mestrado zeolitas

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE SO CARLOS

    CENTRO DE CINCIAS EXATAS E TECNOLOGIA

    PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ENGENHARIA QUMICA

    Transformao de cicloexano e metilcicloexano sobre as

    zelitas HMCM-22, HZSM-5 e HUSY Rendimento e

    seletividade a hidrocarbonetos leves.

    EDIANE KARINE SCHERER

    SO CARLOS SP

    2009

  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE SO CARLOS

    CENTRO DE CINCIAS EXATAS E TECNOLOGIA

    PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ENGENHARIA QUMICA

    Transformao de cicloexano e metilcicloexano sobre as

    zelitas HMCM-22, HZSM-5 e HUSY Rendimento e

    seletividade a hidrocarbonetos leves.

    EDIANE KARINE SCHERER

    Dissertao apresentada ao Programa de

    Ps-Graduao em Engenharia Qumica da

    Universidade Federal de So Carlos, como

    parte dos requisitos necessrios obteno

    do ttulo de Mestre em Engenharia Qumica.

    Orientador: Prof. Dr. Ernesto Antonio Urquieta-Gonzlez

    SO CARLOS SP

    2009

  • Ficha catalogrfica elaborada pelo DePT da Biblioteca Comunitria da UFSCar

    S326tc

    Scherer, Ediane Karine. Transformao de cicloexano e metilcicloexano sobre as zelitas HMCM-22, HZSM-5 e HUSY rendimento e seletividade a hidrocarbonetos leves / Ediane Karine Scherer. -- So Carlos : UFSCar, 2009. 124 f. Dissertao (Mestrado) -- Universidade Federal de So Carlos, 2009. 1. Craqueamento. 2. Hidrocarbonetos. 3. Petrleo - refinao. 4. Zelita. I. Ttulo. CDD: 660.2442 (20a)

  • MEMBROS DA BANCA EXAMINADORA DA DISSERTAO DE MESTRADO DE EDIANE KARINE SCHERER APRESENTADA AO PROGRAMA DE PS- GRADUAO EM ENGENHARIA QU~MICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SO CARLOS, EM 27 DE MARO DE 2009.

    BANCA EXAMINADORA:

    Prof. Dr. Ernesto Antonio Urquieta-Gonzlez Orientador, PPG-EWUFSCar

    Prof. Dr. Dilson Cardoso PPG-EQIUFSCar

  • iv

    Dedico este trabalho primeiramente a Deus, pois sem Ele nada

    seria possvel. Aos meus pais Irineu e Rosngela pelo amor,

    dedicao e compreenso, em todos os momentos desta e de

    outras caminhadas. E aos meus irmos Helton e Helder por

    tornarem a minha vida mais feliz.

  • v

    "As dificuldades ensinam e fortalecem; as facilidades iludem

    e enfraquecem." (Arnon de Mello)

  • vi

    AGRADECIMENTOS

    A realizao deste trabalho s foi possvel graas colaborao, tanto profissional

    como afetiva, de muitas pessoas. Gostaria de expressar a minha sincera gratido a

    todos que de uma maneira ou de outra me ajudaram nesta jornada.

    Deus, por estar sempre comigo me abenoando, me guiando e me protegendo.

    Aos meus pais, Irineu Scherer e Rosngela das Chagas Scherer, pelo amor

    incondicional e incessante incentivo pela busca do conhecimento e da vitria.

    Aos meus queridos e amados irmos, Helton Fernando e Helder Vincius, que esto

    sempre a alegrar a minha vida.

    Ao meu namorado, Allan J. Isernhagen, pela cumplicidade, pacincia e

    compreenso nos difceis momentos de ausncia e pelo amor dedicado a mim longe

    e perto. Obrigada por tudo meu lindo, Amo muito voc!

    Ao professor Ernesto Antonio Urquieta-Gonzlez, pela valiosa orientao, incentivo,

    ensinamentos, oportunidades, pacincia e, sobretudo pela confiana em mim

    depositada. Muito obrigada!

    professora Heloise de Oliveira Pastore (Lolly) e ao Cesar Ricardo Silva, pelo

    espao e conhecimentos cedidos na preparao do catalisador.

    Ao professor Edenir Rodrigues Pereira-Filho (DQ-UFSCar), pela disposio e

    ateno durante a realizao das anlises qumicas.

    Ao Luis Gustavo Teixeira dos Reis, pela agilizao das analises qumicas realizadas

    em Viosa-MG.

    Aos professores Dilson Cardoso (DEQ-UFSCar), Everaldo Csar da Costa Arajo

    (DEQ-UFSCar), Eliezer Ladeia Gomes (UNIFESP) e a professora Heloise de Oliveira

    Pastore (IQ- UNICAMP) pelas contribuies dadas nos exames de qualificao e

    defesa.

    Ao Joelmir Augusto Costa Dias (Petrobras), pelas diversas dvidas tiradas e

    incentivo pesquisa.

  • vii

    amiga Nickeli Rossi, pela acolhida em So Carlos e pelos vrios momentos em

    que pude desfrutar de sua alegria contagiante.

    s grandes amigas que conheci durante o mestrado, Aruana Rocha Barros (Aru),

    Bruna de Souza Nascimento (Brunilda), Natlia dos Reis Feitosa (Natiruts) e Renata

    de Aquino Brito Lima (Reynolds). Meninas, valeu pelas muitas horas de risos, comes

    e bebes. A gente pode at tirar D, mas que a gente se diverte a gente se diverte!

    s amigas de repblica, Laura Siqueira, rika Prados, Viviane Oliveira e Jaqueline

    Prola, pela pacincia, afeto e agradveis horas de convivncia.

    Aos colegas de grupo, Alano Vieira, Antnio Vieira, Eduardo Baston, Camila Ramos

    da Silva, Rita Karolinny Chaves, Marcelo Batista, e em especial amiga Edilene

    Deise e queridssima Cristiane Sierra (Creuza Cris).

    Aos amigos que estiveram presentes nas discusses direta do trabalho Leandro

    Martins, Fabrcio Ramirez, Demian Patrick e Carlos Minoru. Obrigada pela pacincia.

    Aos amigos e colegas do DEQ-UFSCar, Eduardo Tanabe (Japa), Sandra Garcia,

    Liliane Oliveira, Cristhiane Maciel, Letcia Marciniuk, Ivana Cruz, Danielle Vieira,

    Giann Braune, Silmara Garcia, Vanessa Mortola, Cezar Rosa, Tatiana Freitas,

    Patrcia Moreira, Miriam Tokumoto, Lucas Meili, Nestor Puentes, Rodrigo Bttega,

    Vdila Guerra, Camila Meira, Sergio Scherrer (parente), Giovana Fargoli, Clarisse

    Amaral, Juliana Rosa, Priscila Barros, Renata Bessa, Ana Mara Escalln, Anamaria

    da Silva, Isabel de Freitas, Clvis da Silva, Karina Almeida, Ktia Dionsio, Kleper de

    Oliveira, Renata Uema, Wellington Cassinelli, Elyzabeth Fontoura (Z), Lidiane dos

    Santos e Fbio Arouca.

    Aos tcnicos Ademir (vidreiro), Francisco (Espanhol), Oscar e Rmulo, pela

    disposio e ajuda imprescindveis na realizao dos trabalhos experimentais.

    secretaria do Programa de Ps-Graduao em Engenharia Qumica PPGEQ e

    aos professores e funcionrios que integram o grupo de pesquisa do laboratrio de

    catlise (LabCat) do DEQ/UFSCar, em especial secretria Hrica Cristina de

    Oliveira pela prestatividade e carisma.

    s secretrias Vera Santiago, Paola Durynek, Camila Melchiades da diretoria do

    CCET, e ao jovem Alisson da Silva, pela simpatia e profissionalismo.

    Ao CNPq pela bolsa de mestrado concedida.

  • viii

    RESUMO

    No Brasil, a produo de petrleo com alto teor de hidrocarbonetos (HC)

    naftnicos (cicloalcanos) e o forte crescimento da indstria petroqumica, tm

    conduzido necessidade de maximizar a transformao desses compostos com

    produo seletiva de HC leves (em especial eteno e propeno). As novas tecnologias

    devem envolver o uso de catalisadores cidos que possuam altas atividade e

    seletividade. Embora os HC naftnicos sejam importantes constituintes da

    alimentao do processo FCC, poucos estudos contemplam suas transformaes

    sobre as zelitas HUSY e HZSM-5, principais componentes ativos do catalisador

    FCC e, tambm, sobre a zelita HMCM-22. Assim, objetivou-se neste trabalho

    avaliar a transformao dos compostos cicloexano e metilcicloexano sobre as

    zelitas mencionadas. A zelita MCM-22 foi sintetizada via tratamento hidrotrmico

    sob condies estticas e no caso das zelitas USY e ZSM-5 foram utilizadas

    amostras comerciais. As amostras foram caracterizadas por termogravimetria,

    difrao de raios X, anlise qumica, fisissoro de nitrognio, microscopia eletrnica

    de varredura, e avaliadas na transformao do cicloexano e metilcicloexano a

    400oC, com posterior determinao do teor de carbono. As zelitas estudadas se

    mostraram ativas na converso desses compostos, porm, a converso, rendimento

    e seletividade a HC leves foram dependentes do sistema poroso, teor de alumnio,

    fora dos stios e densidade de stios externos. A zelita HUSY apresentou maiores

    converses pelo seu maior teor alumnio, entretanto, pelos seus stios cidos de

    menor fora e menores restries estricas que na HZSM-5, apresentou maior

    seletividade a compostos provenientes de reaes de isomerizao. Ao contrrio, a

    zelita HZSM-5 originou melhores rendimentos a produtos de craqueamento,

    principalmente C3 e C4. E a zelita HMCM-22, pelas suas caractersticas estruturais

    e texturais, apresentou uma distribuio mista de produtos de craqueamento e

    isomerizao. A seletividade a olefinas leves (C2=, C3= e C4=) foi maior na zelita

    HZSM-5, na qual as reaes bimoleculares de transferncia de hidrognio foram

    desfavorecidas devido a restries estricas impostas pelo menor tamanho de seus

    microporos. A estrutura microporosa foi determinante na desativao das zelitas

    por formao de coque.

  • ix

    ABSTRACT

    In Brazil, the oil production with high naphthenic hydrocarbon (HC) content and the

    hard growing for the petrochemical market have led to the necessity to maximize the

    production of light HC (in special light olefins). The new technologies must involve

    the use of acid catalysts that have high activity and selectivity. In despite of the

    naphthenic HC make part of the feed of the FCC reactor, few studies have been

    devoted to their transformations on HUSY and HZSM-5 zeolites, main active

    components of the FCC catalysts, and also on the MCM-22 zeolite. In this context,

    the objective of this work was to evaluate the cyclohexane and methylcyclohexane

    transformations on the above mentioned zeolites. The MCM-22 was hydrothermally

    synthesized under static conditions and in the case of USY and ZSM-5 zeolites,

    commercial samples were used. The samples were characterized by

    thermogravimetric analysis, X ray diffraction, chemical analysis, nitrogen sorption,

    scanning electron microscopy, and evaluated in the cyclohexane and

    methylcyclohexane transformation at 400 oC, with after carbon analysis. The studied

    zeolites were active in the studied reactions, nevertheless, the conversion, yield and

    selectivity to light HC were dependent on the zeolite structure, number and strength

    of the acid sites and the external area. The HUSY zeolite, due to their higher

    aluminum content, showed higher activity with high yield to isomerization products.

    On the contrary, on the HZSM-5 zeolite the cracking products were favored with high

    selectivity to propane and butane. On the base of their structural and textural

    properties, the HMCM-22 zeolite showed a mixture of cracking and isomerization

    products. The selectivity to light olefins (C2=, C3= and C4=) was higher on the HZSM-5

    zeolite, in which the bimolecular reactions of hydrogen transference were not favored

    due to the steric restrictions imposed by their microporous, which are smaller in

    diameter. The microporous structure was determinant in the zeolite deactivation by

    coke formation.

  • x

    SUMRIO

    AGRADECIMENTOS ................................................................................................. vi

    RESUMO.................................................................................................................. viii

    ABSTRACT ................................................................................................................ ix

    NDICE DE FIGURAS .............................................................................................. xiv

    NDICE DE TABELAS .............................................................................................. xx

    NDICE DE QUADROS ............................................................................................ xxi

    LISTA DE SMBOLOS E ABREVIATURAS .......................................................... xxiii

    CAPTULO I ................................................................................................................ 1

    INTRODUO .................................................................................................... 1

    CAPTULO II ............................................................................................................... 5

    REVISO BIBLIOGRFICA ............................................................................... 5

    2.1 PETRLEO ........................................................................................... 5

    2.2 REFINO E PROCESSOS DE CRAQUEAMENTO ................................. 7

    2.2.1 O Processo FCC ............................................................................ 9

    2.3 NOVOS DESAFIOS PARA O FCC ...................................................... 11

    2.4 CATALISADORES DE CRAQUEAMENTO ......................................... 12

    2.4.1 Composio dos Catalisadores de Craqueamento ....................... 13

    2.4.2 Zelitas Estrutura e Principais Caractersticas .......................... 13

    2.4.3 Zelita MCM-22 (MWW) ............................................................... 17

    2.4.4 Zelita ZSM-5 (MFI) ..................................................................... 23

    2.4.5 Zelita Y (FAU) ............................................................................. 24

    2.5 CRAQUEAMENTO DE HIDROCARBONETOS ................................... 26

  • xi

    2.5.1 Stios cidos ................................................................................. 26

    2.5.2 Carboctions ................................................................................ 28

    2.5.3 Etapas do Craqueamento ............................................................. 29

    2.5.3.1 Iniciao ................................................................................ 30

    2.5.3.2 Propagao ........................................................................... 31

    2.5.3.3 Terminao ........................................................................... 32

    2.5.4 Reaes Secundrias no Craqueamento Cataltico ..................... 33

    2.6 CRAQUEAMENTO DE CICLOALCANOS ........................................... 34

    2.6.1 Ciclopentano e Metilciclopentano ................................................. 34

    2.6.2 Cicloexano e Cicloexeno .............................................................. 38

    2.6.3 Metilcicloexano e Metilcicloexeno ................................................. 40

    CAPTULO III ............................................................................................................ 46

    MATERIAIS E MTODOS ................................................................................ 46

    3.1 SNTESE DA ZELITA MCM-22 ......................................................... 46

    3.2 ZELITAS NaZSM-5 E NaUSY ........................................................... 47

    3.3 OBTENO DA FORMA CIDA DAS ZELITAS .............................. 48

    3.4 CARACTERIZAO DOS CATALISADORES .................................... 48

    3.4.1 Anlises Termogravimtricas (ATG/DTG) .................................... 48

    3.4.2 Difrao de Raios X (DRX) ........................................................... 49

    3.4.3 Anlise Qumica Composio Global ........................................ 49

    3.4.4 Fisissoro de Nitrognio ............................................................. 50

    3.4.5 Microscopia Eletrnica de Varredura (MEV) ................................. 51

    3.5 AVALIAO CATALTICA ................................................................... 51

    3.5.1. Determinao da Atividade Cataltica .......................................... 53

    3.5.1.1 Clculo da Converso dos Reagentes a Produtos. ............... 54

    3.5.1.2 Clculo do Rendimento e Seletividade a Produtos. .............. 55

  • xii

    3.6 DETERMINAO DO TEOR DE CARBONO NO COQUE ................. 56

    CAPTULO IV ............................................................................................................ 57

    RESULTADOS E DISCUSSO ........................................................................ 57

    4.1 CARACTERIZAO DAS ZELITAS ................................................. 57

    4.1.1 Anlises Termogravimtricas (ATG/ DTA) .................................... 57

    4.1.2 Difrao de Raios X ...................................................................... 59

    4.1.3 Anlise Qumica Composio Global ........................................ 62

    4.1.4 Fisissoro de Nitrognio (Isotermas e Anlise Textural). ........... 63

    4.1.5 Microscopia Eletrnica de Varredura MEV ................................ 65

    4.2 AVALIAO CATALTICA ................................................................... 67

    4.2.1 Transformao do Cicloexano ...................................................... 67

    4.2.1.1 Converso do Cicloexano ..................................................... 67

    4.2.1.2 Rendimento e Seletividade.................................................... 69

    4.2.1.3 Rendimento e Seletividade a Isoconverso .......................... 75

    4.2.2 Transformao do Metilcicloexano ............................................... 77

    4.2.2.1 Converso do Metilcicloexano ............................................... 77

    4.2.2.2 Rendimento e Seletividade.................................................... 79

    4.2.2.3 Rendimento e Seletividade Converses Selecionadas ...... 83

    4.3 DESATIVAO DO CATALISADOR ................................................... 85

    CAPTULO V ............................................................................................................. 88

    CONCLUSES ................................................................................................. 88

    CAPTULO VI ............................................................................................................ 90

    SUGESTES PARA TRABALHOS FUTUROS ................................................ 90

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ......................................................................... 91

    APNDICES ........................................................................................................... 102

  • xiii

    APNDICE A .................................................................................................. 102

    AP A.1 Cromatogramas Cicloexano. ................................................. 102

    AP A.2 Cromatogramas Metilcicloexano. .......................................... 105

    APNDICE B .................................................................................................. 108

    AP B.1 Quadros de Rendimento e Seletividade do Cicloexano ........... 108

    AP B.1.1 HUSY ................................................................................ 108

    AP B.1.2 HZSM-5 (27) ...................................................................... 109

    AP B.1.3 HZSM-5 (55) ...................................................................... 110

    AP B.1.4 HMCM-22 (A) .................................................................... 111

    AP B.1.5 HMCM-22 (B) .................................................................... 112

    AP B.2 Quadros de Rendimento e Seletividade do Metilcicloexano ..... 113

    AP B.2.1 HUSY ................................................................................ 113

    AP B.2.2 HZSM-5 (27) ...................................................................... 114

    AP B.2.3 HZSM-5 (55) ...................................................................... 115

    AP B.2.4 HMCM-22 (A) .................................................................... 116

    AP B.2.5 HMCM-22 (B) .................................................................... 117

    APNDICE C .................................................................................................. 118

    AP C.1 Tabela de Converso do Cicloexano ....................................... 118

    AP C.2 Tabela de Converso do Metilcicloexano ................................. 118

    ANEXOS ................................................................................................................. 119

    ANEXO A ........................................................................................................ 119

    AN A.1 Classificao das isotermas de adsoro e dessoro ............ 119

    ANEXO B ........................................................................................................ 122

    AN B.1 Clculo da composio usando RMR (Resposta Molar Relativa)

    ................................................................................................................................ 122

    AN B.2 Clculo da converso atravs do balano de carbono. ............ 123

  • xiv

    NDICE DE FIGURAS

    Figura 2.1 Esquema do refino do petrleo (Adaptado da ANP Agncia

    Nacional do Petrleo). ................................................................................................. 7

    Figura 2.2 Desenho esquemtico de uma unidade de FCC (GUISNET e

    RIBEIRO, 2004). ....................................................................................................... 10

    Figura 2.3 Esquema ilustrativo de uma unidade bsica de construo das

    zelitas. ..................................................................................................................... 14

    Figura 2.4 Esquema ilustrativo mostrando as unidades bsicas na estrutura de

    zelitas e o ction (M+) compensando a carga negativa gerada ao redor do

    tomo de Al (MARTINS e CARDOSO, 2006). ........................................................... 14

    Figura 2.5 Tipos de seletividade com peneiras moleculares (LUNA E

    SCHUCHARDT, 2001). ............................................................................................. 16

    Figura 2.6 (a) Vista em perspectiva dos canais sinusoidais na MCM-22 em

    nvel z=1/2. (b) Projeo ao longo da direo [001] da MCM-22 mostrando os

    canais sinusoidais em z=1/2. Vrios caminhos difusionais so ilustrados pelas

    setas (LAWTON et al., 1998). ................................................................................... 18

    Figura 2.7 Ilustrao esquemtica de duas camadas da MCM-22 mostrando a

    supercavidade (A) com acesso atravs de anis de 10 membros, e as

    semicavidades superficiais (B) conectadas aos dos duplos anis de 6 membros

    (C). Quando duas camadas se ligam dessa maneira, duas semicavidades do

    origem a supercavidade (LAWTON et al., 1998). ...................................................... 18

    Figura 2.8 (a) Estrutura lamelar do material precursor da MCM-22 precursor;

    (b) Estrutura tridimensional da MCM-22 obtida aps calcinao (PERGHER et

    al., 2003) ................................................................................................................... 19

    Figura 2.9 Superfcie [001] da zelita MCM-22 mostrando as semicavidades

    externas. Os seis anis de 10 membros esto abaixo das semicavidades (DU e

    OLSON, 2002). .......................................................................................................... 20

  • xv

    Figura 2.10 Ilustrao esquemtica de uma lamela de MCM-22, mostrando as

    supercavidades superficiais e as janelas de acesso aos canais sinusoidais

    (LAWTON et al., 1998). ............................................................................................. 21

    Figura 2.11 Isotermas de adsoro/dessoro da zelita MCM-22 (PERGHER

    et al., 2003). .............................................................................................................. 21

    Figura 2. 12 Organizao de tetraedros TO4 na formao da estrutura da

    zelita ZSM-5. (a) Formao de lminas (b) agrupamento de lminas (SILVA,

    2008-b). ..................................................................................................................... 23

    Figura 2.13 Estrutura tridimensional de poros na zelita ZSM-5 (SILVA, 2008-

    b). .............................................................................................................................. 24

    Figura 2.14 Diagrama esquemtico de uma zelita com estrutura faujasita.

    esquerda: unidades de construo. direita: estrutura faujasita (MARTINS e

    CARDOSO, 2006). .................................................................................................... 25

    Figura 2.15 Estrutura representativa de stios cidos de Brnsted. ...................... 27

    Figura 2.16 Estrutura representativa de um stio cido de Lewis. ......................... 27

    Figura 2.17 ons carbnio. ..................................................................................... 28

    Figura 2.18 ons carbnio. ..................................................................................... 29

    Figura 2.19 Entalpias de formao dos carboctions primrio, secundrio e

    tercirio (GUISNET e RIBEIRO, 2004). ..................................................................... 29

    Figura 2.20 Etapa de Iniciao: Mecanismo 1 (MARTENS e JACOBS, 2001). ..... 30

    Figura 2.21 Etapa de Iniciao: Mecanismo 2 (MARTENS e JACOBS, 2001). ..... 30

    Figura 2.22 Etapa de Iniciao: Mecanismo 3 (MARTENS e JACOBS, 2001). ..... 31

    Figura 2.23 Etapa de Propagao: Transferncia de hidreto (MARTENS e

    JACOBS, 2001). ........................................................................................................ 31

    Figura 2.24 Etapa de Propagao: Craqueamento (MARTENS e JACOBS,

    2001). ........................................................................................................................ 31

    Figura 2.25 Etapa de Terminao (MARTENS e JACOBS, 2001). ....................... 32

    Figura 2.26 Reaes do ciclopentano ocorrendo via protonao inicial do anel

    catalisada pela zelita HY (ABBOT e WOJCIECHOWSKI, 1988). ............................ 35

  • xvi

    Figura 2.27 Formao de parafinas acclicas e metilciclopenteno a partir de

    reaes do metilciclopentano sobre stios de Brnsted via transferncia de

    hidreto (ABBOT e WOJCIECHOWSKI, 1989). .......................................................... 36

    Figura 2.28 Iniciao da reao do metilciclopentano sobre stios de Brnsted,

    produzindo tanto molculas de hidrognio e metilciclopenteno como produtos

    olefnicos do craqueamento (ABBOT e WOJCIECHOWSKI, 1989). ......................... 37

    Figura 2.29 Mecanismo de isomerizao do cicloexano em HY a 400C

    (ABBOT, 1990). ......................................................................................................... 39

    Figura 2.30 Principal rota da converso do cicloexeno DE LA PUENTE e

    SEDRAN (2000). ....................................................................................................... 40

    Figura 2.31 Etapa de Iniciao da reao do metilcicloexano: formao do on

    carbnio com posterior (a) desidrogenao e (b) craqueamento (CERQUEIRA et

    al., 2001). .................................................................................................................. 42

    Figura 2.32 Isomerizao do on metilcicloexanil (CERQUEIRA et al., 2001). ...... 42

    Figura 2.33 Ciso dos ons (a) metilcicloexanil e (b) dimetilciclopentanil

    (CERQUEIRA et al., 2001). ....................................................................................... 43

    Figura 2.34 Transferncia de hidreto de uma molcula de metilcicloexano para

    o on carbnio olefnico (CERQUEIRA et al., 2001). ................................................. 43

    Figura 2.35 Mecanismo em cadeia (CERQUEIRA et al., 2001). ........................... 43

    Figura 2.36 Craqueamento da molcula de hepteno (CERQUEIRA et al.,

    2001). ........................................................................................................................ 44

    Figura 2.37 Transferncia de hidreto de uma molcula de metilcicloexano para

    o on carbnio isopropil (CERQUEIRA et al., 2001). ................................................. 44

    Figura 2.38 Processo de alquilao-isomerizao-craqueamento

    (CERQUEIRA et al., 2001). ....................................................................................... 44

    Figura 2.39 Transferncia de hidrognio gerando aromticos (CERQUEIRA et

    al., 2001). .................................................................................................................. 45

    Figura 3.1 Rampa de aquecimento utilizado no processo de calcinao da

    MCM-22 recm-sintetizada. ...................................................................................... 47

  • xvii

    Figura 3.2 Desenho esquemtico do sistema de avaliao de catalisadores

    instalada no Laboratrio Reatores e Catlise do Departamento de Engenharia

    Qumica da Universidade Federal de So Carlos (DEQ/UFSCar). ........................... 52

    Figura 4.1 Anlise termogravimtrica (ATG), realizada com taxa de

    aquecimento de 10C/min, e derivada da massa (DTA) da zelita MCM-22 (A)

    como sintetizada. ...................................................................................................... 57

    Figura 4.2 Difratogramas de raios X da zelita MCM-22 (A) recm-sintetizada

    (MCM-22 (P)) e aps a calcinao (MCM-22). .......................................................... 59

    Figura 4.3 Difratogramas de raios X das zelita MCM-22 e HMCM-22. ................ 60

    Figura 4.4 Difratogramas de raios X das zelita NaUSY e HUSY. ........................ 60

    Figura 4.5 Difratogramas de raios X das zelitas NaZSM-5 e HZSM-5 (SN-

    27). ............................................................................................................................ 61

    Figura 4.6 Difratogramas de raios X das zelitas NaZSM-5 e HZSM-5 (SN-55). .. 61

    Figura 4.7 Isotermas de fisissoro de N2 da zelita HMCM-22 (A). ..................... 63

    Figura 4.8 Isotermas de fisissoro de N2 das zelitas HUSY e HZSM-5 (27). ..... 64

    Figura 4.9 Imagens obtidas por MEV da zelita HMCM-22 (A). ............................ 65

    Figura 4.10 Imagens obtidas por MEV da zelita USY .......................................... 66

    Figura 4.11 Imagens obtidas por MEV da zelita ZSM-5 (SN-27). ........................ 66

    Figura 4.12 Imagens obtidas por MEV da zelita ZSM-5 (SN-55). ........................ 67

    Figura 4.13 Curvas de converso do cicloexano a 400 C em funo do tempo

    de reao para as zelitas HUSY, HZSM-5 (27) e HZSM-5 (55), HMCM-22 (A),

    HMCM-22 (B). ........................................................................................................... 68

    Figura 4.14 Curvas de rendimento a Ci em funo do tempo de reao para as

    zelitas: (a) HUSY, (b) HZSM-5 (27), (c) HZSM-5 (55), (d) HMCM-22 (A), (e)

    HMCM-22 (B). ........................................................................................................... 71

    Figura 4.15 Curvas de seletividade a Ci em funo do tempo de reao para

    as zelitas: (a) HUSY, (b) HZSM-5 (27), (c) HZSM-5 (55), (d) HMCM-22 (A), (e)

    HMCM-22 (B). ........................................................................................................... 72

  • xviii

    Figura 4.16 Curvas de razo molar Olefinas/Parafinas (C2, C3 e C4) em

    funo do tempo de reao para as zelitas: HUSY, HZSM-5 (27), HZSM-5 (55),

    HMCM-22 (A) e HMCM-22 (B). ................................................................................. 74

    Figura 4.17 Curvas de converso do cicloexano a 400 C em funo do tempo

    de reao para a zelita HUSY utilizando 200 e 100 mg de catalisador. .................. 76

    Figura 4.18 Curvas de converso do metilcicloexano a 400 C em funo do

    tempo de reao sobre as zelitas HUSY, HZSM-5 (27), HZSM-5 (55), HMCM-22

    (A) e HMCM-22 (B). .................................................................................................. 78

    Figura 4.19 Curvas de rendimento a Ci em funo do tempo de reao para as

    zelitas (a) HUSY, (b) HZSM-5 (27), (c) HZSM-5 (55), (d) HMCM-22 (A), (e)

    HMCM-22 (B). ........................................................................................................... 80

    Figura 4.20 Curvas de seletividade a Ci em funo do tempo de reao para

    as zelitas: (a) HUSY, (b) HZSM-5 (27), (c) HZSM-5 (55), (d) HMCM-22 (A), (e)

    HMCM-22 (B). ........................................................................................................... 81

    Figura 4.21 Curvas de seletividade a produtos contendo de 1 a 6 tomos de

    carbono (SC 6) em funo do tempo de reao para as zelitas: HUSY, HZSM-5

    (27), HZSM-5 (55), HMCM-22 (A) e HMCM-22 (B). .................................................. 82

    Figura 4.22 Curvas de razo molar Olefinas/Parafinas (C2, C3 e C4) em funo

    do tempo de reao para as zelitas: HUSY, HZSM-5 (27), HZSM-5 (55),

    HMCM-22 (A) e HMCM-22 (B). ................................................................................. 83

    Figura 4.23 Curvas de converso do metilcicloexano a 400 C em funo do

    tempo de reao sobre as zelitas HUSY (200 e 100 mg), HZSM-5 (27), HZSM-5

    (55), HMCM-22 (A) e HMCM-22 (B). ......................................................................... 84

    Figura AP.A.1 Cromatograma obtido das reaes com cicloexano sobre a

    zelita HUSY. .......................................................................................................... 102

    Figura AP.A.2 Cromatograma obtido das reaes com cicloexano sobre a

    zelita HZSM-5 (27). ............................................................................................... 103

    Figura AP.A.3 Cromatograma obtido das reaes com cicloexano sobre a

    zelita HMCM-22 (A). .............................................................................................. 104

  • xix

    Figura AP.A.4 Cromatograma obtido das reaes com metilcicloexano sobre a

    zelita HUSY. .......................................................................................................... 105

    Figura AP.A.5 Cromatograma obtido das reaes com metilcicloexano sobre a

    zelita HZSM-5 (27). ............................................................................................... 106

    Figura AP.A.6 Cromatograma obtido das reaes com metilcicloexano sobre a

    zelita HMCM-22. .................................................................................................... 107

    Figura An.A.1 Tipos de isotermas de adsoro definidos por Brunauer

    (JENTYS e LERCHER, 2001). ................................................................................ 119

    Figura An.A.2 Mtodo t-plot de uma amostra microporosa (YUNES, 2001). ...... 120

  • xx

    NDICE DE TABELAS

    Tabela 2.1 Caractersticas fsicas e qumicas do leo Marlim (SZKLOA et al.,

    2006). .......................................................................................................................... 6

    Tabela 2.2 Cronologia do desenvolvimento tecnolgico do refino (TAVARES,

    2005). .......................................................................................................................... 8

    Tabela 2.3 Histrico dos principais eventos no desenvolvimento dos

    catalisadores de craqueamento. (ALMEIDA E PIMENTA, 2004). ............................. 12

    Tabela 2.4 Peneiras moleculares (zelitas e zeotipos) utilizadas em processos

    catalticos (SILVA, 2008-a). ....................................................................................... 17

    Tabela 2.5 Possveis mecanismos de ciso em ons carbnio secundrios e

    tercirios (MARTENS e JACOBS, 2001). .................................................................. 32

    Tabela 2.6 Reaes no Processo de Craqueamento Cataltico. ............................ 33

    Tabela 3.1 Faixa de concentrao para anlise qumica por EAAC. ..................... 50

    Tabela 3.2 Programao da temperatura da coluna cromatogrfica. .................... 53

    Tabela 4.1 Composio qumica global das zelitas. ............................................ 62

    Tabela 4.2 Caractersticas texturais das zelitas. .................................................. 64

    Tabela 4.3 Rendimento e seletividade para converses do cicloexano prximas

    de 9%. ....................................................................................................................... 76

    Tabela 4.4 Rendimento e seletividade para converses do cicloexano prximas

    de 6%. ....................................................................................................................... 77

    Tabela 4.5 Rendimento e seletividade para converses do metilcicloexano ......... 85

    Tabela 4.6 Teor mssico de carbono (%) nas zelitas aps ensaio cataltico. ...... 87

    Tabela AP C.1 Valores pontuais de converso do cicloexano. ......................... 118

    Tabela AP C.2 Valores pontuais de converso do metilcicloexano. ................. 118

    Tabela An.B.1 RMR para diversos compostos relativa ao heptano utilizando

    detector FID (CIOLA, 1973)..................................................................................... 123

  • xxi

    NDICE DE QUADROS

    Quadro AP-B.1 Rendimento molar ao produto Ci da reao com cicloexano

    sobre a zelita HUSY. ............................................................................................. 108

    Quadro AP-B.2 Seletividade molar ao produto Ci da reao com cicloexano

    sobre a zelita HUSY. ............................................................................................. 108

    Quadro AP-B.3 Rendimento molar ao produto Ci da reao com cicloexano

    sobre a zelita HZSM-5 (27). .................................................................................. 109

    Quadro AP-B.4 Seletividade molar ao produto Ci da reao com cicloexano

    sobre a zelita HZSM-5 (27). .................................................................................. 109

    Quadro AP-B.5 Rendimento molar ao produto Ci da reao com cicloexano

    sobre a zelita HZSM-5 (55). .................................................................................. 110

    Quadro AP-B.6 Seletividade molar ao produto Ci da reao com cicloexano

    sobre a zelita HZSM-5 (55). .................................................................................. 110

    Quadro AP-B.7 Rendimento molar ao produto Ci da reao com cicloexano

    sobre a zelita HMCM22 (A). .................................................................................. 111

    Quadro AP-B.8 Seletividade molar ao produto Ci da reao com cicloexano

    sobre a zelita HMCM-22 (A). ................................................................................. 111

    Quadro AP-B.9 Rendimento molar ao produto Ci da reao com cicloexano

    sobre a zelita HMCM22 (B). .................................................................................. 112

    Quadro AP-B.10 Seletividade molar ao produto Ci da reao com cicloexano

    sobre a zelita HMCM-22 (B). ................................................................................. 112

    Quadro AP-B.11 Rendimento molar ao produto Ci da reao com

    metilcicloexano sobre a zelita HUSY. .................................................................... 113

    Quadro AP-B.12 Seletividade molar ao produto Ci da reao com

    metilcicloexano sobre a zelita HUSY. .................................................................... 113

    Quadro AP-B.13 Rendimento molar ao produto Ci da reao com

    metilcicloexano sobre a zelita HZSM-5 (27). ......................................................... 114

  • xxii

    Quadro AP-B.14 Seletividade molar ao produto Ci da reao com

    metilcicloexano sobre a zelita HZSM-5 (27). ......................................................... 114

    Quadro AP-B.15 Rendimento molar ao produto Ci da reao com

    metilcicloexano sobre a zelita HZSM-5 (55). ......................................................... 115

    Quadro AP-B.16 Seletividade molar ao produto Ci da reao com

    metilcicloexano sobre a zelita HZSM-5 (55). ......................................................... 115

    Quadro AP-B.17 Rendimento molar ao produto Ci da reao com

    metilcicloexano sobre a zelita HMCM-22 (A). ........................................................ 116

    Quadro AP-B.18 Seletividade molar ao produto Ci da reao com

    metilcicloexano sobre a zelita HMCM-22 (A). ........................................................ 116

    Quadro AP-B.19 Rendimento molar ao produto Ci da reao com

    metilcicloexano sobre a zelita HMCM-22 (B). ........................................................ 117

    Quadro AP-B.20 Seletividade molar ao produto Ci da reao com

    metilcicloexano sobre a zelita HMCM-22 (B). ........................................................ 117

  • xxiii

    LISTA DE SMBOLOS E ABREVIATURAS

    ABET rea BET.

    AEL Material AlPO-11, cdigo IZA: AEL.

    Aext rea externa.

    Ai rea do componente i.

    Amic rea de Microporos.

    ANP Agncia Nacional do Petrleo.

    API American Petroleum Institute.

    ATG Anlise Termogravimtrica.

    BEA Zelita Beta, cdigo IZA: BEA.

    BET Brunauer, Emmet, e Teller.

    CHA Zelita Chabazita, cdigo IZA: CHA.

    Ci Hidrocarboneto com i tomos de Carbono

    CP Nmero de tomos de Carbono nos Produtos.

    CR Nmero de tomos de Carbono do Reagente.

    DEMA Departamento de Engenharia de Materiais.

    DEQ Departamento de Engenharia Qumica.

    DQ Departamento de Qumica.

    DRX Difrao de Raios X

    DTA Termogravimetria diferencial.

  • xxiv

    EAAC Espectroscopia de Absoro Atmica com Chama

    FCC Processo de Craqueamento Cataltico em leito Fluidizado.

    FER Zelita Ferrerita, cdigo IZA: FER.

    fi frao molar i

    FID Flame Ionization Detection

    GLP Gs Liquefeito de Petrleo.

    HMI Hexametilenoimina.

    HZ Zelita na forma cida

    ITQ-2 MCM-22 deslaminada.

    IUPAC International Union of Pure and Applied Chemistry.

    IZA International Zeolite Association.

    LCO leo Leve de Reciclo ou Diesel de Craqueamento.

    LTL Zelita L, cdigo IZA: LTL.

    m/m Massa por Massa.

    MCM-22 Zelita MCM-22, cdigo IZA: MWW.

    MCM-22 (P) Precursor da Zelita MCM-22.

    MEV Microscopia Eletrnica de Varredura

    Mn Metal de valncia n.

    MOR Zelita Mordenita, cdigo IZA: MOR.

    NNN Next Nearest Neighbour.

    ppm Partes por milho.

  • xxv

    RE Terras Raras.

    ReCi Rendimento ao componente Ci.

    RMR Resposta Molar Relativa.

    SC

  • xxvi

    Cavidade beta da zelita FAU

    Tempo espacial.

  • Captulo I - Introduo

    1

    CAPTULO I

    INTRODUO

    At meados do sculo XX, a destilao direta do petrleo era o nico

    processo que garantia a produo da gasolina, porm com grandes variaes de

    rendimento, qualidade e quantidade. Com o aumento da demanda por esse

    combustvel, devido ao desenvolvimento da indstria automobilstica, surgiu a

    necessidade de intensificar e homogeneizar a produo de gasolina, propiciando o

    surgimento dos processos de craqueamento; inicialmente, o craqueamento trmico e

    aps a dcada de 1940 o craqueamento cataltico fluido (FCC, do ingls, Fluid

    Catalytic Cracking). O Brasil investiu agressivamente nesta tecnologia a ponto de

    quase todas as refinarias brasileiras possurem uma unidade de FCC.

    Esse , dentre todos os processos de uma refinaria, o que gera a maior

    rentabilidade, por ser capaz de converter fraes de petrleo de baixo valor

    comercial, como o gasleo pesado, em produtos de alta demanda, como gasolina e

    GLP (ABADIE, 2002).

    Entretanto, com o crescimento da economia nacional e mundial ao

    longo da ltima dcada, pronunciadas mudanas no perfil de demanda de

    combustveis e insumos para indstria petroqumica (olefinas leves, principalmente

    eteno e propeno), esto contribuindo para que as unidades de FCC sejam

    redirecionadas a novas fronteiras de aplicao (PDE 2008-2017). Alm disso, o

    crescimento das exigncias ambientais, aliado ao aumento da produo de petrleo

    nacional com fraes mais pesadas e, quimicamente mais complexas, com

    crescentes nveis de metais contaminantes, sendo os mais comuns o nquel, o

    vandio e o ferro (TOREM et al., 2005), resultam no estudo de novos processos e

    novos catalisadores (BRANCO et al., 2008).

    Nas unidades de craqueamento brasileiras, os hidrocarbonetos

    naftnicos (cicloalcanos), so importantes constituintes das cargas processadas.

    Esses hidrocarbonetos participam ativamente de reaes de transferncia de

    hidrognio gerando aromticos (CORMA et al., 1991). As reaes de transferncia

  • Captulo I - Introduo

    2

    de hidrognio apesar de produzirem aromticos, elementos que elevam a

    octanagem da gasolina, reduzem a quantidade de olefinas. Assim, ao maximizar a

    abertura do anel em detrimento da transferncia de hidrognio, obtm-se produtos

    de melhor qualidade, podendo ainda, continuar o craqueamento dos carboctions

    gerados, obtendo-se mais hidrocarbonetos leve, especialmente, mais olefinas leves.

    Alteraes em variveis operacionais, tais como temperatura de

    reao, temperatura da carga, temperatura de regenerao, vazo de vapor entre

    outros contribuem para alterar o rendimento e qualidade dos produtos. Contudo, o

    catalisador interfere diretamente no mecanismo de reao de craqueamento,

    direcionando a reao desejada, e, portanto, considerado o principal agente de

    mudana da unidade conversora (GUISNET e RIBEIRO, 2004).

    No craqueamento cataltico, os primeiros catalisadores utilizados

    industrialmente foram as argilas naturais do tipo bentonita, porm devido a

    impurezas, como ferro, estes catalisadores eram facilmente envenenados. A sua

    baixa estabilidade trmica tambm contribuiu para que argilas naturais fossem

    substitudas por materiais sintticos. O primeiro catalisador sinttico foi desenvolvido

    em 1940 nos laboratrios da Houndry Process Corporation (ALMEIDA et al., 2004).

    Estes catalisadores sintticos eram constitudos de slica-alumina

    amorfa e produziam gasolina com maior octanagem que as argilas naturais, alm de

    apresentarem maior estabilidade trmica e resistncia mecnica. Existiam dois tipos

    destes catalisadores: o de baixa e o de alta alumina. O catalisador de alta alumina,

    alm de ser mais ativo, produzia mais gasolina para o mesmo rendimento de coque.

    O aumento no teor de alumina era acompanhado tambm de uma melhoria nas

    propriedades mecnicas e na estabilidade. Entretanto, a gasolina produzida possua

    octanagem um pouco menor que com o catalisador de baixa alumina (ALMEIDA et

    al., 2004)..

    A revoluo do processo FCC ocorreu com o uso das zelitas X e Y

    durante o inicio dos anos 60. A adio destas zelitas aumentou substancialmente a

    atividade e a seletividade do catalisador. Alm da boa estabilidade trmica e

    hidrotrmica, o catalisador zeoltico apresentou maior rendimento em gasolina,

    menor rendimento em coque e gs e boa resistncia ao atrito. A gasolina produzida

    tinha menor octanagem e menor teor de olefinas devido alta capacidade de

    transferncia de hidrognio desse tipo de zelita (SADEGHBEIGI, R, 2000).

  • Captulo I - Introduo

    3

    Em 1984, a zelita ZSM-5 foi introduzida comercialmente como aditivo

    ao catalisador de FCC. Suas propriedades permitiram um aumento da octanagem da

    gasolina, porm o rendimento em gasolina diminuiu em detrimento da produo de

    propeno e butenos (DEGNAN et al. 2000).

    Apesar das grandes conquistas, o catalisador de craqueamento

    cataltico continua em constante mutao e, na busca de novos materiais que

    respondam s necessidades apresentadas pela indstria nacional e tambm

    mundial, tem surgido uma srie de novas zelitas sintticas com diferentes

    propriedades e estruturas.

    A zelita MCM-22, sintetizada pela primeira vez em 1990, por

    pesquisadores da Mobil Oil Corporation, uma delas (RUBIN e CHU, 1990). Sua

    estrutura constituda por dois sistemas de canais independentes acessados por

    anis elpticos de 10 membros. Um deles constitudo por canais sinusoidais

    bidimensionais de 10 membros, semelhantes aos encontrados na zelita ZSM-5, e o

    outro pelo empilhamento de supercavidades, com altura de 1,82 nm e dimetro de

    0,71 nm definido por anis de 12 membros (LAWTON et al., 1998).

    Tendo em vista as consideraes acima, resulta de grande interesse

    para a indstria de refino de petrleo nacional a obteno de informaes a respeito

    da transformao de hidrocarbonetos envolvendo cicloalcanos. Nesse contexto e em

    funo da demanda crescente de olefinas leves, a obteno de dados relacionados

    ao rendimento e seletividade a esses compostos de alta importncia. Esses foram

    os principais fatores que motivaram a realizao deste trabalho.

    Assim, com base nas informaes apresentadas e considerando o fato

    deste ser um trabalho pioneiro do grupo no assunto discutido, objetivou-se avaliar a

    transformao dos compostos cicloexano e metilcicloexano sobre as zelitas HUSY,

    HZSM-5 e HMCM-22. O interesse no estudo do comportamento das zelitas HUSY

    (composta por sistema de cavidades acessados por anis de 12 membros) e HZSM-

    5 (formada por um sistema de canais delimitados por anis de 10 membros) est

    relacionado ao fato desses materiais serem componentes do atual catalisador

    utilizado no processo FCC. No caso da zelita HMCM-22 (formada por um sistema

    misto de canais e cavidades com acesso atravs de anis de 10 membros), o

    interesse diz respeito a que essa zelita apresenta uma estrutura porosa bastante

    peculiar. O trabalho foi direcionado de forma a comparar a transformao dos

  • Captulo I - Introduo

    4

    cicloalcanos mencionados considerando o tipo de estrutura zeoltica e suas

    propriedades fsico-qumicas, as quais foram analisadas atravs de difrao de raios

    X, adsoro de nitrognio e microscopia eletrnica de varredura.

  • Captulo II - Reviso Bibliogrfica

    5

    CAPTULO II

    REVISO BIBLIOGRFICA

    2.1 PETRLEO

    O petrleo uma mistura de hidrocarbonetos compostos de diversos

    tipos de molculas formadas por tomos de hidrognio e carbono e, em menor

    parte, de oxignio, nitrognio e enxofre, combinados de forma varivel (ANP, 2008).

    As caractersticas do petrleo se alteram de acordo com o campo

    produtor, podendo de acordo com as caractersticas geolgicas do local de onde

    extrado, variar quanto sua composio qumica e ao seu aspecto (THOMAS,

    2001). As principais caractersticas de um tipo de petrleo, economicamente

    relevantes para o processo de refino, so a densidade do leo, o tipo (ou base) de

    hidrocarboneto predominante na mistura e o teor de enxofre.

    Quanto densidade, os diferentes tipos de petrleo so classificados

    segundo uma gradao que vai de leves (menos densos) a pesados (mais densos).

    Essa classificao convencionada de acordo com as normas do American

    Petroleum Institute, sendo por isso conhecida como grau API. Quanto menor a

    densidade do petrleo, maior o grau API e maior o valor comercial do petrleo, pois

    com um tipo de petrleo de maior grau API possvel produzir, em princpio, uma

    parcela maior de derivados nobres, de elevado valor comercial, tais como a

    gasolina, o diesel e o GLP, relativamente a outro tipo de leo, mais pesado

    (MARTINS, 2003).

    Quanto base, ou tipo de hidrocarboneto predominante, o petrleo

    classificado em trs categorias: parafnicos, naftnicos ou aromticos. Os

    hidrocarbonetos parafnicos so mais comuns e quando refinados produzem fraes

    de gasolina de qualidade inferior (menor octanagem) quela produzida com leos do

    tipo aromtico ou naftnico (SHREVE e BRINK, 1980). No entanto, os leos

    parafnicos so mais adequados produo de leo diesel (contribuem para o

  • Captulo II - Reviso Bibliogrfica

    6

    aumento de seu ndice de cetano), de ceras e lubrificantes, o que faz com que seu

    valor de mercado possa oscilar em funo da demanda por esses derivados.

    Quanto ao teor de enxofre, o petrleo pode ser classificado como doce

    ou azedo. So classificados como azedos os leos com percentual de enxofre

    superior a 0,5%; estes tm seu valor comercial reduzido devido corrosividade e

    toxicidade do enxofre, fatores estes que contribuem para maiores custos no

    processo de refino. (MARTINS, 2003).

    Das reservas brasileiras, cerca de 40% delas consistem de leos de

    alta viscosidade e com densidade abaixo de 20 API. No entanto, esta proporo

    tende a aumentar com as novas descobertas de petrleo em alto mar (tecnologia

    conhecida como offshore), alm das reservas localizadas em grande parte em

    guas profundas e ultraprofundas, oferta adicional aos desafios tecnolgicos de

    explorao e produo (SZKLOA et al., 2006).

    Hoje em dia, cerca de 83% do petrleo extrado no Brasil proveniente

    da Bacia de Campos (maior reserva petrolfera da Plataforma Continental Brasileira),

    no litoral do Rio de Janeiro. As jazidas de petrleo descobertas na regio garantem,

    com suas reservas, volumes para mais de 20 anos (PETROBRAS, 2003). A Tabela

    2.1 apresenta as caractersticas do leo extrado no campo de Marlim, o maior

    produtor at o momento da Bacia de Campos. O leo rico em fraes pesadas,

    com baixo teor de enxofre e elevados nveis de compostos naftnicos (SZKLOA et

    al., 2006).

    Tabela 2.1 Caractersticas fsicas e qumicas do leo Marlim (SZKLOA et al., 2006).

    Caractersticas Valor Unidade

    Densidade 19,2 API

    Viscosidade a 20 C 544,6 cSt

    Enxofre 0,78 % m/m

    Resduos Slidos 0,012 % m/m

    gua e sedimentos

  • Captulo II - Reviso Bibliogrfica

    7

    Sabendo que nem todos os derivados podem ser produzidos com

    qualidade, direta e economicamente de qualquer tipo de petrleo, assim como no

    existe uma nica tcnica de refino adaptvel a qualquer tipo de leo bruto,

    necessrio compatibilizar as caractersticas dos vrios petrleos que devam ser

    processados numa dada refinaria com a necessidade de suprir os derivados em

    quantidade e qualidade na regio de influncia dessa indstria. Isto leva ao

    surgimento de arranjos de vrias unidades de processamento para que esta

    compatibilizao seja feita da forma mais racional e econmica possvel. O

    encadeamento das vrias unidades de processo dentro de uma refinaria o que se

    denomina de Esquema de Refino (ABADIE, 2002).

    2.2 REFINO E PROCESSOS DE CRAQUEAMENTO

    O refino do petrleo consiste num conjunto de processos fsicos e

    qumicos (Figura 2.1) que objetivam a transformao dessa matria-prima em

    derivados de maior valor agregado (ANP, 2008).

    Petrleo

    Destilao atmosfrica

    Gs

    GLP (1)

    Destilao a

    vcuo

    Coqueamento

    Nafta

    Querosene + Diesel

    Gasolina

    leo Combustvel

    Hidrotratamento

    Coque

    (1) GLP - Gs Liqefeito de Petrleo

    (2) FCC - Craqueamento Cataltico em leito fluidizado

    FCC (2)

    Figura 2.1 Esquema do refino do petrleo (Adaptado da ANP Agncia Nacional do

    Petrleo).

  • Captulo II - Reviso Bibliogrfica

    8

    A primeira refinaria surgiu em 1861 e no representava mais que uma

    destilao de petrleo, cujo produto de interesse era o querosene (substituto do leo

    de baleia na iluminao), sendo os demais produtos descartados. Com o surgimento

    do automvel em 1893, a demanda por gasolina cresceu rapidamente e as

    tecnologias de craqueamento proporcionaram o crescimento do rendimento da

    gasolina por barril de petrleo processado (TAVARES, 2005).

    O desenvolvimento tecnolgico da indstria do refino de petrleo,

    atravs da introduo de novos processos de converso, subsequentes destilao

    primria, permitiu que a produo de derivados, inicialmente em propores fixas, se

    adaptasse necessidade de processar diferentes tipos de petrleo e atender

    demanda por derivados com caractersticas especficas de qualidade e quantidade.

    A Tabela 2.2 apresenta em ordem cronolgica os principais eventos ocorridos no

    desenvolvimento tecnolgico do refino (TAVARES, 2005).

    Tabela 2.2 Cronologia do desenvolvimento tecnolgico do refino (TAVARES, 2005).

    Ano Fato

    1914 Craqueamento trmico contnuo

    1940 Craqueamento cataltico

    1949 Reforma cataltica

    1961 Craqueamento cataltico fluido de resduos

    1962 Hidrocraqueamento de gasleo de vcuo

    1963 Hidrocraqueamento de resduo de vcuo

    1969 Dessulfurizao de resduo atmosfrico

    1977 Dessulfurizao de resduo de vcuo

    1984 Hidrocraqueamento de alta converso de resduo de vcuo

    O craqueamento trmico, o mais antigo dos processos de converso,

    consiste na decomposio de grandes molculas em molculas menores em funo

    do tempo e da temperatura. A descoberta do craqueamento trmico tornou possvel

    o pleno atendimento da demanda de gasolina, porm esse processo foi substitudo

    pelo craqueamento cataltico no incio dos anos 40.

    O craqueamento cataltico representou uma maneira melhorada,

    comparativamente ao craqueamento trmico, de produo de olefinas, gasolina e

    destilados a partir de gasleo. O processo surgiu um pouco antes da Segunda

  • Captulo II - Reviso Bibliogrfica

    9

    Guerra Mundial, tomando um grande impulso com este conflito, em face da grande

    necessidade dos aliados em suprir de gasolina e material petroqumico as suas

    tropas. Com o fim da guerra, o craqueamento cataltico se consolidou devido,

    principalmente, produo de gasolina em maior quantidade, de melhor qualidade e

    com custos de produo inferiores aos dos outros processos existentes na poca

    (TAVARES, 2005)

    O craqueamento cataltico tem sido, por mais de 60 anos, a principal

    unidade de converso da refinaria, em funo de melhorias contnuas em seu

    projeto mecnico, balano de energia, bem como nos catalisadores empregados. A

    atual crescente demanda por olefinas leves tm sido o principal incentivo ao estudo

    de alternativas ao processo FCC convencional que permitam a maximizao

    principalmente, de eteno e propeno (TAVARES, 2005).

    2.2.1 O Processo FCC

    O processo FCC o mais importante processo de refino para a

    produo de combustveis lquidos automotivos (gasolina e leos leves de reciclo

    (LCO)) e pequenas cadeias olefnicas que so usadas como matrias-primas na

    indstria petroqumica. As alimentaes do FCC podem ser, por exemplo, gasleos,

    produtos de fundo da destilao a vcuo e atmosfrica, e extratos lubrificantes, os

    quais so convertidos em produtos mais leves pelas reaes de craqueamento

    (KOUWENHOVEN e KROES, 2001 e CORMA et al., 2001)

    O craqueamento cataltico um processo contnuo e regenerativo. A

    alimentao, pr-aquecida a 200-300 C, injetada na base do reator (riser) e

    misturada com o catalisador aquecido (650-750 C) proveniente do regenerador. A

    razo de mistura catalisador-leo de 5 a 6 em massa, resultando numa

    temperatura de 560-600 C. O tempo de residncia no reator de aproximadamente

    3 segundos e depois desse pouqussimo tempo de reao o catalisador

    completamente desativado pela deposio do coque. Na sada do reator instalam-se

    ciclones que permitem separar o catalisador dos gases, que so constitudos por

    produtos do craqueamento, reagentes no transformados e vapor de gua.

    (GUISNET e RIBEIRO, 2004). A Figura 2.2 ilustra uma unidade tpica de FCC

  • Captulo II - Reviso Bibliogrfica

    10

    Figura 2.2 Desenho esquemtico de uma unidade de FCC (GUISNET e RIBEIRO, 2004).

    Na sequencia, o catalisador transportado para o regenerador, que

    ento queimado para produo de energia em forma de calor. As condies tpicas

    de funcionamento de um regenerador so: temperatura compreendida entre 680 e

    760C e tempo de residncia do catalisador de 5 a 10 minutos (GUISNET e

    RIBEIRO, 2004).

    O calor liberado pela combusto utilizado principalmente para

    fornecer energia necessria reao de craqueamento, que endotrmica, e

    tambm compensar as perdas trmicas do reator e do regenerador, vaporizao

    da alimentao, produo de vapor necessria disperso da carga, etc. A

    unidade de FCC portanto autotrmica (GUISNET e RIBEIRO, 2004).

    Em todo o mundo so consumidos 1400 ton/dia de catalisadores de

    FCC, o que faz do craqueamento cataltico o mais importante mercado de

    catalisadores (GUISNET e RIBEIRO, 2004).

  • Captulo II - Reviso Bibliogrfica

    11

    2.3 NOVOS DESAFIOS PARA O FCC

    Como mencionado, o principal objetivo do processo de craqueamento

    desde a dcada de 40 foi a produo maximizada de gasolina e, os catalisadores

    zeolticos desenvolvidos na dcada de 60 auxiliaram nessa conquista. Porm,

    alguns fatores como:

    Aumento da produo de petrleo nacional com caractersticas naftnicas e

    de baixo API (DU et al., 2005).

    Novo perfil de demanda de derivados (queda de leo combustvel, aumento

    da demanda por diesel de alta qualidade e olefinas leves especialmente o

    propeno e o eteno) (TAVARES, 2005).

    Aumento da demanda por qualidade dos produtos (melhor qualidade de

    ignio do diesel; menor teor de aromticos na gasolina) (DU et al., 2005).

    Crescimento de exigncias ambientais em relao qualidade dos produtos

    (menor teor de enxofre e aromticos, principalmente o benzeno) (DU et al.,

    2005).

    provocam nas refinarias a preocupao em modificar de alguma forma o processo

    FCC de modo a alcanar os novos objetivos. Isto pode ser feito atravs da alterao

    da temperatura de reao, temperatura da carga, temperatura de regenerao,

    vazo de vapor entre outros. Porm, o catalisador que interfere diretamente no

    mecanismo de reao de craqueamento, direcionando a reao desejada, e por

    esse motivo, ele considerado o principal alvo de mudana do processo FCC.

    Assim, o novo catalisador de FCC deve processar cargas mais

    pesadas e ao mesmo tempo atingir objetivos diferentes daqueles para os quais o

    processo foi originalmente projetado.

    No caso da produo de olefinas leves a partir de cicloalcanos os

    estudos esto sendo direcionados busca de uma molcula que melhor represente

    essa carga essencialmente naftnica (DU et al., 2005, CORMA et al., 2001), e quais

    estruturas zeolticas disponveis maximizam a abertura do anel com posterior

    craqueamento em detrimento da transferncia de hidrognio (COSTA et al., 2007,

    SCOFIELD et al., 1998)

  • Captulo II - Reviso Bibliogrfica

    12

    2.4 CATALISADORES DE CRAQUEAMENTO

    O catalisador o elemento fundamental no processo de craqueamento,

    pois atravs de suas propriedades catalticas que ocorrem as rupturas de

    molculas de hidrocarbonetos, em condies menos severas de temperatura e

    presso, e os rearranjos de molculas, aumentando os rendimentos e qualidade dos

    produtos.

    A introduo comercial dos catalisadores de craqueamento zeolticos

    no incio dos anos sessenta revolucionou a indstria de refino de petrleo, causando

    uma mudana significativa no desempenho do catalisador e na tecnologia de

    processo, que resultou no aumento substancial da lucratividade do processo FCC

    (SADEGHBEIGI, 2000).

    Os catalisadores de craqueamento tm passado por vrias mudanas

    ao longo das ltimas dcadas. Os principais eventos relacionados com a evoluo

    dos catalisadores de craqueamento so mostrados na Tabela 2.3.

    Tabela 2.3 Histrico dos principais eventos no desenvolvimento dos catalisadores de

    craqueamento. (ALMEIDA E PIMENTA, 2004).

    Ano Evento

    1942 Argilas naturais, catalisador sinttico com baixa alumina.

    1948 Catalisador de baixa alumina (microesferoidal).

    1955 Catalisador sinttico com alta alumina.

    1964 FCC com zelitas X e Y.

    1974 Promotor de combusto (y).

    1975 Aditivo passivador de nquel.

    1980 Catalisador com USY e RE-H-Y melhor seletividade a coque.

    1984 Aditivo para maximizao de octanagem ZSM-5.

    1985 Aditivo Sox.

    1986 Zelita Y com melhor seletividade a coque e a octanas. Baixa alumina fora de rede, desaluminao qumica.

    1990s Melhoria da seletividade a coque das matrizes. Melhoria nas tecnologias de fabricao. Desenvolvimento de Aditivos.

  • Captulo II - Reviso Bibliogrfica

    13

    2.4.1 Composio dos Catalisadores de Craqueamento

    Os catalisadores de craqueamento apresentam-se sob a forma de

    microesferas de 60 m de dimetro, compostas por uma zelita do tipo FAU

    misturada com uma matriz constituda por uma frao no zeoltica (cataliticamente

    ativa), um diluente do tipo caolinita e um ligante para manter a coeso dos diferentes

    elementos.

    Alm disso, os fabricantes de catalisadores desenvolveram (Tabela

    2.3) e continuam a desenvolver uma srie de aditivos que permitem aumentar o

    ndice de octano da gasolina e a formao de olefinas leves, craquear seletivamente

    os hidrocarbonetos pesados, passivar os venenos metlicos (Ni e V) presentes nas

    cargas, obter uma combusto total do coque (em CO2) e reduzir as emisses de

    SO2. Estes aditivos so introduzidos no catalisador durante a preparao ou

    disponibilizados separadamente sob a forma de microesferas compatveis com o

    catalisador (GUISNET e RIBEIRO, 2004).

    Sendo a zelita o principal componente responsvel pela atividade e

    seletividade do catalisador de FCC, ser descrito na sequncia suas principais

    caractersticas.

    2.4.2 Zelitas Estrutura e Principais Caractersticas

    As zelitas, palavra de origem grega formada a partir dos termos Zeo

    (ebulir) e Lithos (pedra), foram descobertas por Axel Fredrick Cronstedt em 1756.

    Essa nova classe de minerais recebeu essa denominao pois, quando aquecidas

    observa-se a eliminao de vapor de gua, proveniente da evaporao da gua

    adsorvida nos microporos do mineral (MAESEN e MARCUS, 2001).

    Atualmente as zelitas so utilizadas como trocadores inicos em

    detergentes, adsorventes, separao de gases, agricultura, horticultura e

    principalmente nas indstrias de refino do petrleo e petroqumica. (MAESEN e

    MARCUS, 2001).

    Quimicamente, o termo zelita designa um grupo de aluminossilicatos

    cristalinos, geralmente contendo metais alcalinos e alcalinos terrosos como

    compensadores de carga. Estruturalmente, as zelitas possuem um arranjo

  • Captulo II - Reviso Bibliogrfica

    14

    tridimensional de tetraedros TO4 (T=Al ou Si) ligados pelos seus tomos de oxignio

    para formar subunidades e, finalmente, as redes cristalinas (GUISNET e RIBEIRO,

    2004). Os tomos de silcio ou alumnio ocupam os centros dos tetraedros e os

    tomos de oxignio seus vrtices, como mostrado na Figura 2.3.

    Figura 2.3 Esquema ilustrativo de uma unidade bsica de construo das zelitas.

    A estrutura bsica primria tetradrica pode levar a redes

    tridimensionais bastante diversificadas, que geram sistemas porosos particulares e

    tornam as zelitas importantes em processos de purificao, adsoro e catlise

    (FLANIGEN, 2001).

    Cada unidade de AlO4 na rede leva ao surgimento de uma carga

    negativa, que contrabalanceada por um ction (M+) (Figura 2.4) ou por um prton

    (H+). A presena de prtons gera stios cidos de Brnsted. Os ctions podem ser

    trocados, sendo essa propriedade altamente importante na aplicao das zelitas

    como trocadores inicos. As molculas de gua adsorvidas nas paredes de poros e

    cavidades so removidas reversivelmente por aquecimento, sem alteraes

    significativas da estrutura cristalina, mesmo considerando que a porosidade pode

    representar 50% do volume dos cristais (FLANIGEN, 2001).

    Figura 2.4 Esquema ilustrativo mostrando as unidades bsicas na estrutura de zelitas e

    o ction (M+) compensando a carga negativa gerada ao redor do tomo de Al (MARTINS e

    CARDOSO, 2006).

    A proporo de alumnio , portanto uma propriedade extremamente

    importante, afetando a distribuio da densidade de carga negativa na rede, a

    capacidade de troca inica, a densidade e fora dos stios cidos de Brnsted,

  • Captulo II - Reviso Bibliogrfica

    15

    assim como, a estabilidade trmica, hidrofilicidade/hidrofobicidade das superfcies

    interna e externa e as dimenses da cela unitria (BRAGA e MORGON, 2007).

    A estrutura porosa da zelita permite a transferncia de massa atravs

    dos espaos intracristalinos, no entanto, essa transferncia limitada pelo dimetro

    de seus poros. Dessa forma, s podem entrar ou sair do espao intracristalino

    aquelas molculas cujas dimenses so inferiores a um certo valor crtico, que varia

    de uma zelita a outra (GIANETTO, 1990).

    A rigor, somente aluminossilicatos podem ser denominados de zelitas,

    entretanto, devido grande diversidade de composies disponveis convencionou-

    se chamar a grande famlia de materiais micro e mesoporosos de peneiras

    moleculares (LUNA e SCHUCHARDT, 2001).

    Os microporos das peneiras moleculares so classificados de acordo

    com o tamanho:

    Pequenos (< 0,4 nm),

    Mdios (0,4 0,6 nm),

    Grandes (0,6 0,8 nm),

    Supergrandes (> 0,8 nm).

    Peneiras moleculares com poros maiores que 2,0 nm so classificadas

    como mesoporosas (LUNA E SCHUCHARDT, 2001).

    As zelitas podem ser estruturalmente representadas por:

    ( ) ( )[ ] OwHSiOAlOM yxn

    x 222

    (2.1)

    Sendo n a valncia do ction M e w o nmero de molculas de gua

    adsorvida. A soma de x e y representam o nmero total de tetraedros SiO4 e AlO4-

    da cela unitria e y/x a razo atmica Si/Al. (GUISNET e RIBEIRO, 2004)

    A eficincia das zelitas em catlise se deve a algumas caractersticas

    peculiares desses materiais, tais como:

    i) Alta rea superficial devido estrutura microporosa que confere s zelitas

    uma superfcie interna muito grande, quando comparada sua superfcie

    externa (GIANETTO, 1990).

  • Captulo II - Reviso Bibliogrfica

    16

    ii) Alta capacidade de adsoro. Propriedade esta que varia num amplo

    espectro desde altamente hidrofbicas a altamente hidroflicas;

    iii) Uma estrutura que permite a criao de stios ativos, tais como stios cidos,

    cuja fora e concentrao podem ser controladas de acordo com a

    aplicao desejada;

    iv) Tamanho de canais e cavidades compatveis com a maioria das molculas

    das matrias-primas usadas na indstria;

    v) Uma complexa rede de canais que lhes confere diferentes tipos de

    seletividade de forma: seletividade a reagentes, a produtos ou ao estado de

    transio, como esquematizados na Figura 2.5 (LUNA E SCHUCHARDT,

    2001).

    Figura 2.5 Tipos de seletividade com peneiras moleculares (LUNA E SCHUCHARDT,

    2001).

    A Tabela 2.4 apresenta as zelitas e outros zeotipos (estruturas

    similares s das zelitas) mais utilizados em processos catalticos. Essas peneiras

  • Captulo II - Reviso Bibliogrfica

    17

    moleculares possuem microporos inerentes sua estrutura cristalina e aberturas de

    acesso ao sistema poroso, de interesse comercial, na faixa de 0,4 a 0,76 nm (SILVA,

    2008-a).

    Tabela 2.4 Peneiras moleculares (zelitas e zeotipos) utilizadas em processos catalticos

    (SILVA, 2008-a).

    Peneira Molecular

    Cdigo da estrutura

    (IZA)

    Dimetro de poros (nm)

    Processo

    Zelita Y FAU 0,74 Craqueamento e outros

    ZSM-5 MFI 0,51 0,56 Diversos

    Mordenita MOR 0,26 0,70 Isomerizao de alcanos

    Linde tipo L LTL 0,71 Isomerizao de alcanos

    Zelita BEA 0,55 0,76 Alquilao de aromticos

    MCM-22 MWW 0,40 0,55 Alquilao de aromticos

    Ferrierita FER 0,42 0,54 Isomerizao de n-buteno

    SAPO-34 CHA 0,38 Processo MTO

    SAPO-11 AEL 0,39 0,63 Isomerizao de parafinas

    ZSM-22 TON 0,44 0,55 Isomerizao de parafinas

    A seguir sero descritas as principais caractersticas das zelitas

    utilizadas neste trabalho, com maior dedicao dada estrutura MWW (MCM-22),

    por ser a primeira vez que utilizada pelo grupo.

    2.4.3 Zelita MCM-22 (MWW)

    A zelita MCM-22 foi sintetizada pela primeira vez em 1990, pela Mobil

    Oil Corporation, utilizando hexametilenoimina (HMI) como agente direcionador de

    estrutura. O material preparado de acordo com os exemplos da patente tem uma

    rea superficial superior a 420 m2/g e estabilidade trmica acima de 925 C (RUBIN

    e CHU, 1990).

    A MCM-22 possui uma estrutura cristalina peculiar, que origina dois

    sistemas de canais independentes, ambos acessados por anis elpticos delimitados

    por 10 membros TO4. Um sistema (Figura 2.6), constitudo por canais sinusoidais

    bidimensionais, definidos por anis de 10 membros, cujo dimetro livre de 0,40 x

  • Captulo II - Reviso Bibliogrfica

    18

    0,59 nm, e o outro definido pelo empilhamento de supercavidades de 12 membros

    (Figura 2.7), cujo dimetro de 0,71 nm e altura de 1,82 nm. Cada supercavidade

    se comunica com as supercavidades vizinhas por seis anis de 10 membros, cujo

    dimetro livre de 0,40 x 0,54 nm. (LAWTON et al., 1998). A International Zeolite

    Association (IZA) denominou essa topologia como sendo MWW e a supercavidade

    de cavidade MWW (CAMBLOR et al., 1998).

    (a) (b) y

    z

    x

    Figura 2.6 (a) Vista em perspectiva dos canais sinusoidais na MCM-22 em nvel z=1/2. (b)

    Projeo ao longo da direo [001] da MCM-22 mostrando os canais sinusoidais em z=1/2.

    Vrios caminhos difusionais so ilustrados pelas setas (LAWTON et al., 1998).

    1,82 nm

    Supercavidade

    Semicavidade

    Semicavidade

    Figura 2.7 Ilustrao esquemtica de duas camadas da MCM-22 mostrando a

    supercavidade (A) com acesso atravs de anis de 10 membros, e as semicavidades

    superficiais (B) conectadas aos dos duplos anis de 6 membros (C). Quando duas camadas

    se ligam dessa maneira, duas semicavidades do origem a supercavidade (LAWTON et al.,

    1998).

  • Captulo II - Reviso Bibliogrfica

    19

    A cela unitria tem simetria hexagonal e contm 72 tomos T, de

    maneira que sua composio qumica pode ser expressa como:

    Nax[AlxSi72xO144].nH2O. (2.2)

    Os parmetros refinados da cela unitria so a = 1,44 nm e c = 2,52

    nm para o material calcinado e seco (BAERLOCHER et al. 2001).

    Segundo estudos realizados por LEONOWICZ et al. (1994),

    relacionados estrutura da MCM-22, indicam que quando recm preparada, este

    slido apresenta uma estrutura lamelar, como ilustrado na Figura 2.8 (a). Neste

    estgio, quando as lamelas esto intercaladas por molculas de direcionador (HMI)

    e gua, o material denominado precursor (MCM-22(P)), e suas lamelas j

    possuem o sistema de canais sinusoidais bidimensionais delimitados por anis de

    10 membros. Aps a remoo de gua e material orgnico do precursor, atravs da

    calcinao, as lamelas se condensam dando origem a estrutura tridimensional

    (Figura 2.8 (b)).

    - H2O - Matria Orgnica

    (a) (b)

    Calcinao

    Figura 2.8 (a) Estrutura lamelar do material precursor da MCM-22 precursor; (b) Estrutura

    tridimensional da MCM-22 obtida aps calcinao (PERGHER et al., 2003)

    Vrios trabalhos comprovaram que a complexa estrutura da zelita

    MCM-22 combina propriedades das zelitas de poros mdios e das zelitas de

    poros grandes. (UNVERRICHT et al., 1994; CORMA et al., 1994 e RAVISHANKAR

  • Captulo II - Reviso Bibliogrfica

    20

    et al., 1995). Outra importante caracterstica que deve ser levada em considerao

    que os canais so mutuamente independentes, ou seja, no se interconectam.

    Assim sendo, uma molcula reagente difundindo nos canais de 10 membros no

    pode passar para as supercavidades de 12 membros de um mesmo cristal, ou vice-

    versa. Consequentemente a distribuio de produtos para uma determinada reao

    cataltica (seletividade) , frequentemente, uma combinao das seletividades

    individuais obtidas em cada sistema de canais (CORMA, 1998).

    Alm disso, mesmo as supercavidades MWW (0,71 x 0,71 x 1,82 nm)

    possuindo espao mais que suficiente para abrigar molculas grandes e permitir

    estados de transio que no ocorrem em zelitas de poros menores, a difuso para

    dentro e para fora destas cavidades limitada pela janela de acesso de 10 membros

    (0,40 X 0,54 nm) (LEONOWICZ et al., 1994).

    Outro aspecto interessante nesse material a presena de bolses

    ou taas, resultantes de supercavidades de 12 membros incompletas na superfcie

    dos cristais da MCM-22 (Figura 2.9) (DU e OLSON, 2002). Estas semicavidades

    correspondem metade de uma supercavidade e possuem aproximadamente 0,7

    nm de profundidade. A Figura 2.10 apresenta uma representao esquemtica de

    uma lamela do precursor MCM-22, mostrando as semicavidades de 12 membros

    superficiais.

    Figura 2.9 Superfcie [001] da zelita MCM-22 mostrando as semicavidades externas. Os

    seis anis de 10 membros esto abaixo das semicavidades (DU e OLSON, 2002).

    Com base em experimentos de troca inica e adsoro, LAWTON et al.

    (1998), sugeriram que estas semicavidades existem em alta concentrao na

    superfcie externa dos cristalitos da MCM-22, permitindo assim, o abrigo de

  • Captulo II - Reviso Bibliogrfica

    21

    molculas grandes, contribuindo para a explicao do comportamento caracterstico

    de uma zelita de 12 membros em alguns processos catalticos.

    Semicavidades de

    12 membros

    Janela de acesso dos canais sinusoidais

    Figura 2.10 Ilustrao esquemtica de uma lamela de MCM-22, mostrando as

    supercavidades superficiais e as janelas de acesso aos canais sinusoidais (LAWTON et al.,

    1998).

    As isotermas de adsoro/dessoro caractersticas para a MCM-22

    so do tipo I com a presena de histerese a altas presses relativa (P/P0) (Figura

    2.11, (PERGHER et al., 2003)), onde se observa um primeiro patamar de adsoro

    nos microporos e um segundo patamar, que apresenta uma histerese do tipo H3

    (segundo a classificao da IUPAC), que est associada a agregados no rgidos de

    partculas em forma de placa, originando poros em forma de fendas (MARQUES et

    al., 1999; FIGUEIREDO, 2001).

    Volume Adsorvido ( cm3/g)

    Presso Relativa P/Po

    Figura 2.11 Isotermas de adsoro/dessoro da zelita MCM-22 (PERGHER et al.,

    2003).

    Segundo RAVISHANKAR et al. (1995), o volume de microporos da

    MCM-22 com razo Si/Al = 14 determinado por adsoro de Ar, H2O e

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    22

    hidrocarbonetos (0,2 mL/g), maior que o da zelita ZSM-5 (zelita de microporos

    mdios) e menor que os das zelitas ZSM-12 e (zelitas de microporos grandes).

    O tamanho dos poros (0,7 nm) obtido pelo mtodo Horvath-Kawazoe similar aos

    da zelita mordenita (0,72 nm).

    Aps a sntese, a MCM-22 apresenta como elementos compensadores

    de carga da estrutura ctions Na+ e H+. Este ltimo responsvel pela presena de

    acidez na zelita, pois o direcionar HMIH+, ao ser calcinado, deixa seu prton ligado

    estrutura inorgnica (CORMA et al, 1995).

    PERGHER et al. (2003), atravs de anlises de espectroscopia na

    regio do infravermelho com adsoro de piridina, verificaram a existncia de stios

    cidos de Lewis e Brnsted na estrutura da MCM-22, sendo que a amostra com

    menor razo Si/Al (15) possui maior acidez (tanto de Brnsted quanto de Lewis)

    quando comparada com a amostra de maior razo Si/Al (50), o que era de se

    esperar, devido a maior quantidade de Al presente. A anlise de dessoro

    termoprogramada de amnia (TPD-NH3), que quantifica os stios cidos do material,

    revelou que a amostra com razo Si/Al = 15 possui um total de 2,83 vezes mais

    stios cidos que a amostra com razo Si/Al = 50.

    Segundo DU e OLSON (2002), os stios cidos de Brnsted da zelita

    HMCM-22 (Si/Al = 16,5) so fortes e uniformes, e apresentam fora cida

    comparvel a dos stios cidos da HZSM-5 (Si/Al = 36). E, de acordo com TSAI et al.

    (2004), a fora cida da MCM-22 menor que a das zelitas ZSM-5 e beta com

    similares razes Si/Al.

    As caractersticas j citadas, como alta estabilidade trmica, alta rea

    superficial especfica e alta capacidade de adsoro, contriburam para que a MCM-

    22 fosse testada e/ou usada de vrias maneiras como, por exemplo, adsorvente na

    remoo de corantes de guas residurias (WANG et al., 2006), e principalmente

    com catalisador em vrias reaes tais como, desproporcionamento de

    alquilaromticos (tolueno, xilenos) (LAFORGE et al., 2005), alquilao de aromticos

    com pequenas cadeias olefnicas (CORMA et al., 2000; FU e DING, 2005;

    RIGOREAU et al., 2005) ou com alcois (CORMA et al., 1996), isomerizao

    (SHANGA, 2005), craqueamento (MELONI et al., 2001; OKUMURA et al., 2002;

    MARTINS et al., 2005; ZHU et al., 2005;) e decomposio de N2O

    (MASCARENHAS, 2004).

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    23

    2.4.4 Zelita ZSM-5 (MFI)

    muito comum a comparao da atividade cataltica da MCM-22 com

    a da ZSM-5 devido semelhana dos sistemas de canais sinusoidais bidimensionais

    e das propriedades cidas encontradas em ambas. (UNVERRICHT et al., 1994,

    PALELLA et al., 2004).

    A zelita ZSM-5 (do ingls, Zeolite Socony Mobil) faz parte da famlia

    pentasil. Caracteriza-se por um alto teor de silcio, com a razo Si/Al podendo variar

    de valores prximos a 11 e acima de 8000 (SCHERZER, 1989). A cela unitria da

    ZSM-5 apresenta a seguinte frmula emprica: Mn Aln Si96-n O192.16 H2O, onde M o

    ction de valncia n (GUISNET e RIBEIRO, 2004).

    A rede cristalina contm os tetraedros de Si e Al fazendo parte de anis

    de 5 membros. Estes anis so conectados (Figura 2.12), formando dois tipos de

    canais interligados. Os canais possuem aberturas delimitadas por anis de 10

    membros. Um dos canais sinusoidal e possui uma abertura quase circular de 0,54

    x 0,56 nm, paralelos direo [010]. O outro canal reto e possui uma abertura

    elptica de 0,51 x 0,55 nm, paralelos direo [100]. A interconexo dos canais

    possui um dimetro de 0,9 nm e onde, provavelmente, se encontram os stios

    fortes com atividade cataltica mais pronunciada. A zelita ZSM-5 no possui

    cavidades e seu sistema tridimensional de canais apresentado na Figura 2.13

    (OLSON et al, 1981).

    (a) (b)

    Figura 2. 12 Organizao de tetraedros TO4 na formao da estrutura da zelita ZSM-5.

    (a) Formao de lminas (b) agrupamento de lminas (SILVA, 2008-b).

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    24

    Figura 2.13 Estrutura tridimensional de poros na zelita ZSM-5 (SILVA, 2008-b).

    A zelita HZSM-5 normalmente sintetizada na forma NaZSM-5 e

    transformada na forma cida por troca inica com solues cidas ou, mais

    comumente, com soluo amoniacal seguida de tratamento trmico.

    Ela possui muitas aplicaes industriais devido sua alta seletividade

    em determinadas reaes catalticas e ao alto grau de estabilidade trmica e cida.

    Ela utilizada na sntese de combustveis sintticos (gasolina a partir de metanol),

    no refino de petrleo (craqueamento e desparafinao) e na petroqumica

    (isomerizao de xilenos, despropocionamento de tolueno, sntese do etilbenzeno)

    (GUISNET e RIBEIRO, 2004).

    2.4.5 Zelita Y (FAU)

    A zelita Y pertence famlia das Faujasitas e possui um sistema de

    canais tridimensional. Esta zelita apresenta um parmetro de cela unitria que

    pode variar entre 2,42 a 2,50 nm, quando a mesma est na forma sdica e

    hidratada, dependendo da razo Si/Al. Cada cela unitria composta por 192

    tetraedros, sendo o nmero de tomos de alumnio por cela unitria dado pela

    Equao 2.1 (GIANETTO, 1990).

    RNAl +

    =1

    192 (2.3)

    Onde:

    NAl nmero de tomos de alumnio por cela unitria.

    R razo (Si/Al) rede 1.

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    25

    A estrutura cristalina da zelita Y formada pela associao de

    octaedros truncados (cavidade sodalita ou ), conectados entre si por meio de

    prismas hexagonais, levando a formao de grandes cavidades denominadas

    supercavidades . Como ilustrado na Figura 2.14, a cela unitria da zelita Y

    composta por oito cavidades , gerando uma estrutura com porosidade de 50% em

    volume (GIANETTO, 1990).

    Cavidades Sodalita ou

    Prismas Hexagonais

    Supercavidade

    Anis de 6 membros

    Figura 2.14 Diagrama esquemtico de uma zelita com estrutura faujasita. esquerda:

    unidades de construo. direita: estrutura faujasita (MARTINS e CARDOSO, 2006).

    As supercavidades possuem 1,3 nm de dimetro, e so ligadas a

    quatro outras supercavidades por janelas circulares de cerca de 0,74 nm de

    dimetro (GUISNET e RIBEIRO, 2004). Ao contrrio das cavidades sodalita e dos

    prismas hexagonais de abertura estreita, essas supercavidades so acessveis a

    numerosas molculas orgnicas. A superfcie externa dos cristalitos de zelita Y

    desprezvel em relao superfcie dos poros (< 2%), resultando no fato de que a

    maioria das reaes ocorram sobre os stios cidos localizados nas supercavidades.

    No entanto, os stios cidos externos podem, como os internos, desempenhar um

    papel importante na converso das molculas mais pesadas da carga, visto que

    estas no conseguem ter acesso ao interior do sistema poroso.

    As zelitas faujasitas so comumente sintetizadas na sua forma sdica

    e praticamente no possuem atividade cataltica. Os ons Na+ so geralmente

    removidos pela troca inica com ons amnio, ctions alcalinos e alcalinos terrosos,

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    ctions de metais de transio e ons de terras raras (SADEGHBEIGI, 2000). A

    zelita Y, utilizada no processo FCC, obtida por sntese hidrotrmica (frmula da

    cela unitria Na58Al58Si134O384. 240H2O), passa pelo processo de troca inica para

    permutar os ons Na+ por ctions de terras raras (RE3