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8 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho objetivou realizar uma análise da formação do profissional formado em Secretariado Executivo Trilíngue pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), por meio de uma triangulação entre a expectativa de ex-alunos do curso o perfil requerido pelo mercado de trabalho e as Diretrizes Curriculares. Para isso, a metodologia utilizada foi prioritariamente qualitativa, uma vez que se baseou na análise bibliográfica e documental; com pequena parte quantitativa referente à análise dos questionários aplicados aos alunos do referido curso. A análise sobre o perfil requerido, nos cargos específicos da área de Secretariado Executivo, pelo mercado de trabalho foi realizada a partir de obras publicadas sobre este assunto e pesquisas na internet. A bibliografia utilizada também serviu como embasamento teórico e como auxílio na análise dos dados coletados nos questionários, bem como na comparação de todas as informações levantadas com as Diretrizes curriculares do curso de Secretariado Executivo. Desta forma, este trabalho se justifica pela necessidade de um estudo mais aprofundado sobre o curso de Secretariado Executivo, uma vez que este vem ganhando destaque nas empresas e universidades, mas talvez sem a devida orientação e correlação entre essas duas esferas. Este trabalho permitirá ainda o levantamento das expectativas e experiências dos alunos formados no curso. E como se percebe ainda certo desconhecimento em relação à profissão, pois muitos não a associam ao curso superior e sim a estereótipos divulgados na mídia, este trabalho contribuirá para um melhor esclarecimento sobre o referido curso, ao expor o Código de Ética e a Legislação da área. Desta maneira, este trabalho abordou de forma mais específica os seguintes temas: histórico da profissão de secretariado executivo; histórico do curso de Secretariado Executivo Trilíngue da Universidade Federal de Viçosa e o seu catálogo de graduação; regulamentação e

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1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho objetivou realizar uma análise da formação do profissional

formado em Secretariado Executivo Trilíngue pela Universidade Federal de Viçosa (UFV),

por meio de uma triangulação entre a expectativa de ex-alunos do curso o perfil requerido

pelo mercado de trabalho e as Diretrizes Curriculares. Para isso, a metodologia utilizada foi

prioritariamente qualitativa, uma vez que se baseou na análise bibliográfica e documental;

com pequena parte quantitativa referente à análise dos questionários aplicados aos alunos do

referido curso.

A análise sobre o perfil requerido, nos cargos específicos da área de Secretariado

Executivo, pelo mercado de trabalho foi realizada a partir de obras publicadas sobre este

assunto e pesquisas na internet. A bibliografia utilizada também serviu como embasamento

teórico e como auxílio na análise dos dados coletados nos questionários, bem como na

comparação de todas as informações levantadas com as Diretrizes curriculares do curso de

Secretariado Executivo.

Desta forma, este trabalho se justifica pela necessidade de um estudo mais

aprofundado sobre o curso de Secretariado Executivo, uma vez que este vem ganhando

destaque nas empresas e universidades, mas talvez sem a devida orientação e correlação entre

essas duas esferas. Este trabalho permitirá ainda o levantamento das expectativas e

experiências dos alunos formados no curso. E como se percebe ainda certo desconhecimento

em relação à profissão, pois muitos não a associam ao curso superior e sim a estereótipos

divulgados na mídia, este trabalho contribuirá para um melhor esclarecimento sobre o referido

curso, ao expor o Código de Ética e a Legislação da área.

Desta maneira, este trabalho abordou de forma mais específica os seguintes temas:

histórico da profissão de secretariado executivo; histórico do curso de Secretariado Executivo

Trilíngue da Universidade Federal de Viçosa e o seu catálogo de graduação; regulamentação e

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código de ética da profissão; diretrizes curriculares; mercado de trabalho e perfil requerido;

expectativa dos formados na área; análise da perspectiva do mercado de trabalho versus

formação recebida na universidade e considerações acerca da triangulação: mercado de

trabalho, alunos/universidade e diretrizes curriculares.

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2. PROBLEMA

O problema deste trabalho é o cruzamento de três perspectivas: mercado de trabalho

do Secretário Executivo, formação oferecida num curso de graduação e a percepção de ex-

alunos deste curso sintetizada nas seguintes questões: o que o mercado espera do profissional

formado em Secretariado Executivo? Como os alunos que formaram no curso vêem este

profissional? Qual é a relação entre as Diretrizes Curriculares e a formação recebida em uma

Universidade Federal?

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3. JUSTIFICATIVA

Justifica-se esta investigação científica, como um esforço para revelar a relação entre

a teoria, ou seja, o que foi delimitado pelas Diretrizes curriculares e o catálogo do curso de

graduação em Secretariado Executivo Trilíngue da Universidade Federal de Viçosa (UFV),

com a prática, ou seja, o que o mercado espera deste profissional e como os egressos da área

percebem esta relação.

Trata-se de uma análise da função secretarial e da adequação do curso de

Secretariado Executivo da UFV em relação ao mercado de trabalho.

A pesquisa em questão, ocorreu na área de Educação, especificamente na relação

entre educação e trabalho, estudou-se as Diretrizes curriculares, catálogo de graduação, a

formação dos egressos e a relação com o mercado de trabalho para estes profissionais.

É uma área para a qual um estudo sobre a formação desta profissional é importante devido às mudanças existentes na profissão nos últimos anos. A função secretarial vem se configurando como essencial em nossas instituições e indústrias, em função do grande número de profissionais que atualmente a exercem (WILLERDING, 1995: 15).

O curso de Secretariado Executivo Trilíngue, oferecido pela universidade pública

pesquisada, é resultante, dentre outros fatores, das novas exigências do mercado de trabalho

motivadas pelas mudanças socioeconômicas decorrentes do fenômeno da globalização.

Assessor imprescindível dos altos executivos, o profissional da área deve se comunicar em

alguns idiomas e estará habilitado para aplicar novas tecnologias de informação em diferentes

funções gerenciais e percebe-se que, paulatinamente, surgem novas exigências por parte das

empresas, obrigando este profissional se adaptar às mudanças e tornando-se cada vez mais

multifuncional. Dessa forma, os cursos voltados para a formação do Secretário Executivo

precisam se adequar às necessidades reais do país, formando profissionais capacitados e

condizentes com o perfil exigido pelas empresas.

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Neste sentido o propósito deste trabalho é justamente realizar uma triangulação

comparativa entre formação, mercado de trabalho e a perspectiva de ex-alunos de uma

universidade pública federal visando identificar os pontos de convergência e divergência,

fundamentais para a compreensão do exercício profissional do Secretário Executivo.

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4. OBJETIVOS

4.1. Objetivo Geral

O presente trabalho pretende coletar informações acerca da bibliografia disponível

sobre o curso de Secretariado Executivo, bem como seu histórico, diretrizes e currículo com o

intuito de confrontar a teoria proposta para este profissional com a realidade de sua formação

e a expectativa do mercado de trabalho.

4.1. Objetivos Específicos

Desta forma, o presente trabalho tem por objetivos específicos:

• Levantar dados sobre o histórico da profissão;

• Traçar um breve histórico sobre a Universidade Federal de Viçosa e a origem e

criação do curso de Secretariado Executivo Trilíngue da UFV.

• Analisar, a partir de questionários, a percepção dos alunos que formaram no

curso de Secretariado Executivo Trilíngue sobre sua área de atuação e demonstrar a percepção

destes sobre o Secretário Executivo e as necessidades do mundo globalizado;

• Analisar, a partir de pesquisa bibliográfica e na internet, o que o mercado

espera deste profissional, ou seja, qual o perfil requerido para os cargos específicos da área.

• Correlacionar às diretrizes curriculares, o catálogo do curso da UFV, o perfil

desejado pelo mercado de trabalho e a expectativa dos alunos que formaram no curso de

Secretariado Executivo Trilíngue da UFV.

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5. METODOLOGIA

O método proposto a uma pesquisa é aquele que possibilite a melhor coleta dos

dados acerca do tema em questão. Sendo assim, este estudo é prioritariamente de natureza

qualitativa. O método qualitativo é “largamente interpretativo e preocupado com o modo pelo

qual o mundo social é interpretado, entendido, experimentado e produzido” (MASON, 1998:

4).

De acordo com Gil, pesquisa é “um procedimento racional e sistemático que tem

como objetivo, proporcionar respostas aos problemas que são propostos” (GIL, 1987: 19).

Frequentemente, a pesquisa origina-se a partir de uma dúvida ou problema. A partir disso,

buscam-se soluções através da utilização do método científico.

Este trabalho baseou-se na pesquisa bibliográfica, realizando-se o levantamento

bibliográfico necessário à fundamentação teórica do estudo, como é habitual em investigações

científicas.

A pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico, etc. até meios de comunicação orais: radio, gravações, em fita magnética e audiovisuais: filmes e televisão. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto, inclusive conferências seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma, quer publicadas, quer gravadas (MARCONI; LAKATOS, 2008: 57).

Segundo Cervo e Bervian (2006: 63-77) as pesquisas podem ser bibliográficas

quando se fundamentam em estudos já publicados, diferentemente da pesquisa documental,

que se baseia em dados e informações que ainda não receberam nenhum tratamento analítico.

Assim, este trabalho também utilizará a pesquisa documental, no qual será realizado um

levantamento da regulamentação profissional (BRASIL, 1996) e das Diretrizes Curriculares

(BRASIL, 2004) da profissão de Secretariado Executivo.

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O instrumento de coleta de dados utilizado foi o questionário, que segundo Marconi,

Lakatos (2008: 86) consiste em “uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas

por escrito e sem a presença do entrevistador”. A população escolhida para a aplicação destes

foram os estudantes formados no curso de Secretariado Executivo da universidade pública em

estudo. Desta forma, a amostragem caracteriza-se por ser não-probabilística e intencional,

pois foram escolhidos apenas os estudantes que formaram no referido curso, uma vez que

estes terão melhores condições de avaliar a formação obtida durante a graduação.

O questionário utilizado foi semi-fechado e de múltiplas escolhas. Young e

Lundberg (apud SILVA, 2001) fazem algumas recomendações úteis para a construção de um

questionário:

O questionário deverá ser construído em blocos temáticos obedecendo a uma ordem lógica na elaboração das perguntas; a redação das perguntas deverá ser feita em linguagem compreensível ao informante. A linguagem deverá ser acessível ao entendimento da média da população estudada. A formulação das perguntas deverá evitar a possibilidade de interpretação dúbia, sugerir ou induzir a resposta; cada pergunta deverá focar apenas uma questão para ser analisada pelo informante; o questionário deverá conter apenas as perguntas relacionadas aos objetivos da pesquisa. Devem ser evitadas perguntas que, de antemão, já se sabe que não serão respondidas com honestidade (SILVA, 2001: 34).

Desta forma, esta pesquisa se caracteriza pelo caráter exploratório e descritivo,

devido ao fato deste trabalho buscar entender um fenômeno social complexo, uma vez que

investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto real.

Na análise dos dados é fundamental a busca por um rigor metodológico e

imparcialidade, para que a pesquisa obtenha bons resultados.

Para análise dos dados foi utilizado o processo de categorização e tabulação de

respostas. Criada inicialmente como uma técnica de pesquisa com vistas a uma descrição

objetiva, sistemática e quantitativa de comunicações, atualmente é cada vez mais empregada

para análise de material qualitativo obtido através de entrevistas de pesquisa (MACHADO,

1991).

Assim, a análise de conteúdo visa verificar hipóteses e ou descobrir o que está por trás

de cada conteúdo manifesto.

(...) o que está escrito, falado, mapeado, figurativamente desenhado e/ou simbolicamente explicitado sempre será o ponto de partida para a identificação do conteúdo manifesto (seja ele explícito e/ou latente). A análise e a interpretação dos conteúdos obtidos enquadram-se na condição dos passos (ou processos) a serem seguidos. Reiterando, diríamos que para o efetivo “caminhar neste processo”, a contextualização deve ser considerada como um dos principais requisitos, e, mesmo, “o pano de fundo” no sentido de garantir a relevância dos resultados a serem divulgados e, de preferência, socializados (PUGLISI; FRANCO, 2005:24).

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Desta maneira, definiremos a análise de conteúdo como uma técnica para o

tratamento de dados que objetiva identificar o que está sendo dito a respeito de determinado

tema (VERGARA, 2005). O intuito da análise de conteúdo é produzir inferência, trabalhando

com vestígios e índices colocados em evidência por procedimentos um pouco complexos

(PUGLISI; FRANCO, 2005). Como cada entrevista é tratada em profundidade, questões de

amostragem se tornam secundárias, mas a seleção de entrevistados deve ser explicitada e

justificada de acordo com os objetivos que se pretende alcançar (MACHADO, 1991).

Portanto, o resultado dessa análise temática poderia ser colocado em tabelas; mas, em lugar de

números, as células da tabela conteriam as falas particulares dos sujeitos entrevistados. Em

muitos casos, o simples levantamento dos temas abordados nas entrevistas é o objetivo da

pesquisa (MACHADO, 1991).

A partir destes levantamentos, obtidos através do estudo bibliográfico e dos

questionários, foi realizada uma análise comparativa entre as expectativas do mercado de

trabalho e a dos profissionais formados na área com as Diretrizes Curriculares propostas para

o curso, bem como o currículo oferecido na universidade pública em estudo. Desta forma, a

“análise comparativa extrapola as regularidades ou constâncias de mais de um caso buscando

suas semelhanças ou diferenças e, está centrada na realidade complexa e concreta de uma

organização (BRUYNE, et al. 1991: 221-245)”.

5.1. População e Amostra

A amostra da pesquisa foi de 36,84% dos alunos formados no curso de Secretariado

Executivo Trilíngue da UFV, abrangendo os egressos dos anos de 2000 a 2006, com

formatura entre os anos de 2005 a 2010.

Para estes foi enviado, via e-mail, um questionário e 75% foram devolvidos no prazo

estabelecido1, o que podemos considerar uma taxa de retorno significativa para a condução da

pesquisa. A principal dificuldade foi encontrar os e-mails atualizados dos ex-alunos do curso.

Por isso, do total de formandos da época abrangida na pesquisa, somente 50 receberam o

questionário.

1 O questionário foi enviado no dia 19 de agosto de 2010 com data limite para resposta dia 07 de setembro de 2010.

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5.2. Métodos de Elaboração e Apresentação de Dados

O questionário (vide apêndice) foi composto de vinte e uma questões, separadas por

três tópicos: dados de identificação do sujeito, sobre o curso de Secretariado Executivo e

sobre o mercado de trabalho. Tais questões buscam obter informações quanto à percepção

dos ex-alunos do curso de Secretariado Executivo da UFV sobre o curso e suas expectativas

sobre o mercado de trabalho.

A pesquisa pode ser caracterizada com predominância qualitativa. A técnica de

análise de dados foi a estatística descritiva ou análise de conteúdo que descreve as

características dos dados obtidos e confere ao estudo um caráter quantitativo (CAVANHA

FILHO, 2008). Os dados obtidos estão representados em forma de gráficos que permitem uma

descrição imediata do fenômeno, além de possibilitar uma visualização geral, atrativa e

expressiva do conjunto de informações (FERRÃO, 2005).

Além dos gráficos, para auxiliar na apresentação dos dados, foi feita a representação

escrita, que, de acordo com Marconi e Lakatos (2008), é a apresentação dos dados que foram

coletados sob a forma de texto.

Tais métodos foram escolhidos por permitirem uma melhor visualização dos

coletados nos questionários.

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6. REFÊRENCIAL TEÓRICO

6.1. Histórico da Profissão de Secretariado Executivo

A origem da palavra secretário está no latim, deriva de Secretarium, que significa

conselho privado, lugar retirado. Percebemos que desde os primórdios sua origem esteve

ligada à discrição e detenção de informações confidenciais. Desta forma, “a profissão de

secretaria exige discrição. Muitas informações que lhes são confiadas ela não as pode

divulgar.” (MEDEIROS; HERNANDES, 2006: 315)

Bianchi e Alvarenga (2003: 4) asseguram que “todas as profissões têm suas raízes

em um passado distante. Estudiosos da história do mundo procuram explicações e o porquê de

certas características permanecerem no decorrer dos séculos, caracterizando-as de forma tão

especial”. Na profissão do Secretário Executivo não poderia ser diferente, seu fundamento

encontra-se, também, na Antiguidade.

Sabino e Rocha (2004) estimam que o surgimento da profissão de Secretário possa

ter sido no Egito há 500 a.C. e o escriba poderia ser considerado o primeiro secretário da

história. Azevedo e Costa corroboram que “os primeiros registros da profissão de secretária

datam dos tempos dos faraós, sendo exercida pelo sexo masculino, na figura dos escribas.”

(AZEVEDO; COSTA, 2006:17)

A profissão que originalmente era exercida somente por homens, após a Segunda

Guerra Mundial abarcou também o sexo feminino, como forma de suprir a escassez da mão-

de-obra masculina que fora direcionada para os campos de batalha. Em 1945 já existiam vinte

milhões de pessoas na profissão com estatística crescente.2

2 Fonte: Universidade Federal da Bahia (UFBA). Disponível em: <http://www.dasecretariado.ufba.br>.

Acesso em: 10 out. 2008.

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A competição e a globalização, reveladas no cenário mundial, imprimiram a

necessidade constante de atender determinadas exigências que se configuram como

diferencial para empresas. Assim, revelou-se a urgência de formar profissional capacitado

para atuar neste ambiente e promover a facilitação dos trabalhos dos executivos. Percebeu-se

que os auxiliares deveriam estar preparados para agir em diversas situações, por isso criaram-

se os cursos de Secretariado Executivo, para que profissionais treinados e capacitados

pudessem assessorar de forma eficiente e eficaz aos altos administradores.

A primeira instituição a criar o curso de Secretariado Executivo do Brasil foi a

Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia (UFBA), em 1969, que

acrescentou este curso à sua grade para atender à crescente demanda do mercado por

profissionais qualificados neste segmento, em consequência da intensificação do processo de

industrialização na Bahia, especialmente a partir da implementação do Centro Industrial de

Aratu e, posteriormente, do Pólo Petroquímico de Camaçari. E “a primeira universidade do

Brasil a ter o curso superior em Secretariado reconhecido oficialmente foi a Universidade

Federal de Pernambuco, em 1978” (SABINO; ROCHA, 2004: 26-27).

Na década de 80 foram criados mais cursos de Secretariado Executivo e Secretariado

Executivo Bilíngüe no País, embora já houvesse cursos no ensino médio de Secretariado

oferecidos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC). As instituições que

os criaram estão em vários pontos do país3.

A aprovação da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e a

desregulamentação da educação superior, facilitaram a abertura de novas instituições de

ensino e cursos de graduação, os cursos de Secretariado Executivo foram significativamente

ampliados em todo o País. Hoje são ofertados 149 cursos de graduação em Secretariado.

Também, com a nova LDB, novas modalidades de cursos foram introduzidas na educação

superior, como é o caso dos cursos sequenciais e de tecnologia, permitindo a oferta de cursos

com denominações diversas, como é o caso do de Tecnologia em Secretariado, ofertado pela

Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC) e Centro Federal de Educação

3 As Universidades que oferecem o curso de Secretariado Executivo no Brasil são: Universidade do Sagrado Coração - Bauru/SP, Universidade do Vale do Rio dos Sinos - São Leopoldo/RS, Universidade Estácio de Sá - Rio de Janeiro/RJ, Faculdade Integrada Hebraico Renascença – São Paulo/SP, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - São Paulo/SP, Pontifícia Universidade Católica do Paraná Curitiba/PR - Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Porto Alegre/RS, Universidade para Executivos - Natal/RN, Faculdades Integradas Tiradentes - Aracajú/SE, Universidade do Oeste do Paraná (Unioeste) - Toledo/PR e Universidade Estadual de Londrina (UEL) - Londrina/PR, dentre outras.

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Tecnológica do Piauí. Também o curso de Automação de Escritório e Secretariado, ofertado

pela Universidade Santa Cruz do Sul e Universidade do Vale do Itajaí.

No Brasil, a partir dos anos sessenta, iniciou-se o treinamento gerencial, e ter uma

secretária passou a ser sinônimo de status social, iniciando-se assim uma valorização da

secretária por parte dos empresários brasileiros. Em 30 de setembro de1985, a profissão teve

sua regulamentação aprovada e ganhou força, em 1988, com a criação da FENASSEC –

Federação Nacional de Secretários, sediada em Curitiba.

Entretanto, foi a década de noventa que propiciou um dos melhores momentos da

profissão distinguindo o profissional como uma figura importante na empresa, uma vez que,

com o advento dos recursos tecnológicos, mudou-se a forma de trabalhar no escritório, as

organizações passaram a buscar fortemente a qualidade total e a valorização dos clientes.

No século XXI espera-se ainda mais deste profissional, que também deve ser

empreendedor, assessor, executante, polivalente e possuir uma visão holística.

6.2. Histórico do Curso de Secretariado Executivo Trilíngue da Universidade

Federal de Viçosa e o seu Catálogo de Graduação

No ano de 1926, a atual Universidade Federal de Viçosa – UFV – iniciou suas

atividades como Escola Superior de Agricultura e Veterinária – ESAV. Em 1948, tornou-se

Universidade Rural do Estado de Minas Gerais – UREMG, transformando-se em instituição

federal em 1969. Atualmente, a UFV possui, em seus três campi (Viçosa, Rio Paranaíba e

Florestal), aproximadamente 12 mil alunos de graduação e pós-graduação e em torno de 1.040

alunos dos ensinos médio e pós-médio (Projeto REUNI/UFV, 2008:1)

O curso de Bacharel em Secretariado Executivo Trilíngue da Universidade Federal

de Viçosa foi criado em 1998, com a autorização número CEPE-333 de 17-7-98 e

reconhecido em 12-6-03 com o número PM 1446. Até o ano de 2007, o catálogo de graduação

do curso contemplava as línguas portuguesa, inglesa e francesa. A partir de 2008, devido às

exigências do MEC, para permanecer com a nomenclatura trilíngue, foi acrescentado o

espanhol, além de algumas outras mudanças no quadro de disciplinas do curso, com a criação

de matérias específicas para a este campo de atuação. Sua peculiaridade se deve ao fato da

UFV ser a única Instituição Federal de Ensino Superior a oferecer a habilitação trilíngue no

pais. Apesar de ser reconhecido como um dos melhores cursos de Secretariado Executivo do

país, o curso de Secretariado Executivo Trilíngue da UFV não possui, até o momento,

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nenhum registro de seu histórico de criação, com os motivos e causas que levaram à

necessidade de implantação do mesmo. Entretanto, a partir de conversas informais com

professores da área, soubemos que o curso de Secretariado Executivo Trilíngue é resultante,

dentre outros fatores, das novas exigências do mercado de trabalho motivadas pelas mudanças

socioeconômicas decorrentes do fenômeno da globalização. Assessor imprescindível dos altos

executivos, o profissional da área pode se comunicar nas línguas inglesa, francesa e espanhola

e está habilitado para aplicar novas tecnologias de informação em diferentes funções

gerenciais.

O curso de Secretariado Executivo Trilíngüe da UFV permite ao graduado o exercício pleno da profissão, nos termos definidos pelas leis n.º7.377/85 e n.º 9.261/96, facultando-lhe, dentre outras, as atribuições de assessorar executivos dos mais diversos setores organizacionais; planejar, organizar e gerenciar os trabalhos de secretaria executiva; gerenciar o fluxo de informações com o objetivo de consolidar o planejamento estratégico e exercer a prática de conhecimentos éticos e protocolares. O Bacharel em Secretariado Executivo Trilíngüe estará habilitado a promover e participar da melhoria do processo de gestão e desenvolvimento das organizações públicas e privadas na busca do aumento de produtividade e competitividade. O egresso exercerá um novo papel dentro das organizações, desempenhando suas tarefas junto a setores e pessoas, utilizando as novas tecnologias, inovando, enfrentando mudanças culturais, econômicas, políticas e sociais. Estará apto a atuar em diversos segmentos do mercado, dada a sua multifuncionalidade, sendo capaz de promover novos conhecimentos e possuindo visão empreendedora. O curso da UFV forma profissionais que podem exercer as funções de assessores, gestores, empreendedores e consultores em Secretariado Executivo, agindo com discrição em um mercado concorrido e em constantes transformações ( CATÁLOGO DE GRADUAÇÃO UFV – 2008: 356).

O Catálogo de Graduação atualmente utilizado no curso é o aprovado em 2008, com

as devidas alterações sugeridas pelo MEC, e apesar de ainda continuar com a nomenclatura de

Curso de Bacharelado em Secretariado Executivo Trilíngue: Português, Francês e Inglês, a

grade curricular já contempla as novas disciplinas especificas, incluindo o Espanhol. As

disciplinas obrigatórias exigem 2.745 horas/aula, as disciplinas optativas 240 horas/aula e o

estágio supervisionado 480 horas, totalizando 2.985 horas de dedicação. O prazo mínimo para

a conclusão do curso são três anos e meio, e o máximo sete anos. O currículo do curso

abrange disciplinas da área de administração, psicologia, direito, economia, sociologia e

arquivística, além das específicas para o cargo e as relativas à língua estrangeira.

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6.3. Regulamentação e Código de Ética da Profissão

A Regulamentação da Profissão de Secretária é garantida pela Lei 7377, de 30 de

setembro de 1985 e pela Lei 9261, de 10 de janeiro de 1996. Ela representa uma grande

vitória para a área, pois “garante que só pessoas especializadas a exerçam, evitando, assim,

que profissionais de outras áreas tornem-se secretários(as) sem uma preparação adequada.”

(AZEVEDO; COSTA, 2006:19).

Esta lei estipula que, para o pleno exercício da profissão de Secretário é

imprescindível o registro na SRTE - Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, que

é feito mediante a apresentação de documento comprobatório de conclusão dos cursos

previstos nos incisos I e II do Art.2º, além da apresentação da Carteira de Trabalho e

Previdência Social – CTPS.

Tal regulamentação dispõe sobre o exercício da profissão de Secretário, dentre

outras providências, a saber:

O Secretário Executivo é

a) o profissional diplomado no Brasil por curso superior de Secretariado, reconhecido na forma de Lei, ou diplomado no exterior por curso de Secretariado, cujo diploma seja revalidado no Brasil, na forma de Lei. b) o portador de qualquer diploma de nível superior que, na data de vigência desta Lei, houver comprovado, através de declarações de empregadores, o exercício efetivo, durante pelo menos trinta e seis meses, das atribuições mencionados no Art.4º. desta Lei (BRASIL, 1996).

De acordo com tal lei são atribuições do Secretário Executivo I - planejamento, organização e direção de serviços de secretaria; II - assistência e assessoramento direto a executivos; III - coleta de informações para a consecução de objetivos e metas de empresas; IV - redação de textos profissionais especializados, inclusive em idioma estrangeiro; V - interpretação e sintetização de textos e documentos; VI - taquigrafia de ditados, discursos, conferências, palestras de explanações, inclusive em idioma estrangeiro; VII - versão e tradução em idioma estrangeiro, para atender às necessidades de comunicação da empresa; VIII - registro e distribuição de expediente e outras tarefas correlatas; IX - orientação da avaliação e seleção da correspondência para fins de encaminhamento a chefia; X - conhecimentos protocolares (BRASIL, 1996).

Destaca-se que, como as atribuições são referentes a cargo de confiança, uma vez

que o secretário, posição que ocupa, terá acesso a quase todas as informações confidenciais da

empresa, é imperativo um código de conduta ética exemplar.

Desta forma, é necessário lembrar, primeiramente, que “a palavra ética é de origem

grega, ethos, e significa costume; a ética deve ser entendida como um conjunto de princípios

básicos que visam disciplinar e regular os costumes, a moral e a conduta das pessoas.”

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(MEDEIROS; HERNANDES, 2006: 349). Assim, o Secretário Executivo deve ter sempre

seus princípios orientados por uma conduta ética e moral.

De acordo com Bianchi e Alvarenga (2003: 8) os países que possuem um Código de

Ética para a profissão de Secretariado Executivo são: Estados Unidos, Espanha, Brasil e

Trindad e Tobago. O Código é de suma importância porque é um instrumento que permite o

direcionamento para uma atuação correta do profissional, sendo ainda, um instrumento de

reflexão e auto-avaliação servindo como norteador das atitudes inerentes à profissão.

O código de ética brasileiro prevê que o profissional de Secretariado, incluindo

aqueles registrados como assessor, assistente, auxiliar administrativo, deve possuir registro

profissional perante à antiga Delegacia Regional do Trabalho, atual Superintendência

Regional do Trabalho e Emprego 4.

Sobre o Código de Ética da profissão, publicado no Diário Oficial da União em 7 de

julho de 1989, é importante ressaltar que ele é um dos instrumentos básicos para o

direcionamento correto da atuação destes profissionais, uma vez que ele permite a sua auto-

avaliação. De acordo com este Código, caracterizam-se como direitos dos Secretários e

Secretárias:

a) garantir e defender as atribuições estabelecidas na Lei de Regulamentação; b) participar de entidades representativas da categoria; c) participar de atividades públicas ou não, que visem defender os direitos da categoria; d) defender a integridade moral e social da profissão, denunciando às entidades da categoria qualquer tipo de alusão desmoralizadora; e) receber remuneração equiparada à dos profissionais de seu nível de escolaridade; f) ter acesso a cursos de treinamento e a outros Eventos/Cursos cuja finalidade seja o aprimoramento profissional; g) jornada de trabalho compatível com a legislação trabalhista em vigor (BRASIL, 1989).

O Código de Ética considera como deveres fundamentais das Secretárias e

Secretários:

a) considerar a profissão como um fim para a realização profissional; b) direcionar seu comportamento profissional, sempre a bem da verdade, da moral e da ética; c) respeitar sua profissão e exercer suas atividades, sempre procurando aperfeiçoamento; d) operacionalizar e canalizar adequadamente o processo de comunicação com o público; e) ser positivo em seus pronunciamentos e tomadas de decisões, sabendo colocar e expressar suas atividades; f) procurar informar-se de todos os assuntos a respeito de sua profissão e dos avanços tecnológicos, que poderão facilitar o desempenho de suas atividades; g) lutar pelo progresso da profissão; h) combater o exercício ilegal da profissão; i) colaborar com as instituições que ministram cursos específicos, oferecendo-lhes subsídios e orientações (BRASIL, 1989).

4 Federação Nacional das Secretárias e Secretários (FENASSEC). Disponível em: <http://www.fenassec.org.br/lei.htm>, Acesso em: 26 jun. 2010.

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O referido Código ainda aborda sobre o sigilo profissional, característico da

profissão desde o tempo dos escribas, resguardando que estes devem guardar sigilo absoluto

sobre assuntos e documentos que lhes são confiados, sendo ainda vedado a estes a assinatura

de documentos que possam resultar no comprometimento da dignidade profissional da

categoria.

O Código de Ética afirma que as relações entre os profissionais de Secretariado

devem ser solidárias, corteses, respeitosas, desprovidas de qualquer tipo de preconceito, além

disso, cabe a estes o estabelecimento de um clima de respeito à hierarquia com competência e

liderança. Tal código veda a estes profissionais usar-se de amizades ou influências para obter

regalias; prejudicar a reputação de qualquer colega de profissão; ou ainda ser conivente com

erro, contravenção penal ou infração ao Código de Ética que rege os Secretários.

No capítulo VI, que aborda sobre as relações dos Secretários com a empresa,

incumbe ao profissional, no pleno exercício de suas atividades:

a) identificar-se com a filosofia empresarial, sendo um agente facilitador e colaborador na implantação de mudanças administrativas e políticas; b) agir como elemento facilitador das relações interpessoais na sua área de atuação; c) atuar como figura-chave no fluxo de informações desenvolvendo e mantendo de forma dinâmica e contínua os sistemas de comunicação (BRASIL, 1989).

Competem, ainda, aos Secretários participarem dos movimentos sociais e/ou estudos

de suas entidades representativas, apoiando os movimentos que defendem os direitos da

categoria; acatar as decisões aprovadas pela classe; não se utilizar da posição ocupada na

empresa em proveito próprio e cumprir suas obrigações perante as entidades de classes a que

pertencem.

Qualquer desobediência à aplicação e vigência a este Código de Ética podem

resultar em penalidades, desde a advertência à cassação do Registro Profissional na forma dos

dispositivos legais e/ou regimentais, através da Federação Nacional dos Secretários.

6.4. Diretrizes Curriculares e Mercado de Trabalho

Retornando à história, relembramos que, antigamente, como não havia divisão do

trabalho, não era necessário o aperfeiçoamento do indivíduo em uma atividade específica.

Entretanto, com a Revolução Industrial, tal modo de trabalho não mais satisfazia às

necessidades da produção. Assim, surgiram muitos estudos para resolver, da melhor forma, a

situação das indústrias e dos trabalhadores.

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As universidades tiveram importante papel nesta evolução, uma vez que forneciam

mão de obra cada vez mais qualificada para as indústrias e empresas, permitindo ainda uma

busca por profissionais capacitados para enfrentarem a crescente concorrência: “entende-se

por Universidade um centro de reflexão ampla, de formação de um espírito crítico, e de

geração de saber nos mais variados campos.” (WILLERDING, 1995: 29). Tal formação é

realizada a partir do currículo proposto para a área de trabalho, contemplando, desta forma,

disciplinas que contribuam para a formação profissional daquele indivíduo. Conforme

KILPATRICK (1956: 84), “currículo é uma sucessão de experiências escolares adequadas a

produzir, de forma satisfatória, a continua reconstrução da experiência”.

Podemos definir as Diretrizes Curriculares Nacionais como normas obrigatórias que

visam orientar o planejamento curricular das escolas e sistemas de ensino, fixadas pelo

Conselho Nacional de Educação por meio da Câmara de Educação Básica.

Conforme Medeiros e Hernandes, são antigos os cursos de formação de técnicos em

secretariado no Brasil. Porém, com a vinda das multinacionais e o desenvolvimento do parque

industrial brasileiro, foi imprescindível preparar melhor profissionais para o mercado de

trabalho. A partir da década de 70 surgiram os primeiros cursos de 3º grau em secretariado. E

em setembro de 1985, a lei nº 7.377, assinada pelo o Presidente José Sarney, regulamentou a

profissão, que teve o seu o Código de Ética publicado no Diário Oficial da União, em sete de

julho de 1989 (MEDEIROS; HERNANDES, 2006: 341).

Os cursos de Secretariado Executivo chegaram à universidade para enfrentar exigências de uma profissão que se tornou indispensável nas organizações e cuja amplitude de ação vai muito além da esperada anteriormente. A participação desse profissional é, nos dias de hoje, muito mais intensificada pela grande responsabilidade que deles se exige (BIANCHI; ALVARENGA, 2003: 4).

Desta forma, a escolha da grade curricular passou a ser feita de acordo com as áreas

de atuação, habilidades, competências e os perfis desejados para o egresso, na respectiva

instituição. “As propostas elaboradas pelos especialistas do Ministério da Educação, nas quais

se incluem as realidades regionais, são importantes nessa amostragem” (BIANCHI;

ALVARENGA, 2003: 9).

Deste modo, a Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação,

através dos Pareceres CES/CNE 776/97 e 583/2001, convocou as instituições de ensino

superior para que realizassem ampla discussão com a sociedade científica e demais

interessados, para proporem sugestões para a elaboração das Diretrizes Curriculares Nacionais

dos Cursos de Graduação.

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Para a elaboração dos Currículos Mínimos

O referencial enfocou a concepção, a abrangência e os objetivos dos referidos currículos, fixados por curso de graduação, ensejando as respectivas formulações de grades curriculares, cujo atendimento implicava fornecer diplomas profissionais, assegurado o exercício das prerrogativas e o direito de cada profissão (BRASIL, 2004).

Nesta elaboração, percebeu-se que “determinadas diretrizes poderiam ser

consideradas comuns aos cursos de graduação, enquanto outras atenderiam à natureza e às

peculiaridades de cada curso”.

As Diretrizes Curriculares criadas pelo Conselho Nacional de Educação, órgão

democrático Estadual, objetivam:

Servir de referência para as instituições na organização de seus programas de formação, permitindo flexibilidade e priorização de áreas de conhecimento na construção dos currículos plenos. Devem induzir à criação de diferentes formações e habilitações para cada área do conhecimento, possibilitando ainda definirem múltiplos perfis profissionais, garantindo uma maior diversidade de carreiras, promovendo a integração do ensino de graduação com a pós-graduação, privilegiando, no perfil de seus formandos, as competências intelectuais que reflitam a heterogeneidade das demandas sociais (BRASIL, 2004).

Da mesma maneira, as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Secretariado

Executivo visam promover a formação de profissionais que atendam à heterogeneidade das

mudanças sociais, acompanhando as novas tecnologias e demandas, com conhecimento

intelectual suficiente e adaptável às necessidades emergentes. Por isso, sua elaboração teve

importante contribuição das sugestões e propostas encaminhadas pelos participantes do

Fórum de Profissionais, Estudantes e Docentes de Secretariado5, realizado pela FENASSEC,

acrescentando ainda as remetidas pela mesma entidade através do Ofício - PRE 55/2003, de

20-11-2003, contendo uma “Proposta para Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de

Secretariado Executivo”, aprovada em 15-11-2003, em Aracaju/SE.

Como pode ser visualizando nos conteúdos curriculares da LDB,

Os cursos de graduação em Secretariado Executivo deverão contemplar, em seus projetos pedagógicos e em sua organização curricular, os seguintes conteúdos interligados: I - Conteúdos Básicos: estudos relacionados com as ciências sociais, com as ciências jurídicas, com as ciências econômicas e com as ciências da comunicação e da informação; II - Conteúdos Específicos: estudos das técnicas secretariais, da gestão secretarial, da administração e planejamento estratégico nas organizações públicas e privadas, de organização e métodos, de psicologia empresarial, de ética geral e profissional,

5 Este Fórum de Profissionais, Estudantes e Docentes de Secretariado ocorreu de 25 a 27 de abril de 2002, em Foz do Iguaçu, PR.

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além do domínio de, pelo menos, uma língua estrangeira e do aprofundamento da língua nacional; III - Conteúdos Teórico-Práticos: laboratórios informatizados, com as diversas interligações em rede, estágio curricular supervisionado e atividades complementares, especialmente a abordagem teórico-prática dos sistemas de comunicação, com ênfase em softwares e aplicativos (BRASIL, 2004).

Assim, o que se verifica, por parte das Universidades, Diretrizes curriculares,

Associação de Secretários e empresas é a conciliação de duas características básicas: teoria e

prática. Sendo a primeira desenvolvida nos cursos de graduação, seguindo a grade curricular

proposta, e a segunda obtida através dos estágios e práticas escolares, desenvolvidas fora do

ambiente acadêmico.

Percebemos, pelo exposto acima, que as Diretrizes curriculares do curso de

graduação em Secretariado Executivo estão em consonância com o perfil requerido pelo

mercado de trabalho, pois visam a formação de profissionais capacitados e adaptados para

atender às demandas exigidas pelo momento atual. As Diretrizes curriculares prevêm a

formação de bacharéis em Secretariado Executivo:

Com sólida formação geral e humanística, com capacidade de análise, interpretação e articulação de conceitos e realidades inerentes à administração pública e privada, aptos para o domínio em outros ramos do saber, desenvolvendo postura reflexiva e crítica que fomente a capacidade de gerir e administrar processos e pessoas, com observância dos níveis graduais de tomada de decisão, capazes para atuar nos níveis de comportamento microorganizacional, mesoorganizacional e macroorganizacional. O curso de graduação em Secretariado Executivo deve ensejar a formação com sólidos domínios acadêmicos, científicos e tecnológicos de seu campo de atuação, competente para assessorar a instituições em suas relações nacionais e internacionais, apto ao eficaz desempenho de múltiplas relações de acordo com as especificidades da organização, gerenciando informações e comunicações internas e externas. (BRASIL, 2004).

Para Azevedo e Costa (2006), o mercado de trabalho busca, atualmente, profissional

que saiba: assessorar, ou seja, atuar junto aos centros de decisão; gerir, ou seja, que possua

conhecimentos das funções gerenciais; e empreender, ou seja, que tenha capacidade reflexiva

e criativa, promovendo práticas inovadoras.

As autoras ainda enfatizam que o Secretário executivo deve possuir assertividade,

que é a qualidade do individuo de assumir um comportamento consciente e responsável,

sabendo expressar-se de maneira natural, e sendo capaz de resolver de forma construtiva cada

situação. Ademais, elas frisam que o avanço tecnológico gerou mudanças nas empresas

induzindo estes profissionais ao desenvolvimento administrativo incessante, buscando novos

padrões de comportamento, com uma relação mais participativa e flexível, dividindo a

responsabilidade, gerando trabalho eficaz. Desta forma, o mercado de trabalho atual substitui

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o especialista em determinadas tarefas por indivíduos com visão abrangente, que trabalham

em equipe e se preocupam em tornar seus os objetivos da empresa. Além disso, as empresas

modernas buscam profissionais que trabalham com o equilíbrio entre razão e emoção.

Pessoas preocupadas apenas com o lado racional e lógico perdem espaço para aqueles que além desses atributos desenvolvem sua inteligência emocional, facilitando assim o convívio com o grupo de trabalho, envolvendo-se com a equipe, preocupada com valores que façam o grupo crescer (AZEVEDO; COSTA, 2006:115).

O Secretário Executivo acompanha esse processo de mudança organizacional

buscando adaptar-se às multifunções exigidas para se encaixar no perfil das organizações

atuais.

É exigido dessa nova profissional conhecimentos e habilidades em áreas diversificadas, como administração, economia, contabilidade, finanças, marketing, matemática financeira, legislação, recursos humanos, domínio da língua portuguesa, domínio de idiomas inglês e espanhol – por influencia do Mercosul -, tecnologia da informática, cultura geral, além de todas as técnicas profissionais necessárias para a execução do seu trabalho (AZEVEDO; COSTA, 2006: 145).

Bianchi e Alvarenga (2003) afirmam que o mercado tem exigido profissionais com

conhecimentos generalizados e competências múltiplas, que transcendem as fronteiras do país

no qual vivem. Estas exigências tornam-se ainda maiores quando se trata de profissões como

o secretariado, devido a características que não podem faltar a esse profissional, como: a

busca por novas tecnologias e habilidades, aprendizagem contínua, além de parceria e

consequente espírito de cooperação (BIANCHI; ALVARENGA, 2003:7). Estas autoras

lembram ainda que se exige muito do Secretário Executivo no mundo atual:

Conhecimentos gerais e gerenciamento de processos visando a solução de problemas de um mercado de trabalho, cuja influencia na sociedade, cada vez mais complexa, não permite que esse profissional invita em ser apenas um escriturário solucionador de simples problemas do dia-a-dia (BIANCHI; ALVARENGA, 2003: 3).

É fundamental que o Secretário aprenda a analisar o mercado, definir sua missão, ter

objetivos e reconhecê-los em seu trabalho, ter planos e, certamente, agir com ética, uma vez

que seu comportamento será, para muitos, o modelo de conduta da empresa. Medeiros e

Hernandes (2006) acreditam que:

Em geral, as empresas esperam de suas secretárias: consciência de seus deveres, dedicação ao trabalho, equilíbrio emocional para bem desempenharem tarefas, que sejam dignas de confiança, que saibam delegar tarefas quando necessário, que saibam resolver conflitos entre colegas de trabalho, que sejam capazes de trabalhar em grupo (MEDEIROS; HERNANDES, 2006: 279).

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Para estes autores, a lista de atribuições do Secretário executivo é quase infindável,

porém seu trabalho poderá se tornar mais agradável e simples se ele dispõe de conhecimentos

profissionais sobre sua área de atuação e sobre a empresa.

Tais autores ainda defendem que o Secretário Executivo tornou-se um assistente

executivo que domina habilidades de escritório, demonstra capacidade para assumir

responsabilidade, tem iniciativa para tomar decisões, revela segurança nas suas atitudes, sabe

lidar com pessoas, oferece suporte nos mais diversos assuntos e aprimora-se constantemente.

Além disso, deve estar atento às novas tecnologias, pois estas poderão alterar sobremaneira a

rotina quotidiana da execução dos serviços, até porque:

A essência da profissão não se resume ao desempenho de tarefas rotineiras de escritório, mas pede também o domínio de determinados conhecimentos e habilidades, particularmente os relativos a finanças, economia, marketing, administração, comercio exterior, contabilidade, tributação e relações humanas. (MEDEIROS; HERNANDES, 2006: 316)

Garcia e D’Elia (2005) afirmam que somente um profissional com desenvolvimento

holístico atende de forma satisfatória o mercado de trabalho e suas múltiplas exigências. Elas

apresentam um quadro com as características que eram exigidas deste profissional no passado

em contraposição das exigências atuais:

Quadro I – Perfil da Profissional Secretária Ontem Hoje Futuro

Formação dispersiva, autodidatismo.

Existência de cursos específicos para formação.

Amadurecimento profissional – código de ética.

Falta de qualquer requisito para o aprimoramento.

Cursos de reciclagem e de conhecimentos peculiares.

Constante aprimoramento e desenvolvimento continuo.

Ausência de política para recrutamento e seleção.

Exigência de qualificação e definição de atribuições e plano de carreira.

Visão holística e trabalho em equipe, consciência profissional.

Organizações burocráticas com tarefas isoladas.

Organizações participativas, tarefas definidas, trabalho com qualidade, criatividade e participação.

Organizações empreendedoras, trabalho em equipe, visão global, metodologia flexível, divisão de responsabilidade.

Tarefas traçadas pela chefia. Tarefas definidas pelo novo estilo gerencial.

Tarefas globais com autonomia para execução.

Secretária como função. Secretária como profissão. Secretária com reconhecimento profissional e comprometida com resultados.

Objetivo de trabalho determinado pelo poder da chefia.

Objetivo de trabalho definido pela necessidade do mercado.

Objetivo do trabalho definido pela equipe empreendedora.

Falta de recursos. Domínio em informática e outros conhecimentos.

Necessidade constante de aprimoramento e de novos conhecimentos e de visão do negócio.

Chefia. Executivo. Parceria. Fonte: Adaptado de GARCIA & D’ELIA (2005: 25-26).

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Garcia e D’Elia (2005) afirmam que com a globalização, falar do perfil do

profissional de Secretariado Executivo seria o mesmo que fotografar o cotidiano empresarial,

mostrando como este profissional pode atuar como agente facilitador, de resultados, de

qualidade e de mudanças.

De forma qualitativa, a secretária está inserida no processo gerencial das empresas, como uma profissional vital, para trabalhar ao lado do poder decisório, otimizando resultados em times, projetos, virtualmente e nas múltiplas opções que o mercado de trabalho oferece a todos os profissionais (GARCIA; D’ELIA, 2005:20).

Ademais, o próprio cargo que ocupa, como assessor dos níveis decisórios, exige do

Secretário Executivo uma postura de parceria, inclusive diante de mudanças, devendo ser este

o primeiro profissional a entendê-las, aceitá-las, praticá-las e difundi-las.

Em resumo, a expectativa de todo executivo é ter ao seu lado uma profissional com semblante de ‘sim’, com alto astral, de bem com a vida e com a profissão e comprometida com a empresa, cuja missão é a de gerar resultados (GARCIA; D’ELIA, 2005:44).

Sabino e Rocha (2004) defendem que o Secretário atualmente é definido pelas

associações internacionais como “um profissional administrativo que possui um domínio de

habilidades de escritório, demonstra a habilidade para assumir responsabilidade sem

supervisão direta, iniciativa de exercícios e julgamento, e toma decisões dentro do âmbito de

autoridade” (2004: 94). Tais características exigem uma postura flexível, competente e

comprometida com o desenvolvimento e aperfeiçoamento das suas atividades. “O

Secretariado do terceiro milênio deve ter capacidade empreendedora, deve ser capaz de

trabalhar em grupo, ter uma postura ética, ser determinado para alcançar objetivos, ousado

para apresentar idéias e objetivo nas suas ações.” (SABINO; ROCHA, 2004: 94) Para estes

autores, a evolução fez do Secretário Executivo, ao mesmo tempo, assessor, gestor,

empreendedor e consultor. E por causa deste leque de competências que lhe é exigido, que ele

tem o privilegio de “poder atuar em qualquer segmento do mercado. Mas como é este novo

mercado? É competitivo e volátil, fazendo com que as empresas busquem oportunidades além

de suas fronteiras físicas, envolvendo-a com seus parceiros de negócios através do universo

digital” (SABINO; ROCHA, 2004: 99).

Uma pesquisa realizada pela L.A. Costacurta Junqueir, em 1996, com vinte

executivos (diretores e superintendentes de empresas privadas), o IMVC – Instituto M.

Vianna Costacurta revela, de forma bastante clara, o que os executivos esperam de suas

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secretárias. Esta pesquisa foi transcrita em seu livro Gerente Total – como administrar com

eficácia e citada por Garcia e D’Elia (2005):

Eis os resultados: A secretária deve fazer algo mais do que foi solicitado. É o exercício do conceito de excelência. Dar apenas o que foi pedido não satisfaz mais o cliente. É preciso exceder. O comportamento proativo, antecipatório às crises, é fundamental. Espera-se que a secretária pense no problema antes que ele aconteça. Especialização nas lacunas de seu superior, isto é, a secretária deve ser ótima naquilo em que o executivo não é tão bom. Alguns exemplos: ter boa redação, compatível com a do executivo; ser simpática nos momentos em que este demonstrar irritabilidade; administrar conflitos, se o executivo não o faz; conhecer informática. [...] Os executivos gostariam q eu a secretaria não tivesse medo de errar. Entre fazer ou não fazer, que ela optasse predominantemente pela ação, não pela omissão. Outras virtudes apreciadas: saber dizer não, capacidade para resolver certos assuntos sem ter de chamar o executivo, deslocar o atendimento para outro dia, fazer os próprios interlocutores questionar suas urgências e assim por diante. Ela precisa ter visão global da organização, saber quem faz o que, quem são os principais clientes, quais os planos a médio e longo prazo. Ao lado dessa cultura ‘organizacional’, espera-se também que a secretária tenha boa cultura geral. Deve também ser especialista em produtos finais e acabados, isto é, aqueles que estão prontos para a entrega, sem que o chefe precise ver ou conferir. No escritório, deve restringir ao máximo os contatos relacionados a atividades sociais, familiares, não-profissionais. Os executivos, de modo geral, mostram-se ciumentos e exclusivistas. Como se pode concluir do resultado da pesquisa, várias das expectativas dos executivos refletem uma mudança de perfil na função da secretária. Essa mudança passa por maior autonomia decisória, postura de assessora, mentalidade questionadora, enfim, implica maior autonomia de vôo. Cabe à secretaria a iniciativa da sua adaptação ao novo modelo comportamental, bem como discutir com seu executivo essas mudanças e sua aplicabilidade no seu dia-a-dia de trabalho. (GARCIA; D’ELIA, 2005: 23-24)

Bianchi e Alvarenga (2003) resumem estas expectativas do mercado ao dizerem que

“em suma, o futuro profissional deverá ter uma formação que envolva saberes, nos quais se

incluem: aspectos éticos, conhecimentos técnicos e científicos, sociais, políticos e

administrativos.” (2003: 9)

Alguns autores vislumbram o futuro da profissão como cada vez mais promissor,

como Alvin Toffler (1980: 197) que alertava para as mudanças que a automação iria gerar nas

organizações e consequentemente no exercício profissional do secretariado: “as secretárias,

longe de serem reduzidas a broncas e repetitivas processadoras, se tornarão igualmente

chefes, compartilhando algo do trabalho profissional e as tomadas de decisão, de onde têm

sido, em grande parte, até agora excluídas”. Francisco Gaudêncio Torquato também acredita

no crescimento e valorização da profissão e define o seu futuro da seguinte forma:

Minha previsão é a de que a secretária tende a assumir maiores responsabilidades na administração dos seus respectivos departamento, passando a gerenciar as questões rotineiras e a assessorar os chefes, recebendo, para isso, maior soma de poderes

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decisórios. Em termos de novas funções, imagino, por exemplo, que a secretária será responsável pela coleta de dados, organização e planejamento do budget e planilhas de custos de alguns serviços, controle de despesas, organização e operacionalização do sistema de informações e bancos de dados computadorizados, assessoria especial aos chefes para tomada de decisões sobre clima ambiental e re-ordenamento de estruturas, supervisão de serviços de terceiros prestados ao departamento etc (TORQUATO, 1991: 155).

O que percebemos em comum, em todas as obras supracitadas, é a relação entre o

passado, no qual o Secretário era mero datilografo e executor de pequenas tarefas; com o

futuro, no qual se exige um profissional cada vez mais preparado, com conhecimento nas

mais diversas áreas, disposto a assumir papéis polivalentes, flexível, adaptável,

multifuncional, com visão holística, ético, confiante, com habilidade técnica, humana e

conceitual. Enfim, um profissional com formação “Onilateral”, ou seja, com formação

integral, geral e profissional. Em outras palavras, significa a formação de indivíduos dotados

de espírito crítico, éticos, responsáveis, criativos e com formação técnica adequada para

desenvolver o lado profissional. Em contraposição da formação Unilateral, que é aquela

calcada em uma especialidade apenas, sem interação com as demais áreas do saber6.

Já na análise feita nos principais sites de oferta de empregos (Catho, Curriculum,

Vagas.com), entre 2009 e 2010, percebe-se que o mais valorizado são conhecimentos

avançados em idiomas estrangeiros, principalmente inglês e espanhol; conhecimentos

avançados de informática, experiência de trabalho em setores administrativos ou de recursos

humanos. Além destas exigências, são feitas avaliações de habilidades pessoais, através de

questionários com tempo determinado, nos quais os candidatos devem enumerar os seus

principais adjetivos qualificativos e depreciativos, formando assim seu perfil caracteriológico.

A partir da análise prévia do currículo são selecionados os candidatos que mais

atendem ao perfil da empresa. Como o cargo de Secretário Executivo é um cargo de

confiança, normalmente são realizados processos seletivos que vão de três a sete etapas,

dependendo da empresa. São avaliados: habilidade de comunicação, dinâmica, organização e

planejamento, conhecimentos de línguas, de informática e experiência na área de atuação,

com todas as atribuições específicas ao cargo de Secretário Executivo.

Entretanto, apesar de podermos formar um modelo padrão para este profissional é

importante ressaltar que cada empresa buscará uma pessoa ideal para assumir aquele posto, e

as qualificações serão previamente estipuladas pelos diretores e presidentes que definirão,

juntamente com o Departamento de Recursos Humanos, um perfil de profissional específico 6 WILLERDING,Tanja Viviana Vandresen. A formação da secretária executiva bilíngue e sua relação com o mercado de trabalho. 1995. 171f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Curso de Pós-graduação em Educação, Universidade Regional de Blumenau, FURB. Blumenau, 1995.

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para atender às necessidades e exigências daquela empresa de maneira particular. Portanto,

não é sempre que será valorizado um profissional com espírito de liderança, se seus diretores

são inseguros demais para trabalhar com um Secretário deste perfil. Da mesma forma, uma

pessoa criativa e inovadora não será bem recebida por colegas conservadores e não receptivos

a mudança.

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7. RESULTADO E DISCUSSÃO

A pesquisa foi realizada com 36,84% dos ex-alunos do curso de Secretariado

Executivo Trilíngue, formados no período analisado. A amostragem foi determinada pelo ano

de ingresso no curso, que compreende os anos de 2000 a 2006. Sendo que a formatura da

amostra abrangeu os anos de 2005 a 2010.

A idade dos participantes está compreendida entre 22 a 50 anos de idade, sendo a

faixa etária determinante dos 24 a 25 anos, representando 50% do total.

Dos entrevistados, a grande maioria, representada por 92,85% são do sexo feminino

e apenas 7,14% do sexo masculino. O que também é uma expressão do número de egressos

do sexo masculino no referido curso.

Figura 1 – Percentual dos ex-alunos do curso do sexo feminino e masculino Fonte: Dados da pesquisa – Elaboração própria.

Tal indicação corrobora com a associação da profissão ao sexo feminino, como

revelam os autores abaixo:

Ao escrever um livro de orientação para o Curso de Secretariado Executivo, uma dificuldade que se apresenta é qual a melhor forma de se dirigir a esse estudante. A tendência que se nota ao se consultar bibliografias, sites e revistas é que essas

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publicações são direcionadas para as secretárias; todavia, a proposta do Ministério da Educação (MEC) para o curso coloca, como é em nossa língua portuguesa, toda a referencia no gênero masculino (BIANCHI, et al. 2003: 26).

7.1. Sobre o Curso de Secretariado Executivo Trilíngue da UFV

Quanto ao item da opinião sobre o curso, o questionário revelou que a maioria, ou

seja, 50% escolheram a profissão devido aos idiomas, 17,85% o preferiram devido à área de

atuação, 10,71% marcaram simultaneamente área de atuação e idiomas e 17,85% optou

devido aos idiomas e a outro motivo pessoal. Sendo que destes, 3,57% devido ao status da

profissão em grandes empresas, que acreditavam ser importante à época; 3,57% por causa do

“número candidato/vagas”; 3,57% pela “estrutura curricular diversificada e idiomas” e 3,57%

“devido aos idiomas e para se atualizar”. Desta forma, percebemos a importância dos idiomas

na escolha pelo referido curso.

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

50%

Idiomas Área deatuação

Área deatuação eidiomas

Idiomas e aoutro motivo

pessoal

Figura 2 – Aspectos que influenciaram na escolha pelo curso de Secretariado Executivo Trilíngue Fonte: Dados da pesquisa – Elaboração própria.

Da amostragem, 96,42% realizaram estágio atuando como Secretário Executivo

entre 3 meses a 5 anos. Destes, a carga horária mais expressiva foi de 5 a 6 meses abrangendo

28,57% dos pesquisados. Somente 3,57% não fez estágio supervisionado. Tal carga horária

revela que o cumprimento do estágio quase se limita ao tempo padrão estipulado para a

conclusão do mesmo.

Quanto à carga horária do estágio, 82,14% dos ex-alunos pesquisados acreditam que

a carga horária do seu estágio foi suficiente, argumentando que: “nesse período puderam

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36

aprender o necessário e exercer todas as atividades referentes à função de Secretário

Executivo”, “o que complementou a teoria aprendida e permitiu distinguir as funções da

Secretária da Secretária Executiva e trouxe maior experiência e segurança na tomada de

decisão e execução das tarefas”.

Alguns defendem que a carga horária do estágio não é o mais relevante, visto que o

“estágio tem como objetivo principal tornar familiar a atuação do profissional no mercado de

trabalho e ser talvez uma porta para ingressar no mesmo”. “A experiência com certas

atividades são adquiridas mesmo ao longo do tempo e com treinamentos, além de variarem

muito de empresa para empresa”.

Outros consideraram a carga horária do estágio suficiente porque estagiaram em

grandes empresas, com grandes responsabilidades, e ainda há alguns que excederam o tempo

de 450 horas previsto no catálogo de graduação do curso e, desta forma, “puderam aprender

muito mais e se tornar cada vez mais autônomos”.

Os 17,85% que disseram ser pequena a carga horária do estágio no curso

argumentam que “o estudante precisaria de mais tempo para se adaptar e conciliar à realidade

o que aprendeu durante a graduação”. Desta maneira, “as 450 horas permitiriam apenas ter

uma noção do trabalho de um Secretário Executivo”. Outros acreditam que “poderiam ter

aprendido mais se tivessem tido a oportunidade de estagiar em empresas maiores e mais

dinâmicas”. Da mesma forma, há quem defenda que “cada experiência é diferente e cada

empresa tem sua peculiaridade”, portanto “é diferente o aprendizado obtido em empresas

particulares, públicas, instituições, ONG’s, etc”.

Portanto, os dados revelam que o tempo previsto para o cumprimento do estágio

supervisionado é satisfatório.

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

Suficiente Insuficiente

Figura 3 – Satisfação frente a carga horária do estágio supervisionado do curso Fonte: Dados da pesquisa – Elaboração própria.

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37

Quanto à dificuldade encontrada durante o estágio, 42,85% disseram que não a

enfrentaram, sendo que um destes foi por não ter feito estágio. 57,14% relataram suas

dificuldades que foram: “lidar com a gestão de pessoas; mudança de diretoria; hierarquização

organizacional e adaptação ao ambiente de trabalho”; “organização de viagens e eventos”;

“ter que realizar diferentes tarefas simultaneamente”; “trabalhar sob pressão”; “trabalhar com

a diretoria; superar timidez”; “lidar com pessoas de personalidades diferentes”; “trabalhar em

multinacional que, em momento algum, se dispôs a ensinar, exigindo profissionais com

experiência e remunerando mal”; “falta de pessoas para orientar no estagiário, uma vez que

este deveria ser assistido”; “dificuldades devido à falta de preparo para atuar na área

financeira e na parte administrativa, porque o que aprendemos não é o que de fato precisamos

para trabalhar, muita teoria voltada para a área de recursos humanos e pouca matéria voltada

para gestão principalmente financeira, onde somos mais cobrados não só como Secretário

Executivo, mas em qualquer cargo”; “dificuldades iniciais de imersão às políticas e cultura da

organização dificuldade de relacionamento com a supervisora, que não repassava informações

pertinentes à realização das atividades”; Além disso, “algumas vezes a teoria vista em sala

não condiz com a realidade do dia a dia na empresa e enfrentamos barreiras ao tentar colocar

a teoria em prática devido à resistência dos demais colaboradores que não gostariam de sair de

suas zonas de conforto”.

Apesar da pequena diferença, sabemos que é comum ao ingressarmos em um novo

ambiente enfrentarmos algumas dificuldades até nos adaptarmos à rotina do novo ambiente. O

que modificará é como lidaremos com a nova realidade e com este processo de adaptação.

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

Enfrentaramdificuldades

Não enfrentaramdificuldades

Figura 4 – Percentual dos que enfrentaram e não-enfrentaram dificuldades durante o estágio supervisionado Fonte: Dados da pesquisa – Elaboração própria.

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38

Sobre a preparação para o mercado de trabalho 3,57% marcou que sim e não

simultaneamente e 64,28% defenderam que “o curso de Secretariado Executivo Trilíngue da

UFV oferece base para o ingresso na carreira, porque permite o aprendizado das principais

técnicas secretariais e redação oficial”: o egresso da UFV é valorizado pelo mercado “por

possuir qualidade de conhecimentos e formação, uma vez que tem o diferencial de ser o único

que possui aprendizado de inglês, francês e espanhol no currículo no Estado de Minas

Gerais”; ademais “a formação generalista permite escolher o que focar posteriormente; além

de proporcionar embasamento teórico o curso desenvolve a capacidade autodidata”, ou seja,

“um profissional de Secretariado Executivo acima da média busca atualizações constantes e

não se contenta em fazer aquilo que se espera dele, ele sempre vai além do que é esperado,

superando sempre as expectativas dos seus superiores e colegas”. “Grade e Curriculum bons,

professores competentes, oportunidades e mercado de trabalho envolvente”.

De acordo com estes, a UFV mostra os caminhos, “a quem recorrer nos imprevistos,

onde procurar soluções; por causa da visão abrangente”. “Aprendemos a nos virar em

qualquer setor”; “nada é 100% completo, mas o curso nos prepara para buscar respostas e

aprendizado sozinhos; porque introduz temas correlatos à rotina de um profissional de

Secretariado e fornece teorias importantes para o bom desempenho profissional”; porque “as

disciplinas do curso somadas ao período de estágio supervisionado permitem a experiência no

exercício da função”.

Os 32,14% que afirmaram que o curso não os preparou para o mercado de trabalho

alegam falta de conhecimento da grade atual, mas que na sua época “o curso não ofereceu

preparação para o mercado de trabalho porque faltaram maiores ensinamentos, visto que as

disciplinas eram muito básicas e algumas são vistas muito superficialmente”, como

“administração, economia, finanças e contabilidade, falta práticas na área secretarial como

redação empresarial atualizada, apresentações em público e arquivística, o que foi aprendido

foi fazendo estágios”; “existiam disciplinas que perceberam ser totalmente desnecessárias,

enquanto outras deveriam ter sido abordadas mais profundamente e não o foram”; “às vezes

as aulas são demasiadamente teóricas e não correspondem à realidade das grandes empresas”.

Assim, percebemos um número expressivo dos formados que acreditam que o curso

preparou para o mercado de trabalho. E a maioria das reclamações se baseou na grade anterior

e na crítica sobre algumas disciplinas muito teóricas e pouco práticas, além da falta de

conhecimento em áreas de interesse da profissão (supracitadas).

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0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

Sim e Não Sim Não

Figura 5 – Opinião sobre a preparação do curso para o mercado de trabalho Fonte: Dados da pesquisa – Elaboração própria.

Ao serem questionados se a grade curricular está de acordo com a proposta do curso,

60,7% responderam que sim, sendo que destes 39,28% justificaram sua posição favorável. E

apesar de alguns alegarem desconhecer a grade atual acreditam que o curso tem melhorado

constantemente e a grade multidisciplinar transmite ao aluno uma visão ampla de todas as

áreas de uma empresa e também do profissional de secretariado nela inserido, formando

profissionais qualificados, preocupados em fazer o melhor, “a grade curricular atual é mais

abrangente e permitiu uma grande melhora, está mais objetiva e mais voltada para o curso e

para o que as empresas esperam dele”, entretanto “é necessário tentar uma constante

atualização para que o curso não fique obsoleto e se adeque às mudanças contínuas do

mercado”. Todavia, “ainda encontramos algumas dificuldades como para contratação de

professores, visto que a área é nova, e existem algumas disciplinas que poderiam ser

ministradas no curso, como as da área social psicológica”. “A única debilidade foi a

diminuição da carga horária das línguas”. E no mais, “o que nos falta, o curso não pode

oferecer: o conhecimento da empresa, de seu negócio, do Executivo que vamos assessorar”.

Os 39,28% que acreditam que a grade não está de acordo com a proposta do curso,

justificaram que “ela está razoável, mas sempre precisa ser atualizada e é imperiosa a

presença de professores que tenham atuado no mercado e que tenham consciência da

necessidade da constante atualização”. Desta forma, “os professores do curso e a coordenação

devem estar atentos às exigências do mercado de trabalho para fazer as discussões pertinentes

em sala de aula”, uma vez que “devemos buscar melhoria em tudo que fazemos para manter a

excelência”, por isso é vital para os alunos uma “constante revisão dos conteúdos abordados e

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da carga horária a eles distribuída”. Além disso, “o inglês empresarial que é muito exigido

poderia ser oferecido durante todo o curso”; e “faltam disciplinas específicas ligadas à

administração, pois muitas vezes a Secretária Executiva atua não só como assessora da sua

chefia, mas também como consultora de outros departamentos e ela deve entender mais de

organização sistemas e métodos, recursos humanos, planejamento financeiro, contabilidade e

principalmente legislação, para posicionar-se com segurança em qualquer ocasião”; Ainda, “a

disciplina de informática é insuficiente; e outras como Ética e teoria do secretariado, também,

deveriam ser abordadas de forma mais direta e aprofundada”, pois “o profissional de

secretariado costuma lidar com muita informação, com assuntos sigilosos, e alguns até mesmo

desagradáveis”, por isso, “em minha opinião deveria haver um preparo maior dos alunos para

lidar com as diferentes situações da rotina secretarial”. Ademais, “faltam disciplinas sobre

controles auditorias e fiscais, de cálculos e de rentabilidade, as matérias que deveriam ensinar

isso estão defasadas, ensinam a fazer balanço na ponta do lápis, coisa que um sistema faz com

um clique, a parte que interessa mesmo a gente não aprende”. Quanto à questão dos idiomas,

enquanto alguns acreditam que “a grade curricular foca muito nos idiomas, e por esse motivo

forma-se um profissional com conhecimento em vários idiomas, porém sem conhecimento

metodológico aprofundado, sem conhecimento sólido em nenhuma área”, pois “não

aprofunda em nenhuma ciência”; outros argumentam que “devido ao nome do curso

Secretariado Executivo Trilíngue, deveríamos saber três idiomas, mas não é o que acontece,

pois aqueles são fluentes em outro idioma ao final do curso é porque já sabia antes de

ingressar universidade”.

Nesta questão, percebemos que a grande maioria acredita que a grade curricular está

de acordo com a proposta do curso. Todavia, podemos notar que a justificativa a favor e

contra baseou-se na nova grade (2008), sendo que alguns posicionaram a favor, alegando que

ela está mais voltada para a realidade da profissão; e outros posicionaram-se contra, pois as

mudanças interferiram em algumas disciplinas que eram fundamentais para este profissional.

Contudo foi consenso a necessidade de constante atualização e revisão das disciplinas,

adequando-as à realidade vivenciada nas empresas.

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0,00%

10,00%

20,00%

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40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

Sim Não

Figura 6 – Percentual dos que se posicionaram a favor e contra a grade curricular Fonte: Dados da pesquisa – Elaboração própria.

Ao serem interrogados se mudaria/retiraria alguma disciplina da grade curricular

50% responderam que sim, sendo que destes 46,42% citaram as disciplinas que incluiriam

como obrigatórias: matemática financeira, disciplinas das áreas de administração e economia

voltadas para o secretariado; línguas estrangeiras com foque empresarial e com a carga

horária da grade anterior; disciplinas de gestão de empresas; redação empresarial, para setores

públicos e privados, arquivística prática e utilização de espaços virtuais; técnicas, tecnologias

e teoria geral do secretariado aplicada à realidade do mercado. “Informática e Ética deveriam

ser mais específicos para nossa área de atuação, aprofundando mais no pacote Office7, no caso

da Informática”. No caso da “Ética, deveriam ser abordados temas como discrição, pressão no

trabalho, limites, ética no relacionamento “diretor x secretária”, entre outros”. Além disso,

“ex-alunos do curso poderiam ser chamados para compartilhar suas experiências e falar do

cenário que vivenciam diariamente nas organizações”.

Segundo a pesquisa as disciplinas que seriam retiradas seriam “Leitura e Produção

de Texto I e II”, que já não constam na nova grade; “as matérias muito específicas do curso,

como técnicas e tecnologia da comunicação, entre outras, e colocaria mais matérias de

administração, pois a realidade das empresas exige conhecimentos nesta área”. “Tiraria a

disciplina de Ética e colocaria mais disciplinas da área financeira”.

A outra metade, ou seja, 50% responderam que estão satisfeitos com a grade e 25%

justificaram seu posicionamento, sendo que a maioria alegou, apesar de não conhecer

7 O office é um pacote de softwares da Microsoft composto basicamente por editor de textos (Word), planilha eletrônica (Excell), banco de dados (Access) e programa de apresentação (Power Point). Também considerado um conjunto de ferramentas, ou seja, de "programas" voltados para uso em escritório.

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plenamente a nova grade, acreditar que “as modificações atendem melhor às exigências do

mercado”. Outros afirmaram que “não retirariam nenhuma, mas acrescentaria como

obrigatórias Marketing I, Organização, Sistemas e Métodos e Gerenciamento de Sistemas de

Informação”.

O equilíbrio dos posicionamentos revela que o curso tem atendido às expectativas,

embora precise melhorar em alguns aspectos. E algumas das disciplinas citadas, já foram

inseridas e/ou retiradas na nova grade.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

Sim Não

Figura 7 – Proposta de mudança na grade curricular do curso de Secretariado Executivo Trilíngue da UFV Fonte: Dados da pesquisa – Elaboração própria.

Quanto à carga horária destinada a cada disciplina do curso, 14,28% a consideraram

ideal porque, para estes, a base que o curso de Secretariado Executivo Trilíngue da UFV

oferece é bastante sólida. 53,57% a classificaram como suficiente, pois “consegue atender à

ementa da disciplina”, “está de acordo com o MEC e compatível com os outros cursos da

UFV e de outras universidades/faculdades e consegue atender à ementa da disciplina”. “Na

verdade, é difícil falar de carga horária ideal, visto que esta depende da disciplina, do

professor e do aluno”, pois “precisa de tempo e dedicação dentro e fora da sala de aula”.

Os 17,85% declararam que, para algumas disciplinas, a carga horária é insuficiente,

como “para gestão secretarial, em que de fato organizamos eventos”, e para idiomas, “uma

vez que o mercado exige níveis avançados a fluente”. 10,71% preferiram não opinar neste

assunto, se mostrando indiferentes.

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Figura 8 – Opinião sobre a carga horária das disciplinas do curso de Secretariado Executivo Trilíngue da UFV Fonte: Dados da pesquisa – Elaboração própria.

Quanto ao tempo dedicado às línguas estrangeiras do curso, 50% o consideram

satisfatório, sendo que 35,71% justificaram que o tempo é suficiente, porém o modo como são

dados os conteúdos nem sempre o são. E em alguns anos “a substituição de professores, a

falta de didática e de métodos para estimular o aprendizado e despertar a curiosidade, também

afetaram o andamento da matéria”. Mas, “a carga horária, anterior, e o empenho pessoal

permitiram aprender o inglês e o francês”. Entretanto, “não existe nenhum curso que o tempo

em sala será o suficiente para dar ao estudante fluência”, assim “é importante que o estudante

sempre se dedique, pois há sempre alguma coisa na qual a pessoa pode se aperfeiçoar”.

Os 50% dos participantes da pesquisa defendem que a carga horária e a didática para

os idiomas são insatisfatórias. Porque “para ser trilíngue de verdade, tem-se que estudar por

mais tempo e com dedicação as línguas envolvidas no curso”. Além disso, “deveria direcionar

mais para o lado empresarial, conversação e com foco também em tradução”. Mas, “sabemos

que quatro anos de estudo não são suficientes para nos tornar fluentes em três idiomas; por

isso, todos mereciam maior carga horária”, inclusive “o espanhol que deveria ser estudado

desde o início do curso sem prejudicar a carga horária do francês”. Desta forma, nesta questão

houve aqueles que defenderam a necessidade de maior carga horária para os idiomas, uma vez

que “para conseguir uma boa colocação no mercado de trabalho, é necessário possuir fluência,

ao menos, no idioma inglês, e os alunos que não fazem cursos de idioma além dos oferecidos

pelo curso, não saem fluentes”. Outro defende que é até “exagerada e se o aluno quiser, ele

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faz um intercambio, ou estuda sozinho, porque quem tem interesse pelo curso, pressupõe-se

que o aluno já tenha conhecimento prévio de idiomas”.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

Satisfatória Insatisfatória

Figura 9 – Satisfação na carga horária dos idiomas do curso de Secretariado Executivo Trilíngue da UFV Fonte: Dados da pesquisa – Elaboração própria.

Ao serem questionados se acreditam que o curso de Secretariado Executivo

Trilíngue da UFV forma profissionais aptos para as exigências do mercado de trabalho atual,

60,71% acreditam que sim e 25% justificam que havendo dedicação do aluno, ele alcança boa

desenvoltura nos idiomas, melhora muito sua redação e postura diante do trabalho; além

disso, segundo estes, “os alunos que formam na UFV estão acima da média geral, pelo

renome da instituição e porque temos uma boa formação teórica, bons professores, e o curso

proporciona ferramentas para a inserção do egresso no mercado (estágios, networking,8 etc)”,

entretanto, “cabe a esse profissional aproveitar tais oportunidades. Uma vez que as disciplinas

dão o conhecimento multidisciplinar necessário, mas as habilidades e competências são

adquiridas no contato direto com o trabalho”, e “o que definirá um bom profissional será o

perfil e a vontade de aprimorar cada vez mais”.

Os 10,71% que se posicionaram desfavoravelmente, argumentam que foram os

estágios que os prepararam para o mercado e que falta ao curso conhecimentos aprofundados

de administração, informática e direito, pois “essas matérias não existem de maneira

satisfatória em nossa grade curricular e são a exigência atual das empresas”.

Os dados mostram que a grande maioria confia na formação que o curso oferece,

todavia, a capacitação do profissional dependerá mais de seu desempenho e força de vontade

8 O termo Networking tem origem na informática tendo-se generalizado à estrutura de algumas organizações caracterizadas pela partilha de recursos e de conhecimentos entre pessoas localizadas em diversas partes do mundo. Disponível em: <http://www.knoow.net/cienceconempr/gestao/networking.htm>. Acesso em: 10 out. 2010.

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em tornar-se cada vez melhor, do que somente da formação obtida no ambiente acadêmico.

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

Sim Não

Figura 10 – Preparação do curso de Secretariado Executivo Trilíngue da UFV frente ao Mercado de Trabalho Fonte: Dados da pesquisa – Elaboração própria.

Na comparação pessoal sobre o desempenho antes e depois de concluir o curso,

57,14% marcaram que elas mudaram totalmente frente aos conhecimentos adquiridos;

42,85% defendem que elas mudaram parcialmente, uma vez que muito do que aprendeu já

sabia, destes um argumentou que a mudança foi “na experiência de vida, de estudar numa

universidade pública, conhecer pessoas de diferentes áreas, mas o conteúdo do curso poderia

ser aprendido em qualquer outro lugar”, até porque, segundo a pesquisada, “a maioria das

coisas, inclusive idiomas já eram de seu conhecimento e de suas colegas da época”. Ninguém

marcou que não mudaram e que o aprendizado não trouxe nada novo.

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

Totalmente Parcialmente Não mudaram

Figura 11 – Desempenho pessoal após conclusão do curso de Secretariado Executivo Trilíngue da UFV Fonte: Dados da pesquisa – Elaboração própria.

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Na questão sobre quais os aspectos que mais influenciaram durante o curso, os mais

marcados como a primeira opção foram, como mostra a tabela abaixo, os conteúdos de função

secretarial e de organização e procedimentos, somando 46,42%.

Tabela I – Aspectos que mais influenciaram os entrevistados durante o curso

Porcentagem Aspectos marcados em 1º lugar

25% Conteúdos teóricos de função secretarial.

21,42% Conteúdos teóricos de organização e procedimentos.

14,28% Conteúdos básicos sobre empresas.

10,71% Conteúdos que abordam relações interpessoais. Conteúdos instrumentais língua estrangeira/portuguesa.

7,14% Estágios na área.

3,57% Conteúdos de informática. Fonte: Dados da pesquisa – Elaboração própria.

7.2. Sobre o Mercado de Trabalho

Dos questionados 67,85% atuam como Secretário Executivo entre 2 meses e 5 anos.

Sendo o maior número os do que atuam há 5 anos totalizando 27,77%.

Os 32,14% que não atuam como Secretários, justificam que “ainda aguardam uma

oportunidade, porque entrar no mercado não é nada fácil”, ou porque direcionaram suas

“especializações para outra área de atuação”, ou porque está desempregado; ou porque

descobriu que “não possui vocação para atuar como Secretário Executivo”, ou porque “a

remuneração para recém-formados é considerada muito baixa”; ou porque atuam como

tradutor; ou ainda, porque “embora exerçam funções de Secretariado, são registrados na

carteira de trabalho como auxiliar administrativo”.

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0,00%

10,00%

20,00%

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60,00%

70,00%

Sim Não

Figura 12 – Percentual dos entrevistados que atuam e não-atuam na sua área de formação Fonte: Dados da pesquisa – Elaboração própria.

Destes, 57,14% atuam como Secretário de diretoria, 21,42% como Secretária de

gerência e 21,42% não responderam. 25% atuam na esfera Pública e 64,28% na Privada, o

que demonstra que este setor ainda abarca a maioria destes profissionais. 10,71% não

responderam esta questão.

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

Secretário de diretoria Secretária de gerência Não responderam

Figura 13 – Atuação/posição dos entrevistados no mercado de trabalho Fonte: Dados da pesquisa – Elaboração própria.

Quanto ao mercado de trabalho para o profissional de Secretariado Executivo,

3,57% não responderam e 64,28% acreditam que está satisfatório, e para estes “houve uma

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valorização da profissão, maior respeito; e que em todas as áreas, há necessidade de um

profissional de secretariado”. Entretanto, o que ocorre em alguns casos, é a “opção por

profissionais não formados na área devido a questões financeiras, visto que o salário de um

Secretário Executivo é superior ao de um Técnico ou de um Recepcionista, e abrem mão,

desta forma, da melhor qualidade e eficiência do trabalho”. Por isso, “algumas vezes este

profissional opta em trabalhar em qualquer área, devido a sua formação multidisciplinar”,

embora, muitas vezes se sujeite a salários menos satisfatórios. Mas, ainda assim, “atualmente,

a demanda por profissionais multifuncionais tem crescido” e o profissional de secretariado

Executivo “apresenta as competências necessárias apesar de que o nível de exigência com

relação aos profissionais também aumentou muito, por isso, o nível do emprego depende da

competência/ oportunidade do profissional”. Além disso, “há possibilidade de crescimento

também no setor público, porque esta esfera está abrindo cada vez mais concursos para esse

tipo de profissional”.

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

Satisfatório Insatisfatório Não responderam

Figura 14 – Percentual de satisfação com o mercado de trabalho para os profissionais formados Fonte: Dados da pesquisa – Elaboração própria.

Os 32,14% que defendem que o mercado ainda não está satisfatório, justificam que

“há avanços na iniciativa privada, mas a profissão ainda precisa de muito reconhecimento,

porque o mercado às vezes não o valoriza”, pois “não tem conhecimento do seu perfil e da sua

importância para a organização”. Em termos de concurso público, “o registro no Ministério do

Trabalho e Emprego não é exigido, assim as vagas destinam-se a secretários e bacharéis em

Letras (que muitas vezes não possuem o registro profissional), sem contar nas poucas vagas

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oferecidas ao profissional de secretariado”.

“Tem-se muitas vagas no setor privado, mas com a popularização dos cursos

técnicos e virtuais de secretariado, a maioria das empresas acaba oferecendo baixa

remuneração que não é condizente com a função desempenhada”, além disso, “por ser um

cargo de confiança ainda existem pessoas que são contratadas para exercerem esta função

mesmo sem formação tirando a oportunidade de daqueles que estudaram para atuar no

mercado”. Desta maneira, podemos resumir que, de forma geral:

Infelizmente não contamos com uma atuação forte de nosso sindicato, o que faz com que vagas destinadas a graduados na área sejam preenchidas por pessoas que não têm formação. Isso acontece tanto na esfera privada quanto na pública, tanto é verdade que são quase inexistentes concursos nesta área, e não é por causa da falta de trabalho para secretários(as) acontece que nosso curso não é defendido nem ao menos pela própria Universidade Federal de Viçosa, que apesar de possuir vários cargos internos para secretariado prefere fazer concursos para técnicos administrativos ou outros semelhantes. (F1- Entrevistado não-identificado)

A pesquisa revelou que o que mais destaca o profissional de Secretariado Executivo

dentro do mercado de trabalho, de acordo com os ex-alunos do curso, são: 35,71%

Multifuncionalidade, 32,14% Idiomas, 7,14% Relacionamento interpessoal, 7,14% Discrição,

3,57% Pró-atividade, 3,57% Organização, 3,57% Iniciativa, 7,14% Outros, pois acham difícil

classificar, uma vez que cada situação do dia-a-dia pode exigir mais, e também porque a

experiência pode ser considerada como o diferencial.

A multifuncionalidade do Secretário Executivo se deve, principalmente, à sua

formação generalista e a sua capacidade de assessorar executivos de ramos e ciências

diversas. O idioma é o que torna este profissional ainda mais necessário, tendo em vista a

concorrência e a globalização, fazendo-se necessário o intercâmbio com outras línguas e

culturas.

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0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00%

Relacionamento interpessoal

Multifuncionalidade

Idiomas

Pró-atividade

Organização

Discrição

Iniciativa

Outros

Figura 15 – Aspectos que mais destacam o Secretário Executivo no mercado de trabalho Fonte: Dados da pesquisa – Elaboração própria.

A última questão do questionário pedia aos entrevistados que, se quisessem,

acrescentassem algo à pesquisa e 42,85% dos pesquisados responderam, as anotações foram

relativas a preconceitos e dificuldades enfrentadas e sugestões para os profissionais da área e

para o curso.

As anotações foram as seguintes, conforme consta, ipsis litteris, nos quadros

abaixo:

Quadro II – Depoimentos sobre os preconceitos e dificuldades enfrentadas na profissão

Entrevistado M1 Acredito que ainda há muito preconceito com os homens na profissão, vide o meu caso, que não consegui sequer o estágio nas empresas conveniadas (Fiat/Mercedes). Enfim, o mercado é bom e promissor, mas as melhores vagas estão nos grandes centros.

Entrevistado F2 Infelizmente há ainda muito desconhecimento e um certo preconceito com a profissão

em si, mas acredito que estamos ficando cada vez mais preparados para o mercado de trabalho e temos iniciativa o suficiente para sempre aprender mais, de maneira a contribuir positivamente com o trabalho e o crescimento profissional e pessoal.

Entrevistado F3 A única coisa que foi traumática no meu curso foi a monografia, quando foi exigido de mim algo que não me foi oferecido durante o curso. No decorrer dos anos não fomos incentivados a redigir textos científicos e fazer pesquisa, mas na monografia nos foi cobrado algo a nível de mestrado. E faltou profissionalismo da parte de alguns professores, que eram imaturos e cobravam mais maturidade de nós.

Entrevistado F4 Bom, hoje já no mercado de trabalho, vejo que o profissional ainda não tem seu reconhecimento. Isso me frustra bastante, uma vez que passamos tanto tempo na faculdade para que muitos pensem que qualquer um esteja apto para atuar como secretária executiva. Muitas vezes me perguntaram pra que estudar tanto para ser

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secretária se isso qualquer um pode fazer. No meu atual trabalho, duvido de qualquer desempenharia minha função com tanta facilidade. Apesar de achar que a minha grade curricular não era boa o suficiente, não posso negar que me ajudou muito na trajetória até aqui.

Fonte: Dados da pesquisa – Elaboração própria.

Quadro III – Sugestões para o aprimoramento do curso Entrevistado F5 Uma sugestão é oferecer algumas disciplinas da área social, psicológica, e

alguma coisa a mais sobre administração de empresas e de informática, pois, a secretária lida com muitos assuntos e principalmente lida com o público e precisa saber se relacionar melhor para atender melhor.

Entrevistado F6 Volto a sugerir a participação de ex-alunos do curso na vida acadêmica dos estudantes, em forma de depoimentos, palestras e participação em eventos.

Entrevistado F7 Mais visitas a empresas durante a graduação, para tentar ter maior noção real de mercado.

Entrevistado F8 Conhecimento bem embasado, iniciativa e atualização são fundamentais para uma boa secretária. Estágio em duas empresas privadas seria ótimo! Forneceria a famosa experiência no currículo e ampliaria o conhecimento dos estudantes.

Fonte: Dados da pesquisa – Elaboração própria.

Quadro IV – Sugestões para o aprimoramento pessoal Entrevistado F8 O curso de secretariado da UFV é um dos melhores do país, senão o melhor,

tanto que as empresas contratantes o reconhecem. Mas ainda assim, acho que há o que melhorar para que se formem profissionais cada vez mais especializados e capacitados para se colocarem e se manterem no mercado de trabalho que está cada dia mais disputado. A ênfase nos idiomas e em uma visão mais realista e objetiva sobre as funções de um secretário executivo ajudariam nessa melhora, já que o mercado privilegia profissionais com fluência em pelo menos uma língua estrangeira (em geral o inglês) e que saibam lidar bem com situações adversas.

Entrevistado F8 O que posso registrar é que, independente da empresa, área ou cargo que uma secretária atue, deve-se sempre ter um objetivo para sua vida/carreira e mesmo que não esteja totalmente satisfeita/o, faça bem o que fizer, pois é uma profissão que abre portas e está em posição de destaque em qualquer lugar. Jamais se acomode e se proponha desafios constantemente!

Entrevistado M2 Só uma dica para os graduandos que estão prestes a se formar: Invistam na carreira pública! Não se fala muito sobre a esfera pública durante o curso e todos nós acreditamos que vamos trabalhar em grandes organizações privadas e ganhar salários muito altos. Claro que isso é possível. Mas o estresse, o desgaste, o excesso de horas trabalhadas e a pouca flexibilidade das grandes empresas talvez não compense o salário. Minha maior preocupação durante o curso era o dinheiro. Hoje é a qualidade de vida no ambiente organizacional, que eu não troco por salário algum!

Entrevistado F8 Acredito que os alunos estão com boas colocações no mercado de trabalho devido ao nome da instituição (UFV) isso pesa muito. Por outro lado, a dedicação pessoal, é outro fator essencial. Contudo, percebo que no aspecto ‘remuneração’ valores insatisfatórios.

Fonte: Dados da pesquisa – Elaboração própria.

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8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os cursos de Secretariado Executivo se institucionalizaram nas universidades e

faculdades a partir de uma necessidade atual do mercado, tendo em vista a globalização.

Tornou-se imprescindível aos executivos possuir um profissional capaz de assessorá-lo nas

mais diversas áreas, tendo ainda conhecimento de línguas, para conseguir comunicar-se com

outros países e representantes. Todavia, a profissão ganhou reconhecimento somente a partir

da legislação, da criação de um código de ética específico e da representatividade dos

sindicatos relacionados, que ainda tentam minimizar os efeitos dos esteriótipos relacionados à

profissão.

O curso de Secretariado Executivo Trilíngue da UFV, embora sem registros formais

da sua criação, também foi criado para atender à demanda do mercado por estes profissionais.

E, atualmente, é o único a oferecer formação em três idiomas distintos da língua materna, por

uma federal pública na região sudeste do Brasil. A organização interna da UFV permite a este

profissional um contato indireto e direto com outras áreas do conhecimento, a partir das

disciplinas obrigatórias, optativas e através dos estágios extracurriculares nos mais diversos

departamentos.

Para continuar como bacharelado e com a nomenclatura trilíngue, o curso fez uma

reestruturação na sua grade, atendendo às novas exigências do MEC. Tais mudanças

agradaram a alguns, mas foi motivo de crítica para outros, principalmente devido a redução na

carga horária dos idiomas. Contudo, tais alterações atendem às diretrizes curriculares e estas

estão em consonância com as exigências do mercado, uma vez que foram criadas para atender

a demanda brasileira, pois ao serem propostas levaram em consideração a opinião de

profissionais da área.

Ademais, a pesquisa revelou que tal curso forma Secretários Executivos com senso

crítico, capazes de opinar para melhoria do curso, avaliando este em relação à realidade

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vivenciada nos estágios e empresas e propondo alterações para que o curso possa melhorar

cada vez mais se adequando constantemente às exigências atuais do mercado.

De acordo com a perspectiva geral dos ex-alunos, o curso da UFV forma

profissionais conscientes da sua importância, dispostos a lutar por melhores condições, que

sabem da necessidade de atualização constante, e da interdisciplinalidade para função,

capazes de perceber as mudanças nos ambientes e atuar favoravelmente na solução de

problemas.

Percebeu-se que o que as organizações esperam deste profissional uma postura ética

e coerente com a política e valores da empresa; que ele seja polivalente; responsável; possua

inteligência emocional para lidar com diferentes personalidades e situações; que seja gestor,

assessor e empreendedor; possua capacidade reflexiva e criativa; que seja um agente

facilitador; de resultados e de mudanças; tenha postura flexível, competente e comprometida;

comportamento proativo; com habilidade técnica, humana e conceitual; que seja cortez e

receptivo a novas idéias; que transmita segurança; boa vontade e confiança; mas que, acima

de tudo, busque atualização e aperfeiçoamento constantes.

A partir deste estudo, realizando uma triangulação entre a formação, o mercado de

trabalho, as diretrizes curriculares e a perspectiva dos ex-alunos, podemos concluir que todos

estes pontos mais se convergem do que divergem, na medida em que apresentam um objetivo

comum: atender à demanda do mercado de maneira satisfatória. Desta forma, percebemos que

a área tem crescido, contudo, falta maior conhecimento e valorização da profissão.

Desta maneira, a sugestão é que novas pesquisas sejam realizadas nesta área como

forma de proporcionar uma avaliação contínua do curso, permitindo assim, a análise e

melhoria constante deste e de seus profissionais.

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9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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10. APÊNDICE

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APÊNDICE I – Questionário

Universidade Federal de Viçosa Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes Departamento de Letras

Esta pesquisa está sendo desenvolvida visando subsidiar a monografia do curso de Secretariado Executivo Trilíngue da UFV. O principal objetivo deste trabalho é obter informações sobre o que os ex-alunos da área pensam do curso e do mercado de trabalho. O seu nome não será divulgado, em hipótese alguma. Desde já, agradeço sua colaboração.

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO

� Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino

� Idade: ______________

� Ano de Ingresso no curso de Secretariado Executivo Trilíngue da UFV: ______

� Ano de Formatura no curso de Secretariado Executivo Trilíngue da UFV:

Janeiro de 20___ ou Julho de 20___

QUANTO AO CURSO DE SECRETARIADO EXECUTIVO TILINGUE DA UFV

• O que levou você a escolher este curso?

( ) Área de atuação ( ) Idiomas

( ) Outros____________________________________________________________

• Você realizou estágio atuando como Secretária Executiva?

( ) Sim. Tempo _______________ ( ) Não.

• Para você a carga horária do seu estágio foi suficiente?

( ) Sim ( ) Não

Por quê?______________________________________________________________

• Você encontrou alguma dificuldade durante seu estágio?

( ) Não

( ) Sim. Qual(is)?_____________________________________________________________

____________________________________________________________________________

• Você acha que o curso de Secretariado Executivo Trilíngue da UFV lhe preparou adequadamente

para o mercado de trabalho?

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( ) Sim ( ) Não

Por quê?_____________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

• Você acha que a grade curricular está de acordo com a proposta do curso?

( ) Sim ( ) Não

Por quê?_____________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

• Você mudaria/retiraria alguma disciplina da grade curricular?

( ) Não

( ) Sim. Qual(is)?_____________________________________________________________

Por quê?_____________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

• Você diria que a carga horária destinada à cada disciplina do curso é:

( ) Ideal ( ) suficiente ( ) insuficiente ( ) excessiva.

Justifique:

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

• Você acha que o tempo dedicado às línguas estrangeiras do curso é satisfatório?

( ) Sim ( ) Não

Por quê?_____________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

• Você acredita que o curso de Secretariado Executivo Trilíngue da UFV forma profissionais aptos

para as exigências do mercado de trabalho atual?

( ) Sim ( ) Não

Por quê?_____________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

• Ao comparar seu desempenho antes e depois de concluir o curso, suas atitudes mudaram:

( ) Totalmente (frente aos conhecimentos adquiridos)

( ) Parcialmente (muito do que aprendeu já sabia)

( ) Não mudaram (o aprendizado não trouxe nada novo)

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• Quais os aspectos que mais influenciaram durante o curso? Enumere de 1 a 7, sendo o nº 1 o de

maior importância:

( ) Conteúdos de informática

( ) Conteúdos básicos sobre empresas

( ) Conteúdos teóricos de função secretarial

( ) Conteúdos que abordam relações interpessoais

( ) Conteúdos teóricos de organização e procedimentos

( ) Conteúdos instrumentais língua estrangeira/portuguesa

( ) Outros _________________________________________________________________

QUANTO AO MERCADO DE TRABALHO

• Você trabalha como Secretária Executiva?

( ) Sim. Tempo ____________

( ) Não. Por quê? ____________________________________________________________

____________________________________________________________________________

• Na posição de secretária você atua como:

( ) Secretária auxiliar ( ) Secretária de gerencia ( ) Secretária de diretoria

( ) Outro____________________________________________________________________

• Você atua na esfera:

( ) Pública ( ) Privada

• Você acha que o mercado de trabalho para o profissional de Secretariado Executivo está

satisfatório?

( ) Sim ( ) Não

Por quê?_____________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

• Enumere de 1 a 10, sendo o nº 1 o de maior importância, os fatores abaixo de acordo com o que

você acredita ser o que mais destaca o profissional de Secretariado Executivo dentro do mercado

de trabalho

( ) Idiomas

( ) Iniciativa

( ) Discrição

( ) Dinamismo

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( ) Organização

( ) Relacionamento interpessoal

( ) Redação de correspondências

( ) Pró-atividade

( ) Multifuncionalidade

( ) Outros___________________________________________________________

Observações e Sugestões - Registre qualquer outra opinião sobre o curso, mercado de trabalho, ou

outro aspecto que você considerar importante:

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

Muito obrigada por sua colaboração!