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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTRUTURAS E CONSTRUÇÃO CIVIL SISTEMA PRÉ-FABRICADO PARA APLICAÇÃO EM CONSTRUÇÕES PROVISÓRIAS DE CANTEIROS DE OBRAS Nery Knöner Dissertação apresentada ao programa de pós- graduação em Estruturas e Construção Civil da Universidade Federal de São Carlos, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Mestre em Estruturas e Construção Civil. Área de Concentração: Sistemas Construtivos Orientador: Prof. Dr. Fernando Menezes de Almeida Filho Co-orientador: Prof. Dr. Marcelo de Araújo Ferreira São Carlos 2014

Nery Knoner dissertação mestrado.pdf

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  • Nery Knner i

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE SO CARLOS CENTRO DE CINCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA

    PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ESTRUTURAS E

    CONSTRUO CIVIL

    SISTEMA PR-FABRICADO PARA APLICAO EM CONSTRUES PROVISRIAS DE CANTEIROS DE OBRAS

    Nery Knner

    Dissertao apresentada ao programa de ps-

    graduao em Estruturas e Construo Civil da

    Universidade Federal de So Carlos, como parte

    dos requisitos necessrios para a obteno do

    ttulo de Mestre em Estruturas e Construo Civil.

    rea de Concentrao: Sistemas Construtivos

    Orientador: Prof. Dr. Fernando Menezes de Almeida Filho

    Co-orientador: Prof. Dr. Marcelo de Arajo Ferreira

    So Carlos 2014

  • Ficha catalogrfica elaborada pelo DePT da Biblioteca Comunitria da UFSCar

    K72sp

    Knner, Nery. Sistema pr-fabricado para aplicao em construes provisrias de canteiros de obras / Nery Knner. -- So Carlos : UFSCar, 2014. 147 f. Dissertao (Mestrado) -- Universidade Federal de So Carlos, 2014. 1. Construo civil. 2. Sistemas construtivos. 3. Instalaes provisrias. 4. Concreto pr-moldado. 5. Tecnologia na construo de um pavimento. I. Ttulo. CDD: 690 (20a)

  • Nery Knner ii

    EPGRAFE

    Criatividade inventar, experimentar, crescer, correr riscos, quebrar regras, cometer erros e se divertir. (Mary Lou Cook)

    Universidade Federal de So Carlos - UFSCar

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    Universidade Federal de So Carlos - UFSCar

    Nery Knner

    AGRADECIMENTOS

    Agradeo a Deus por permitir completar mais uma etapa importante em

    minha carreira profissional, e tambm por colocar em meu caminho pessoas de valor

    inestimvel, que me apoiaram durante todo o meu mestrado. Ao professor e amigo,

    Fernando M. de Almeida Filho, pela orientao e ao professor Marcelo de A. Ferreira

    pela contribuio para que este trabalho fosse feito, ao permitir que se utilizasse o

    laboratrio de estruturas NETPRE e uma sala especial onde toda pesquisa e

    ensaios foram realizados. Prof Dr Sheyla Mara Baptista, coordenadora do projeto

    Cantechis, atravs do financiamento do FINEP por permitir que este trabalho fosse

    viabilizado. Meus sinceros agradecimentos pelo aprendizado e pela amizade

    cultivada. Meu agradecimento tambm ao PPGECiv.

    No posso esquecer de todo incentivo nos momentos mais difceis, pela

    fora, companheirismo e apoio a minha deciso, recebido de minha querida esposa

    Josiane. Dedico este trabalho a ela e aos meus filhos Lenise e Eder Knner.

    Tambm com carinho minha me Alfa e ao meu Pai Alfredo (in memorian).

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    Nery Knner

    RESUMO

    Sistema pr-fabricado para aplicao em construes provisrias de canteiro de obras. 2014. 110 f. Dissertao (Mestrado em Estruturas e Construo Civil). - Universidade Federal de So Carlos, So Carlos 2014.

    O emprego de elementos pr-fabricados tem se tornado crescente no Brasil, em

    virtude disso, o presente trabalho visa descrever o estudo e os procedimentos de

    construo e montagem de um sistema construtivo em obras de um pavimento.

    Partindo do que se entende como inovao tecnolgica, a presente dissertao de

    mestrado, procura mostrar um projeto em pr-fabricados de concreto que poder ser

    aplicado nas instalaes de canteiros de obras. Este projeto possibilita que se

    atendam s demandas de mercado para construo de canteiros de obra de acordo

    com os quesitos da NR18 2012 e ABNT (NB1367/NBR 12284, 1991), onde todas as

    aes da produo da construo civil acontecem e onde as instalaes

    normalmente so provisrias e precrias. O sistema pr-fabricado prope solues

    como: rapidez na montagem, eliminao de resduos e baixo custo, alm de utilizar

    um processo construtivo que pode ser reaproveitado em outro canteiro, iniciando-se

    todo processo sem perdas das peas que o compe. Foi possvel concluir que o

    sistema proposto pode representar uma importante soluo que vem de encontro s

    necessidades do setor da construo civil, uma vez que os canteiros de obra podem

    proporcionar ao trabalhador condies satisfatrias na rea de vivncia,

    possibilitando instalao modular adequada s necessidades, refletindo em um bom

    desempenho por parte dos trabalhadores.

    Palavras-Chave: Instalaes provisrias. Concreto pr-moldado. Tecnologia na construo de um pavimento.

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    ABSTRACT

    KNNER, Nery. Prefabricated temporary buildings for use in the construction site system. 2014. 110 f. Dissertation (Masters in Structures and Construction). - Federal

    University of Sao Carlos, Sao Carlos 2014.

    The use of prefabricated elements has become increasing in Brazil, This paper

    describes the study and the procedures for construction and erection of a building

    system works on a pavement. Within the concept of technological innovation seeks

    to show a project in precast concrete that can be applied in facilities construction

    sites. Enables to meet the market demand for building construction sites in

    accordance with the requirements of the NR18 and ABNT (NB1367/NBR 12284,

    1991), where all the actions of the production of construction happening and where

    the facilities are usually temporary and precarious. The system proposed solutions

    such as fast assembly, elimination of waste, and low cost, besides being a

    constructive process that can be reused in another bed, starting process without any

    loss of parts that compose it. Attaches itself to the system with one of the solutions

    that meets the needs of the construction industry in which it is possible to build

    construction sites, providing the employee satisfactory experiences in the area of

    enabling a modular installation adapting to the needs and administrative for the

    proper performance of the employee.

    Keywords: Temporary facilities. Precast concrete. Technology in the construction of a

    pavement.

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    Nery Knner

    NDICE DE FIGURAS

    Figura 1: Contineres utilizados para canteiros de obras na Frana. ....................... 14 Figura 2: Instalaes provisrias em madeira para canteiros de obras .................... 19 Figura 3: Uso de contineres em instalaes provisrias - refeitrio e vestirios ..... 19 Figura 4: Preferncia permanecer fora do continer ................................................. 20 Figura 5: Painel sanduche ........................................................................................ 24 Figura 6: Exemplo de painel sanduche .................................................................... 25 Figura 7: Atraso da onda de calor devido massa trmica do concreto ................... 27 Figura 8: Uso de contineres metlicos para instalaes provisrias ....................... 32 Figura 9: Instalaes provisrias em fibra de vidro ................................................... 34 Figura 10: Uso da alvenaria cermica para instalaes provisrias .......................... 36 Figura 11: Instalao provisria em chapa de madeira ............................................. 38 Figura 12: Fachada do canteiro de obra com material USB ...................................... 40 Figura 13: Parede dupla com placas de concreto e cmara de ar no ventilada ...... 46 Figura 14: a) Propagao do som b) Perodo e comprimento de onda e um ciclo .... 52 Figura 15: Nveis de Presso Sonora (limiar da audio at limiar da dor) ............... 54 Figura 16: Limites acsticos para residncias e escritrios - ABNT NBR 10152 ...... 55 Figura 17: Limites de rudo no interior de ambientes especificados .......................... 56 Figura 18: Espectro do rudo rosa (adaptado de PUJOLLE, 1978, p.32) .................. 57 Figura 19: Reflexo, absoro e transmisso do som .............................................. 58 Figura 20: Curva tpica da perda de transmisso para fechamentos simples ........... 59 Figura 21: Efeito da coincidncia .............................................................................. 61 Figura 22: Momento em que existe a frequncia crtica ............................................ 62 Figura 23: Lei da Massa (CSTB, 1982) ..................................................................... 63 Figura 24: Representao de duas paredes com caixa de ar entre as paredes ....... 65 Figura 25: Esquema de ondas .................................................................................. 66 Figura 26: Reflexo e transmisso em um fechamento duplo .................................. 67 Figura 27: Diferena entre o isolamento de uma parede simples e uma dupla ......... 68 Figura 28: Requisitos de segurana (fogo) para fachadas ........................................ 75 Figura 29: Resistncia ao Fogo ................................................................................. 79 Figura 30: Fases do ciclo de vida de edificaes ...................................................... 82 Figura 31: Acabamento interno de uma sala de aula ................................................ 86 Figura 32: Prottipo de canteiro de obra, construo no campus da UFSCar ......... 87 Figura 33: Forma tanto dos montantes como das placas (madeira e metlica) ........ 88 Figura 34: Concretagem, colocao da tela galvanizada .......................................... 89 Figura 35: Placa de concreto usada no fechamento formando as paredes .............. 89 Figura 36: Armadura dos montantes estruturais ....................................................... 90 Figura 37: Detalhe da forma e armadura que compem o montante ........................ 91 Figura 38: Elemento de fundao na parte superior posicionado o montante ....... 92 Figura 39: Fixao das placas nos montantes, montagem de um painel no solo ..... 92 Figura 40: Painel montado e posicionado ................................................................. 93 Figura 41: Construo de 75m na cidade de Candi, interior do Paran ................. 93 Figura 42: Detalhe da Janela .................................................................................... 94 Figura 43: Paredes acabadas sem uso de chapisco e sem uso de reboco .............. 95 Figura 44: Detalhes das esquadrias, medidas em [mm] ........................................... 97 Figura 45: Fachada de uma escola construda na cidade de Guarapuava ............... 99 Figura 46: Esquema de montagem (sala de aula em fase de acabamento) ............. 99 Figura 47: Vista em planta da parede com duplas placas, em planta. .................... 100

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    Figura 48: Parede formada por placas em concreto ............................................... 101 Figura 49: Placa de fechamento em concreto pode ser com espessura varivel .... 102 Figura 50: Parede dupla com placas de concreto e cmara de ar no ventilada .... 103 Figura 51: Parede dupla com placas de concreto e cmara de ar no ventilada .... 111 Figura 52: Parede dupla com placas de concreto e cmara de ar no ventilada .... 111 Figura 53: Ensaio compresso axial dos montantes ............................................... 115 Figura 54: Ensaio de compresso axial do montante, pr-moldado. ....................... 116 Figura 55: Esquema de ensaio de flexo em placa pr-moldada ............................ 118 Figura 56: Esquema de montagem das placas a serem ensaiadas ........................ 119 Figura 57: Ensaio de flexo em placa pr-moldado ................................................ 119 Figura 58: Esquema de mo-francesa .................................................................... 121 Figura 59: Carga suspensa na parede 1,20kN perodo de 24h ............................... 122 Figura 60: Esquema de dispositivos para medida de vazo ................................... 125 Figura 61: Esquema de montagem do corpo-de-prova para ensaio ....................... 126 Figura 62: Garantindo a vazo de 3dm3/min e presso de 50Pa ........................... 127 Figura 63: Resultado do ensaio (manchas de gua na face oposta da placa) ........ 127 Figura 64: Local nas placas dos impactos de corpo duro ....................................... 129 Figura 65: Preenchimento do saco com areia e serragem peso de 40kg ............... 132 Figura 66: Ilustrao - Equipamentos de ensaio ..................................................... 133 Figura 67: Suspenso o saco de 40kg a uma altura h=30cm ................................... 135 Figura 68: Ensaio realizado corpo mole h=30cm, energia de 120J ......................... 136 Figura 69: Ensaio realizado corpo mole .................................................................. 136

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    NDICE DE TABELAS

    Tabela 1: Caractersticas de alguns materiais quanto ao seu isolamento ................. 28 Tabela 2: Obras de instalaes provisrias .............................................................. 41 Tabela 3: Instalaes provisrias de canteiro de obra (esquadria aberta) ................ 42 Tabela 4: Instalaes provisrias de canteiro de obra com (esquadria fechada) ...... 43 Tabela 5: Resistncia trmica de cmara de ar no ventilada .................................. 44 Tabela 6: Resistncia trmica superficial interna e externa, NBR15220 ................... 45 Tabela 7: Nveis de Presso Sonora desde o limiar da audio at o limiar da dor. . 53 Tabela 8: Impacto do rudo ....................................................................................... 69 Tabela 9: Valores de STC para Componentes Construtivos (valores em dB) ........... 72 Tabela 10: ndice de reduo sonora ponderado, Rw ............................................... 74 Tabela 11: Tempos requeridos de resistncia ao fogo TRRF ................................ 76 Tabela 12: Resistncia ao fogo de painis de concreto macio PCI, (1989) ............ 77

    Tabela 13: 59,0

    1R tempo de resistncia ao fogo em funo do material isolante. ...... 77

    Tabela 14: Levantamento das cargas existentes no montante mais desfavorvel.. 114 Tabela 15: Resultados dos Ensaios de compresso axial ...................................... 117 Tabela 16: Resultados dos Ensaios de flexo nas placas pr-moldadas ................ 120 Tabela 17: Cargas de ensaio e critrios para peas suspensas ............................. 123 Tabela 18: Massa do corpo precursor de impacto, altura e energia de impacto. .... 128 Tabela 19: Representao e resultados dos impactos realizados sobre a placa .... 129 Tabela 20: Impactos de corpo duro para vedaes verticais externas (fachadas) .. 130 Tabela 21: Impactos de corpo duro para vedaes verticais internas ..................... 130 Tabela 22: Massa de corpo mole, altura e energia do impacto ............................... 133 Tabela 23: Impactos de corpo mole (fachadas) sem funo estrutural ................... 134 Tabela 24: Comparao dos itens analisados. ........................................................ 140

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    SUMRIO

    1 INTRODUO ....................................................................................................... 11

    1.1 OBJETIVOS .................................................................................................... 13 1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................. 14 1.3 METODOLOGIA ............................................................................................. 15 1.4 ESTRUTURA DO TEXTO .............................................................................. 17

    2 SISTEMAS PARA INSTALAES DE OBRAS ................................................... 18 2.1 INSTALAES PROVISRIAS ..................................................................... 18

    2.1.2 Panorama atual dos sistemas para instalaes provisrias de ................. 18 canteiros de obras. ................................................................................................ 18 2.2 CONSTRUO INDUSTRIALIZADA ............................................................. 20 2.3 REAS DE VIVNCIA .................................................................................... 22 2.4 PAINIS PR-MOLDADOS DE CONCRETO ................................................. 23

    2.4.1 Painel tipo sanduche ................................................................................ 24 2.5 EFICINCIA ENERGTICA ............................................................................ 25 2.6 DIMENSIONAMENTO - CONFORTO TRMICO ............................................ 27 2.7 SISTEMAS PROVISRIOS EM CANTEIROS DE OBRA ............................... 29

    2.7.1 Aspectos que caracterizam os sistemas considerados ............................. 29 2.7.2 Utilizao de contineres metlicos para canteiro de obra ....................... 31 2.7.3 Utilizao de fibras de vidro para instalao provisria ............................. 33 2.7.4 Utilizao da alvenaria cermica para instalao provisria. .................... 35 2.7.5 Utilizao de chapas de madeira compensada ......................................... 37 2.7.6 Utilizao de Madeira OSB (oriented strand board) .................................. 40

    2.8 CONSIDERAES FINAIS ............................................................................ 43 3 DESEMPENHO PARA EDIFICAES DE UM PAVIMENTO ............................... 44

    3.1 CLCULO TERICO DA RESISTNCIA TRMICA ..................................... 44 3.2 RESISTNCIAS TRMICAS SUPERFICIAIS ................................................. 45 3.3 RESISTNCIA TRMICA DA PAREDE ........................................................ 46 3.4 CAPACIDADE TRMICA DA PAREDE NAS SEES ................................ 47 3.5 ATRASO TRMICO EM FUNO DA ESPESSURA DA PAREDE ....... 48 3.6 FATOR SOLAR ............................................................................................... 49 3.7 CLCULO TERICO DA ACSTICA ............................................................ 49 3.8 SOM................................................................................................................. 50

    3.8.1 Propagao do som .................................................................................. 50 3.8.2 Frequncia ................................................................................................ 51 3.8.3 Nvel de presso sonora .......................................................................... 52 3.8.4 Classificao dos rudos ........................................................................... 54 3.8.5 Isolamento acstico ................................................................................... 58 3.8.6 Isolamento acstico (fechamentos simples) .............................................. 59 3.8.7 Isolamento acstico (fechamentos duplos) ............................................... 64

    3.9 RESISTNCIA AO FOGO ............................................................................... 74 3.9.1 Clculo terico de resistncia ao fogo, PCI (1989) ................................... 78 3.9.2 Clculo terico utilizando ABNT NBR 15200 ............................................ 79

    4 CONSIDERAES FINAIS ................................................................................... 81 4.1 SISTEMA PROPOSTO DE INSTALAES PROVISRIAS ......................... 81 4.2 CONSIDERAES INICIAIS .......................................................................... 82 4.3 ANLISE INICIAL DO SISTEMA PROPOSTO ............................................... 84 4.4 ASPECTOS RELEVANTES SOBRE O SISTEMA PROPOSTO .................... 85 4.5 DEFINIES DAS PEAS DE CONCRETO DO SISTEMA .......................... 87

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    Nery Knner

    4.5.1 Placas de concreto .................................................................................... 87 4.5.2 Montantes ................................................................................................. 89 4.5.3 Esquadrias ................................................................................................ 95

    4.6 AVALIAO DO SISTEMA PROPOSTO - ABNT NBR 15220 .................. 100 4.7 CLCULO DO DESEMPENHO DO SISTEMA PROPOSTO ....................... 102

    4.7.1 Clculo da resistncia trmica ................................................................ 102 4.7.2 Clculo da resistncia trmica da parede do prottipo ........................... 103

    4.8 TRANSMITNCIA TRMICA ........................................................................ 104 4.9 CAPACIDADE TRMICA DA PAREDE ........................................................ 104

    4.9.1 Atraso trmico em funo da espessura da parede ........................... 105 5 FATOR SOLAR ................................................................................................... 105 6 SIMULAO NUMERICAMENTE DA ACSTICA DO SISTEMA PROPOSTO 108 7 SIMULAO AO FOGO - NBR 15200 (ABNT,1912) .......................................... 110 8 OBTENO DOS RECURSOS PARA VIABILIZAR O PROJETO ..................... 113 9 CAPACIDADE RESISTENTE DOS COMPONENTES DO MODELO ................. 113

    9.1 ENSAIOS DE COMPRESSO CENTRADA ................................................. 113 9.2 ENSAIO - A FLEXO DA PLACA DE CONCRETO DA PAREDE .............. 117 9.3 DETERMINAO DA RESISTNCIA DOS SVVIE S SOLICITAES DE PEAS SUSPENSAS - ENSAIOS DE CARGA SUSPENSA ............................ 120

    9.3.1 Desempenho trmico ............................................................................. 124 10 ENSAIO - ESTANQUEIDADE SVVE ................................................................. 124

    10.1 ENSAIO DE CORPO DURO ...................................................................... 128 10.2 ENSAIO DE CORPO MOLE NOS SISTEMAS DE VEDAES VERTICAIS INTERNAS E EXTERNAS PARA CASAS TRREAS COM OU SEM FUNO ESTRUTURAL .................................................................................................... 131

    11 DISCUSSO DOS RESULTADOS .................................................................... 137 12 COMPARAO COM OS SISTEMAS ANALISADOS...................................... 138 13 CONCLUSES .................................................................................................. 141

    13.1 PROPOSTAS PARA FUTUROS TRABALHOS ......................................... 143 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ....................................................................... 144

  • Nery Knner 11

    1 INTRODUO

    No Brasil nas ltimas dcadas houve um aumento significativo no uso de

    estruturas pr-fabricadas em concreto, tanto em virtude do crescimento populacional

    quanto da renovao de estruturas depreciadas que necessitavam ser renovadas.

    No h demanda que proporcione uma construo limpa, racional e com

    menos desperdcio. Dessa forma, cada vez maior o estudo acerca das estruturas

    pr-fabricadas em concreto, no sentido de proporcionar ao trabalhador conforto e

    bem estar dentro de seu ambiente de trabalho. O aproveitamento dos recursos

    disponveis requer utilizao de componentes e processos padronizados. No

    contexto estabelecido, a pr-fabricao de peas em concreto, cumpre um papel

    essencial na indstria da construo civil em geral, seja ele de carter habitacional,

    industrial ou em obras de instalaes provisrias como os canteiros de obras.

    Para Sayeg (2011), tanto na fase de estruturas como vedao necessrio

    pensar em projeto enxuto e produo em escala para viabilizar o sistema em:

    http://engcivil2-el.blogspot.com.br/ (acesso em novembro de 2013).

    PICCHI & AGOPYAN (1993), acrescenta que a qualidade do projeto um

    dos componentes mais importantes da qualidade e que a preocupao com a

    qualidade a partir do projeto grande e justificvel, pois o mesmo indicado em

    todas as pesquisas como grande vilo da qualidade na construo. Sintetizando, o

    projeto uma ferramenta importante para a implementao da racionalizao

    construtiva, reafirmado por FRANCO & AGOPYAN (1993) apud MELHADO (1994)

    que diz: etapa do projeto a mais propcia para a introduo da maioria das

    medidas que visam racionalizao.

    Sobre o significado da industrializao, todas as definies podem ser

    compreendidas em apenas uma: A industrializao com utilizao de tecnologias

    substitui a mo de obra artesanal por operrios qualificados que operam mquinas

    eletromecnicas e a necessidade de integrao entre as etapas de uma obra. A

    primeira obra de pr-moldado no Brasil refere-se ao Hipdromo da Gvea no final da

    dcada de 50. A racionalizao e a industrializao aparecem de forma sistemtica

    no incio da dcada de 60. Entre a dcada de 60 e 90 houve desestmulo em pr-

    moldados, porm na segunda metade da dcada de 70 o BNH adotou novas

    diretrizes para o setor reorientando sua atuao e o desenvolvimento de processos

  • 12

    Universidade Federal de So Carlos - UFSCar

    Nery Knner

    construtivos de componentes pr-moldados se deu devido ao crescimento da cidade

    de So Paulo onde o pr-fabricado voltou com maior credibilidade na dcada de 90.

    A agricultura se modernizou e hoje responsvel pelo supervit da balana

    comercial brasileira. O setor txtil conseguiu preos internacionalmente competitivos

    e hoje exporta seus produtos. J na construo civil continua-se utilizando a mo de

    obra artesanal, mtodos que em outros pases esto ultrapassados. A construo

    civil responde por uma fatia expressiva do PIB brasileiro (16%), sendo o nico setor

    da economia nacional que ainda no se industrializou (UNIMEP 2005).

    A construo industrializada vem como alternativa para solucionar

    problemas latentes, dficit na construo habitacional, industrial e de canteiros de

    obras. V-se aqui a possibilidade de se construrem canteiros de obras e esses

    ambientes serem desmontados e reaproveitados sem que haja perdas de materiais,

    evitando criao de novos entulhos.

    Segundo REVEL (1973), pr-fabricao no campo da construo civil

    significa fabricar certo elemento antes do seu posicionamento final na obra. A NBR

    9062 define estrutura pr-fabricada como elemento pr-moldado executado

    industrialmente, mesmo em instalaes temporrias em canteiros de obra, ou em

    instalaes permanentes de empresa destinada para este fim que atende aos

    requisitos mnimos de mo de obra qualificada; a matria-prima dos elementos pr-

    fabricados deve ser ensaiada e testada quando no recebimento pela empresa e

    previamente sua utilizao.

    De modo mais abrangente pode-se dizer que a pr-fabricao a produo

    de elementos de construo civil em indstrias, com posterior transporte e

    montagem das peas.

    CLARO (2010), define que elemento pr-fabricado aquele produzido em

    escala industrial, obedecendo a manuais e especificaes tcnicas, por pessoal

    treinado e qualificado, sob condies rigorosas de controle de qualidade, e que

    elemento pr-moldado aquele executado fora do local de utilizao definitiva na

    estrutura, produzido em condies menos rigorosas de controle de qualidade, mas

    sujeito a inspeo do prprio construtor.

    O sistema pr-fabricado em concreto teve ascenso juntamente com a

    evoluo da indstria da construo civil, tendo relao com a mecanizao dos

    meios industriais de modo geral.

  • 13

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    Nery Knner

    Atualmente o seu desenvolvimento est ligado no s aos processos de

    fabricao, mas tambm aos processos de transporte e montagem dos elementos.

    Segundo SERRA (2005), a industrializao da construo civil, atravs da

    utilizao de peas de concreto pr-fabricados promoveu, no Brasil e no mundo, um

    salto de qualidade nos canteiros de obras, pois atravs de componentes

    industrializados com alto controle ao longo de sua produo, com materiais de boa

    qualidade, fornecedores selecionados e mo de obra treinada e qualificada, as obras

    tornaram-se mais organizadas e seguras.

    Segundo VASCONCELLOS (2002), no possvel datar o incio da pr-

    fabricao de estruturas, tendo em vista que o prprio nascimento do concreto

    armado ocorreu com a pr-moldagem de elementos, fora do local de seu uso. Desse

    modo, possvel afirmar que os elementos pr-fabricados surgiram com a inveno

    do concreto armado.

    Na Europa o grande crescimento do sistema pr-fabricado foi consequncia

    da necessidade de reconstruo, aps a Segunda Guerra Mundial, sendo o perodo

    de 1945 a 1950 caracterizado pela expressiva demanda de construes, tais como

    habitao, escolas, hospitais, indstrias, pontes etc. No Brasil, o cenrio histrico

    no foi o mesmo, o sistema foi impulsionado pela busca da racionalizao com

    consequente diminuio de gastos e aumento de lucros, diante de um mercado em

    crescimento e em constante disputa.

    1.1 OBJETIVOS

    O objetivo principal deste trabalho estudar um sistema pr-fabricado em

    concreto para aplicao em instalaes provisrias de canteiros de obras. A

    proposta surge no sentido de encontrar um sistema eficiente, de construo rpida,

    econmica, com reduo significativa na produo de resduos. O sistema proposto

    aps o uso, independentemente do tempo, a instalao provisria poder ser

    desmontada e remontada novamente sem perdas de peas em sua utilizao.

    Alm disso, pretende-se descrever as caractersticas arquitetnicas,

    estruturais e construtivas, o desempenho do sistema proposto que constitudo por

    elementos pr-fabricados de concreto para construo de ambientes de instalaes

    provisrias, aplicadas a canteiros de obras, segundo as recomendaes da ABNT

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    (Associao Brasileira de Normas Tcnicas) e do PBQP-H (Programa Brasileiro da

    Qualidade e Produtividade do Habitat).

    1.2 JUSTIFICATIVA

    A construo em elementos pr-fabricados em concreto no se limita

    apenas em fabricar as peas fora do canteiro, mas sim engloba todo um sistema

    construtivo com caractersticas prprias que devem ser preconizadas desde o incio

    do projeto de instalaes provisrias, respeitando as particularidades estruturais de

    cada sistema construtivo (FIB, 2002). Sendo assim, sua utilizao possui grande

    potencial de aplicao para empreendimentos em canteiros, at mesmo em obras

    habitacionais.

    Recentemente, no ano de 2009, o Governo Federal, por meio do Ministrio

    das Cidades e da Caixa Econmica Federal, e o Governo do Estado de So Paulo,

    por meio da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano),

    realizaram-se aes com o objetivo de promover uma maior racionalizao e

    produtividade da construo habitacional. Assim, foi possvel obter um incentivo

    especial para aplicao de solues pr-fabricadas de concreto com desempenho

    satisfatrio sem a perda de qualidade, segundo as novas diretrizes nacionais.

    Do ponto de vista ambiental, a maior necessidade de desenvolvimento de

    tecnologias especficas diz respeito a produtos modulares para abrigar as

    construes provisrias, que possam ser reaproveitados em diferentes obras.

    Solues como esta j so oferecidas pelo mercado, mas em condies de

    desempenho apenas suficientes. Em outros pases, o mercado dispe de sistemas

    mais sofisticados e durveis, como ilustrado na Figura 1.

    Fonte: http://www.algeco.fr/construction-modulaire/prefabrique-origin.html

    Figura 1: Contineres utilizados para canteiros de obras na Frana.

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    Na Frana foram criadas uma srie de edifcios modulares para todas as

    necessidades de obras temporrias em pr-fabricados. Edifcios modulares so de

    origem funcional e perfeitamente adequados ao armazenamento ou a projetos de

    instalao provisrias de obras, locais de trabalho, construo de bangals,

    banheiros qumicos, que so instalados e desinstalados rapidamente. Eles oferecem

    um ambiente de trabalho aprimorado por meio da implementao de qualidade e

    acessrios de aluguel: cadeiras, mesa, geladeira, camas. Os fornecedores so

    responsveis por tudo, desde a construo pr-fabricada at luxuosos mobilirios.

    Todas as instalaes do local cumprem normas rigorosas de segurana e proteo

    das pessoas e o trabalho desenvolvido com toda segurana. De acordo com a

    dimenso desejada, o mdulo construtivo adaptado ao ambiente de interesse.

    No Brasil, a maioria dos canteiros de obras ainda precrio e no projetado

    com vistas ao seu melhor funcionamento. Considerado como uma instalao

    temporria, no costuma seguir regras de projeto e de segurana, e em alguns

    casos a NR-18 (2012), que preconiza condies mnimas de habitabilidade da

    edificao, atendida.

    Prope-se, pelo exposto no presente trabalho, aliar segurana e sade para

    o trabalhador envolvido neste processo, sendo uma obra de fcil execuo e

    economicamente vivel. Destaca-se que possvel a construo de instalaes

    provisrias de qualidade e que atenda ao que a NR-18 e a ABNT NBR 12284 de

    1991 propem.

    O projeto prope-se como prottipo destinado a instalao temporria em

    canteiro de obra, inicialmente para ser utilizado apenas para este fim, porm

    podendo vir a ser utilizado em outros tipos de construo habitacional, como j vem

    sendo usado.

    1.3 METODOLOGIA

    A pesquisa proposta trata-se de um estudo terico e experimental, dividido

    em trs etapas:

    A primeira etapa consiste do estudo sobre a utilizao de diferentes

    sistemas construtivos para aplicao em instalaes provisrias, como:

    a) Autoconstruo: preparar o material e montar;

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    b) Reaproveitamento: aps a utilizao transportar para outro lugar sem

    perdas de materiais e sem gerar resduos;

    c) Modulao: modular de acordo com a caracterstica do terreno,

    necessidade de adaptao para melhor aproveitamento do espao disponvel;

    d) Conforto trmico e acstico: proporcionar ao trabalhador um local de

    descanso e vivncia observando os quesitos encontrado na ABNT NBR15575

    e NR 18;

    e) Rapidez na execuo: montagem que no depende de muitas pessoas e

    de conhecimento tcnico, apenas com um manual de montagem, possibilite a

    construo em poucos dias;

    f) Segurana: proporcione segurana contra impactos, incndio e

    depredaes;

    g) Adaptabilidade; adequar a instalao em funo do espao disponvel,

    utilizando modulaes;

    h) Custos: Custo benefcio em relao ao uso de um sistema que permita

    desmontar e montar, reaproveitando o mesmo material sem gerar resduos e sem

    perda de material. Ao longo da vida til o sistema ainda est em uso, diluindo seu

    custo;

    i) Durabilidade: Material de concreto durvel ao longo de 50 ou mais anos;

    j) Resduos: com a preocupao constante do meio ambiente, um sistema

    que no venha gerar resduos;

    k) Acstica: Um sistema que no provoque ao trabalhador rudos acima do

    que preconiza a legislao;

    l) Incndio: Possibilidade de princpios de incndios, trazendo maior

    segurana ao ambiente de trabalho dos administradores;

    m) Conforto Trmico: Que o calor ou frio existente na parte externa venha

    passar para a parte interna sem que exista uma barreira, diminuindo o desconforto

    para quem trabalha naquele ambiente;

    n) Estrutura: Que seja slida, garanta segurana contra ventos e impactos;

    o) Estanqueidade: nas guas projetadas da chuva no venha prejudicar o

    interior do ambiente de trabalho com humidade ou infiltraes;

    p) Corpo mole: Resistncia mnima ao que preconiza a ABNT NBR

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    15575, que um impacto de 40kg sobre a parede com altura de 30cm. Sem

    provocar demolio;

    q) Corpo duro: Resistncia mnima que preconiza a ABNT NBR15575, que

    um impacto de 1,0kg a uma altura de 1,0m, sem provocar demolio. A segunda

    etapa consiste da proposta de um sistema construtivo para aplicao em instalaes

    provisrias, levando em considerao as propriedades requeridas pelas normas

    vigentes e as caractersticas requeridas na primeira etapa de estudo considerando

    os quesitos mnimos propostos. A terceira etapa consiste da anlise crtica dos

    sistemas atuais mais empregados e comparados com o sistema proposto.

    Com alguns dos sistemas de instalaes provisrias j existentes, pode-se

    descrever sobre estes que no se pode obter dados completos sobre desempenho

    desses sistemas. Eles existem e so usados largamente em canteiro de obras, em

    instalaes provisrias. Os dados existentes no contemplam o mnimo de dados

    para se ter uma ideia do funcionamento sobre a norma de desempenho ABN NBR

    15575. Assim no se tem parmetros para comparar com o sistema que estamos

    propondo. Tenta-se de comparar com os seguintes pontos: 1 - rapidez na

    montagem; 2 - modulao; 3 custo; 4 - reaproveitamento dos materiais sem

    perdas; 5 - atender NR18 ABNT NBR 15575.

    1.4 ESTRUTURA DO TEXTO

    No Captulo 2; breve reviso bibliogrfica com panorama atual dos sistemas

    existentes. Sistemas construtivos existentes, consideraes sobre alguns tipos de

    painis de fechamento, princpios de funcionamento e isolamento energtico.

    No Captulo 3; alguns sistemas de instalaes provisrias mais utilizadas

    em canteiro de obras existentes e suas caractersticas.

    No Captulo 4; desempenho das instalaes provisrias consideradas,

    comparao com o que preconiza a ABNT NBR15575:2012, comparando as

    caractersticas entre os sistemas estudados. Sistema proposto, definies das peas

    principais de concreto que compe o sistema e suas instalaes, ensaios tericos,

    ensaios realizados e concluses, obteno dos recursos de viabilizao do projeto.

    No Captulo 5; so mostradas as comparaes dos resultados obtidos

    com os demais sistemas descritos neste trabalho.

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    No Captulo 6; so apresentadas as concluses da pesquisa e proposta de

    trabalhos futuros.

    2 SISTEMAS PARA INSTALAES DE OBRAS

    Uma preocupao que vai alm da reduo das perdas e da gesto dos

    resduos : O que feito visando reduo de impactos ambientais e melhoria das

    condies sociais dos trabalhadores? Polticas pblicas e legislao?

    Quanto questo social, programar medidas voltadas aos trabalhadores,

    que se refere a questes econmicas, assegurar a eficincia econmica da obra e

    combater a ilegalidade no que se refere a canteiros de obras. (CARDOSO

    FRANCISCO & FIORAM M.A. VIVIANE, 2009) - 26 dd2009

    2.1 INSTALAES PROVISRIAS

    Os projetos das instalaes do canteiro dependem do tamanho da obra, do

    volume de material a ser armazenado, do nmero de funcionrios, equipes tcnicas,

    dos perodos em que, tanto a mo de obra quanto o material devero estar na obra.

    2.1.2 Panorama atual dos sistemas para instalaes provisrias de

    canteiros de obras.

    Normalmente as instalaes de canteiros de obras no so projetadas de

    acordo com as normas e legislao vigente e, em alguns casos, so improvisadas

    em painis de madeira compensada, conforme Figura 2, que so considerados de

    baixo custo, sem reaproveitamento.

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    Figura 2: Instalaes provisrias em madeira para canteiros de obras

    Fonte: O autor

    Nas instalaes de canteiro de obras feitas com alvenaria, os custos j

    seriam bem maiores e praticamente sem reaproveitamento.

    Existe fornecimento de contineres de qualidade, com ndices de

    conformidade s normas. Entretanto, observa-se tambm a opo de contineres

    improvisados, adaptados como instalaes provisrias, usados como depsito de

    materiais. Estes costumam ser fceis de serem transportadas por caminho,

    normalmente so locados pelas empresas prestadoras de servio.

    Na aquisio de um continer o custo relativamente baixo, pois so

    normalmente peas descartadas pelo transporte martimo. O que onera so os

    complementos e modificaes para que atenda a legislao pertinente.

    Em caso de locao onde no so obedecidas as normas pertinentes tem o

    uso de contineres sem o mnimo de condies para uso como instalaes

    provisrias. A Figura 3 ilustra exemplos de contineres metlicos.

    Figura 3: Uso de contineres em instalaes provisrias - refeitrio e vestirios

    Fonte: O autor

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    Nery Knner

    Cabe observar que, a instalao provisria de canteiro de obra em

    contineres que no oferece o mnimo de conforto ao trabalhador. Instalaes em

    contineres sero aceitas em reas de vivncia de canteiro de obras e frentes de

    trabalho, desde que cada mdulo possua rea de ventilao natural, efetiva, de no

    mnimo 15% (quinze por cento) da rea do piso, composta por, no mnimo, duas

    aberturas adequadamente dispostas para permitir eficaz ventilao interna, garanta

    condies de conforto trmico, alm de garantir os demais requisitos mnimos de

    conforto e higiene estabelecidos na NR18.

    Fonte: O autor

    Observa-se trabalhadores na hora do almoo que preferem no permanecer

    no interior do continer. As pessoas utilizando de espaos no interior da obra

    almoavam e em seguida deitavam no mesmo local para um descanso - Figura 4.

    Assim, o conforto trmico do continer gerava um desconforto para sua utilizao,

    evidenciado no local.

    2.2 CONSTRUO INDUSTRIALIZADA

    Nas duas ltimas dcadas a tecnologia do concreto sofreu um grande

    desenvolvimento que, segundo diversos pesquisadores, se deve evoluo das

    Figura 4: Preferncia permanecer fora do continer

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    Nery Knner

    tcnicas e equipamentos para estudo dos concretos e ao uso de novos materiais.

    Esses novos materiais, entre os quais se destacam os aditivos redutores de gua e

    as adies minerais, possibilitaram melhorias significativas nas propriedades

    relacionadas resistncia mecnica e durabilidade dos concretos.

    Na habitao pr-fabricada, cuja caracterstica produo em srie, como

    foi o caso de Casas para os Trpicos de Habitao Pr-Fabricada de Niamey e

    Brazzaville, executados em Portugal, foi admitido o panorama de evoluo dos

    princpios da vida sem alterar aspectos culturais. A preocupao foi criar um sistema

    eficiente prtico e econmico para atender problema de carncia habitacional das

    ex-colnias francesas do Nger e do Congo.

    A industrializao da construo pode ser percebida por esta definio: S

    existe industrializao se houver uma tecnologia mecanizada envolvida no processo

    (HUTH, 1976). Alguns outros conceitos esto relacionados com a industrializao,

    como a racionalizao, indispensvel na industrializao. Racionalizar a produo

    significa estudar seus mtodos a fim de reduzir o tempo de trabalho e se conseguir

    melhor produtividade e rentabilidade.

    A construo civil possui processos que apresentam alto nvel de

    desperdcio de materiais e mo de obra, bem como baixos nveis de qualidade e

    produtividade, por essas razes vem sendo considerada uma indstria atrasada.

    Uma das formas de se aperfeioar e racionalizar a construo civil seria utilizar

    elementos pr-fabricados. (HUTH, 1976).

    As construes provisrias incluem no somente as edificaes como as

    que delimitam o canteiro, normalmente constitudas por reas de vivncia, escritrio

    administrativo, almoxarifado, refeitrio, tapumes, etc. A Norma Regulamentadora

    NR-18 (2012), traz um captulo especfico sobre as reas de vivncia, assim como

    outro sobre tapumes e galerias, cobrindo adequadamente as questes de higiene e

    segurana no trabalho.

    No Brasil existem outros sistemas em pr-fabricados, que podem ser

    utilizados em canteiros de obras. Independente do sistema utilizado, obrigao

    respeitar-se e obedecer legislao. Tem-se a NR-18 que recomenda as

    instalaes provisrias de canteiro de obras, reas de vivncia e escritrio da

    indstria da construo civil e especfica como esses ambientes devem ser

    construdos, objetivando o campo de aplicao.

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    Nery Knner

    A observncia do estabelecido no desobriga os empregadores do

    cumprimento das disposies relativas s condies e ambiente de trabalho,

    concomitantemente na legislao federal, estadual e/ou municipal, e em outras

    estabelecidas em negociaes coletivas de trabalho.

    2.3 REAS DE VIVNCIA

    Em locais de refeies, cozinha, quando houver preparo de refeies,

    lavanderia, rea de lazer, ambulatrio, o cumprimento do disposto obrigatrio. O

    mesmo vale para instalaes mveis, inclusive contineres, que sero aceitos em

    reas de vivncia de canteiro de obras e frentes de trabalho desde que cada mdulo

    de instalaes atenda NR18 (Alterada pela Portaria SIT n. 30, de 13 de dezembro

    de 2000).

    Para garantir os demais requisitos mnimos de conforto e higiene

    estabelecidos, na NR 18, deve-se levar em conta a ABNT NBR 15575, que vem

    contemplar a orientao sobre ambiente de vivncia, no que preconiza o mnimo de

    conforto do local de vivncia em uma obra.

    Nas instalaes mveis, inclusive contineres, que servem como

    alojamento, as camas duplas, tipo beliche, a altura livre entre uma cama e outra ,

    no mnimo, de 0,90m (noventa centmetros), (Includo na Portaria SIT n 30, de 13

    de dezembro de 2000).

    Tratando-se de adaptao de contineres, originalmente utilizados no

    transporte ou acondicionamento de cargas, dever ser mantido no canteiro de obras,

    disposio da fiscalizao do trabalho e do sindicato profissional, laudo tcnico

    elaborado por profissional legalmente habilitado, relativo ausncia de riscos

    qumicos, biolgicos e fsicos (especificamente para radiaes) com a identificao

    da empresa responsvel pela adaptao.

    De acordo com o exposto na anlise do canteiro de obras, no estudo de

    caso feito por MENESES & RIBEIRO (2006), h o relato de uma obra na segunda

    etapa da construo, com relao NR- 18, sendo a obra de responsabilidade da

    construtora, em que evidente que se encontram em condies inadequadas em

    segurana no trabalho e instalaes do canteiro de obras. Isso porque a empresa

    no estabeleceu uma poltica de planejamento, organizao, qualidade e

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    segurana no trabalho. Essa anlise vem confirmar a necessidade de um projeto de

    canteiro de obras e gerenciamento do ambiente de trabalho que venha melhorar a

    organizao e a qualidade de vida, o mnimo a ser feito para que isto ocorra a

    elaborao do PCMAT, (Programa de Condies e Meio Ambiente de Trabalho).

    No entanto, segundo ARAJO (1998), os custos relativos implantao do

    PCMAT (Programa de Condies e Meio Ambiente de Trabalho) so em torno de

    1,49% do custo total da obra. J estudos realizados por FORMOSO (2007), apud

    MENEZES & SERRA (2003), mostram que os custos de segurana, quando da

    instalao de um canteiro, representam 0,84% do custo total de uma obra. Dessa

    forma, percebe-se que o estudo necessrio.

    A anlise das reas de vivncia em canteiros de obra constitui um

    importante fator a fim de minimizar os riscos sade dos trabalhadores e outros, em

    face ao percentual de valores reduzidos que a implantao do sistema de sade e

    segurana do trabalho representa em relao ao custo total da obra.

    2.4 PAINIS PR-MOLDADOS DE CONCRETO

    Desde a antiguidade o homem tem buscado diferentes maneiras de

    aperfeioar os tipos de atividades produtivas que realiza, principalmente as que

    precisam ser executadas em larga escala. Dessa necessidade, surgiu a

    industrializao, que o aperfeioamento de uma determinada atividade a fim de

    execut-la de maneira contnua e com maior produtividade, por meio da utilizao de

    tcnicas e procedimentos que tragam maior velocidade e menores custos ao

    processo empregado.

    Na construo civil, a industrializao surgiu com a necessidade de construir

    edifcios mais rapidamente e sem grande capital inicial, como no caso dos pases

    destrudos na primeira guerra mundial. Os processos utilizados na construo civil, a

    fim de sanar essas necessidades so chamados de Processos Construtivos

    Industrializados. O surgimento desses processos vem do final da Primeira Guerra

    Mundial, devido necessidade de reconstruo dos pases destrudos.

    Para FERREIRA (2009) esses processos so, atualmente, amplamente

    difundidos e utilizados na construo civil, e o seu principal objetivo obter maior

    eficincia e menores custos de produo. O grau de industrializao de um

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    processo pode ser medido pelo seu nvel organizacional, e isso avaliado atravs

    de um indicador que faz a relao entre consumo de mo de obra por unidade de

    rea construda. Ento, surge o conceito de Construo Industrializada que a

    construo com emprego de processos industrializados FERREIRA (2009).

    2.4.1 PAINEL TIPO SANDUCHE

    No Brasil, e de acordo com BERTINI (1995), durante a Segunda Guerra

    Mundial, os painis sanduche eram utilizados em estruturas de avies devido sua

    leveza e resistncia. recente o maior emprego desse painel, na construo civil,

    em edificaes.

    Uma construo tipo sanduche, Segundo BERTINI (1995), corresponde a

    uma combinao de materiais simples ou compostos, ligados entre si de forma que

    suas caractersticas garantam vantagens estruturais ao conjunto. Na Figura 5 pode-

    se observar um tipo simples de sanduche, composto por duas camadas resistentes

    e um ncleo de material menos denso e menos resistente.

    Figura 5: Painel sanduche

    Fonte: Bertini (1995)

    Dependendo do emprego do painel, o ncleo pode ser responsvel pela

    transferncia de esforos e pela manuteno da distncia correta entre as camadas.

    Nesse caso, o material do ncleo deve ter rigidez suficiente para que resista ao

    cisalhamento, evitando o escorregamento das camadas. Em outros casos, o

    painel pode ter a funo de apenas garantir o conforto trmico e acstico, sendo

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    a funo estrutural destinada aos conectores ou nervuras FERREIRA (2009).

    Na Europa os painis Sandwich em pr-moldados de concreto so muito

    utilizados para reduzir os custos de energia de construo na sua fabricao, onde

    verifica-se um melhor desempenho, alm de serem ambientalmente corretos. Na

    anlise do ciclo de vida e do desempenho, ao longo do tempo, de um edifcio, deve

    ser considerado nas estruturas modernas, com reduo na emisso de CO2 e no

    uso de aparelhos de ar condicionado Figura 6.

    Fonte: Fib 41 (2004).

    O painel tipo sanduiche usado em grandes obras de edifcios residenciais

    e comerciais. Os painis j vm prontos e acabados da indstria. Os painis, aps

    sua fabricao, so acondicionados em depsito at que se tenham todos os painis

    da edificao Figura 6.

    2.5 EFICINCIA ENERGTICA

    Devido sua elevada massa trmica e propriedades isolantes, painis

    sanduche pr-moldados so capazes de proporcionar um ambiente mais

    Figura 6: Exemplo de painel sanduche

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    confortvel, com a reduo da temperatura interna devido s flutuaes de

    temperaturas externas em diferentes regies do Brasil.

    Essa consistncia de resultados da temperatura interna levam a uma

    reduo na energia consumida e mantm um ambiente com temperatura

    confortvel. O desempenho do painel de vedao ou estrutural em atrasar a onda de

    calor Figura 7, para o interior do ambiente, de fundamental importncia. O

    ambiente deixar de consumir energia para manter a temperatura conveniente.

    A camada de concreto usada para paredes formadas por painis de vedao

    ou painis estruturais so usadas para dividir com ambiente, dimensionadas para

    que o painel desempenhe sua funo, atraso da onda trmica (Fib 41, 2004).

    O calor que absorvido pelo painel durante o dia libertado para o interior

    do edifcio durante a noite, quando as temperaturas externas caem.

    O painel sanduche pr-moldado permite a flexibilidade e variao trmica

    dos requisitos de desempenho em diferentes zonas climticas ou para diferentes

    requisitos de conformidade.

    A geometria e propriedades do componente podem ser variadas para atingir

    o nvel de desempenho desejado, em qualquer parte ou regio com diferentes

    climas (Fib 41, 2004).

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    Figura 7: Atraso da onda de calor devido massa trmica do concreto

    Fonte: Fib 41, (2004).

    A massa trmica medida como o valor em que um material capaz de

    armazenar energia e liber-lo para o meio ambiente, conforme necessrio.

    O concreto possui uma grande capacidade volumtrica de calor,

    comparando-o com qualquer material de construo, e proporciona benefcios

    significativos em amenizar a temperatura no interior de edificaes.

    O ambiente interno resultante comumente aceito como um espao mais

    confortvel, sem a necessidade de ser aquecido ou resfriado artificialmente.

    O resultado dessa elevada massa trmica a reduo de forma significativa

    a necessidade do consumo de energia ABNT NBR 15520:2012.

    2.6 DIMENSIONAMENTO - CONFORTO TRMICO

    As equaes utilizadas na Europa ou no Brasil praticamente so as

    mesmas.

    U=1/(R1+ R2 + R3 + Ro +Ri) (equao 01)

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    R1=d1/1,...Ri + Ro (equao 02)

    d: espessura;

    U: Desempenho trmico;

    m2: rea do painel a ser considerado;

    K: Graus kelvin;

    : Condutividade trmica com os valores de condutividade trmica certificados

    R: resistncia trmica.

    A tabela 1, a seguir, mostra alguns resultados de U para painis pre-

    fabricados sanduche isolados. Resistncia trmica das superfcies exteriores e

    interiores igualmente.

    Tabela 1: Caractersticas de alguns materiais quanto ao seu isolamento

    Fonte: Fip 41, (2004)

    Clculo dimensional

    U= q/ T, (equao 03)

    Onde:

    U: Desempenho trmico;

    q: Intensidade do fluxo de calor [W/m]

    T: diferena de temperatura entre face externa e interna da estrutura C.

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    2.7 SISTEMAS PROVISRIOS EM CANTEIROS DE OBRA

    Neste trabalho ser dada nfase nos seguintes sistemas construtivos

    existentes mais utilizados para construo de instalaes provisrias, que:

    1 Contineres metlicos, de custo relativamente baixo, so peas descartadas

    de carregamentos de navios, com custos relativamente baixo;

    2 Fibra de vidro de alto custo e mo de obra especializada, cujo custo tambm

    alto;

    3 Alvenaria cermica de vedao, com custos relativamente baixos, no entanto

    utiliza mo de obre em 60% do custo de materiais;

    4 Instalaes em chapas de madeirit, cujo custo dos materiais dependendo da

    qualidade, pode ser considerado alto, e o custo da mo de obra para

    montagem, relativamente baixo;

    5 Instalaes provisrias de madeiras OSB, encontra-se material caro e mo de

    obra caro;

    6 O sistema que est-se propondo possui uma sria de vantagens, e algumas

    desvantagens tambm so observadas. Exige preciso das formas no

    alinhamento e aprumos, podendo ser comparado com os demais sistemas

    existentes.

    2.7.1 ASPECTOS QUE CARACTERIZAM OS SISTEMAS CONSIDERADOS

    As instalaes de canteiro de obras so uma prtica onde a maioria das

    existentes no segue os requisitos estabelecidos pela legislao Brasileira, no que

    tange principalmente ABNT NBR 15575 e grande parte do que preconiza a NR18.

    Aps alguns dados colhidos, pode-se comparar os quesitos principais entre os

    sistemas existentes e o sistema que est sendo proposto para instalaes

    provisrias de canteiro de obra.

    Dessa forma, os seguintes aspectos sero considerados em cada sistema:

    a) Auto-Construo: preparar o material e montar;

    b) Reaproveitamento: aps a utilizao, a possibilidade de desmonte e

    transporte para outro lugar sem perdas de materiais e sem gerar resduos

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    significativos;

    c) Modulao: modular de acordo com as caractersticas do terreno, e adaptar

    para melhor aproveitamento do espao disponvel;

    d) Conforto trmico: proporcionar ao trabalhador um local de descanso e

    vivncia, observando os quesitos encontrados na ABNT NBR15575 e NR 18;

    e) Rapidez na execuo: montagem que no depende de muitas pessoas e de

    apenas de um manual de montagem, que possibilite a autoconstruo em

    poucos dias;

    f) Segurana: proporcionar segurana contra impactos, incndio e/ou

    depredaes;

    g) Adaptabilidade: adequar a instalao em funo do espao disponvel,

    utilizando modulaes;

    h) Custos: custo benefcio em relao ao uso de um sistema que permita

    desmontar e montar, reaproveitando o mesmo material sem gerar resduos e

    sem perda de material. Ao longo da vida til, o sistema ainda est em uso,

    diluindo seu custo;

    i) Durabilidade: material de concreto durvel ao longo de 50 ou mais anos;

    j) Resduos: com a preocupao constante como o meio ambiente,

    necessrio um sistema que no venha gerar resduos significativos;

    k) Acstica: um sistema que no provoque ao trabalhador rudos acima do que

    preconiza a legislao;

    l) Incndio: dificultar a possibilidade de princpios de incndios, trazendo maior

    segurana ao ambiente de trabalho dos administradores;

    m) Conforto Trmico: transmitncia trmica, atraso trmico e fator de calor solar

    admissveis para cada tipo de vedao externa. O atraso trmico varia de

    regio para regio. Considerando a regio de So Carlos denominada regio

    4 pela condio do clima da cidade, a ABNT NBR15220, na tabela 11,

    estabelece que as paredes devem ser pesadas e coberturas leves. Com

    transmitncia trmica da parede U2,2W/m2.k, um atraso trmico

    6,5h e de um fator solar FSo3,5 ;

    .n) Estrutura: que atenda s condies de servio e estado limite ltimo, para as

    solicitaes existentes;

    o) Estanqueidade: que as guas projetadas da chuva no venham a

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    prejudicar o interior do ambiente de trabalho, com umidade ou infiltraes;

    p) Corpo mole: resistncia mnima preconizada pela ABNT NBR 15575, que

    um impacto de 40kg sobre a parede, com altura de 30cm, sem provocar

    dano significativo;

    q) Corpo duro: resistncia mnima que preconiza a ABNT NBR 15575, que um

    impacto de 1,0kg uma altura de 1,0m, sem provocar dano significativo.

    Observam-se pontos positivos observados nos itens de a at i e de n at

    q tem-se como ponto negativo m, em que a norma preconiza um atraso

    Trmico para cidade de So Carlos de 6,5h, no entanto foi obtido

    numericamente 2,2h.

    2.7.2 UTILIZAO DE CONTINERES METLICOS PARA CANTEIRO DE OBRA

    Os contineres so construes metlicas pr-fabricadas, erguidas a partir

    de um chassi de perfis metlicos, composto por duas longarinas e trs transversinas,

    responsvel por, praticamente, toda resistncia do conjunto. Sobre esse chassi so

    montadas as quatro laterais, e posteriormente a cobertura fixada por meio de

    parafusos e rebites e/ou solda.

    Essas laterais so de chapas de ao de 0,65 mm de espessura. O transporte

    feito por caminho guindaste, e deve-se prever local de acesso para retirada dos

    contineres no futuro Figura 8.

    O alto custo inviabiliza a locao para perodos muito longos, e no caso da

    compra do contineres, a maior desvantagem o desconforto, tanto trmico quanto

    acstico, podendo ser minimizado atravs de uso de revestimentos especiais,

    porm, com aumento significativo de custos. (Birbijm, 2003).

    Analisando as caractersticas do sistema citado, tem-se situao observada

    que as instalaes provisrias em contineres tm um padro superior e aparncia

    mais organizada em relao s instalaes provisrias convencionais em madeira,

    ainda assim, alguns problemas so observados, tais como, escritrios com aberturas

    insuficientes para ventilao, problemas de conexo com as redes, pisos com gua

    empoada (em reas molhadas), alm de solues improvisadas para vencer

    desnveis do terreno, (RODRIGO G. Adriana, 2006).

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    -

    Fonte: http://www.agisacontainers.com.br

    Um fabricante de continer de qualidade superior diz utilizar XPS,

    poliestireno extrudado, para isolamento termo acstico. Nas prximas etapas da

    pesquisa, ser averiguada a resposta em termos de desempenho trmico e acstico

    desse material.

    Analisando as caractersticas do sistema citado, tem-se que:

    a) Auto construo: os contineres metlicos so fabricados em metalrgicas

    ou reaproveitados do transporte martimo, portanto, com impossvel auto construo;

    b) Reaproveitamento: sim, o continer reaproveitado;

    c) Modulao: possui modulao 3mx3m ou 3mx6m;

    d) Conforto: no possui conforto termo-acstico, sem que se faa um

    tratamento, e para atender a norma os custos so elevados;

    e) Rapidez na execuo: muito rpido, simplesmente transportado no

    caminho e posto no local adequado;

    f) Segurana: seguro, pois construdo em chapa de ao;

    g) Adaptabilidade: no adaptvel, pelo fato de se obter apenas em dois tipos

    de modulao;

    h) Custo: inicialmente o custo baixo, mas para seguir as normas de

    desempenho o custo se eleva consideravelmente, devido aos isolamentos tanto

    trmico como acstico, para permitir conforto aos trabalhadores;

    Figura 8: Uso de contineres metlicos para instalaes provisrias

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    i) Durabilidade: durvel, porm exigem manuteno anti-ferrugem;

    j) Resduos: no gera resduos;

    k) Acstica: no atende a norma ABNT NBR 15575, caso no seja feito

    isolamento;

    l) Incndio: at o instante, no h informaes disponveis;

    m) Conforto Trmico: at o instante no h informaes disponveis;

    n) Estrutura: at o instante no h informaes disponveis;

    o) Estanqueidade: at o instante no h informaes disponveis;

    p) Corpo mole: at o instante no h informaes disponveis;

    q) Corpo duro: at o instante no h informaes disponveis;

    Conclui-se que em funo de sua modulao, 3mx3m ou 3mx6m, no facilita

    uma disposio melhor quando no se tem uma situao em que o terreno no

    dispe uma rea que o container possa ser usado.

    O transporte depende de caminho que tenha munk para poder carregar e

    descarregar no local da obra. Pode-se reaproveitar o mesmo continer em outro

    canteiro, sem gerar resduos.

    Seu conforto trmico-acstico deve ser feito com isolamento para que se

    tenha um desempenho que atenda ABNT NBR 15575, sendo que isto se torna

    oneroso. No encontram-se ensaios alm do acstico feito por MIAM (2013).

    2.7.3 UTILIZAO DE FIBRAS DE VIDRO PARA INSTALAO PROVISRIA

    um sistema modular, composto por duas chapas finas de fibra de vidro,

    separadas por uma placa de isopor, e com abas metlicas, resultando com bom

    caracterstico de isolamento termo-acstico, que pode ser melhorada com forro de

    isopor.

    As placas so autoportantes, no necessitando de nenhuma estrutura

    complementar para vos de at 7,0m.

    No necessita de fundaes, devido a sua leveza. feito um contra-piso

    onde so fixadas as placas de fibra de vidro, utilizando buchas de nylon e parafusos

    e as placas so fixadas com parafusos nas abas laterais.

    O material pode ser recondicionado facilmente.

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    A fabricao da fibra de vidro ocorre com componentes qumicos que para

    sua manipulao depende de mo de obra especializada, dificilmente encontrada na

    construo civil.

    A Figura 9 mostra um exemplo de utilizao de painel de fibra de vidro,

    adaptado para uso em instalaes provisrias.

    Fonte: http://www.aecweb.com.br/prod/e/canteiro-sustentavel_23599_24285

    Fixado um beiral no seu contorno formando uma cinta ligando toda a

    estrutura. As tesouras so fabricadas de tubos de ferro, e sobre estas so fixadas

    telhas brancas de fibra de vidro.

    O sistema vantajoso em ambientes agressivos, pois no enferruja nem

    mesmo apodrece, seu visual limpo e moderno. Rapidez na montagem e

    desmontagem, os reparos so feitos facilmente com massa plstica. A grande

    desvantagem do sistema est no custo inicial extremamente elevado (Souza, 2004).

    Analisando as caractersticas do sistema citado, tem-se que:

    a) Auto Construo: a fabricao por pessoas especializadas, e no permite

    a auto construo;

    b) Reaproveitamento: o material usado para construo provisria permite o

    reaproveitamento, reparos por pessoal especializado;

    c) Modulao: permite modulao;

    d) Conforto: no atende a norma de desempenho;

    Figura 9: Instalaes provisrias em fibra de vidro

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    e) Rapidez na execuo: sim;

    f) Segurana: no;

    g) Adaptabilidade: sim;

    h) Custos: alto, tanto para os materiais como para a mo de obra;

    i) Durabilidade: durvel;

    j) Resduos: produz baixa quantidade de resduos;

    k) Acstica: at o instante no h informaes disponveis;

    l) Incndio: at o instante no h informaes disponveis;

    m) Conforto Trmico: at o instante no h informaes disponveis;

    n) Estrutura: at o instante no h informaes disponveis;

    o) Estanqueidade: at o instante no h informaes disponveis;

    p) Corpo mole: at o instante no h informaes disponveis;

    q) Corpo duro: at o instante no h informaes disponveis;

    Conclui-se que existem possibilidades de modulao, e adequao em funo

    do espao disponvel no canteiro. Sua montagem depende de pessoas

    especializadas para manipular os componentes qumicos.

    Sua desmontagem e transporte e remontagem tambm dependem de pessoal

    especializado; as peas so frgeis, mas podem ser remendadas quando

    necessrio, geram pouco resduo. O material e sua manipulao so onerosos. No

    encontramos ensaios realizados na bibliografia sobre o assunto.

    2.7.4 UTILIZAO DA ALVENARIA CERMICA PARA INSTALAO PROVISRIA.

    As construes temporrias em alvenaria seguem os mesmos padres das

    construes em alvenaria definitivas. Executadas com alvenaria, argamassa de

    assentamento, chapisco, reboco e pintura quando executadas.

    O telhado com telhas de fibrocimento tem como grande desvantagem o

    custo elevado, e, a execuo das paredes apresenta um grande tempo de execuo

    e baixo reaproveitamento dos materiais, quando comparado com os outros sistemas.

    As vantagens so a durabilidade, resistncia aos impactos, conforto termo

    acstico e segurana patrimonial j conhecido no sistema habitacional, no

    entanto a opo pouca encontrada em canteiro de obras Figura 10.

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    Torna-se oneroso devido custo da mo de obra e grande gerao de

    resduos, fator determinante para seu uso como instalaes provisrias em canteiro

    de obras (Souza, 2004).

    Fonte: O autor

    Analisando as caractersticas do sistema citado, tem-se que:

    a) Auto Construo: a execuo por pessoas especializadas, porm permite

    a autoconstruo;

    b) Reaproveitamento: no permite o reaproveitamento;

    c) Modulao: permite modulao;

    d) Conforto: no atende a maioria dos itens da norma de desempenho;

    e) Rapidez na execuo: no;

    f) Segurana: sim;

    g) Adaptabilidade: sim;

    h) Custos: alto, tanto para os materiais como para a mo de obra;

    i) Durabilidade: durvel;

    j) Resduos: produz Grande quantidade de resduos;

    k) Acstica: at o instante no h informaes disponveis;

    l) Incndio: at o instante no h informaes disponveis;

    m) Trmico: at o instante no h informaes disponveis;

    n) Estrutura: at o instante no h informaes disponveis;

    o) Estanqueidade: at o instante no h informaes disponveis;

    p) Corpo mole: at o instante no h informaes disponveis;

    Figura 10: Uso da alvenaria cermica para instalaes provisrias

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    q) Corpo duro: at o instante no h informaes disponveis;

    Conclui-se que existem possibilidades de modulao, e de adequao em

    funo do espao disponvel no canteiro. Sua montagem depende da prpria mo

    de obra existente na indstria da construo civil. Dificilmente esse tipo de

    instalao provisria desmontada e reaproveitada, devido a sua alta gerao de

    resduos No encontram-se ensaios realizados na bibliografia sobre instalaes de

    canteiro de obras.

    2.7.5 UTILIZAO DE CHAPAS DE MADEIRA COMPENSADA

    As divisrias dos ambientes bem como o fechamento externo so

    executadas com chapas de madeira compensada fixadas em pontaletes de madeira,

    normalmente posicionados a cada 1,10m. O sistema possui um baixo custo inicial,

    seu mtodo executivo muito simples e difundido. Como as chapas possuem

    normalmente 2,20m de altura e por 1,10m de largura, seu p-direito bem menor

    que alturas convencionais, normalmente com a parte superior aberta, fazendo com

    que praticamente no exista vedao, e possua baixo conforto termo-acstico. Seu

    reaproveitamento praticamente no existe (MIAM, 2013). A espessura e qualidade

    do produto de chapas compensadas denominadas maderit muito varivel, os

    custos variam bastante Figura 11. Os benefcios para obras de tempo reduzido so

    largamente utilizados dentro da indstria da construo civil, o material frgil e de

    alta combusto, proporcionando baixa segurana e altos riscos de incndio (MIAM,

    2013).

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    Figura 11: Instalao provisria em chapa de madeira

    Fonte: O autor

    Verificou-se que em nenhum caso atende Norma de Desempenho ABNT

    NBR 15575, em visita em mais de 20 locais de obra, em cada localidade e em vrias

    cidades como Curitiba/PR, Maring/PR, Guarapuava/PR, So Carlos/SP,

    Londrina/PR, Ourinhos/SP, Campinas/SP.

    Segundo entrevista com os usurios, sobre desempenho do sistema, a

    resposta foi praticamente unnime a respeito do conforto e desconhecimento sobre

    o assunto presente na ABNT NBR 15575.

    As instalaes so montadas sem visar conforto ao trabalhador, como sendo

    obra provisria e de curto espao de tempo, as instalaes, na maioria delas, so de

    forma precria e desumana e o trabalhador no tratado de forma digna em seu

    ambiente de trabalho.

    A parte que de oferecer o mnimo de conforto no levada em

    considerao a quem trabalha na construo civil.

    Na maioria das instalaes provisrias em canteiro de obra, quando o

    empreendimento finalizado, essas instalaes so demolidas e descartadas em

    lixo, provocando a enorme agresso ao meio ambiente.

    Observa-se que este sistema utilizando madeirit no apresentado, de forma

    alguma o uso desse sistema no se pode apresentar um sistema que no atenda s

    necessidades do trabalhador, apesar de ser obra de fcil de se construir e no

    reaproveitvel, as perdas, economicamente invivel.

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    Com gerao de enormes quantidades de resduos.

    Analisando as caractersticas do sistema citado, tem-se que:

    a) Auto Construo: no permite a autoconstruo;

    b) Reaproveitamento: no permite o reaproveitamento;

    c) Modulao: permite modulao;

    d) Conforto: no atende a maioria dos itens da norma de desempenho;

    e) Rapidez na execuo: sim;

    f) Segurana: no;

    g) Adaptabilidade: sim;

    h) Custos: alto tanto de materiais como de mo de obra;

    i) Durabilidade: no durvel;

    j) Resduos: produz grande quantidade de resduos;

    k) Acstica: no atende a ABNT NBR 15575;

    l) Incndio: at o instante no h informaes disponveis.

    m) Trmico: at o instante no h informaes disponveis.

    n) Estrutura: at o instante no h informaes disponveis.

    o) Estanqueidade: at o instante no h informaes disponveis.

    p) Corpo mole: at o instante no h informaes disponveis.

    q) Corpo duro: at o instante no h informaes disponveis.

    Conclui-se que em instalaes provisrias de canteiro de obras utilizando

    chapas de madeirit existem possibilidades de modulao e adequao em funo do

    espao disponvel no canteiro.

    Sua montagem depende da prpria mo de obra existente na indstria da

    construo civil.

    Dificilmente esse tipo de instalao provisria desmontada e

    reaproveitada, devido a sua alta gerao de resduos.

    No encontram-se ensaios realizados na bibliografia sobre instalaes de

    canteiro de obras.

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    2.7.6 UTILIZAO DE MADEIRA OSB (ORIENTED STRAND BOARD)

    O uso da madeira beneficiada em canteiro de obra, no sendo certificada,

    seu uso crime ambiental, se for certificada os custos da matria so elevados, bem

    como o da mo de obra para execuo de um canteiro, que tambm elevado.

    No final de uso, gera resduos e as peas praticamente sem

    reaproveitamento.

    A Figura 12 mostra um exemplo de utilizao de placas de madeira OSB

    para uso em instalaes provisrias.

    Figura 12: Fachada do canteiro de obra com material USB

    Fonte: O autor

    Analisando as caractersticas do sistema citado, tem-se que:

    a) Auto Construo: no permite a autoconstruo;

    b) Reaproveitamento: possvel haver parte de reaproveitamento em outro

    canteiro;

    c) Modulao: permite modulao;

    d) Conforto: no foi encontrado ensaios na bibliografia para instalaes

    provisrias;

    e) Rapidez na execuo: de rpida execuo;

    f) Segurana: seguro;

    g) Adaptabilidade: sim;

    h) Custos: alto custo, tanto dos materiais como de mo de obra;

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    i) Durabilidade: limitado a sua vida til;

    j) Resduos: produz grande quantidade de resduos;

    k) Acstica: atende a ABNT NBR 15575:2013;

    l) Incndio: at o instante no h informaes disponveis;

    m) Trmico: at o instante no h informaes disponveis;

    n) Estrutura: at o instante no h informaes disponveis;

    o) Estanqueidade: at o instante no h informaes disponveis;

    p) Corpo mole: at o instante no h informaes disponveis;

    q) Corpo duro: at o instante no h informaes disponveis;

    Conclui-se que em instalaes provisrias de canteiro de obras utilizando

    OSB, o material de boa qualidade e resistente, existe possibilidades de

    modulao, se adequando em funo do espao disponvel no canteiro. Sua

    montagem depende da prpria mo de obra existente na indstria da construo

    civil (carpintaria). possvel montar, usar em instalaes provisrias, desmontar

    para ser utilizado em outro canteiro e com baixa gerao de resduos. No

    encontram-se ensaios realizados na bibliografia sobre instalaes de canteiro de

    obras.

    Os resultados encontrados no levantamento feito por Fabio Miam (2013),

    no estudo sobre rudos em instalaes provisrias de canteiro de obra atravs das

    diferenas entre os rudos externos e internos observa-se que a mdia para o estado

    de vedao totalmente fechadas e totalmente abertas.

    Fonte: MIAM (2013)

    Tabela 2: Obras de instalaes provisrias

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    Nery Knner

    Segundo Fabio Miam (2013), atravs dos estudos referentes aos tipos de

    obra (Tabela 2), realizados tanto na Pesquisa Nvel de Isolamento Acstico em

    Fachadas e Vedaes Medies em Campo com uma Anlise de Desempenho

    Acstico de Escritrios em Canteiro de Obra, foram desenvolvidas diversas

    ferramentas, com o objetivo de auxiliar a anlise das interferncias que a acstica

    possui dentro do processo construtivo.

    Com isso, consideraram-se ferramentas principais, que podem ser includas

    dentro do escopo da anlise acstica, efetivamente, para medies em campo, mas

    tambm para anlises em laboratrio.

    Aspectos de medies de rudos, feito em algumas instalaes provisrias

    para canteiro de obras como segue na Tabela 03, nos resultados encontrados

    atravs das diferenas entre os rudos externos e internos, observa-se que a mdia

    para o estado de vedao totalmente fechada de 14dB, enquanto que para a

    vedao totalmente aberta de 8,7dB.

    Fonte: MIAM (2013)

    Este resultado j indica que o sistema de esquadria fechada possui maior

    isolamento acstico que na situao de esquadria aberta, sendo:

    Tr: tempos de reverberao;

    Tro: tempo timo de reverberao;

    Rw: ndice de reduo sonora ponderada dB;

    (LAeq): obteno dos nveis de rudos Interno e externo.

    Tabela 3: Dados acsticos obtidos nas medies internas

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    Nery Knner

    Com estes dados coletados foram calculados os isolamentos de cada

    tipologia apresentada nas diferentes obras. Para o clculo ser realizado, foi medido

    e considerado o tempo de reverberao de cada unidade interna.

    Os valores finais de isolamento e seu respectivo tempo de reverberao esto

    indicados na Tabela 3.

    Os resultados referentes a esta situao foram obtidos da mesma forma

    como foi feita para a esquadria fechada, ou seja, com o tempo de reverberao e o

    isolamento acstico esto representados na (tabela 4).

    Fonte: MIAN, F.R., (2013)

    O levantamento foi feito na regio de So Carlos, So Paulo e Campinas; os

    dados foram levantados e tabulados pelo aluno de graduao, MIAM (2013).

    2.8 CONSIDERAES FINAIS

    No quesito acstica, as obras de nmeros 1; 2; 3; 4, janelas fechadas e

    analisadas por Fabio Mian, no atendem NBR15575, nem mesmo num mnimo de

    desempenho.

    No quesito acstica, as instalaes provisrias 5; 6; 7; 8; 9 e 10 atenderam

    norma de desempenho no quesito acstico, apresentado por MIAM (2013).

    As obras de instalaes provisrias como os contineres metlicos,

    tiveram tratamento acstico.

    Tabela 4: Instalaes provisrias - esquadria fechada

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    Nery Knner

    Na instalao provisria usando OSB, obteve-se melhor ndice de

    desempenho, sem qualquer tratamento acstico.

    3 DESEMPENHO PARA EDIFICAES DE UM PAVIMENTO

    Comparativos em relao ao sistemas existentes e aqui relacionados para

    aplicao em instalaes provisrias.

    Observa-se que a maioria deles no obedece legislao brasileira, no

    entanto j aparece em alguns casos a preocupao com o conforto das instalaes

    em proporcionar aos seus funcionrios ambientes mais agradveis.

    3.1 CLCULO TERICO DA RESISTNCIA TRMICA

    A resistncia trmica diz respeito quantidade de energia transmitida pelo

    sol, na parede externa.

    O tempo que a onda de calor leva para penetrar na parede ou cobertura at

    chegar no interior do ambiente, esse atraso varia de regio em funo do Bioclima

    na regio.

    O atraso trmico tambm pode ser compensado pela quantidade de aberturas

    e pela ventilao do ambiente.

    A tabela 5 mostra a resistncia trmica Ra em funo da espessura da

    cmara de ar, superfcie e espessura da parede.

    Fonte: ABNT NBR15220

    Tabela 5: Resistncia trmica de cmara de ar no ventilada

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    A tabela 5 nos mostra a resistncia trmica da superfcie de alta

    emissividade e a espessura da cmara de ar.

    Em funo desses parmetros, pode-se definir a resistncia trmica (atraso

    trmico).

    3.2 RESISTNCIAS TRMICAS SUPERFICIAIS

    A resistncia trmica superficial varia de acordo com vrios fatores, tais

    como: emissividade, velocidade do ar sobre a superfcie e temperaturas da

    superfcie, do ar e superfcies prximas. A tabela 6 apresenta valores mdios

    recomendados.

    Fonte: ABNT NBR 15220

    Os valores de resistncia trmica R obtidos atravs de medies baseados

    em ensaios normalizados (Tabela 6), devem ser usados sempre que possvel na

    ausncia de dados recomendado o uso da seguinte equao:

    R = e / (equao 04)

    Sendo:

    condutividade trmica do concreto = 1,75 tabela 3 da NBR15220

    e: espessura da parede (ABNT NBR 15220)

    A resistncia trmica dada pela razo entre a espessura da parede e a

    condutividade trmica dessa parede.

    Tabela 6: Resistncia trmica superficial interna e externa, NBR15220

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    Nery Knner

    3.3 RESISTNCIA TRMICA DA PAREDE

    Valores da resistncia trmica, R, obtidos atravs de medies baseadas em

    ensaios normalizados, devem ser usados sempre que possvel Figura 13.

    Na ausncia de valores medidos, conforme ISO 6946, recomenda-se que a

    resistncia trmica, R, de uma camada homognea de material slido seja

    determinada pela equao 4.

    Figura 13: Parede dupla com placas de concreto e cmara de ar no ventilada

    Fonte: O autor

    - Seo A-A= (concreto + ar + concreto), [m]

    CONCRETO

    CONCRETO

    ar

    CONCRETO

    CONCRETO

    a

    eR

    eR

    (equao 05)

    - Resistncia trmica da seo B

    - Ab=(concreto+concreto+concreto), [m]

    CONCRETO

    CONCRETO

    CONCRETO

    concretoPilar

    CONCRETO

    CONCRETO

    B

    eeeR

    , (equao 06)

    Portanto a resistncia trmica da parede ser:

    Wkm

    R

    A

    R

    A

    AAR

    b

    b

    a

    a

    ba

    t /).(;2

    ) (equao 07)

    Resistncia trmica total: A resistncia trmica de superfcie a superfcie de

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    Universidade Federal de So Carlos - UFSCar

    Nery Knner

    um

    componente plano constitudo de camadas homogneas, perpendiculares ao

    fluxo de calor, determinada pela equao 08.

    setsiT RRRR (equao 08)

    Rsi=0,13 direo do fluxo de calor horizontal.

    Rse=0,04 direo do fluxo de calor horizontal.

    A resistncia superficial externa (Rse) e a superfcie interna (Rsi) so obtidas

    tambm na Tabela 6. A transmitncia trmica U, de componentes (Tabela 3),

    de ambiente, que o inverso da resistncia trmica total, conforme a expresso

    (equao 09):

    TR

    U1

    (equao 09)

    Dados:

    U: Transmitncia trmica

    RT: Resistncia trmica total

    3.4 CAPACIDADE TRMICA DA PAREDE NAS SEES

    A capacidade trmica de um componente plano constitudo de camadas

    homogneas perpendiculares ao fluxo de calor determinada pela (equao 10),

    conforme:

    e: espessura da parede [cm]

    c: calor especfico do material (concreto), 1,00 kJ/(kg.K)

    : densidade da massa aparente do material, 2400 kg/m3

    Para seo A-A

    CONCRETO

    i

    CONCRETOT cearceceicieiC )..()..()..(..3

    1

    (equao 10)

    )./(; 2 KmKJCTa

    Para seo B-B

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