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Federação Portuguesa de Ténis 1925-2015 Notícias do ténis EDIÇÃO ONLINE ABRIL 2015 FERNANDO CORREIA Na costa do sol

NT Abril 2015

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Federação Portuguesa de Ténis 1925-2015

Notícias do ténis

EDIÇÃO ONLINE ABRIL 2015

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Na costa do sol

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Mil sensações

no Estoril

Estou convicto de que

as sessões

noturnas do Millennium Estoril Open

vão ser um sucesso.

E que vão dar um contributo

importante

para um evento que se espera

recheado de êxito

2 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

Federação Portuguesa de Ténis

Rua Ator Chaby Pinheiro, 7A — 2795-060 Linda-a-Velha | Tel.: 214 151 356 | Fax: 214 141 520 | [email protected]

EDIÇÃO ONLINE Direção: Vasco Costa | Coordenação: José Santos Costa

O último fim de semana des-te mês de abril marca o iní-cio do Millennium Estoril

Open. O circuito ATP World Tour está presente uma vez mais no nosso país, desta feita no Clube de Ténis do Estoril. É já a partir do feriado 25 de abril, com o início do «qualifying», até ao domingo 3 de maio, em que será conhecido o vencedor em singulares.

As sessões noturnas, entre quarta-feira e sexta-feira, consti-tuem a grande novidade do Millen-nium Estoril Open. Será uma opor-tunidade para os entusiastas do ténis privados de tempo durante o dia para se deslocar ao Estoril marcarem presença na única com-petição do circuito da ATP que se realiza em Portugal, sem compro-meterem os horários laborais. E poderem vibrar com um lote de tenistas de qualidade, a evoluírem nos oitavos de final (segunda ron-da) e nos quartos de final.

Estou convicto de que as ses-sões noturnas do Millennium Esto-ril Open vão ser um sucesso. E que vão ser um contributo impor-tante para um evento que se espera recheado de êxito.

Também espero que o êxito seja alcançado pela «armada» portuguesa, liderada por João Sousa, o número um português na atualidade e com melhor «ranking» ATP de sempre, com o 35.º atingido há quase um ano.

Para já, a participação portu-guesa estender-se-á a Frederico Silva, contemplado com um dos três «wild card» para o quadro

Estoril à noite Editorial

VASCO COSTA

Presidente da Federação Portuguesa de Ténis

principal de singulares, e a Frede-rico Gil, com convite para o «qualifying», fase que terá mais portugueses certamente. Em todo o mundo, o ténis portu-guês tem demonstrado o seu valor e, perante um público que não parará de torcer pelos represen-tantes portugueses, espera-se que a prova, que apresentamos nesta edição de Notícias do Ténis, cor-ra de feição. Nesta edição, apresentamos também o segundo testemunho de um ex-presidente da Federação Portuguesa de Ténis, no âmbito dos 90 anos da instituição, que se comemoram neste ano. Alexandre Vaz Pinto, que assumiu os desti-nos da estrutura federativa de 1985 a 1987, recorda a sua ges-tão, na segunda de uma série de entrevistas.

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A partir de 25 deste mês, até ao primeiro domingo de maio, o Clube

de Ténis do Estoril abre as portas para a primeira edição do Millennium Estoril Open, a única competição portuguesa

no ATP World Tour. No pó de tijolo do clube estorilista vão evoluir tenistas pertencentes à elite do ténis mundial, dos quais três ocu-

pam posições no «top» 20. O quadro principal de singulares integra, para já, ainda João Sousa — entrada direta — e Frederico Silva—

«wild card» —, enquanto Frederico Gil está confirmado no «qualifying».

Mil sensações

no Estoril

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Frederico Silva recebeu um dos três «wild cards» para o quadro principal

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A campanha promocional da primeira edição do Millen-nium Estoril Open promete

que «eles vão deixar tudo em campo». Não só João Sousa, que «vai sentir a pressão de jogar em casa», como Nick Kyrgios, que «só tem 19 anos, mas ganhou ao Nadal como um senhor», e Feli-ciano Lopez, que «podem dizer que está no final da carreira, mas encontra-se no seu melhor». Mas não serão apenas estes três a evoluir no Clube de Ténis do Estoril, palco de campanhas inolvidáveis de Portugal na Taça Davis. Além de Feliciano Lopez, 12.º mundial, outros dois tenistas do «top» 20 atuam no pó de tijolo da coletividade da Costa do Sol: o sul-africano Kevin Anderson, 17.º, e o espanhol Tommy Robredo 20.º («rankings» de 20.4.2015). A estes juntam-se, entre outros: os franceses Richard Gasquet (27.º), Jeremy Chardy (32.º), Adrian Mannarino (29.º); os espa-nhóis Guillermo Garcia-Lopez (45.º), Pablo Carreno Busta (63.º), Albert Ramos-Viñolas (67.º) e Nicolas Almagro (123.º); os argen-tinos Leonardo Mayer (24.º) e Car-los Berlocq (64.º); e o cipriota Mar-cos Baghdatis (59.º), treinado pelo português António van Grichen. A participação portuguesa está assegurada com João Sousa e Frederico Silva, para já, porque

estão por atribuir dois «wild cards» para o quadro principal, como por outros portugueses podem supe-rar o «qualifying», para o qual Fre-derico Gil recebeu convite. João Sousa teve entrada direta no quadro principal. O vimaranen-se, treinado por Frederico Mar-ques, vai apresentar-se no Clube de Ténis do Estoril com dois tor-

João Sousa

vai cumprir no Clube de Ténis do Estoril o terceiro torneio de

terra batida na temporada,

depois do Masters 1.000

Monte Carlo e do ATP

World Tour

Barcelona

MOMENTUM PHOTOGRAPHY

No dia em que festejou o 30.º aniversário, Frederico

Gil recebeu a comunicação de atribuição de «wild

card» para a fase prévia

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neios de terra batida realizados nesta temporada. O primeiro foi o Masters 1.000 Monte Carlo, no Mónaco. Há oito meses que o número um portu-guês no presente e de sempre não competia na superfície ocre. Na prova que «abre» a época de terra batida na Europa, João Sou-sa, atual 56.º no «ranking» ATP,

atingiu pela primeira vez a segun-da ronda, acabando por ser afas-tado pelo canadiano Milos Raonic. Antes, o tenista luso logrou o triun-fo sobre o francês Edouard Roger-Vasselin, no regresso do vimaren-se à competição, depois de um período de cerca de três semanas para recuperar de lesão. A infla-mação no tendão rotuliano do

Frederico Gil

recebeu «wild card» para a fase prévia, com

início a 25 de

abril

Federados com desconto

Em resultado de parceria entre Millennium Estoril Open e Federação Portu-guesa de Ténis, os federa-dos dispõem de um des-conto de 20 por cento na

aquisição de bilhete diário. O Millennium Estoril Open criou ainda um «pack» exclusivo para jovens tenis-tas de clube, disponível em qualquer dia da semana. A «Experiência Millennium Estoril Open» oferece ao jovem um boné, uma «t-shirt» e um brinde, além da receção no Clube de Ténis dos Estoril de um ex-jogador português e de possível sessão de autógra-

fos.

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cidas desde os escalões jovens. «É um prémio justo para um jovem que ofereceu já marcos importantes para o ténis nacional e que jogará no Clube de Ténis do Estoril o seu primeiro quadro prin-cipal de um evento do ATP World Tour. Esperemos que seja o pri-meiro de muitos», disse o diretor

joelho direito obrigou-o, de resto, a desistir da participação no ATP World Tour Casablanca, aquele que seria o primeiro torneio de terra batida da programação de João Sousa desta temporada. No segundo, em Barcelona, em cujo «qualifying» participou Rui Machado (cedeu na segunda eli-minatória), João Sousa começou por afastar o holandês Kenny de Schepper — substituiu o ucrania-no Dolgopolov —, para ser elimi-nado pelo colombiano Santiago Giraldo. Na terceira participação no Troféu Conde de Godo, o por-tuguês voltou a não conseguir chegar à terceira eliminatória. Frederico Silva, outro português confirmado ao lado de João Sou-sa, para já, vai jogar pela primeira vez um quadro principal de singu-lares de um torneio do ATP World Tour. O tenista, de 20 anos, apenas atuou em provas do circuito no «qualifying» do Portugal Open nos últimos quatro anos, que não con-seguiu ultrapassar em qualquer das ocasiões. No Millennium Estoril Open, Frederico Silva — o único portu-guês com títulos em provas do «Grand Slam», depois dos triunfos em pares no escalão de juniores em Roland Garros e Open dos Estados Unidos — terá um teste exigente às suas capacidades e uma oportunidade de confirmar qualidades que lhe são reconhe-

Além de Frederico Silva, a

organização do Millennium Estoril Open

concedeu um convite a Frederico Gil,

mas para o «qualifying»,

que começa a 25 de abril

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Rui Machado poderá ser um contemplados

com um convite para o quadro principal. Se não for, o algarvio é hipótese

para o «qualifying»

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do Millennium Estoril Open, João Zilhão. Outro Frederico teve também direito a convite do Millenium Estoril Open, mas para o «qualifying». O atual 637.º tenista mundial — o primeiro português a jogar uma final em singulares do ATP World Tour (vice-campeão

Rogério Santos, certificado pela ITF como «Silver Bad-ge», será o juiz árbitro do

Millennium Estoril Open. Além de Rogério Santos, também presidente do Con-selho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Ténis, a equipa de árbitros contará ainda com Miguel

Leal e Marco Romão. Como é habitual em pro-vas do ATP World Tour em Portugal, Carlos Sanches será o supervisor do Millen-nium Estoril Open, no histó-rico Clube de Ténis do Estoril, o qual tem recebido intervenções significativas,

para albergar a prova. A requalificação foi reali-zada num total de 30 mil metros quadrados. O Está-dio Millennium Open é a estrutura montada mais sig-nificativa. A bancada e os camarotes têm capacidade

para 3.544 lugares. O Estádio Millennium Estoril Open está em con-formidade com os parâme-tros exigidos pela cobertura televisiva noturna nas três

sessões programadas. A bancada do «court» 2 permitirá que 788 espetado-

res assistam aos encon-

tros. O espaço do Millennium Estoril Open terá ainda uma zona VIP, área de restaura-ção para o público e área de «merchandising», com 25 «stands», incluindo o da Federação Portuguesa de

Ténis. A área do torneio portu-guês terá ainda uma área

com dez «stands»

O brilho lusitano

Rogério Santos

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A verdade é que falta conhecer a identidade dos contemplados com os restantes dois «wild cards» para o quadro principal e João Zilhão admitiu, em conferên-cia de imprensa realizada dias antes do início do torneio, a possi-bilidade de assegurar o concurso de um tenista que ocupa o «top» 10 mundial. «Vamos esperar para ver se

João Zilhão,

diretor do torneio,

admitiu a possibilidade

de um dos dois convites para o quadro principal de singulares

poder ser atri-buído a um tenista do

«top» 10, mas sem revelar a

identidade

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no Estoril Open de 2010 — está apostado em recuperar os tempos áureos. Em outubro do ano passado, Frederico Gil regressou aos títulos em singulares no circuito profissio-nal, quatro anos depois da última conquista. Aconteceu no Porto Open e a final aconteceu com Frederico Silva, antigo número seis mundial em juniores. Gil, que derrotara Rui Machado nas meias finais, venceu com 6-7 (5), 6-3 e 6-0. «No dia do seu 30.º aniversário [25 de março], comunicámos a Frederico Gil a atribuição de um convite para a fase de qualifica-ção. Ele chegou a 62.º mundial e continua muito popular entre o público português. Esperamos que o Millennium Estoril Open o ajude nesta fase de relançamento da sua carreira», justificou João Zilhão, executivo da U.COM, empresa sedeada na Alemanha, que, conjuntamente com a Polaris, do empresário Jorge Mendes, e com Benno van Veggel, empresá-rio holandês e ex-tenista profis-sional radicado em Portugal, for-mam a 3LOVE, entidade organiza-dora do evento, no Clube de Ténis do Estoril. Se não receberem «wild card» para o quadro principal, Gastão Elias e Rui Machado poderão jun-tar-se a Frederico Silva no «qualifying» do Millennium Estoril Open, embora seja de admitir que o primeiro, a competir nos Estados Unidos, não viaje para Portugal caso não se junte a João Sousa e Frederico Silva.

Estádio Millennium Estoril Open

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conseguimos um grande nome do ‘top’ 10. Há possibilidades que isso aconteça, mas não tem ainda confirmação», disse, referindo, no entanto, que o objetivo da organi-zação é ter a atenção para com os jogadores portugueses. Em conferência de imprensa, João Zilhão regozijou-se pelo fac-to de se ter conseguido manter a presença de uma prova portu-

guesa no ATP World Tour, pois, sublinhou, se assim não aconte-cesse «teria fugido e dificilmente regressaria a Portugal». O diretor do Millennium Estoril Open revelou satisfação igualmen-te por ter sido «montado o ’puzzle’» no Clube de Ténis do Estoril. «O clube não estava preparado para um torneio desta dimensão.

O Millennium Estoril Open, que se realiza pela primeira

vez, é um evento organi-

zado pela 3LOVE, forma-

da por duas entidades e

um ex-tenista profissional,

radicado em Portugal

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O orçamento da única prova

portuguesa inscrita no ATP World

Tour, integra-da na série 250, poderá

andar à volta de três

milhões de

euros

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Tivemos de alterar muita coisa. Foram precisas muitas obras, tan-to no clube, como nos espaços envolventes. Os campos não tinham as dimensões certas, os postes de iluminação não eram suficientes, além de estarem longe dos ‘courts’. Foi preciso muito investimento», revelou o diretor do Millennium Estoril Open. João Zilhão não falou no número certo de orçamento, mas admitiu que o montante possa ser de três milhões de euros. «Quero vincar o enorme esforço pessoal, profissional e financeiro que toda a equipa ligada ao proje-to está a fazer de modo a conse-guir que este evento possa (re)nascer no Estoril e aí manter-se, crescendo de ano para ano, com sustentabilidade», frisou Zilhão, acrescentando que há a «perfeita consciência da enorme responsa-bilidade que recai sobre o proje-to». Zilhão referiu-se ainda à campa-nha do Millennium Estoril Open: «É nosso objetivo comunicar mais do que somente grandes nomes de jogadores. Este novo torneio pretende-se mais intimista, um torneio em que o público está mais envolvido e participativo. E a própria campanha quer fazer isso: explicar ao público porque temos estes jogadores, despertar a curio-sidade em conhecê-los melhor

antes do torneio. Para tal, usamos expressões que podem ser even-tuais pontos fracos dos jogadores e que eles próprios irão destruir, por forma a transformá-las em pontos fortes. Os próprios jogado-

Fun Center: espera-se muita animação no espaço, com dinamiza-ção da Federação Portu-guesa de Ténis

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res demonstram assim que estão prontos para darem o máximo, para deixarem tudo em campo», afirmou o diretor da única competi-ção inscrita no ATP World Tour, inserida na série 250.

A Federação Portuguesa de Ténis é parceiro institucional e, durante a realização do torneio, terá a responsabilidade de dinami-zar o Fun Center, com técnicos a organizarem ações.

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O Fun Center

será dinamizado por técnicos da Federação

Portuguesa de Ténis,

parceiro insti-tucional do Millennium

Estoril Open,

no Clube de Ténis do Estoril

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A lexandre Vaz Pinto suce-deu a Armando Rocha na presidência da Federação

Portuguesa de Ténis. Iniciou fun-ções em 1985 e terminou dois anos depois. Um mandato que tinha como «principais preocupa-ções a expansão da modalidade, o equilíbrio financeiro e o desen-volvimento da área de formação».

— Que razões teve para se candidatar a presidente da Federação Portuguesa de Ténis,

por um período de dois anos? — Respondi afirmativamente a um convite que me foi feito por um grupo de pessoas que estavam ligadas ao ténis. Fui eleito sem concorrência de outra lista candi-datada, creio que com a unanimi-dade dos votos das associações regionais de ténis. — Antes de abraçar o desafio, inteirou-se da realidade da Federação Portuguesa de Ténis, em particular no capítulo econó-

mico-financeiro? — Tive oportunidade de, antes das eleições, analisar com o meu querido amigo Armando Rocha a situação financeira da Federação Portuguesa de Ténis. Nessa análise que fiz com Armando Rocha, verifiquei que tinha condições para dar continui-dade ao trabalho até então reali-zado, nomeadamente com as perspetivas que se abriam com os fundos da «Herança Artur Mante-ro». — Protocolo que tinha sido já

assinado… — A negociação do protocolo com a Direção-Geral dos Despor-

«Ténis português atingiu nível impensável nos anos 80»

Alexandre Vaz Pinto assumiu os destinos da Federação

Portuguesa de Ténis em 1985. Sucedeu a Armando Rocha na

presidência da estrutura federativa. Alexandre Vaz Pinto operou a

mudança da Federação Portuguesa

de Ténis de Monsanto para o Estádio Nacional, no Jamor.

Convidado para suceder a Armando Rocha, teve o apoio unânime das

associações regionais de ténis. Mas, antes, realizou uma análise

aprofundada à realidade financeira

da Federação Portuguesa de Ténis e constatou que reunia todas as

condições para prosseguir com o trabalho que tinha sido

desenvolvido nos anos anteriores.

As suas preocupações para um mandato de dois anos foram o de

manter o rigor e «equilíbrio financei-

ro da Federação Portuguesa de Ténis,

a expansão da modalidade e o desenvolvimento da área

de formação». No presente, apesar de gostar

muito de futebol, Alexandre Vaz Pinto acompanha o ténis com

assiduidade e regozija-se pelos feitos alcançados pelos tenistas

portugueses na última década

Testemunhos de presidentes

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tos referente à «Herança Artur Mantero» foi feita durante o meu mandato, sendo de referir o papel decisivo desempenhado pelo então diretor-geral, professor Mirandela da Costa. Ainda com a colaboração do

professor Mirandela da Costa, mudaram-se para o Estádio Nacional as instalações da Fede-ração Portuguesa de Ténis, que funcionavam nas Instalações Municipais de Ténis de Monsanto. Também se lançaram as bases

«Ténis português atingiu nível impensável nos anos 80»

anos

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acha do atual ténis portu-guês, que teve um tenista no «top» 40 mundial, com João Sousa a registar a 35.ª posição, há quase um ano, e com vários

«top» 100?

para a instalação da Escola de Ténis. — No passado como no pre-sente, a questão do Estádio Nacional. Acredita que a con-cessão da exploração do com-plexo de ténis do Jamor por parte da Federação Portuguesa de Ténis, em acordo a celebrar com o Estado, será primor-

dial? — Considero que a exploração do complexo de ténis do Jamor pela Federação Portuguesa de Ténis pode ser um passo muito importante para a formação de futuros campeões. — Quais foram as principais preocupações do seu mandato, de 1985 a 1987, período em que intérpretes portugueses, como Nuno Marques e João Cunha e Silva, obtinham resultados relevantes por esse mundo

fora? — As principais preocupações do meu mandato foram a expan-são da modalidade, o equilíbrio financeiro da Federação Portugue-sa de Ténis e o desenvolvimento da área de formação. — Acompanha o ténis com

regularidade? — Acompanho regularmente o ténis de alta competição, nomea-damente os encontros de Roger Federer e Novak Djokovic. — E o ténis português? Que

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«Considero

que a exploração do complexo de

ténis do Jamor pela Federação

Portuguesa de Ténis pode ser um passo mui-to importante para a forma-

ção de futuros

campeões»

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— O ténis português atingiu um nível que era impensável nos anos 80. Creio que é justo destacar o papel “percursor” dos campeões do passado, dos quais destaco José Roquette (que tive a oportu-

nidade de homenagear na cidade do Porto), Alfredo Vaz Pinto [primo de Alexandre Vaz Pinto], João Lagos, Pedro Cordeiro, Nuno Mar-ques e João Cunha e Silva, entre outros.

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16 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

A Academia dos Champs, que intervém socialmente junto de crianças e jovens

através do ténis, vai promover em breve um leilão de quatro bolas autografadas por João Sousa, o número um português na atualida-de e de sempre (35.º mundial, em julho do ano passado). A receitas do leilão das quatro bolas autografadas pelo vimarane-se, realizado com o apoio da Federação Portuguesa de Ténis, reverterão para a melhoria das condições de treino dos atletas da Academia dos Champs, nos núcleos de Outurela, Trajouce, Maia, Alcabideche e Bicesse (para breve, perspetiva-se a abertura de outro no Algarve). As sessões de ténis da Acade-mia dos Champs, destinadas a todas a crianças e os jovens que se encontram em situação de vulnerabilidade social, têm caráter gratuito, pelo que o leilão das bolas constituirá uma forma de fazer face às necessidades diárias dos núcleos A Academia dos Champs, registada como Instituição Particu-lar de Solidariedade Social, desenvolve o projeto de integra-ção social através do ténis desde

2009, com o objetivo de levar o desporto a crianças e jovens em risco, dotando-os de uma filosofia de vida. Em 2013, a Academia dos Champs foi distinguida pelo ATP World Tour, no âmbito do progra-

A Academia dos Champs

vai leiloar quatro bolas autografadas

por João Sousa, o

número um português na atualidade e de sempre

(35.º mundial, em julho do

ano passado)

Quatro bolas por uma boa causa

PUBLICIDADE ……………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………...……………………ANEIRO 2014

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ma ATP Aces for Charity, que, anualmente destaca projetos de solidariedade em países que aco-lhem as provas do circuito profis-sional de ténis. Em cerimónia realizada duran-te o Portugal Open de 2013, a Aca

demia dos Champs, que trabalha diariamente com dezenas de crianças e jovens no presente, nos vários núcleos da instituição, recebeu um cheque no valor de dez mil euros do ATP Aces for Charity.

Quatro bolas por uma boa causa

PUBLICIDADE ……………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………...……………………ANEIRO 2014

A Academia dos Champs é uma institui-

ção particular de solidarieda-

de social

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A seleção nacional de ténis em cadeira de rodas clas-sificou-se em sétimo na

qualificação europeia para o Cam-peonato do Mundo. Foi o melhor resultado de sempre da equipa portuguesa, em Antalya, na Tur-quia, com Carlos Leitão, João Sanona e Jean-Paul Melo. «Era ambição da nossa equipa fugir aos últimos lugares da prova. Para isso, sabíamos que não poderíamos ficar em último lugar na ‘poule’ de apuramento. No ano passado, tínhamos ganho expe-riência quanto à forma de, mental-mente, nos posicionarmos perante as dificuldades colocadas pela vontade de querer gangar e de jogarmos ao nível das nossas capacidades», referiu Joaquim Nunes, «capitão» de Portugal, na fase de qualificação europeia, que decorreu em finais de março. O coordenador do ténis em cadeira de rodas da Federação Portuguesa de Ténis sublinhou ainda que a seleção «sabia que não poderia ficar em último na ‘poule’ de apuramento», disputada conjuntamente com Hungria e Roménia. Portugal cedeu ante a Hungria, por 2-1, acabando por triunfar frente à Roménia, pelo mesmo desfecho. Joaquim Nunes regozi-jou-se pelo facto de «os jogadores portugueses demonstrarem capa-cidade de luta e equilíbrio emocio-nal perante as dificuldades».

Joaquim Nunes acrescentou que Jean Paul Melo «trouxe à seleção duas grandes vantagens: primeiro, maior capacidade de organização da equipa nos singulares e em pares, possibilitando, desta forma, melhores opções táticas; segundo, a sua personalidade (atitude posi-t i v a / c a pa c id ad e de l u t a /coletivismo) criou uma excelente relação no grupo, com reflexos na capacidade de resposta perante as dificuldades». No «play-off» de apuramento do quinto ao oitavo lugares da qualifi-cação europeia, sem possibilida-des da presença na fase final do Campeonato do Mundo, Portugal não conseguiu ultrapassar a Tur-quia, que se impôs por 2-1. O resultado negativo relegou a seleção nacional para o encontro com a Irlanda, para definir o séti-mo lugar. Mas o mau tempo que se abateu sobre Antalya no último dia da qualificação europeia, pos-sibilitando unicamente realizar as finais em masculinos e femininos, levou a que não se realizasse o confronto. Deste modo, Portugal e Irlanda ficaram «ex-aqueo» em sétimo lugar. «Este resultado é muito impor-tante para nós. Motivou os jogado-res, que pretendem agora consoli-dar este resultado e que Portugal lute por um posicionamento entre o quinto e o sétimo lugares na fase de qualificação europeia», frisou Joaquim Nunes.

O melhor de sempre

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No ano passado, igualmente em Antalya, Portugal foi 11.º lugar e o sétimo posto neste ano é «fruto do empenho de todos os que, há vários anos, se dedicam a esta vertente da modalidade». O responsável da modalidade na Federação Portuguesa de Ténis ressalvou ainda «o papel»

que a estrutura federativa «tem assumido no sentido de proporcio-nar aos jogadores de ténis em cadeira de rodas as condições para melhorarem as suas capaci-dades», além de ter enaltecido o trabalho desenvolvido para aumentar «as oportunidades de competição».

Portugal foi sétimo

na qualifica-

ção europeia, «ex-aqueo»

com a Irlanda

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Portugal jogou com Roménia e Hungria a fase de grupos da qualificação europeia,

na qual a seleção nacional foi sétima

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20 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

Na competição reservada a pares mistos, José-Ricardo Nunes e Demi Rodrigues foram os cam-peões e Luca Barbosa e Isabel Pinto os vice-campeões. A final foi concluída com os parciais de 3-6, 6-2 e 6-3. Em janeiro, antes da realização do Masters do Circuito Padel Por-tugal, o Padel Campo Grande aco-lheu a derradeira prova do Circuito Padel Portugal de 2014. Os pares Martim Trueva/José Correa Barros e Kátia Rodrigues/Diana Baptista foram os cam-peões na prova lisboeta, que dis-tribuiu mil euros pelos participan-tes. Martim Trueva e José Correa Barros enfrentaram na final Eduar-do Carona e Jesus Lizarbe. True-va e Barros venceram o encontro,

A s provas Padel Portugal regressam em julho, no Padel Campo Grande, em

Lisboa, com a realização da ter-ceira etapa do conjunto de cinco inseridas no Circuito Padel Portu-gal, promovido pela Federação Portuguesa de Ténis desde 2014. A etapa no Padel Campo Gran-de, calendarizada para o primeiro fim de semana de julho, distribuirá um total de mil euros pelos pares masculinos, femininos e mistos. Esta terceira competição do Cir-cuito Padel Portugal no Campo Grande sucede às realizadas em Sintra, a primeira, e em Faro, a segunda. No Padel Sports Club de Sintra, sem competição em pares femini-nos e mistos, João Roque e Gon-çalo Nicau, os detentores do título de campeões nacionais, venceram o torneio, após terem vencido a dupla formada por Eduardo Caro-na e Jesus Lizarbe, por 6-3 e 7-5. Esta primeira prova do Circuito Padel Portugal teve um «prize-money» de mil euros. No Centro de Ténis de Faro, com o mesmo montante em pré-mios monetários, Filipe Freitas e Pedro Franchi conquistaram o títu-lo em pares masculinos. Na final, os dois levaram a melhor sobre Paulo Marques e Pedro Falcão, com os parcelares de 6-3 e 6-2. Nos pares femininos, Kátia Rodrigues e Cláudia Diniz soma-ram o triunfo na segunda etapa do Circuito Padel Portugal repartido em três níveis. Kátia Rodrigues, campeã nacio-nal, e Cláudia Diniz terminaram a fase de grupo em primeiro lugar. A dupla Isabel Pinto/Paula Fernan-des classificou-se em segundo e Leonor Marques/Demi Rodrigues em terceiro. O quarto posto foi ocupado pelo par constituído por Sílvia Rios e Inês Ferin.

Circuito de volta em julho

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Filipe Freitas, Pedro Franchi, Paulo Marques e Pedro Falcão

Page 21: NT Abril 2015

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS 21

fechado em três partidas, com 6-2, 2-6 e 6-4. Nos pares femininos, Kátia Rodrigues e Diana Baptista forma-ram a única dupla que averbou

Circuito de volta em julho

por triunfos os três embates na fase de grupo da competição, que, devido à chuva que atingiu a capi-tal, obrigou a que fosse concluída no fim de semana seguinte.

A terceira etapa da série

de provas

Padel Portugal,

do Circuito

Padel Portugal,

regressa a Lisboa, ao

Padel Campo

Grande, no primeiro

fim de semana

de julho

PUBLICIDADE ………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………JANEIRO 2014

D.R

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Filipe Freitas, Pedro Franchi, Paulo Marques e Pedro Falcão

Kátia Rodrigues e Cláudia Diniz

Page 22: NT Abril 2015

Marta Oliveira soma quatro

títulos em pares nesta época. Dois

foram conquistados

ao lado da russa Varvara

Gracheva, no Qatar ITF

Junior Open 2015. Os

outros foram assinados na

Holanda, conjuntamen-

te com a francesa Ana Stefanovic, no

Intime Head Junior Open

2015 e no FOCUS Tennis

Academy 2015. Em sub-14, foi campeã indivi-dual nos tor-neios interna-

cionais de Vilamoura e

Portimão

22 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

«Quero atingir o ‘top’ 100 WTA»

sobre o jogo, vemos o que fiz bem e o que fiz mal, de maneira a ir mais bem preparada para o jogo seguinte.

Até ao momento, a minha maior alegria no ténis foi… duas semanas em sub-12, em que ganhei o Campeonato Nacional na primeira e passámos a fase final do Campeonato da Europa na segunda.

E a maior tristeza no ténis foi… a final do Campeonato Nacional de sub-14 de 2013. Foi das vezes em que me senti pior em campo.

R ecentemente, Marta Olivei-ra, com habitual presença nas seleções nacionais

jovens, conquistou os dois primei-ros títulos no circuito júnior mun-dial. Foi no Qatar, na variante de pares. Também neste ano, venceu duas provas internacionais de sub-16, em pares, na Holanda. Pertencente ao Clube de Campo Quinta da Moura, Marta Oliveira tem como treinadores Emanuel Couto, Cláudio Cufre, José Nunes e Vasco Martins.

O ténis é... grande parte da minha vida.

Jogo ténis porque… adoro o desporto e não me imagino a fazer outra coisa. O que mais gosto no ténis… é o facto de ser um desporto indivi-dual em que só depende de mim para melhorar. O que mais detesto no ténis é… a derrota, que é quando não consigo cumprir as tarefas a que me tinha proposto.

Treinar é… ser melhor do que fui ontem. É uma oportunidade para melhorar aquilo em que tenho mais dificuldades e, por outro lado, fortalecer as minhas «armas».

O sucesso significa… a con-cretização dos meus objetivos, um esforço que é recompensa-do.

No ténis, quero atingir… o nível profissional, o «top» 100 do «ranking» WTA. Depois de vencer um encon-tro… falo com o meu treinador

D.R

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Page 23: NT Abril 2015

Um bom treinador é… aquele que, além de competente, sabe quando ser exigente e quando ser compreensivo. É, também, aquele que consegue levar o atleta ao limite.. O meu ídolo no ténis é atual-

mente... Roger Federer.

O meu torneio preferido é… Wimbledon.

A minha superfície preferida

é… piso rápido.

No meu saco, não dispenso… raquetas, cordas, «grips» e toalha.

D.R

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Marta

Oliveira

16 anos

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS 23

Em 2011, a jovem tenista

foi campeã

nacional de sub-12, em singulares e

em pares (juntamente com Marta

Magalhães). Sagrou-se

também cam-peã nacional de pares em sub-14, em

2012, ao lado

de Sofia Sualehe, e, em 2013, conjun-tamente com Patrícia Faia. Em 2013, foi vice-campeã

em singulares, no escalão de

sub-14

«Quero atingir o ‘top’ 100 WTA»

Se eu mandasse no ténis… manteria tudo igual, porque adoro o desporto assim.

Em Portugal, o ténis precisa de… mais gente a praticar a modalidade a nível de competição, especialmente raparigas. E mais torneios internacionais, para que, quem não tem possibilidade de viajar, possa competir a um melhor nível.

Um ou uma tenista de Portugal no "top" 100... seria ótimo. Já o é o João Sousa, ter outro seria ain-da melhor!

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Associações Regionais

AÇORES ALGARVE ALENTEJO

AVEIRO CASTELO BRANCO COIMBRA

LEIRIA LISBOA MADEIRA PORTO

SETÚBAL VILA REAL VISEU