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FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL DANNIELA DA CAL SCOTT EFICIÊNCIA NA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO COMPACTA MISTA EM CANTEIRO DE OBRAS: MECANISMOS E MÉTODOS DE CONTROLE DAS VARIÁVEIS. Salvador 2011

Monografia-Danniela Da Cal - EnGENHAMB 2010

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OPERAÇÃO DAS ESTAÇÕES COMPACTAS MITAS DE TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO DOMÉSTICO

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FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

DANNIELA DA CAL SCOTT

EFICIÊNCIA NA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO COMPACTA MISTA EM CANTEIRO DE OBRAS:

MECANISMOS E MÉTODOS DE CONTROLE DAS VARIÁVEIS.

Salvador 2011

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DANNIELA DA CAL SCOTT

EFICIÊNCIA NA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO COMPACTA MISTA NO CANTEIRO DE OBRAS:

MECANISMOS E MÉTODOS DE CONTROLE DAS VARIÁVEIS.

Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Engenharia Ambiental da Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC) como requisito para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Ambiental. Orientador: MSc Arilma Oliveira do Carmo Tavares.

Salvador 2011

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DANNIELA DA CAL SCOTT

EFICIÊNCIA NA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO COMPACTA MISTA NO CANTEIRO DE OBRAS:

MECANISMOS E MÉTODOS DE CONTROLE DAS VARIÁVEIS.

Monografia aprovada após apresentação a banca examinadora como requisito final para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Ambiental, da Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC).

Salvador, ............. de ............................... 2010.

Banca Examinadora

Mestra Arilma Oliveira do Carmo Tavares - Orientadora___________________ Mestra em Eng.Ambiental Urbana Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC – Salvador). José Marciano Brito Carvalho – Orientador______________________________ Especialista em Gestão de Sistema e Serviço - UNEB. Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC - Salvador). Msc. Paschoal Molinari Neto - Coordenador Geral________________________ Mestre em Engenharia Eletrônica e Computação – ITA. Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC – Salvador).

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AGRADECIMENTOS

Ao um amigo em especial, Gunther, que no início dos meus estudos me

apresentou ao Sr. José Geraldo Bambirra que acreditou e me incentivou a chegar

onde cheguei. Ele teve paciência com meus erros e com um jeito especial me

corrigia. Sempre me apoiou nas minhas escolhas e me acolhia quando elas davam

errado. Sem a Original não teria conseguido concluir minhas pesquisas. E à Sra.

Inês me ajudou a colocar minha idéias em ordem.

Ao Ronaldo, que sempre teve uma palavra de incentivo que fazia acreditar

que poderia vencer.

A Professora Arilma pelas orientações de contextual do TCC e a infinita

paciência comigo.

Ao Professor Marciano pelo desfecho positivo da matéria de TCC II.

E a todos os professores e amigos de faculdades que direta ou indiretamente

me orientaram.

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DEDICATÓRIA

Inicialmente agradeço ao meu marido, meus filhos e aos mentores espirituais

por ter chegado até aqui.

Ao meu grande amigo-irmão Cid, que conseguiu me entender, agüentar meus

dias de frustração e me tirar dos meus impasses me esclarecendo o rumo a ser

tomado.

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“Agir para que a ETE faça o que operador quer

e não que ETE faça o que quer e operador torcer para dar certo”.

Osvaldo Cleto Filho.

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RESUMO

O trabalho se propõe a apresentar mecanismos e métodos para o controle

das variáveis indicadoras da perda de eficiência na estação de tratamento de esgoto

Compacta (ETEC) Mista. Os mecanismos e métodos foram verificados “in locu” com

o tratamento do esgoto sanitário gerando em um canteiro de obras situado no

município de São Francisco do Conde, no Estado da Bahia, Brasil. Dentre as

variáveis indicadoras da eficiência do tratamento do esgoto na ETEC Mista, a

pesquisa objetivou identificar as variáveis que são mais fáceis de serem detectadas

em campo de modo a reduzir custos com análises sofisticadas e o tempo para a

obtenção dos resultados, e, consequentemente, para a tomada de decisão. Com as

variáveis de campo, pode-se tomar atitudes de correção para que a ETEC Mista

volte a estabilidade sem que ocorra danos ao tratamento. Mantendo as variáveis em

controle, tais como a vazão do esgoto, o potencial Hidrogeniônico (pH- indicador

ácido/básico), o Oxigênio Dissolvido (OD), o cloro residual, as Substâncias Tóxicas

no sistema e os Sólidos Sedimentáveis Totais (SST), dentre outras, obter-se-á uma

operacionalidade satisfatória da ETE Compacta Mista, evitando assim, perdas

significativas da eficiência. Palavras-chave: ETE Compacta Mista. Eficiência do Tratamento. Esgoto Sanitário

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ABSTRACT

The work is to present methods and mechanisms for the control of

variables indicating the loss of efficiency in sewage treatment plant (STP) Compact

Mixed. The mechanisms and methods have been verified "in locus" with the

treatment of wastewater generated by employees of a petrochemical industry,

located in São Francisco do Conde, Bahia State, Brazil. Among the variables

indicating the loss of efficiency of STP Compact Mixed, work stopped on the

variables are easier to detect in the field and that may indicate a reduction in

efficiency, since the main need of laboratory analysis to be obtained. With the field

variables can take action to fix the compact TEE Joint return stability to occur without

damage to treatment. Keeping variables in control, or are: the flow of sewage, pH (pH

indicator acid / base), the Dissolved Oxygen (DO), the residual chlorine, the Toxic

Substances in the system and Settling Solids Total (TSS), among others, will get a

compact Joint operation of STP. Avoiding significant loss of efficiency. Keywords: TEE Joint Compact. Efficiency Of Treatment. Sanitary Sewer.

.

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SUMÁRIO

Página

1 INTRODUÇÃO................................................................................................ 16

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA ........................................................................... 16

1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA .............................................................................. 16

1.3 HIPÓTESE ...................................................................................................... 17

1.4 OBJETIVOS .................................................................................................... 17

1.4.1 Objetivo Geral ............................................................................................... 17

1.4.2 Objetivos Específicos ................................................................................... 17

1.5 JUSTIFICATIVA .............................................................................................. 17

1.6 METODOLOGIA ............................................................................................. 18

2 REFERNCIAL TEÓRICO ............................................................................... 18

2.1 TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO ..................................................... 18

2.2 ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO COMPACTA MISTA ............................................................................................................. 20

2.2.1 Tratamento Preliminar .................................................................................. 21

2.2.2 Tratamento Primário ..................................................................................... 22

2.2.3 Tratamento Secundário ................................................................................ 23

2.2.4 Tratamento Terciário ou de Polimento ....................................................... 25

2.3 OPERAÇÃO DE ETE ...................................................................................... 28

3 CARACTERIZAÇÃO DA ETEC MISTA EM ESTUDO ................................... 30

4 OPERAÇÃO DA ETEC MISTA ...................................................................... 31

4.1 PLANO DE OPERÇÃO ................................................................................... 33

4.2 CAIXA DE GORDURA .................................................................................... 34

4.3 CAIXA DE GRADEAMENTO .......................................................................... 35

4.4 CAIXA DESARENADORA ............................................................................. 37

4.5 SISTEMA DE EQUALIZAÇÃO E ELEVAÇÃO ................................................ 38

4.5.1 Microorganismos Efetivos (EM) .................................................................. 39

4.6 REATOR DAFA .............................................................................................. 40

4.7 FILTRO AERADO DE LEITO SUBMERSO (F.A.S) ........................................ 42

4.8 DECANTADOR ............................................................................................... 42

4.9 DESINFECÇÃO .............................................................................................. 43

5 RESULTADOS ............................................................................................... 44

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5.1 CONTROLE OPERACIONAL E VARIÁVEIS .................................................. 44

5.2 MÉTODOS DE ANALISES EM CAMPO DAS VARIÁVEIS ............................. 46

6 CONCLUSÃO. ................................................................................................ 51

REFERÊNCIAS. ............................................................................................. 53

APENDICE ..................................................................................................... 54

ANEXO ........................................................................................................... 55

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LISTA DE FIGURAS

Página Figura 1 - Caixa De Gradeamento.......................................................................... 21 Figura 2 - Caixa De Desarenadora ......................................................................... 21 Figura 3 - Caixa De Gordura .................................................................................. 22 Figura 4 - Decantador Primário .............................................................................. 22 Figura 5 - Fossa ..................................................................................................... 23 Figura 6 - Reator/UASB .......................................................................................... 23 Figura 7 - Reator Sem Defletores .......................................................................... 23 Figura 8 - Filtro Anaeróbio ...................................................................................... 24 Figura 9 - Filtro Aeróbio De Leito Submerso .......................................................... 24 Figura 10 - Decantador Secundário.......................................................................... 25 Figura 11 - Caixa Cloradora ..................................................................................... 25 Figura 12 - Filtros de Quartzo e Carvão ................................................................... 26 Figura 13 - Foto da ETEC Mista ............................................................................... 30 Figura 14 - Limpeza do Reator/DAFA com Gorduras mineralizadas ........................ 35 Figura 15 - Limpeza da Caixa de Gorduras .............................................................. 35 Figura 16 - Caixa de Gradeamento Parcialmente Entupida ..................................... 36 Figura 17 - Caixa de Gradeamento Entupida por Gordura ....................................... 37 Figura 18 - Caixa Desarenadora .............................................................................. 37 Figura 19 - Sistema de Equalização e Elevação - SEE ............................................ 38 Figura 20 - Medidor e Controladora de Vazão ......................................................... 39 Figura 21 - Lodo em Formação ................................................................................ 41 Figura 22 - Escumas ................................................................................................ 41 Figura 23 - Proliferação de Insetos e Vermes .......................................................... 41 Figura 24 - Colmatação do F.A.S ............................................................................. 42 Figura 25 - Formação de “jacaré” no Decantador..................................................... 43 Figura 26 - Rompimento da Mangueira de Aplicação............................................... 43 Figura 27 - Bomba Dosadora ................................................................................... 44

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LISTA DE TABELAS

Página

Tabela 1 - Parâmetros De Disposição Direta Para Corpo Receptor ....................... 27 Tabela 2 - Parâmetros De Disposição Direta Para Galerias Pluviais ..................... 27 Tabela 3 - Parâmetros De Disposição Direta Para Solo ......................................... 27 Tabela 4 - Queda de eficiência no tratamento Anaeróbio, especificamente no

Reator UASB. ........................................................................................ 29 Tabela 5 - Composição de Equipamentos .............................................................. 31 Tabela 6 - Rotina de Operação .............................................................................. 33 Tabela 7 - Quantidade de sólidos grosseiros removidos em função do

espaçamento entre as barras. ............................................................... 36 Tabela 8 - Problemas Operacionais ....................................................................... 38 Tabela 9 - Ativação do Acelerador Biológico - EM ................................................. 40 Tabela 10 - Queda de eficiência do sistema observada em campo e ações

tomadas. ............................................................................................... 45 Tabela 11 - Medição da Vazão ................................................................................. 50

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LISTA DE ABREVIATURA E SIGLA A/M ALIMENTO/MICROORGANISMOS COT CARGA ORGÂNICA TOTAL Cs CARGA ORGÂNICA SUPERFICIAL Cv CARGA ORGÂNICA VOLUMÉTRICA

DAFA DIGESTOR ANAERÓBIO DE FLUXO ASCENDENTE SEM DEFLETORES

DBO DEMANDA BIOQUIMICA DE OXIGÊNIO. DQO DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO. EM EFFECTIVE MICROORGANISMS

ETEC ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO (OU EFLUENTE) COMPACTA

F.A.S FILTRO AERÓBIO DE LEITO SUBMERSO F/M FOOD / MICROORGANISM FAS FILTRO AERÓBIO COM LEITO SUBMERSO MISTA ETEC ANAERÓBIA CONJUGADA COM ETEC AERÓBIA Mv MICROORGANISMOS VIVOS N NITROGÊNIO OD OXIGÊNIO DISSOLVIDO. P FÓSFORO pH POTENCIAL HIDROGENIÔNICO (INDICADOR ÁCIDO/BÁSICO). PRFV PLÁSTICO REFORÇADO COM FIBRA DE VIDRO PVC POLICLORETO DE VINILA QMDT VAZÃO MÁXIMA DIÁRIA TOTAL. S ENXOFRE SEE SISTEMA DE EQUALIZAÇÃO E ELEVAÇÃO SSVTA SÓLIDOS SUSPENSOS VOLÁTEIS TANQUE AERADO TDH TEMPO DE DETENÇÃO HIDRÁULICA. UASB UPFLOW ANAEROBIC SLUDGE BLANKET

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LISTA DE SÍMBOLOS Fi- representa diâmetro Pi- 3,14

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16 1 INTRODUÇÃO 1.1 PROBLEMA DE PESQUISA

Através da grande expansão urbana vem proliferando os canteiros de

obras e com eles um aumento significativo de problemas relacionados ao meio

ambiente. A maioria dos Efluentes sanitários oriundo dos canteiros de obras são

lançadas em “in natura” nos corpos hídricos ou em galerias pluviais, sem nenhum

tipo de tratamento. Este comportamento tem ocasionado a deterioração dos corpos

hídricos elevando o custo no tratamento da água para o abastecimento.

Como os corpos hídricos já não têm mais a capacidade de

autodepuração, devido a grande quantidade de efluente lançados sem tratamento,

tem-se a necessidade de tratá-lo antes do lançamento.

Mas tratar grandes volumes de efluente demanda grandes áreas e grande

quantias de recursos financeiros para estas estações, para solucionar esse

problema surgiu a ETEC Mistas. Por serem modulares e fabricados em PRFV, existe

uma mobilidade, que é o grande atrativo para instalação em canteiros de obras.

Por serem mais práticas de instalarem, os empreendedores vem optando

ETEC Mistas em seus canteiros de obra e com elas vem surgindo um grande

problema que é a falta de uma operação adequada. Por conta desse fator as ETEC

Mistas não vem atingindo a eficiência adequada para lançamento.

A partir dessa falta de operação adequada que vê-se a necessidade de

um estudo que facilite a visualização das variáveis que irão interferir na eficiência da

ETEC Mistas.

Quais as variáveis mais fáceis de serem detectadas em campo que

podem indicar a redução da eficiência na Estação de Tratamento de Esgoto

Sanitário Compacta Mista na Indústria Petroquímica?

1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA

As variáveis, mais fáceis de serem detectadas em campo, indicadoras da

eficiência do Tratamento de Esgoto Sanitário, oriundo de canteiro de obras, através

de Estação Compacta Mista.

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17 1.3 HIPÓTESE

Consideram-se como variáveis mais fáceis de serem detectadas em

campo, que podem indicar a redução da eficiência na Estação de Tratamento de

Esgoto Sanitário Compacta Mista em canteiro de obras: a vazão do esgoto, o

potencial Hidrogeniônico (pH- indicador ácido/básico), o Oxigênio Dissolvido (OD), o

cloro residual, as Substâncias Tóxicas no sistema e os Sólidos Sedimentáveis Totais

(SST).

1.4 OBJETIVOS 1.4.1 Objetivo Geral

Analisar as variáveis mais fáceis de serem detectadas em campo

relacionadas à eficiência do tratamento na Estação de Tratamento de Esgoto

Sanitário Compacta Mista de um canteiro de obras.

1.4.2 Objetivos Específicos

a) Descrever a Estação de Tratamento de Esgoto Sanitário Compacta Mista

de um canteiro de obras;

b) Listar os mecanismos de controle das variáveis, destacando as de maior

facilidade de serem detectadas em campo;

c) Indicar quais são os métodos de analises para detecção das variáveis de

fácil detecção em campo;

d) Relacionar o controle das variáveis com a eficiência da Estação de

Tratamento de Esgoto Sanitário Compacta Mista de um canteiro de obras

1.5 JUSTIFICATIVA

Através de experiências vivenciadas em campo, detectar e controlar as

variáveis causadoras da perda de eficiência na Estação de Tratamento de Esgoto

Sanitário Compacta Mista tornando-a assim mais eficientes. Menos custos, maior

simplicidade operacional, mais rapidez, com a pesquisa pode-se constatar que é

possível e viável operar ETEC Mistas em canteiro de obras.

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18 1.6 METODOLOGIA

Revisão bibliográfica acerca das variáveis de controle operacional de ETE,

especialmente as ETEC Mistas. A partir do embasamento teórico, foi realizado o

levantamento de dados primários em uma ETEC Mista situada em um canteiro de

obras, através de inspeções semanais., durante o período de quatro meses.

Também, foi realizado quatro análises laboratoriais, sendo uma por mês.

Durante as observações de campo eram aplicadas ações de controle

operacional conforme recomendações da literatura de modo a verificar a sua

eficiência. Dessa forma, foi possível avaliar quais variáveis são de fácil aplicação e

apresentam resposta rápida e satisfatória.

2 REFERNCIAL TEÓRICO 2.1 TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO

Como grande parte do Brasil não tem coleta de esgoto coletiva, segundo

o IBGE (2000), isso se torna um desafio para maioria dos municípios. Umas das

saídas para esse problema foi aplicar a responsabilidade objetiva, onde todos são

responsáveis pelos danos causados ao meio ambiente. Assim começou a ser

obrigatório à implantação de pequenos sistemas de tratamento (caixas de gorduras,

gradeamentos e fossas) nas residências. Com isso, logo se notou que esse tipo de

tratamento não era tão eficiente, resultando no acréscimo do filtro anaeróbio após a

fossa. Mas como essas fossas eram construídas em concreto, observou-se que

esses equipamentos não eram construídos adequadamente e permitiam que o

esgoto infiltrasse o solo, o contaminado juntamente com o lençol freático, e,

consequentemente, afetando a saúde da população. Visto isso, houve a

necessidade de se aplicar uma resina para que não ocorresse esse vazamento e

isso começou a tornar esse tipo de sistema muito caro. Assim, houve a necessidade

de buscar outros tipos de tecnologias que fossem mais resistentes aos ataques

químicos do esgoto e que fossem mais viáveis economicamente, surgindo, com isso,

a fibra de vidro com resinas associados aos PVC os chamados PRFV. Essa mistura

é a mais usada hoje nos equipamentos. (CHERNICHARO, C.A.L, 1997; VON

SPERLING, M., 1997; LEPSCH, R.L., 2007)

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19 Existem diversos tratamentos de efluentes sanitário no mercado, tais

como:

a) Sistemas anaeróbios. “ A digestão anaeróbia pode ser considerada como um ecossistema onde diversos

grupo de organismos trabalham interativamente na conversão da matéria orgânica

complexa em metano, gás carbono, água gás sulfídrico e amônia, alem de novas

células bacterianas.”(CHERNICHARO,1997,P.24)

Segundo Chernicharo, os orgânicos complexos (carboidratos, proteínas,

lipídeos) são transformados por bactérias fermentativas na fase chamada de

Hidrólise em orgânicos simples de cadeias mais curtas ( açucares, aminoácidos,

peptídeos). Estes orgânicos serão transformados por bactérias fermentativas que é

a fase da Acidogênese em ácidos orgânicos ( propionato, butirato, outros). Entra na

fase Acetogênese, onde as bactérias acetogênicas que são produtoras e

consumidoras de hidrogênio transformam os orgânicos simples e os ácidos

orgânicos em acetato, hidrogênio e dióxido de carbono. Com essa condição surge a

fase Metanogênese com as bactérias metanogênicas, que se dividem em dois

grupos: acetoclásticas – transforma o acetato em metano e dióxido de carbono – e

a hidrogenotróficas - produz metano a partir de hidrogênio e de dióxido de

carbono.

Porém, ainda o mesmo autor, se o esgoto tiver grande quantidade de

enxofre surgi uma quinta fase que é a Sulfetogênese onde o sulfato,sulfito e outros

compostos sulfurados são reduzidos a sulfetos pelas bactérias sulforedutoras.

Estas fases da digestão ocorrem nos reatores anaeróbios (UASB ou

DAFA).

b) Sistemas Aeróbios.

São as bactérias heterótrofas aeróbias e facultativas consomem oxigênio

para transformam os orgânicos complexos em carbônico e água no processo

aeróbio. Existem vários sistemas aeróbios, tais com: Lodos Ativados; Lagoas

Aeradas. Lagoas de Estabilização Facultativas ( a zona superiores são aeróbias);

Filtros Biológicos; Biodiscos e Filtros Aeróbios Submersos (F.A.S), sendo o ultimo

está sendo mais utilizados como pós tratamento de Reatores Anaeróbios ( UASB

OU DAFA). O ar é injetado no esgoto por difusores, aeração mecanizada ou

superficial.(CHERNICHARO, 1997; VON SPERLING, 1995)

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20 c) Sistemas Mistos (anaeróbios e aeróbios conjugados).

São sistemas onde existem tratamento anaeróbio com Reatores

Anaeróbios (UASB OU DAFA) acrescido de um tratamento aeróbio e com

Decantador secundário para melhor eficiência do tratamento das águas residuárias.

Esse sistema é empregado quando as exigências para lançamento final é alta,

principalmente em relação a nitrificação. (VON SPERLING, 1995)

d) Eletrolíticos. “Quando é passada uma corrente elétrica direta por uma solução, pode acontecer

uma variedade de processos físicos e químicos, como flotação, sedimentação,

deposição, decomposição, formação de gases, dentre outros. Muito da

eletroquímica depende dos processos que ocorrem na interface dos eletrodos e da

solução iônica, pois são o contato e o caminho, respectivamente, para o fluxo dos

elétrons, que é a peça fundamental neste processo (ATKINS, 1990,apud SINOTI e

SOUZA,2010 ).

A realização destas reações eletroquímicas requer um sistema em forma de circuito

eletroquímico, cujos elementos fundamentais são os eletrodos, normalmente

metálicos, e os eletrólitos (íons em solução). SINOTI e SOUZA,2010 )”

A eficiência é altíssima, porém é um equipamento de custo muito elevado

e requer mão de obra altamente especializada para sua operação.

Todos os sistemas tem o funcionamento continuo ou por batelada. Esses

tratamentos têm como finalidade diminuir consideravelmente as Demandas

Químicas de Oxigênio (DQO), as Demandas Bioquímicas de Oxigênio (DBO),

remover os sólidos em suspensão, os microorganismos patogênicos e as

substâncias químicas prejudiciais à saúde humana e ao meio ambiente.

(CHERNICHARO, C.A.L, 1997; VON SPERLING, M., 1997; LEPSCH, R.L., 2007)

2.2 ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO COMPACTA

MISTA

Na ETEC Mista esse tratamento tem a mesma finalidade e com os

mesmo princípios de composição das convencionais de grande porte, Tratamento

Preliminar ( Caixa de Gordura, Caixa de Gradeamento e caixa Desarenadora),

Tratamento Primário ( Decantadores Primários, Fossas e Reatores DAFA ou UASB).

A principal vantagem da ETEC Mista é que pode ser instalada em

pequenas comunidades ocupando pequenas áreas.

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21 2.2.1 Tratamento Preliminar

O tratamento preliminar é a fase inicial do tratamento constitui de

processo físico para remoção dos sólidos mais grosseiros (lixos), dos sólidos em

suspensão, das areias e a maior parte das gorduras e sabões.

a) Caixa de Gradeamento.

De acordo com o espaçamentos das barras (geralmente de ferro ou aço),

são classificadas em grosseiras, médias e finas. São nas barras onde são retido os

sólidos mais grosseiro;

Figura 1 - Caixa De Gradeamento Fonte:Biofibra,2010

b) Caixa de Areia –

Podem ser construídas retangulares ou circulares, sendo a ultima mais

utilizadas nas ETEC Mista. Sua principal finalidade é de reter as areias, porém é

comum ser encontrado material putrescível (restos alimentares) e não-putrescível

(plásticos, cabelos e pelos de animais) ;

Figura 2 - Caixa De Desarenadora Fonte:Biofibra,2010

Page 21: Monografia-Danniela Da Cal - EnGENHAMB 2010

22 c) Caixa de Gordura –

Também são construídas retangulares ou circulares com uma placa ante

do tubo de saída onde são retidas as gorduras, além de restos alimentares. O

material sólido sedimenta e as gorduras se aglutinam e flutuam por serem menos

denso que a água.(JORDÃO E PESSÔA, 2005)

Figura 3 - Caixa De Gordura Fonte:Biofibra,2010 2.2.2 Tratamento Primário

Após a retirada dos sólidos mais grosseiros o esgoto segue para o

tratamento primário, que são compostos de:

a) Decantadores Primários.

Realiza uma sedimentação complementar do sólidos suspensos, nas

ETEC Mista não empregados.

Figura 4 - Decantador Primário Fonte:Biofibra,2010

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23 b) Fossas.

Realiza de forma mais rudimentar a digestão anaeróbia do esgoto.Muito

empregada em residências unifamiliares acrescida de um Filtro Anaeróbio

Figura 5 - Fossa Fonte:Biofibra,2010

2.2.3 Tratamento Secundário

a) Reatores Anaeróbios (UASB ou DAFA).

São os equipamentos onde ocorrerão a digestão anaeróbia do esgoto.

Figura 6 - Reator/UASB Fonte:Biofibra,2010

Figura 7 - Reator Sem Defletores Fonte:Biofibra,2010

Page 23: Monografia-Danniela Da Cal - EnGENHAMB 2010

24 b) Filtro Anaeróbios de Fluxo Ascendente.

Esses Filtros contém um material percolante de brita ou plástico. Sendo

que nos últimos anos o material plástico tem sido mais empregados, devido a

praticidade de transporte e que ele aumenta substancialmente a área de contato das

bactérias com o esgoto. (CHERNICHARO, C.A.L, 1997; VON SPERLING, M., 1997).

Figura 8 - Filtro Anaeróbio Fonte:Biofibra,2010

c) Filtro Aerado de Leito Submerso.

São tanques com três zonas com leito submerso com material

percolante plástico, por onde o fluxo de ar e esgoto passam constantemente. Desta

maneira se dá três fases: a Solida (leito percolante), a Líquida ( o fluxo do esgoto) e

a Gasosa ( a aeração).

Figura 9 - Filtro Aeróbio De Leito Submerso Fonte:Biofibra,2010

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25 d) Decantadores Secundários.

Realiza uma sedimentação complementar do sólidos suspensos.

Figura 10 - Decantador Secundário Fonte:Biofibra,2010

2.2.4 Tratamento Terciário ou de Polimento

a) Sistema de desinfecção.

Pode ser com a utilização de Hipoclorito de Sódio dentro da faixa de

10-12%. Ou com aplicação de Ozônio. Ou por radiação de ultravioleta.

Dentre esse sistema o mais usado ainda é a cloração, isso se dá

devido os preços serem mais accessíveis. E também a necessidade de ter cloro

residual em redes.

Figura 11 - Caixa Cloradora Fonte: Biofibra,2010

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26 b) Filtros de Areia (Quartzo).

Os filtros de areia são usados quando se necessitam uma eficiência

muito alta e clarificação da água tratada. Geralmente é empregado para água de

reuso em bacias sanitárias.

c) Filtros de Carvão.

Os filtros de carvão também é elevar o nível de pureza da água tratada e

também vai depender o tipo de reuso.

Figura 12 - Filtros de Quartzo e Carvão Fonte- HidroSolo, 2010

A escolha do tratamento será de acordo com as necessidades de

eficiências a serem atendida. Alguns parâmetros dos órgãos ambientais, que devem

ser seguido, dependendo de onde será o descarte dessas águas tratadas, como

pode ser visto nas tabelas abaixo.

Page 26: Monografia-Danniela Da Cal - EnGENHAMB 2010

27 Tabela 1 - Parâmetros De Disposição Direta Para Corpo Receptor Parâmetro (Para Classe I Águas Doces) Valor limite no corpo receptor Demanda bioquímica de oxigênio (DBO) ≤ 3 mg/L Oxigênio dissolvido (OD) ≥ 6 mg/L Parâmetro (Para Classe II Águas Doces) Valor limite no corpo receptor Demanda bioquímica de oxigênio (DBO) ≤ 5 mg/L Oxigênio dissolvido (OD) ≥ 5 mg/L Parâmetro (Para Classe III Águas Doces) Valor limite no corpo receptor Demanda bioquímica de oxigênio (DBO) ≤ 10 mg/L Oxigênio dissolvido (OD) ≥ 4mg/L Parâmetro (Para Classe IV Águas Doces) Valor limite no corpo receptor Demanda bioquímica de oxigênio (DBO) Não tem limite Oxigênio dissolvido (OD) ≥ 2mg/L Fonte- CONAMA 357/05 Tabela 2 - Parâmetros De Disposição Direta Para Galerias Pluviais Parâmetro Valor limite no corpo receptor Demanda bioquímica de Oxigênio (DBO5,20) ≤ 60 mg/L Oxigênio dissolvido (OD) ≥ 1,0 mg/L Demanda Química de Oxigênio (DQO) ≤ 150 mg/L Sólidos sedimentáveis ≤ 0,5 mg/L pH Entre 6,0 e 9,0 Sólidos não filtráveis totais ≤ 50 mg/L Temperatura ≤ 40°C Coliformes fecais 1 000 NMP/100 mL Óleos e graxas ≤ 50 mg/L Cloro residual livre ≥0,5 mg/L Fonte- NBR 13.969/97 Tabela 3 - Parâmetros De Disposição Direta Para Solo Parâmetro Valor limite no corpo receptor Demanda bioquímica de Oxigênio (DBO5,20) ≤ 60 mg/L

Eficiência de remoção de (DBO5,20) ≥ 80% Fósforo Total - mg/L Nitrogênio Total (TKN) - mg/L pH Entre 6,0 e 9,0 Sólidos Suspensos Decantáveis (SSD) - mg/L Sólidos Suspensos Totais (SST) - mg/L Temperatura - C Coliformes fecais - NMP/100 mL Óleos e graxas - mg/L Fonte- PREFEITURA DE LAURO DE FREITAS

Page 27: Monografia-Danniela Da Cal - EnGENHAMB 2010

28 2.3 OPERAÇÃO DE ETE

A ETEC Mista tem um baixo custo de operação, devido ao número

reduzido de operadores e ao tempo reduzido de permanência “[...]sistema compacto,ou seja menor área para implantação; baixo custo de

implantação e operação; baixa produção de lodo se comparado com os tanque de

aeração; consumo de energia é baixo (elevatória); a eficiência varia entre 65-75%

para a DQO/DBO; tem rápido reinicio; o lodo tem boa desidratação.

[...]”(CHERNICHARO,1997).

Porém, segundo o mesmo autor, apesar de ter inúmeras vantagens tem

sua desvantagens também, como: “[...]maus odores; muito susceptível a cargas tóxicas; “start up” muito longo, de 4-

6 meses; e como todo sistema de tratamento de esgoto precisa de um tratamento

preliminar. [...]”(CHERNICHARO,1997).

No Reator/UASB existem os chamados[...] “separadores

trifásicos(gases,sólido e líquido) na parte superior do reator, de forma a permitir a

retenção e o retorno do lodo [...]”. É também onde ocorre a captação dos gases

oriundos da decomposição da matéria orgânica (M.O.) que serão captados pelo filtro

de gás sulfídrico (CHERNICHARO, 1997).

Os Reatores/UASB para ter sucesso na eficiência esperada deve-se ter,

desde a partida, uma operação qualificada: “[...]os processos anaeróbios de alta taxa podem ser operados com cargas

orgânicas bem superiores às dos reatores anaeróbios convencionais, mas muitas

vezes estes processos de elevada eficiência necessitam de períodos mais longos para

partidas, melhor controle operacional e quadro de operadores mais qualificados,

para que o desempenho máximo do sistema seja

alcançado[...]”(CHERNICHARO,1997.p.197, grifo nosso).

Ou seja, o Reator/UASB tem que ser mantido estável com o controle

constantes da variáveis observadas em campo, tais como: a vazão do esgoto, que

deve ser mantida a de projeto; o potencial Hidrogeniônico (pH- indicador

ácido/básico) deve ser mantido sempre acima de 6,2, ou melhor, dentro da faixa de

6,8 à 7,2; a Temperatura (T) ideal é na faixa 30 à 35°C. Porém, nos esgotos

sanitários essa faixa é muito difícil de ser mantida, variando dentro dos 20 à 26°C no

sul e Sudeste Brasileiro. Já no Nordeste e Norte brasileiro essa faixa sobe para o

ideal; as Substâncias Tóxicas devem está ausente do sistema; devem está presente

e em quantidades suficientes os macro (P,S e N) e os micronutrientes

“A operacionalidade da Estação de Tratamento constitui um conceito que deve ser

aplicada desde a fase inicial de concepção do projeto. A operacionalidade pode ser

Page 28: Monografia-Danniela Da Cal - EnGENHAMB 2010

29 entendida como as facilidades que o projeto da ETE proporciona aos operadores

para alcançar a eficiência de projeto e os objetivos de desempenho. Neste sentido, a

fase de projeto apresenta particular importância em relação às características de

flexibilidade operacional, comportamento do processo, e operação e manutenção

propriamente ditas.”(JORDÃO, E.P.; PESSÔA,C.A,2005,P.137)

Este conceito citado pelos autores acima deve ser aplicado em qualquer

que seja a Estação de Tratamento, porém nas ETEC Mista deve-se ter mais

atenção, por causa de seu volume ser reduzido e sazonalidade da vazão ser muito

alta os choques são muito mais pronunciado e muito mais danosos. “Um outro aspecto crítico relativo ao desempenho das estações de tratamento é a

própria rotina de operação e o acompanhamento técnico do processo de que dispõe

o operador, seja por seus conhecimentos de processo, seja em relação à

modernidade ou á disponibilidade dos instrumentos de laboratórios e controle.”

(JORDÃO, E.P.; PESSÔA,C.A,2005,P.137)

As principais causas para a queda da eficiência no sistema de tratamento

de esgoto, as quais devem ser corrigidas, conforme apresentado na Tabela 4.

Tabela 4 - Queda de eficiência no tratamento Anaeróbio, especificamente no Reator UASB.

POSSÍVEIS CAUSAS POSSÍVEIS SOLUÇÕES Sobrecarga de esgoto com conseqüente diminuição do tempo de detenção;

Verificar e ajustar o Medidor e Controlador de Vazão;

Elevadas concentrações de ácidos voláteis no reator, alcalinidade reduzida e queda do pH;

Adicionar cal Hidratada, a fim de elevar a alcalinidade do reator e manter o pH próximo de 7.0;

Perda excessiva de sólidos do sistema, com redução do leito e da manta de lodo;

Diminuir vazão efluente da unidade com problemas ou retirar temporariamente o reator de operação;

Presença de substâncias tóxicas no esgoto; Localizar e eliminar as fontes de substancias tóxicas; Processo de “BULKING”- Excesso de sobrenadantes gelatinoso e cinza bem escuro (crescimento descontrolado das bactérias filamentosas) nos Decantadores provocando o entupimento do sistema. A principal causa do desequilíbrio dos microorganismos do sistema é a da queda brusca da relação alimento/microorganismo, ou seja, a falta de alimento. Mas também pode ser provocado pela falta de OD.

Solucionar a consequência da falta de OD.

Aumentar a relação alimento/microorganismos.

Queda brusca da temperatura do esgoto. Isolar o reator do ambiente externo. Fonte-CHERNICHARO, C.A.L, 1997 e PARSEKIAN, M.P.S., 2002

As variáveis explicitada no Tabela 4, retrata apenas o tratamento

Anaeróbio, especificamente ao Reator UASB. Na estação em estudo o Reator é do

tipo DAFA e é complementada por um FAS. No entanto, essas informações foram

utilizadas como base para o estudo.

Page 29: Monografia-Danniela Da Cal - EnGENHAMB 2010

30 3 CARACTERIZAÇÃO DA ETEC MISTA EM ESTUDO

O sistema adotado neste projeto é composto por um Tratamento Primário,

compreendido por Caixa de Gradeamento Caixa Desarenadora, Elevatória e

controlador de vazão. Seguido de um Tratamento Misto, composto por Digestor

Anaeróbio de Fluxo Ascendente (DAFA / Reator) conjugado com o Filtro Aeróbio de

Fluxo Ascendente com leito percolante de meio plástico (F.A.S), passando pelo

Sistema de Desinfecção.

A ETEC Mista de estudo, Figura 13, foi projetada para 150 funcionários

do canteiro de obra do setor administrativo , locada no município de São Francisco

do Conde, no Estado da Bahia. Esta ETEC foi fabricada pela Biofibra® e foi

projetada pela Original Com. e Serv. Ltda.

Figura 13 - Foto da ETEC Mista Fonte-o próprio Autor.2010

Page 30: Monografia-Danniela Da Cal - EnGENHAMB 2010

31 Considera-se como contribuição da ETEC uma vazão total de 15 m³/ dia

esgoto sanitário, sendo assim a configuração desta estação foi para atender à está

vazão, Tabela 5.

Tabela 5 - Composição de Equipamentos Quantidade DESCRIÇÃO / EQUIPAMENTOS CAPACIDADE 01 Caixa de Gordura 500L 01 Caixa de Gradeamento 310L 01 Caixa Desarenadora 310L 01 Caixa Equalizadora 500L

01 Elevatória completa c/2 bombas e quadro Elétrico 1.000L

01 Controlador de vazão 100L 01 Filtro Redutor de gás sulfídrico. - 01 Reator 5.000L 01 Filtro Aerado Submerso 5.000L 01 Sistema de desinfecção c/bomba dosadora 310L 02 Caixa. Inspeção 100L

Fonte – ORIGINAL, 2008 Porém, hoje a estação está recebendo o esgoto sanitário gerado por 350

pessoas, ou seja, está sub-dimensionada para a população atual. Com esse

excesso de vazão e aliada a uma operação inadequada vem acarretando a queda

da eficiência substancialmente do sistema. 4 OPERAÇÃO DA ETEC MISTA

Para atingir as eficiências adequadas ao seu nível de tratamento, além de

projeto e instalações desenvolvidos corretamente faz-se necessário a operação e

manutenção minuciosa dos equipamentos, buscando-se o funcionamento correto de

todos eles. Isso se aplica a todo e qualquer tipo de sistema, independentemente da

tecnologia adotada no tratamento do afluente.

O mau funcionamento de um dos componentes da ETEC Mista prejudica

todo o sistema e, como conseqüência, ocasiona o não comprimento da legislação

em vigor no País.

A operação da ETEC Mista requer cuidados básicos para evitar

problemas nas unidades de tratamento e para equipe de trabalho. Será fundamental

a permanência de um encarregado devidamente treinado e vacinado (DT - (difteria,

tétano e coqueluche)- tem no SUS; Hepatites A - não tem no SUS, B -tem no SUS- e

A+B - é a mais indicada; Mais a carteira de vacinação do adulto em dia (Febre

Page 31: Monografia-Danniela Da Cal - EnGENHAMB 2010

32 Amarela, Tríplice Viral, Influenza - indicada para o trabalhador de qualquer idade (no

SUS a partir de 60 anos) anual – ir num posto do SUS), capacitado e consciente do

uso de EPI’s para prevenção de doenças (leptospirose, hepatite A, hepatite E,

doenças diarréicas e febre tifóide). Deverá ser evitada a entrada de pessoas não

autorizadas, e de animais.

a) A ETEC Mista deve estar cercada com grades de proteção e só deve

ter acesso às suas instalações um operador devidamente treinado, vacinado e

protegido pelo seu EPI;

b) Não se deve introduzir na ETEC Mista nenhum material além do

afluente a ser tratado;

c) A área de locação da ETEC Mista deve estar sempre limpa e seca;

d) Na locação da ETEC Mista deve ser levada em conta a facilidade de

acesso do operador;

e) As análises físico-químicas e bacteriológicas devem ser feitas

periodicamente, para manter o efluente nos padrões exigidos pela ETEC Mista;

f) No caso de equipamentos enterrados, só é seguro que se retire 1/3 do

seu volume útil, por ocasião das manutenções.

Page 32: Monografia-Danniela Da Cal - EnGENHAMB 2010

33 4.1 PLANO DE OPERÇÃO

O Supervisor deverá orientar e verificar se as rotinas estão sendo

executadas, tais como observado na tabela 6.

Tabela 6 - Rotina de Operação EQUIPAMENTO ATIVIDADES FREQUÊNCIA

Gradeamento Retirar sólidos grosseiros; Diariamente Depositar e destinar o material retirado em aterro sanitário; Diariamente

Desarenadora Retirar a areia depositada no fundo; Semanalmente A areia retirada deve ser destinada a aterro sanitário; Semanalmente

Caixa de Gordura Retirar a Gordura. Sempre que estiver saturada

Elevatória

Fazer a manutenção preventiva das bombas; Mensalmente

Alternar funcionamento das bombas, nunca deixando nenhuma delas por muito tempo sem funcionamento.

Semanalmente

Reator DAFA

Inspecionar o medidor e controlador de vazão, desentupindo os tubos e garantindo a vazão uniforme do esgoto;

Semanalmente

Limpar a calha de recolhimento e vertedouros. Semanalmente

Remover a escuma formada na superfície do reator, encaminhando-a para o leito de secagem e, em seguida, dispô-la em aterro sanitário;

Quando necessário

Observar a ocorrência de infiltrações na estrutura do reator e repará-las. Diariamente

Biofiltro

Limpar calha de recolhimento e vertedouros. Semanalmente

Lavar o filtro para evitar excesso de biomassa; Proceder às descargas do efluente no leito de secagem, entregá-lo para recolhimento à companhia local de saneamento, ou retorná-lo ao processo.

Quando necessário

Filtro Aerado Submerso

Lavar o filtro para evitar excesso de biomassa Quando necessário

Lodo - Proceder às descargas do efluente no leito de secagem, entregá-lo para recolhimento à companhia local de saneamento, ou retorná-lo ao processo.

Esperar de 2 a 3 meses para formação do manto. Em seguida retirar de dez em dez dias (ou sempre que os SST passarem dos 300mg/L) o volume de 1 a 2 m³ para cada 10m³ do equipamento, retornando-o para elevatória

Decantador

Remover o material sobrenadante; Quando necessário Limpar dispositivos de entrada e coleta. Quando necessário

Lodo - Proceder às descargas do efluente no leito de secagem, entregá-lo para recolhimento à companhia local de saneamento, ou retorná-lo ao processo.

Esperar de 2 a 3 meses para formação do manto. Em seguida retirar de dez em dez dias (ou sempre que os SST passarem dos 300mg/L) o volume de 1 a 2 m³ para cada 10m³ do equipamento, retornando-o para elevatória

Page 33: Monografia-Danniela Da Cal - EnGENHAMB 2010

34

Sistema de Desinfecção

Cuidar para que estejam sendo aplicadas as dosagens certas de produto desinfetante. Verificar se não há entupimento nas válvulas de cargas e descargas. Verificar se a bombona-reservatório não está vazia.

Diariamente

Fonte- Adaptado com dados de campo e com CHERNICHARO, C.A.L, 1997 A seguir será abordado as ocorrências mais comuns em cada

equipamento que devem ser evitadas para se obter o êxito da eficiência.

4.2 CAIXA DE GORDURA

A caixa de Gordura recebe efluentes das pias das cozinhas, e retém os

óleos, graxas, detergentes e corpos sólidos não biodegradáveis, que são lançados

na rede de esgoto.

O acúmulo de detritos na caixa gordura, provoca o entupimento e permite

a passagem dos óleos, graxas, detergentes e corpos sólidos não biodegradáveis

para o sistema. Eles são causadores de grandes problemas na ETEC Mista, tais

como, a formação de sobrenadantes, que com o passar do tempo endurece e acaba

impedindo a passagem de esgoto causando danos ao sistema biológico. Além de

provocar aderências nas redes coletoras do esgoto diminuindo sua capacidade de

fluxo, são causadoras de odores desagradáveis e causam danos aos corpos

receptores. A limpeza constante das caixas evita a mineralização e o entupimento.

Se a vazão for acima da capacidade de detenção da caixa a gordura, as

gorduras não ficam retidas passando para o sistema. E como geralmente nesse

caso de excesso de vazão só terá um tempo de detenção no Reator/DAFA e no

FAS, será nesses equipamentos que ocorrerá os danos, na figura 14.

(CHERNICHARO, 1997)

Page 34: Monografia-Danniela Da Cal - EnGENHAMB 2010

35

Figura 14 - Limpeza do Reator/DAFA com Gorduras mineralizadas Fonte:Biofibra,2010

Figura 15 - Limpeza da Caixa de Gorduras Fonte:Biofibra,2010

A limpeza geralmente é feito por empresas especializadas, porém pode

ser feito manualmente com auxilio de pás e ancinhos e o material deve ser

acondicionado em plásticos e ser destinados em aterros sanitários licenciados.

4.3 CAIXA DE GRADEAMENTO

A Caixa de Gradeamento recebe efluentes dos sanitários, lavabos e

chuveiros, retendo a passagem de lixos(papel higiênico, plástico, lixos diversos) para

o sistema.

A limpeza do gradeamento deve ser diária e manual, para evitar

obstrução das tubulações da ETEC Mista. Utilizando-se equipamentos de proteção

individual (Luva de Borracha, Óculos, etc.), deverão ser recolhidos os sólidos

grosseiros (lixo), colocados em recipiente próprio e encaminhados a um aterro

sanitário devidamente licenciado.

Page 35: Monografia-Danniela Da Cal - EnGENHAMB 2010

36 Dependendo do tipo de Gradeamento, se grossa, média ou fina, a

limpeza irá variar, pois quanto mais fina, mais reterá sólidos e irá precisar de mais

limpezas ao logo dos dias, como demonstrado no Tabela 7. A limpeza geralmente é

feito por empresas especializadas, porém pode ser feito manualmente com auxilio

de pás e ancinhos e material deve ser acondicionado em plásticos identificados para

material contaminado e ser destinados em aterros sanitários com as devidas

licenças ambientais. (JORDÃO, E.P.; PESSÔA,C.A,2005).

Tabela 7 - Quantidade de sólidos grosseiros removidos em função do

espaçamento entre as barras.

ESPAÇAMENTO (mm)

QUANTIDADE TÍPICA DE SÓLIDOS GROSSEIROS RETIDOS (L/1.000m³)

12,5 50 20 38 25 23 35 12 40 9 50 6

Fonte : (JORDÃO, E.P.; PESSÔA,C.A, 2005; P.164)

A experiência em campo demonstrou que entupimentos são provenientes

do excesso de lixos, figura 15, das grande impede a passagens do esgoto,

causando o transbordamento e a criação de um Tempo de Detenção Hidráulico

(TDH) provocando um odor desnecessário na ETEC Mista.

Figura 16 - Caixa de Gradeamento Parcialmente Entupida Fonte:o próprio Autor.2010

Já houve casos, onde a caixa de gordura não funcionava adequadamente

e a passagem da gordura entupiu as grades provocando a massa dura, figura 16, o

odor é altamente desagradável nessas situações.

Page 36: Monografia-Danniela Da Cal - EnGENHAMB 2010

37

Figura 17 - Caixa de Gradeamento Entupida por Gordura Fonte:o próprio Autor.2010

Esses entupimentos das grades provocam o retorno nas redes e o refluxo

do esgoto nos ralos dos sanitários.

4.4 CAIXA DESARENADORA

A Caixa Desarenadora recebe todo o esgoto e retém a areia do sistema.

A falta da limpeza periódica faz com que se acumule no fundo da caixa de areia, o

excesso deste material provoca a perda da capacidade da caixa e permite a

passagem de areia para o sistema que acaba causando desgastes nos motores das

bombas de sucção da elevatória .

Figura 18 - Caixa Desarenadora Fonte:o próprio Autor.2010

As Caixas Desarenadoras podem acumular gases explosivos ou tóxicos,

por tanto devem ser tomados alguns cuidados como deixar a área instalada bem

arejada. Deve ser sinalizada como zona explosiva e de potencialmente tóxica. E

tanto os visitantes como os operadores devem adotar medidas de seguranças.

(JORDÃO, E.P.; PESSÔA,C.A, 2005)

Na tabela 8, estão relacionados alguns problemas que ocorrem nas

Caixas Desarenadoras.

Page 37: Monografia-Danniela Da Cal - EnGENHAMB 2010

38 Tabela 8 - Problemas Operacionais

Ocorrências Causas Solução

Excesso de matéria orgânica. Velocidade muito baixa

Diminuir área da Caixa. TDH alto

Arraste da areia Velocidade muito Alta Remover a areia acumulada com mais freqüência; Adicionar mais uma caixa; TDH baixo

Fonte :Adaptado (JORDÃO, E.P.; PESSÔA,C.A, 2005; P.206)

Esse equipamento tem a finalidade de remover material inorgânico não

putrescível. O grão de areia é normalmente superior a 0,2mm com a velocidade de

sedimentação em média de 0,02m/s, que é maior que a da matéria orgânica.

(JORDÃO, E.P.; PESSÔA,C.A, 2005).

4.5 SISTEMA DE EQUALIZAÇÃO E ELEVAÇÃO

O Sistema de Equalização e Elevação (SEE), figura 8, é uma peça

fundamental no sistema das ETEC Mista, ela funciona como um tanque de

equalização ou pulmão. Isso ocorre porque o SEE é acrescido 80% a mais em seu

volume corresponde a vazão do projeto, que faz com que o esgoto seja

homogeneizado antes de ser bombeado para o Reator/UASB. O SEE também

recebe uma parte do lodo originado do F.A.S. e do Decantador para que ajudam na

equalização do esgoto que entram no Reator/UASB o tornado mais eficiente .

Figura 19 - Sistema de Equalização e Elevação - SEE Fonte:Biofibra,2010

Para que não ocorram odores desagradáveis no SEE, é necessário fazer

o controle da vazão que é realizada em uma peça, figura 20, acoplada no

Reator/UASB. Sua função e retornar o excesso de vazão ao SEE, ao operar esse

Page 38: Monografia-Danniela Da Cal - EnGENHAMB 2010

39 movimento faz com que o sistema de elevação funcione mais vezes evitando com

esgoto fique parado no SEE.

Figura 20 - Medidor e Controladora de Vazão Fonte:Biofibra,2010

É no SEE que aplica-se os insumos, tais como, a solução alcalinizante

para correção do pH e os Microorganismos Efetivos (EM) para estabilizar a digestão

do efluente, e, juntamente com o lodo, oriundo do F.A.S e do Decantador,

equalizando o novo efluente que entra e é elevado para o Reator/UASB. Essa

equalização permite evitar os choques no Reator/UASB que causa danos no

processo de digestão.

4.5.1 Microorganismos Efetivos (EM)

O Microorganismo efetivo é um equilibrador do sistema que induz os

microorganismos facultativos do Tratamento serem fermentativos e fotossintético. No

mercados existem varias marcas, porem cada marca tem seu microorganismos

específicos

O Produto deve ser ativado seguindo a proporção de um litro do produto,

um quilo de açúcar e dezoito litros de água de acordo com especificação do

fabricante, Tabela 9. Uma vez ativado deverá ser aplicado no SEE, sua durabilidade

depois de ativado varia de 30-60 dias. Por tanto, deve-se fazer o cálculo da

quantidade necessária para aplicação para que nunca falte o produto, fichas

técnicas e de segurança em anexos A, B e C. (AMBIEM, 2010)

Page 39: Monografia-Danniela Da Cal - EnGENHAMB 2010

40 Tabela 9 - Ativação do Acelerador Biológico - EM

EM Açúcar escuro (mascavo ou demerara)/ Melaço de cana Água

1 litro 1 Kg 18 litros

5 litros 5 Kg 90 litros

20 litros 20 Kg 360 litros

Fonte : (AMBIEM, 2010; FICHA TÉCNICA)

Para facilitar o manuseio, deve-se ajustar a bomba dosadora com o

tempo (8; 12; 24 horas) de funcionamento do local onde será instalada. Para

conseguir este resultado deve-se aplicar o produto ativado em doses regulares, nos

seguintes momentos:

a) Choque - 1L do produto ativado para cada 1m³ Volume do

Equipamento – única vez;

b) Estabilização - 1L produto ativado para cada 1m³ afluente da

vazão diária de esgoto por dia durante 3 meses;

c) Manutenção - 1L produto ativado para cada 10m³ afluente da

vazão diária de esgoto por dia; (AMBIEM, 2010)

4.6 REATOR DAFA

Nos Reatores sem defletores (DAFA) existe uma facilidade da operação,

uma vez que, com os defletores, a ocorrência de eventuais entupimentos desses

defletores com escumas mineralizadas obstruindo a saída de gases, é frequente.

É no Reator/DAFA que apresenta as maiores ocorrências dos problemas

de corrente a falta de uma boa operação no tratamento preliminar.

A formação da manta de lodo onde ocorre a digestão do esgoto, figura 21,

leva em torno de 180 dias. É durante esse processo, que acontece a climatização

das bactérias e uma boa operação com o controle das variáveis irão formar um bom

manto, principalmente a vazão para não ocorra choques.

Page 40: Monografia-Danniela Da Cal - EnGENHAMB 2010

41

Figura 21 - Lodo em Formação Fonte: Autor, 2010

Nessa fase ter um descontrole das variáveis, principalmente a vazão para

ocorre danos no Reator, a principal identificação e a formação de escumas

sobrenadantes ultrapassando o NA e deixando passar lodo para o F.A.S, figura 22.

Figura 22 - Escumas Fonte: Autor, 2010

Figura 23 - Proliferação de Insetos e Vermes Fonte: Autor, 2010

Essa proliferação da figura 23, é provocado pela parada do fluxo por

muito tempo, 4 a 7 dias.

Page 41: Monografia-Danniela Da Cal - EnGENHAMB 2010

42 4.7 FILTRO AERADO DE LEITO SUBMERSO (F.A.S)

A colmatação do F.A.S é difícil de ocorre, mas acontece, com excessos

de sólidos não digeridos no reator que acabam passando para o filtro. Esses sólidos

alem de poder causar a colmatação também provocam a formação de espumas na

superfície do tanque e aeração ajuda com a sua dispersão.(CLETO, 2010)

Na figura 24, ocorreu a colmatação da terceiro compartimento do F.A.S,

tem que se abrir o registro de esgotamento do lodo e sacudir o material percolante

para que volte a correr o fluxo normal.

Figura 24 - Colmatação do F.A.S Fonte: Autor, 2010

Muitos desse casos, ocorre devido a falta do retorno do lodo do

Decantador que com a formação de gases faz o mesmo flutuar impedindo a

passagem do fluxo. Em outros, ocorre devido o processo da formação do “Bulking”,

formam uns filamentos impedindo a passagem normal do fluxo dentro do F.A.S. Tem

também, a falta do retorno do lodo, que provoca o entupimento da passagem do

compartimento central para o terceiro, fazendo com que o fluxo passe por cima do

vertedor.

4.8 DECANTADOR

A rotina de operação de um Decantador é muito importante, deve-se fazer

o retorno de lodo com freqüência de acordo com o plano para evitar a formação do

“jacaré”, que é lodo que flota devido ao demasiado tempo no fundo. Esse lodo

começa formar gases da digestão anaeróbia e ficando com a densidade mais leve

acaba indo para superfície formando uma camada gelatinosa e espessa,figura 25,

impedindo a passagem do fluxo. Esse processo começa fazer o refluxo nos outros

equipamentos.

Page 42: Monografia-Danniela Da Cal - EnGENHAMB 2010

43

Figura 25 - Formação de “jacaré” no Decantador Fonte: Autor, 2010

Pode movimentar para o gás sair e assim poder sedimentar novamente,

ou retirar com auxilio de uma rede, ou succionar com caminhão “vac-all”. Para evitar

uma nova ocorrência, deve-se aumentar a frequência do retorno do lodo para SEE.

4.9 DESINFECÇÃO

O hipoclorídrico de sódio a com uma concentração de 12% é o

desinfetantes mais utilizado no tratamento de esgoto.

Esse produto é bastante abrasivo e é comum causar danos nas

mangueiras de aplicação, tais como, provocar pequenas rachaduras causando o

derramamento do produto, figura 26.

Figura 26 - Rompimento da Mangueira de Aplicação. Fonte: Autor, 2010

Ocorre também entupimentos nos bicos injetores, por ser um sal o

hipoclorídrico se cristaliza em contato com ar. E são esses cristais que podem

causar o entupimento dos bicos injetores.

Page 43: Monografia-Danniela Da Cal - EnGENHAMB 2010

44

Figura 27 - Bomba Dosadora Fonte: Autor, 2010

Uma outra ocorrência é entrada de bolhas de ar na mangueira, que

também impede a passagem do hipoclorídrico de sódio.

5 RESULTADOS

Para atingir os resultados de projeto tem que se fazer um controle

operacional das variáveis através de métodos de analises de campo. Evitando os

choques, que numa ETEC Mista, por ser compacta, são muito mais danosos que em

uma ETE de grandes volumes.

A ETEC Mista em estudo foi acompanhada durante 3 meses, dentro os

quais foram aplicados os controles operacionais da variáveis com base dos

resultados das analises de campo. As analises foram realizadas uma vez por

semana, dependo do resultado eram inferidos os devidos ajustes operacionais.

5.1 CONTROLE OPERACIONAL E VARIÁVEIS

A eficiência da ETEC Mista está vinculada a uma série de variáveis.

diante das observações de campo foram identificadas as principais variáveis

operacionais com maior facilidade de detecção em campo. Na Tabela 10 , estão

apresentadas os principais problemas observados em campo durante a operação da

ETEC Mista e as ações tomadas para solucionar os problemas, com suas

respectivas variáveis operacionais.

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45 Tabela 10 - Queda de eficiência do sistema observada em campo e ações

tomadas. PROBLEMAS

IDENTIFICADOS AÇÕES TOMADAS VARIÁVEIS

Retorno de esgoto nos ralos; Verificar a Caixa de Gradeamento Detecção Visual Passagens de areia para os equipamentos

Verificar e limpar com mais freqüência a Caixa Desarenadora Detecção Visual

Excesso de vazão ocorrendo a diminuição do tempo de detenção;

Verificar e ajustar o Medidor e Controlador de Vazão;

Vazão

Variação pH;

Adicionar cal Hidratada, a fim de elevar a alcalinidade do reator e manter o pH próximo de 7.0;

Testes Titulométricos para pH

Adicionar Acido Nítrico, a fim diminuir a alcalinidade do reator e manter o pH próximo de 7.0;

Testes Titulométricos para pH

Excesso de SST na saída do tratamento

Diminuir vazão efluente Vazão

Descarregar o Decantador Teste com Cone Inhoff

ou com um Jarro graduado de um litro

Excesso de OD no F.A.S Efetuar paradas de +/- 2h para controle do OD

Testes Titulométricos para OD

Processo de “BULKING”- Excesso de sobrenadantes gelatinoso e cinza bem escuro (crescimento descontrolado das bactérias filamentosas) nos Decantadores provoca o entupimento do sistema. A principal causa do desequilíbrio da fauna do sistema é a da queda brusca da relação alimento/microorganismo, ou seja, a falta de alimento. Mas também provocado pela falta de OD.

Controlar o OD. Testes Titulométricos para OD

Aumentar a relação alimento/microorganismos.

Sobrenadantes (Detecção Visual)

Parada do fluxo Verificar o excesso de sobrenadantes no Decantador.

Sobrenadantes (Detecção Visual)

Sobrenadantes no Decantador

Executar descarga de fundo com uma certa regularidade para evitar a formação de gases no fundo do Decantador provocando a flotação do lodo decantado.

Sobrenadantes (Detecção Visual)

Entupimentos provocados por defletor do reator Remover / substituir defletor Gordura (Detecção

Visual)

Sem Cloro Residual Regular a dosadora de Cloro Testes Titulométricos para cloro

Fonte: Autor, 2010 A seguir os problemas operacionais serão discutidos de acordo com a

etapa do tratamento.

Das variáveis observadas, a mais significativa, vivenciada em campo, no

controle da eficiência foi a estabilização da vazão, pois a sua sazonalidade provoca

Page 45: Monografia-Danniela Da Cal - EnGENHAMB 2010

46 um desequilíbrio em função na concentração de nutriente e carga orgânica na ETE,

podendo causar a morte do Lodo ativo no Reator/DAFA.

A ETEC Mista em estudo, foi projetada para 150 pessoas e hoje existem

no canteiro 350 pessoas, ou seja, 57,14% a mais de vazão por dia, sem contar os

visitantes. Com este aumento significativo da vazão traz consequências graves para

eficiência da ETEC Mista, como variação brusca da entrada de DQO, apesar de não

ser uma variável de campo, desencadeia as outras variáveis de campo Essa

variação é devido as cozinhas industriais, mesmo que não haja fabricação dos

alimentos no local. Como o tratamento preliminar não foi concebido para reter os

grãos, este tem passado para o sistema aumentando o DQO e aliado com o

aumento da vazão prejudicando a estabilidade dos Reatores/DAFA e

desencadeando o choque e perda da eficiência do sistema.

Para diminuir os efeitos nocivos do aumento de vazão é fazendo o

controle da vazão na controladora de vazão deixando passar só o que a ETEC Mista

suporta e a vazão excedente retornando para o SEE e aplicar o EM para que

comece a estabilização antes de entrar no Reator/DAFA. Esse procedimento deve

ser acompanhado até que se amplie a ETEC Mista

5.2 MÉTODOS DE ANALISES EM CAMPO DAS VARIÁVEIS

O ideal que fosse feito as analises de campo das variáveis diariamente

para se ter um efetivo controle da ETEC Mista. Abaixo estão demonstrado os

componentes químico e físico para realização para os testes de cada variável que

pode ser aplicado em campo sem muita dificuldade.

a) pH

Para a determinação do pH em campo usando o Papel Teste para faixa

de 0 até 14 aplicando no esgoto de entrada e no esgoto de saída. Compare a

coloração para obter o resultado.

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Figura 28 - Papel Teste de pH Fonte: WWW.3bscientific.com.br, 2010

Para a determinação do pH em campo usando cinco gotas do Vermelho

Fenol vermelho 1% com o esgoto balizado na marca do frasco, figura 28, para a

faixa de 6,5 até 8, sendo a faixa ideal de manter o esgoto é de 6,5 – 7,2. Compare

a coloração para obter o resultado.

Figura 29 - Kit de Analise de Cloro e pH Fonte: Autor, 2010

b) Cloro Residual:

Para a determinação do cloro residual usa-se reagente composto por:

ácido clorídrico < 10% + Otortoluidina < 1%, figura 28, para uma faixa de 0-5ppm,

sendo a faixa ideal para se manter o controle dos CF é de 0,5 – 1ppm. Compare a

coloração para obter o resultado.

c) Temperatura:

Para a determinação da temperatura do esgoto usa-se um Termômetro

de mercúrio ou digital. Não foi aplicado no estudo, por estar numa região onde a

temperatura é constante sem variações que possa interferir no sistema de

tratamento.

Page 47: Monografia-Danniela Da Cal - EnGENHAMB 2010

48 d) Sólidos Sedimentáveis:

Cone Imhoff + suporte (dê preferência aos de plásticos para evitar

acidentes).

Figura 30 - Cone Imhoff Fonte: www.q-i-s.net, 2010

Coleta-se um litro de esgoto da entrada e de saída colocando em cada

cone identificando o de entrada e o de saída. Cronometra um hora e depois lê-se a

marca de sólidos na graduação do cone.

Também se utiliza no Decantador para verificar se está hora de se fazer a

descarga de fundo. Nesse caso, se a medida de sólidos estiver igual o maior que

300ml deve-se realizar operação.

e) Oxigênio Dissolvido:

Para a determinação do usa-se reagente composto por ácido, figura 31.:

Balizar a amostra de esgoto na marca do frasco de analise, colocar 02 gotas da

Solução Reagente 1 :Sulfato Manganoso, Água Destilada, tampar o frasco e agitar

para homogeneização da solução. Em seguida adicionar 02 gotas da Solução

Reagente 2: Hidróxido de Sódio, Iodeto de Potássio, Água Destilada, tampar o

frasco e agitar para homogeneização da solução. Em seguida adicionar 02 gotas da

Solução Reagente 3: Ácido Sulfúrico, Água Destilada, tampar o frasco e agitar para

homogeneização da solução. Após aguardar 05 minutos mantendo a proveta

abrigada do sol e escuro. Ao término dos cincos minutos compare a coloração,

figura 32, com a tabela para obter o resultados.

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49

Figura 31 - Kit de Analise de OD Fonte: Autor, 2010

Figura 32 - Tabela de indicação Fonte: LabonTest, 2010

f) Vazão:

Com o auxilio de uma régua, vê-se a altura, em cm, que o esgoto está

passando no vertedor do tipo Thompson (com a abertura em “v” com as laterais de

16 cm com um ângulo entre si de 90° e a base de 32 cm) e faz-se a leitura na tabela

11.

Page 49: Monografia-Danniela Da Cal - EnGENHAMB 2010

50 Tabela 11 - Medição da Vazão

Altura (Cm) Vazão (L/s)

00 000

1,0 0,008

2,0 0,045

3,0 0,123

4,0 0,252

5,0 0,441

6,0 0,695

7,0 1,022

8,0 1,427

9,0 1,916

10,0 2,493

11,0 3,164

12,0 3,932

13,0 4,804

14,0 5,781

15,0 6,870

16,0 8,073

17,0 9,394

18,0 10,837

19,0 12,405

20,0 14,102

Fonte:Biofibra, 2010

Page 50: Monografia-Danniela Da Cal - EnGENHAMB 2010

51 6 CONCLUSÃO.

As ETEC Mistas apresentam como uma boa solução para pequenas

comunidades e para municípios por terem obtidos um bom desempenho

operacional, dede que sejam bem operada.

A ETEC Mista de estudo durante os 03 meses de acompanhamento

obteve uma eficiência de 97,2% de redução no DQO; 94,8% na diminuição de SST,

pH vario sempre na casa do 7,2, 79% na remoção do Fósforo Total, 79,3% na

remoção do Nitrogênio Total, OD se manteve na faixa de 5,8ppm e 99,999% de CF.

O produto EM tem obtidos bons resultados de eficiência, desde que

aplicado corretamente, mesmo com o aumento da vazão de esgoto, teve uma

redução da DBO de 99%.(AMBIEM, 2010)

O EM tem demonstrado que pode ser um grande aliado das ETEC Mista

para se atingir os níveis de eficiência que os órgãos ambientais tem exigido para

melhoria dos corpos receptores (AMBIEM, 2010)

Foi obtido uma diminuição significativas dos gases tóxicos, característicos

do Tratamento Anaeróbio, que são resultados da produção da Amônia (NH4) e do

Dióxido de Enxofre (H2S), que são os causadores de odores desagradáveis na

ETEC Mista. (AMBIEM, 2010)

Além do EM equilibrar o sistema, fazendo com a ETEC Mista obtenha os

resultados esperados, ele é de baixíssimo custo.(AMBIEM, 2010).

Outra característica interessante é que o EM contribui para a diminuição

dos microorganismos patogênicos. Isso significa a diminuição do uso do

hipoclorídrico de sódio a 12% que é tão prejudicial ao Meio Ambiente.

Porém, esse resultado satisfatório só aparece depois da quarta semana

de aplicação regulares e o controle do choque na ETEC Mista, ou seja, a

regularização e equalização da vazão, reiterando o uso do SEE em todas as ETEC

Mistas (AMBIEM, 2010).

Atualmente, ETEC Mista de estudo não está sendo bem operada e

apresenta uma significativa perda de eficiência. Apresenta fortes odores,

característica principal do mal funcionamento do sistema. Em ultimas analises o

DQO só obteve uma redução de apenas 28,6% e os parâmetros também tiveram o

mesmo resultado, um péssimo resultado.

Page 51: Monografia-Danniela Da Cal - EnGENHAMB 2010

52 Estas analises comprovam que a ETEC Mista só terá um bom resultado

se bem assistidas por pessoas qualificadas e com treinamento de atualização

constante. É bom ressaltar que cada ETEC Mista irá apresentar características de

operação diferentes.

Page 52: Monografia-Danniela Da Cal - EnGENHAMB 2010

53

REFERÊNCIAS. CHERNICHARO, C.A.L.-Princípios do Tratamento Biológico de Águas Residuárias, v5. Reatores Anaeróbios - Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental – DESA-UFMG, Belo Horizonte (1997), 245p;

CLETO FILHO, OSVALDO.- Curso de Estação de Tratamento de Dejetos Industriais– EduTech Ambiental – São Paulo, 2010

JORDÃO, E.P.; PESSÔA,C.A.-Tratamento de Esgoto Doméstico - 4. ed. Rio de Janeiro: ABES, 932 p. 2005;

Normas Técnicas da ABNT NBR 13.969 /97 – “Unidades de Tratamento Complementar e disposição final dos efluentes Líquidos – Projeto, Construção e Operação’’;

SINOTI ,ANDRÉ LUIZ LOPES E SOUZA, MARCO ANTONIO ALMEIDA DE - II-047 - Processo Eletrolítico No Tratamento De Esgotos Sanitários: Estudo Da Sua Aplicabilidade E Mecanismos Associados- 23º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental

Site - http://portalexame.abril.com.br/meio-ambiente-e-energia/noticias/mais-metade-domicilios-brasileiros-nao-tinham-redes-esgoto-2008-589583.html, 20/08/2010 | 10:27

Site - http://www.em-la.com DR.TERUO HIGA - EMRO Partner -"EM™" and "EM•1®" are the trademarks of EM Research Organization, Inc. (EMRO). You may not use the trademark without prior written consent of EMRO - SIMÕES, Cid. - Ambiem Ltda. Brasil- Lauro de Freita, BA. 08/11/2010 | 20:17 Site: http://biofibra.com.br/php/ Biofibra Indústria e Com. Ldta. 09/11/2010 | 17:25

VON SPERLING, MARCOS – Introdução à Qualidade das Águas e ao Tratamento de Esgotos, v1.. Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental – DESA-UFMG, Belo Horizonte (1997), 443p;

VON SPERLING, MARCOS - Princípios Básico do Tratamento de Esgotos, v1. Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental – DESA-UFMG, Belo Horizonte (1997), 209p;

VON SPERLING, MARCOS - Princípios do Tratamento Biológico de Águas Residuárias, Lodos Ativados. v4. Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental – DESA-UFMG, Belo Horizonte (1997), 428p;

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54

APENDICE

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55

ANEXO

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56 ANEXO A

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57 ANEXO B

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58 ANEXO C