Marx e Epicuro

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Marx e Epicuro.

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http://boptown1.blogspot.com.br/2014/09/rockabilly-revival-b.htmlhttp://thedogsspace.blogspot.com.br/http://arquivorockabilly.blogspot.com.br/a raa humana est fazendo hora extra neste belo planeta! brother!Um dos conceitos mais interessantes estudados por Olavo de Carvalho , sem dvida, o da paralaxe cognitiva. Olavo o define como afastamento entre o eixo da construo terica e o eixo da experincia real anunciado pelo indivduo, que teria se expandido aps a Modernidade. Antes, os filsofosos antigos e medievais (na maioria) acreditavam que estavam dentro de uma realidade ou cosmos racionalmente ordenado, sem poder observ-lo de fora ou modific-lo, na base, de acordo com suas vontades ou vises de mundo. A paralaxe , na definio, como uma distoro de percepo que acaba por destruir a cacidade de conciliar a verdade factual e a teoria reflexiva, muitas vezes at intencionalmente, como em Marx e Epicuro.Vamos lembrar: Epicuro inverteu a relao entre a teoria e prtica. Normalmente, a teoria fundamento lgico que descobre um mundo existente e d diretrizes para a prtica. Ou seja, a teoria que leva aos caminhos da prtica. Para o picareta grego, a prtica reiterada que vai produzir e legitimar (artificialmente) a teoria. Epicuro no descreve o mundo como ele de fato ; mas sim prope transform-lo psicologicamente pela prtica para que ele fique, na percepo do indivduo, parecido com a teoria imaginada. Karl Marx e todos os seus seguidores de hoje, diretos e indiretos, tambm possuem influncias epicreas, afinal, os filsofos no deviam compreender o mundo, mas transform-lo. Como diz Alfred Fabre-Luce, Marx, ao preferir antes transformar do que compreender o mundo, era levado a escolher um pensamento por sua capacidade de mobilizao. Assim, fcil entender porque tantos negam crimes do socialismo ou defendem absurdos como controle feito pelo governo da imprensa para atingir a liberdade; a teoria no serve para descobrir a realidade da ao, serve apenas para fazer apologia do fato consumado para que ele se molde ao seu interesse. Esse o deslocamento da concepo original de teoria, que descrevia o fato objetivo, e a prtica, que virou o caminho para legitimar qualquer concepo pr-estabelecida mesmo que no corresponda a nada dos fatos.Nos debates, eu uso uma suavizao do conceito de paralaxe cognitiva, que demonstra a contradio entre dois princpios ou entre o princpio e a ao que o indivduo anuncia. mou menos como seguir o seguinte modelo:(1) No entre;(2) Entrada aqui.(2) a negao direta de (1). E mesmo assim, o sujeito bate no peito e grita por todos os cantos as duas idias ao mesmo tempo.Onde podemos encontrar isso no neo-atesmo? Em muitos lugares, para falar a verdade.Se verificarmos o discurso dos neo-ateus militantes na internet, vemos tanto a contradio interna do pensamento como contradio entre a ao e teoria. Um exemplo claro disso seria o seguinte:(1) Ateus no se importam com a crena dos outros, como os religiosos;(2) Milito o dia todo para converter s pessoas ao humanismo e termos um mundo melhor.Ora, se ateus no se importam (o que j configura a fraude Representante do Atesmo) e mesmo assim ele, ateu, passa militando o dia todo? Est na cara que s um self-selling grupal, escondido pela paralaxe cognitiva.Neo-ateus tambm gostam muito de atacar a moralidade dos religiosos. mesmo tendo que admitir uma moralidade subjetiva!(1) Ateus so mais morais que religiosos, pois no fazem as coisas certas por interesse (ir pro Cu);(2) No existe moralidade objetiva e absoluta, sendo ela apenas fruto de presses sociobiolgicas.Vamos considerar que o final de (1) fosse verdade (apesar de ser uma frase difamatria, pois o religioso pode muito bem fazer o bem por saber, a partir do reconhecimento da moralidade objetiva, que aquilo o certo a recompensa consequncia, no interesse mesquinho.). O ateu teria como conciliar o incio de (1) com (2)? claro que NO! Afinal, se ele no reconhece que h uma diferena entre o altrusmo e o egosmo, entre o auto-sacrficio e a vontade nica de ficar bem na fita, diferente de uma conveno de como dobrar direita ou esquerda na rua, independente de a pessoa concordar com isso ou no, ele, nesse caso, aceita o argumento moral, ou seja, no pode mais ser ateu! A contradio explcita. O mximo que ele pode dizer eu acho isso ou pelo padro sociedade, nunca so, de forma afirmativa e absoluta, pois, para o fazer, teria que ser testa.Alguns outros exemplos, no pensamento humanista em geral:(1) A ao dos indivduos explicada pelas influncias correntes ideolgicas e sociais dentro de um sistema de materialismo histrico baseado no conflito de classes;(2) Os crimes de Stlin no podem ser debitados na conta de sua ideologia de esquerda, pois foram causados unicamente pela maldade inata desde homem.Ou ainda:(1) O conhecimento s vlido se obtido pelo mtodo cientfico (ou emprico);(2) O conhecimento obtido em (1) vlido, mesmo no sendo obtido pelo mtodo cientfico;Outro exemplo:(1) No existe verdade absoluta;(2) A frase acima, para ser verdade, no pode comportar excesses;(3) Logo, a frase (1) uma verdade absoluta, que, conforme (1), no existe.E assim vai.Para identificar um caso de paralaxe cognitiva, fique atendo se a alegao do adversrio no entra em contradies com os prprios princpios tericos que ele carrega, em geral, ou que sustentam a prpria frase especfica. Conferir se a idia enunciado sustentvel em si pelos valores do outro debatedor mesma uma refutao ex concessis, conforme definida por Schopenhauer no livro Dialtica Erstica (ver srie sobre o livro aqui) e, como disse Olavo de Carvalho nos comentrios,se o argumento pretende ser filosfico, mais lcito ainda exigir que tenha coerncia com o quadro geral das idias do interlocutor. (pg. 216, Comentrios Suplementares).Quem comete erros to bsicos como paralaxe cognitiva, ou aceita e corrige sua interveno, ou j mostra que no tem qualificao para um debate srio.