6
newsletter Novembro|2011 ouve-te! R.E.M. “A habilidade em frequentar uma festa está em saber quando é tempo de partir”. Foi assim que Michael Stipe, o carismático vocalista dos R.E.M, justificou o final de uma carreira de cerca de três décadas, numa breve press release dada a conhec- er em Setembro último. Os R.E.M., que foram bus- car as suas siglas a Rapid Eye Movement (sim… essa mesma fase do sono), são uns dos pioneiros da música rock alternativa, tendo alcançando um vasto número de admiradores, sem nunca abrirem mão da sua integridade artística. Tal valeu-lhes o apelido de “Os The Smiths Americanos”. Notável foi também a sua influência musical junto da cena grunge de Seattle (Kurt Cobain era um confesso fã). Os R.E.M. construíram uma sonoridade que foi buscar elementos retirados da música dos anos 60 (The Byrds, The Velvet Underground), acrescenta- da de nuances de folk americana e letras escuras, idiossincraticamente interpretadas por Stipe. A estética Do It Yourself e pós-punk também consti- tuíram inspirações fulcrais. A história da banda teve início quando Michael Stipe, Mike Mills (baixista), Peter Buck (guitarrista) e Bill Berry (baterista) ingressaram na Universidade da Georgia. Stipe e Buck, então companheiros de apartamento, decidiram juntos formar uma ban- da. Numa das muitas festas que frequentavam, esbarr- aram nos melhores amigos Mills e Berry. A magia aconteceu e os quatro começaram a ensaiar numa igreja convertida. O primeiro lançamento veio em 1981, pela edi- tora independente Hib-Tone. O tema Radio Free Europe não passou despercebido à I.R.S., com a qual assinaram contrato. Em 1982 é editado o E.P. Chronic Town, que foi seguido pelo criticamente aclamado longa-duração Murmur (1983). Artista do Mês 1 design by Joana Gomes

Núcleo de Rádio AEFFUL - Newsletter Novembro

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Newsletter de Novembro de 2011 do Núcleo de Rádio

Citation preview

newsletterNovembro|2011

ouve-te!

R.E.M.

“A habilidade em frequentar uma festa está em saber quando é tempo de partir”. Foi assim que Michael Stipe, o carismático vocalista dos R.E.M, justificou o final de uma carreira de cerca de três décadas, numa breve press release dada a conhec-er em Setembro último. Os R.E.M., que foram bus-car as suas siglas a Rapid Eye Movement (sim…essa mesma fase do sono), são uns dos pioneiros da música rock alternativa, tendo alcançando um vasto número de admiradores, sem nunca abrirem mão da sua integridade artística. Tal valeu-lhes o apelido de “Os The Smiths Americanos”. Notável foi também a sua influência musical junto da cena grunge de Seattle (Kurt Cobain era um confesso fã).

Os R.E.M. construíram uma sonoridade que foi buscar elementos retirados da música dos anos 60 (The Byrds, The Velvet Underground), acrescenta-da de nuances de folk americana e letras escuras, idiossincraticamente interpretadas por Stipe. A estética Do It Yourself e pós-punk também consti-tuíram inspirações fulcrais.

A história da banda teve início quando Michael Stipe, Mike Mills (baixista), Peter Buck (guitarrista) e Bill Berry (baterista) ingressaram na Universidade da Georgia. Stipe e Buck, então companheiros de apartamento, decidiram juntos formar uma ban-da. Numa das muitas festas que frequentavam, esbarr-aram nos melhores amigos Mills e Berry. A magia aconteceu e os quatro começaram a ensaiar numa igreja convertida.O primeiro lançamento veio em 1981, pela edi-tora independente Hib-Tone. O tema Radio Free Europe não passou despercebido à I.R.S., com a qual assinaram contrato. Em 1982 é editado o E.P. Chronic Town, que foi seguido pelo criticamente aclamado longa-duração Murmur (1983).

Artista do Mês

1

desi

gn b

y Jo

ana

Gom

es

No início dos anos 80 as rádios universitárias começaram a ganhar terreno e, em conjunto com a abertura de clubs de rock, foi criada a plataforma ideal para que não só os R.E.M., mas também os contemporâneos The Replacements e Hüsker Dü, construíssem a sua base de fãs.A década de 80 foi recheada por uma serie inces-sante de sucessivos lançamentos, dos quais se destaca o tema The One I love, que chegou em 1987 ao Top 10 da revista Billboard. Green (1988) foi o primeiro álbum a ser editado pela major War-ner Bros.A única alteração no alinhamento surgiu com a partida de Bill Berry, em 1997, sendo Up (1998) profundamente marcado por este evento. Apesar do apogeu dos R.E.M. ter sido no início dos anos 90, trabalhos como Reveal (2001), onde en-contramos o popular Imitation of Life, ajudaram a conquistar uma nova geração de ouvintes.

Depois dos tímidos lançamentos dos últimos Ac-celerator (2008) e CollapseInto Now (2011), que obtiveram críticas divergen-tes, a banda conscientemente admite que é tem-po de abandonar a festa.Contudo, o aceno de adeus premonitório dado por Stipe na capa do último álbum é apenas um até já, visto que ainda este mês foi lançada a colectânea Part Lies, Part Heart, Part Thruth, Part Garbage: 1982-2011, que contém três inéditos. Acabar uma carreira celebrando o que foi feito (com todos os seus altos e baixos) e não lamenta-ndo o seu fim é verdadeiramente só para alguns.

Inês Matos

2

R.E.M. + 1

R.E.M. + Eddie Vedder Por ocasião da cerimónia de introdução da ban-da no Rock n’Roll Hall of Fame, em 2007, Michael Stipe e Eddie Vedder interpretaram em conjunto o êxito Men On The Moon. Eddie Vedder também participa em It Happened Today de Collpase Into Now, o último álbum de originais dos R.E.M.

R.E.M. + Patti Smith Várias têm sido as colaborações entre Patti Smith e a banda. Em Novembro de 1998, num concerto para a MTV, a banda foi visitada em palco pela Diva do Punk, participando na performance de E-Bow The Letter. Em 2003, voltam a unir forças numa ac-tuação do clássico BecauseThe Night, num festival de música. Smith também canta em Blue, tema pertencente a Collapse Into Now.

R.E.M. + Bruce Springsteen Durante a digressão Vote for Change, Buck e Mills juntam-se ao Boss e à E Street Band no épico Born to Run.

R.E.M. + Thurston MooreO enigmático frontman dos Sonic Youth em-prestou a sua voz para os coros do tema Crush With Eyeliner, incluído no álbum Monster, de 1994.

R.E.M. + Editors Dentro das várias bandas que apontam como in-fluência os R.E.M., destacam-se os ingleses Editors. Estes decidiram homenagear a banda fazendo uma versão de Orange Crush, incluída como la-do-b do single Blood, de 2005. E como amor com amor se paga, os R.E.M. retribuíram o favor com uma cover da canção Munich, interpretada ao vivo num programa de rádio da BBC Radio One.

R.E.M para Totós: 10 temas essenciais da banda de Athens

1. Everybody Hurts Automatic For People, 1992

2. Losing My Religion Out Of Time, 1991

3. Man On the Moon Automatic For People, 1992 4. Drive Automatic For People, 1992 5. Daysleeper Up, 1998

6. Orange Crush Green, 1988

7. Leaving New York Around The Sun, 2004

8. Nightswimming Automatic For People, 1992

9. Imitation Of life Reveal, 2001

10. The One I Love Document, 1987

aquém as expectativas do mundo da música Indie Pop.Desta vez, a diva da moda e da pop musical apre-senta-nos um trabalho mais maduro, numa mis-tura entre corais de igreja e electrónica, entrecor-tado com batidas fortes, por vezes agressivas.O primeiro single, “Shake It Of”, o qual os críticos categorizaram como um novo “pop gospel”, in-cute-nos um clima eclético e épico de festa com sonoridades místicas, onde Florence aparece com a voz mais afinada que sempre enquanto Chris Hayden faz-nos vibrar na bateria.

Este ambiente é adensado por faixas como “Hear-lines”, “Breaking Down” ou “All This Heaven Too”. A sombra de “Seven Devils” com versos quase decla-mados e um refrão com coro fantasmagórico, ou “Lover To Lover” onde a ruiva brinca com o gos-pel americano, são também notórias. “What The Water Gave Me” é também um dos singles que já conta com videoclip. Com um refrão em crescente euforia que explode em metais e coros estéreo, este single é demonstrativo da introspecção e ex-plosão experienciada nesta viagem musical.Uma panóplia onírica que vamos querer reviver vezes sem conta e que certamente fará parte da wishlist de muitos neste Natal. Carolina Pardete

Álbum do Mês

Florence + the Machine Novembro finalmente chegou, matando as sau-dades não só das castanhas mas também dos fãs de Florence + The Machine que aguardavam an-siosamente pelo lançamento do segundo álbum da banda.Depois do enorme sucesso de “Lungs”, a britânica Florence Welch voltou a enaltecer a nossa vida com a exposição de um mundo mágico e excên-trico em “Ceremonials”, um álbum “magistral”, pro-duzido por Paul Epworth (o mesmo produtor de Adele e Cee Lo Green), que promete não deixar

3

Dead Combo

Tó Trips e Pedro Gonçalves estão de volta. Três ál-buns em estúdio e um registo ao vivo depois, os Dead Combo regressam com “Lisboa Mulata” que conta com a colaboração de artistas tão diversos como o grande Marc Ribot, Camané e Sérgio God-inho.

Divergindo da sonoridade que nos é familiar neles – aquele misto de western Morriconesco com fado, rock e um cheirinho à América do Sul – a inspira-ção para este registo são os novos sons Lisboetas importados de África.A banda do mafioso do contrabaixo e do caretaker da guitarra surge em 2003, com os dois protago-nistas a caminho a pé para o Bairro Alto e a falar sobre música. Daí resultou “Paredes Ambience”, a primeira música da banda, na compilação “Movi-mentos Perpétuos – Música para Carlos Paredes”. Foram diversos os prémios nacionais e interna-cionais ao longo dos anos, com especial destaque pelo apreço que o falecido Locutor da BBC Radio Charlie Gillett tinha por eles.A não perder, dia 3 de Dezembro no Vodafone Mexefest, no Cinema Tivoli.

Rui Saldanha

Linda Martini, Stage by Dolce Vita Tejo Um concerto num centro comercial. Fiquei um bocado reticente, mas pela curiosidade da inicia-tiva, fui ver as bandas que compunham o cartaz e qual não foi a minha surpresa quando descu-bro Linda Martini lá pelo meio. Entre outros, tin-ham já pisado o palco montado no Dolce Vita Tejo Deolinda, Carminho, Luísa Sobral e, também, os comediantes Aldo Lima, Nilton, Herman José, en-tre outros.

No dia 20 de Outubro, pelas 21h30, deparo-me com uma espécie de bola de cristal no centro da praça do Dolce Vita Tejo, com capacidade para cer-ca de 1.000 pessoas. Confesso que a curiosidade aumentou. Durante o concerto, perguntei-me várias vezes como é que nunca tinha assistido a um concerto de Linda Martini antes. Maioritariamente instru-mental, a explosão que se dá em palco a cada música e a energia que salta para a plateia é sim-plesmente indescritível. E o facto de a plateia ser constituída maioritariamente por fãs da banda, que conseguiram o bilhete através do concurso via Facebook, deu um impacto ao concerto que nem a própria banda estava à espera – afinal, quem esperava um concerto destes num centro comercial?Na bagagem, os Linda Martini trouxeram singles do último álbum “Casa Ocupada”, como “Belarmi-no”, “Mulher-a-dias” e “Juventude Sónica” e,

O que é nacional também se papa...

O núcleo de rádiopelos concertos...

4

claro, os habituais “Amor Combate”, “Dá-me a tua melhor faca”, “O Amor É Não Haver Polícia”. Ainda desenterraram o “Éfemera”, do primeiro E.P., para encanto dos fãs mais assíduos. Terminaram em beleza com “Cem Metros de Sereia” – e eu saí de dentro da bola de cristal com um sorriso na cara, agradecendo por existirem bandas portuguesas deste calibre. Fiquem atentos ao Stage by Dolce Vita – em Dezembro vão estar por lá os Amor Electro, Jorge Palma e também o Bruno Nogueira & Rui Unas.

Joana Vieira

Sara Fernandes

- O que andas a ouvir? Em jeito de preparação para o Vodafone Mexefest, as bandas do festival andam no meu iPod: Blood Red Shoes, Doismileoito, PAUS, James Blake, Oh Land, Os Velhos e muitas outras que ainda estão por descobrir.

- Um álbum: esta é difícil a tantos níveis diferentes. Devo dizer que os dois primeiros álbuns dos Bloc Party me marcaram muito, não consigo escolher entre o Silent Alarm e o Weekend in the City.

- Um concerto: o concerto de Pearl Jam no primeiro Optimus Alive.

Rapidinhas do Núcleo

O núcleo de rádiopelos concertos...

As Rapidinhas do Núcleo são a nova rubrica da Newsletter, que, a cada mês, vão dar a conhecer duas caras do Núcleo de Rádio e um pouco mais do que mais os delicia no mundo da música.

Joana Vieira

- O que andas a ouvir? You Can’t Win Charlie Brown, M83, Girls, PAUS, Ani-mal Collective, TV On The Radio, entre outros.

- Um álbum: o álbum Funeral, dos Arcade Fire, que me fez apaixonar completamente por este grupo canadiano. É raro o dia que passo sem os ouvir.

- Um concerto: sem dúvida o concerto que os Arcade Fire deram este ano no Super Bock Super Rock. Foi simplesmente mágico.

5

11 Xutos & Pontapés + João Só e Aban-donados Campo Pequeno

11 Ray Wilson Teatro do Bairro

12 Nouvelle Vague Casino Lisboa (livre)

12 Anoushka Shankar Fundação Calouste Gulbenkian

13 Every Time I Die + Hills Have Eyes + Vera Cruz Santiago Alquimista

13 Mafalda Veiga Teatro Tivoli

15 Bryan Adams Pavilhão Atlântico

15 Mesa Teatro Villaret

17 Rihanna Pavilhão Atlântico

18 Yellowcard + Saves The Day + Young Guns TMN ao Vivo

19 Deolinda Casino Lisboa (livre)

21 B Fachada Centro Cultural de Belém

22 Primitive Reason TMN ao Vivo

31 The Gift Casino Lisboa (livre)

Núcleo de Rádio AEFFUL |[email protected] http://www.facebook.com/Nucleo.de.radio.AEFFUL|http://www.myspace.com/nucleoradioaefful

Agenda

2 Junior Boys + Handsome Furs + Josh T Pearson + Eleanor Friedberger + Spank Rock + Bebe + Macacos do Chinês + Paus + A Banda Mais Bonita da Cidade + Scum + You Can't Win, Charlie Brown + Fanfarlo + Luísa Sobral + Capitão Fausto + Os Asterisco Cardinal Bomba Caveira Vodafone MexeFest – Avenida da Liber-dade

3 James Blake + Blood Red Shoes + Dead Combo + Toro y Moi + Foxes in Fiction + Old Jerusalem + When Saints Go Machine + Lind-strøm + Beat Connection + Oh Land + doismi-leoito + Filho da Mãe + Algodão + Aquaparque + Ema + We Trust + Julie & The Carjackers Vodafone MexeFest – Avenida da Liber-dade

3 Real Estate + Pega Monstro Galeria Zé dos Bois

7 Harlem Gospel Choir Coliseu dos Recreios

8 The Smashing Pumpkins + Ringo Death-starr Campo Pequeno

9 The Smashing Pumpkins + Ringo Death-starr Campo Pequeno

9 Dealema + Nach TMN ao Vivo

10 Xutos & Pontapés + João Só e Aban-donados Campo Pequeno

Dezembro