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Motores Síncronos de Relutância
Prof. Sebastião L. Nau, Dr. Eng.
Set 2017
1
Características construtivas
É um motor síncrono com estator igual ao de um
motor de indução, com enrolamentos distribuídos.
Na sua forma mais simples, possui um rotor
composto apenas de lâminas de material
ferromagnético, sem condutores (sem gaiola) e
sem ímãs permanentes.
As lâminas do rotor possuem barreiras de fluxo,
que nada mais são do que espaços de ar,
resultantes de retirada de material durante o
processo de estampagem da lâmina.
As barreiras criam uma anisotropia no rotor.
O rotor é fragilizado pelas barreiras de fluxo, o que
limita a rotação máxima.
As pontes estruturais devem suportar os esforços
mecânicos na rotação máxima, mas devem ser
minimizadas, pois afetam negativamente o torque
do motor.
PONTES ESTRUTURAIS
BARREIRA DE FLUXO
Variações possíveis
Rotor com ímãs
permanentes
Necessita inversor de
frequência.
Alto fator de potência.
Desempenho superior
ao motor de indução
e ao motor puramente
relutância.
Rotor com barreiras de
fluxo apenas
Necessita inversor de
frequência.
Baixo fator de potência.
Desempenho melhor do
que o motor de indução
em baixas rotações.
Rotor com gaiola de
alumínio
Não necessita inversor
de frequência.
Parte diretamente na
rede.
Baixo fator de potência.
Desempenho
equivalente ao motor
de indução, porém
síncrono.
Rotor axialmente
laminado
Necessita inversor de
frequência.
Baixo fator de potência.
Desempenho pouco
superior ao motor de
indução, porém
síncrono.
Fabricação complexa.
3
Características de desempenho
Necessita de um conversor de frequência com controle vetorial para
partida e funcionamento estável.
Apresenta fator de potência mais baixo do que os motores de indução, e
por consequência, corrente mais alta (10 a 20%)
Baixas perdas no rotor menor temperatura dos mancais
Não possui perdas joule no rotor, portanto, apresenta melhor
desempenho do que o motor de indução em baixas rotações.
Entretando não alcança o desempenho dos motores com ímãs, para o
mesmo volume de material ativo.
O torque de relutância é proporcional à diferença Ld – Lq.
Relação de saliência: Ld/Lq quanto maior, maior o FP.
(Ld – Lq); Trel
(Ld/Lq); FP
Vantagens e desvantagens
Vantagens:
Materiais e processos de fabricação
similares aos do motor de indução;
Ausência de ímãs permanentes no
rotor:
Não requer dispositivos especiais
para montagem e desmontagem do
rotor;
Não há risco de desmagnetização;
Maior faixa de rotações, pois não
tem tensão gerada;
Operação síncrona com controle
vetorial;
Menores perdas em baixas
rotações do que o motor de
indução;
Desvantagens:
Necessita de um inversor de
frequência com controle vetorial para
partida e funcionamento estável;
Exceto em baixas velocidades, o
desempenho não é superior ao dos
motores de indução;
Rotação máxima é limitada pela
fragilidade do rotor imposta pelas
barreiras de fluxo;
Menor fator de potência do que os
motores de indução;
Maior corrente do que os motores de
indução;
Geralmente exige um drive com
maior capacidade de corrente do que
os motores de indução.
5
Princípio do torque de relutância
Na figura há dois objetos ferromagnéticos (a e b) imersos em um campo
mangético.
O objeto b tem geometria isotrópica: nenhuma força é exercida sobre
ele, pois ele não apresenta uma direção preferencial à passagem do
fluxo magnético.
O objeto a tem geometria anisotrópica, com diferentes relutâncias nos
eixos d e q : uma força será exercida para alinhar o eixo d com o campo
magnético, causando a rotação do objeto torque de relutância
O torque é criado pela tendência do rotor em alinhar o seu eixo de menor
relutância (eixo d) com o fluxo do estator.
Eixo direto: caminho de menor relutância e maior indutância (Ld)
Eixo em quadratura: caminho de maior relutância e menor indutância (Lq)
Neste motor, Ld > Lq
Se (Ld – Lq) = 0 Trel = 0
Se g = 0 Trel = 0
Se g = 90 Trel = 0
Se g = 45 Trel = máximo
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Princípio de funcionamento do motor
EIXO DIRETO
EIXO EM QUADRATURA
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Eixos direto e em quadratura
Eixo direto:
Baixa relutância
Elevada indutância (Ld)
Susceptível à saturação
Eixo em quadratura:
Elevada relutância
Baixa indutância (Lq)
Pouco susceptível à
saturação
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Diagrama Fasorial
Ângulo f grande baixo fator de potência
Para aumentar FP fazer Ld >>Lq
q
d
Id
V
I
Iq LqIq
Ψ
LdId
jIqXq
jIdXd
g
f
g : ângulo de avanço de corrente, ou ângulo de torque é o
ângulo elétrico entre I e o eixo d
f: ângulo elétrico entre V e I
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Fluxos de eixo direto e em quadratura
O fluxo de eixo d aumenta rapidamente com a corrente, e apresenta saturação.
O fluxo de eixo q aumenta quase linearmente com a corrente, e em proporção bem
menor.
Indutâncias de eixo direto e em quadratura
No exemplo acima, Ld apresenta grande variação em função de Id, uma vez que o eixo direto
tem baixa relutância, portanto o fluxo é maior e atinge facilmente a saturação da chapa
conforme a corrente aumenta.
Lq apresenta uma variação menor com Iq, pois o eixo em quadratura apresenta alta relutância,
portanto o fluxo é menor, saturando menos a chapa.
Ld é predominantemente limitado pela saturação do estator, enquanto que Lq depende
fortemente da geometria da chapa do rotor (p. ex., largura das pontes estruturais).
Indutâncias de eixo direto e em quadratura
(Ld – Lq); Trel
(Ld/Lq); FP
Torque
Considerando a saturação, à
medida em que a corrente
aumenta:
Trel = máx g > 45°
Idealmente, para qualquer
valor de corrente:
Trel = máx g = 45°
Torque
g Iq Id T &
Isto ocorre porque, com g > 45°, Id é reduzido, diminuindo a saturação no
eixo direto, aumentando Ld. Além disso, mantendo-se a mesma corrente
total, Iq aumenta, reduzindo um pouco Lq, e aumentando “Ld-Lq”.
≈Trel