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Orientacoes Pastorais Para a RCC - Desconhecido

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Orientações da CNBB para os grupos de Renovação Carismática

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    CONFERNCI A NACI ONAL DOS BI SPOS DO BRASI L

    ORI ENTAES PASTORAI S SOBRE A RENOVAO CARI SMTI CA CATLI CA

    3 4 Reunio Ordinria do Conselho Perm anente/ 1 9 9 4

    Braslia , DF, 2 2 a 2 5 de novem bro de 1 9 9 4 APRESENTAO

    Em vrias oportunidades, no decorrer dos lt im os anos, a Renovao Carism t ica Catlica tem merecido a ateno de nossos Bispos. A 32 Assemblia Geral da CNBB, em abril de 1994, comeou a estudar um projeto de orientaes pastorais sobre a Renovao Carismt ica Catlica, elaborado aps ampla consulta a todas as Dioceses do Pas. Dado o acm ulo de t rabalhos, a Assemblia no pde concluir o estudo, delegando Presidncia, Com isso Episcopal de Pastoral e ao Conselho Perm anente o prosseguim ento do m esm o at sua aprovao final. Uma nova com isso episcopal foi const ituda e retomou o t rabalho em dilogo com a Com isso Nacional da RCC e com Bispos e padres a ela mais ligados. Out ras colaboraes foram igualmente pedidas e recebidas. A part ir de tudo isso a com isso elaborou um novo texto enviado Presidncia e CEP e por elas cuidadosamente estudado. As sugestes apresentadas levaram a com isso a reelaborar o texto, resultando numa segunda redao significat ivam ente m odificada. Enviado previamente a todos os membros do Conselho Permanente, o texto foi reescrito a part ir das indicaes feitas. Foi, portanto, uma terceira redao do texto que o Conselho discut iu, m odificou e votou em sua reunio de novembro deste ano, aprovando-o por unanim idade de seus membros. o resultado desse longo e cuidadoso t rabalho que a CNBB ent rega, agora, s I grejas Part iculares rogando a Maria, Me da I greja, possam estas orientaes pastorais cont r ibuir para o crescimento da comunho e do ardor m issionrio de nossas com unidades, dos m em bros da RCC e de todos os fiis. Braslia, 27 de novem bro de 1994. 1 Dom ingo do Advento do Senhor. D. A. Celso Queiroz Secretrio-Geral da CNBB I NTRODUO

    1. Como pastores da I greja Catlica no Brasil, ns, Bispos, nos dir igimos a todos os fiis, propondo uma reflexo sobre a Renovao Carismt ica Catlica (RCC) . De modo especial nos dir igim os aos fiis que nela tm encont rado meios de crescimento em sua vida espir itual e apostlica. 2. O Espr ito Santo anima e sustenta a vitalidade da I greja em sua dupla dimenso fundam ental de com unho e m isso. Ele suscita, or ienta e assiste os grandes acontecimentos eclesiais como o Conclio Ecumnico, os Snodos Episcopais, as Conferncias dos Bispos e de out ros mem bros do Povo de Deus, as Assem blias Diocesanas e out ras... Ele sustenta tambm toda a grande obra m issionria no m undo.

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    o mesmo Espr ito que faz brotar sempre novas iniciat ivas no seio do Povo de Deus. Ent re os vrios m ovimentos de renovao espir itual e pastoral do tempo ps-conciliar, surgiu a RCC que tem t razido novo dinamismo e entusiasmo para a vida de muitos cr istos e com unidades. 3. Como Bispos, procuramos estar sempre atentos ao do Espr ito, ajudando os cr istos a valor iz- la. Freqentem ente enfat izam os algum aspecto determ inado da vida da I greja que necessita de especial est mulo ou cuidado. assim que neste ano tem os incent ivado nossas comunidades para a celebrao do Ano Missionrio. Recentem ente reflet imos tambm com as CEBs ajudando-as a prosseguirem fiis em seu cam inho. Nossa m isso nos leva tambm a ajudar a discernir as verdadeiras moes do Espr ito, incent ivando tudo aquilo que cont r ibui para o crescimento da I greja e a realizao da sua m isso. Em tudo, a busca da fidelidade deve ser constante, busca realizada na hum ildade e em espr ito de comunho. 4. As or ientaes fundamentais que aqui propomos para a RCC so vlidas e necessrias tambm para todas as comunidades em geral e para os demais movimentos e organism os de I greja. Todos devem os aprofundar nossa vivncia eclesial, valor izando os novos cam inhos que o Espr ito suscita e evitando deturpaes e at itudes parciais que dificultam a comunho eclesial. 5. Nossa reflexo parte de uma m editao sobre o Espr ito Santo no m istr io e na vida da I greja, e se desdobra a seguir com orientaes pastorais sobre a I greja Part icular, a Leitura e I nterpretao da Bblia, a Liturgia, e as Dim enses da F. Finalizam os com algumas indicaes de ordem mais prt ica e concreta. 6. Este texto oferecido aos mem bros da RCC para ser reflet ido e aprofundado. Ele quer ser ponto de referncia para um dilogo constante dos pastores com os fiis nos vrios nveis da vida de I greja. I . O ESP RI TO SANTO NO MI STRI O E NA VI DA DA I GREJA

    7. O Mistrio da I greja surge na histria pela m isso do Filho de Deus e do Espr ito Santo. Enviado pelo Pai, o Verbo Divino assum e a natureza humana para instaurar o Reino de Deus na terra e inst ituir a I greja a seu servio, como germe e princpio desse Reino (cf. LG, 5b) 1 . Enviado pelo Pai e pelo Filho, o Espr ito Santo vivifica a I greja e a faz crescer com o Corpo Mst ico de Cristo (LG, 8)2 . 8. Estando para consum ar a obra que o Pai lhe confiara, Jesus promete o envio do Espr ito Santo que cont inua e aprofunda a prpria m isso de Cristo (cf. Jo 14,17.26) 3 . Ele no falar por si mesmo, mas ensinar e recordar aos discpulos tudo o que Jesus lhes disse (cf. Jo 14,26) 4 . Ele glor ificar Jesus porque receber o que de Jesus e o com unicar (cf. Jo 16,14) 5 . 9. Em Pentecostes, pela fora do Espr ito Santo, os apstolos se tornam testemunhas da Ressurreio (cf. At 1,8; 5,32) 6 e a I greja-comunho inicia a sua m isso, espalhando-se pelo m undo com dons e carism as diferentes. Jesus cont inua sua m isso evangelizadora pela ao do Espr ito Santo, o agente principal da evangelizao, at ravs de sua I greja (CNBB, Doc. 45, 255) 7 . O Espr ito Santo, protagonista de toda m isso eclesial (RMi, 21) 8 leva a I greja a evangelizar com renovado ardor m issionrio . 10. O Espr ito Santo o intercessor que nos int roduz na vida da Trindade, para a realizao do projeto de Deus, na adoo filial, na glor if icao dos filhos de Deus e da prpria cr iao (cf. Rm 8,19-27) 9 . Faz de cada cr isto um a testemunha (cf. At 1,8 e 5,32) 1 0 , gera dinam ismo inter ior nos apstolos, tornando-os os pr imeiros evangelizadores na expanso m issionria da I greja, realiza a unidade ent re os que crem para que sejam um s corao e uma s alma (At 4,32) 1 1 , e para permanecerem unidos na dout r ina dos apstolos, na com unho fraterna, na frao do po e nas oraes (At 2,42) 1 2 . Habitando em ns (cf. Rm 8,9) 1 3 , faz m orrer as obras do pecado

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    (cf. Rm 8,12) 1 4 . Ele com unica a verdadeira paz, que com unho na vida feliz de Deus. Aquele que vem em auxlio de nossa fraqueza porque nem sabem os o que convm pedir (Rm 8,26) 1 5 . 11. O cristo, pela graa bat ismal, int roduzido na int im idade da vida t r initr ia, part ilhando da sua r iqueza na comunidade eclesial. A plena comunho da Trindade m anifesta-se na Com unidade- I greja e oferece vida nova (cf. 2Pd 1,4; Ef 4,24; Cl 3,10) 1 6 de relacionamento de filhos com o Pai (Gl 4,6) 1 7 . 12. Quem se deixa conduzir pelo Espr ito Santo faz de sua vida um testem unho de Jesus Bom Pastor (cf. Jo 10,10) 1 8 . No poder, portanto, ret irar-se dos problem as e ambigidades da convivncia humana, mas buscar const ruir fraternidade. No so os que dizem Senhor, Senhor que ent raro no Reino de Deus, m as os que fazem a vontade de m eu Pai que est nos cus (Mt 7,21)1 9 . 13. O Espr ito ensina, sant ifica e conduz o Povo de Deus at ravs da pregao e acolhida da Palavra, da celebrao dos sacram entos e da orientao dos pastores. Dist r ibui tambm graas ou dons especiais a cada um como lhe apraz (1Cor 12,11) 2 0 , sem pre para a ut ilidade comum . Por essas graas, Ele os torna aptos e prontos a tomarem sobre si os vrios t rabalhos e ofcios, que cont r ibuem para a renovao e m aior increm ento da I greja (cf. 1Cor 12,2; LG 12b)2 1 . 14. O Espr ito Santo dist r ibui seus dons aos fiis, de tal form a que ningum possui todos eles, com o ningum est totalmente privado deles (cf. 1Cor 12,4ss) 2 2 . Esses dons so sempre para o servio da comunidade (cf. 1Cor 14) 2 3 . No a experincia dos carismas que exprime a perfeio da salvao, mas a caridade que deve perpassar toda a vida do cr isto (cf. Mc 12, 28-31; 1Cor 13) 2 4 . Procur- la o pr imeiro e melhor cam inho para a edificao do Corpo de Cristo que a I greja (cf. 1Cor 12,31-13,13; LG, 42; AA, 3)2 5 . 15. Hoje ele cont inua renovando a I greja at ravs de m lt iplas e novas expresses de f e coerncia cr ist. Podem os enumerar com o frutos do Espr ito os novos sujeitos da evangelizao; a expanso e vitalidade das CEBs; m ovimentos de renovao espir itual e pastoral; a prpria RCC; o engajamento de leigos na t ransformao da sociedade; a leitura da Bblia luz das situaes vividas na comunidade; a liturgia mais part icipada com a r iqueza de seus r itos e simbologia; a busca de evangelizao inculturada; a fidelidade de muitos na vida cot idiana; as lutas do povo para a implantao dos direitos humanos; a prt ica da just ia e da promoo social (cf. CNBB, Doc. 45, 301-302)2 6 . I I . ORI ENTAES PASTORAI S A) A I greja Part icular 16. O Conclio Vat icano I I ensina que a I greja Part icular um a poro do Povo de Deus, confiada a um bispo para que a pastoreie com a cooperao do presbitr io e dos diconos. Nela verdadeiramente reside e opera a Una, Santa, Catlica e Apostlica I greja de Cristo (cf. CD, 11) 2 7 . 17. Conforme o prpr io Conclio Vat icano I I , a comunidade eclesial edificada pelo Espr ito Santo, mediante o anncio da Palavra (Evangelho) , a celebrao da Eucarist ia e dos out ros sacram entos, a vida de com unho do Povo de Deus com seus carism as e m inistr ios, ent re os quais sobressai o m inistr io episcopal-presbiteral-diaconal, que tem a responsabilidade de garant ir os laos que unem a com unidade de hoje com a I greja apostlica e com o projeto m issionrio, evangelizador, que lhe confiado at o fim dos tem pos (CNBB, Doc. 45, 196)2 8 . 18. A liberdade associat iva dos fiis reconhecida e garant ida pelo Direito Cannico e deve ser exercida na comunho eclesial. O Papa Joo Paulo I I , na sua Exortao Apostlica Christ ifideles Laici (n. 30) 2 9 , aponta critr ios fundamentais para o

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    discernimento de toda e qualquer associao dos fiis leigos na I greja, que podem ser aplicados a todos os grupos eclesiais: o primado dado vocao de cada cr isto sant idade, favorecendo e encorajando uma unidade nt ima ent re a vida prt ica dos membros e a prpria f (AA, 19)3 0 ; a responsabilidade em professar a f catlica, no seu contedo integral, acolhendo e professando a verdade sobre Cristo, sobre a I greja e sobre a pessoa humana; o testemunho de uma comunho slida com o papa e com o bispo, e na est ima recproca de todas as formas de apostolado da I greja (AA, 23)3 1 ; a conform idade e a part icipao na finalidade apostlica da I greja, que a evangelizao e sant ificao dos hom ens... de m odo a perm ear de espr ito evanglico as vrias com unidades e os vrios ambientes (cf. AA, 20) 3 2 ; o empenho de uma presena na sociedade humana a servio da dignidade integral da pessoa humana, mediante a part icipao e solidariedade, para const ruir condies mais justas e fraternas no seio da sociedade. 19. Reconhecendo-se a presena da RCC em muitas Dioceses e tambm a cont r ibuio que tem t razido I greja no Brasil, preciso estabelecer o dilogo fraterno no seio da com unidade eclesial, apoiando o sadio pluralismo, acolhendo a diversidade de carismas e corr igindo o que for necessrio. 20. Nenhum grupo na I greja deve subest im ar out ros grupos diferentes, julgando-se ser o nico autent icam ente cr isto. 21. A RCC assuma com fidelidade as diret r izes e or ientaes pastorais da CNBB. A Coordenao Nacional da RCC ter um bispo designado pela CNBB, com o seu Assistente Espir itual, que lhe dar acompanhamento e ajudar nas questes de carter nacional, zelando pela reta aplicao destas orientaes pastorais, sem prejuzo da autoridade de cada bispo diocesano. 22. A RCC assuma tambm as opes, diret r izes e orientaes da I greja Part icular onde se faz presente, evitando qualquer paralelismo e integrando-se na pastoral orgnica. 23. Os Bispos e os procos procurem dar acom panham ento RCC diretam ente ou at ravs de pessoas capacitadas para isso. Por sua vez, a RCC aceite as orientaes e colabore com as pessoas encarregadas desse acom panham ento. 24. Os m em bros da RCC part icipem dos Encontros, Cursos, Crculos Bblicos e out ras at ividades pastorais e de formao promovidos pelas I grejas Part iculares, bem com o dos momentos fortes que marcam a vida eclesial, tais como Campanha da Fraternidade, Ms da Bblia, Ms Missionrio, Preparao de Natal e out ros. 25. Deve-se tam bm reconhecer a legit im idade de encont ros e reunies especficos da RCC, nos quais seus m em bros buscam aprofundar sua espir itualidade e mtodos prprios, dent ro da dout r ina da f e da grande comunho da I greja Catlica. 26. As Equipes de coordenao da RCC, integradas s diversas instncias pastorais da I greja Part icular, visem uma comunho plena com as Comunidades, Associaes, Pastorais Especficas, Servios e Organismos existentes na Diocese, respeitando-os, valor izando-os, reconhecendo-os e colaborando com elas na busca de uma autnt ica art iculao pastoral (cf. CNBB, Doc. 45, 295-296)3 3 . 27. Os Grupos de Orao alim entem o espr ito de comunho eclesial, busquem o crescim ento na f e a perseverana de seus part icipantes levando-os a um efet ivo com prom isso na evangelizao engajando-se na Comunidade, Parquia e Diocese. 28. As tarefas de coordenao, animao de grupos e de evangelizao sejam confiadas a pessoas adequadamente preparadas e de comprovada vivncia cr ist.

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    29. Evite-se na RCC a ut ilizao de termos j consagrados na linguagem com um da I greja e que na RCC assumem significado diferente, tais com o pastor, pastoreio, m inistr io, evangelizador e out ros. 30. O programa recentemente lanado pela RCC no Brasil, int itulado Ofensiva Nacional , assuma o Objet ivo e as Diret r izes Gerais da Ao Pastoral da I greja no Brasil. Seus projetos s podero ser implantados em sintonia com os organismos pastorais da Diocese. 31. Os convites a pessoas de out ras Dioceses para conferncias, palest ras, sem inrios e out ros eventos, sejam feitos com a devida anuncia do bispo diocesano ou de quem for por ele indicado. 32. Os manuais de orao, livros de estudos bblicos e de formao dout r inal, dada sua im portncia pastoral, tenham aprovao eclesist ica. B) Leitura e I nterpretao da Bblia

    33. A Palavra de Deus a prpria presena do Deus que fala: Escrutai as Escrituras... elas do testemunho de m im (Jo 5,39) 3 4 . Cristo, Evangelho vivo do Pai, no s o cent ro da Bblia, mas tambm seu intrprete (cf. Lc 24,13-35) 3 5 . A I greja venera as divinas Escrituras com o o prprio Corpo do Senhor (DV, 21) 3 6 . E no apenas t ransm ite a Palavra de Deus, m as tam bm a interpreta (cf. I nterpretao da Bblia na I greja, Pont ifcia Com isso Bblica, 127) 3 7 . 34. A Bblia manifesta o Plano salvfico de Deus de modo unitr io. Por isso, no se podem ut ilizar textos ou palavras, sem referncia ao contexto e ao conjunto da Bblia ( cf. idem , 142) 3 8 . 35. Para no prejudicar um a reta leitura da Bblia, preciso estar atentos para no cair, ent re out ros, nos seguintes perigos: 1 O fundamentalismo, que fixar-se apenas no que as palavras dizem materialmente sem respeitar o contexto nem a cont r ibuio das cincias bblicas; 2 O int im ismo, que interpretar a Bblia de modo subjet ivo, e at mgico, fazendo o texto dizer o que no era inteno dos autores sagrados. Sobre isso, sigam-se as orientaes do Magistr io, especialm ente o recente docum ento da Pont ifcia Com isso Bblica sobre a interpretao da Bblia na I greja. 36. urgente a form ao dout r inal de todos os fiis, seja para o natural dinam ismo da f, seja para ilum inar com critr ios evanglicos os graves e complexos problemas do m undo contem porneo (ChL, 60) 3 9 . D-se especial importncia formao bblica, que oferea slidos princpios de interpretao. 37. Est imule-se a prt ica da leitura orante da Bblia (= lect io div ina) , fazendo dela fonte e inspirao de nosso encont ro com Deus e com os irm os.

    C) Liturgia

    38. Na Liturgia, especialm ente na Eucarist ia, celebra-se a realidade fundamental da Pscoa: morte e ressurreio de Jesus Cristo, m orte e ressurreio do bat izado com Cristo. Na ao litrgica, devem encont rar espao todas as realidades da vida cot idiana do cr isto, pois com todos os aspectos da sua pessoa que ele tem de passar deste mundo ao Pai. Ao part icipar na celebrao, o cr isto ter presente suas aspiraes, alegr ias, sofr im entos, projetos, bem como os de todos os seus irm os. E colocar todas estas intenes na orao que sua comunidade, com toda a I greja, dir ige ao Pai, com Cristo Salvador, na unidade do Espr ito Santo (Joo Paulo I I , Diret r izes aos Bispos do Brasil, Loyola, 1991, p.44) 4 0 . 39. A dimenso litrgica exprime, pois, o carter celebrat ivo da I greja. Const itui, na terra, a expresso mais significat iva da comunho eclesial. Na Liturgia, o Povo de Deus

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    encont ra seu m aior m om ento de festa e de com unho eclesial (CNBB, Doc. 45, 92) 4 1 . Por isso, seja dada especial ateno formao litrgica de todos os membros da RCC para m aior com preenso e vivncia do m istrio e de sua expresso sim blico- r itual e m inister ial, visando uma autnt ica prt ica celebrat iva, que leve em conta o espao e o tempo litrgico. 40. Nas celebraes, observe-se a legislao litrgica que, embora estabelea normas precisas para certos momentos, abre amplo espao para a cr iat ividade. No se int roduzam elementos est ranhos t radio litrgica da I greja ou que estejam em desacordo com o que estabelece o Magistrio ou aquilo que exigido pela prpria ndole da celebrao. 41. Na celebrao da Missa, no se deve salientar de modo inadequado as palavras da I nst ituio, nem se interrompa a Orao Eucarst ica para momentos de louvor a Cristo presente na Eucarist ia com aplausos, vivas, procisses, hinos de louvor eucarst ico e out ras manifestaes que exaltem de tal m aneira o sent ido da presena real que acabem esvaziando as vrias dimenses da celebrao eucarst ica. 42. Os cantos e os gestos sejam adequados ao momento celebrat ivo e de acordo com os cr itr ios exigidos para a celebrao litrgica. So preciosas e oportunas as orientaes do documento n. 43 da CNBB sobre Anim ao da vida litrgica no Brasil. Procure-se dist inguir cantos para uso litrgico e cantos para encont ros. Valorizem-se os Hinrios Litrgicos publicados pela CNBB, os Livros de Cantos das I grejas Part iculares e out ros Hinrios difundidos ent re o povo. 43. A Celebrao Eucarst ica, a dist r ibuio da Sagrada Com unho fora da Missa e o Culto Eucarst ico realizem-se dent ro das normas litrgicas, as diret r izes da CNBB e as orientaes do bispo diocesano. 44. Cuide-se para que no haja coincidncia de reunies de grupos ou out ras iniciat ivas da RCC com a celebrao da Santa Missa ou out ras celebraes da com unidade eclesial.

    D) Dim enses da vivncia da F 45. Pela vivncia do m istrio de Cristo na vida cot idiana, o Povo de Deus aprofunda constantem ente o sent ido da f (CNBB, Doc. 45, 86) 4 2 . A prpria dinm ica da f comporta tanto a dimenso pessoal e subjet iva, como a com unitr ia. A f nasce do anncio e cada comunidade eclesial consolida-se e vive da resposta pessoal de cada fiel a esse anncio (RMi, 44)4 3 . 46. A experincia religioso-crist no se realiza em mera experincia subjet iva, m as no encont ro com a Palavra de Deus confiada ao Magistr io e Tradio da I greja, nos sacram entos e na com unho eclesial (CNBB, Doc. 45, 175) 4 4 . I sso faz parte do desgnio de Deus a quem aprouve chamar os homens a part icipar da sua prpria vida, no um a um , m as const itudos com o povo, no qual seus filhos dispersos fossem reconduzidos unidade (AG 2) 4 5 . 47. A f no pode ser reduzida a um a busca de sat isfao de exigncias nt imas e de resposta s necessidades imediatas. Nem se pode propor a f cr ist sem a dimenso da cruz, inerente ao seguim ento de Jesus Cristo (cf. Lc 14, 25-35) 4 6 , cam inho para a vida plena na ressurreio. 48. fundamental para a realizao da vida cr ist e da ao pastoral o sent ido comunitr io da f. A formao de pessoas e de comunidades vivas e m aduras na f resposta aos desafios da Nova Evangelizao e da ao m issionria. A m isso nasce da f em Jesus Cristo e fort if ica-se quando part ilhada (cf. RMi, 4 e 2) 4 7 . 49. A espir itualidade cr ist integra o social e o espir itual, o humano e o religioso. No est, porm , isenta das ambigidades e m esmo distores que podem caracterizar as

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    reaes do psiquismo humano, seja indiv idual, seja grupal. Por isso, evite-se alimentar um clima de exaltao da emoo e do sent imento, que enfat iza apenas a dim enso subjet iva da experincia da f. 50. Para expandir o projeto de Deus, o cr isto deve com prom eter-se com a cr iao de uma sociedade justa e solidria, elim inando o pecado como gerador de diviso com Deus e os irm os. A dimenso social da f, luz da Dout r ina Social da I greja, requer a luta para debelar as est ruturas de pecado: pessoal, com unitr io, social e est rutural, e assim estabelecer o Reino de Cristo e de Deus (cf. LG, 5) 4 8 . Recomenda-se, pois, que membros dos grupos de orao sejam animados a assum ir projetos de promoo humana e social, especialmente dos pobres e marginalizados. 51. A evanglica opo preferencial pelos pobres um dom do Espr ito Santo I greja, que tambm concedido, como carisma especial, a alguns grupos de cristos leigos, a certas fam lias religiosas e a muitos fiis. Segundo a recomendao do apstolo: aspirai aos carism as m elhores (1Cor 12,31)4 9 , a vivncia da opo pelos pobres deve ser desejada e implorada por todos como carisma precioso, a ser vivido em nossos dias, com o sinal da presena do Reino. 52. A falta de coerncia ent re a f que se professa e a v ida cot idiana uma das vrias causas que geram pobreza em nosso Pas. Os cr istos nem sempre souberam encont rar na f a fora necessria para penet rar os cr itr ios e as decises dos setores responsveis pela organizao social, econm ica e polt ica de nosso povo (cf. DSD 161) 5 0 . E) Questes Part iculares 53. Alguns temas necessitam de maior aprofundamento teolgico, dilogo eclesial e or ientao pastoral, tais como: Bat ismo no Espr ito Santo, dons e carism as, dom da cura, orar e falar em lnguas, profecia, repouso no Espr ito, poder do mal e exorcismo. 54. A palavra Bat ismo significa t radicionalm ente o sacramento da iniciao cr ist. Por isso, ser melhor evitar o uso da expresso Bat ism o no Espr ito , am bgua, por sugerir uma espcie de sacramento. Podero ser usados termos como efuso do Espr ito Santo , derramamento do Espr ito Santo . Do mesmo modo, no se ut ilize o termo confirm ao para no confundir com o sacramento da Crisma (cf. Com isso Episcopal de Dout r ina, Comunicado Mensal, Dez. de 1993, 2217)5 1 . 55. Dons e Carism as: O grande dom, que deve ser por todos desejado, o da caridade: Aspirai aos dons mais altos. Alis, passo a indicar-vos um cam inho que ult rapassa a todos... (1Cor 12,31-13,13) 5 2 . A caridade o primeiro dom e o mais necessrio, pelo qual amamos a Deus acima de tudo e o prximo por causa dele (LG, 42) 5 3 . 56. O Espr ito Santo unifica a I greja na com unho e no m inistr io. Dota-a e dir ige-a mediante os diversos dons hierrquicos e carismt icos (LG, 4) 5 4 . O Espr ito opera pelas mlt iplas graas especiais, chamadas de carismas, at ravs das quais torna os fiis aptos e prontos a tom arem sobre si os vrios t rabalhos e ofcios que cont r ibuem para a renovao e maior incremento da I greja (Catecismo da I greja Catlica, 798) 5 5 . Os carism as devem ser recebidos com grat ido e consolao. E no devem ser temerariamente pedidos nem se ter a presuno de possu- los (cf. LG, 12)5 6 . 57. Haja muito discernimento na ident ificao de carism as e dons ext raordinrios. Diante das pessoas que ter iam carismas especiais, o juzo sobre sua autent icidade e seu ordenado exerccio com pete aos pastores da I greja. A eles, em especial, cabe no ext inguir o Espr ito, m as provar as coisas para ficar com o que bom (cf. 1Ts 5,12.19.21) 5 7 . Assim , tambm no que se refere aos carism as, a RCC se atenha r igorosamente s orientaes do Bispo diocesano.

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    58. Dom da cura: O Senhor d a algumas pessoas um carisma especial de cura, para manifestar a fora da graa do Ressuscitado. No entanto, as oraes mais intensas no conseguem obter a cura de todas as doenas. So Paulo aprende do Senhor que basta m inha graa, pois na fraqueza que m inha fora manifesta todo seu poder (2Cor 12,9) 5 8 , e que os sofr im entos que tem os que superar podem ter como sent ido completar na m inha carne o que falta s t r ibulaes de Cristo pelo seu corpo, que a I greja (Cl 1,24) 5 9 . 59. Ao im plorar a cura, nos encont ros da RCC ou em out ras celebraes, no se adote qualquer at itude que possa resvalar para um espr ito m ilagreiro e mgico, est ranho prt ica da I greja Catlica (cf. Eclo 38,11-12)6 0 . 60. Nas celebraes com doentes, no se usem gestos que do a falsa impresso de um gesto sacramental colet ivo ou que uma espcie de fluido espir itual viesse a operar curas. 61. O leo dos Enfermos no deve ser usado fora da celebrao do Sacramento. Para no cr iar confuso na m ente dos fiis, quem no sacerdote no faa uso do leo em bno de doentes, m as use apenas o Ritual de Bnos oficial da I greja. 62. Orar e fa lar em lnguas: O dest inatrio da orao em lnguas o prprio Deus, por ser uma at itude da pessoa absorvida em conversa part icular com Deus. E o dest inatr io do falar em lnguas a comunidade. O apstolo Paulo ensina: Numa assemblia prefiro dizer cinco palavras com a m inha inteligncia para inst ruir tambm aos out ros, a dizer dez m il palavras em lnguas (1Cor 14,19) 6 1 . Como difcil discernir, na prt ica, ent re inspirao do Espr ito Santo e os apelos do animador do grupo reunido, no se incent ive a cham ada orao em lnguas e nunca se fale em lnguas sem que haja intrprete. 63. Dom da profecia: Na Bblia, profeta o que fala em nom e de Deus. Significa, pois, um evangelizador. a com unicao de assuntos espir ituais aos part icipantes de reunies com unitr ias, aos quais se dir igem palavras de exortao e encorajamento. Aquele que profet iza, fala aos homens: edifica, consola, exorta (1Cor 14,3) 6 2 . um dom para o bem da comunidade e no tem em vista adivinhaes futuras. 64. Haja grande discernimento quanto ao dom da profecia, elim inando qualquer dependncia mgica e at superst iciosa. 65. Em Assem blias, grupos de orao, ret iros e out ras reunies evite-se a prt ica do assim cham ado repouso no Espr ito . Essa prt ica exige maior aprofundamento, estudo e discernim ento. 66. Poder do m al e exorcism o: Cristo venceu o dem nio e todo o espr ito do m al. Nem tudo se pode at r ibuir ao demnio, esquecendo-se o jogo das causas segundas e out ros fatores psicolgicos e at patolgicos. 67. Quanto ao poder do m al , no se exagere a sua importncia. E no se presuma ter o poder de expulsar demnios. O exorcismo s pode ser exercido de acordo com o que estabelece o Cdigo de Direito Cannico (Cn. 1172) 6 3 . Por isso, seja afastada a prt ica, onde houver, do exorcism o exercido por conta prpria. 68. Procure-se, ainda, form ar adequadam ente as lideranas e os m em bros da RCC para superar uma preocupao exagerada com o demnio, que cr ia ou refora uma mentalidade feit ichista, infelizmente presente em muitos ambientes. CONCLUSO 69. As orientaes aqui oferecidas so expresso da solicitude pastoral com que o episcopado brasileiro acompanha a RCC e seu carisma prprio dent ro do legt im o

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    pluralismo, mas tambm most rando sua preocupao com desvios ocorr idos, que so prejudiciais para a RCC e para toda a I greja. 70. Seja este um ponto de part ida para uma nova e mais fecunda etapa em que a RCC h de buscar sua maior integrao nas I grejas Part iculares, em conform idade com as Diret r izes Gerais da Ao Pastoral da I greja no Brasil. 71. Pedimos a Deus que abenoe os membros da RCC e a todos que se em penham , nos dias de hoje, com humildade e confiana a viver a vocao sant idade e o comprom isso m issionr io. Maria, Me da I greja, interceda para que todos, no seguim ento de Jesus Cristo, aspirando aos diversos dons do Espr ito, procurem sempre o am or que permanece (1Cor 14,1) 6 4 . _________________________________ Nota:1 cf. LG, 5 b : Depois de m orrer na cruz, por todos os seres humanos, Jesus ressuscitou, aparecendo como Senhor, Cr isto e sacerdote para sempre (cf. At 2, 36; cf. Hb 5, 6; 7, 17-21) . Derramou ento nos seus discpulos o Espr ito prom et ido pelo Pai (cf. At 2, 33) . A I greja foi assim enriquecida pelos dons do seu fundador. Procurando observar fielm ente seus preceitos de caridade, hum ildade e abnegao, recebe a m isso de anunciar e de prom over o reino de Cristo e de Deus junto a todos os povos. Const itui pois, a I greja, o germe e o incio do reino na terra. Enquanto vai crescendo, aspira de todo corao pela consum ao do reino e deseja, com todas as sua foras, unir-se a seu rei na glr ia . Nota:2 cf. LG, 8 : Mediador nico, Cristo const ituiu sua santa I greja, com unidade de f, esperana e caridade com o realidade visvel na terra, de que garante a cont inuidade, para a todos levar a verdade e a graa. Sociedade hierarquicam ente est ruturada e corpo m st ico de Cr isto, grupo visvel de pessoas e com unidade invisvel, I greja terrest re, m as ao m esmo tem po cum ulada de bens celest iais, no pode ser considerada duas coisas, m as uma nica realidade com plexa, com posta de dois elementos, o humano e o divino. Com para-se pois, em profundidade, com o m istr io do Verbo encarnado. Assim com o a natureza hum ana, assum ida pelo Verbo div ino qual inst rum ento v ivo da salvao, o serve, estando- lhe int im am ente unida, a realidade social da I greja est a servio do Espr ito de Cristo, que a anim a, em vista do crescim ento do corpo (cf. Ef 4, 16) . Assim a nica I greja de Cristo, que professam os no Credo ser una, santa, catlica e apostlica. Cristo ressuscitado a ent regou aos cuidados de Pedro (cf. Jo 21, 17) , confiou-a a ele e aos dem ais apstolos, para ser difundida e governada (cf. Mt 28, 18ss) e a estabeleceu para sem pre com o alicerce e coluna da verdade (cf. 1Tm 3, 15) . Const ituda e estabelecida assim como sociedade, neste mundo, a I greja subsiste na I greja Catlica, governada pelo sucessor de Pedro e pelos bispos, em com unho com ele. Todavia, fora de sua realidade visvel, encont ram -se m uitos elementos de sant idade e de verdade. So r iquezas autnt icas da I greja de Cristo. Verdadeiros apelos unidade catlica. Ora, assim com o Cristo realizou a obra da redeno na pobreza e na perseguio, a I greja tam bm chamada a t r ilhar o m esm o cam inho, para com unicar aos hom ens os frutos da salvao. Cristo, que exist ia na condio divina, aniquilou-se, assum indo a condio de servo (Fl 2, 6-7) , por nossa causa se tornou pobre, em bora fosse r ico (2Cor 8, 9) . Assim tam bm a I greja, apesar dos recursos necessrios ao cum prim ento de sua m isso, no cresce em funo do sucesso, m as da hum ildade e da abnegao que venha a proclam ar, inclusive pelo exem plo. Cristo foi enviado pelo Pai para evangelizar os pobres e aliv iar os coraes fer idos (Lc 4, 18) , buscar e salvar os que se haviam perdido (Lc 19, 10) . Da mesma forma, a I greja envolve com am or todos os que sofrem . Reconhece nos pobres e nos desvalidos a im agem de seu fundador, pobre e sofredor, em penha-se em com bater a pobreza e se coloca a servio dos pobres, com o a servio de Cristo. Santo, inocente e imaculado (Hb 7, 26) , Cristo jamais pecou (cf. 2Cor 5, 21) . Veio se oferecer unicam ente pelos pecados dos out ros (cf. Hb 2, 17) . A I greja, porm , tendo em seu seio pecadores, ao m esm o tem po santa e est em constante purificao, no deixando jam ais de fazer penitncia e de buscar sua prpria renovao. A I greja cam inha ent re as perseguies do m undo e as consolaes de Deus anunciando a cruz e a m orte do Senhor at que ele venha (cf. 1Cor 11, 26) . Manifestar-se- ento em plena luz a fora do Senhor ressuscitado que a sustenta e a faz superar com pacincia e amor todas as aflies e dif iculdades internas ou externas. Assim , a I greja revela f ielm ente ao m undo o m istr io de Cr isto, embora de maneira velada . Nota:3 cf. Jo 1 4 ,1 7 .2 6 : Ele o Espr ito da Verdade, que o m undo no pode acolher, porque no o v, nem o conhece. Vocs o conhecem , porque ele m ora com vocs, e estar com vocs. ( .. .) Mas o Advogado, o Espr ito Santo, que o Pai vai enviar em meu nome, ele ensinar a vocs todas as coisas e far vocs lem brarem tudo o que eu lhes disse . Nota:4 cf. Jo 1 4 ,2 6 : Mas o Advogado, o Espr ito Santo, que o Pai vai enviar em m eu nom e, ele ensinar a vocs todas as coisas e far vocs lem brarem tudo o que eu lhes disse . Nota:5 cf. Jo 1 6 ,1 4 : O Espr ito da Verdade m anifestar a m inha glr ia, porque ele vai receber daquilo que m eu, e o interpretar para vocs . Nota:6

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    cf. At 1 ,8 : Mas o Espr ito Santo descer sobre vocs, e dele recebero fora para serem as m inhas testemunhas em Jerusalm , em toda a Judia e Sam aria, e at os ext remos da terra . cf. At 5 ,3 2 : E ns somos testemunhas dessas coisas, ns e o Espr ito Santo, que Deus concedeu queles que lhe obedecem . Nota:7 cf. CNBB, Doc. 45, 255: Jesus Cristo cont inua sua m isso evangelizadora pela ao do Espr ito Santo, o agente pr incipal da Evangelizao, at ravs de sua I greja . Nota:8 cf. RMi, 2 1 : No pice da m isso m essinica de Jesus, o Espr ito Santo aparece-nos, no Mistr io pascal, em toda a sua subjet iv idade div ina, com o aquele que deve cont inuar, agora, a obra salvfica, radicada no sacrifcio da cruz. Esta obra, sem dvida, foi confiada aos hom ens: aos apstolos e I greja. No entanto, nestes hom ens e por m eio deles, o Espr ito Santo permanece o sujeito protagonista t ranscendente da realizao dessa obra, no espr ito do hom em e na histr ia do m undo. Verdadeiram ente, o Espr ito Santo o protagonista de toda a m isso eclesial: sua obra br ilha esplendorosam ente na m isso ad gentes, com o se v na I greja pr im it iva, pela converso de Cornlio (cf. At 10) , pelas decises acerca dos problem as surgidos (cf. At 15) e pela escolha dos terr itr ios e povos (cf. At 16,6s) . O Espr ito Santo age por meio dos apstolos, mas, ao m esm o tem po, opera nos ouvintes: por sua ao a Boa-Nova ganha corpo nas conscincias e nos coraes hum anos, expandindo-se na histr ia. Em tudo isso, o Espr ito Santo que d a vida . Nota:9 cf. Rm 8 ,1 9 - 2 7 : A prpria cr iao espera com impacincia a m anifestao dos filhos de Deus. Ent regue ao poder do nada no por sua prpria vontade, m as por vontade daquele que a submeteu , a cr iao abriga a esperana, pois ela tam bm ser liberta da escravido da corrupo, para part icipar da liberdade e da glr ia dos filhos de Deus. Sabem os que a cr iao toda gem e e sofre dores de parto at agora. E no som ente ela, m as tam bm ns, que possum os os prim eiros frutos do Espr ito, gem em os no nt im o, esperando a adoo, a libertao para o nosso corpo. Na esperana, ns j fom os salvos. Ver o que se espera j no esperar: com o se pode esperar o que j se v? Mas, se esperam os o que no vem os, na perseverana que o aguardam os. Do m esm o m odo, tam bm o Espr ito vem em auxlio da nossa fraqueza, pois nem sabem os o que convm pedir ; m as o prprio Espr ito intercede por ns com gem idos inefveis. E aquele que sonda os coraes sabe quais so os desejos do Espr ito, pois o Espr ito intercede pelos cr istos de acordo com a vontade de Deus . Nota:1 0 cf. At 1 ,8 : Mas o Espr ito Santo descer sobre vocs, e dele recebero fora para serem as m inhas testemunhas em Jerusalm , em toda a Judia e Sam aria, e at os ext remos da terra . cf. At 5 ,3 2 : E ns somos testemunhas dessas coisas, ns e o Espr ito Santo, que Deus concedeu queles que lhe obedecem . Nota:1 1 cf. At 4 ,3 2 : A mult ido dos fiis era um s corao e um a s alm a. Ningum considerava propriedade part icular as coisas que possua, m as tudo era posto em com um ent re eles . Nota:1 2 cf. At 2 ,4 2 : Eram perseverantes em ouvir o ensinam ento dos apstolos, na com unho fraterna, no part ir do po e nas oraes . Nota:1 3 cf. Rm 8 ,9 : Uma vez que o Espr ito de Deus habita em vocs, vocs j no esto sob o domnio dos inst intos egostas, m as sob o Espr ito, pois quem no tem o Espr ito de Cristo no pertence a ele . Nota:1 4 cf. Rm 8 ,1 2 : Portanto, irm os, ns som os devedores, m as no dos inst intos egostas para vivermos de acordo com eles . Nota:1 5 cf. Rm 8 ,2 6 : Do m esm o m odo, tam bm o Espr ito vem em auxlio da nossa fraqueza, pois nem sabem os o que convm pedir ; m as o prprio Espr ito intercede por ns com gem idos inefveis . Nota:1 6 cf. 2 Pd 1 ,4 : Por m eio delas que ele nos deu os bens ext raordinr ios e preciosos que t inham sido promet idos, e com esses vocs se tornassem part icipantes da natureza divina, depois de escaparem da corrupo que o egosm o provoca neste m undo . cf. Ef 4 ,2 4 : e se revistam do homem novo, cr iado segundo Deus na just ia e na sant idade que vem da verdade . cf. Cl 3 ,1 0 : e se revest iram do hom em novo que, at ravs do conhecim ento, vai se renovando im agem do seu Cr iador . Nota:1 7 cf. Gl 4 ,6 : A prova de que vocs so filhos o fato de que Deus enviou aos nossos coraes o Espr ito do seu Filho que clam a: Abba, Pai! . Nota:1 8 cf. Jo 1 0 ,1 0 : O ladro s vem para roubar, m atar e dest ruir . Eu v im para que tenham vida, e a tenham em abundncia . Nota:1 9 Mt 7 ,2 1 : Nem todo aquele que m e diz Senhor, Senhor, ent rar no Reino do Cu. S ent rar aquele que pe em prt ica a vontade do m eu Pai, que est no cu . Nota:2 0 cf. 1 Cor 1 2 ,1 1 : Mas o nico e m esm o Espr ito quem realiza tudo isso, dist r ibuindo os seus dons a cada um , conform e ele quer . Nota:2 1 cf. 1 Cor 1 2 ,2 : Vocs sabem que, quando eram pagos, se sent iam irresist ivelmente arrastados para os dolos mudos .

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    cf. LG 1 2 b : O Espr ito Santo dist r ibui graas especiais aos fiis das m ais variadas condies, tornando-os aptos e dispostos a assum ir os t rabalhos e funes teis renovao e ao m aior desenvolvim ento da I greja, de acordo com o que est escrito: Cada um recebe o dom de m anifestar o Espr ito, para ut ilidade de todos (1Cor 12, 7) . Todos esses carism as, dos m ais ext raordinrios aos mais simples e mais difundidos devem ser acolhidos com ao de graas e sat isfao, pois correspondem s necessidades da I greja e lhe so teis. No se deve porm cobiar tem erar iam ente os dons ext raordinrios nem esperar deles, com presuno, frutos significat ivos nos t rabalhos apostlicos. A apreciao sobre os dons e seu exerccio ordenado no seio da I greja pertence aos que a presidem, que tm especial mandato de no abafar o Espr ito, m as tudo provar e reter o que bom (cf. 1Ts 5, 12.19-21) . Nota:2 2 cf. 1 Cor 1 2 ,4 ss: Existem dons diferentes, mas o Espr ito o m esm o; diferentes servios, m as o Senhor o m esm o; diferentes m odos de agir, m as o m esm o Deus que realiza tudo em todos . Nota:2 3 cf. 1 Cor 1 4 : Procurem o amor. Ent retanto, aspirem aos dons do Espr ito, pr incipalm ente profecia. Pois aquele que fala em lnguas no fala aos hom ens, m as a Deus. Ningum o entende, pois ele, em espr ito, diz coisas incompreensveis. Mas aquele que profet iza fala aos homens: edifica, exorta, consola. Aquele que fala em lnguas edifica a si mesm o, ao passo que aquele que profet iza edifica a assem blia. Eu desejo que vocs todos falem em lnguas, mas prefiro que profet izem . Aquele que profet iza m aior do que aquele que fala em lnguas, a m enos que este m esmo as interprete, para que a assem blia seja edif icada. Suponham , irm os, que eu v encont r- los falando em lnguas: com o serei t il, se m inha palavra no levar para vocs nem revelao, nem cincia, nem profecia, nem ensinam ento? O m esm o acontece com os inst rumentos musicais, com o a flauta ou a ctara: se no produzirem sons dist intos, com o reconhecer quem toca a f lauta ou quem toca a ctara? E se a t rombeta produzir um som confuso, quem se preparar para a guerra? Assim tambm vocs: se a sua linguagem no se exprime em palavras inteligveis, como se poder com preender o que vocs dizem ? Estaro falando ao vento. No m undo existem no sei quantas espcies de linguagem , e no existe nada sem linguagem . Ora, se eu no conheo a fora da linguagem , serei com o est rangeiro para aquele que fala, e aquele que fala ser um est rangeiro para m im . Assim tam bm vocs: j que aspiram aos dons do Espr ito, procurem t- los em abundncia para edificarem a I greja. Por isso, aquele que fala em lnguas deve rezar para que ele m esmo possa interpret- las. Se rezo em lnguas, o meu espr ito est em orao, mas a m inha inteligncia no colhe fruto nenhum. O que fazer ento? Rezarei com m eu espr ito, m as rezarei tam bm com a m inha inteligncia; cantarei com o meu espr ito, mas cantarei tam bm com a m inha inteligncia. De fato, se apenas com o seu espr ito que voc bendiz, com o poder o ouvinte no iniciado dizer Am m ao agradecim ento que voc faz, uma vez que ele no sabe o que voc est dizendo? A ao de graas que voc faz sem dvida valiosa, m as o out ro no se edifica. Agradeo a Deus por falar em lnguas m ais do que todos vocs. Num a assem blia, porm, prefiro dizer cinco palavras com a m inha inteligncia para inst ruir tam bm os out ros, a dizer dez m il palavras em lnguas. I rm os, no sejam com o cr ianas no m odo de julgar; sejam crianas quanto m alcia, m as quanto ao m odo de julgar sejam adultos. Est escr ito na Lei: Falarei a este povo por meio de homens de out ra lngua e por meio de lbios est rangeiros, e m esm o assim eles no m e escutaro, diz o Senhor. Portanto, as lnguas so um sinal, no para os que acreditam , m as para os que no acreditam . A profecia, ao cont rr io, no para os incrdulos, mas para os que acreditam . Por exemplo: se a I greja se reunir e todos falarem em lnguas, ser que os sim ples ouvintes e os incrdulos que ent rarem no vo dizer que vocs esto loucos? Ao cont rr io, se todos profet izarem , o incrdulo ou o sim ples ouvinte que ent rar se sent ir persuadido de seu erro por todos, julgado por todos; e os segredos de seu corao sero desvendados; ele se prost rar com o rosto por terra, adorar a Deus e proclam ar que Deus est realm ente no m eio de vocs. Que fazer, ento, irm os? Quando vocs esto reunidos, cada um pode entoar um canto, dar um ensinam ento ou revelao, falar em lnguas ou interpret- las. Mas que tudo seja para edificao! Se existe algum que fale em lnguas, falem dois ou no m xim o t rs, um aps o out ro. E que algum as interprete. Se no h intrprete, que o irmo se cale na assem blia; fale a si mesmo e a Deus. Quanto aos profetas, que dois ou t rs falem , e os out ros profetas dem o seu parecer. Se algum que est sentado recebe uma revelao, cale-se aquele que est falando. Vocs todos podem profet izar, m as um por vez, para que todos sejam inst rudos e encorajados. Os espr itos dos profetas esto subm issos aos profetas. Pois Deus no um Deus de desordem , m as de paz. Que as mulheres fiquem caladas nas assem blias, como se faz em todas as igrejas dos cr istos, pois no lhes perm it ido tom ar a palavra. Devem ficar subm issas, com o diz tam bm a Lei. Se desejam inst ruir -se sobre algum ponto, perguntem aos m ar idos em casa; no conveniente que a m ulher fale nas assem blias. Por acaso, a palavra de Deus tem seu ponto de part ida em vocs? Ou foram vocs os nicos que a receberam ? Se algum julga ser profeta ou inspirado pelo Espr ito, reconhea um m andam ento do Senhor nas coisas que estou escrevendo para vocs. Todavia, se algum no reconhecer isso, que tambm Deus no reconhecido. Portanto, irm os, aspirem ao dom da profecia e no im peam que algum fale em lnguas. Mas, que tudo seja feito de m odo conveniente e com ordem . Nota:2 4 cf. Mc 1 2 , 2 8 - 3 1 : Um doutor da Lei estava a, e ouviu a discusso. Vendo que Jesus t inha respondido bem , aproxim ou-se dele e perguntou: Qual o pr im eiro de todos os m andamentos? Jesus respondeu: O prim eiro m andamento este: Oua, I srael! O Senhor nosso Deus o nico Senhor! E ame ao Senhor seu Deus com todo o seu corao, com toda a sua alm a, com todo o seu entendimento e com toda a sua fora. O segundo mandamento este: Am e ao seu prximo como a si m esmo. No existe out ro m andamento m ais im portante do que esses dois . 1 Cor 1 3 : Ainda que eu falasse lnguas, as dos hom ens e dos anjos, se eu no t ivesse o am or, seria com o sino ruidoso ou com o cm balo est r idente. Ainda que eu t ivesse o dom da profecia, o conhecim ento de todos os m istr ios e de toda a cincia; ainda que eu t ivesse toda a f, a ponto de t ransportar m ontanhas, se no t ivesse o am or, eu no seria nada. Ainda que eu dist r ibusse todos os meus bens aos fam intos, ainda que ent regasse o m eu corpo s chamas, se no t ivesse o amor, nada disso m e adiantar ia. O am or paciente, o am or prestat ivo;

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    no invejoso, no se ostenta, no se incha de orgulho. Nada faz de inconveniente, no procura seu prprio interesse, no se irr ita, no guarda rancor. No se alegra com a injust ia, m as se regozija com a verdade. Tudo desculpa, tudo cr, tudo espera, tudo suporta. O am or jam ais passar. As profecias desaparecero, as lnguas cessaro, a cincia tam bm desaparecer. Pois o nosso conhecim ento lim itado; lim itada tam bm a nossa profecia. Mas, quando vier a perfeio, desaparecer o que lim itado. Quando eu era cr iana, falava como criana, pensava com o cr iana, raciocinava com o criana. Depois que m e tornei adulto, deixei o que era prprio de cr iana. Agora vem os com o em espelho e de m aneira confusa; m as depois verem os face a face. Agora o m eu conhecim ento lim itado, mas depois conhecerei com o sou conhecido. Agora, portanto, perm anecem estas t rs coisas: a f, a esperana e o amor. A m aior delas, porm , o am or . Nota:2 5 cf. 1 Cor 1 2 ,3 1 - 1 3 ,1 3 : Aspirem aos dons m ais altos. Alis, vou indicar para vocs um cam inho que ult rapassa a todos. Ainda que eu falasse lnguas, as dos hom ens e dos anjos, se eu no t ivesse o am or, ser ia com o sino ruidoso ou com o cm balo est r idente. Ainda que eu t ivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos os m istr ios e de toda a cincia; ainda que eu t ivesse toda a f, a ponto de t ransportar m ontanhas, se no t ivesse o amor, eu no seria nada. Ainda que eu dist r ibusse todos os m eus bens aos fam intos, ainda que ent regasse o m eu corpo s chamas, se no t ivesse o am or, nada disso m e adiantar ia. O amor paciente, o amor prestat ivo; no invejoso, no se ostenta, no se incha de orgulho. Nada faz de inconveniente, no procura seu prprio interesse, no se irr ita, no guarda rancor. No se alegra com a injust ia, m as se regozija com a verdade.Tudo desculpa, tudo cr, tudo espera, tudo suporta. O amor jam ais passar. As profecias desaparecero, as lnguas cessaro, a cincia tam bm desaparecer. Pois o nosso conhecim ento lim itado; lim itada tam bm a nossa profecia. Mas, quando vier a perfeio, desaparecer o que lim itado. Quando eu era cr iana, falava com o cr iana, pensava com o cr iana, raciocinava como cr iana. Depois que m e tornei adulto, deixei o que era prprio de cr iana. Agora vem os com o em espelho e de m aneira confusa; m as depois verem os face a face. Agora o meu conhecim ento lim itado, mas depois conhecerei com o sou conhecido. Agora, portanto, permanecem estas t rs coisas: a f, a esperana e o am or. A m aior delas, porm , o am or . cf. LG, 4 2 : Deus amor. Quem permanece no amor, permanece em Deus e Deus nele (1Jo 4, 16) . Deus derram a seu amor em nossos coraes pelo Espr ito Santo, que nos dado (cf. Rm 5, 5) . O dom prim ordial, pois, e absolutam ente necessrio o amor com que am amos Deus sobre todas as coisas e o prxim o por causa dele. Mas para que a caridade cresa e frut ifique na alm a, com o boa sem ente, cada um deve estar pronto a ouvir a palavra de Deus, cum prir a sua vontade, com o auxlio da graa, part icipar freqentem ente dos sacramentos e do culto, especialm ente da eucarist ia, ent regar-se constantem ente orao, abnegao de si m esm o, ao servio fraterno e ao exerccio da vir tude. O amor o vnculo da perfeio e a plenitude da lei (Cl 3, 14; Rm 13, 10) . Orienta, d forma e acabamento a todos os out ros m eios de sant if icao. Por isso o am or para com Deus e para com o prxim o o sinal do verdadeiro discpulo de Cristo. Jesus, o Filho de Deus, manifestou seu amor dando sua vida por ns. No h m aior am or do que dar a vida por ele e por seus irmos (cf. 1Jo 3, 16; Jo 15, 13) . Desde os pr im eiros tempos at os dias de hoje, alguns cr istos foram cham ados a dar esse testem unho supremo diante de todos, especialm ente dos perseguidores. o mart r io, considerado pela I greja dom suprem o e prova m xim a de amor, pois, ao aceitar livremente a morte pela salvao do m undo, o discpulo se assem elha ao m est re, igualando-o no derram am ento do prprio sangue. Poucos recebem esse dom , m as todos devem estar preparados para confessar a Cristo diante dos hom ens e segui- lo no cam inho da cruz, em m eio s perseguies que nunca faltam I greja. A sant idade da I greja se sustenta ainda de m odo especial pela observncia dos m uitos conselhos que o Senhor props aos seus discpulos no Evangelho. Em prim eiro lugar, o precioso dom da graa divina feito pelo Pai (cf. Mt 19, 11; 1Cor 7, 7) queles que na v irgindade e no celibato oferecem unicam ente a Deus seu corao indiviso (cf. 1Cor 7, 32-34) e a ele se consagram totalmente. A I greja sem pre teve em grande conta esta prt ica da cont inncia perfeita por causa do reino dos cus, considerando-a sinal e est m ulo do am or, fonte espir itual part icularm ente fecunda para o m undo. A I greja m edita na adm oestao do apstolo. Est im ulando os fiis ao am or, ele os exorta a terem os mesmos sent imentos do Cristo Jesus, que se esvaziou a si m esmo, assum iu a condio de servo e se tornou obediente at a m orte (Fl 2, 7-8) fazendo-se pobre por nossa causa, apesar de r ico (2Cor 8, 9) . indispensvel que a I greja com o m e d em todo tem po o testem unho e o exem plo deste am or e desta hum ildade. Por isso, se alegra de contar em seu seio com hom ens e m ulheres que seguem de perto o Senhor e claram ente proclam am o aniquilam ento do salvador, abraando a pobreza com a liberdade dos filhos de Deus e renunciando s suas prprias vontades. Submetem -se a out ros, por causa de Deus, ult rapassando, na perfeio, a m edida do preceito, para se tornarem m ais prximos da obedincia prat icada por Cristo. Todos os fiis so chamados e obrigados a buscar a perfeio do prprio estado de vida. Cuidem pois, de m anter o corao no cam inho reto, para que o uso das coisas terrest res e o apego s r iquezas no seja obstculo ao espr ito evanglico de pobreza, nem busca da perfeio do am or, conform e a adm oestao do apstolo: Os que usam deste mundo passageiro, a ele no se apeguem (cf. 1Cor 7, 31) . cf. AA, 3 : O dever e o direito dos leigos ao apostolado decorre de sua unio com Cr isto cabea. I nseridos no corpo m st ico de Cristo pelo bat ism o e, pela confirm ao, corroborados com a fora do Espr ito, foram dest inados ao apostolado pelo prprio Senhor. Consagrados com o part icipantes do sacerdcio rgio e do povo santo (cf. 1Pd 2, 4-10) para oferecer, por todo seu agir , hst ias espir ituais e dar testem unho de Cristo em toda parte. Pelos sacram entos, especialm ente pela eucar ist ia, com ungam e so alim entados pelo amor, que a alm a de todo o apostolados. O apostolado fruto da f, da esperana e da caridade que o Espr ito Santo derram a no corao de todos os m em bros da I greja. Alm disso, o preceito da caridade, pr incipal m andam ento do Senhor, obriga a todos os fiis a procurarem a glr ia de Deus, por intermdio do advento de seu reino, e a vida eterna, para que todos os seres hum anos conheam a Deus, nico e verdadeiro, e a Jesus Cristo, seu enviado (cf. Jo 17, 3) .

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    A todos os fiis se impe o nus insigne de t rabalhar para que o anncio da salvao divina seja conhecido e acolhido por todos os seres hum anos, em toda a terra. O mesmo Espr ito Santo, que sant ifica o povo de Deus pelo m inistr io e pelos sacramentos, concede tambm aos fiis dons peculiares (cf. 1Cor 12, 7) para o exerccio do apostolado, dist r ibuindo-os a seu bel-prazer (cf. 1Cor 12, 11) . Assim , cada um, na medida da graa recebida, chamado a colocar esses dons a servio dos out ros, tornando-se todos, bons dispensadores da graa m ult iform e de Deus (1Pd 4, 10) , para a edificao de todo o corpo, no am or (cf. Ef 4, 16) . Destes car ismas, por mais sim ples que sejam , provm o direito e o dever de cada fiel de exerc- los, no m undo e na I greja, em benefcio dos seres hum anos e da prpria I greja. Este exerccio deve ser feito na liberdade do Espr ito Santo, que sopra onde quer (cf. Jo 3, 8) , mas, ao mesmo tempo, em comunho com os irmos em Cristo e, especialm ente, com seus pastores, a quem pertence julgar da autent icidade dos car ismas e de seu conveniente exerccio, no para abafar o Espr ito, m as para tudo provar e reter o que bom (cf. 1Ts 5, 12.19.21) . Nota:2 6 cf. CNBB, Doc. 45, 301-302: 301. Os novos sujeitos histr icos, sejam sociais, religiosos ou eclesiais, m anifestam-se e apresentam -se ora com o o novo diante do estabelecido, ora com o o divergente diante do definido, ora como o dissidente diante do oficial. Caracter iza-os, inicialmente, a tendncia ao quest ionamento, denncia, contestao e reiv indicao. Mas progr idem para a proposta de novas relaes e de novas est ruturas, em que haja maior part icipao e maior autonom ia, em vista const ruo de uma nova sociedade e de um a I greja rejuvenecida, num a nova hum anidade. Muitas pessoas e grupos reencont ram o sent ido da vida, at m esm o o cam inho do t ranscendente, de Deus e da I greja, at ravs dessa luta por novas causas. Assim , vo surgindo m uitos dos novos m rt ires de nossa poca. Seus quest ionam entos contm m uitos desafios, que podem tornar-se fatores de renovao da I greja e da sociedade. 3 0 2 . Os novos sujeitos eclesiais vo const ruindo seu prprio processo de form ao, com novos m todos e novas expresses. No caso dos novos sujeitos populares, predom ina a form ao na ao, at ravs da conhecida seqncia ver, julgar e agir, com o auxlio de assessores sociais e teolgicos. Suas fontes de inspirao so a Bblia, lida luz das novas situaes de nosso tempo, e a liturgia, em que se unem com rica sim bologia, as lutas do Povo de Deus com o sacr ifcio de Cristo. Por sua vez, os movim entos apostlicos ou de espir itualidade possuem seus prprios m todos de form ao . Nota:2 7 cf. CD, 1 1 : Diocese a poro do povo de Deus confiada aos pastoreio do bispo com a cooperao dos sacerdotes. Congregada no Espr ito Santo pelo seu pastor, at ravs do Evangelho e da eucarist ia, une-se a ele, const ituindo uma I greja part icular, na qual est verdadeiram ente presente e operante a I greja de Cr isto, una, santa, catlica e apostlica. O bispo a que foi confiada uma I greja part icular seu pastor prprio, ordinrio e im ediato. Apascenta suas ovelhas em nom e de Cristo, sob a autoridade do sum o pont f ice, no exerccio de suas funes de ensinar , sant ificar e governar. Deve ent retanto reconhecer os direitos legt im os dos pat r iarcas ou out ras autor idades. Que os bispos saibam que dar o testem unho de Cristo diante de todos os hom ens faz parte de sua funo apostlica. Cuidem no som ente dos que j seguem o prncipe dos pastores, m as se dediquem tam bm de corao queles que se afastaram de algum m odo da verdade ou do Evangelho de Cristo e ignoram a salvao m iser icordiosa, a fim de que todos cam inhem na bondade, na just ia e na verdade (Ef 5, 9) . Nota:2 8 cf. CNBB, Doc. 45, 196: Mas o que propr iamente const itui a I greja e a torna presente em determ inado tempo e lugar? Conforme o prprio Conclio Vat icano I I , a comunidade eclesial edif icada pelo Espr ito Santo, m ediante o anncio da Palavra (Evangelho) , a celebrao da Eucar ist ia e dos out ros sacram entos, a vida de com unho do povo de Deus com seus carismas e m inistr ios, ent re os quais sobressai o m inistr io episcopal-presbiteral, que tem a responsabilidade de garant ir a autent icidade dos laos que unem a com unidade de hoje com a I greja apostlica e com o projeto m issionrio, evangelizador, que lhe foi confiado at o fim dos tem pos . Nota:2 9 cf. CFL: O Papa Joo Paulo I I , na sua Exortao Apostlica Christ if ideles Laici (n. 30) : sempre na perspect iva da com unho e da m isso da I greja e no, portanto, em cont raste com a liberdade associat iva, que se com preende a necessidade de claros e precisos cr itr ios de discernim ento e de reconhecim ento das agregaes laicais, tambm chamados cr itr ios de eclesialidade. Como cr itr ios fundam entais para o discernim ento de toda e qualquer agregao dos fiis leigos na I greja, podem considerar-se de form a unitr ia os seguintes: O prim ado dado vocao de cada cr isto sant idade, m anifestado nos frutos da graa que o Espr ito produz nos fiis com o crescim ento para a plenitude da vida cr ist e para a perfeio da caridade. Nesse sent ido, toda e qualquer agregao de fiis leigos chamada a ser sem pre e cada vez m ais inst rum ento de sant idade na I greja, favorecendo e encorajando um a unidade mais nt ima ent re a vida prt ica dos m em bros e a prpria f. A responsabilidade em professar a f catlica, acolhendo e proclam ando a verdade sobre Cristo, sobre a I greja e sobre o homem, em obedincia ao Magistr io da I greja, que autent icamente a interpreta. Por isso, toda agregao de fiis leigos deve ser lugar de anncio e de proposta da f e de educao na m esm a, no respeito pelo seu contedo integral. O testemunho de um a com unho slida e convicta, em relao filial com o Papa, cent ro perptuo e visvel da unidade da I greja universal, e com o bispo, pr incpio visvel e fundamento da unidade da I greja part icular, e na est im a recproca ent re todas as form as de apostolado na I greja. A com unho com o Papa e com o bispo chamada a exprim ir-se na disponibilidade leal em aceitar os seus ensinam entos dout r inais e or ientaes pastorais. A com unho eclesial exige, alm disso, que se reconhea a legt im a pluralidade das form as agregat ivas dos fiis leigos na I greja e, sim ultaneam ente, a disponibilidade para a sua recproca colaborao. A conform idade e a part icipao na finalidade apostlica da I greja, que a evangelizao e a sant if icao dos hom ens e a form ao cr ist das suas conscincias, de m odo a conseguir perm ear de espr ito evanglico as vrias com unidades e os vrios am bientes.

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    Nesta linha, exige-se de todas as formas agregat ivas de fiis leigos, e de cada uma delas, um entusiasm o m issionr io que as torne, sem pre e cada vez m ais, sujeitos de uma nova evangelizao. O em penho de um a presena na sociedade hum ana que, luz da dout r ina social da I greja, se coloque a servio da dignidade integral do hom em . Assim , as agregaes dos fiis leigos devem converter-se em correntes vivas de part icipao e de solidariedade para const ruir condies m ais justas e fraternas no seio da sociedade. Os cr itr ios fundam entais acima expostos encont ram a sua verificao nos frutos concretos que acom panham a vida e as obras das diversas form as associat ivas, tais com o: o gosto renovado pela orao, a contem plao, a vida litrgica e sacram ental; a anim ao pelo florescim ento de vocaes ao m at r imnio cr isto, ao sacerdcio m inister ial, v ida consagrada; a disponibilidade em part icipar dos program as e das at iv idades da I greja, tanto em nvel local como nacional ou internacional; o empenho catequt ico e a capacidade pedaggica de form ar os cr istos; o impulso em ordem a uma presena cr ist nos vrios ambientes da v ida social e a cr iao e animao de obras caritat ivas, culturais e espir ituais; o espr ito de desapego e de pobreza evanglica em ordem a um a caridade m ais generosa para com todos; as converses vida cr ist ou o regresso com unho por parte de bat izados afastados . Nota:3 0 cf. AA, 1 9 : H um a grande variedade de associaes apostlicas: um as tm por objet ivo o apostolado geral da I greja, out ras, finalidades especficas, com o a evangelizao ou a sant if icao, out ras, a anim ao cr ist da ordem tem poral, out ras, enfim , do testem unho de Cr isto por m eio das obras de m iser icrdia e de caridade. O que h de m ais importante nessas associaes que favorecem e est im ulam , em seus m em bros, a unidade ent re f e vida. As associaes no existem em funo de si m esmas. Devem visar ao cum prim ento da m isso da I greja no m undo. Seu valor apostlico depende de sua subordinao aos fins da I greja e do testemunho cr isto evanglico de seus m em bros e da prpria associao com o um todo. Dado o progresso das inst ituies hum anas e o desenvolvim ento da sociedade com o um todo, a m isso universal da I greja requer hoje que as iniciat ivas apostlicas dos catlicos se or ientem sempre num a perspect iva internacional. Por sua vez, as organizaes internacionais catlicas alcanaro m elhor seus objet ivos na m edida em que for m ais est reita a unio ent re seus m em bros. Respeitadas as relaes com a autoridade eclesist ica, os leigos tm o direito de fundar, dar o nom e e governar suas prprias associaes. Evite-se, porm , a disperso de foras, inevitvel quando se fundam associaes sem necessidade ou se mantm art if icialm ente vivas associaes obsoletas. Tam bm nem sem pre convm t ransplantar para out ras naes form as associat ivas de um determ inado pas . Nota:3 1 cf. AA, 2 3 : O apostolado dos leigos, tanto individual quanto associat ivo, deve se inser ir no apostolado de toda a I greja. A com unho com aqueles que o Espr ito Santo colocou como dir igentes da I greja de Deus (cf. At 20, 28) mesmo um elemento essencial do apostolado cr isto. Alm disso, indispensvel que as diversas iniciat ivas apostlicas cooperem ent re si, sob o ordenam ento ditado pela hierarquia. Para prom over o Espr ito de unidade, para que a car idade fraterna br ilhe em toda at iv idade da I greja, para que se obtenham os fins com uns por todos v isados e se evite toda com pet io perniciosa, necessr io que v igore ent re as diversas form as de apostolado, verdadeira est im a recproca e a devida art iculao, guardando cada um a suas prprias ndole e caracter st icas. especialm ente im portante que toda ao da I greja se faa em harmonia e com a cooperao do clero, dos religiosos e dos leigos . Nota:3 2 cf. AA, 2 0 : H algum as dezenas de anos, em diversos pases, os leigos buscando em penhar-se mais profundam ente no apostolado, reuniram -se em diversas formas de aes e de associaes, em est reita unio com a hierarquia, para alcanar m aiores benefcios apostlicos. Dent re tais associaes, algumas delas bem ant igas, que produziram preciosos frutos apostlicos e foram diversas vezes aprovadas pelos papas e por inmeros bispos, convm lem brar a ao catlica, entendida habitualm ente com o a cooperao dos leigos no apostolado hierrquico. Tenham ou no o nom e de ao catlica, essas associaes so indispensveis ao nosso tem po e devem ser const itudas com as seguintes caracterst icas: a) O fim im ediato destas associaes a f inalidade m esma da I greja, isto , evangelizar e sant if icar os seres hum anos, form ar- lhes a conscincia de m aneira a poderem com unicar o espr ito do Evangelho s vrias com unidades e ao m eio em que vivem . b) Cooperar com a hierarquia significa, para os leigos, contar com sua experincia prpria, assum ir responsabilidades de direo, discut ir as condies e as form as concretas de exercer a ao pastoral da I greja, elaborar planos de ao e execut- los. c) Os leigos devem agir unidos num s corpo, de modo a manifestar a I greja como comunidade e cont r ibuir para a eficcia do apostolado. d) Tendo se oferecido espontaneam ente para colaborar com a hierarquia ou tendo sido convidados, os leigos esto sem pre sujeitos s or ientaes da hierarquia, que lhes pode confer ir um m andato expresso. As organizaes que tm todas essas caracterst icas, de acordo com o parecer da hierarquia, so ao catlica, m esm o que assum am out ras figuras e nom es, de acordo com as condies locais em que t rabalham . O Conclio recomenda vivam ente estas associaes. Elas respondem a grandes necessidades da I greja, em inmeras regies. Convida os padres e os leigos que nelas t rabalham a se esforarem por efet ivar as diversas caracterst icas acima enumeradas e a colaborar com as m uitas out ras formas de apostolado existentes na I greja . Nota:3 3 cf. CNBB, Doc. 45, 295-296: 295. a) A art iculao de pessoas normalm ente realizada mediante reunies e encont ros. At ravs deles, alm da comunicao de exper incias e da t roca de conhecimentos, desenvolve-se a solidariedade, a fraternidade e a com preenso m tua. Para que no se mult ipliquem alm da necessidade, dever-se- cult ivar o senso da representao, habituando-se a agir com representantes das bases junto s instncias superiores e com o m ult iplicadores junto s bases, das decises com uns. O xito das reunies e

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    encont ros depende da capacidade e at m esm o da vir tude de aceitar e acolher as diferenas das pessoas e das opinies. 2 9 6 . b) A art iculao das at iv idades, significando a adequada dist r ibuio de tarefas ent re agentes e organismos, com suas respect ivas at r ibuies, norm alm ente realizada at ravs do processo de planejam ento pastoral. A ao pastoral planejada a resposta especfica, consciente e intencional s exigncias da evangelizao. Dever realizar-se num processo de part icipao em todos os nveis da com unidade e pessoas interessadas, educando-as numa m etodologia de anlise da realidade, para depois reflet ir sobre essa realidade do ponto de v ista do Evangelho e optar pelos objet ivos e m eios m ais aptos e fazer deles um uso m ais racional na ao evangelizadora . Nota:3 4 cf. Jo 5 ,3 9 : Vocs v ivem estudando as Escr ituras, pensando que vo encont rar nelas a vida eterna. No entanto, as Escrituras do testemunho de m im . Nota:3 5 cf. Lc 2 4 ,1 3 - 3 5 : Nesse m esm o dia, dois discpulos iam para um povoado, cham ado Em as, distante onze quilm et ros de Jerusalm . Conversavam a respeito de tudo o que t inha acontecido. Enquanto conversavam e discut iam , o prprio Jesus se aproxim ou, e com eou a cam inhar com eles. Os discpulos, porm , estavam com o que cegos, e no o reconheceram. Ento Jesus perguntou: O que que vocs andam conversando pelo cam inho? Eles pararam , com o rosto t r iste. Um deles, chamado Clofas, disse: Tu s o nico peregrino em Jerusalm que no sabe o que a aconteceu nesses lt im os dias? Jesus perguntou: O que foi? Os discpulos responderam : O que aconteceu a Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em ao e palavras, diante de Deus e de todo o povo. Nossos chefes dos sacerdotes e nossos chefes o ent regaram para ser condenado morte, e o crucif icaram. Ns espervamos que fosse ele o libertador de I srael, m as, apesar de tudo isso, j faz t rs dias que tudo isso aconteceu! verdade que algum as m ulheres do nosso grupo nos deram um susto. Elas foram de m adrugada ao tm ulo, e no encont raram o corpo de Jesus. Ento voltaram , dizendo que t inham visto anjos, e estes afirm aram que Jesus est vivo. Alguns dos nossos foram ao tm ulo, e encont raram tudo como as mulheres t inham dito. Mas ningum viu Jesus. Ento Jesus disse a eles: Com o vocs custam para entender, e com o dem oram para acreditar em tudo o que os profetas falaram ! Ser que o Messias no devia sofrer tudo isso, para ent rar na sua glr ia? Ento, com eando por Moiss e cont inuando por todos os Profetas, Jesus explicava para os discpulos todas as passagens da Escr itura que falavam a respeito dele. Quando chegaram perto do povoado para onde iam , Jesus fez de conta que ia m ais adiante. Eles, porm , insist iram com Jesus, dizendo: Fica conosco, pois j tarde e a noite vem chegando. Ento Jesus ent rou para ficar com eles. Sentou-se m esa com os dois, tom ou o po e abenoou, depois o part iu e deu a eles. Nisso os olhos dos discpulos se abr iram , e eles reconheceram Jesus. Jesus, porm , desapareceu da frente deles. Ento um disse ao out ro: No estava o nosso corao ardendo quando ele nos falava pelo cam inho, e nos explicava as Escrituras? Na m esm a hora, eles se levantaram e voltaram para Jerusalm , onde encont raram os Onze, reunidos com os out ros. E estes confirmaram : Realm ente, o Senhor ressuscitou, e apareceu a Sim o! Ento os dois contaram o que t inha acontecido no cam inho, e com o t inham reconhecido Jesus quando ele part iu o po . Nota:3 6 DV, 2 1 : A I greja sem pre honrou as Escrituras com o corpo do Senhor, especialm ente na santa liturgia, em cuja m esa no deve faltar nem a palavra de Deus, nem o corpo do Senhor, para serem dados aos fiis. A I greja sem pre considerou e considera as Escr ituras, juntam ente com a sagrada Tradio, sua suprem a regra de f. I nspiradas por Deus e definit ivam ente escr itas, nos com unicam de m aneira imutvel a palavra do prprio Deus e nos fazem ouvir a voz do Espr ito Santo, at ravs dos escritos proft icos e apostlicos. Toda a pregao eclesial, com o a prpria religio cr ist, deve-se alim entar e ser or ientada pela Escritura. Nos livros sagrados, o Pai que est no cu vem am orosamente falar a seus filhos. to grande a fora e a vir tude da palavra de Deus que ela sustenta e d v igor I greja, corrobora a f de seus filhos, alim enta a alm a, jorra com o fonte pura e perene da vida espir itual. Aplica-se Escritura o que se l: A palavra de Deus viva e eficaz (Hb 4, 12) tem o poder de edificar e de dar a vocs a herana ent re todos os sant ificados (At 20, 32; cf. 1Ts 2, 13) . Nota:3 7 cf. Pont ifcia Com isso Bblica , I nterpretao da Bblia na I greja, 127. Nota:3 8 cf. Pont ifcia Com isso Bblica, I nterpretao da Bblia na I greja, 142. Nota:3 9 ChL, 6 0 : Dent ro desta sntese de vida situam -se os m lt iplos e coordenados aspectos da form ao integral dos fiis leigos. No h dvida de que a form ao espir itual deve ocupar um lugar pr iv ilegiado na v ida de cada um , cham ado a crescer incessantemente na int im idade com Jesus Cristo, na conform idade com a vontade do Pai, na dedicao aos irm os, na caridade e na just ia. Escreve o Conclio: Esta vida de nt ima unio com Cr isto alimenta-se na I greja com as ajudas espir ituais que so com uns a todos os fiis, sobretudo a part icipao at iva na sagrada liturgia, e os leigos devem socorrer-se dessas ajudas, de m odo que, ao cum prir com ret ido os prprios deveres do m undo, nas condies normais da vida, no separem da prpria vida a unio com Cristo, mas, desem penhando a prpria at ividade segundo a vontade de Deus, cresam nela. A form ao dout r inal dos f iis leigos m ost ra-se hoje cada vez m ais urgente, no s pelo natural dinam ism o de aprofundar a sua f, m as tam bm pela exigncia de racionalizar a esperana que est dent ro deles, perante o mundo e os seus problemas graves e complexos. Tornam-se, desse modo, absolutamente necessrias uma sistem t ica ao de catequese, a dar-se gradualm ente, conform e a idade e as vrias situaes da vida, e um a m ais decidida prom oo cr ist da cultura, com o resposta s eternas interrogaes que atorm entam o hom em e a sociedade de hoje. Em part icular , sobretudo para os fiis leigos, de vrias form as em penhados no cam po social e polt ico, absolutamente indispensvel uma conscincia m ais exata da dout r ina social da I greja, com o repet idam ente os padres sinodais recom endaram nas suas intervenes. Falando da part icipao polt ica dos fiis leigos, assim se

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    exprim iram: Para que os leigos possam realizar at ivamente este nobre propsito na polt ica ( isto , o propsito de fazer reconhecer e est im ar os valores hum anos e cr istos) , no so suficientes as exortaes, preciso dar-lhes a devida form ao da conscincia social, sobretudo acerca da dout r ina social da I greja, a qual contm os pr incpios de reflexo, os cr itr ios de julgar e as diret ivas prt icas (cf. Congregao para a Dout r ina da F, I nst ruo sobre liberdade cr ist e liber tao, 72) . Tal doutr ina j deve figurar na inst ruo catequt ica geral, nos encont ros especializados e nas escolas e universidades. A dout r ina social da I greja , todavia, dinm ica, isto , adaptada s circunstncias dos tem pos e lugares. direito e dever dos pastores propor os pr incpios m orais, tam bm sobre a ordem social, e dever de todos os cr istos dedicarem -se defesa dos direitos hum anos; a part icipao at iva nos part idos polt icos , todavia, reservada aos leigos. E, f inalm ente, no contexto da formao integral e unitr ia dos fiis leigos, part icularm ente signif icat ivo, para a sua ao m issionr ia e apostlica, o crescim ento pessoal no cam po dos valores hum anos. Precisamente neste sent ido, o Conclio escreveu: (os leigos) tenham tam bm em grande conta a competncia profissional, o sent ido da fam lia, o sent ido cv ico e as vir tudes prprias da convivncia social, como a honradez, o espr ito de just ia, a sinceridade, a am abilidade, a fortaleza de nim o, sem as quais nem sequer se pode dar um a vida cr ist autnt ica. Ao am adurecer a sntese orgnica da sua vida, que, sim ultaneam ente, expresso da unidade do seu ser e condio para o cum prim ento eficaz da sua m isso, os f iis leigos sero inter iorm ente conduzidos e animados pelo Espr ito Santo, que Espr ito de unidade e de plenitude de vida . Nota:4 0 Joo Paulo I I , Diret r izes aos Bispos do Brasil, Loyola, 1991, p. 44. Nota:4 1 cf. CNBB, Doc. 45, 92: A dimenso litrgica exprime, pois, o carter celebrat ivo da I greja. Const itui, na terra, a expresso m ais signif icat iva da com unho eclesial. Na liturgia, o Povo de Deus encont ra seu m om ento m aior de festa e de comunho eclesial . Nota:4 2 cf. CNBB, Doc. 45, 86: Pela vivncia do Mistr io de Cristo na vida cot idiana, o povo de Deus aprofunda constantemente o sent ido da f. Por ele, adere inde fect ivelm ente f e, com reto juzo, penet ra-a mais profundam ente e, m ais plenam ente, a aplica na vida . Nota:4 3 cf. RMi, 4 4 : O anncio tem a prior idade perm anente na m isso: a I greja no pode esquivar-se ao m andato explcito de Cr isto, no pode pr ivar os homens da Boa-Nova de que Deus os ama e salva. A evangelizao conter sem pre com o base, cent ro e, ao m esmo tem po, vrt ice do seu dinam ism o um a proclam ao clara de que, em Jesus Cristo () a salvao oferecida a cada hom em , com o dom de graa e de m isericrdia do prprio Deus. Todas as form as de at ividade m issionria tendem para esta proclamao que revela e int roduz no m istr io, desde sem pre escondido e agora revelado em Cristo (cf. Ef 3,3-9; Cl 1,25-29) , o qual se encont ra no m ago da m isso e da vida da I greja, com o ponto fulcral de toda a evangelizao. Na realidade com plexa da m isso, o pr im eiro anncio tem um papel cent ral e insubst ituvel, porque int roduz no m istr io do am or de Deus, que, em Cristo, nos chama a uma est reita relao pessoal com ele e predispe a vida para a converso. A f nasce do anncio, e cada com unidade eclesial consolida-se e v ive da resposta pessoal de cada fiel a esse anncio. Com o a econom ia salvfica est cent rada em Cristo, assim a at iv idade m issionr ia tende para a proclam ao de seu m istr io. O anncio tem por objeto Cr isto crucificado, m orto e ressuscitado: por m eio dele realiza-se a plena e autnt ica libertao do m al, do pecado e da m orte; nele Deus d a vida nova, divina e eterna. esta a Boa Nova, que m uda o hom em e a histr ia da hum anidade, e que todos os povos tm o direito de conhecer. Um tal anncio tem de se inserir no contexto vital do hom em e dos povos que o recebem . Alm disso, ele deve ser feito num a at itude de amor e de est ima a quem o escuta, com uma linguagem concreta e adaptada s circunstncias. Para isso concorre o Espr ito, que instaura um a unio ent re o m issionr io e os ouvintes, tornada possvel enquanto um e os out ros, por Cristo, ent ram em comunho com o Pai . Nota:4 4 cf. CNBB, Doc. 45, 175: A experincia religioso-cr ist no se realiza em m era exper incia subjet iva, mas no encont ro com a Palavra de Deus confiada ao Magistr io e Tradio da I greja, nos sacram entos e na comunho eclesial . Nota:4 5 cf. AG 2 : A I greja peregr ina por natureza m issionr ia. Nasce, segundo o desgnio divino, da prpria m isso do Filho e do Espr ito Santo. Tal designo flui do am or or iginal ou da caridade do Pai, Pr incpio im principiado, de que o Filho gerado e de que procede o Espr ito Santo, por interm dio do Filho. Por sua infinita m isericrdia e ternura, a bondade divina nos cr ia livrem ente e nos chama graciosam ente a part icipar de sua vida e de sua glr ia, difundindo a bondade com liberalidade sem fim , de tal sorte que o cr iador de todas as coisas venha a ser, ao cabo e ao fim , tudo em todos (1Cor 15, 28) , para sua glr ia e nossa felicidade. Deus no chama os seres hum anos individualm ente, independentem ente das relaes de uns com os out ros, pois visa a const ituir um s povo, em que estejam reunidos todos os seus filhos . Nota:4 6 cf. Lc 1 4 , 2 5 - 3 5 : Grandes mult ides acompanhavam Jesus. Voltando-se, ele disse: Se algum vem a m im , e no d preferncia m ais a m im que ao seu pai, sua m e, m ulher, aos filhos, aos irmos, s irm s, e at m esm o sua prpria vida, esse no pode ser m eu discpulo. Quem no carrega sua cruz e no cam inha at rs de m im , no pode ser m eu discpulo. De fato, se algum de vocs quer const ruir uma torre, ser que no vai pr im eiro sentar-se e calcular os gastos, para ver se tem o suficiente para term inar? Caso cont rr io, lanar o alicerce e no ser capaz de acabar. E todos os que v irem isso, com earo a caoar, dizendo: Esse hom em com eou a const ruir e no foi capaz de acabar! Ou ainda: Se um rei pretende sair para guerrear cont ra out ro, ser que no vai sentar-se prim eiro e exam inar bem , se com dez m il hom ens poder enfrentar o out ro que m archa cont ra ele com vinte m il? Se ele v que no pode, envia m ensageiros para negociar as condies de paz, enquanto o out ro rei ainda est longe. Do m esm o m odo, portanto, qualquer de vocs, se no renunciar a tudo o que tem , no pode ser m eu discpulo.

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    O sal bom . Mas se at o sal perde o sabor, com que o salgarem os? No serve m ais para nada: nem para a terra, nem para esterco. Por isso, jogado fora. Quem tem ouvidos para ouvir , oua . Nota:4 7 cf. RMi, 4 e 2 : 4 . A tarefa fundam ental da I greja de todos os tempos e, part icularmente, do nosso como lembrei em m inha pr imeira encclica programt ica a de dir igir o olhar do hom em e orientar a conscincia e experincia da hum anidade inteira para o m istr io de Cristo. A m isso universal da I greja nasce da f em Jesus Cristo, com o se declara no Credo: Creio em um s Senhor, Jesus Cristo, Filho Unignito de Deus, nascido do Pai antes de todos os sculos () E por ns hom ens, e para nossa salvao, desceu dos cus. E se encarnou, pelo Espr ito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem. No acontecim ento da Redeno est a salvao de todos, porque todos e cada um foram com preendidos no m istr io da Redeno, e a todos e cada um se uniu Cristo para sem pre, at ravs deste m istr io: som ente na f, se fundamenta e se com preende a m isso. No entanto, devido s m udanas dos tem pos m odernos e difuso de novas idias teolgicas, alguns interrogam -se: ainda atual a m isso ent re os no-cr istos? No estar, por acaso, subst ituda pelo dilogo inter- religioso? No se dever rest r ingir ao em penho pela prom oo hum ana? O respeito pela conscincia e pela liberdade no exclui qualquer proposta de converso? No possvel salvar-se, em qualquer religio? Para qu, pois, a m isso? 2 . J so m uitos os frutos m issionr ios do Conclio: m ult iplicaram -se as I grejas locais, dotadas do seu bispo, clero e agentes apostlicos prprios; ver ifica-se uma insero m ais profunda das Com unidades cr ists na vida dos povos; a com unho ent re as I grejas cont r ibui para um vivo intercm bio de bens e dons espir ituais; o empenho dos leigos no servio da evangelizao est mudando a vida eclesial; as I grejas part iculares abrem -se ao encont ro, ao dilogo e colaborao com os m em bros de out ras I grejas cr ists e out ras religies. Sobretudo est se afirm ando uma nova conscincia, isto , a de que a m isso com pete a todos os cr istos, a todas as dioceses e parquias, inst ituies e associaes eclesiais. No entanto, nesta nova prim avera do cr ist ianism o, no podem os ocultar uma tendncia negat iva, que, alis, este docum ento quer ajudar a superar: a m isso especfica ad gentes parece estar num a fase de afrouxam ento, cont ra todas as indicaes do Conclio e do Magistr io poster ior. Dif iculdades internas e externas enfraqueceram o dinam ismo m issionr io da I greja ao servio dos no-cr istos: isto um fato que deve preocupar todos os que crem em Cr isto. Na Histr ia da I greja, com efeito, o impulso m issionr io sempre foi um sinal de v italidade, assim como a sua dim inuio const itui um sinal de cr ise de f. distncia de 25 anos da concluso do Conclio e da publicao do Decreto sobre a at iv idade m issionria Ad gentes, a 15 anos da Exortao apostlica Evangelii Nunt iandi, de Paulo VI , de veneranda m em ria, desejo convidar a I greja a um renovado em penho m issionrio, dando, neste assunto, cont inuao ao Magistr io dos meus predecessores. O presente docum ento tem um a finalidade interna: a renovao da f e da vida cr ist. De fato, a m isso renova a I greja, revigora a sua f e ident idade, d- lhe novo entusiasm o e novas m ot ivaes. dando a f que ela se fortalece! A nova evangelizao dos povos cr istos tambm encont rar inspirao e apoio, no em penho pela m isso universal. Mas o que me anima mais a proclamar a urgncia da evangelizao m issionr ia que ela const itui o pr im eiro servio que a I greja pode prestar ao hom em e hum anidade inteira, no m undo de hoje, que, apesar de conhecer realizaes m aravilhosas, parece ter perdido o sent ido lt im o das coisas e da sua prpria existncia. Cristo Redentor com o deixei escr ito na primeira encclica revela plenamente o hom em a si prprio. O hom em que quiser com preender-se profundam ente () deve aproxim ar-se de Cristo () A Redeno, operada na cruz, rest ituiu, definit ivam ente, ao hom em a dignidade e o sent ido de sua existncia no m undo. No faltam , certamente, out ros m ot ivos e finalidades: corresponder a inmeros pedidos de um docum ento deste gnero; dissipar dvidas e am bigidades sobre a m isso ad gentes, confirm ando, em seu com prom isso, os benemritos homens e m ulheres que se dedicam at ividade m issionria e todos os que ajudam; prom over as vocaes m issionr ias; est im ular os telogos a aprofundar e expor, sistemat icamente, os vr ios aspectos da m isso; relanar a m isso, em sent ido especfico, com prom etendo as I grejas part iculares, especialm ente as de recente form ao, a m andarem e a receberem m issionrios; garant ir aos no-cristos, e part icularm ente s autor idades dos pases aos quais se dir ige a at ividade m issionria, que esta s tem uma finalidade, ou seja, servir o hom em , revelando- lhe o am or de Deus manifestado em Cristo Jesus . Nota:4 8 cf. LG, 5 : O m istr io da santa I greja se m anifesta, pois desde sua prpria fundao. O Senhor Jesus deu incio a sua I greja pregando a boa nova, isto , a vinda do reino de Deus, promet ido h sculos pelas Escr ituras. Os tem pos se cum priram , o reino de Deus est im inente (Mc 1, 15; cf. Mt 4, 17) . Esse reino se torna visvel aos olhos hum anos por intermdio da palavra, dos atos e da presena de Cristo. A palavra do Senhor se com para sem ente lanada ao cam po (Mc 4, 14) . Os que a ouvem com f e aderem ao pequeno rebanho de Cristo (Lc 12, 32) , recebem o reino. Da por diante a sem ente germ ina e cresce, at o mom ento da colheita (cf. Mc 4, 26-29) . Os m ilagres de Cristo tam bm com provam que o reino de Deus chegou terra: Se pela m o de Deus expulso os dem nios, que o reino de Deus chegou at vocs (Lc 11, 20) ; cf. Mt 12, 28) . Mas, acim a de tudo, o reino se m anifesta na prpria pessoa de Cristo, Filho de Deus e Filho do Hom em , que veio para servir e dar sua vida para a redeno de m uitos (Mc 10, 45) . Depois de m orrer na cruz, por todos os seres hum anos, Jesus ressuscitou, aparecendo com o Senhor, Cristo e sacerdote para sempre (cf. At 2, 36; Hb 5, 6; 7, 17-21) . Derramou ento nos seus discpulos o Espr ito promet ido pelo Pai ( cf. At 2, 33) . A I greja foi assim enriquecida pelos dons do seu fundador. Procurando observar fielm ente seus preceitos de caridade, hum ildade e abnegao, recebe a m isso de anunciar e de prom over o reino de Cristo e de Deus junto a todos os povos. Const itui pois, a I greja, o germe e o incio do reino na terra. Enquanto vai crescendo, aspira de todo corao pela consum ao do reino e deseja, com todas as sua foras, unir-se a seu rei na glr ia . Nota:4 9 cf. 1 Cor 1 2 ,3 1 : Aspirem aos dons mais altos. Alis, vou indicar para vocs um cam inho que ult rapassa a todos .

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    Nota:5 0 cf. DSD 1 6 1 : A falta de coerncia ent re a f que se professa e a vida cot idiana um a das vr ias causas que geram pobreza em nossos pases, porque os cr istos no souberam encont rar na f a fora necessria para penet rar os cr itr ios e as decises dos setores responsveis pela liderana ideolgica e pela organizao da convivncia social, econm ica e polt ica de nossos povos. Em povos de arraigada f cr ist impuseram -se est ruturas geradoras de injust ia . Nota:5 1 cf. Com isso Episcopal de Doutr ina , Comunicado Mensal, Dez. de 1993, 2217. Nota:5 2 1 Cor 1 2 ,3 1 - 1 3 ,1 3 : Aspirem aos dons m ais altos. Alis, vou indicar para vocs um cam inho que ult rapassa a todos. Ainda que eu falasse lnguas, as dos hom ens e dos anjos, se eu no t ivesse o am or, ser ia com o sino ruidoso ou com o cm balo est r idente. Ainda que eu t ivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos os m istr ios e de toda a cincia; ainda que eu t ivesse toda a f, a ponto de t ransportar m ontanhas, se no t ivesse o amor, eu no seria nada. Ainda que eu dist r ibusse todos os m eus bens aos fam intos, ainda que ent regasse o m eu corpo s chamas, se no t ivesse o am or, nada disso m e adiantar ia. O amor paciente, o amor prestat ivo; no invejoso, no se ostenta, no se incha de orgulho. Nada faz de inconveniente, no procura seu prprio interesse, no se irr ita, no guarda rancor. No se alegra com a injust ia, m as se regozija com a verdade. Tudo desculpa, tudo cr, tudo espera, tudo suporta. O amor jam ais passar. As profecias desaparecero, as lnguas cessaro, a cincia tam bm desaparecer. Pois o nosso conhecim ento lim itado; lim itada tam bm a nossa profecia. Mas, quando vier a perfeio, desaparecer o que lim itado. Quando eu era cr iana, falava com o cr iana, pensava com o cr iana, raciocinava como cr iana. Depois que m e tornei adulto, deixei o que era prprio de cr iana. Agora vem os com o em espelho e de m aneira confusa; m as depois verem os face a face. Agora o meu conhecim ento lim itado, mas depois conhecerei com o sou conhecido. Agora, portanto, permanecem estas t rs coisas: a f, a esperana e o am or. A m aior delas, porm , o am or . Nota:5 3 cf. LG, 4 2 : Deus amor. Quem permanece no amor, permanece em Deus e Deus nele (1Jo 4, 16) . Deus derram a seu amor em nossos coraes pelo Espr ito Santo, que nos dado (cf. Rm 5, 5) . O dom prim ordial, pois, e absolutam ente necessrio o amor com que am amos Deus sobre todas as coisas e o prxim o por causa dele. Mas para que a caridade cresa e frut ifique na alm a, com o boa sem ente, cada um deve estar pronto a ouvir a palavra de Deus, cum prir a sua vontade, com o auxlio da graa, part icipar freqentem ente dos sacramentos e do culto, especialm ente da eucarist ia, ent regar-se constantem ente orao, abnegao de si m esm o, ao servio fraterno e ao exerccio da vir tude. O amor o vnculo da perfeio e a plenitude da lei (Cl 3, 14; Rm 13, 10) . Orienta, d forma e acabamento a todos os out ros m eios de sant if icao. Por isso o am or para com Deus e para com o prxim o o sinal do verdadeiro discpulo de Cristo. Jesus, o Filho de Deus, manifestou seu amor dando sua vida por ns. No h m aior am or do que dar a vida por ele e por seus irmos (cf. 1Jo 3, 16; Jo 15, 13) . Desde os pr im eiros tempos at os dias de hoje, alguns cr istos foram cham ados a dar esse testem unho supremo diante de todos, especialm ente dos perseguidores. o mart r io, considerado pela I greja dom suprem o e prova m xim a de amor, pois, ao aceitar livremente a morte pela salvao do m undo, o discpulo se assem elha ao m est re, igualando-o no derram am ento do prprio sangue. Poucos recebem esse dom , m as todos devem estar preparados para confessar a Cristo diante dos hom ens e segui- lo no cam inho da cruz, em m eio s perseguies que nunca faltam I greja.