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Moeda: definição e funções
Roberto Arruda de Souza Lima
01/08/2013
LES 0675 - Economia Monetária
Objetivos da aula
• Apresentar o programa da disciplina• Por que estudar moeda, bancos e mercados
financeiros?• O que é moeda? Para que serve? Como é
medida?
Programa
MOEDA
• Moeda: definição e funções• Demanda de moeda• Oferta de moeda• Taxa de juros
INFLAÇÃ
O
• Nivel geral de preços e taxa de inflação• A dinâmica da inflação• Mecanismos de transmissão da política monetária• Moeda, taxas de juros e taxa de câmbio
SISTEMA FINANCEIRO
• Novo paradigma em economia monetária• Instituições financeiras e atividade bancária • A experiência brasileira recente
“Copom sobe juro para 8,5% ao ano na terceira elevação seguida”
BC confirma previsão de economistas e juro é o maior em mais de um ano.Alta do dólar e desemprego historicamente baixo pressionam a inflação.
Fonte: Portal G1, 10/07/2013 20h06 - Atualizado em 10/07/2013 21h16
Por que estudar moeda, bancos e mercados financeiros?
Consumo
InvestimentoPIB
Exportações líquidasPoupança
Por que estudar moeda, bancos e mercados financeiros?
O que é
Causas
Medidas de combate
Consequências
Mercado eleva previsão para inflação de 2014, mostra Focus
Fonte: Folha UOL, 29/07/2013 - 09h06
Por que estudar moeda, bancos e mercados financeiros?
Mercados financeiros
Instituições financeiras
• Títulos• Ações
• Câmbio
• Bancos• Companhias
de seguros• Etc.
MOEDA e POLÍTICA MONETÁRIA
Moeda
• Evidências sugerem que a moeda desempenha papel importante como origem dos ciclos econômicos: quando a produção está crescendo, é mais fácil conseguir um bom emprego.
• Por outro lado, em geral, toda recessão do séc. XX foi precedida por um declínio na taxa de crescimento da moeda.
Pensando como economista
• Em economia: moeda é ≠ de renda e riqueza• Para um economista, moeda se refere a um
estoque de ativos que podem ser prontamente utilizados para realizar transações
• Renda e poupança: fluxo (expressa por unidade de tempo)
• Riqueza e moeda: estoque (valor em dado momento)
Moeda
• Definição geral:
“moeda é qualquer coisa que seja aceita em pagamento por bens ou serviços, ou no
pagamento final de dívidas”Mishkin, 2000.
MOEDA ORIGEM
A origem da moeda está no desenvolvimento das comunidades
Progresso Econômico
Especialização do Indivíduo em
Produções Isoladas
Necessidade de recorrer aos demais
agentes para satisfazer suas necessidades
e na consequente intensificação da divisão do trabalho e do processo de troca entre os agentes econômicos.
MOEDA ORIGEM
A origem da moeda está no desenvolvimento das comunidades e na consequente intensificação da divisão do trabalho e do processo de troca entre os agentes econômicos.
Moeda é um objeto que serve como intermediador de trocas.
MOEDA FUNÇÕES
As principais funções da moeda são:• Ser intermediária de trocas;• Ser medida de valor;
2
1NN número de preços necessários quando se tem N bens
MOEDA FUNÇÕES
As principais funções da moeda são:• Ser intermediária de trocas;• Ser medida de valor;• Ser reserva de valor;• Ser instrumento de poder liberatório;• Ser padrão de pagamento diferido; e,• Ser instrumento de poder econômico e
político
Funções básicas
QUASE-MOEDA
Quase-moeda são ativos que servem como medida de valor e reserva de valor mas não são intermediários de troca.
Exemplo: o uso do BTN no final da década de 80.
Plano Real
• Dissociação oficial entre meio de troca (cruzeiros reais) e unidade de conta (URV)
• 4 meses (fev-jun/1994)• 1º julho: criaçao do Real, onde:• R$ 1,00 = URV 1,00 = Cr$ 2.750,00
CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DA MOEDA
• Indestrutibilidade e inalterabilidade das suas características físicas;
• homogeneidade de duas unidades equivalentes de moeda;
• divisibilidade;• transferibilidade (sem registro da
propriedade anterior); e,• facilidade de manuseio e transporte.
Moeda da Ilha de Yap
CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DA MOEDA
• Indestrutibilidade e inalterabilidade das suas características físicas;
• homogeneidade de duas unidades equivalentes de moeda;
• divisibilidade;• transferibilidade (sem registro da
propriedade anterior); e,• facilidade de manuseio e transporte.
O papel-moeda atual apresenta todas essas características desejáveis da
moeda.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA MOEDA
Troca Direta(escambo)
Progresso Econômico
Especialização do Indivíduo em
Produções Isoladas
Necessidade de recorrer aos demais
agentes para satisfazer suas necessidades
• Dupla coincidência de desejo
• Equiparação quantitativa
• Tempo
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA MOEDA
Moeda desempenha a função de denominador comum de valor (medida de valor)
A moeda permite definir duas operações distintas: a compra e a venda
elimina a necessidade de dupla coincidência de desejos
Trocas Diretas Trocas Indiretas (intermediação da moeda)
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA MOEDA
Moedas Mercadorias:
Originalmente, procurou-se utilizar como moeda objetos ou bens que apresentassem altos valores de uso e de troca.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA MOEDA MOEDAS MERCADORIAS
• Antigüidade: • Gado (Pérsia)
• Idade Média:
• Idade Moderna:
• Gado, cereais e mel (Alemanha)• Gado, tecidos, peixes secos (Islândia)• Arroz (China)
• Fumo, cereais, carnes secas, madeira e gado (EUA)
• Rum, Trigo e carne (Austrália)• Arroz (Japão)
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA MOEDA
Moedas Metálicas:
As moedas metálicas surgiram como alternativa às moedas mercadorias quando houve procura por objetos mais duráveis, homogêneos, divisíveis, transferíveis e de fácil manuseio e transporte.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA MOEDA MOEDAS METÁLICAS
• 1ª Fase: • Uso de moedas de ferro e
cobre– novas minas permitiram maior
produção de moedas• Uso de moedas de prata e ouro– cunhagem de moedas
– senhoriagem
• 2ª Fase:
Das moedas de prata e ouro surge a moeda-papel
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA MOEDA
Moeda-Papel:
Era um certificado de depósito de moedas metálicas com as seguintes características:
– transferível– 100% lastreado– plenamente conversível em moedas metálicas
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA MOEDA
Papel-Moeda:
Era um certificado de depósito de moedas metálicas com as seguintes características:
– transferível– não plenamente lastreado– plenamente conversível em moedas metálicas
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA MOEDA PAPEL-MOEDA
• Com as crises bancárias (saques generalizados de moedas e a insuficiência das mesmas), as autoridades fixaram:– Limites máximos de emissão de papel-moeda
para dado estoque de moedas metálicas; ou,– Limites mínimos de moedas metálicas para
dado montante de emissão de papel-moeda.– Cobertura integral.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA MOEDA PAPEL-MOEDA
• Com as crises bancárias (saques generalizados de moedas e a insuficiência das mesmas), as autoridades fixaram:– Limites máximos de emissão de papel-moeda para dado estoque
de moedas metálicas; ou,– Limites mínimos de moedas metálicas para dado montante de
emissão de papel-moeda.– Cobertura integral.
Obs.: em momentos de guerra, o governo autorizou a emissão de papel-moeda sem conversibilidade em moeda metálica.
Com o tempo, os bancos foram autorizados a emitir papel-moeda não conversível em moedas metálicas.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA MOEDA
Moeda Fiduciária:
A moeda fiduciária atual surgiu da evolução do papel-moeda. Trata-se de notas e moedas emitidas pelo Banco Central e não lastreadas ou conversíveis em ouro e prata.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA MOEDA
Moeda Bancária:(moeda invisível ou moeda escritural)
São os depósitos a vista nos bancos comerciais. Essa moeda é movimentada através de cheques.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA MOEDA
Moeda eletrônica (“e-money”):
• Cartões de débito;• Cartão de valor acumulado;• Dinheiro e cheque eletrônico
Mensurando Moeda: Agregados monetários
• Não existe um único ativo para realizar transações.
• Não existe uma só classificaçao de agregados monetários.
MEIOS DE PAGAMENTO
Meios de pagamento é o total de haveres possuídos pelo setor não bancário e que podem ser utilizados, a qualquer tempo, para a liquidação de dívidas expressas em moeda local.
MEIOS DE PAGAMENTO
Definições:
Papel-moeda emitido: total de moeda (metálica ou não) emitida com autorização do Banco Central.
Papel-moeda em circulação: papel-moeda emitido menos caixa do Banco Central.
Papel-moeda em poder do público: papel-moeda em circulação menos caixa dos bancos comerciais.
MEIOS DE PAGAMENTO• Papel-moeda em poder do público não bancário• Depósito a vista nos bancos comerciais M1
M2
M3M4
• Títulos públicos de alta liquidez
• Depósitos Especiais Remunerados• Depósitos de poupança• Títulos Emitidos por Instituições Depositárias
• Quotas de fundos de renda fixa• Operações compromissadas no Selic
M1 = Meios de pagamento restritos
M2 + M3 = Meios de pagamento ampliados
M4 = Poupança financeira
MEIOS DE PAGAMENTO
• É um agregado econômico que incorpora moeda fiduciária e moeda bancária, mas não todas (apenas aquelas fora do setor bancário).
M1 < M2 < M3 < M4
Medida normalmente utilizada
Medida utilizada em momentos de inflação
CONCEITO M1
• Sobre o papel-moeda em poder do público não bancário (setor privado + setor público não bancário) :• papel-moeda emitido caixa das autoridades
monetárias caixa dos bancos comerciais
• Sobre os depósitos a vista nos bancos comerciais não são incluídos:• os depósitos de um banco em outro banco (Z2 e Z3)• os depósitos da União nas autoridades monetárias,
mas são incluídos os depósitos da União nos bancos comerciais.
CONCEITO M1
• Cheques não são meios de pagamento: são ordens de transferência de saldos.
• O uso de cheques no sistema de pagamento está associado aos problemas de liquidez e informação.– Liquidez diz respeito à facilidade com que se
converte determinado ativo em dinheiro, e a necessidade de converter cheques em dinheiro afeta a disposição das pessoas em receber pagamentos em cheque.
CONCEITO M1
• Cheques não são meios de pagamento: são ordens de transferência de saldos.
• O uso de cheques no sistema de pagamento está associado aos problemas de liquidez e informação.– O uso de cheques também está associado ao
problema de informação: para aceitar um cheque é necessário ter confiança no emissor de que ele tenha os fundos necessários no banco para cobrir o seu valor.
CONCEITO M3
• Ao incluir no M3 somente exigibilidades das instituições depositárias e fundos de renda fixa junto ao público, o critério adotado permite discriminar a exposição do sistema financeiro à demanda por liquidez.
• Os títulos públicos, apesar de não possuírem liquidez potencial mais reduzida que os títulos privados e depósitos de poupança, foram alocados no conceito mais abrangente a fim de destacar, no M3, a exposição do sistema financeiro, exclusive o Banco Central, tratado apenas como provedor de meio circulante.
CONCEITO M3
• Dentre os títulos federais, apenas os registrados no Selic são considerados nos meios de pagamento.
• Apesar da alta liquidez dos instrumentos de captação do Tesouro Nacional, o reconhecimento de tais emissões como quase-moeda nos conceitos de meios de pagamento deve ser o mais restrito possível, dado que esse Órgão não integra o SFN.
CONCEITO M3
• Os fundos de renda fixa foram incluídos no M3, embora possuam personalidade jurídica própria e não multipliquem crédito, dado que em geral funcionam em colaboração com instituições depositárias, exercendo atividades típicas de tais instituições, como transformar a liquidez de uma carteira de ativos e captar recursos, emitindo quotas como alternativa de aplicação financeira aos clientes.
• O desempenho e a exposição dos fundos de renda fixa afetam a instituição administradora, uma vez que a maior parte dos clientes não faz a distinção estabelecida formalmente.
MEIOS DE PAGAMENTO
Os conceitos de M1 , M2 , M3 e M4 não são universais:– EUA: Friedman: M2 = M1 + depósito a prazo
– Brasil: Contador: M3 =papel moeda em poder do público não bancário + depósito a vista nos bancos comerciais + 0,3 (depósito a prazo + caderneta de poupança) + 0,07 (letras imobiliárias em circulação)
O conceito depende do país e da situação que se deseja conceituar.
MEIOS DE PAGAMENTO
• Embora não usual na maioria dos países, a inclusão da dívida mobiliária pública em agregados monetários baseia-se nas especificidades da economia brasileira, com o setor público mantendo participação expressiva no dispêndio total por longo período, cujo financiamento dependia significativamente da captação de poupanças privadas por meio da emissão de títulos
• Tais circunstâncias exigiram elevada liquidez desses instrumentos, propiciando sua adoção generalizada como quase-moeda até os dias atuais.
CRIAÇÃO DE MEIOS DE PAGAMENTO
Criação de meios de pagamento: Aumento de papel-moeda em poder do público não bancário ou de depósitos a vista.
Destruição de meios de pagamento:
Redução do M1
M1 (deflacionado pelo IPCA) – 1979 a 2012Em Bilhões de Reais
0
50
100
150
200
250
300
350
1979 1982 1985 1988 1991 1994 1997 2000 2003 2006 2009 2012
Evolução dos Meios de Pagamento
Participação do PMPP e D no M1
1992.01
1993.02
1994.03
1995.04
1996.05
1997.06
1998.07
1999.08
2000.09
2001.10
2002.11
2003.12
2005.01
2006.02
2007.03
2008.04
2009.05
2010.06
2011.07
2012.080%
10%20%30%40%50%60%70%80%90%
100%
PMPP D
Evolução dos Meios de Pagamento
Evolução dos Meios de Pagamento
•No Brasil são claramente identificáveis momentos em que o crescimento do agregado restrito não esteve relacionado com acréscimos de renda ou alterações significativas no nível geral de preços.
• Implantação do Plano Real: remonetização da economia
• Introdução da CPMF em janeiro de 1997: variação de 61,2% no M1 em 12 meses.
1988.07
1989.09
1990.11
1992.01
1993.03
1994.05
1995.07
1996.09
1997.11
1999.01
2000.03
2001.05
2002.07
2003.09
2004.11
2006.01
2007.03
2008.05
2009.07
2010.09
2011.11
2013.010
50
100
150
200
250
300
350
400
M1
Evolução dos Meios de PagamentoM1, M2, M3 E M4 (deflacionado pelo IPCA) – jul 1988 a mai 2013
Em Bilhões de Reais
Pla
no
Rea
l
CP
MF
1988.07
1989.09
1990.11
1992.01
1993.03
1994.05
1995.07
1996.09
1997.11
1999.01
2000.03
2001.05
2002.07
2003.09
2004.11
2006.01
2007.03
2008.05
2009.07
2010.09
2011.11
2013.010
50010001500200025003000350040004500
M1 M2 M3 M4
Evolução dos Meios de PagamentoM1, M2, M3 E M4 (deflacionado pelo IPCA) – jul 1988 a mai 2013
Em Bilhões de Reais
Evolução dos Meios de PagamentoM1, M2, M3 E M4 (deflacionado pelo IPCA) – jul 1988 a mai 2013
Em % do PIB
1999.12
2000.08
2001.04
2001.12
2002.08
2003.04
2003.12
2004.08
2005.04
2005.12
2006.08
2007.04
2007.12
2008.08
2009.04
2009.12
2010.08
2011.04
2011.12
2012.08
2013.040
102030405060708090
100
M1 M2 M3 M4
Referências
• Cap 3 - MISHKIN, F. S. Moeda, bancos e mercados financeiros. Rio de Janeiro : Livros Técnicos e Cientifícos Editora, 2000.
• Cap 4 - MANKIW, N.G. Macroeconomia. Rio de Janeiro: LTC, 2010.
• Banco Central do Brasil Reformulação dos Meios de Pagamento - Notas Metodológicas. Disponível em http://www.bcb.gov.br/ftp/infecon/NM-MeiosPagAmplp.pdf