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MUlfiplos aneurismas do arco palmar Os autores apresentam um easo de paeiente do se!&o com pultiplqs aneurisrpas verdadeiros, saeulares,provavelmente eongenitos, loealizados a partir da extremidade l!lnar do area palmar e se estendendo ate 0 4qe 5" dedos da mao esquerda. 0 tratamento eonsistiu na ressee9aoo simples dos arleurismas. houve manifesta90es isquemieas oufuneionais dos dedos da mao. Unitei'mos: aneurisma, arteria ulnar, cirurgia. Orlando Estrela Pinto Cirurgiao Vascular Sergio C. Dias Ferreira Cirurgiao Vascular Jacob Gabbay Hemodinamicista Heloisa Guimarces Hemodinamicista Miria Grunvald Hemodinamicista Trabalho'realizado no Servi90 de Angiologia e Cirurgia Vascular do Hospital Nossa Senhora de Guadalupe e no Instituto do Cora9co. Belem. PA. Figura 1: Quatro massas pUlsateis palma da mao E, Dilatac;:6es aneurismaticas (setas), D entre os aneurisrnas perifericos, os de arterias dos membros superiores sao extremamente raros e em geral relacionados com urn fenomeno pos - estenotico com e 0 caso dos aneurismas de subclavia, ou urn fenomeno traumatico com ocone na arteria axilar e ulnar lA as aneurismas inflamatorios, con- genitos ou de outras causas sao ainda mais raros e muito mal entendidos em sua etiologia. a caso aqui descrito diz respeito a urn aneurisma congenito de arterias da mao em paciente jovem de sexo fe- llllmno. Paciente de sexo feminino de 32 anos de idade apresentava queixa de tumo- pulsateis na face ventral da mao esquerda, com dois anos de A notava-se quatro massas pulsateis (Fig.l ): dois aneurismas geminados localizados no infcio do arco palmar superficial formado pela arteria ulnar e as demais estendendo-se ate 0 quinto dedo. A compressao digital da arteria ulnar era seguida de esvaziamento dos aneu- rismas. Arteriografia confirmou a pre- de multiplas (Fig.2). as aneurismas foram ressecados sob efeito de bloqueio anestesico do membro. A cirurgia foi iniciada pela da arteria ulnar que se apresentava dilatada e alongada em seu distal, formando urn acoto- velamento. Ela foi ligada e mediante tres pequenas incisoes na palma da mao foi isolado cada urn dos demais aneurismas, permitindo a de todo segmento afetado (Fig 3 e 4). A paciente evoluiu bern, com cica- normal das feridas operatorias. Nao houve de temperatura, sensibilidade ou da mao. a exame anatomo - patologico mos- trou paredes arteriais ora delgadas, ora espessadas, as custas de fibrose sub - intimal e da media, estando as luzes congestas.

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MUlfiplos aneurismas doarco palmar

Os autores apresentam um easo de paeiente do se!&o femi~~~p com pultiplqs aneurisrpasverdadeiros, saeulares,provavelmente eongenitos, loealizados a partir da extremidade l!lnardo area palmar e se estendendo ate 0 4qe 5" dedos da mao esquerda. 0 tratamento eonsistiuna ressee9aoo simples dos arleurismas. houve manifesta90es isquemieas oufuneionaisdos dedos da mao.

Unitei'mos: aneurisma, arteria ulnar, cirurgia.

Orlando Estrela PintoCirurgiao Vascular

Sergio C. Dias FerreiraCirurgiao Vascular

Jacob GabbayHemodinamicista

Heloisa GuimarcesHemodinamicista

Miria GrunvaldHemodinamicista

Trabalho'realizado no Servi90de Angiologia e CirurgiaVascular do Hospital NossaSenhora de Guadalupe e noInstituto do Cora9co. Belem.PA.

Figura 1: Quatro massas pUlsateis palma da mao E, Dilatac;:6es aneurismaticas (setas),

D entre os aneurisrnas perifericos,os de arterias dos membrossuperiores sao extremamente

raros e em geral relacionados com urnfenomeno pos - estenotico com e 0

caso dos aneurismas de subclavia, ouurn fenomeno traumatico com oconena arteria axilar e ulnar lA •

as aneurismas inflamatorios, con­genitos ou de outras causas sao aindamais raros e muito mal entendidos em

sua etiologia.a caso aqui descrito diz respeito a

urn aneurisma congenito de arterias damao em paciente jovem de sexo fe­llllmno.

Paciente de sexo feminino de 32 anosde idade apresentava queixa de tumo­ra~oes pulsateis na face ventral da mao

esquerda, com dois anos de evolu~ao.

A inspe~ao notava-se quatro massaspulsateis (Fig.l ): dois aneurismasgeminados localizados no infcio doarco palmar superficial formado pelaarteria ulnar e as demais dilata~oes

estendendo-se ate 0 quinto dedo. Acompressao digital da arteria ulnar eraseguida de esvaziamento dos aneu­rismas. Arteriografia confirmou a pre­sen~a de multiplas dilata~oes (Fig.2).as aneurismas foram ressecados sobefeito de bloqueio anestesico domembro. A cirurgia foi iniciada peladissec~ao da arteria ulnar que seapresentava dilatada e alongada emseu ter~o distal, formando urn acoto­velamento. Ela foi ligada e mediantetres pequenas incisoes na palma damao foi isolado cada urn dos demaisaneurismas, permitindo a ressec~ao detodo segmento afetado (Fig 3 e 4).

A paciente evoluiu bern, com cica­triza~ao normal das feridas operatorias.Nao houve altera~ao de temperatura,colora~ao, sensibilidade ou fun~ao damao.

a exame anatomo - patologico mos­trou paredes arteriais ora delgadas, oraespessadas, as custas de fibrose sub ­intimal e da media, estando as luzescongestas.

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Multiplos aneurismas do arco palmar Orlando Estrela Pinto e cols,

A mao e irrigadapelas arterias radial eulnar. Esta e a res­ponsavel pela forma­<;:ao do arco palmarsuperficial que seanastomosa com 0

ramo superficial pal­mar da arteria radial.Estas arterias sao depequeno calibre, es­sencialmente muscu­lares em sua consti­tui<;:ao histologica 2

(Fig. 5).Os aneurismas das

arterias da mao saoessencialmente rela­cionados com a arteriaulnar, participando dachamada "sfndromedo martelo hipotenar".Desenvolvem-se emdecorrenCia de traumarepetitivo em pessoasque usam a regiao hi­potenar como instru­mento de trabalho pa­ra ajustar, mover ouacomodar objetos. Porisso mesmo, sao maisfreqtientes entre me­canicos, marceneiros,trabalhadores na areametalurgica e os quemanobram britadeiras.Nao tern, portanto,substrato arterioscle­rotico apesar de mui­tas vezes assentarem­se, sobre a parede in­terna do aneurisma,altera<;:6es tfpicas dedegenera<;:ao arterios­clerotica 1.2,5.6.7.

Figura 3: lodas as les6es foram dlssecadas, Observar arteria ulnar alongada e dllatada formando umacotovelamento (seta)

Figura 2: Arterlografla pre-operatarla Imedlata, por pun<;:ao dlreta do arteria ulnar, Inje<;:aode 10 ml de contraste, Mostrando Inumeras dllata<;:6es aneurlsmatlcas,

••CIR VASC ANGIOl 13: 148-151, 1997---_........_......_---------......,......_-~-------_ ............._---'

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Multiplos aneurismas do area palmar Orlando Estrela Pinto e eols.

Figura 4: 0 segmento eomprometldo fol resseeado, tofallzando 13,5 em de eomprlmenfo. Aneurlsmas gemlnados (sefas).

Figura 5: Esquema das arferlas anferlores da mao. 0 areo palmar superficial e, as vezes,eompletado lateralmente pelo ramo palmar superficial da arteria radial. A anastomose eIndleada pel os Iinhas traeejadas.

rI

Area palmar--ir-.Ilr,superficial

Ar co peil mar--;----"i=':J,-'profunda

Ramo palmar--~---'~profunda

Ulnar

t-tt---Oioital palmar(propria)

......c::;;.-..."I-...."...-ll..-. Radialdo index

r __+ __ Prineipaldo palegar

;--,f- Ramosuper1iclalpalmar

;;---1'--- Radi aI

Car pica ~alma(

Os aneurismas congenitos dasarterias da mao sao extremamenteraros, entendendo-se como congenitoaquele que se instala sem a con­comitancia de fatores de risco, espe­cialmente em idade prematura e quan­do nao ha sinais sistemicos de doen¥avascular degenerativa.

Com essas caracterfsticas devemser afastadas outras afec¥oes quepodem cursar 'com aneurisma emalgum local da arvore arterial, taiscomo a sfndrome de Beh¥et, deMarfan ou de Ehler-Danlos. Outrascausas nao ateroscler6ticas sao apoliarterite nodosa e tambem osprocessos infecciosos que podemlevar a aneurismas mic6ticos e infla­mat6rios 1.3.

A paciente aqui descrita nao apre­sentava clfnica e hist6ria pregressaque pudesse sugerir 0 diagn6stico dequalquer das sfndromes mencionadas,tampouco a poliarterite nodosa ouprocesso infeccioso que pudesseoriginar aneurisma mic6tico.

o aneurisma congenito e mal enten­dido mas certamente esta relacionadocom uma desestrutura¥ao focal de

CIR VASe ANGIOL 13: 148-151, 1997'"--'----~~~---~-------~-~--~--

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Multiplos aneurismas do area palmar

distribui~ao de fibras coliigenas eehisticas. Numa arteria pequena, talqual a ulnar e sua prolonga~aopara 0

arco palmar, e possive! que haja. tambem compromisso da morfologia

das fibras musculares, que desem­penham pape! importante na estruturade sua parede. A fibrose da camadamedia e intima, observada no exameanatomo - patol6gico, pode estarrelacionada a processo gradativo de

MUltiple aneurysms of the palmararch: a case report

The authors present a case ofa female patient with multiple truesaccular aneurysms of the ulnarartery extending throughout thepalmar arch and the digital arteriesof the 4th and 5th finger. Theaneurysms were probably

ruptura da parede e reorganiza~ao

fibrosa.E interessante ressaltar que nao foi

obs.ervada qua!quer manifesta~ao

isquemica comprometendo os dedosdas maos, como ocorre com freqtienciaem pacientes portadores de sindromedo martelo hipotenar. Tais manifes­ta~6es decorrem da trombose do aneu­risma, com ou sem emboliza~ao sub­seqUente para os dedos. Nao havia

congenital. They were ressected,after ligation of the distal ulnarartery. The outcome wassatisfactory, with completedisapearance of the symptoms

Key words: aneurysm, ulnarartery, surgery

1. Clagett PG - Upper extremityaneurysms. In Vascular Surgery (ed:Rutherford RB), WB Saunders Co.Philadelphia, 1995, p: 1112.

2. Gray H - Anatomy. Descriptive andsurgical. Barnes & Noble, New York,1995,p:518.

3. Haimovici H - Peripheral arterialaneurysms. In Vascular emergencies(ed: Haimovici H), Appleton CenturyCrofts, New York,1982, p: 399.

Orlando Estrela Pinto e eols.

forma~ao de trombos nos aneurismasressecados, apesar do comprome­timento histol6gico da camada intima.

A ressec~ao e 0 tratamento impe­rati vo uma vez que dentro de suahist6ria natural 0 crescimento pro­gressivo vinha exercendo papel pre­ponderante e era previsivel a ocor­rencia de fenomeno isquemico quepudesse vir a comprometer os dedosdas maos.

4. Hobson II RW & Sarkaria J ­Atherosclerotic aneurysms of thesubclavian artery. Surgery85:368,1979.

5. Malt S - An atherosclerotic aneurysmofthe hand. Arch Surg 113:762, 1978.

6. Millender LH, Nalebuff EA &Kasdon E Aneurysms andthromboses of the ulnar artery in thehand. Arch Surg 105:686,1972.

7. Thorrens S, Trippel OH & Bergan JJ- Arteriosclerotic aneurysms of thehand. Arch Surg 92:937,1966.