gomes/2009 na categoria Melhor Regente brasileiro. Recentemente, tornou-se o primeiro brasileiro a ser convidado a dirigir uma orquestra asiática, sendo nomeado Regente Principal da Orquestra Filarmônica da Malásia. Foi Regente Titular da Orquestra Sinfônica de Syracuse, da Orquestra Sinfônica de Spokane e da Orquestra Sinfônica de
FABIOMECHETTI
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Jacksonville, sendo, agora, Regente Emérito destas duas últimas. Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da Orquestra Sinfônica de San Diego foi Regente Residente. Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais de verão nos Estados Unidos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York. Realizou diversos concertos no México, Peru e Venezuela. No Japão dirigiu as Orquestras Sinfônicas de Tóquio, Sapporo e Hiroshima. Na Europa regeu a Orquestra Sinfônica da BBC da Escócia e a Orquestra da Radio e TV da Espanha. Dirigiu também a Filarmônica de Auckland, Nova Zelândia, a Orquestra Sinfônica de Quebec, Canadá, e a Filarmônica de Tampere, na Finlândia. Vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, na
Dinamarca, Mechetti dirige regularmente na Escandinávia, particularmente a Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a de Helsingborg, Suécia. Recentemente, estreou na Itália conduzindo a Orquestra Sinfônica de Roma. Em 2015 dirigirá a Orquestra Sinfônica de Odense, também na Dinamarca. No Brasil foi convidado a dirigir a Sinfônica Brasileira, a Estadual de São Paulo, as orquestras de Porto Alegre, Brasília e Paraná e as municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro. Trabalhou com artistas como Alicia de Larrocha, Thomas Hampson, Frederica von Stade, Arnaldo Cohen, Nelson Freire, Emanuel Ax, Gil Shaham, Midori, Evelyn Glennie, Kathleen Battle, entre outros. Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos Estados Unidos dirigindo a Ópera de Washington. No seu repertório destacam-se produções de Tosca, Turandot, Carmen, Don Giovanni, Cosi fan Tutte, Bohème, Butterfly, Barbeiro de Sevilha, La Traviata e As Alegres Comadres de Windsor. Fabio Mechetti recebeu títulos de Mestrado em Regência e em Composição pela prestigiosa Juilliard School de Nova York.
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ALLEGRO
V IVACE
Quinta
Sexta
07/05
08/05
PATROCÍNIO
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MARCOS ARAKAKIregente
ANNA VINNITSKAYApiano
PROGRAMA
Sergei PROKOFIEVSinfonia nº 1 em Ré maior, op. 25, “Clássica”• Allegro
• Larghetto
• Gavotte: Non troppo allegro
• Finale: Molto vivace
Sergei PROKOFIEVConcerto para piano nº 2 em sol menor, op. 16• Andantino – Allegretto
• Scherzo: Vivace
• Intermezzo: Allegro moderato
• Finale: Allegro tempestoso
– INTERVALO –
Johannes BRAHMSSinfonia nº 2 em Ré maior, op. 73• Allegro non troppo
• Adagio non troppo
• Allegretto grazioso (quasi andantino)
• Allegro con spirito
ANNA VINNITSKAYA
piano
10 ALLEGRO E VIVACE
Marcos Arakaki é o Regente Associado da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais e tem colaborado com a Filarmônica desde a Temporada 2011.
Arakaki tem dirigido importantes orquestras no Brasil e no exterior. Dentre elas a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, a Orquestra Sinfônica Brasileira, as sinfônicas de Minas Gerais, do Paraná, da Paraíba, de Campinas e da Universidade de São Paulo, a Petrobras Sinfônica, Orquestra do Teatro Nacional Claudio Santoro, a Orquestra Experimental de Repertório, a Camerata Fukuda, a Orquestra Filarmônica de Buenos Aires, Orquestra Filarmônica da
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Universidade Nacional Autônoma do México, Sinfônica de Xalapa (México), a Kharkov Philharmonic (Ucrânia) e a Bohuslav Martinu Philharmonic (República Tcheca).
Sua trajetória artística é marcada por diversos prêmios. Vencedor do 1º Concurso Eleazar de Carvalho para Jovens Regentes, promovido pela Orquestra Petrobras Sinfônica (2001), e do 1º Prêmio Camargo Guarnieri, realizado pelo Festival Internacional de Campos do Jordão (2009), Arakaki também foi finalista do 1º Concurso Latino-americano de Regência Orquestral da Osesp (2005) e semifinalista no 3º Concurso Internacional Eduardo Mata, realizado na Cidade do México (2007).
Em 2005, foi o principal regente da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto. Entre 2007 e 2010, trabalhou como titular da Orquestra Sinfônica da Paraíba e assistente da Orquestra Sinfônica Brasileira. Como regente titular, Arakaki promoveu a reestruturação da Orquestra Sinfônica Brasileira Jovem entre os anos de 2008 e 2010, recebendo grande reconhecimento da crítica especializada e do público na cidade do Rio de Janeiro.
Gravou em 2010 a trilha sonora do filme Nosso Lar, composta por Philip
Glass, juntamente com a Orquestra Sinfônica Brasileira. Arakaki já fez a estreia mundial de mais de quarenta obras para orquestra. Paralelamente, tem desenvolvido atividades como coordenador pedagógico, professor e palestrante em diversos projetos culturais e em importantes instituições, como Música na Estrada, Casa do Saber do Rio de Janeiro, Universidade Federal da Paraíba e Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Marcos Arakaki é bacharel em Música pela Universidade Estadual Paulista (Unesp, 1998), concluindo seu mestrado em Regência Orquestral pela Universidade de Massachusetts em 2004, com apoio da Fundação Vitae. Participou de masterclasses com os maestros Kurt Masur, Charles Dutoit, Alan Hazendine, Kirk Trevor, Dante Anzolini, Fabio Mechetti, John Neschling, Roberto Minczuk, Roberto Tibiriçá, Nelson Nirenberg e Lanfranco Marcelletti. Em 2005 participou do Aspen Music Festival and School, tendo aulas com David Zinman na American Academy of Conducting at Aspen, nos Estados Unidos.
Desde 2013, Arakaki também é professor de Regência na Universidade Federal da Paraíba e Regente Titular da Orquestra Sinfônica da mesma instituição.
12 ALLEGRO E VIVACE
Aclamada pelo Washington Post como uma “leoa ao teclado,” Anna Vinnitskaya se destaca como uma das pianistas mais emocionantes de sua geração. Nascida na Rússia, fez sua estreia com orquestra aos oito anos e o primeiro recital aos nove. Estudou na Rússia com Sergej Osipenko e em seguida com Evgeni Koroliov na Universidade de Hamburgo de Música e Teatro, onde depois foi nomeada professora de Piano.
Já estabelecida no cenário internacional, seus próximos compromissos são com a Orquestra do Estado de Atenas, Filarmônica de
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Borusan, Brno Philharmonic, estreia nos Estados Unidos com a Sinfônica de Indianápolis, apresentações com a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, Filarmônica de Oslo e Sinfônica WDR de Colônia. Após uma bem-sucedida estreia no The Frick Collection de Nova York, os recitais desta temporada incluem Berlim, Bruxelas, Hasselt e Kiel.
Outras orquestras com as quais Vinnitskaya tem se apresentado incluem a Sinfônica da Cidade de Birmingham, Câmara Filarmônica Alemã de Bremen, Konzerthausorchester de Berlim, Filarmônica de Munique, Orquestra Nacional da Rússia, as sinfônicas de rádio de Hamburgo, Stuttgart e Berlim; New Japan Philharmonic, Orchestre de la Suisse Romande, Filarmônica de Israel, KBS Orquestra Sinfônica de Seul, Sinfônica Tchaikovsky e no Festival de Lucerna. A pianista colabora regularmente com maestros como Andrey Boreyko, Alan Buribayev, Charles Dutoit, Vladimir Fedoseyev, Reinhard Goebel, Pietari Inkinen, Marek Janowski, Dimitri Jurowski, Emmanuel Krivine, Louis Langree, Yoel Levi, Andris Nelsons,
Kyrill Petrenko, Helmut Rilling, Krzysztof Urbański, Juraj Valcuha e Gilbert Varga. Na música de câmara, Vinnitskaya se apresenta em um trio com o violinista Erik Schumann e o violoncelista Nicolas Altstaedt.
Anna Vinnitskaya venceu vários concursos internacionais de piano e recebeu, entre outros, o primeiro prêmio no Concurso Rainha Elisabeth 2007 e o Prêmio Leonard Bernstein no Festival de Música de Schleswig-Holstein 2008. Há três anos participa da série de concertos Junge Wilde para jovens artistas, no Konzerthaus de Dortmund.
Sua pimeira gravação, pelo selo Naïve, com obras de Rachmaninov, Gubaidulina, Medtner e Prokofiev, recebeu o Diapason d’Or e o Choc du Mois, pela Classica Magazine. Seu primeiro CD orquestral, com o Concerto nº 2 de Prokofiev e o Concerto em Sol de Ravel, com a Deutsches Sinfonieorchester de Berlim sob direção de Gilbert Varga, lhe rendeu o prêmio Echo Klassik. O CD mais recente, com obras de Ravel, também recebeu o prêmio Diapason d’Or.
14 ALLEGRO E VIVACE
A trajetória musical de Prokofiev, com suas implicações estéticas, relaciona-se diretamente com a história de seu país. Sob essa perspectiva, divide-se em três períodos bem distintos – a fase russa, a ocidental e a soviética. A fase russa compreende os anos de aprendizado e afirmação no cenário musical da Rússia czarista. O período ocidental inicia-se após a Revolução, quando, em 1918, o compositor abandona a Rússia leninista para viver por muitos anos entre a França, os Estados Unidos e a Alemanha. A partir de 1927, Prokofiev começa a reatar contatos com a URSS. Em 1936, escreve para o Teatro Infantil de Moscou o conto musical Pedro e o Lobo e volta definitivamente à Rússia, iniciando sua fase soviética, durante os mais rigorosos anos dos expurgos stalinistas. Prokofiev morreu a 5 de março de 1953, coincidentemente o mesmo dia da morte de Stalin.
A Sinfonia op. 25 pertence ao final da fase russa. Desde seus últimos anos como estudante do Conservatório de São Petersburgo, Prokofiev frequentava as Noites de Música Contemporânea, quando entrou em contato com a obra inovadora de Debussy e Schoenberg. Intuitivamente,
sua música se associava à estética da época, à pintura de Kandinsky e à literatura de Maiakovski. Aos vinte e cinco anos era bastante conhecido, e algumas de suas recentes composições (entre elas, o Concerto para piano nº 2) causavam espanto pela aspereza harmônica e rítmica. Alguns críticos o acusavam de “maquinismo” futurista e de iconoclastia revolucionária. A Sinfonia Clássica, concebida segundo os processos formais de Haydn, pareceu uma resposta do compositor, quando ele a regeu, a 21 de abril de 1918 em São Petersburgo. Na verdade, a motivação de Prokofiev era bem mais prosaica: tratava-se de compor uma sinfonia sem o auxílio do piano.
O primeiro movimento é um Allegro em forma sonata. O animado primeiro tema começa com um acorde forte seguido de figurações de escalas em piano (procedimento recorrente entre os clássicos vienenses). O segundo tema, mais dançante, caracteriza-se pelo acompanhamento staccato do fagote e grandes saltos melódicos nos violinos.
No Larghetto, apesar dessa indicação para o andamento, trata-se de um delicado minueto, com seu ritmo ternário e um lirismo muito
SINFONIA Nº 1 EM RÉ MAIOR, OP. 25, “CLÁSSICA” (1916/1917)13 min
Sergei Prokofiev | Império Russo, atual Ucrânia, 1891 – Rússia, 1953
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INSTRUMENTAÇÃO 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 2 trompas, 2 trompetes, tímpanos, cordas.
PAULO SÉRGIO MALHEIROS DOS SANTOS Pianista,
Doutor em Letras, professor na UEMG, autor
dos livros Músico, doce músico e O grão
perfumado – Mário de Andrade e a arte do
inacabado. Apresenta o programa semanal
Recitais Brasileiros, pela Rádio Inconfidência.
PARA OUVIR
CD Prokofiev – Pierre et le loup; Symphonie
classique; Ouverture sur des thèmes juifs; Marche
– The Chamber Orchestra of Europe – Claudio
Abbado, regente – Deutsche Grammophon – 1990
PARA LER
Claude Samuel – Prokofiev – Éditions
du Seuil, Solfèges – 1995
Paul Griffiths – A Música Moderna – Clóvis
Marques, tradução – Jorge Zahar Editor – 1998
PARA ASSISTIR
Orquestra Filarmônica de Munique – Sergiu
Celibidache, regente | Acesse: fil.mg/psinfclassica
particular de Prokofiev. O tema é apresentado pelos violinos nos registros mais altos e reaparece, alternando-se com dois episódios. O primeiro episódio é particularmente interessante, pela união do fagote e de todas as cordas em pizzicati.
A pequena Gavotte foi composta em 1916, antes do resto da Sinfonia, dentro da forma A-B-A usual. A parte central tornou-se célebre, apresentando uma canção popular russa nas madeiras sobre os acordes de quinta das cordas.
O Finale é um efervescente rondó-sonata que utiliza motivos do
Allegro inicial em três temas curtos. O primeiro aparece nas cordas, marcado pelos tímpanos. As madeiras desenham o segundo tema sobre tradicionais baixos d’Alberti (acompanhamento da melodia com acordes arpejados). O terceiro tema, confiado à flauta e depois aos violinos, contém a ideia melódica dominante desse final repleto de espírito bem russo e popular.
16 ALLEGRO E VIVACE
Pela qualidade de sua vultosa obra, Prokofiev certamente encontra-se entre os compositores mais relevantes da primeira metade do século XX. Entretanto, diferentemente de Debussy, Stravinsky, Bartók, Schoenberg ou Webern, ele nunca pretendeu renovar a linguagem musical ou criar uma nova técnica de composição. Em linhas gerais, manteve-se fiel à tonalidade, e suas inovações se referem mais aos efeitos do que às estruturas musicais.
A originalidade da música de Prokofiev emerge diretamente de sua destreza de exímio pianista, na busca de recursos inéditos para a técnica do instrumento. Foi primordialmente para seus dedos ávidos de novidades que ele a compôs. Aos seis anos, já usava o piano para criar pequenos esboços musicais, como um curioso Galope hindu (escrito no modo lídio de fá, para evitar as teclas pretas). Quando estreou a primeira versão do Concerto nº 2, era ainda aluno do Conservatório. Parte do público abandonou o teatro durante a apresentação, protestando contra o caráter inusitado da obra. Prokofiev ficou encantado com o escândalo e concedeu vários extras.
O Concerto op. 16 divide-se em quatro movimentos. O primeiro, Andantino, começa pianíssimo, com o primeiro tema cantabile, muito russo, confiado ao solo do clarinete. A intervenção orquestral é bem equilibrada e muito expressiva. O segundo tema, Allegretto, tem caráter dançante e apresenta algumas novas ideias, submetidas a transformações engenhosas. Em um procedimento formal inédito, Prokofiev substitui o tradicional desenvolvimento por uma dilatada cadenza que, sozinha, ocupa quase a metade do movimento, exigindo do solista verdadeira acrobacia técnica, resistência física e gestual vigoroso. Audaciosa em sua linguagem harmônica, repleta de acordes tumultuosos e arpejos inusitados, essa assombrosa passagem culmina na volta em fortíssimo da orquestra com todo o peso dos metais. É o começo da coda, cujo diminuendo traz de volta a atmosfera nostálgica inicial.
O Scherzo (Vivace) é um perpetuum mobile. O pianista tece arabescos fantasiosos com imutáveis e rápidas semicolcheias articuladas paralelamente nas duas mãos. A orquestra trabalha um material disperso criando
CONCERTO PARA PIANO Nº 2 EM SOL MENOR, OP. 16 (Versão original, 1913 – Versão definitiva, 1923)31 min
Sergei Prokofiev | Império Russo, atual Ucrânia, 1891 – Rússia, 1953
17
INSTRUMENTAÇÃO 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, cordas.
PARA OUVIR
CD Prokofiev – Os Cinco Concertos para
Piano – Orquestra da Gewandhaus de
Leipzig – Kurt Masur, regente – Michel Beroff,
piano – EMI Classics, França – 1988
PARA ASSISTIR
deFilharmonie – Edo de Waart, regente – Boris
Giltburg, piano | Acesse: fil.mg/ppiano2
harmonias surpreendentes e a curiosa interferência rítmica de agudos pizzicati nos sopros.
O Intermezzo (Allegro moderato) começa com ameaçadores saltos retumbantes nos graves sobre os quais os metais anunciam suas fanfarras. O piano enriquece o quadro com um colorido novo, dinâmicos contrastes, elaboradas estruturas rítmicas e cintilantes arroubos virtuosísticos. Episodicamente, o movimento é suavizado pelo relevo das melodias; mas no todo domina o acento bárbaro.
O Finale (Allegro tempestoso) tem dimensões imponentes e uma
lógica formal que tira partido das vivas alternâncias de atmosferas. No início, o piano exibe seu vigor em acordes robustos e saltos de oitava por todo o teclado. Um dos momentos contrastantes mais líricos acontece quando o solista canta uma melodiosa berceuse, repleta de ternura. Após as ousadas dissonâncias da coda, o concerto culmina em altivo clima de vitória.
PAULO SÉRGIO MALHEIROS DOS SANTOS Pianista,
Doutor em Letras, professor na UEMG, autor
dos livros Músico, doce músico e O grão
perfumado – Mário de Andrade e a arte do
inacabado. Apresenta o programa semanal
Recitais Brasileiros, pela Rádio Inconfidência.
18 ALLEGRO E VIVACE
“Em Wagner a harmonia possui um significado muito abrangente, mas, no que se refere às relações harmônicas, Brahms é mais rico”. Essa afirmação do compositor austríaco Anton Webern, uma das figuras emblemáticas da vanguarda do século XX, se choca com a visão do século XIX sobre o compositor. Ao contrário de Wagner, considerado revolucionário, Brahms era visto como conservador. Sua revalorização no início do século XX, notadamente por Schoenberg, que aponta sua liberdade rítmica e ousadia harmônica, representou significativa mudança na apreciação de sua obra. Um olhar atual nos mostra que as diferenças entre Wagner e Brahms são, antes, complementares. O primeiro compõe essencialmente ópera; Brahms dedicou-se a todos os gêneros, exceto balé e ópera. Jovem, Brahms estuda com profundidade os mestres antigos Bach, Lassus e Palestrina, ampliando o colorido harmônico e a presença do contraponto em sua obra. A imagem de Brahms como criador voltado para o passado deriva desse seu apreço pela polifonia e procedimentos harmônicos praticados por aqueles mestres. O notável é que exatamente essa influência é que vai enriquecer sua música, como apontou Webern.
A mistura entre aspectos formais herdados da tradição clássica, particularmente Beethoven, a canção popular alemã e a polifonia dos antigos mestres apresenta-se em sua música com cores e nuances originais.
A Segunda Sinfonia, escrita no verão de 1877, talvez seja a mais lírica e luminosa das quatro escritas pelo compositor. Seu tom primaveril contrasta com o caráter sombrio da Primeira. Na Segunda, a harmonia é cheia de matizes e reflete a mistura de luz e sombra resultante de um cromatismo sutil mesclado com elementos diatônicos.
O Allegro non troppo, em Ré maior, escrito em compasso ternário como uma espécie de valsa sinfônica, é uma forma sonata típica, com um primeiro tema apresentado como diálogo entre cordas graves e trompas e madeiras, culminando em extrovertida melodia nos violinos, repetida nas flautas. O segundo tema, em Fá sustenido menor, surge nas violas e violoncelos quase como uma canção de ninar. O desenvolvimento é amplo e agitado, com os motivos iniciais trabalhados em polifonia densa e complexa. Finalmente, a reexposição do tema, transformada, retoma a atmosfera serena do início.
SINFONIA Nº 2 EM RÉ MAIOR, OP. 73 (1877)40 min
Johannes Brahms | Alemanha, 1833 – Áustria, 1897
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INSTRUMENTAÇÃO 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, cordas.
RUBNER DE ABREU Músico, professor e
coordenador pedagógico da Fundação de
Educação Artística, fundador e diretor do
grupo Oficina Música Viva.
PARA OUVIR
CD Brahms – The Symphonies – Chicago
Simphony Orchestra – Sir Georg Solti, regente
– Decca, Londres – 1996
PARA LER
Arnold Schoenberg – Style and idea: selected
writings – University of California Press – 2010
PARA ASSISTIR
Orquestra Filarmônica de Viena – Carlos
Kleiber, regente | Acesse: fil.mg/bsinf2
No Adagio non troppo, em Si maior, de caráter melancólico, Brahms utiliza uma harmonia mais tensa e explora o expressivo cantabile das cordas. A melodia inicial, nos violoncelos, é repetida com variações ao longo do movimento, possibilitando um colorido orquestral cheio de sutilezas harmônicas e contrapontísticas.
O Allegretto grazioso (quasi andantino), em Sol maior, é o movimento mais curto e jovial. Em forma de rondó, suas mudanças de caráter e tempo sugerem danças com diferentes características rítmicas e métricas, como numa suíte barroca.
No Allegro con spirito, último movimento, brilhante e rápido, Brahms utiliza a forma sonata ampliada, com tratamento temático complexo. A ampla utilização da orquestra e o material temático, submetido a transformações e deslocamentos rítmicos, acentuam o brilho e o vigor desse movimento, conduzindo a uma conclusão grandiosa da obra.
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MICHAL NESTEROWICZregente convidado
AMIT PELEDvioloncelo
PROGRAMA
Jean SIBELIUSFinlândia, op. 26
Victor HERBERTConcerto para violoncelo nº 2 em mi menor, op. 30• Allegro impetuoso
• Andante tranquillo
• Allegro
– INTERVALO –
Gabriel FAURÉPelléas e Mélisande, op. 80: Suíte• Prelúdio: Quasi adagio
• Fiandeira: Andantino quasi allegretto
• Siciliana: Allegretto molto moderato
• Morte de Mélisande: Molto adagio
Jean SIBELIUSSinfonia nº 7 em Dó maior, op. 105
Jean SIBELIUSValse triste, op. 44, nº 1
AMIT PELED violoncelo
PRESTO E VELOCE24
Desde que venceu o Concurso de Regência de Cadaques, na Espanha, em 2008, Michal Nesterowicz passou a conduzir muitas das principais orquestras da Espanha, Suíça, Itália, Polônia e Reino Unido, bem como inúmeros outros conjuntos europeus de destaque.
Na atual temporada, Nesterowicz faz sua estreia com a Orquestra Filarmônica de Munique, as sinfônicas das rádios de Colônia (WDR) e de Hamburgo (NDR), a Orquestra Sinfônica de Bilbao, Orquestra Filarmônica de FO
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Luxemburgo, Filarmônica de Tampere, Orquestra Filarmônica de Nice e Filarmônica de Minas Gerais. O maestro também retorna à Orquestra Sinfônica de Barcelona, Orquestra Sinfônica da Galícia, na Espanha, Sinfonieorchester Basel, na Suíça, e à Orquestra Real Filarmônica, no Reino Unido.
Na temporada passada o maestro Nesterowicz fez estreias de sucesso com a Orquestra Nacional Real Escocesa, Orquestra Nacional Bordeaux Aquitaine, Orchestra della Svizzera Italiana e Orquestra Sinfônica Nacional de Taiwan. Outros compromissos recentes incluíram a Orquestra Tonhalle de Zurique e a Orquestra Filarmônica Real de Liverpool.
Em sua terceira temporada como diretor artístico da Orquestra de Tenerife, Espanha, Nesterowicz continuará com os ciclos sinfônicos de Mahler, Brahms e Schumann. As últimas sinfonias de Dvorák e o Concerto para Orquestra de Lutoslawski também serão atrações desta temporada.
Michal Nesterowicz estudou na Academia de Música de Wroclaw, Polônia, seu país natal, e graduou-se na classe de Marek Pijarowski em 1997. Ele foi um dos vencedores do 6º Concurso Internacional de Regência Grzegorz Fitelborg em Katowice, Polônia. Ocupou os cargos de diretor artístico da Orquestra Filarmônica Polaca Báltica, em Gdańsk, Polônia, e regente principal da Orquestra Sinfônica do Chile.
PRESTO E VELOCE26
Dos Estados Unidos e Europa ao Oriente Médio e Ásia, o violoncelista israelense Amit Peled, um músico de profundo talento e carismática presença de palco, é aclamado como um dos instrumentistas mais fascinantes no mundo dos concertos atualmente. É um forte defensor do rompimento das fronteiras entre artistas e público, sempre tentando promover e compartilhar a música clássica com um público cada vez mais amplo.
Durante a temporada 2012/2013, Peled teve a honra de receber o violoncelo que pertenceu ao lendário Pablo Casals,
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entregue a ele por sua viúva, Marta Casals Istomin. Com o instrumento, Peled fez a abertura do Festival Casals na Espanha, participou de homenagem ao músico no Festival Pablo Casals em Porto Rico e gravou seu quarto CD com a Centauro Records.
Peled tem se apresentado com várias orquestras e nas principais salas de concerto do mundo, tais como Carnegie Hall e Alice Tully Hall, Kennedy Center, Salle Gaveau, Wigmore Hall, Konzerthaus e Mann Auditorium.
Recentemente, Peled embarcou em uma extensa turnê de estreia nos Estados Unidos e Alemanha, com a Nordwest Philharmonie, executando o Concerto nº 1 de Shostakovich e o Concerto para violoncelo de Victor Herbert. Além disso, juntou-se ao lendário Krzysztof Penderecki em seu Concerto para violoncelo no Chicago Millennium Park; apresentou os concertos de Elgar e de Shostakovich com o maestro Michael Stern e a Orquestra IRIS; o Concerto em Dó maior de Haydn com Nicola Luisotti e a Orquestra da Ópera de San Francisco; e o Concerto de Schumann com a Orquestra de Câmara de Israel.
Possui quatro álbuns pelo selo Centauro Records e um pela Naxos, este com seu trio de piano The Tempest Trio, todos recebidos com entusiasmo.
Convidado frequente, Pellet se apresenta e ministra masterclasses em prestigiados festivais de verão, como Marlboro e Newport, Música de Câmara de Seattle, Instituto Internacional de Música Heifetz, festivais Schleswig Holstein e Euro Arts na Alemanha, Festival Gotland na Suécia, Prussia Cove na Inglaterra, The Violoncello Forum na Espanha, Festival e Academia Internacional Mizra, em Israel.
Amit Peled tem sido destaque na televisão e estações de rádio em todo o mundo, inclusive no Performance Today da NPR; na rádio WGBH de Boston, WQXR de Nova York, WFMT de Chicago, Deutschland Radio de Berlim, Radio France, Swedish National Radio & TV e a Rádio & TV Nacional israelense.
Um dos professores de violoncelo mais procurados, Peled é docente do Conservatório Peabody de Música da Universidade Johns Hopkins.
PRESTO E VELOCE28
O musicólogo e historiador da música Roland de Candé demarca cartesianamente o início do declínio do espírito romântico a partir de 1840. No entanto, ele salienta que esse declínio não gera movimentos capazes de suscitar uma estética musical nova. Diz Candé que “separado de sua fonte, o romantismo musical prossegue na velocidade adquirida. Berlioz, Liszt, Wagner, Verdi, Gounod prolongaram, até tarde no século, a despeito do racionalismo ambiente, uma estética baseada na intuição, à qual se vinculam Bruckner, Tchaikovsky, Mahler, Sibelius...” (História Universal da Música).
Nesse contexto é que surgem as ditas escolas nacionais, como heranças do Romantismo, em que Sibelius deve ser situado. Note-se, porém, que esse tipo de classificação não deve ser tomado à risca, mas sim como movimentos oriundos de centros culturais distantes do polo original em que nasceu o Romantismo e que, esteticamente, buscam materiais musicais arraigados em tradições regionais. Assim, pode-se dizer de uma escola francesa, de uma
escola espanhola, de uma escola russa, de uma escola tcheca e de uma escola escandinava, na qual despontam os nomes de Edvard Grieg, Carl Nielsen e Jean Sibelius.
A Finlândia de 1899 ainda estava sob domínio russo. Solitária e ameaçada, lutando por sua cultura recôndita em seus lagos e florestas, fará de Jean Sibelius o símbolo de seu nacionalismo. Assim, cada obra sua parece inspirar-se nos poetas de sua terra, em suas epopeias nacionais e em seu folclore. Daí seus poemas sinfônicos, dentre os quais se destaca sua obra-prima, O Cisne de Tuonela, além de outras obras de relevo inegável: o Concerto para Violoncelo, a Quinta Sinfonia, a Valsa triste e outros poemas sinfônicos como Tapiola e principalmente Finlândia.
Embora Tapiola apresente um modelo bem próximo dos poemas sinfônicos de Liszt e Strauss, Finlândia a ele escapa. Composta em 1899, sob o jugo czarista, esta obra relativamente breve parece ter apenas um único propósito: entoar um hino de amor à terra finlandesa. Esse hino aparece explicitamente na seção final da obra.
FINLÂNDIA, OP. 26 (1899/1900)8 min
VALSE TRISTE, OP. 44, Nº 1 (1903)6 min
Jean Sibelius | Finlândia, 1865 – 1957
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INSTRUMENTAÇÃO FINLÂNDIA 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 3 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, cordas.
INSTRUMENTAÇÃO VALSE TRISTE flauta, clarinete, 2 trompas, tímpanos, cordas.
MOACYR LATERZA FILHO Pianista e cravista,
Doutor em Literaturas de Língua Portuguesa,
professor da Universidade do Estado de Minas
Gerais e da Fundação de Educação Artística.
PARA OUVIR
CD Jean Sibelius – Finlandia; Valse triste;
Tapiola; Der Schwan Von Tuonela – Berliner
Philamorniker – Herbert von Karajan,
regente – Deutsche Grammophon – 1984
PARA LER
Roland de Candé – História Universal
da Música – vol. 2 – Eduardo Brandão,
tradução – Martins Fontes – 1994
PARA ASSISTIR
Finlândia: Orquestra Sinfônica da Rádio
Finlandesa e Orquestra Filarmônica
de Helsinque – Jukka-Pekka Saraste,
regente | Acesse: fil.mg/sfinlandia
Valse triste: Orquestra Sinfônica Nacional
Dinamarquesa – Rafael Frühbeck de Burgos,
regente | Acesse: fil.mg/svalsetriste
Embora seja invenção original do compositor, não deixa de apresentar traços do folclore nórdico. Talvez daí o fato de ele ter se tornado uma das melodias mais representativas da cultura musical da Finlândia, concorrendo, entre seus patrícios, com seu próprio hino nacional.
Estreada em 1900, em Helsinki, pela Sociedade Filarmônica daquela cidade, sob a regência de Robert Kajanus, em uma Finlândia ainda sob domínio russo, a peça teve que adotar diversos codinomes para que pudesse ser executada sem o veto da censura.
A Valsa triste, célebre por sua beleza e concisão, apresenta traços sintéticos do poema sinfônico. Composta para música de cena de uma peça de teatro do cunhado de Sibelius, Arvid Järnfelt, intitulada Kuolema (Morte), ela acompanha uma cena em que a própria Morte aparece a uma mulher moribunda e com ela dança antes de levá-la consigo. A Valsa triste foi composta em 1903 e revisada um ano depois para publicação.
PRESTO E VELOCE30
CONCERTO PARA VIOLONCELO Nº 2 EM MI MENOR, OP. 30 (1894) 23 min
Victor Herbert vive sua primeira infância em Londres aos cuidados de sua mãe viúva e de seu avô Samuel Lover, célebre poeta, novelista e compositor irlandês. Por conta do segundo casamento de sua mãe com um médico alemão, Herbert muda-se em 1866 para Stuttgart, onde faz seus estudos musicais e inicia sua carreira profissional. Em 1881 é contratado pela orquestra da corte de Stuttgart e ali conhece a soprano Therese Förster, que viria a ser sua esposa. Nos cinco anos que se seguem, Herbert lança suas próprias obras orquestrais e dá início a uma carreira de violoncelista em Viena e Stuttgart, solando sua Suíte para violoncelo e orquestra, op. 3 e seu Primeiro Concerto para Violoncelo e Orquestra, op. 8. Contratados pelo Metropolitan Opera House de Nova York, Herbert e sua esposa mudam-se para os Estados Unidos em 1886.
Em Nova York, além de primeiro violoncelista do Metropolitan, Herbert torna-se membro do New York String Quartet, regente assistente de Anton Seidl e membro do National Conservatory of Music. Em 1894, a partir de Prince Ananias, passa a compor operetas,
Victor Herbert | Irlanda, 1859 – Estados Unidos, 1924
desfrutando de enorme popularidade até a Primeira Guerra Mundial. Com inúmeros sucessos e estreias na Broadway – The Serenade, The Fortune Teller, Babes in Toyland, Mlle. Modiste, The Red Mill, Naughty Marietta, Sweethearts e sua tão desejada opereta sobre um tema irlandês, Eileen –, torna-se uma das figuras mais respeitadas do Tin Pan Alley – grupo de compositores, autores e editores musicais que se estabeleceram no final do século XIX em certa região de Manhattan e dominaram o cenário de música popular nos Estados Unidos da época. Herbert foi ainda um dos principais advogados que lutaram pelos direitos de cópia e gravação nos Estados Unidos, influenciando a decisão de 1909, do Congresso, que garantia aos compositores direitos sobre venda, e fundando a Sociedade Americana de Compositores, Autores e Editores (Ascap).
No mesmo ano em que se lança no mundo das operetas, Herbert finaliza seu Segundo Concerto para Violoncelo e Orquestra e o estreia à frente da New York Philharmonic Orchestra conduzida por Seidl. Os três movimentos – allegro impetuoso, andante tranquillo,
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IGOR REYNER Pianista, Mestre em Música pela
UFMG, doutorando de Francês no King’s
College London e colaborador do ARIAS/
Sorbonne Nouvelle Paris 3.
PARA OUVIR
CD Concertos From The New World –
Dvorak & Herbert – Cello Concerto in
B Minor op. 104; Cello Concerto in E Minor
op. 30 – New York Philharmonic – Kurt
Masur, regente – Yo-Yo Ma, violoncelo
– Sony Classical – 884977955637
PARA ASSISTIR
Orquestra Sinfônica de Córdoba –
Carlos Riazuelo, regente – Marcelo Montes,
violoncelo | Acesse: fil.mg/hvioloncelo2
allegro – apresentam e reapresentam temas que são modificados segundo influência formal de Franz Liszt. A coesão e fluência alcançadas agradam o público da época, e a obra torna-se seu maior sucesso orquestral. Antonín Dvorák, que conhecera Herbert no National Conservatory of Music, encontra nessa obra inspiração para o seu próprio concerto.
Com o final da Grande Guerra, os ouvintes norte-americanos abandonam o gosto pelas operetas
de influência europeia e voltam suas atenções para os musicais de partes vocais mais simples. Victor Herbert vê-se marginalizado, e sua música, após sua morte, foge à moda. O Segundo Concerto para Violoncelo, contudo, preserva-se, como parte do cânone, das flutuações constantes do gosto popular.
INSTRUMENTAÇÃO 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, tímpanos, percussão, cordas.
PRESTO E VELOCE32
A peça Pelléas e Mélisande do escritor simbolista belga Maurice Maeterlinck, desde sua estreia em Paris, motivou a criação de importantes obras musicais. Para ela, Sibelius compôs uma suíte orquestral. Debussy transformou-a em sua única ópera completa, e Schoenberg converteu o argumento em longo poema sinfônico. Mas Fauré antecedeu a todos, quando aceitou escrever a música incidental para a apresentação inglesa do drama. Pressionado pelo exíguo prazo de um mês e meio para elaborar a partitura, o compositor acrescentou ao novo trabalho uma Siciliana, publicada anteriormente para violoncelo e piano. E confiou a orquestração a seu aluno Charles Koechlin. Após o sucesso dessa estreia londrina, Fauré filtrou da música de cena uma suíte de quatro peças que ele próprio reorquestrou para formação sinfônica mais ampla.
Aluno de Saint-Saëns e professor de Ravel, Fauré foi igualmente músico de tradição e inovador, jamais um conservador ou revolucionário. Sem romper com o passado, procurou expressar-se de maneira sempre nova. Além de compositor, exerceu múltiplas atividades musicais – redator musical de Le Figaro, organista na igreja da Madeleine,
professor de composição e diretor do Conservatório de Paris. Mesmo surdo (desde 1903), continuou compondo. Dedicou-se principalmente ao piano solo e às obras camerísticas, incluindo o gênero da canção, tão importante para ele. Avesso a qualquer efeito exterior ou gesto grandiloquente, seu gênio encontrou, nesses domínios mais intimistas, espaço adequado para requintadas indagações formais, sobretudo no campo da harmonia. A postura escrupulosa em relação à orquestra explica a relativa escassez de sua produção sinfônica, na qual, entretanto, Fauré soube preservar aristocrática discrição, originalidade e sensibilidade refinadas.
O Prelúdio (Quasi adagio) da Suíte op. 80 inicia-se com o delicado tema de Mélisande, nas cordas. Paulatinamente, com tratamento contrapontístico e em crescendo, ele se liga a um motivo mais trágico, no agudo das flautas. No desenvolvimento dessas duas ideias, o oboé e o clarinete intervêm conduzindo a um fortissimo e allargando. Uma descida, notável por seus cromatismos, antecede a coda, cujos insistentes toques de trompa sugerem o chamado de Golaud, irmão de Pelléas e marido de Mélisande.
PELLÉAS E MÉLISANDE, OP. 80: SUÍTE (1898)16 min
Gabriel Fauré | França, 1845 – 1924
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INSTRUMENTAÇÃO 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, tímpanos, harpa, cordas.
PARA OUVIR
CD Fauré – Requiem; Pelléas et Mélisande;
Masques et Bergamasques – L’Orchestre de
la Suisse Romande – Ernest Ansermet,
regente – Decca Eloquence, Reino
Unido 450.131-2 – 2000
PARA LER
François-René Tranchefort – Guia da Música
Sinfônica – Nova Fronteira – 1990
PARA ASSISTIR
Orquestra da Ópera Nacional de Lyon – John
Eliot Gardiner, regente | Acesse: fil.mg/fpelleas
Fileuse (Andantino quasi allegretto) tem caráter descritivo, com o torvelinho das cordas em surdina evocando Mélisande à roca. O primeiro tema, apresentado pelo oboé, está em Sol maior, e o segundo, mais amplo, em sol menor.
A Sicilienne (Allegro molto moderato) prepara o encontro dos apaixonados junto à fonte abandonada. O sabor arcaizante e repleto de lirismo traz um pouco de serenidade à partitura, com a envolvente melodia da flauta, os reflexos da harpa e o murmúrio das cordas.
O Molto adagio final é uma marcha fúnebre de ritmo obsessivo, sobre um desenho de quatro notas. Os sopros anunciam o triste tema. Um arpejo nas cordas divididas anuncia a morte de Mélisande e a música termina desolada, com o motivo da heroína no agudo das cordas, em surdina.
PAULO SÉRGIO MALHEIROS DOS SANTOS Pianista,
Doutor em Letras, professor na UEMG, autor
dos livros Músico, doce músico e O grão
perfumado – Mário de Andrade e a arte do
inacabado. Apresenta o programa semanal
Recitais Brasileiros, pela Rádio Inconfidência.
PRESTO E VELOCE34
Jean Sibelius é conhecido universalmente, hoje em dia, principalmente por suas sete sinfonias e pelo concerto para violino. Exageradamente considerado, pela crítica, como um compositor nacionalista, Sibelius foi, na verdade, um compositor cosmopolita, atento às transformações musicais de seu tempo, mas sempre fiel ao seu estilo. Sua obra tem sido vista, recentemente, como comparável à de Gustav Mahler, ambos responsáveis por uma grande ampliação do gênero sinfônico no início do século XX. A chave para se conhecer as sinfonias de Sibelius está exatamente onde elas diferem das de Mahler. Se para Mahler a sinfonia deveria expandir-se ao ponto de abarcar o mundo, para Sibelius ela deveria conter apenas o essencial: a concentração máxima da forma com uma elevada economia de material.
Assim que o século XX se iniciou, o estilo de Sibelius foi considerado como um prolongamento do Romantismo, o que fez com que sua música fosse vista como moderna pelo meio musical da França,
Alemanha e Áustria. Porém, em dez anos essa mesma característica o condenaria ao rótulo de retrógrado. Sibelius não era nem moderno nem retrógrado, mas sabia tratar os elementos musicais, já assimilados de longa data, de maneira ímpar, dando-lhes um frescor inusitado. Era excepcional a sua capacidade de retrabalhar aspectos largamente conhecidos, tais como a melodia, a harmonia e a trama orquestral, e dar-lhes uma aparência nova. Nos anos 1920 sua popularidade – na França e nos países de língua germânica – havia declinado consideravelmente, enquanto, curiosamente, estava em franca ascensão nos países de língua inglesa. Enquanto França, Alemanha e Áustria travavam uma batalha política pela hegemonia da modernidade nas artes, os círculos mais conservadores dos Estados Unidos e Inglaterra viam a música de Jean Sibelius como uma via de escape para as tendências modernistas que assolavam a Europa. A composição de sua Sétima Sinfonia se deu justamente nessa época. Terminada em 1924, foi estreada em Estocolmo, em 24 de
SINFONIA Nº 7 EM DÓ MAIOR, OP. 105 (1918/1924)
21 min
Jean Sibelius | Finlândia, 1865 – 1957
35
março do mesmo ano, sob a regência do compositor. Calorosamente recebida pelo público escandinavo e, mais tarde, pelo inglês e o norte-americano, foi praticamente ignorada pelos países da Europa central.
Embora a primeira menção à Sétima Sinfonia tenha ocorrido em uma carta de Sibelius de 1818 – em que se descobre que o plano original da obra contemplava três movimentos –, fragmentos do material musical utilizado na Sinfonia podem ser encontrados em cadernos de rascunhos do compositor desde o ano de 1914. Em 1923 o compositor condensou os três movimentos em um único. O resultado, entretanto, está longe de parecer uma simples colagem. Sibelius conseguiu construir uma estrutura complexa ao utilizar aquilo que se convencionou chamar de forma rotacional ou forma cíclica. A forma rotacional opera por constantes reaparições variadas do mesmo material musical. Ou seja, cada vez que determinado trecho musical reaparece, ele traz consigo transformações (expansões, condensações, reordenações etc.)
e acúmulo, ou subtração, de materiais. O resultado sonoro assemelha-se ao aparecimento de constantes flashbacks que se acumulam inusitadamente, como um passado que insiste em retornar constantemente, porém diferente.
A obra possui quatro seções intercaladas pelo tema do trombone. Na primeira seção (Adagio) Sibelius expõe o material principal: o rufo dos tímpanos, a escala ascendente das cordas e o motivo das flautas (respondido pelos clarinetes). Um curto momento em que as cordas tocam pequenos motivos, em imitação, culminará na primeira aparição do tema do trombone. Uma longa transição, com rotações livres dos materiais do início, acelera o tempo até chegarmos à próxima seção. Na segunda seção (Vivacissimo), com caráter de scherzo, os mesmos materiais reaparecem, novamente transformados. Em pouco tempo ouvimos o tema do trombone (Adagio), desta vez mais longo e funcionando, ele próprio, como transição. A terceira seção (Allegro molto moderato), a mais
INSTRUMENTAÇÃO 2 piccolos, 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 3 trompetes, 3 trombones, tímpanos, cordas.
PRESTO E VELOCE36
PARA OUVIR
CD Sibelius – The 7 symphonies; Finlandia;
Kullervo; Valse triste and more – London
Symphony Orchestra – Sir Colin Davis,
regente – RCA Red Seal – 2004
PARA LER
David Burnett James – Sibelius:
illustrated lives of the great composers
– Omnibus Press – 1989
Andrew Barnett – Sibelius – Yale
University Press – 2010
PARA ASSISTIR
Orquestra Filarmônica de Viena – Leonard
Bernstein, regente | Acesse: fil.mg/ssinf7
longa de todas, possui também o caráter de scherzo; trata-se aqui, porém, de um scherzo mais leve e expansivo, recheado de transformações livres dos materiais do início. A terceira aparição do tema do trombone (Adagio) nos leva à quarta e última seção, onde os materiais são livremente reordenados em uma breve reexposição.
GUILHERME NASCIMENTO Compositor, Doutor em
Música pela Unicamp, professor na Escola de
Música da UEMG, autor dos livros Os sapatos
floridos não voam e Música menor.
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FABIO MECHETTIregente
DANIEL BINELLIbandoneon
PROGRAMA
CARLOS CHÁVEZSinfonia nº 2, “Índia”
Daniel BINELLIHomenagem ao tango• El Grand Tango
• Milonga-Candombe
• Requiem
– INTERVALO –
Isaac ALBÉNIZSuíte Ibéria (orquestração de E. F. Arbós)
• Evocación
• El Corpus en Sevilla
• Triana
• El puerto
• El Albaicín
Manuel de FALLAO Sombreiro de Três Picos: Suíte nº 2• Os vizinhos: Seguidilha
• Dança do moleiro: Farruca
• Dança final: Jota
DUO BINELLI-FERMAN
DUO BINELLI-FERMAN
POLLY FERMANpiano
•
42 ALLEGRO E VIVACE
Prestigiados em todo o mundo, os músicos Daniel Binelli e Polly Ferman uniram seus talentos para estimular a apreciação do tango, milonga, candombe e outros estilos musicais latino-americanos pela parceria rara do bandoneon com o piano. Suas apresentações refletem a elegância e a sutileza do tango tradicional, o atrevimento da milonga, o romance da valsa, o temperamento e o poder do tango contemporâneo.
A habilidade do Duo em se relacionar com o público torna suas apresentações uma experiência fantástica em todo o mundo. Desde
DUOBINELLI-FERMANFO
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sua estreia em 2000, em Nova York, esteve em Tóquio, Pequim, Xangai, Roma, Paris, Munique, Berna, São Petersburgo, Chicago, Dallas, São Francisco e Miami para concertos e masterclasses.
O Duo se apresenta como solista com orquestras sinfônicas e de câmara no projeto Orquestango, que destaca a música de Binelli, Piazzolla, Salgán, Ginastera e outros. Recentemente, esteve com as sinfônicas de São Francisco, Colorado e Vancouver, Orquestra de Câmara da Cidade de Hong Kong, Filarmônica de Montevidéu, Sinfônica de Concepción, Chile, sinfônicas de Mendoza e Parana, Argentina.
O Duo gravou o álbum Imágenes de Buenos Aires para os selos Romeo Records e Epsa Music; Orquestango 1 e 2 para a Sondor Records com a Filarmônica de Montevidéu; New Tango Vision com o Trio Binelli-Ferman-Isaac, e Tango Reunion, gravado ao vivo na Polônia.
Reconhecido internacionalmente como compositor, arranjador e mestre do bandoneon, o argentino Daniel Binelli fez parte da orquestra de Osvaldo Pugliese durante quatorze anos e integrou o New Tango Sexteto
de Astor Piazzolla. Apresentou-se como solista das melhores orquestras sinfônicas e foi dirigido por maestros como Charles Dutoit, Lalo Schiffrin, Franz Paul Decker, Robert Spano, JoAnn Faletta, Michael Christie, Lior Shambadal e Simon Blech. Binelli criou e arranjou música para instrumentos solistas, quinteto, orquestras de câmara e sinfônica, dança e trilhas de cinema, em todos os estilos do tango e na linguagem contemporânea. Gravou mais de cem registros com repertórios que denotam sua versatilidade.
A pianista uruguaia Polly Ferman é uma das maiores intérpretes da música latino-americana. Por sua maestria nesse repertório, o jornal The Japan Times a distinguiu como “embaixadora da música das Américas”. Suas turnês como solista incluem atuações com importantes orquestras em todo o mundo. Em recitais, apresentou-se no Carnegie Hall, no Suntory Hall, Takemitsu Hall, Woolf Trapp, St. Martin in the Fields, Koncert Halle, Teatro Colon, entre outros. Ferman é autora, diretora musical e pianista de GlamourTango, espetáculo multimídia de música e dança. Suas gravações como solista constituem uma das mais vastas coleções de repertório de música latino-americana.
44 ALLEGRO E VIVACE
“A arte indígena do México é, em nossos dias, a única manifestação viva de um povo que representa cerca de quatro quintos da estrutura racial do país”, afirmou Carlos Chávez acerca de sua Sinfonia nº 2, também conhecida como Sinfonia Índia. A frase esclarece sobre a origem da obra e justifica o apelido, que não se refere ao país homônimo e nem a qualquer outro povo indígena: “índia” relaciona-se tão-somente com a cultura indígena mexicana. A valorização do folclore mexicano marca a produção musical de Carlos Chávez, cuja representatividade no México é semelhante à de Heitor Villa-Lobos no Brasil. Tal como Villa-Lobos fora influenciado por Mário de Andrade, Chávez seguiu os passos de seu mestre, Manuel Ponce. Sem ater-se à música contemporânea, Chávez ampliou sua pesquisa aos povos mesoamericanos do período pré-conquista ou pré-colombiano.
A característica mais marcante da Sinfonia Índia é a inclusão de instrumentos de origem nativa em sua orquestração, como o güiro, semelhante ao reco-reco brasileiro e já utilizado por Stravinsky em
A Sagração da Primavera. Por serem raros tais instrumentos nativos, o compositor indica na partitura quais seriam os equivalentes mais próximos: o tambor de água, Jicara de agua ou xicallí, uma espécie de cabaça emborcada em outra, cheia de água, pode ser substituído pelo tambor surdo; o rústico tambor yaqui pode ser substituído pela tabla indiana; os tambores de madeira feitos com tronco de árvores escavadas, chamados teponaxtles, poderão ser substituídos pelo xilofone; o grande tambor de pele de pantera, de nome quase impronunciável, tlapanhuéhuetl, usado em cerimônias de convocação para a guerra, pelo bumbo; o tenábaris, feito de casulos secos de borboletas, por um chocalho, e assim por diante.
Pode-se dizer que a Sinfonia Índia foi inspirada nas grandes civilizações indígenas do antigo México, embora concebida a partir de temas dos índios Huicholes e Coras do estado de Nayarit, dos índios Seris da ilha do Tubarão e dos índios Yaquis do estado de Sonora. A energia tribal da primeira parte ou o canto cerimonial da seção intermediária
SINFONIA Nº 2, “ÍNDIA” (1935/1936)12 min
Carlos Chávez | México, 1899 – 1978
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INSTRUMENTAÇÃO 2 piccolos, 3 flautas, 3 oboés, requinta, 2 clarinetes, clarone, 3 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, 2 trombones, tímpanos, percussão, harpa, cordas.
MARCELO CORRÊA Pianista, Mestre em Piano pela
Universidade Federal de Minas Gerais, professor
na Universidade do Estado de Minas Gerais.
PARA OUVIR
CD Carlos Chávez conducts his Sinfonía
India; Sinfonía de Antígona; Sinfonía
Romántica – Stadium Symphony Orchestra
(nome dado à New York Philharmonic
Orchestra durante o festival de verão
realizado no Lewisohn Stadium) – Carlos
Chávez, regente – Everest Records – 1996
PARA LER
Robert Parker – Carlos Chavez: A Guide to
Research – Editora Garland Publishing – 1998
PARA ASSISTIR
Orquestra Sinfônica Simón Bolívar –
Eduardo Mata, regente | Acesse: fil.mg/cindia
retratam a música daqueles antigos povos dotados de milenar conhecimento tecnológico, mas que sacrificavam virgens por temor ao deus Sol. Parte desse “primitivismo sofisticado” – o asteca, em especial – foi assolado pelo conquistador espanhol Hernán Cortés, e outra parte mantida pelos índios aliados a Cortés contra a dominação asteca. Daí a sobrevivência dos povos huicholes, yaquis e seris. Carlos Chávez, ao analisar a herança musical autóctone do período pós-conquista, admirou inclusive a capacidade de ter a cultura mexicana resistido
a quatro séculos de contato com expressões musicais europeias: “a música dos ancestrais imediatos da América é a forte música de um homem que constantemente se esforça em dominar seu entorno. Manifestações estrangeiras que se opõem ao sentimento de sua música têm sido incapazes de destruí-la, por não conseguirem alterar as condições éticas dos indivíduos”.
46 ALLEGRO E VIVACE
Homenagem ao tango é um concerto duplo para piano, bandoneon e orquestra. Foi comissionado pela Orquestra Sinfônica da Universidade de Utah, na figura do maestro Sergio Bernal, que dirigiu a estreia da obra em 2008, tendo Polly Ferman ao piano e o próprio compositor ao bandoneon. A obra consiste em três movimentos executados sem interrupção: El Gran Tango, Milonga-Candombe, Requiem.
No primeiro movimento, é o piano quem conduz os passos iniciais da dança: a aparição do bandoneon é vibrante, porém efêmera. A primeira parte homenageia a alma revolta do tango nuevo de Astor Piazzolla. O ritmo, bem marcado e tenso, só é interrompido após o solo do piano, este, um recitativo sentimental que logo deflagrará um novo timbre do bandoneon, sussurrado em uma nota, pungente e distante, que se transforma em solo reluzente e pleno de nostalgia. Temos, então, a homenagem ao tango arrabalero, suburbano, imortalizado na voz de Gardel. Do tango canción retorna-se ao tango nuevo, estilo do qual Daniel Binelli é o representante vivo. O piano convida novamente seu parceiro à dança desafiadora,
marcha quaternária cheia de arrastres e acentos deslocados.
Dois gêneros diferentes de dança se revezam no segundo movimento – milonga e candombe –, ambos trazidos dos povos africanos e incorporados à cultura argentina. A milonga é o único gênero de dança argentina capaz de ombrear com o tango. A estrutura rítmica da milonga é imutável, seja ela executada lenta como a habanera cubana, ou rápida como o maxixe brasileiro. A milonga lenta do segundo movimento introduz o ouvinte ao tango cabaretero, dos boêmios amargurados, dos cantores e das dançarinas. Bem diferente é o agitado candombe rioplatense, de origem afro-uruguaia, no qual a percussão orquestral é acrescida de tambores africanos. É um tributo à origem da palavra tango que, em línguas africanas – tangó ou tambó – designa uma espécie de tambor pequeno.
O terceiro movimento, denominado Requiem, é uma homenagem à memória do pianista Osvaldo Pugliese e do bandoneonista Astor Piazzolla, dois famosos compositores argentinos representados pelos instrumentos solistas. Por inúmeras
HOMENAGEM AO TANGO (2008)22 min
Daniel Binelli | Argentina, 1946
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INSTRUMENTAÇÃO piccolo, flauta, oboé, corne inglês, 2 clarinetes, 2 fagotes, 2 trompas, 2 trompetes, 2 trombones, tímpanos, percussão, harpa, cordas.
PARA LER
Hélio de Almeida Fernandes –
Tango, uma possibilidade infinita
– Editora Bom Texto – 2000
PARA ASSISTIR
Daniel Binelli’s – Homage to Tango –
La Plata Symphony Orchestra – Dante Anzolini,
regente – Daniel Binelli, bandoneon – Polly
Ferman, piano – 2008 | Acesse: fil.mg/btango
vezes Binelli teve o privilégio de dividir o palco com Pugliese e Piazzolla, em concertos e turnês internacionais. Requiem pode ser interpretado como uma elegia extensiva a outros grandes nomes do tango, tais como Anibal Troilo, Julio de Caro, Angel Villoldo, Juan D’Arienzo e Francisco Canaro. O título não deve confundir-se com o réquiem do tango, gênero que conforta os melancólicos e inspira os apaixonados: “de jeito nenhum é uma língua morta, eu vejo o tango forte, lúcido e revitalizado”,
defende o compositor Daniel Binelli. Homenagem ao tango é exemplo do tango avant-garde que continua a representar a música argentina. É também exemplo de um gênero recente – o tango orquestral ou sinfônico. Representa a almejada fusão do novo e do tradicional, reverenciando um nobre passado: isto sim é uma verdadeira homenagem ao tango.
MARCELO CORRÊA Pianista, Mestre em Piano pela
Universidade Federal de Minas Gerais, professor
na Universidade do Estado de Minas Gerais.
48 ALLEGRO E VIVACE
Albéniz iniciou sua carreira de pianista como menino prodígio. Com apenas quatro anos, apresentou-se no Teatro Romea de Barcelona e, desde então, conquistou extraordinária fama mundial. Recebeu elogios e orientações de Liszt, em Weimar; e estudou com Paul Dukas, em Paris. Embora as longas turnês e viagens de estudos mantivessem-no afastado de seu país por grande parte de sua vida, Albéniz é considerado o iniciador da música espanhola moderna. Ele buscou uma simbiose perfeita entre as verdadeiras raízes da música popular ibérica e a virtuosidade do pianismo romântico. A Suíte Ibéria é o ponto culminante desse projeto. Suas doze peças se estruturam basicamente sobre os elementos populares do ritmo e da copla, ainda que os temas empregados sejam, quase na totalidade, criações originais do compositor. O ritmo identifica-se pelas síncopas e acentuações; a copla constitui a melodia ou tema principal.
Após a morte de Albéniz, o violinista e regente Enrique Fernandez Arbós orquestrou algumas peças de Ibéria. Albéniz e Arbós se conheceram adolescentes, quando estudavam no Conservatório de Bruxelas e se tornaram amigos e parceiros, formando um célebre duo.
A Suíte Ibéria foi composta na França e inicia-se com Evocación, peça nostálgica em que Albéniz relembra a pátria distante. O caráter espanhol deixa-se impregnar pelo espírito da música francesa da época. O tema introdutório, Allegretto expressivo, se sobrepõe a um acompanhamento sincopado e termina em ritmo de dança. A copla, mais decididamente espanhola, aparece nas notas graves e mantém o mesmo ritmo do tema introdutório.
El Corpus en Sevilla é bastante descritiva: inicia-se com os rufos de tambor que anunciam, a distância, a procissão. A seguir, usando diretamente o motivo popular La tarara, Albéniz sugere a aproximação dos fiéis. Apresentado em pianíssimo, esse tema vai crescendo pouco a pouco, juntando o rumor da multidão ao toque dos sinos. Todo o alvoroço festivo é interrompido pela atmosfera suave e meditativa da copla. Mas La tarara retorna com triunfante virtuosismo até ser interrompida por um longo e agudo acorde. Os penitentes se afastam, as ruas ficam vazias e os sinos tocam a distância...
Triana homenageia o bairro cigano de Sevilha, domínio do flamenco. Um motivo graciosamente acentuado
SUÍTE IBÉRIA (orquestração E. F. Arbós) (1905/1909)30 min
Isaac Albéniz | Espanha, 1860 – França, 1909
49
INSTRUMENTAÇÃO piccolo, 2 flautas, 2 oboés, corne inglês, requinta, 2 clarinetes, clarone, saxofone, 2 fagotes, contrafagote, 4 trompas, 4 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, 2 harpas, celesta, cordas.
PARA OUVIR
CD Viva España (The Music of Spain) – Falla:
Threecornered Hat; El Amor Brujo; Albéniz /
Arbós: Iberia – CSR Symphony Orchestra –
Keeneth Jean, regente – Naxos Ddd 8550174
Orquestra Sinfônica de Cincinnati – Jesús
López-Cobos, regente | Acesse: fil.mg/aiberia1
fil.mg/aiberia2 | fil.mg/aiberia3
PARA LER
Otto Maria Carpeaux – O Livro de Ouro da
História da Música – Ediouro – 2009
impõe o ritmo da seguidilla, cuja alegria se alterna com a elegância da cantável copla central.
El puerto é a peça mais curta da suíte. O título refere-se ao porto de Santa Maria, aldeia de pescadores em Cádiz. Um sapateado, sobre um ritmo constante, começa suavemente e vai se tornando mais forte, movimentado por uma figuração que sugere o bater de tacões. Desenvolve-se com poesia luminosa e cheia de vida até os delicados arpejos finais.
El Albaicín (Allegro assai, ma melancolico) ambienta-se à noite, nesse
bairro cigano de Granada. A introdução cria um clima de mistério. Após um silêncio de expectativa, a copla, bastante contrastante, apresenta sua melodia dobrada na oitava inferior. Por várias vezes, como uma queixa, ela se alternará com os sobressaltos dos trechos rítmicos. Após a última recordação da copla na região grave, a peça termina de forma brusca e enérgica.
PAULO SÉRGIO MALHEIROS DOS SANTOS Pianista,
Doutor em Letras, professor na UEMG, autor
dos livros Músico, doce músico e O grão
perfumado – Mário de Andrade e a arte do
inacabado. Apresenta o programa semanal
Recitais Brasileiros, pela Rádio Inconfidência.
50 ALLEGRO E VIVACE
Manuel de Falla nasceu em Cádiz, andaluz por parte de pai e catalão pelo lado materno. Desde cedo, familiarizou-se com a música folclórica andaluza na sua forma mais genuinamente popular e cotidiana. Estudou na Real Academia de Madrid com o grande musicólogo Felipe Pedrell (que também fora professor de Albéniz e Granados).
Mas os rumos da carreira de Falla se definem em Paris, onde permanecerá de 1907 a 1914. Entusiasmado com seu talento, Paul Dukas dá-lhe aulas de instrumentação e o introduz no cenário vanguardista parisiense. Falla fez assim amizade com os compatriotas Picasso e Albéniz e com seus ídolos Ravel e Debussy. Apesar do temperamento discreto, da sincera modéstia e de extrema discrição, o jovem compositor se impôs pela originalidade e excelência de sua música. Falla celebra a Espanha com uma profusão de motivos e ritmos fulgurantes – o fandango andaluz, a seguidilla, boleros, toadas murcianas, sevillanas, a farruca e a jota. Ao mesmo tempo, sua abordagem do folclore revela-se comprometida e atualizada com as renovações musicais do começo do século XX.
Após a Primeira Guerra, o diretor dos Balés Russos, Sergei Diaghilev, propôs ao compositor uma obra tipicamente espanhola, à altura de suas produções mais famosas – entre elas, A Sagração da Primavera, de Stravinsky, que Falla conhecia de seus anos parisienses. Surge assim a versão definitiva de El Sombrero de Tres Picos, balé baseado na farsa popular do escritor Pedro de Alarcón, cujo enredo narra as desventuras de um velho Corregedor, o homem do sombrero. Enamorado de Frasquita, bela e inocente moleira, esse juiz frequenta assiduamente o Moinho, lugar de encontro dos moradores da aldeia. O moleiro Lucas Fernandez mostra-se a princípio ciumento; mas depois se torna cúmplice da mulher, e o casal inventa peripécias burlescas para ridicularizar o corregedor. Na dança final, os solidários vizinhos agarram o velho galanteador e o jogam, como um boneco, para o alto.
A estreia do balé foi em Londres, em julho de 1919, com cenários e figurinos de Picasso, coreografia do russo Massine e direção musical de Ernest Ansermet. Toda a obra respira humor e vitalidade, com citações irônicas de melodias populares e de
O SOMBREIRO DE TRÊS PICOS: SUÍTE Nº 2 (1921)12 min
Manuel de Falla | Espanha, 1876 – Argentina, 1946
51
INSTRUMENTAÇÃO 2 piccolos, 2 flautas, 2 oboés, corne inglês, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 3 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, harpa, celesta, piano, cordas.
PARA OUVIR
CD Viva España (The Music of Spain) – Falla:
Threecornered Hat; El Amor Brujo; Albéniz/
Arbós: Iberia – CSR Symphony Orchestra –
Keeneth Jean, regente – Naxos Ddd 8550174
PARA LER
Manuel Orozco Diaz – Falla – Salvat
Editores S. A. – 1985
PARA ASSISTIR
Orquestra Sinfônica da Rádio e Televisão
Espanhola – Antoni Ros-Marbà, regente
Acesse: fil.mg/fsombreiro
autores consagrados. A orquestração é, ao mesmo tempo, suntuosa e refinada e, em dois momentos estratégicos, utiliza a voz de contralto com singular propriedade.
Para apresentações em concerto, Falla condensou o balé em duas suítes orquestrais, cada uma com três danças que seguem as peripécias do enredo. A Suíte nº 2 começa com a Dança dos vizinhos (Allegro non troppo), quando os aldeões se reúnem no moinho para festejar o dia de São João. Seu ritmo é o da seguidilla, evocando a vitalidade de uma festa andaluza.
A seguinte Dança do moleiro (Poco vivo) exibe a farruca característica do estilo flamenco. Toda a aldeia participa da Dança final (Poco mosso), triunfante jota de virtuosidade contagiante. A orquestra torna-se ainda mais colorida, concluindo com brilho essa partitura espanhola de irresistível apelo universal.
PAULO SÉRGIO MALHEIROS DOS SANTOS Pianista,
Doutor em Letras, professor na UEMG, autor
dos livros Músico, doce músico e O grão
perfumado – Mário de Andrade e a arte do
inacabado. Apresenta o programa semanal
Recitais Brasileiros, pela Rádio Inconfidência.
FOT
O:
AN
DR
É FO
SSA
T1
53
54
CONCERTOS PARA A JUVENTUDE
Realizados em manhãs de domingo,
são concertos dedicados aos jovens
e às famílias, buscando ampliar
e formar público para a música
clássica. As apresentações têm
ingressos a preços populares.
CLÁSSICOS NA PRAÇA
Realizados em praças da Região
Metropolitana de Belo Horizonte, os
concertos proporcionam momentos
de descontração e entretenimento,
buscando democratizar o acesso da
população em geral à música clássica.
CONCERTOS DIDÁTICOS
Concertos destinados a grupos de
crianças e jovens da rede escolar
e a instituições sociais, mediante
inscrição prévia. Seu formato busca
apoiar o público em seus primeiros
passos na música clássica.
FESTIVAL TINTA FRESCA
Com o objetivo de fomentar a criação
musical entre compositores brasileiros e
gerar oportunidade para que suas obras
sejam apresentadas em concerto, este
Festival é sempre uma aventura musical
inédita. Como prêmio, o vencedor recebe
a encomenda de outra obra sinfônica
a ser estreada pela Filarmônica no
ano seguinte, realimentando o ciclo da
produção musical nos dias de hoje.
ACOMPANHE A FILARMÔNICA EM OUTRAS SÉRIES DE CONCERTO
LABORATÓRIO DE REGÊNCIA
Atividade pioneira no Brasil, este
laboratório é uma oportunidade
para que jovens regentes brasileiros
possam praticar com uma orquestra
profissional. A cada ano, quinze
maestros, quatro efetivos e onze
ouvintes, têm aulas técnicas, teóricas e
ensaios com o regente Fabio Mechetti.
O concerto final é aberto ao público.
TURNÊS NACIONAIS E INTERNACIONAIS
Com essas turnês, a Orquestra
Filarmônica de Minas Gerais
busca colocar o estado de Minas
dentro do circuito nacional e
internacional da música clássica.
TURNÊS ESTADUAIS
As turnês estaduais levam a música de
concerto a diferentes cidades e regiões de
Minas Gerais, possibilitando que o público
do interior do Estado tenha contato direto
com música sinfônica de excelência.
CONCERTOS DE CÂMARA
Realizados para estimular músicos
e público na apreciação da música
erudita para pequenos grupos. A
Filarmônica conta com grupos de
Metais, Cordas, Sopros e Percussão.
55
PRÓXIMOSCONCERTOS
Maio Junho
DIA 10, CLÁSSICOS NA PRAÇA
domingo, 11h, Praça da LiberdadeMarcos Arakaki, regente
TCHAIKOVSKY / DVORÁK / SANTORO / MOZART /
ROSSINI / LISZT / KETÈLBEY / MONCAYO
DIAS 14 E 15, PRESTO 3, VELOCE 3
quinta e sexta, 20h30, Sala Minas GeraisMichal Nesterowicz, regente convidado
Amit Peled, violoncelo
SIBELIUS / HERBERT / FAURÉ
DIA 23, FORA DE SÉRIE 3
sábado, 18h, Sala Minas GeraisFabio Mechetti, regente
Natasha Paremski, piano
BEETHOVEN
DIAS 28 E 29, ALLEGRO 4, VIVACE 4
quinta e sexta, 20h30, Sala Minas GeraisFabio Mechetti, regente
Duo Binelli-Ferman
Daniel Binelli, bandoneon
Polly Ferman, piano
CHÁVEZ / BINELLI / ALBÉNIZ/Arbós / FALLA
DIA 3, FESTIVAL TINTA FRESCA
CONCERTO DE ENCERRAMENTO
quarta, 20h30, Sala Minas GeraisMarcos Arakaki, regente
DIA 7, CONCERTOS PARA A JUVENTUDE 3
ENCONTRO COM BRAHMS
domingo, 11h, Sala Minas GeraisMarcos Arakaki, regente
BRAHMS
DIAS 11, 12 E 13, TURNÊ ESTADUAL
quinta, sexta e sábado, 20h, Divinópolis, Araxá e UberlândiaMarcos Arakaki, regente
TCHAIKOVSKY / DVORÁK / PROKOFIEV /
VAUGHAN-WILLIAMS / WAGNER / GOMES
DIA 20, FORA DE SÉRIE 4
sábado, 18h, Sala Minas GeraisRoberto Tibiriçá, regente convidado
Cristina Ortiz, piano
BEETHOVEN
DIAS 25 E 26, PRESTO 4, VELOCE 4
quinta e sexta, 20h30, Sala Minas GeraisYoav Talmi, regente convidado
Liza Ferschtman, violino
BERLIOZ / SAINT-SAËNS / FRANCK
56
DIRETOR ARTÍSTICO E REGENTE TITULAR
Fabio Mechetti
REGENTE ASSOCIADO
Marcos Arakaki
* principal ** principal associado *** principal assistente **** principal / assistente substituto ***** convidado
Orquestra Filarmônica de Minas Gerais
PRIMEIROS VIOLINOS
Anthony Flint – Spalla
Rommel Fernandes –
Spalla Associado
Ara Harutyunyan –
Spalla Assistente
Ana Zivkovic
Arthur Vieira Terto
Baptiste Rodrigues
Bojana Pantovic
Dante Bertolino
Marcio Cecconello
Mateus Freire
Rodrigo Bustamante
Rodrigo Monteiro Braga
Rodrigo de Oliveira
SEGUNDOS VIOLINOS
Frank Haemmer *
Leonidas Cáceres ***
Hyu-Kyung Jung
Jovana Trifunovic
Leonardo Ottoni
Luka Milanovic
Marija Mihajlovic
Martha de Moura
Pacífico
Radmila Bocev
Rodolfo Toffolo
Tiago Ellwanger
Valentina Gostilovitch
VIOLAS
João Carlos Ferreira *
Roberto Papi ***
Flávia Motta
Gerry Varona
Gilberto Paganini
Juan Castillo
Katarzyna Druzd
Luciano Gatelli
Marcelo Nébias
Nathan Medina
VIOLONCELOS
Robson Fonseca ****
Elise Pittenger ***
Camila Pacífico
Camilla Ribeiro
Eduardo Swerts
Emilia Neves
Eneko Aizpurua Pablo
Lina Radovanovic
Lucas Barros *****
CONTRABAIXOS
Colin Chatfield *
Nilson Bellotto ***
Brian Fountain
Marcelo Cunha
Pablo Guiñez
William Brichetto
FLAUTAS
Cássia Lima*
Renata Xavier ***
Alexandre Braga
Elena Suchkova
OBOÉS
Alexandre Barros *
Ravi Shankar ***
Israel Muniz
Moisés Pena
CLARINETES
Marcus Julius Lander *
Jonatas Bueno ***
Ney Campos Franco
Alexandre Silva
FAGOTES
Catherine Carignan *
Andrew Huntriss
Cláudio de Freitas
TROMPAS
Alma Maria Liebrecht *
Evgueni Gerassimov ***
Gustavo Garcia Trindade
José Francisco dos Santos
Lucas Filho
Fabio Ogata
TROMPETES
Marlon Humphreys *
Érico Fonseca **
Daniel Leal ***
Tássio Furtado
TROMBONES
Mark John Mulley *
Diego Ribeiro **
Wagner Mayer ***
Renato Lisboa
TUBA
Eleilton Cruz *
TÍMPANOS
Patricio Hernández
Pradenas *
PERCUSSÃO
Rafael Alberto *
Daniel Lemos ***
Sérgio Aluotto
Werner Silveira
HARPA
Giselle Boeters *
TECLADOS
Ayumi Shigeta *
GERENTE
Jussan Fernandes
INSPETORA
Karolina Lima
ASSISTENTE
ADMINISTRATIVA
Débora Vieira
ARQUIVISTA
Sergio Almeida
ASSISTENTES
Ana Lúcia Kobayashi
Claudio Starlino
Jônatas Reis
SUPERVISOR DE
MONTAGEM
Rodrigo Castro
MONTADORES
André Barbosa
Hélio Sardinha
Jeferson Silva
Klênio Carvalho
Risbleiz Aguiar
57
Instituto Cultural Filarmônica
Conselho Administrativo
PRESIDENTE EMÉRITO
Jacques Schwartzman
PRESIDENTE
Roberto Mário Soares
CONSELHEIROS
Angela Gutierrez
Berenice Menegale
Bruno Volpini
Celina Szrvinsk
Fernando de Almeida
Ítalo Gaetani
Marco Antônio Pepino
Marcus Vinícius Salum
Mauricio Freire
Mauro Borges
Octávio Elísio
Paulo Brant
Sérgio Pena
Diretoria Executiva
DIRETOR PRESIDENTE
Diomar Silveira
DIRETOR
ADMINISTRATIVO-
FINANCEIRO
Estêvão Fiuza
DIRETORA DE
COMUNICAÇÃO
Jacqueline Guimarães
Ferreira
DIRETORA DE
MARKETING E
PROJETOS
Zilka Caribé
DIRETOR DE
OPERAÇÕES
Ivar Siewers
DIRETOR DE
PRODUÇÃO MUSICAL
Marcos Souza
Equipe Técnica
GERENTE DE
COMUNICAÇÃO
Merrina Godinho
Delgado
GERENTE DE
PRODUÇÃO MUSICAL
Claudia da Silva
Guimarães
ASSESSORA DE
PROGRAMAÇÃO
MUSICAL
Carolina Debrot
PRODUTORES
Geisa Andrade
Luis Otávio Rezende
Narren Felipe
ANALISTAS DE
COMUNICAÇÃO
Andréa Mendes
(Imprensa)
Marciana Toledo
(Publicidade)
Mariana Garcia
(Multimídia)
Renata Romeiro
(Design gráfico)
ANALISTA DE
MARKETING DE
RELACIONAMENTO
Mônica Moreira
ANALISTAS DE
MARKETING E
PROJETOS
Itamara Kelly
Mariana Theodorica
ASSISTENTE DE
COMUNICAÇÃO
Renata Gibson
ASSISTENTES DE
MARKETING DE
RELACIONAMENTO
Eularino Pereira
Rildo Lopez
Equipe Administrativa
GERENTE
ADMINISTRATIVO-
FINANCEIRA
Thais Boaventura
ANALISTAS
ADMINISTRATIVOS
João Paulo de Oliveira
Paulo Baraldi
ANALISTA CONTÁBIL
Graziela Coelho
ANALISTA DE
RECURSOS HUMANOS
Quézia Macedo Silva
SECRETÁRIA
EXECUTIVA
Flaviana Mendes
ASSISTENTE
ADMINISTRATIVA
Cristiane Reis
AUXILIARES
ADMINISTRATIVOS
Pedro Almeida
Vivian Figueiredo
RECEPCIONISTA
Lizonete Prates Siqueira
AUXILIARES DE
SERVIÇOS GERAIS
Ailda Conceição
Nayara Assis
MENSAGEIROS Lucas Lima
Pablo Faria
Serlon Souza
MENOR APRENDIZ
Diego Soares
Sala Minas Gerais
GERENTE DE
INFRAESTRUTURA
Renato Bretas
TÉCNICO DE
ILUMINAÇÃO E ÁUDIO
Rafael Franca
ASSISTENTES
OPERACIONAIS
Jorge Correia
Rodrigo Brandão
FORTISSIMO maio nº 3 / 2015
ISSN 2357-7258
EDITORA Merrina
Godinho Delgado
EDIÇÃO DE TEXTO
Berenice Menegale
FOTO DA CAPA: ALEXANDRE REZENDE ILUSTRAÇÕES: MARIANA SIMÕES
58
COMIDAS E BEBIDAS
Seu consumo não é permitido no
interior da sala de concertos.
PARA APRECIAR UM CONCERTO
PONTUALIDADE
Uma vez iniciado um concerto,
qualquer movimentação perturba
a execução da obra. Seja pontual
e respeite o fechamento das
portas após o terceiro sinal. Se
tiver que trocar de lugar ou sair
antes do final da apresentação,
aguarde o término de uma peça.
CONVERSA
A experiência do concerto inclui o
encontro com outras pessoas. Aproveite
essa troca antes da apresentação e
no seu intervalo, mas nunca converse
ou faça comentários durante a
execução das obras. Lembre-se de
que o silêncio é o espaço da música.
APARELHOS CELULARES
Confira e não se esqueça, por
favor, de desligar o seu celular ou
qualquer outro aparelho sonoro.
FOTOS E GRAVAÇÕES
EM ÁUDIO E VÍDEO
Não são permitidas na
sala de concertos.
TOSSE
Perturba a concentração dos músicos
e da plateia. Tente controlá-la com
a ajuda de um lenço ou pastilha.
APLAUSOS
Aplauda apenas no final das obras.
Veja no programa o número de
movimentos de cada uma e fique de
olho na atitude e gestos do regente.
CRIANÇAS
Caso esteja acompanhado por
criança, escolha assentos próximos
aos corredores. Assim, você
consegue sair rapidamente se
ela se sentir desconfortável.
CUIDE DO SEU PROGRAMA DE CONCERTOS
Fortissimo, além de seu programa mensal de concertos, é uma publicação indexada aos sistemas nacionais e internacionais de catalogação. Elaborado com a participação de especialistas, ele oferece uma oportunidade a mais para se conhecer música. Desfrute da leitura e estudo. Para evitar o desperdício, pegue apenas um exemplar ao mês. Caso não precise dele após o concerto, devolva-o nas caixas receptoras.
O programa se encontra também disponível em nosso site, na agenda de concertos. www.filarmonica.art.br
59
OLÁ, ASSINANTE
ASSESSORIA DE RELACIONAMENTO
3219-9009 (segunda a sexta, 9h a 18h) www.filarmonica.art.br
FOT
O:
AN
DR
É FO
SSA
TI
Veja algumas dicas para que os concertos na Sala Minas Gerais sejam uma ótima experiência para você.
HORÁRIOS (concertos de quinta e sexta)
19h Abertura da entrada principal. Nos foyers, você pode
ler o programa, tomar um café ou encontrar amigos.
20h Abertura da Sala Minas Gerais.
20h30 Fechamento das portas e início do concerto.
É a hora da música. Aproveite este momento.
Esqueça a conversa, o celular e a câmera fotográfica.
ACESSOA Sala Minas Gerais possui 3 andares
• Térreo Plateia Central
• 2º piso Balcão Principal, Camarote, Balcão Lateral,
Balcão Palco e Coro
• 3º piso Mezanino
E-TICKETAo comprar ingressos para concertos fora da sua série de assinatura,
você já pode imprimi-los em casa e apresentá-los diretamente no acesso
à Sala Minas Gerais. Basta fazer essa escolha no momento da compra.
60
Muitos elementos participam do
resultado acústico da Sala Minas
Gerais. Como um instrumento
musical, a Sala precisa ser afinada.
Isso é feito a cada concerto, de
acordo com a obra, o tamanho da
orquestra e a ocupação das plateias.
Mas também ao longo de muitos
meses e com base nas experiências
das diferentes músicas e das
exigências que elas fazem ao espaço.
Já falamos aqui das cadeiras, que
fazem a absorção fixa do som. Para
a absorção móvel do som, há outros
recursos, entre eles o difusor de teto.
Ele pode ser ajustado em alturas
variadas e resultar em sonoridades
diferentes no palco e na plateia. Para
o arquiteto e acústico da Sala Minas
Gerais, José Augusto Nepomuceno,
todos os elementos de afinação
acústica da Sala são importantes e
não há um que se sobreponha ao
outro. “Entendemos a sala como um
instrumento musical no qual todas
as partes trabalham conjuntamente a
favor da sonoridade”, diz ele.
Difusor de tetoSALA MINAS GERAIS
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O:
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FAEL
MO
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RA
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MO
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END
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www. incon f i denc i a . com.b r
APOIO INSTITUCIONAL
REALIZAÇÃO
DIVULGAÇÃO INCENTIVO
SALA MINAS GERAIS
Rua Tenente Brito Melo, 1.090 | Barro Preto | CEP 30.180-070 | Belo Horizonte - MG
(31) 3219.9000 | Fax (31) 3219.9030
WWW.FILARMONICA.ART.BR
/filarmonicamg @filarmonicamg /filarmonicamg/filarmonicamg
Projeto executado por meio da Lei Estadual de Incentivo à
Cultura de Minas Gerais
CA: 0
230/
001/
2013