45
CARINA DE OLIVEIRA MARQUES ALMEIDA RENATA PAULA FABRI O CHOQUE HIPOVOLÊMICO COMO CONSEQÜÊNCIA DA DESIDRATAÇÃO EM CRIANÇAS COM DIARRÉIA AGUDA BATATAIS 2006

O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda

CARINA DE OLIVEIRA MARQUES ALMEIDA RENATA PAULA FABRI

O CHOQUE HIPOVOLÊMICO COMO CONSEQÜÊNCIA DA DESIDRATAÇÃO EM CRIANÇAS COM DIARRÉIA AGUDA

BATATAIS 2006

Page 2: O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda

CARINA DE OLIVEIRA MARQUES ALMEIDA RENATA PAULA FABRI

O CHOQUE HIPOVOLÊMICO COMO CONSEQÜÊNCIA DA DESIDRATAÇÃO EM CRIANÇAS COM DIARRÉIA AGUDA

Monografia apresentada ao Centro Universitário Claretiano para obtenção do título de graduado em Enfermagem. Orientadora Profª. Mestre Maria Cristina Simões Flório.

BATATAIS 2006

Page 3: O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda

CARINA DE OLIVEIRA MARQUES ALMEIDA RENATA PAULA FABRI

Monografia apresentada ao Centro Universitário Claretiano para obtenção do título de graduado em Enfermagem. Orientadora Profª. Mestre Maria Cristina

Simões Flório.

O CHOQUE HIPOVOLÊMICO COMO CONSEQÜÊNCIA DA DESIDRATAÇÃO EM CRIANÇAS COM DIARRÉIA AGUDA

Orientadora: Profª. Mestre Maria Cristina Simões Flório Examinador (a): Examinador (a):

Batatais______de____________________________de 2006.

Page 4: O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda

Dedicamos este trabalho à nossa Família que tanto colaborou para a realização de nosso trabalho, principalmente nossos filhos Amanda, Vinícius e Ana Clara, que nortearam nossa pesquisa. E a nossa grande amiga Mara, que sempre nos incentivou na profissão de Enfermagem.

Carina e Renata

Page 5: O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda

Agradeço primeiramente a Deus, aos meus pais, Eunice e José Carlos que me ajudaram na concretização desse sonho me incentivando, dando muito amor além de me ajudarem na parte financeira, ao meu marido Marquinho pelo companheirismo e paciência, aos meus filhos Amanda e Vinicius que tiveram que ficar por longos períodos sem a mamãe, a minha ajudante Elis pelo carinho e amor com que cuidou dos meus filhos e de maneira muito especial à Mara que muito me incentivou para que eu fizesse este curso, não podendo também de me esquecer de grandes amizades que conquistei ao longo desses anos, da minha comadre Renata, que me deu a Ana Clara como afilhada, Janiny, Loraine, Silvia, Ale, Vanessa, Paulinha e Júlia que espero que sejam realmente amizades sólidas.

Carina de Oliveira Marques Almeida

Page 6: O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda

Agradeço primeiramente a Deus por ter me abençoado na realização deste trabalho. À minha mãe Marlene, pois sem ela eu não teria chegado onde cheguei. Meu pai Erval, que não pertence mais no nosso mundo, mas tenho a certeza de que ele está me olhando e ajudando. Á minha irmã Rosana, meu cunhado e sobrinhos, que tanto me ajudaram e são tão importantes para mim. Ao meu companheiro Jorge, pelo carinho, atenção, compreensão, estando ao meu lado sempre que precisei. Aos meus colegas de estágio: Alessandra, Janiny, Loraine, Ednilson, Simone, Renata e Silvia, pela colaboração, pelo apoio e pela força que tanto me atribuíram para a conclusão de mais essa etapa da vida. Às minhas amigas, Carina e Mara, com quem dividi grandes momentos da minha vida e que estiveram ao meu lado, sempre. A nossa orientadora Cristina, pela sua paciência e dedicação com o nosso trabalho. Á minha querida filha Ana Clara, que com certeza se tornou o centro da vida para mim e quem eu amo muito mais que a mim mesma.

Renata Paula Fabri

Page 7: O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda

RESUMO

O organismo é formado basicamente por água, que é a responsável por

quase 60 a 80% do peso corpóreo. Como as necessidades hídricas da criança são

maiores que no adulto, devido sua imaturidade renal, é de suma importância os

cuidados com a criança acometida pela diarréia aguda que tem como prognóstico a

desidratação grave e conseqüentemente o choque hipovolêmico. O choque

hipovolêmico é a conseqüência de uma má perfusão tecidual acompanhado ou não

de uma hipotensão arterial, em decorrência de um baixo volume sangüíneo ou da

insuficiência significativa no bombeamento do sangue do coração. O trabalho tem

por objetivo principal definir choque, a fisiopatologia, suas causas, bem como a lesão

orgânica decorrente do mesmo. Enfatizando o choque hipovolêmico em

conseqüência de uma desidratação grave ocasionada pela diarréia aguda, que é

uma das causas mais significativas da mortalidade infantil, e, fundamentalmente, o

papel do enfermeiro enquanto cuidador e observador da evolução da criança com

desidratação, e as intervenções e/ou orientações que deverão ser realizadas. Trata-

se de uma pesquisa descritiva, realizada através de levantamento bibliográfico.

Foram utilizadas fontes bibliográficas da Literatura Latino-Americana e do Caribe de

Ciências da Saúde (LILACS), bem como livros, sites internet (www.msd-brazil.com,

www.bireme.br, www.scielo.br) e periódicos da biblioteca do Centro Universitário

Claretiano de Batatais. Foi realizado revisão da literatura abordando os seguintes

itens: equilíbrio hídrico; diarréia aguda e medidas de controle; desidratação;

desidratação na diarréia aguda; o choque: definição de choque hipovolêmico,

fisiopatologia, tratamento; e, diagnósticos e intervenções de enfermagem. Portanto,

é de extrema importância que o enfermeiro que cuida de uma criança com choque

Page 8: O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda

ou em risco de choque tenha habilidade e conhecimento científico suficiente para

compreender seus mecanismos e reconhecer os primeiros sinais. No primeiro

momento da abordagem do choque é importante reconhecer sua instalação

lembrando que, seu diagnóstico é feito exclusivamente pelo exame físico, que deve

ser voltado aos sinais vitais e perfusão cutânea, pois nenhum teste laboratorial

identifica imediatamente o choque. Num segundo momento é identificar sua

etiologia, ou seja, identificar o tipo de choque, para que se consiga iniciar de maneira

rápida e eficaz os cuidados com a criança para que seu prognóstico seja o melhor

possível.

PALAVRAS CHAVE: criança com diarréia aguda; equilíbrio hídrico; desidratação

grave, choque hipovolêmico; intervenções de Enfermagem.

Page 9: O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda

SUMÁRIO

Introdução............................................................................................................ 09

Objetivo................................................................................................................ 11

Metodologia......................................................................................................... 12

Capítulo 1 – Equilíbrio Hídrico........................................................................... 13

Capítulo 2 – Diarréia Aguda............................................................................... 17

2.1 – Medidas de controle.............................................................................. 19

Capítulo 3 – Desidratação.................................................................................. 20

Capítulo 4 – A Desidratação na Diarréia Aguda............................................... 23

Capítulo 5 – O Choque........................................................................................ 26

5.1 – Definição de Choque Hipovolêmico..................................................... 29

5.1.1 – Fisiopatologia................................................................................. 30

5.1.2 – Tratamento...................................................................................... 31

Capítulo 6 – Diagnósticos e Intervenções de Enfermagem............................ 34

Conclusão............................................................................................................ 40

Referências Bibliográficas................................................................................. 42

Page 10: O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda
Page 11: O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda

9

INTRODUÇÃO

A escolha desse tema relaciona-se ao fato de sermos mães e as

conseqüências que a diarréia pode causar, levando a quadros graves como o

choque hipovolêmico. O que torna a atuação da enfermagem imprescindível para o

diagnóstico precoce bem como suas intervenções, como medida preventiva ao

choque.

O organismo é formado basicamente por água, que é a responsável por

quase 60 a 80% do peso corpóreo. Devido a imaturidade renal e maior metabolismo

hídrico, as crianças possuem necessidades hídricas relativamente maiores que o

adulto. É de suma importância ressaltar que esse volume hídrico encontra-se no

espaço intercelular e volume sanguíneo.

A água que se encontra fora da corrente sangüínea atua como um

depósito para repor ou absorver o excesso de água do sangue de acordo com a

necessidade. A água entra no corpo principalmente através da absorção do trato

gastrintestinal.

Entretanto, um indivíduo pode apresentar desidratação quando ele é

incapaz de ingerir uma quantidade suficiente de água para compensar a perda

excessiva, como no vômito prolongado ou na diarréia aguda, nesses casos ocorre a

desidratação, que é a maior causa de morbidade e mortalidade em crianças.

Brandão (2005) realizou um estudo em 60 países em desenvolvimento e mostrou

que uma criança sofre em média 3,3 episódios de diarréia anualmente e que mais de

um terço de todos os óbitos de crianças menores de cinco anos estão associadas

com essa doença. Isso significa que, anualmente, ocorrem aproximadamente 1,5

Page 12: O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda

10

bilhão de episódios de diarréia e 4 milhões de óbitos em crianças menores de cinco

anos nos países em desenvolvimento.

A criança acometida pela diarréia necessita de diagnóstico e intervenções

de urgência a fim de que, seja evitado o choque hipovolêmico. Quando se tratar de

desidratação grave o diagnóstico é realizado através de exames laboratoriais e

indicadores clínicos.

O choque hipovolêmico é o resultado de uma má perfusão que pode vir

ou não acompanhado da hipotensão arterial, em decorrência de um baixo volume

sanguíneo ou da insuficiência significativa no bombeamento do sangue do coração.

Nessas condições clínicas de choque por diarréia aguda, são de extrema

importância os diagnósticos e intervenções de enfermagem. É comum também a

utilização de antibioticoterapia, associada à reposição de líquidos e uso de drogas

vasoativas. A criança em choque exige observação e cuidados intensivos,

principalmente assegurar a devida oxigenação.

Page 13: O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda

11

OBJETIVO

Considerando a desidratação como uma das principais causas da

mortalidade mortalidade e o choque hipovolêmico, uma de suas conseqüências mais

graves, esta monografia tem por objetivos:

- abordar aspectos conceituais e fisiopatologia do choque hipovolêmico pós-

desidratação em crianças acometidas por diarréia aguda;

- e propor diagnósticos e intervenções de enfermagem para crianças com choque

hipovolêmico pós-desidratação, acometidas por diarréia aguda.

Page 14: O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda

12

METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa descritiva, realizada através de levantamento

bibliográfico, em livros relacionados à fisiologia e principalmente à pediatria

enfatizando a desidratação.

Para o levantamento bibliográfico, foram utilizadas fontes bibliográficas da

Literatura Latino-Americana e do Caribe de Ciências da Saúde (LILACS), bem como

livros, sites internet (www.msd-brazil.com, www.bireme.br, www.scielo.br) e

periódicos da biblioteca do Centro Universitário Claretiano de Batatais.

As palavras chave utilizadas nas pesquisas bibliográficas foram: choque

hipovolêmico, desidratação, crianças com diarréia aguda, cuidados e intervenções

de enfermagem.

Os critérios usados para seleção dos livros, sites e artigos científicos se

basearam exclusivamente no conteúdo específico, bem como sua compilação para a

descrição do trabalho.

Page 15: O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda

13

CAPÍTULO 1

EQUILÍBRIO HÍDRICO

A água é responsável por quase 60 a 80% do peso corpóreo.

O homem é essencialmente uma solução aquosa na qual um grande complexo de soluto é distribuído em compartimentos que variam de tamanho. As necessidades hídricas estão aumentadas na criança, comparativamente ao adulto, em decorrência do maior metabolismo hídrico, da distribuição dos compartimentos aquosos e da imaturidade renal. (MARCONDES, 2003, pág. 405).

De acordo com o crescimento esse número varia, a composição corpórea

se apresenta da seguinte maneira:

PREMATURO2% 6%

12%

80%

MINERAIS GORDURA PROTEÍNA ÁGUA

RECÉM-NASCIDO A TERMO2% 12%

12%

74%

MINERAIS GORDURA PROTEÍNA ÁGUA

Page 16: O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda

14

LACTENTE DE 1 ANO DE IDADE2%

23%

15%60%

MINERAIS GORDURA PROTEÍNA ÁGUA

ADULTO (SEXO MASCULINO)6%

16%

18%60%

MINERAIS GORDURA PROTEÍNA ÁGUA

Alterações da composição corpórea durante o crescimento.

Fonte: MARCONDES, 2003, pág. 405.

Dois terços do peso corpóreo correspondem à água. Um indivíduo com 68

Kg possui aproximadamente 38 litros de água no corpo. Destes, entre 22 a 26 litros

encontram-se no interior das células, 7,5 litros encontram-se no espaço intercelular e

uma quantidade discretamente inferior a 4 litros (aproximadamente 8% da

quantidade da água total) encontra-se na corrente sangüínea. O volume

relativamente pequeno de água na corrente sangüínea é muito importante para o

funcionamento do corpo e deve ser mantido constante. A água que se encontra fora

da corrente sangüínea atua como um depósito para repor ou absorver o excesso de

Page 17: O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda

15

água do sangue de acordo com a necessidade. A água entra no corpo

principalmente através da absorção do trato gastrintestinal. (BERKOW, 2002)

Os rins podem excretar até vários litros de urina por dia ou podem

conservar a água excretando menos de meio litro por dia. Diariamente, pela

evaporação através da pele e dos pulmões, são perdidos aproximadamente 750

mililitros de água. A sudorese abundante, como a que ocorre durante a realização de

um exercício vigoroso ou em climas quentes, pode aumentar dramaticamente a

quantidade de água perdida através da evaporação. Normalmente, a perda através

do trato gastrointestinal é pequena. No entanto, em casos de vômito prolongado ou

de diarréia grave, a perda diária pode ser de até 3,7 litros ou mais. Quando o

consumo de água compensa a quantidade perdida, a água do corpo encontra-se em

equilíbrio. (BERKOW, 2002)

Para manter este equilíbrio, os indivíduos saudáveis com uma função

renal normal e que não transpiram excessivamente devem ingerir pelo menos um

litro de líquido por dia. No entanto, é recomendada a ingestão de 1.5 a 2 litros por

dia para proteger-se contra a desidratação e também contra a formação de cálculos

renais. Quando o cérebro e os rins funcionam adequadamente, o organismo

consegue enfrentar alterações extremas da ingestão de água. Normalmente, um

indivíduo pode ingerir uma quantidade suficiente de água para compensar a perda

excessiva e, conseqüentemente, manter o volume sanguíneo e a concentração dos

sais minerais dissolvidos (eletrólitos) no sangue. (GUYTON, 2002)

Entretanto, um indivíduo pode apresentar desidratação quando ele é

incapaz de ingerir uma quantidade suficiente de água para compensar a perda

excessiva, como no vômito prolongado ou na diarréia aguda. A quantidade de água

presente no organismo está intimamente relacionada à quantidade de eletrólitos. A

Page 18: O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda

16

concentração (nível) de sódio no sangue é um bom indicador da quantidade de água

existente no organismo. O corpo trabalha para manter constante o nível de água

total e, conseqüentemente, para manter constante a concentração de sódio no

sangue. Quando a concentração de sódio encontra-se demasiadamente alta, o

corpo retém água para diluir o excesso de sódio. O indivíduo sente sede e produz

menos urina. Quando a concentração de sódio diminui excessivamente, os rins

excretam mais água para fazer com que a concentração de sódio retorne ao

equilíbrio. (TORTORA, 2006)

Page 19: O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda

17

CAPÍTULO 2

DIARRÉIA AGUDA

É uma das mais importantes causas de morbidade e mortalidade no Brasil

e em países em desenvolvimento. Têm incidência elevada e os episódios são

freqüentes na infância, particularmente em áreas com precárias condições de

saneamento básico. (SABRA, 2002).

Não é doença de notificação compulsória em virtude da sua elevada

freqüência. A vigilância é feita pela monitoração das doenças diarréicas agudas que

consiste no registro de dados mínimos dos doentes (residência, idade, plano

terapêutico) em unidades de saúde. (BRANDÃO, 2005)

Refere-se a uma síndrome ocasionada por vários agentes etiológicos

(bactérias, vírus e parasitas). Sua manifestação predominante é o aumento do

número de evacuações, com fezes aquosas ou de pouca consistência, e, com

freqüência acompanhada de vômito, febre e dor abdominal. Alguns casos

apresentam a presença de muco e sangue. (TORTORA, 2006)

Em geral se autolimita entre 2 a 14 dias, com variações de leves a graves,

provocando desidratação e distúrbios eletrolíticos, principalmente associada a uma

desnutrição prévia.

Suas manifestações dependerão do agente causador. Quando se trata de

bactéria, pode ocorrer, inclusive, lesão epitelial, devido a liberação de toxinas ou

colonização e multiplicação do agente na parede intestinal, e ainda, ter como

prognóstico a bacteremia ou sepse. Os vírus produzem diarréia autolimitada, só

havendo complicações quando o estado nutricional está comprometido.

Page 20: O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda

18

Os parasitas podem ser encontrados isolados ou associados

(poliparasitismo) e a manifestação diarréica pode ser aguda, intermitente ou não

ocorrer.

Segundo Guyton (1998), os agentes causadores da diarréia aguda podem

ser:

1. Bactérias: Staphyloccocus aureus, Campylobacter jejuni, Escherichia coli

enterotoxigênica, Escherichia coli enteropatogênica, Escherichia coli enteroinvasiva,

Escherichia coli enterohemorrágica, salmonelas, Shigella desinteriae, Yersínia

enterocolítica e Vibrio cholerae.

2. Vírus: astrovírus, calicivírus, adenovírus entérico, norwalk, rotavírus grupos A, B e

C.

3. Parasitas: Entamoeba histolytica, Cryptosporidium spp., Balantidium coli, Giardia

lamblia e Isospora belli.

O diagnóstico é clínico, e quando houver a necessidade são realizados

exames parasitológicos de fezes ou cultura de vírus e bactérias.

A terapêutica indicada é a hidratação oral, através do soro de reidratação

oral (SRO), que simplificou o tratamento e vem contribuindo significativamente para

a diminuição da mortalidade por diarréias. O esquema de tratamento independe do

diagnóstico etiológico, já que o objetivo da terapêutica é reidratar ou evitar a

desidratação. O esquema terapêutico não é rígido, administrando-se líquidos e o

soro de reidratação oral de acordo com as perdas. Se houver sinais de desidratação,

administrar soro de reidratação oral, de acordo com a sede. Inicialmente, a criança

de até 12 meses deve receber de 50 a 100ml e 100 a 200ml para aquelas acima de

12 meses. (SMELTZER & BARE, 2002)

Page 21: O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda

19

2.1- MEDIDAS DE CONTROLE

Segundo Marcondes (2003) existem algumas medidas a serem tomadas a

fim de promover o controle da diarréia, como:

Monitorar a incidência das diarréias visando a atuação em situações de surtos e

manter contínuas atividades de educação em saúde com o propósito de diminuir

sua incidência e letalidade.

Melhoria da qualidade da água, destino adequado de lixo e dejetos, controle de

vetores, higiene pessoal e alimentar.

A educação em saúde, principalmente em áreas de elevada incidência. Locais de

uso coletivo como colégios, creches, hospitais, penitenciárias, que podem

apresentar riscos maximizados quando as condições sanitárias não são

adequadas, devem ser alvo de orientações e campanhas específicas.

Ocorrências em crianças de creches devem ser seguidas de precauções

entéricas, além de reforçadas as orientações às manipuladoras e às mães.

Considerando a importância das causas alimentares nas diarréias das crianças

pequenas, é fundamental o incentivo à prorrogação do tempo de aleitamento

materno, comprovadamente uma prática que confere elevada proteção a esse

grupo populacional.

Page 22: O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda

20

CAPÍTULO 3

DESIDRATAÇÃO

Vários mecanismos atuam em conjunto para manter o equilíbrio hídrico do organismo. Um dos mais importantes é o mecanismo da sede. Os centros nervosos localizados profundamente no cérebro são estimulados quando o corpo necessita de mais água, acarretando a sensação de sede. A sensação torna-se mais forte à medida que a necessidade de água pelo corpo aumenta, levando o indivíduo a beber e a repor a água necessária. Um outro mecanismo de controle da quantidade de água no organismo envolve a hipófise, localizada na base do cérebro. Quando o corpo possui pouca água, a hipófise secreta uma substância na corrente sanguínea denominada hormônio antidiurético. O hormônio antidiurético estimula os rins a reter o máximo possível de água. Quando o corpo possui uma quantidade insuficiente de água, os rins a conservam, enquanto ela desloca-se automaticamente do grande reservatório intracelular para a corrente sangüínea para manter o volume sangüíneo e a pressão arterial até que a água possa ser reposta através do aumento da ingestão. Quando o corpo possui um excesso de água, a sede é inibida e a hipófise produz pouquíssimo hormônio antidiurético, permitindo que os rins excretem o excesso de água na urina. (BERKOW, 2002).

A desidratação é uma deficiência de água no organismo. A desidratação

ocorre quando a eliminação de água do corpo é maior que a sua ingestão.

Normalmente, a deficiência de água faz com que a concentração de sódio no

sangue aumente. O vômito, a diarréia, o uso de diuréticos (medicamentos que fazem

com que os rins excretem quantidades excessivas de água e sal), o calor excessivo,

a febre e a redução da ingestão de água por qualquer razão podem acarretar a

desidratação. Inicialmente, a desidratação estimula os centros da sede do cérebro,

fazendo com que o indivíduo ingira mais líquido. (BOUNDY, 2004)

É resultado de processos infecciosos que acabam por modificar o volume

e a composição do organismo. Sua gravidade dependerá da quantidade e

velocidade dessa perda.

Page 23: O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda

21

A desidratação ocorre em conseqüência de perdas pelo trato

gastrintestinal, pelos rins, pulmão ou pelo aumento das perdas insensíveis (são

aquelas que se fazem através da evaporação pela pele e pulmões).

As insensíveis são perdas obrigatórias de água pura que são

proporcionalmente maiores na criança que no adulto. O volume diário é ao redor de

50ml/24h (40ml pela pele e 10ml pelos pulmões). (GUYTON, 1988)

No entanto a perda gastrintestinal, na faixa etária pediátrica é a causa

mais freqüente de desidratação.

Segundo Guyton (1988) a desidratação pode ser classificada em:

desidratação isonatrêmica, hiponatrêmica e hipernatrêmica. Desidratação isonatrêmica possui essa denominação quando a perda de

água e eletrólitos é proporcional à concentração do fluido extracelular, de tal

forma que o gradiente intra e extracelular é mantido.

Desidratação hiponatrêmica é definida quando o sódio sérico inicial é

inferior a 130mEq/l e decorre de perda excessiva de sódio em relação à perda

de água, ocorrendo baixa osmolaridade sérica, movimentando a água do

extra para o intracelular.

Desidratação hipernatrêmica é definida quando o sódio sérico inicial é

superior a 150mEq/l e decorre da perda excessiva de água em relação ao

sódio, ocorrendo alta osmolaridade sérica, movimentando a água do intra

para o extracelular.

Inicialmente, a desidratação manifesta-se por sede intensa e mudança no

comportamento (irritação ou prostração). Com o aumento do déficit de água e

eletrólitos, aparece o afundamento da fontanela anterior, nas crianças pequenas,

ressecamento das mucosas, afundamento dos olhos e a diminuição do turgor da

Page 24: O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda

22

pele. Juntamente com a hipovolemia advém alguns sintomas como hipotensão com

ocorrência de taquicardia, palidez e extremidades frias. Em casos de desidratação

grave ocorre colapso circulatório com a presença de sinais característicos como:

extremidades frias e cianóticas, pulso fraco e rápido, palidez de pele, letargia ou

coma. (CINTRA, 2006)

Para que se possa decidir qual a terapêutica adequada é relevante avaliar

o grau de desidratação em que a criança se encontra:

1. Sem desidratação;

2. Com algum grau de desidratação;

3. Com desidratação grave.

Classificação do estado de hidratação:

DADOS CLÍNICOS SEM DESIDRATAÇÃO

ALGUM GRAU DE DESIDRATAÇÃO

DESIDRATAÇÃO GRAVE

Aspecto Alerta Irritada – com sede Deprimida – comatosa Circulação periférica* (rubor palmar) Até 3 segundos 3-8 segundos Mais de 8 segundos

Pulso Cheio Fino Impalpável Elasticidade da pele Normal Diminuída Muito diminuída Olhos Normais Fundos Muito fundos Fontanela Normal Deprimida Deprimida Mucosas Úmidas Secas Secas

* Avaliação da circulação periférica por meio do rubor palmar: o examinador comprime com a própria mão a mão fechada da criança durante 15 segundos. O examinador retira sua mão e observa o tempo para a volta da coloração normal da palma da mão da criança.

Fonte: MARCONDES, 2003, pág. 418.

Segundo Einloft (2006), é considerado estado de desidratação grave

quando a criança apresenta pelo menos um dos seguintes achados clínicos:

Pulso fino ou impalpável;

Circulação periférica com tempo de retorno maior que 8 segundos;

Alteração do estado de consciência.

Normalmente nesses casos em que a terapia de reidratação oral não

resolve, é indicada a hidratação parenteral.

Page 25: O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda

23

CAPÍTULO 4

A DESIDRATAÇÃO NA DIARRÉIA AGUDA

Na síndrome diarréica, as perdas fecais de água e eletrólitos (sódio, cloro,

potássio, bicarbonato, etc.) estão aumentadas. A desidratação acontece quando as

perdas não são compensadas, por isso, é fundamental a oferta de líquidos em

quantidade maior que o hábito. Esse processo é realizado com o intuito de cobrir as

necessidades basais e repor as perdas hidreletrolíticas anormais. Nesses casos,

podem ser utilizados sopas, chás, sucos, água do cozimento do arroz, leite e iogurte.

O cloreto de sódio deve ser acrescentado aos alimentos líquidos na quantidade de 3

gramas/litro. (CARVALHO, 2000).

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) deve ser administrado

juntamente com os líquidos e a alimentação, também o soro de reidratação oral

(SRO), que obedece a seguinte composição:

COMPOSIÇÃO DA SOLUÇÃO DE REIDRATAÇÃO ORAL (SRO)

COMPONENTES GRAMAS / ENVELOPE*

Cloreto de Sódio 3,5 Citrato trissódico deidratado 2,9 Cloreto de potássio 1,5 Glicose 20 MILIMOLES / LITRO Sódio 90 Cloro 80 Citrato 10** Potássio 20 Glicose 111

* O conteúdo de um envelope deve ser dissolvido em um litro de água filtrada ou fervida. ** O citrato é trivalente e produz 30mEq/l de bicarbonato.

FONTE: CARVALHO, 2000, pág 670.

Page 26: O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda

24

Para as crianças acometidas de diarréia aguda, menores de um ano,

deve-se iniciar oferecendo 50 a 100ml de SRO, após cada evacuação. Nas crianças

maiores, oferecer de 100 a 200ml de SRO.

É de suma importância verificar a aceitação da criança, em relação aos

líquidos e alimentação oferecida.

A terapia de reidratação oral é indicada para as crianças com

desidratação leve ou moderada, sendo que, elas devem recebê-lo na Unidade

Básica de Saúde. A criança deverá permanecer em jejum, exceto quando estiver

sendo amamentada, que deverá ser mantido mesmo durante a fase de reparação.

Segundo Marcondes (2003), a fluidoterapia (oral ou parenteral, em casos

mais extremos) consiste três componentes: fase de reparação, fase de manutenção

e fase de reposição.

A fase de reparação deve ser realizada no prazo de quatro a seis horas.

Como orientação inicial, o paciente deverá receber oferta de 50 ml/kg de SRO nesse

período, devendo ser oferecida em curtos intervalos se utilizando de copo, colher ou

seringa. O uso de mamadeiras associa-se com maior risco de vômitos, que poderão

ocorrer em um ou dois episódios, estando dentro da normalidade, o que, não

representa a contra indicação da terapia de reidratação oral. Também deve-se evitar

o uso de antitérmicos e antieméticos até que se possa confirmar o desaparecimento

dos sinais de desidratação e a total recuperação da função renal.

Se a criança estiver restabelecida antes do término do volume

recomendado, pode-se passar para as fases de manutenção e reposição e dar início

à alimentação. Uma vez que a criança estiver hidratada, ela deve receber a fase de

reposição assim como água e outros alimentos.

Page 27: O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda

25

Segundo Carvalho (2000), em alguns casos é necessário a administração

do soro de reidratação oral através de sonda nasogástrica em gotejamento contínuo,

que é indicado nas seguintes condições:

Perda de peso após duas horas de reidratação oral;

Vômitos persistentes (quatro ou mais episódios por hora, depois de

reiniciada a reidratação oral, com manutenção ou agravo dos sinais de

desidratação);

Dificuldade de ingestão do soro de reidratação oral;

Desidratação grave, na impossibilidade de hidratação venosa imediata, até

que a via venosa seja possível.

A infusão de soro de reidratação oral deve ser de 20 a 30ml/kg/hora até a

reidratação. Caso a criança tenha náusea ou vômito, reduzir a quantidade para

15ml/kg/hora até o desaparecimento desses sintomas.

Page 28: O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda

26

CAPÍTULO 5

O CHOQUE

O choque é um estado fisiológico, em que existe fluxo sangüíneo

inadequado, devido à incapacidade do sistema circulatório em fornecer oxigênio e

nutrientes para os tecidos e células do corpo a fim de atender suas necessidades

metabólicas, podendo-se dizer então, que é a perfusão e oxigenação inadequada

dos órgãos e tecidos, e que quando não tratado resulta em morte celular. Diante de

tais afirmações, a idéia de que o choque está sempre associado à hipotensão

arterial, deve ser substituída pela observação clínica, através do exame físico de

hipoperfusão com ou sem hipotensão, sendo essencial que o enfermeiro tenha

habilidade e rapidez na instalação, manutenção e interpretação da monitoração

hemodinâmica. (SMELTZER & BARE, 2002) Segundo Robbins (2000), ele pode desenvolver-se de maneira rápida ou

lenta, tendo sempre uma causa subjacente. Essa causa subjacente pode ser: Uma falha no mecanismo que bombeia o sangue (coração);

Problemas nos vasos sangüíneos (alteração na resistência da parede vascular);

Baixo nível de fluídos corporais (sangue ou líquidos corporais).

É classificado em:

Choque hipovolêmico tem como causa determinante a diminuição no volume

intravascular por perda de sangue, plasma ou líquidos extracelulares;

Choque cardiogênico causado por uma insuficiência miocárdica e

caracterizado por diminuição do débito cardíaco e aumento da resistência

vascular, apresentando uma capacidade de bombeamento prejudicada;

Page 29: O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda

27

Choque circulatório ou distributivo causado por diminuição do tônus

vascular e caracterizado por hipotensão, redução do débito cardíaco e oligúria. É

dividido em: choque neurogênico, choque anafilático e choque séptico;

Choque obstrutivo causado por obstrução mecânica do fluxo sangüíneo.

Dentro da célula é onde ocorre o metabolismo energético, em que os

nutrientes são quimicamente clivados e armazenados na forma de trifosfato de

adenosina, o ATP. Esta energia é utilizada pelas células para realizar todas as

funções do organismo. O ATP pode ser produzido por meio aeróbico (na presença

de oxigênio) que fornece maior quantidade de ATP por mol de glicose, sendo esta a

maneira mais eficiente e efetiva de produção de ATP, ou anaeróbico (sem a

presença de oxigênio) que resulta no acúmulo do produto final que é o ácido láctico,

que é tóxico e deve ser removido da célula para o fígado, para a conversão em

glicose e glicogênio. (SMELTZER & BARE, 2002)

Durante o choque, as células necessitam de aporte sangüíneo adequado

e são privadas de oxigênio e nutrientes, precisando assim produzir a energia

necessária, através de metabolismo anaeróbico, resultando em fornecimento de

baixa energia a partir dos nutrientes e em um ambiente intracelular acidótico,

cessando assim a função celular normal.

Segundo Robbins (2000), alguns sintomas antecedem o choque, são:

inquietude;

náuseas;

lipotímias;

astenia;

sede intensa.

Sinais e sintomas gerais do choque:

Page 30: O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda

28

hipotensão;

taquicardia;

pulso fino e taquicárdico;

pele fria e pegajosa;

sudorese abundante;

mucosas descoradas (hemorragia) e secas (desidratação);

palidez;

cianose;

resfriamento das extremidades;

hipotermia;

respiração rápida, superficial e irregular;

sede;

náuseas e vômito;

alterações neurossensoriais (confusão, desorientação e alteração na

consciência).

Durante o choque, o organismo esforça-se para sobreviver e manter suas

funções vitais, que pode ser percebido por meio de sinais e sintomas clínicos, que

nada mais são do que respostas fisiológicas ao caos pelo qual está passando.

Segundo Knobel (2006), tais respostas fisiológicas podem ser

classificadas quanto ao estágio evolutivo e quanto ao padrão hemodinâmico.

Quanto ao estágio evolutivo:

Estágio Compensatório: caracterizado por mecanismos compensatórios como o

aumento da freqüência cardíaca e da contratilidade do miocárdio, mediados por

catecolaminas, vasoconstricção venosa e arterial. Nesse estágio pode não haver

hipotensão arterial, oligúria e confusão mental, mas já ocorre acidose metabólica

Page 31: O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda

29

e má perfusão tecidual. Nessa fase, a reversão do quadro clínico do paciente

ainda é mais efetiva.

Estágio Descompensado: caracterizado pela falência dos mecanismos

compensatórios, com início das disfunções orgânicas;

Estágio Irreversível: caracterizado por resposta cardiovascular refratária a

volume e drogas vasoativas.

Quanto ao padrão hemodinâmico:

Hipovolêmico: hemorragia, desidratação e seqüestro de líquidos;

Cardiogênico: falência ventricular esquerda, infarto agudo do miocárdio,

miocardite/miocardiopatia, arritmias/distúrbios de condução, lesões valvares,

disfunção miocárdica da sepse;

Obstrutivo: embolia pulmonar, tamponamento cardíaco e pneumotórax

hipertensivo;

Distributivo: vasoplégico (choque séptico), neurogênico, anafilaxia,

hipotireoidismo/hipocortisolismo e síndrome de hiperviscosidade.

5.1 - DEFINIÇÃO DE CHOQUE HIPOVOLÊMICO

É o tipo mais comum de choque, tendo como característica definidora à

redução do volume sanguíneo circulante, em outras palavras, volume intravascular

diminuído sobrecarregando assim a bomba cardíaca. Todo o líquido corporal está

nos compartimentos intracelular e extracelular, e o líquido intracelular representa

cerca de dois terços da água corporal total e o líquido extracelular que está nos

compartimentos intravascular e intersticial é três a quatro vezes o volume do líquido

intravascular. O choque hipovolêmico ocorre quando esse volume intravascular

Page 32: O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda

30

reduz cerca de 15 a 25%, representando uma perda de 750 a 1300 ml de sangue

em uma pessoa de 70 Kg. (SMELTZER & BARE, 2002).

Essa hipovolemia pode ocorrer devido a vários fatores, como advinda de

uma hemorragia interna ou externa ou de uma perda de líquidos e eletrólitos, que

pode seguir-se de perda significativa de líquidos gastrintestinais como no caso de

vômitos e diarréias, perdas renais como a poliúria, perdas externas secundárias ou

quebra da integridade da superfície tecidual como em queimaduras ou por perdas

internas e seqüestro de líquidos para o terceiro espaço como na ascite.

5.1.1 – FISIOPATOLOGIA

Durante o choque hipovolêmico acontece uma seqüência de eventos, que

começam com a diminuição do volume intravascular, que resulta em um retorno

venoso de sangue para o coração prejudicado e subseqüente diminuição do

enchimento ventricular que reduz a quantidade de sangue ejetada a partir do

coração, que é o volume sistólico e também a diminuição do débito cardíaco, que

por sua vez faz com que aconteça uma diminuição da pressão arterial e

conseqüentemente uma má perfusão tecidual, onde começam a ocorrer grandes

danos ao organismo.

O organismo responde a uma hemorragia em grande quantidade ativando

o sistema hematológico, que por sua vez responde a uma perda sanguínea severa,

ativando uma cascata de coagulação, fazendo uma vasoconstricção nos vasos da

hemorragia e ativando as plaquetas. O sistema cardiovascular, em resposta à

diminuição do volume sanguíneo circulante e subseqüente diminuição de oxigênio

circulante, vai estimular o Sistema Nervoso Central, liberando catecolaminas que

provocam o aumento da freqüência cardíaca e vasoconstricção periférica. O sistema

Page 33: O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda

31

renal, responde a hemorragia aumentando a secreção de renina, que por sua vez

converte o agiotensinogênio em agiotensina I que é convertida em agiotensina II

pelos pulmões e fígado, que promove a secreção de aldosterona que é responsável

pela reabsorção de sódio e conservação de água. Já o sistema neuroendócrino

aumenta o hormônio antidiurético circulante, que é o ADH, liberado pela hipófise,

que faz com que haja um aumento na reabsorção de água e sal (NaCl). Todos esses

sistemas agem na tentativa de conter a perda de líquidos e reverter o processo de

hipovolemia. (SMELTZER & BARE, 2002).

5.1.2 – TRATAMENTO

Uma avaliação minuciosa através do exame físico e diagnóstico precoce

está diretamente relacionada a um tratamento efetivo, que tem como principal

objetivo proporcionar um menor número de complicações e disfunções orgânicas,

bem como um bom prognóstico ao paciente. Desse modo a Enfermeira, deve estar

atenta aos sinais clínicos iniciais para que possa direcionar a terapia e alcançar esse

bom prognóstico ao paciente.

O tratamento do choque hipovolêmico visa restaurar o volume

intravascular, redistribuir o volume hídrico e corrigir a causa subjacente da perda de

líquido.

Se a causa subjacente for uma hemorragia, esta deve ser interrompida

imediatamente, através de pressão sobre o local, se este for o caso, ou através de

cirurgia se a mesma for interna. Se a causa da hipovolemia for a diarréia ou o

vômito, devem ser administrados medicamentos prescritos para tratá-los, bem como

identificar e tratar a causa dos mesmos.

Page 34: O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda

32

A reposição volêmica deve ser considerada objetivo inicial na recuperação

do volume intravascular, para tanto devem ser instalados dois acessos intravenosos

de grande calibre (veias da fossa anticubital, MMSS, jugulares externas, femurais

que são contra-indicadas em crianças, e em crianças menores de seis anos

considerar punção intra-óssea), para a administração simultânea de líquidos e

derivados do sangue, sendo necessário que estes líquidos permaneçam dentro do

compartimento intravascular, evitando assim criação de deslocamento de líquidos do

compartimento intravascular para o intracelular.

Ringer lactato e cloreto de sódio a 0,9% são líquidos cristalóides isotônicos,

movimentam-se livremente entre os compartimentos de líquidos, não

permanecendo no sistema vascular, podem ser empregados em grandes

quantidades, mas podem também provocar edema pulmonar. Geralmente são

administrados 2000 ml em bólus de preferência aquecido a 37°C, mas em

crianças o indicado são 20ml/Kg;

Colóides (albumina e dextran a 6%) são proteínas plasmáticas que

expandem o volume intravascular e apresentam uma duração maior de ação que

os cristalóides, pois permanecem mais tempo dentro do compartimento

intravascular. A albumina é um expansor plasmático rápido, é preparado a partir

do plasma humano, portanto é de custo elevado, depende de doadores humanos

e pode causar insuficiência cardíaca. O dextran é um expansor plasmático

sintético, não está indicado se a causa da hipovolemia for hemorragia, pois

interfere na agregação plaquetária;

Derivados do sangue são também colóides, mas em virtude dos riscos de

transmissão de vírus e da escassez de hemoderivados, só são utilizados quando

todas as alternativas não estão disponíveis ou quando a perda sanguínea é

Page 35: O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda

33

extensa e rápida. A papa da hemácia é administrada para melhorar a capacidade

de transporte de oxigênio do paciente, juntamente com outros líquidos que vão

expandir o volume;

Autotransfusão coleta e retransfusão do sangue do próprio paciente que

pode ser realizada quando o paciente está sangrando para dentro de uma

cavidade fechada, como o tórax e abdome.

Existem alguns parâmetros que podem nortear a reposição volêmica:

Freqüência cardíaca aumentada;

Diminuição da pressão arterial média, onde se considera hipotensão arterial uma

PAM inferior a 60 mmHg;

Presença de oligúria, que é caracterizada por um débito urinário inferior a 0,5

ml/Kg/h, por, no mínimo duas horas;

O posicionamento correto do paciente ajuda na redistribuição hídrica.

Uma posição de Trendelenburg modificada, onde os MMII são elevados até um

ângulo de 20°, os joelhos ficam retos, o tronco fica na horizontal e a cabeça fica

discretamente elevada, ajudando assim o retorno venoso.

Caso a administração venha a falhar na reversão do choque

hipovolêmico, devemos utilizar as mesmas medicações utilizadas no choque

cardiogênico, pois o mesmo se não revertido a tempo evolui para o choque

cardiogênico, o chamado círculo vicioso. Mas se a causa subjacente da hipovolemia

for a desidratação, será utilizada a insulina, quando a desidratação é secundária à

hiperglicemia e desmopressina (DDVP). (SMELTZER & BARE, 2002).

Page 36: O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda

34

CAPÍTULO 6

DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM

O diagnóstico precoce do choque hipovolêmico é realizado

exclusivamente através da identificação dos sinais e sintomas que o antecedem,

como também os cuidados de enfermagem necessários para que o mesmo não se

instale em crianças acometidas pela desidratação.

De acordo com Johnson (2005), McCloskey (2004) e o NANDA, os

diagnósticos e intervenções de enfermagem referentes ao problema compreendem:

1 – Débito Cardíaco diminuído relacionado a ritmo e freqüência cardíaca alterados e

volume de ejeção alterado caracterizado por taquicardia, fadiga, pele fria e pegajosa,

dispnéia, reperfusão capilar periférica prolongada, pulsos periféricos diminuídos,

cianose e agitação.

Observar sinais e sintomas de débito cardíaco diminuído;

Monitorar sinais vitais de 2/2 horas e anotar;

Monitorar o estado respiratório em busca de sintomas falência cardíaca;

Monitorar o equilíbrio de líquidos (ingesta, eliminação e peso diários);

Monitorar dados laboratoriais apropriados (enzimas cardíacas, níveis de

eletrólitos);

Reconhecer as alterações na pressão arterial;

Avaliar pulsos periféricos (cianose, temperatura);

Avaliar e anotar a reperfusão periférica;

Avaliar a pele quanto a temperatura, cor, turgor, edema e umidade;

Monitorar a tolerância do paciente à atividade;

Monitorar a presença de dispnéia, fadiga, taquipnéia e ortopnéia e anotar;

Page 37: O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda

35

Estabelecer uma relação de apoio com o paciente e a família;

Orientar o paciente quanto a importância de relatar imediatamente qualquer

desconforto no peito;

Proporcionar ambiente tranqüilo e seguro ao paciente.

2 – Fadiga relacionada a condição física debilitada, caracterizada por aumento das

necessidades de repouso, cansaço e incapacidade de manter as rotinas habituais.

Determinar as limitações físicas do paciente;

Determinar a percepção que tem o paciente sobre as causas da fadiga;

Encorajar a verbalização dos sentimentos sobre as limitações;

Determinar as causas da fadiga;

Monitorar o paciente na busca de evidências excessivas de fadiga física e

emocional;

Monitorar a ingesta nutricional para garantir recursos energéticos adequados;

Monitorar e registrar o padrão de sono do paciente e o número de horas de sono;

Limitar os estímulos ambientais (iluminação e ruídos) para facilitar o relaxamento;

Promover repouso no leito;

Limitar atividades;

Encorajar períodos alterados de repouso e atividade;

Monitorar a resposta de oxigênio do paciente (pulso, ritmo cardíaco, e freqüência

respiratória);

Orientar o paciente para o reconhecimento de sinais e sintomas da fadiga que

requeiram a redução da atividade.

Page 38: O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda

36

3 – Perfusão tissular ineficaz relacionada a hipovolemia caracterizada por dispnéia,

tempo de reperfusão capilar maior que 3 segundos, taquicardia, cianose e mudança

na temperatura da pele.

Verificar e anotar os sinais vitais de 2/2 horas;

Monitorar a ingesta e a eliminação de líquidos;

Manter desobstruído o acesso venoso;

Monitorar os níveis de hemoglobina e hematócrito;

Administrar a reposição de líquidos quando prescrita;

Avaliar a pele quanto a cor, temperatura e edema;

Avaliar o reenchimento capilar;

Incentivar a deambulação;

4 – Volume de líquidos deficiente relacionado a perda de líquido caracterizado por

fraqueza, aumento da freqüência de pulso, diminuição da pressão sangüínea,

diminuição do volume e pressão de pulso, diminuição do enchimento venoso,

mudança no estado mental e diminuição no débito urinário.

Obter e manter acesso venoso de grande calibre;

Manter um registro minucioso e preciso da ingestão e eliminação de líquidos;

Pesar o paciente diariamente no mesmo horário e na mesma balança;

Monitorar a situação de hidratação do paciente (Ex: mucosas, pele, etc.);

Verificar e anotar os sinais vitais de 2/2 horas;

Administrar terapia EV conforme prescrição médica;

Manter solução intravenosa com eletrólitos a uma taxa de fluxo constante quando

adequado;

Monitorar a resposta do paciente à terapia de eletrólitos prescrita;

Page 39: O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda

37

Monitorar, registrar e comunicar quaisquer sinais e sintomas de retenção de

líquidos;

Monitorar a perda de líquidos (Ex: sangramento, vômito, diarréia, transpiração e

taquipnéia);

Avaliar as membranas bucais do paciente, a esclerótica e a pele na busca de

indicadores de alteração no equilíbrio de líquidos e eletrólitos (Ex: secura,

cianose e icterícia);

Oferecer líquidos quando adequado;

Administrar derivados do sangue conforme prescrito.

5 – Ansiedade relacionada a ameaça de morte caracterizada por agitação,

inquietação, taquipnéia, taquicardia, fadiga, fraqueza e confusão.

Usar uma abordagem clara, calma e segura;

Estabelecer laços de confiança com o paciente;

Esclarecer expectativas de estado do comportamento do paciente;

Explicar todos os procedimentos, inclusive sensações que o paciente poderá ter

durante o mesmo;

Buscar compreender a perspectiva do paciente sobre uma situação temida;

Oferecer informações sobre o diagnóstico, tratamento e prognóstico;

Permanecer com o paciente quando necessário e possível para promover a

segurança e reduzir o medo;

Ouvir atentamente o paciente;

Criar uma atmosfera que facilite a confiança;

Encorajar a verbalização de sentimentos, percepções e medos;

Identificar quando o nível de ansiedade se modifica;

Page 40: O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda

38

Administrar medicamentos para reduzir a ansiedade, conforme prescrito;

Proporcionar ambiente tranqüilo e seguro ao paciente.

6 – Confusão relacionada ao delírio caracterizada por agitação e flutuação no nível

de consciência.

Aproximar-se lentamente do paciente e pela parte frontal;

Tratar o paciente pelo nome ao iniciar a interação;

Indagar se ele sabe o local onde está, por que está lá e a quanto tempo está lá;

Usar uma abordagem que seja coerente (Ex: firmeza gentil, ausência de

exigências ) ao interagir com o paciente;

Informar o paciente sobre pessoa, tempo e local, na medida das necessidades;

Evitar frustrar o paciente com perguntas sobre orientação que ele não possa

responder;

Etiquetar itens no ambiente que promovam o reconhecimento;

Oferecer ao paciente um ambiente físico e uma rotina diária consistentes;

Oferecer acesso a objetos familiares (Ex: objetos pessoais, fotos);

Providenciar repouso/sono adequados;

Limitar visitas e duração das mesmas;

Providenciar acesso a eventos atuais quando possível (Ex: televisão, jornais,

rádio e relatos verbais);

Estimular a memória, repetindo último pensamento que o paciente expressou;

Fazer um pergunta de cada vez;

Monitorar mudanças na sensação e na orientação.

Page 41: O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda

39

7 – Hipotermia relacionada a doença ou trauma caracterizado por redução da

temperatura corporal abaixo dos parâmetros normais, palidez, tremor, pele fria,

reenchimento capilar lento e taquicardia.

Verificar temperatura de 2/2 horas ou de 1/1 hora;

Verificar e anotar os sinais vitais de 2/2 horas;

Monitorar, registrar e comunicar sinais e sintomas da hipotermia como: fadiga,

confusão, apatia, coordenação prejudicada, tremor e mudança na cor da pele;

Colocar monitor cardíaco quando adequado;

Aquecer paciente com cobertor quando adequado;

Instituir medidas ativas de reaquecimento externo (Ex: imersão em água morna,

aplicação de bolsas de água quente, colocação de cobertor aquecido) quando

adequado;

Monitorar a ingesta e a eliminação;

Monitorar a cor e a temperatura da pele.

Page 42: O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda

40

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A água é responsável por quase todo o metabolismo presente no

organismo, principalmente da criança, que devido à sua imaturidade orgânica e

necessidades de maior intensidade, é de fundamental importância sua correta

hidratação, pois seu organismo depende basicamente da água para a realização do

metabolismo.

A atenção com os cuidados em uma criança acometida pela diarréia

aguda devem se redobrar para que não tenha como prognóstico a desidratação

grave e conseqüentemente entre em choque hipovolêmico.

A diarréia aguda compreende um grupo de condições clínicas, cuja

manifestação comum é a presença de fezes de consistência diminuída associada a

um aumento do número de dejeções, traduzindo um desequilíbrio entre os

processos de absorção e secreção do intestino.

O choque hipovolêmico é uma condição pela qual nosso organismo passa

e é caracterizada pela oxigenação inadequada dos órgãos e tecidos.

É de extrema importância que o enfermeiro que cuida de uma criança

com choque ou em risco de choque tenha habilidade e conhecimento suficiente para

compreender seus mecanismos bem como reconhecer os primeiros sinais.

Portanto, no primeiro momento da abordagem do choque é importante

reconhecer sua instalação lembrando que, seu diagnóstico é feito exclusivamente

pelo exame físico, que deve ser voltado aos sinais vitais, perfusão cutânea e

verificação dos sinais vitais da criança, pois nenhum teste laboratorial identifica

imediatamente o choque.

Page 43: O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda

41

Num segundo momento é identificar sua etiologia, ou seja, identificar o

tipo de choque, para que se consiga iniciar de maneira rápida e eficaz os cuidados

com a criança para que seu prognóstico seja o melhor possível.

Page 44: O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda

42

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIATION, North American Nursing Diagnosis. (Org.). CORREIA, Cristina. (Trad.). Diagnósticos de enfermagem da NANDA: definições e classificação 2005-2006. Traduzido do original: NANDA - NURSING DIAGNOSES: DEFINITIONS AND CLASSIFICATION (2003-2004). Porto Alegre: Artmed, 2006. BERKOW, Robert. (orgs.) et al. Manual Merck de Informação Médica: Saúde para a Família. Tradução de Dr. Fernando Gomes do Nascimento. Barueri: Manole, 2002, 1595 p. Disponível em: <http://www.msd-brazil. com / content. patients / manual _ Merck / mm _ sec3 _ 24.htm1>. Acesso em 22 jul. 2006. BOUNDY, Janice. et al. Enfermagem Médico-Cirúrgica. Tradução de Carlos Henrique Cosendey. 3. ed. Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso Editores, vol. 1, 2004. BRANDÃO, Marcelo B. O Óbito em Crianças com Diarréira Aguda e Choque em UTI. Campinas: Rev. Assoc. Med. Brasileira, 2005. Disponível em <www.scielo.br/pdf/ramb/v51n4/a22v51n4.pdf>. Acesso em 06 set. 2006. CARVALHO, Eduardo da Silva; CARVALHO; Werther Brunow de. Terapêutica Pediátrica. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2000. CINTRA, Elaine de Araújo. (orgs.) et al. Assistência de Enfermagem ao Paciente Gravemente Enfermo. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2006. EINLOFT, Liane; ZEN, Jaqueline; FUHRMEISTER, Marília; DIAS, Vera Lúcia Mendes. Manual de enfermagem em UTI pediátrica / Intensive care units manual. Rio de Janeiro; Medsi; 1996. 655 p. ilus. Disponível em <http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/>. Acesso em 26 set. 2006. GUYTON, Arhur C. Tratado de Fisiologia Médica. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S/A, 2002. ______; Fisiologia Humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S/A, 1988. ______; Fisiologia Humana e Mecanismos das Doenças. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S/A, 1998. HAFEN, Brant Q. Primeiros Socorros para Estudantes. Traduzido do original: First aid Colleges and Universities. 7. ed. São Paulo: Manoel, 2002. JOHNSON, Marion. (orgs.) et al. Diagnósticos, Resultados e Intervenções de Enfermagem. Ligações entre NANDA, NOC e NIC. Tradução de Ana Thorell. Porto Alegre: Artmed, 2005. KNOBEL, Elias. Terapia Intensiva: enfermagem. Co-autores Claudia Regina Laselva, Denis Faria Moura Júnior. São Paulo: Editora Atheneu, 2006.

Page 45: O choque hipovolemico como consequencia da desidrataçao em crianças com diarreia aguda

43

MARCONDES, Eduardo. (orgs.) et al. Pediatria Básica. 9. ed. São Paulo: Savier, 2003. MCCLOSKEY, Joanne. (orgs.) Classificação das Intervenções de Enfermagem. 3. ed. Traduzido do original Nursing Interventions Classification (NIC). Porto Alegre: Artmed, 2004. ROBBINS, Stanley L. Patologia: estrutural e funcional. Tradução de Jane Bardawil Barbosa. Traduzido do original: ROBBINS PATHOLOGIC BASIS OF DISEASE. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. SABRA, Aderbal. Jornal de Pediatria. vol. 78. nº 1. Porto Alegre: Jan./Fevereiro, 2002. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572002000100003>. Acesso em 10 jul. 2006. SMELTZER, Suzanne C.; BARE, Brenda G. Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. Tradução de Brunner & Suddarth’s. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S/A, vol.1, 2002. TORTORA, Gerard J. Corpo humano: Fundamentos de Anatomia e Fisiologia. Tradução de Maria Regina Borges-Osório. Traduzido do original: Introduction to the human body: the essentials of anatomy and physiology. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. WONG, Donna L. Enfermagem Pediátrica: Elementos Essenciais à Intervenção Efetiva. 5.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S/A, 1999.