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JUNHO 2012 Nº 4- Mensal - Distribuição gratuita - Não pode ser vendida Aprende com quem sabe! O 12º ano acabou e vais ter de escolher um curso superior. Como fazer? Vítor Baía continua na defesa das causas sociais Descobrimos o que aconteceu ao Filipe Pinto dos “Ídolos” Nelson Maltez conta-nos o que faz um Gerente de Balcão no BPI Em Forma Profissão do mês www.maiseducativa.com Pdf disponível em a Universidade! QUERO QUERO ir para Playlist

Mais Educativa | Junho '12

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QUERO IR PARA A UNIVERSIDADE: O 12º ano acabou e vais ter de escolher um curso superior. COMO FAZER?

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JUNHO 2012Nº 4- Mensal - Distribuição gratuita - Não pode ser vendida

Aprende com quem sabe!

O 12º ano acabou e vais ter de escolher um curso superior.

Como fazer?

Vítor Baía continua nadefesa das causas sociais

Descobrimos o que aconteceu ao Filipe Pinto dos “Ídolos”

Nelson Maltez conta-nos o que faz um Gerentede Balcão no BPI

Em Forma

Profissãodo mês

www.maiseducativa.comPdf disponível em

a Universidade!QUEROQUERO ir para

Playlist

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2 | MaisEducativa . Junho 2012

“Anda conhecer

o IPBeja!”Apelando às conhecidas e verdejantes paisagens alentejanas salpicadas por ovelhas, o Instituto Politécnico de Beja (IPBeja) quis mostrar ao mundo que a modernidade e a excelência também são ex-libris da cidade. Prova disso foi a mega mobilização em torno das filmagens do LipDub da instituição – onde nem os 33º marcados no termó-metro deitaram a baixo os ânimos e a boa disposição dos participantes.Texto e fotos: Bruna Pereira e João Diogo Correia

Chama-se LipDub e podíamos dizer que é um filme sem cortes ou uma espécie de video-clip – se quiseres – onde no decorrer de uma ou várias músicas se dá a apresentação do IPBeja, pelas suas várias escolas: Escola Superior de Educação (ESE), Escola Superior de Saúde (ESS), Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTIG) e a Escola Superior Agrária (ESA). Para mascote desta iniciativa foi escolhida uma simpática ovelha, muito cool e mu-nida de óculos de sol. “Esta escolha tem muito a ver com a nossa identidade local. Se pensarmos que a maior feira do Baixo Alentejo é a Ovibeja e juntarmos a essa matriz identitária o facto de que, através deste LipDub, estamos a projetar-nos no futuro, com inciativas na área dos Novos Media, das Tecnologias, dos Serviços Social, da Enferma-gem…. O IPBeja é tudo isso e essa é precisamente a imagem que queremos transmitir”, diz Aldo Passarinho, coordenador do Gabinete de Imagem e Comunicação.Quanto à ideia do LipDub,“esta insere-se no contexto – chave inovação”, refere Vito Ca-rioca. “Estamos a apostar em tudo aquilo que nos parece diferente, marcante e ino-vador, de forma a ultrapassar a mera retórica das coisas simples e a deixarmos de ser amadores para apostarmos na excelência”.

MORTE À ESPERA!OLHA A TESOURA DE PODA!

DO IPBEJA PARA O MUNDO

VERDES SÃO OS CAMPOS… DA COR DOS ALUNOS

‘TÁ A GRAVAR

Dos malabaristas circenses às galinhas de campo, passando pelas já acos-tumadas tunas do IPBeja e as bailarinas orientais, destacamos os simpáticos enfermeiros zombies fãs da revista Mais Educativa, media partner do LipDub. “Esta é uma iniciativa fantástica e estamos muito anima-dos para entrar em ação!”, disse Sara Fernandas, aluna finalista de Enfermagem da ESS, sem esconder os segredos de uma maquilha-gem tão veridicamente assustadora – mesmo em plena luz do dia. “Isto foi rápido, nem meia hora demorou!”

Como nem só de estudantes e professores vive o LipDub do IPBeja, eis aqui a equipa verdinha do Serviço de Higiene e Limpeza do Município de Beja, bem equipada para a fotografia. Além da imponen-te varredora mecânica, não ficaram esquecidas as tesouras de poda, os ancinhos e até arbustos de eucalipto para dinamizar mais a aparição nas filmagens.

As palhas do chapéu não enganam – nem tampouco o faz a máquina fotográfica ao pescoço e o mapa de Portugal bem estendido em jeito de len-çol. Estamos perante algumas alunas do Curso de Turismo da ESTIG, prestes a entrarem em cena do LipDub do IPBeja.

Mesmo em época decisiva de exames, estas alunas do Curso de Saúde Ambiental da ESS do IPBeja não foram de modas: uma vez assegurados os estudos, transformaram-se em verdadeiras cheerleaders equipadas de verde, tal e qual as profissões que poderão vir a desempenhar no futuro mandam.A docente de Saúde Pública Raquel Santos esteve sempre ao lado das suas alunas e foi muito visível a cumplicidade que as uniu durante a tarde das filmagens do LipDub. “Não podia deixar de estar presente neste momento. Os alunos merecem tudo de nós”, disse-nos, sempre sorridente, a professora.

Arranca o primeiro take do LipDub do IPBeja e logo a puxar gargalha-das. Serafim chega de bicicleta, num blazer bem aprumado e protegido por um capacete, não vá a falta de equilíbrio tecê-las. “Ena tanta gentiii”, comenta com o inconfundível toque alentejano. “Isto no meu tempo não era assim”. “Já aterram aviões em Beja” é o nome do sketch de arranque e, para que Serafim não se sinta sozinho, é a deixa duma das alunas. “Devem ser aviões daqueles que andam muito baixinho”, responde o ciclista fortuito. Pelos vistos, está enganado. A aluna não se deixa ficar: “anda conhecer o IPBeja”.

Embora o bigode e as vistosas plumagens não ajudem a uma descoberta rápida, nós explicamos tudo: a Daniela, a Núria, a Joana e a Andreia são alunas do 3º ano de Educação Básica da ESE do IPBeja. Quanto ao sucesso causado nas filmagens do mega LipDub da instituição, esse foi mais do que garantido!

QUANDO AS GALINHAS VÃO ÀS FILMAGENS

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VERDES SÃO OS CAMPOS… DA COR DOS ALUNOS

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18, 19, 20 e 21 de julho

Cabedelo · Vila Nova de Gaia

18 WOLFMOTHER

THE SOUNDSFRANZ FERDINAND

THE CULTGUN

20 GOGOL BORDELLO

EBONY BONES

AZEITONAS

BILLY IDOL

21PEDRO ABRUNHOS

MÓNICA FERRAZ

ANASTACIA

19 KAISER CHIEGARBAGE

THE HIVES

maresvivas.tmn.pt

Refresca-te neste passatempo exclusivo para facebook!Então, estás aí? Ainda bem, porque temos 4 passes para os 4 dias do festival de verão que este ano conta com nomes como Franz Ferdinand, Gogol Bordello, Anastacia, Azeitonas, Garbage, Kaiser Chiefs e muitos mais!

facebook.com/maiseducativa

Faz à nossa página de facebook e descobre a maneira de marcar presença

no Marés Vivas à borliú.

//ÍNDICE . BINGO

Ficha TécnicaProprietário/Editor: Young Direct Media, Lda . Empresa jornalistica inscrita com o nº: 223852 . NIPC nº 510080723 . Diretora: Bruna Pereira, [email protected] . Sede de redação: Rua Ester Bettencourt Duarte, Lote 76, 2625 - 095 Póvoa de Santa Iria . Tlf. 21 155 47 91 . Fax. 21 155 47 92 . Email geral: [email protected] . Tiragem: 50,000 exemplares . Peridiocidade: Mensal . Registo na ERC nº 126169 Depósito legal: 341259/12 . Tipografia e Morada: Lisgráfica - Rua Consiglieri Pedroso, nº 90, Casal de Santa Leopoldina, Barcarena . COLABO-RADORES: Administração: Graça Santos, [email protected] . Diretora Geral da Empresa: Graça Santos, [email protected] Diretor Adjunto da Empresa: Paulo Fortunato, [email protected] . Diretor Comercial: Duarte Fortunato, [email protected] . Redação: Bruna Pereira, [email protected] e João Diogo Correia, [email protected] . Colaboradores editoriais: Renato Paiva . Designer gráfico: Mónica Santos, [email protected] . Internet: André Rebelo, [email protected] . Comunicação, Distribuição e Fotografia: Samuel Alves, [email protected] publicação já se encontra escrita ao abrigo no novo Acordo Ortográfico.

//INDÍCE . BINGO

//DÁ-TE AO TRABALHO

//TOQUE DE ENTRADA

//PROFISSÃO DO MÊS

//CONSULTÓRIO ESCOLAR

//TOQUE DE SAÍDA

//PLAYLIST

//TAKE 1

//MAIS GAMES

//EM FORMAJUNHO 4

166

2022

81213

1415

Viva o Santo António!Viva o São João!Viva a Mais Educativa, que te dá prémiose diversão.

Junta os teus amigos, agarra no teu comando PlayStation Move e prepara-te para a diversão, com esta fantástica seleção de minijogos, onde o principal objetivo é derrotar o Dr. Terrível e salvar a Terra. A Sony Entertainement e a Mais Educativa juntam-se à festa e ofere-cem-te 5 jogos “Start the Party! Salva o Mundo!” (um exclusivo PlaySta-tion Move para a PS3). Para te sagrares um dos 5 vencedores, apenas terás de responder à seguinte pergunta:

Salvar a Terra não é tarefa fácil. Mas há alguns pequenos-grandes gestos que todos fazemos diariamente e que nos tornam verda-deiros super-heróis. Conta-nos alguma coisa que faças e que pos-sa servir para salvar o mundo.

Os melhores exemplos ganham prémio. Não te esqueças de preen-cher devidamente o formulário online em www.maissuperior.com. Boa sorte!

Jogo

Momentos de pura diversão

Esta informação foi facultada pelo departamento comercial.

Condições gerais dos passatempos da Mais Educativa1. Os passatempos da Mais Educativa têm uma data de início e de fim (que corresponde à duração do mês da publicação da revista) fora das quais todas as participações recebidas serão recusadas.

2. Das respostas recebidas, apenas serão consideradas válidas as que preencherem devidamente os campos so-licitados no formulário de resposta.

3. Só é aceite uma resposta válida por endereço de e-mail e por concorrente.

4. Do conjunto de respostas válidas recebidas, os premiados serão selecionados de acordo com o método de seleção e o número de prémios comunicados no respetivo passatempo.

5. No caso do número de participações ser inferior ao número de prémios disponíveis, serão contemplados todos os participantes que responderem acertadamente.

6. A lista dos premiados será publicada online, na área de Passatempos, sendo os vencedores ainda notificados via e-mail ou telefone, pelo que os participantes deverão facultar sempre os seus contactos corretos e atuais.

7. Todas as demais dúvidas e questões podem ser endereçadas para o e-mail [email protected].

Start the Party!

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2012

PASSATEMPO

PVP: 29,90 euros

Salva o Mundo!

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//TOQUE DE ENTRADA

A maneira de gesticular e proferir as frases não engana. Profissão? Professora. Pro-fessora de Português, de Francês, do Ensino Básico, do Secundário e até do Superior, pois foi assistente de Literatura Africana – literatura de que muito gosta, aliás. Um dia, ao ler um texto numa aula de Francês, atirou-se de cabeça à causa das crianças mal tratadas e optou por uma licença sem vencimento no ensino, porque o coração falou mais alto e porque “as crianças podem ser pobres, podem ser maltratadas, mas não são estúpidas, e aquilo que as minhas filhas aprendiam aprendiam eles também”, recorda.As aulas nunca ficaram esquecidas e Maria do Carmo Vieira continua a ser uma boca sem fechume no que ao ensino diz respeito. A Mais Educativa foi até à casa desta pro-fessora (que muitos conhecem dos programas televisivos onde aparece) para falar com ela sobre hábitos de leitura – e como uma coisa puxa a outra – sobre o polémico Novo Acordo Ortográfico.Texto: Bruna PereiraFoto: Maria do Carmo Vieira

ao caos na escritaDa falta de leitura

Começou a gostar de literatura por causa duma avó que lhe contava Contos de Fadas – relatos esses que admite serem essenciais para que a paixão pela leitura se forme, juntamente com a personalidade: “É lamen-tável que às vezes os pais ponham os filhos em frente à televisão para ve-rem desenhos animados – que normalmente são muito violentos - e que não haja um tempo para contar histórias, mesmo que sejam inventadas”, explica a professora, muito revoltada pelo facto de sentir que os educa-dores infantis quase que preferem mostrar um vídeo do que promover a paixão pelo livro, capaz de fazer voar a imaginação. “As crianças não são patetas: e se perdem os hábitos de leitura é porque não são estimuladas as capacidades que elas têm - com vídeos não há criança que se possa afeiçoar à palavra e ao livro, que se baseia num contacto muito afectivo, pois a pessoa leva o seu livrinho debaixo do braço e vai para a cama ou está sentadinho a ler.... Mas agora não se estimula isto, muito pela per-versidade do próprio ensino e porque muitos professores já perderam o sentido de ensinar.”Ainda sobre o recurso às novas tecnologias – que considera excessivas quando aplicadas em tenra idade escolar -, Maria do Carmo Vieira recor-da o drama da escrita das crianças de hoje: “a escrita delas é terrível, pois ainda nem manuseiam o lápis nem ajeitaram a mão à caneta, mas já sa-bem teclar no computador, porque são instigadas a isso mesmo”, alerta a professora, citando Ricardo Reis (heterónimo de Pessoa), que já dizia “cada coisa a seu tempo tem seu tempo”, e recordando que uma criança deve crescer com as histórias de encantar, com desenhos animados que não estimulem a violência e, sobretudo, com a afeição à palavra – nem que seja através de cantigas ou através de jogos: “dantes faziam-se as rodinhas - o cantar, o pular, o dar as mãos, o movimentar e o estar uns com os outros... Era algo mítico, ancestral e fazia parte da cultura tradicio-nal que os próprios pais passavam às gerações seguintes, mas hoje em dia parece que está a morrer, porque o que vejo é os meninos de quatro anos a brincarem com telemóveis... Isto é inacreditável e as educadoras infantis permitem... E porquê? Porque isto demonstra conhecimentos tecnológicos, diz a avaliação, e não sei o que mais...”.

Sou totalmente contra“ este Novo Acordo Ortográfico”É assim que Maria do Carmo Vieira inicia a opinião sobre o tema, pois não acredita em nada que seja decretado, sobretudo na Língua, que é um património de toda a comunidade lusófona, cujas especificidades estão a ser aniquiladas, sustenta, acreditando que este passo além de “pouco científico” é , sobretudo, “muito desonesto intelectualmente”, pois obriga a que as pessoas, a partir de determinado momento, passem a escrever de determinada maneira. “Lembro-me que um linguista brasileiro disse--me num debate: 'mas a senhora ainda fala como Luís de Camões?' e eu respondi 'Não o estou a perceber bem... Como posso eu falar no século XXI como Camões no século XVI? O senhor até me esta a dar é razão, por-que não houve um decreto para se deixar de falar como Luís de Camões

e passar a falar assim agora: o que houve foi aquilo que acompanha a lín-gua, que é a intervenção dos falantes e a passagem do tempo, isso é que é uma evolução - as coisas vão-se fazendo gradualmente e não por uma imposição'. É evidente que ele ficou calado, porque até neste argumen-tos estas pessoas que defendem o Novo Acordo são pouco inteligentes.”A professora sustenta ainda que tudo isto se prende “com uma atitude política” e com um “lóbi que vem do Brasil”, que se justifica por ter o maior número de falantes. “Isto é um exemplo grave de colonialismo: agora eu sou o maior e sou o mais forte e imponho-te as minhas regras... Quer dizer, humanamente isto não me parece aceitável”, acrescenta Maria do Carmo, sugerindo que a lógica deste Novo Acordo deixa muito a desejar: “É uma aberração que um aluno do 12º ano seja obrigado a corrigir a ma-neira de escrever sem lógica nenhuma – 'Egito' fica sem 'p' mas 'egípcio' mantém... Na família de palavras que lógica é esta? Como se pode levar o aluno a reflectir sobre a língua? E dizer que é científico: 'olha, como não pronuncias, não escreves!'. Isto é gravíssimo para a ortografia, acrescen-ta a professora, porque cada um passa a escrever como quer: “Eu digo 'igreija' mas escrevo um 'igreja', os do Norte dizem 'baca' e não vão escre-ver 'baca' – está-se a abandalhar a Língua Portuguesa. Além disso, dou o exemplo duma colega minha, cujos alunos já andavam a conjugar o ver-bo 'contactar' sem o 'c', porque esta palavra faz parte das que não perde o segundo 'c'... Isto agora é o caos, porque se uniformiza tudo”.Em relação ainda à conjugação verbal, Maria do Carmo Vieira não aceita que o verbo 'parar', por exemplo, perca o acento no imperativo e do pre-sente do indicativo, ficando escrito da mesma maneira que a preposição 'para'. “Diz-se que depois se tira pelo contexto.... Mas afinal a escrita serve para quê? Serve precisamente para evitar esses equívocos e para dizer como a palavra é dita e lida. Isto dá azo a uma série de equívocos e é contrário ao princípio da ortografia”.Esta professora conclui que a língua mãe dos brasileiros é o português, o português vem do latim e, por isso, a etimologia é a história da palavra e não se pode dar cabo dessa marca cultural. “Não há aspecto que os alunos mais gostem do que quando reflectimos sobre a língua... Tive um aluno que se chamava Filipe e um dia perguntei-lhe: 'sabes qual é a ori-gem da palavra?' Ele não sabia e então eu disse: 'É grega, vem de 'philos', que quer dizer 'amigo', e de 'hipos', que quer dizer 'cavalo', por isso 'Fili-pe' é o 'amigo dos cavalos''. Ele ficou felicíssimo e disse-me: 'a professora pode não acreditar, mas o animal que eu gosto mais é o cavalo!'”.

Em 1985, Maria do Carmo Vieira, juntamente com um grupo de alunos, conseguiu que o Martinho da Arcada (café histórico fre-quentado por escritores e artistas portuguesas, tais como Fernan-do Pessoa, Bocage, Cesário Verde, Almada Negreiros...) não fosse transformado num banco. “Continua vivo... Só que o Martinho que era um café tradicional e passou a ser um restaurante chique... Foi aviltado, com muita pena minha”, diz a professora, com alguma má-goa por ver que o Estado compactua com este tipo de situações.

Salvem o Martinho da Arcada

NOTA: Este texto não se encontra ao abrigo do Novo Acordo Ortográfico, a pedido da entrevistada

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//TOQUE DE SAÍDA

com emissão a partir do EstorilHá nove anos começou uma história que não vem nos livros, mas que dava um: o amor pela radiofonia, pelos microfones e pela mú-sica levou à Escola Secundária de São João do Estoril uma rádio aberta à comunidade. Durante o tempo de aulas, das 10h às 18h, há emissão para toda a escola. Na internet, há todos os dias, 24 horas por dia, emissão para quem quiser. Escuta bem o que a SJ Rá-dio tem para te contar.Texto: João Diogo CorreiaFotos: Samuel Alves

Microfones abertos

A ideia partiu de Fernando Ramos, adjunto da Direção Executiva da Escola Secundária de São João do Estoril, numa visita a Oliveira de Azeméis, para a 2ª Convenção Nacional de Rádios Escolares. Queria montar um estúdio e permitir que os alunos pudessem fazer e ouvir uma rádio própria. Eles também queriam e a prova disso é que, em 2003, a SJ Rádio ganhou voz. Na altura, um desses alunos era Bruno Barbacena, que viria a ser o carismático produtor do programa da SIC Radical, Curto Circuito. Agora coordenador de todo o projeto da SJ Rádio, é dele a palavra: “O nosso conceito nunca foi ser uma rádio de Associação de Estu-dantes, em que um aluno chega aqui, põe umas músicas a passar durante trinta minutos e vai-se embora”. Aproveitou a experiência que também trazia da telefonia e montou uma grelha “não muito ambiciosa, com 2/3 programas”. Hoje orgulha-se de contar com 10 programas de autor. “Tento passar a minha experiência. Eles têm sempre uma formação sobre como é trabalhar em rádio, como é que podem produzir o próprio programa ou onde devem ir buscar os conteúdos. Mas a proposta inicial é, normalmente, deles”.

“Há sempre boa disposição

e programas novos para trabalhar”

Bruno Barbacena diz que, no início dos anos letivos, “há sempre um grande

entusiasmo” e vontade de dar asas à criatividade radiofónica. Cristina Freitas

acrescenta: “como nunca tiveram esse contacto, querem experimentar e apren-

der coisas”. Para alguns, como para Soraia, a magia fica e já não sai: “ganhei um

enorme gosto pela rádio e continuar a seguir rádio agrada-me, porque já me

estou a começar a habituar a ter a rádio sempre presente na minha vida”.

Soraia Silva é aluna do Curso Profissional de Técnico de Comunicação, Marke-

ting, Relações Públicas e Publicidade e “se tivesse de convencer algum colega

a ir para a SJ dizia-lhe que no projeto se aprende muito, há sempre boa dispo-

sição, programas novos para trabalhar e que a SJ Rádio nos dá uma formação

ótima. Faz programas para ajudar os alunos e isso é muito valorizado por quem

nos ouve”.

O passa-a-palavra foi fazendo crescer o projeto e daí nasceu outra necessidade: “há cerca de três anos, lançámos o online, porque até ali só funcionávamos em circuito interno”. São 24 horas de emissão por dia, durante os sete dias da semana, com música e programas originais (“repetimos alguns deles, para não ser só playlist”).Bruno Barbacena não tem dúvidas de que a aposta na internet é a melhor rampa de lançamento: “temos o feedback dos alunos e a ideia que nos dá é que só ouvem rádio no carro, com os pais, por exemplo. Acredito que oiçam mais na internet”, que abre possibili-dades como “estar no facebook e ter a rádio a tocar noutra página”.Depois de um inquérito inédito, feito a todos os alunos da escola, Bruno Barbacena concluiu que “todos conhecem a SJ, mas ela ainda é pouco ouvida fora da escola”. Curiosamente ou não, os acessos ao

site vêm de bem longe - “para além de pessoas de todo o país, temos muitos dos Estados Unidos da América”.Pop, Rock e Hip-Hop são estilos com presença garantida, porque “é do que os alunos gostam, mas não queremos ter aquela conotação de rádio muito comercial”. Bruno Barba-cena remata com a definição, “generalista a nível de playlist, de autor a nível de programas”.

Boca a boca enche-se a rádio de ouvintes

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Junho 2012 . MaisEducativa | 9

Os universitários também

estão convidados!

O que pode fazer

“Fechámos o ano passado com 40 mil visualizações no site e ti-

vemos alunos universitários a querer participar”. Cristina Freitas

está lá para o confirmar - “acabei o curso na área da comunicação

e vi que não sabia fazer nada, não tinha experiência prática”. Duas

amigas a estagiar na SJ e a proximidade entre a Escola e o local onde

vive foram os passos que faltavam. Decidiu vir e hoje não pensa sair.

“A ideia é continuar a abrir as portas, porque isto não é como uma

rádio generalista. É um projeto embrionário, onde vamos deixar as

pessoas experimentar. Mas este ano começámos a apostar na pro-

fissionalização e queremos ter uma equipa fixa”, garante Bruno Bar-

bacena.É o que falta à SJ Rádio. A Câmara Municipal de Cascais continua a

apoiar (“tem sido uma grande impulsionadora deste tipo de pro-

jetos”), mas é preciso que alguns dos voluntários deixem de o ser e

passem a profissionais. A aposta nos universitários pode ser o pri-

meiro passo: “fomos convidados para ser a rádio oficial do II En-

contro Nacional de Estudantes de Ciências da Comunicação e des-

cobrimos lá grandes vozes”. Um Ateliê de Rádio foi quanto bastou

para Bruno Barbacena se surpreender e “em princípio, vamos esco-

lher dez estudantes para vir fazer programas, incluindo pessoal

do Porto, que pode gravar lá, mandar os formatos e nós depois

pomos na emissão”.

“Ena, tanta coisa!”. Para já, Bruno Barbacena tem três ideias-chave:

a SJ Rádio crescer?

1.

2.3.

Estrear um programa só de bandas do Secundá-rio. “As bandas mandam o material, nós divulga-mos e entrevistamos, fazemos o perfil. Se possí-vel, isto no final dava um festival ou um evento parecido. Para além disso, era bom encontrar um patrocinador que pudesse pagar uma gravação de um disco à melhor banda”.

O Tour SJ Rádio. “Levar o conceito a outras esco-las, fazer crescer o bichinho”.

Grande aposta na área da televisão. “Fui produtor do CC e para o próximo ano a ideia é reformular o estúdio, de forma a conseguir fazer uma grelha de TV, com programas e parte informativa”. A SJ TV já existe, tem Cristina Freitas como cara ofi-cial, mas para já ainda só foram gravados alguns eventos, “que estão em loop no site”.

Ser grande“Pensar Maior” foi o nome escolhido para ilustrar as Jornadas da Comunicação e Criatividade, da Escola Profissional de Co-municação e Imagem (EPCI), que chega-ram à 19ª edição. O Auditório da Secundá-ria de Camões, em Lisboa, encheu-se para receber dois dias plenos de imaginação, inovação e criatividade. Maria Teresa da Costa Macedo, Presidente da EPCI, quis acrescentar uma palavra ao slogan: “Pen-sar e Realizar Maior”, porque “se vocês não realizarem os vossos projetos, Portugal fica parado”, apelou.Se quiseres saber como correu o primeiro dia das Jornadas da EPCI visita o nosso site em www.maiseducativa.com.

na EPCI

Foto: Presidente EPCI

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//TOQUE DE SAÍDA

à solta nos corredoresImaginação e talento

Polvilhada de projetos e exposições artísticas criadas pelos próprios alunos. Foi assim que a Mais Educativa encontrou a Escola Secundária Artística António Arroio que, durante o mês de maio, abriu portas à “Mostra das Artes”. Uma questão de ter talento e saber mostrá-lo.Texto: João Diogo CorreiaFotos: Samuel Alves

É organizada no âmbito da disciplina de Gestão das Artes e pre-tende incentivar os alunos a “produzir, criar, executar e apresen-tar trabalhos”. José Marques, professor da disciplina, não tem dúvidas quanto à eficácia da “Mostra das Artes” e garante que a proatividade e o empenho aumentam, graças ao efeito de contá-gio que se apodera dos estudantes mais novos, quando se depa-ram com as criações dos do 12º ano: “a criatividade contamina os alunos dos anos anteriores”. Várias expressões artísticas respon-dem à chamada, “desde a fotografia, à instalação, passando pelas artes plásticas, como a pintura, a escultura ou o desenho”, e são valores obrigatórios “a liberdade criativa e o talento individual”. É caso único no contexto do ensino artístico especializado. A disci-plina de Gestão das Artes é uma exclusividade da António Arroio e oferece uma vertente de trabalho prático, “desde o processo de criação até chegar ao público, que dá skills aos alunos que pro-vavelmente mais nenhuma escola dá”. José Marques realça os dois fatores fundamentais para estes estudantes, “fazer trabalho e conseguir mostrá-lo”. Em Gestão das Artes estão reunidos os con-teúdos e as experiências para que tudo isso seja possível.

Amputadas à nascença

Num dos espaços exte-riores da escola estão três modelos, no mínimo, pe-culiares. Chamam-se “As Amputadas” e é fácil perceber porquê - das pernas para cima, têm apenas guarda-chuvas a fazer de saia. António Castro, aluno de Ges-tão das Artes e um dos elementos do grupo responsável, resume o projeto, que cruzou conhecimentos de várias disciplinas:

Chama-se Alumni (aluno em la-tim) e remete para o Português, porque foi feita a partir de dois poemas, um de Fernando Pessoa e outro de Sophia de Mello Brey-ner Andresen. “Lemos e interpre-támos os textos e depois cada um desenhou a sua própria in-terpretação. Os desenhos estão alfinetados ao guarda-chuva”.

É Marie Antoinette. “Fomos bus-car a parte barroca, mais espe-cificamente o rococó, e usámos vários retalhos de tecidos que ela hoje poderia usar. Cortámos e al-finetámos também”.

Pollock – inspirado no artista Jackson Pollock, “pegámos no pincel e atirámos tinta industrial, à medida que rodávamos o guar-da-chuva. A tinta depois escorre e é muito interessante. Era o que ele fazia”.

Foi lançado o desafio e a turma respondeu afincadamente. Reutili-zar duas caixas em acrílico e fazer nascer um projeto artístico, sob o tema da reabilitação auditiva. António Castro faz-nos uma visita guiada pelas várias propostas e explica a sua: “uma das caixas foi moldada através de uma fonte de calor, a 600º, e a outra foi ao forno da cozi-nha e derreteu”. As caixas representam a doença, a cura está na criatividade de António: “a cabeça foi reabilitada e tem este ou-vidão, uma turbina, por esse mesmo motivo”

Na Oficina de Ourivesaria, fomos encontrar Diana Vozone em complexa ta-refa: “o meu projeto tem vários elementos. Come-ça por ser um anel, passa para uma armadura de mão e vai acabar dentro de um frasco, que vai pa-rar sobre o coração. No tubo vai estar sangue”. Confuso? Os alunos de Produção Artística partiram da palavra “tem-plo”, “o que era para nós um templo, não a estrutura arquitetonica-mente conhecida”, acrescenta Diana, e materializaram o conceito, “através de muita pesquisa e de referências que fomos buscar a vá-rias fontes”, conclui.

Fazer arte para melhor ouvir

O templo do ourives

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//PLAYLIST

A vida depois

Nunca sentiu a vida pessoal invadida, nem mesmo nos tempos de maior assédio por parte dos fãs, porque “a privacidade é a barrei-ra que cada um constrói, ao seu modo de viver”. Admite a dose de timidez que, por vezes, o invade e garante que esse foi o maior problema quando chegou ao concurso da SIC. Imaginando os mi-lhares de olhos postos nas suas atuações, Filipe receou dar o passo seguinte: “de facto, a resistência que se criou na altura estava mais relacionada com o modo como eu iria aprender a expor o meu pequenino mundo a um ecrã de TV e as consequências que pode-riam vir daí”. Decidido, arriscou e... Ganhou. Foi para Inglaterra usufruir do prémio pelo primeiro lugar no Ídolos (estudar 6 meses na London Music School) e afirma que “Londres se tornou, no fundo, uma experiência de vida, um trecho de vi-vências em que aproveitei, o melhor que consegui, a formação musical da escola e, conjuntamente, as comunidades e culturas daquela cidade cosmopolita”. No entanto, nem tudo foi colorido e Filipe não esquece “a confusão, a poluição sonora, o cansaço físico, o saudosismo de comida portuguesa da mãe e até os concertos para públicos mais sorridentes e com boa disposição, como nós portugueses”.É normal que Filipe Pinto se tenha habituado ao calor das plateias nacionais. Para além da infinidade de concertos para que é solicita-do, esteve, como acontece no final de todas as edições do Ídolos, em digressão pelo país, para a “Ídolomania”. Junte-se a isso a iniciativa “A Band in a Van”, que Filipe considera “uma ideia bastante origi-nal”, e percebe-se a proximidade que tem do público.

da TVChama-se Filipe Pinto, está prestes a completar 24 anos e a sua cara não te é estranha. Em 2009, não deu hipótese à concorrência e ganhou o programa “Ído-los”. Agora que a poeira assentou, prepara o primeiro disco e mostra-se satisfeito por continuar a receber “muitos sorrisos na rua”. A Mais Educativa foi tentar perceber o que faz um ídolo de Portugal.Texto: João Diogo CorreiaFotos: www.facebook.com/FilipePintoOficial

Estudos em primeiro lugar“Sempre tive dificuldade em terminar alguns assuntos, como escre-ver um diário, ler um livro ou compor um tema”. Vai daí que Filipe tenha garantido o futuro e terminado a licenciatura em Engenharia Florestal antes de aproveitar a viagem: “acho que se desse por mim sem terminar o curso, estaria em Londres a usufruir de um prémio e, ao mesmo tempo, a choramingar pelas ruas de Oxford Street por não tê-lo feito”, garante. E acrescenta, com um sorriso nos lábios: “além de que as propinas já andavam caras na altura”.O ambiente e a natureza são, por isso, fontes de inspiração para Fi-lipe, que encontra pontos comuns com a música: “estão relaciona-dos em tudo e, sem dúvida, que são dois mundos aos quais eu irei dedicar-me totalmente”.

Caso ainda não te tenhas cruzado com ela, A Band in a Van con-siste numa série de concertos grátis e ao ar livre, com o objeti-vo de promover o festival Super Bock Super Rock e animar as cidades. Este ano, Lisboa é a escolhida, por altura das Festas dedicadas ao Santo António, e o vocalista é, claro, Filipe Pinto. A partir de 15 de junho, os bairros e zonas históricas da capi-tal acolhem fins de tarde animados e dão-te oportunidade de privar com os artistas - “comparativamente com os concertos normais, existem fatores bastante vantajosos, como o contac-to com o público, que é muito mais forte e interativo. E, sem dúvida, o conceito de música nas cidades”. Já podes apontar o percurso de Filipe Pinto no Super Bock Super Rock A Band in a Van: 15 de Junho - Carnide Clube – Arraial – 21h16 de Junho – Estação do Rossio – 19h21 de Junho – Largo de S. Paulo – 19h22 de Junho – Largo Museu do Fado – 21h30 de Junho – Santa Engrácia – Arraial – 21h

Influenciado por artistas como “Zeca Afonso, Manuel Cruz,

Eddie Vedder ou Andrew Bird”, Filipe canta em português por

uma questão de identificação com a língua... Vai daí que já

tenha disponibilizado quatro temas de originais na língua de

Camões, para um álbum que não tem data de lançamento, mas

que está prestes a chegar às lojas. “É um disco heterogéneo,

que realça bem a presença do som de guitarras, voz, cordas”.

Admitindo a dificuldade em responder a todas as solicitações,

termina com um agradecimento a quem o segue, pessoas que

considera “pequenos mestres”. Uma viagem, um concerto,

uma nova experiência - “as pessoas têm sido mais do que me-

ros espetadores. Cada espaço, cada região tem algo de novo

e original para mostrar - cheiros, luz, cores, sorrisos - fico feliz

por me receberem sempre como um membro da região”.

Primeiro disco pronto a sair

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Maio 2012. MaisEducativa | 13

//PLAYLIST

da salsa//TAKE 1

O calorMesmo que não tenhas visto o primeiro, não te de-sorientes. “Street Dance 2” é um filme que corre ao ritmo da dança, que vibra e que te faz querer puxar pelo físico. E isso já são boas notícias. O filme conta a história de Ash, um excelente dançarino de rua, que é constantemente gozado pelo grupo Invinci-ble e que decide procurar uma forma de vingança. Junta-se ao amigo Eddie e lançam-se à procura dos melhores dançarinos do mundo, formando um grupo que vai surpreender os rivais.Com uma mescla de estilos de dança, “Street Dance 2” inclui a paixão assolapada de Ash por uma calo-rosa bailarina de salsa. “Sem segredos, sem menti-ras, só com a dança”Textos: João Diogo Correia

Título: Street Dance 2 (3D)País de Origem: Reino UnidoAno: 2012Género: MusicalEstreia: 21 de junhoSite oficial: www.streetdancethemovie.co.uk

FICHA TÉCNICARealização: Dania Pasquini e Max GiwaArgumento: Jane EnglishElenco: Falk Hentschel, George Sampson, Tom Conti

Título: Um Homem com Sorte/The Lucky OnePaís de Origem: EUAAno: 2012Género: DramaEstreia: 14 de junhoSite oficial: theluckyonemovie.warnerbros.com

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Foto de: www.facebook.com/TheLuckyOneMovie/photos

Amor em tempos de guerra

Zac Efron já te habituou ao papel de galã, mas em “Lucky One” o seu personagem ganha contornos dife-rentes. Logan Thibault é um Sargento da Marinha dos EUA enviado para a interminável guerra no Iraque pela terceira vez. Pouco antes dum momento de tensão, em que viu a morte olhos nos olhos, encontra no meio dos destroços uma fotografia de uma rapariga que nunca viu, com a inscrição “keep safe”, mantém-te se-guro. Como que por milagre, segundos depois, Logan sobrevive a um ataque que poderia ter sido fatal.Incapaz de esquecer o momento, Logan jura a si pró-prio que, caso consiga sair vivo desta odisseia, tudo fará para encontrar a rapariga da fotografia. Descobre--lhe o nome, a morada e acaba por conhecê-la. O resto é para conhecer na sala de cinema mais próxima.

FICHA TÉCNICARealização: Scott HicksArgumento: Will FettersElenco: Zac Efron, Blythe Danner, Charles Ferguson, Riley Thomas Stewart, Taylor Schilling

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14 | MaisEducativa . Junho 2012

//MAIS GAMES

O TETRIS faz anos!Lançado no dia 6 de junho de 1984, o jogo com lógica de puzzle desenhado e pro-gramado pelo russo Alekséi Pázhitnov continua a ter um lugar muito especial no coração de todos os amantes dos videojogos, 28 anos depois da sua criação. Já ago-ra, ficas a saber que o nome ‘tetris’ resulta da junção da palavra grega ‘tetra’, que significa quatro e se relaciona com o nome das peças do jogo (que contêm quatro unidades), e ‘ténis’, o desporto preferido de Pázhitnov.Presente na galeria de jogos de telemóveis, PDAs, computadores e dalgumas má-quinas calculadoras, será difícil encontrares alguém que nunca jogou ou ouviu falar do Tetris. Tendo sido um êxito na década de 1980, este videojogo ficou ainda popu-larizado pela sua versão portátil para Game Boy, lançada em 1989.Textos: Bruna Pereira

Como jogar?Imagina uma chuva de peças compostas por quatro partes. Tu não podes evitar a sua caída, mas podes ir montando as peças, através da sua rotação de 0, 90, 180 e 270 graus, e forman-do linhas completas, que vão desaparecendo – para que o jogo não acabe e fiques com espaço para continuar a rodar as peças que vãos continuar a cair.

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Foto de: www.yamihoshi.org Foto de: gamingbolt.com

Foto de: www.360gamesstore.com

Sabias que em 2002 houve um passageiro preso du-

rante quatro meses por se ter recusado a desligar o te-

lemóvel durante um voo? Ao que parece, o passageiro

estava a jogar Tetris e teimou em continuar o jogo...

CURIOSIDADE

JOGOS OLÍMPICOS DE LONDRES 2012 O ouro pode ser teu!A SEGA não vai deixar passar em branco o regresso dos Jogos Olímpicos de verão e anunciou já que o vi-deojogo “London 2012: The Official Videogame of the Olympic Games” chegará às lojas no dia 29 de junho - para a Xbox 360, PS3 e PC (com compatibilidade com PlayStation Move e Microsoft).

PLAYSTATION VITABranca mais branca não há

A Sony vai lançar uma versão branca da PlayStation Vita, com direito a uma gama de acessórios da mes-ma cor - o mercado japonês é, para já, o único a ter comercialização confirmada, já no próximo dia 28 de junho. Tal como na versão original da consola, a Vita branca vai estar disponível num modelo com WiFi e 3G ou apenas WiFi.As novidades continuam em agosto, altura em que aparecerá uma edição especial da Vita dedicada ao videojogo “Next Hatsune Miku: Project Diva”.

Foto de: www.solarisjapan.com

Foto de: www.boainformacao.com.br

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Junho 2012. MaisEducativa | 15

//EM FORMA

Vítor Baía deixou a baliza e os relvados, mas continua na defesa – desta feita das causas sociais, através da Fundação Vítor Baía. O também embaixador Nacional da Danone Nations Cup, a única competição mundial de futebol sub-12 apadrinhada pela FIFA, não esconde a nostalgia que sente dos tempos dourados da bola, mas admite que “é um prazer poder passar alguns ensinamentos às crianças que estão a começar agora a desco-brir o futebol”. Para ti que não gostas lá muito das aulas de Educação Física, o craque tam-bém dá dicas sobre a importância duma vida saudável com base na prática desportiva.Entrevista: Bruna PereiraFotos: Fundação Vítor Baía

NA DEFESADAS CAUSAS SOCIAIS

Como é que nasceu a ideia de criar a Funda-ção Vítor Baía, em 2004? Ao longo da minha carreira como jogador de futebol profissional recebi inúmeros pedidos de ajuda e apoio em diversas causas. Nesse sentido, decidi criar a Fundação Vítor Baía para conseguir dar um apoio mais concreto e contínuo a diversas causas.

Ajuda com material desportivo e jogos, lê contos infantis a crianças, sempre que pode também colabora com produtos alimenta-res em parceria com outras marcas…. Há algum momento que guarde na memória por considerar mais marcante?O nosso trabalho no terreno tem sido mui-to efetivo e dinâmico. Tentamos, dentro do universo das crianças, apoiar diversas causas, em qualquer ponto do país, com especial atenção para o seu desenvolvimento na área do desporto. Existem vários momentos marcantes. Julgo que as visitas aos serviços de pediatria das unidades hospitalares públicas são sempre muito marcantes, pela situação de fragili-dade em que as crianças e famílias se en-

contram e daí termos canalizado elevadas verbas para apoios em equipamento médi-co. Há um marco importante na história da Fundação que está relacionado com a satis-fação por ter visto o trabalho da Fundação ser reconhecido através da obtenção do reconhecimento como Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) em 2007, sen-do esta uma Instituição que realizou até esta data todo o seu trabalho sem quaisquer ver-bas ou apoios estatais.

Todos conhecemos o Vítor Baía como um grande nome do futebol que deu sempre tudo por tudo na sua profissão. Sente sau-dades dos relvados? Sim, fica sempre uma nostalgia. Continuo a acompanhar o mundo do futebol - seja como espetador, seja nos relvados nalguns jogos de solidariedade em que tenho par-ticipado com antigos colegas, mas também nalguns projetos a que estou associado. Sou o Embaixador Nacional da Danone Nations Cup, a única competição mundial de futebol Sub-12 apadrinhada pela FIFA. É um prazer poder passar alguns ensinamentos às crian-ças que estão a começar agora a descobrir o futebol.

Como era o Vítor Baía na Escola Secundá-ria? Tímido? Rebelde? Já era o guarda-re-des oficial da escola nos campeonatos? Sempre fui um estudante cumpridor. O meu pai sempre esteve atento ao meu percurso e dava conselhos sobre a importância da formação superior. Foi complicado tomar a decisão de passar os estudos para segundo plano, numa altura em que me tinha de de-dicar 100% à carreira desportiva. Mais tarde, quando foi possível, voltei a estudar e termi-nei a minha formação académica superior em Gestão de Desporto.

Durante o tempo de escola, há sempre alu-nos que não gostam lá muito de Educação Física, no entanto, o Desporto deve fazer parte duma vida saudável, sobretudo a dos mais jovens...O desporto é muito importante e até mesmo fulcral para o bem-estar físico e mental das pessoas. Seja na prática de desportos coleti-vos, seja na prática de desportos individuais, é importante manter uma prática desportiva ativa, até porque muitas vezes esta potencia o convívio.

Dos miúdos aos graúdos, como podemos todos ajudar a Fundação Vítor Baía? Existem várias formas de ajudar a Fundação Vítor Baía na concretização de projetos so-ciais com crianças: temos uma linha telefóni-ca de apoio 760 20 60 50 (custo por chamada 0,60 euros + IVA), através de donativos em valor através do NIB: 0019 0008 00200044965 63. Para além disso, podem ajudar também na compra das nossas publicações, cujas vendas revertem 100% para a Fundação: o li-vro da minha autobiografia e o livro “Contos Redondos”. Podem ainda encontrar todas as informações no nosso site www.fundacao-vitorbaia.com e página do facebook www.facebook.com/fundacaovitorbaia.

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16 | MaisEducativa . Junho 2012

//DÁ QUE FALAR

Acabaste o Secundário e não há volta a dar, a boa vida aca-bou (mais ou menos, vá) e é o momento de tomar decisões – ir trabalhar ou continuar a estudar? Fazer um Curso Superior ou não fazer? Que área escolher? Onde? Como, quando, porquê? A fase pré-universitária parece querer dar-te um nó no cére-bro. Tens de ser tu a desatá-lo.Texto: João Diogo CorreiaFotos: Samuel Alves

O 12º ano já lá vai. E agora?

Prosseguir os estudos depois do Secundário não é obrigatório, mas há quem o sinta como tal. Inês Guedes, 18 anos, estudante na Escola Secundária de São João do Estoril (ESSJE), até se sai com um “tem de ser”. Inês explica: “acho que é a melhor forma de termos sucesso e uma boa vida. Há dificuldades, mas ainda há mais se não formos para a universidade”. Joana Nunes estuda na Escola Secundária Ma-ria Amália Vaz de Carvalho (ESMAVC), já decidiu que o Desenho é o seu futuro, e pensa o mesmo: “apesar de podermos andar seis meses com a licenciatura na mão a trabalhar numa caixa de su-permercado, nada nos diz que não vamos, um dia, conseguir ter o emprego que queremos”. Inês remata: “temos de tentar ser os melhores naquilo de que gos-tamos”. Parece ser uma ideia consensual. Os melhores, mesmo em tempos de crise, vão encontrar solução.

Inês Guedes está prestes a entrar na Universidade,

Tomás Akslen prefere esperar e ganhar ‘escola da vida’.

Então, o que fazer para ser um dos melhores?Fernando Ramos é professor e adjunto da Direção Executiva da ESSJE e garante que é muito importante “criar currículo”. Fazer ou-tra formação, outros cursos, partir para o voluntariado ou criar os próprios projetos. “É uma forma de eles serem confrontados com a realidade”, acrescenta Sandra Branco, professora e responsável pela Feira das Profissões que, todos os anos, leva à ESMAVC convidados de várias instituições do ensino universitário português.Com o fim de alguns gabinetes de apoio psicológico e vocacional nas escolas, como no caso da ESMAVC, iniciativas como a Feira das Profissões passam a ser ainda mais preciosas: “a Feira está distribuí-da por stands e há debates, separados por áreas de ensino, onde cada faculdade tem um tempo estimado de apresentação. No fim,

há um espaço de perguntas e respostas e a adesão, nessa parte, é muito grande”. Sob o lema “E depois do Secundário?...”, são forneci-dos elementos como a oferta formativa, para que os alunos possam tomar uma decisão refletida e fundamentada.“Vejo-os um pouco apreensivos, até por causa dos Exames Nacio-nais, porque têm ouvido que o grau de dificuldade vai aumentar”. Exames mais difíceis podem significar médias de entrada mais bai-xas e as notícias sobre desemprego jovem não ajudam. Mas San-dra Branco não tem dúvidas, “o Ensino Superior é uma mais-valia e o Secundário não chega, porque todos o têm. São precisas outras ferramentas, seja no Superior, seja noutro tipo de formação”.António Castro, aluno da Escola Secundária Artística António Arroio, vai apostar num outro tipo de mercado: “vou para Londres, estudar Design de moda, porque acho que em Portugal se dá pouca im-portância à cultura e acaba por se perder muita coisa boa”. Acerca desta fuga de estudantes, Fernando Ramos alerta: ir para o estran-geiro pode ser uma boa opção, mas “estamos a gastar recursos para os outros terem retorno? Agora que temos muito potencial huma-no, vamos pedir aos jovens para irem capitalizar o seu talento para outro lado?”

Fernando Ramos elogia o Ensino Superior em Portugal, mas pede ligação ao mercado

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//DÁ QUE FALAR

Os nossos estudantes superioressão do melhor que existe no mundo

Fernando Ramos não duvida, “o nosso Ensino Superior é bom a esse nível”. Segue a sugestão: “tem de haver uma articulação com o mercado de trabalho”. Como? “Perceber para que áreas são pre-cisos profissionais, porque há cursos que não têm correspondên-cia no mercado”. António Castro diz que essa é a vantagem da sua Escola, já que “a António Arroio é muito profissionalizante”.E se as universidades também devem ajudar no processo de esco-lha dos estudantes, Sandra Branco, fruto da proximidade que com elas consegue através da Feira das Profissões, vê luzes positivas nes-se sentido: “algumas faculdades fazem uma coisa que considero muito interessante, que é convidar os alunos a fazer workshops e a assistir às aulas, para saberem como é”.Fernando Ramos considera que a sua “tarefa enquanto educador é ser positivo, mas realista” e remata com um sinal de otimismo - “a história prova que, depois de uma crise, existe um período de crescimento. Temos de o aproveitar”.

Uma questão de maturidadeLiliana Félix, aluna do 12º ano da ESMAVC, não precisa de ir à Fei-ra das Profissões, pelo menos para já, porque tem uma ideia bem vincada acerca da entrada na universidade: “acho que é preciso ter cabeça, para além de tempo e dinheiro”. Como ainda não se sente preparada, vai continuar a trabalhar e “quando tiver oportunida-de, talvez vá”. Opinião semelhante tem Tomás Akslen, finalista na Escola Secundá-ria de São João do Estoril – se não tens maturidade, não vais fazer nada à universidade. “Eu vejo pelos meus amigos, que é tudo igual. Escola, depois faculdade, estudar um bocado, mas é uma vida de não fazer nenhum. Eu quero ir para fora um bocado”. Já tem o per-curso definido: começa na Holanda, lá fica por um período de seis meses, a trabalhar e a viver em casa de um amigo e, no resto do ano, regressa às origens dos antepassados, na Noruega. “O meu pai é norueguês e, em princípio, posso ir para lá trabalhar para uma fábrica de peixe”. E de onde surge esta vontade de viajar e trabalhar no duro? “Vai dar-me uma visão diferente da vida. Quero ganhar experiência em todos os aspetos. O curso não dá escola de vida e isso, às vezes, é o mais importante”. Se conseguires juntar ambas, serás bem-sucedido. “É o que eu quero fazer”, conclui Tomás.

Sandra Branco organiza a Feira das Profissões na ESMA-

VC e diz que “de uma forma geral, os alunos já começam

a escolher cursos com maior saída”

Junho 2012 . MaisEducativa | 17

A verdade dos númerosNão explicam tudo, mas são simples e diretos. A Di-recção-Geral do Ensino Superior disponibiliza dados estatísticos sobre o Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior Público e alguns representam verda-deiras curiosidades. Na 1ª Fase de 2011, foi assim:

Candidataram-se 46642 estudantes para 53500 vagas. Mais de 42 mil foram colocados.

Lisboa, Porto, Coimbra e Braga foram as regiões com mais vagas, por oposição a Madeira, Beja e Açores, com menos.

As Ciências Sociais, Comércio e Direito, juntamente com as Engenharias, Indústrias Transformadoras e Construção foram as áreas com maior número de lugares disponíveis. A Educação e a Agricultura ficaram no polo oposto.

58% dos candidatos eram do sexo feminino e 42 do masculino.

Em relação aos candidatos com preferência de colocação no próprio Distrito ou Região Autónoma, 83% dos Conim-bricenses quiseram continuar na cidade dos estudantes, 90% dos lisboetas optaram por se candidatar a um curso na capital e 81% dos alunos do Porto tiveram preferência pela invicta. Do outro lado, estiveram Guarda, Portalegre e Santarém, que registaram um êxodo estudantil.

Dentro dos alunos que conseguiram colocação na 1ª Fase, 7313 dos do sexo masculino entraram com média final de Secundário de 16 ou mais (135 destes rapazes aca-baram com 20). No sexo feminino, 11920 conseguiram notas superiores a 16 e 209 dessas alunas alcançaram a classificação máxima.

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18 | MaisEducativa . Junho 2012

//DÁ QUE FALAR

Já falas 'universitês'?Mergulhar no Ensino Superior significa, também, aprender uma série de vocábulos que não faziam parte do teu dicionário. A Mais Educativa apresenta-te uma lista deles, para que não ga-guejes na hora de falar esta nova linguagem.Texto: João Diogo Correia

Ensino Superior

Média de entrada

Colocação

Contingente EspecialPropinas

Vagas

Apresentação de Candidatura 2ª Fase de Candidatura

Quem pode concorrer?

Provas de Ingresso

Pré-requisitos

(Há quem lhe chame o 'queima pestanas')

O que andaste a fazer nos últimos três anos?)

(Com quem vais passar a meia--noite?)

(Entrar pela porta VIP)(A parte que os pais menos gostam)

(Uma espécie de ‘jogo das cadeiras’ à moda das univer-sidades)

(O momento da decisão)(‘Dêem-me outra oportunidade!’)

(‘Eu vou, eu vou, para a universidade ago-ra eu vou’)

(Prova que sabes o que queres)

(Só para alguns)

É o prolongamento dos estudos, depois do Ensino Secundário. É feito em Universidades, públicas ou privadas, e Institutos Politécni-cos e oferece-te os graus de licenciatura (1º ciclo, para lembrar os velhos tempos), mes-trado (2º ciclo) e doutoramento (3º ciclo).

É a média com que te candidatas ao curso que escolheste. Neste cálculo entra a tua média final do Secundário e uma percentagem, que varia con-soante a instituição, da nota que obti-veste na(s) Prova(s) de Ingresso.

Não, não estamos a falar da famo-sa festa do réveillon. É mais a fa-zer lembrar a meia-noite dos dias em que são lançados livros da saga Harry Potter, sabes? Quando as lojas estão a abarrotar de gen-te ansiosa? Aqui é mais ou menos o mesmo, mas com uma corrida de cliques. É na internet, precisa-mente à meia-noite, que podes saber se há ou não lugar para ti na instituição que escolheste.

Existe uma determinada quantidade de vagas reservadas para alunos que se candidatem através dos vários Con-tingentes Especiais disponíveis na 1ª Fase (as outras têm apenas um Contigente Único). São chamados candidatos que cumpram as condições de cada contigente. A saber: Candidatos Oriundos dos Açores; Candidatos Oriundos da Madeira; Candidatos Emigrantes Portugueses e Familiares; Candidatos Militares em Regime de Contrato; Candidatos Portadores de Deficiência Física ou Sensorial.

Para além dos trabalhadores-estudantes, há muito pou-cos alunos que não dependam de outros, normalmente os pais, para pagar os estudos. O valor anual a pagar é a chamada Propina e costuma estar dividido pelos dois se-mestres (podes também tentar abatê-lo em prestações). Varia consoante a instituição mas, para as Públicas, há uma lei oficial e, por isso, as diferenças não são tão significativas como, naturalmente, no caso do Ensino Superior Privado.

Representa o número de lu-gares que cada instituição dis-ponibiliza para os seus cursos. Como as vagas são limitadas, é-te permitido concorrer a seis instituições, por ordem de pre-ferência.

Podes candidatar-te ao Ensino Superior sem sair de casa, através do site da Direcção-Ge-ral do Ensino Superior (www.dges.mctes.pt). Pede a tua senha para candidatura online e entrega a confirmação do pedido na tua escola.

E se concorreste a um curso e não conse-guiste entrar? Vais ficar a chorar sobre a vaga derramada? Tens duas hipóteses: ou segues o curso em que entraste e que não foi a tua primeira opção ou candidatas-te outra vez. As vagas são menos, mas as médias, muitas vezes, descem. Queres mais? Ainda há direi-to a uma terceira tentativa.

Tens de ser titular de um curso de Ensino Se-cundário ou de habilitação equivalente. Tens de ter realizado, nos últimos dois anos, os Exames Nacionais exigidos para os diferen-tes cursos e instituições a que vais concorrer. A tua classificação nesses Exames tem de ser igual ou superior à mínima fixada.

São as provas, isto é, os Exa-mes Nacionais, das disciplinas exigidas por cada instituição. É natural que se te quiseres can-didatar a um curso de História, tenhas de fazer um esforço su-plementar para conseguir uma boa nota no Exame Nacional dessa disciplina.Cada curso pede no mínimo uma e no máximo três Provas de Ingresso.

Nem todas as universidades ou cursos o pedem. São aptidões físicas ou vocacionais que deves juntar para te poderes candida-tar. Acontece que tens de te informar junto das instituições sobre quais os requisitos exigidos. Normalmente, há uma data para os apresentares e convém que não a percas. Muitos dos pré-requisitos funcionam como fator eliminatório.

Para saberes mesmo, mesmo tudo vai a www.dges.mctes.pt

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//PROFISSÃO DO MÊS

20 | MaisEducativa . Junho 2012

Nelson Maltez é Gerente dos balcões do BPI do Campo Grande e do Campo Pe-queno, mas já trabalha na instituição há 15 anos, “fez em dezembro passado”, recorda, com alegria, pelo percurso conseguido. Para este profissional, o dia co-meça bem cedo, por volta das 8h da manhã, altura em que Nelson reúne a equipa para planear o dia. Às 8:30h, com a chegada do primeiro cliente ao balcão, o sor-riso nos lábios e a boa disposição são ferramentas essenciais, às quais se juntam a exigência, a descrição e o profissionalismo que trabalhar num Banco de referên-cia implicam.Entrevista e fotos: Bruna Pereira

Quando percebeu que gostava do ramo bancário?Na altura, havia uns especialistas em orien-tação vocacional na escola secundária, para quem acabava o 9º ano e precisava de seguir um rumo. Eu sempre gostei de Economia e de Matemática e, nesse sentido, perante as minhas preferências pessoais e perante aquilo que era também o nível das minhas notas, disseram-me que havia uma solução mais académica, que era seguir um curso Superior de determinada área, mas o que eu queria era começar logo a trabalhar e a ganhar dinheiro - e logo veria se continua-va a estudar ou não. “Então, tens um curso profissional, por onde seguramente chegas mais depressa ao mercado de trabalho”, disseram-me, apresentando-me o Instituto de Formação Bancária (IFB). Para entrar no IFB, nesse ano, foi uma coisa épica, porque havia 110 vagas e qualquer coisa como mil pessoas para o nível dos testes psicotécni-cos. Tive a sorte de passar os psicotécnicos, depois as provas de Economia e Matemática também foram as suficientes para passar e entrei. Acabado o IFB (com a equivalência ao 12º ano), aconteceu aquilo que esperava, que foi começar a trabalhar e a ganhar di-nheiro. Mais tarde, achei que devia apostar num curso Superior de Gestão Bancária no ISGB – Instituto Superior de Gestão Bancária.

Agora trabalha no BPI. Fale-nos um pouco das tarefas que executa...Sou Gerente de Balcão – noutros bancos chamam-lhe Diretor de Balcão, mas basica-mente é a mesma coisa: trata-se dum res-ponsável por uma unidade de negócio, que coordena uma equipa no sentido de atingir os objetivos comerciais impostos. Neste mo-mento, tenho a faculdade de estar a gerir dois balcões: o Balcão do Campo Grande e o Balcão do Campo Pequeno – fisicamente, te-nho dias específicos para estar em cada bal-cão, mas essa gestão é dinâmica, até porque a proximidade dos balcões também facilita essa gestão. As funções passam desde a coordenação da equipa ao atendimento direto dos clientes. Compete ao Gerente de Balcão administrar os objetivos individuais de cada membro da equipa, atribuí-los e acompanhar o cum-primento das metas, e compete ainda a de-cisão do crédito até um determinado nível

– acima do qual já tem de ser uma Direção de Crédito do Banco a decidir. Compete-me igualmente organizar as carteiras de clientes pelos vários gestores, sendo que também eu tenho uma pequena carteira de clientes – digo pequena, porque como o Gerente tem todas as funções de coordenação que referi, acaba por não poder estar todo o tempo dis-ponível para os clientes.

Qual é a parte mais exigente do tra-balho que exerce atualmente?Ao nível dos horários é uma profissão muito exigente – mais do que a maioria dos traba-lhos de escritório, que funcionam em horá-rios “nine to five”. O Banco abre às 8:30h e às 8:30h já temos o posto ligado e já tivemos uma conversa de equipa, o briefing, para programar o dia... Por isso, temos de estar aqui às 8:10h, 8:15h para que o primeiro cliente que entra às 8:30h possa ser bem recebido para fazer o que vem fazer ao Ban-co. Normalmente, o cliente da manhã é um cliente apressado - vem antes do trabalho para fazer aquelas coisas para as quais só tem 10 ou 15 minutos e não suporta estar mais do que três minutos parado numa fila. Temos de ter isso em atenção. O fim do dia... Eu costumo dizer às minhas equipas que não obrigo ninguém a trabalhar, só trabalha quem quer – naturalmente o resultado das avaliações e o resultado na progressão na carreira vai depender das horas que fizeram, mas na verdade não obrigo ninguém traba-lhar mais do que a hora. Mas sim, a banca tem, por tradição, horários longos que me privam muitas vezes de estar com a minha família, que passa a vida a reclamar... (risos).Por outro lado, a pressão da concessão ao crédito é cada vez mais rigorosa e não nos permite responder a todos os sonhos de to-das as pessoas. Também a pressão crescente ao nível dos objetivos que nunca reduziram, desde que eu me lembre, têm o seu quê de desgastante, trimestre, após trimestre, após trimestre... Estarmos sempre à procura de chegar ao objetivo proposto pode tornar-se desgastante, ao fim de muito tempo.

E o que é que o faz sorrir todos os dias?O que me faz vir para o Banco satisfeito é ver que conto com uma equipa bem-disposta e com vontade de trabalhar, assim como

o facto de saber que naquilo que fazemos todos os dias podemos acrescentar um bo-cadinho de nós para mudar alguma coisa. Cada processo que recebemos, se olharmos para ele com empenho e esgotarmos todas as hipóteses, podemos estar a mudar uma vida: podemos estar a realizar o projeto dum cliente que quer comprar uma casa ou que quer comprar um escritório para mu-dar o seu negócio... E essa componente de influenciar a vida das pessoas, quando cor-re no sentido que as pessoas nos pedem, é muito gratificante.

Que mensagem de alento deixa aos finalistas do 12º ano que estão a pen-sar enveredar pela carreira bancária, mas estão com medo da situação eco-nómica atual que o país atravessa?O grande motor do crescimento económico, não só em Portugal como noutros países, era a construção.... Portanto, se calhar ser engenheiro civil era uma boa saída há uns anos atrás, mas hoje em dia a construção em Portugal parou e não está a absorver os quadros que existem disponíveis. Ao nível de Enfermagem, se calhar estamos prestes a não admitir mais pessoas do que as que estão já nos quadros. Professores? Problema igual ou superior até e que já vinha do pas-sado. Há uma coisa que eu ainda não vi, que é a Banca entrar numa recessão profunda: tivemos agora um problema, é verdade, mas já está resolvido ou em vias de se resolver – os bancos tiveram um ano de prejuízo, mas após muitos anos consecutivos de lucro, numa atividade sempre a florescer. Portan-to, estou convencido de que continua a ser, apesar das dificuldades que se atravessam no momento, um ramo com enorme poten-cial de manutenção dos postos de trabalho no futuro. Destaco ainda que esta é uma área que para quem se especialize haverá espaço e que para quem não se especialize vai haver mais dificuldade - as pessoas têm de olhar para o que querem fazer da vida e têm de se especializar. Este é o conselho que fica, não há outra forma, porque se tivermos com um curso geral de qualquer coisa, no futuro va-mos ter sempre um especialista sem empre-go à nossa frente para aquela vaga.

Bom dia,posso ajudá-lo?

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//CONSULTÓRIO ESCOLAR

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Até ao 12º

Para muitos alunos, está a aproximar-se uma mudança escolar de grande porte! A che-gada ao Ensino Superior é um desejo antigo que está praticamente a ser concretizado. Finalizados os exames, para uma maioria significativa de alunos, entramos na universi-dade em setembro. BOA! Muita alegria e celebração lá em casa, um copo com os amigos e muita vontade de iniciar esta nova etapa de vida. Mas o que muda na faculdade? É muito diferente? É preciso estudar muito? Será agora que poderei descansar um pouco e aproveitar a vida que a faculdade já cá canta? Vou perder o contacto com os meus me-lhores amigos? Conseguirei igualmente fazer desporto? Texto: Renato Paiva

São muitas as dúvidas dos caloiros, pois o mundo universitário e a vida académica do Superior são uma novidade e diferente de curso para curso, de faculdade para faculdade! Conscientes de que vão existir mudanças os alunos estão, têm é dúvidas sobre que mudan-ças serão essas e se serão capazes de responder ao desafio! Uma das grandes mudanças é que de, facto, até ao 12º estão todos, e no Superior está quem quer! Nenhum aluno é obrigado a ingressar na faculdade, ao contrário do ensino obrigatório. Mas que diferença faz? TODA! Estar por vontade própria numa qualquer universidade altera o comportamento e atitude do aluno, assim como altera a sua perceção de envolvimento com a escola. Estou naquela facul-dade porque eu quis e não porque era a escola mais próxima de casa! Neste sentido os alunos dedicam-se mais, esforçam-se mais, credibilizam mais o seu esforço e trabalho e a sua conduta enquan-to estudante fica consideravelmente melhor. Existirão sempre as exceções daqueles que sempre foram excelentes alunos aplicados e continuarão a ser, assim como aqueles que se deslumbram com o facto de ser caloiro e se vão perdendo em festas, amigos, borgas e boa vida! Mas mesmo esses, este alívio de pressão escolar a que se obrigam, também não é muito duradoiro! Na faculdade entramos num círculo de interesse comum. Aqui en-contramos diariamente colegas que partilham o mesmo interesse, compartilham semelhantes objetivos que os unem numa mesma turma. No Secundário a maioria tem interesses diferentes, com áreas

distintas e objetivos distintos! Falar da nossa paixão no Secundário é mais difícil! Esta exploração de interesse comum ajuda a balizar necessidades e a conseguir maior entreajuda “especializada” aos de-safios académicos e, posteriormente, de trabalho.Muda também a exigência e o ritmo de trabalho. Encontramos pro-fessores mais exigentes, temáticas mais complexas e trabalhosas que envolvem um pensamento crítico constante, assim como uma dedicação e preocupação em não deixar acumular matéria de forma mais presente e consistente. A recuperação é sempre mais difícil e o professor dificilmente vai explicar um sem número de vezes a mes-ma matéria!Altera principalmente a responsabilidade. O aluno é que é respon-sável por si, não é o professor que se preocupa se o aluno vem ou fica em casa! Deixa de haver toque de campainha e é o aluno que se organiza! Nas cadeiras teóricas não há faltas e isto provoca geral-mente um sentimento estudantil de maior poder. Já posso escolher livremente e sem complicações não ir às aulas! Claro que sim! Mas também pode escolher não ter de se dedicar X vezes mais para con-seguir estudar as mesmas disciplinas e preparar o respetivo exame. São opções que exigem responsabilidade! Muitas outras coisas mudam, para melhor! E o melhor mesmo é vi-venciar, experimentar e sentir na pele essas mudanças! Força, vão no bom caminho!

www.clinicadaeducacao.comCLÍNICA . FORMAÇÃO . PEDAGOGIA . CONSU LTORIA

Av. 5 de Outubro nº151 - 6ºA, Lisboa

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estão todos,no Superior

está quem quer

Um abraço a todos os futuros caloiros!Renato Paiva

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Segurança e Higiene AlimentarMecanização e Tecnologia AgráriaTecnologias de Produção Integrada em HortícolasCuidados VeterináriosOlivicultura e Tecnologia do AzeiteViticultura e EnologiaManeio e Utilização do Cavalo

Engenharia da Produção Animal Engenharia Alimentar Engenharia AgronómicaNutrição Humana e Qualidade Alimentar Engenharia do Ambiente

Animação Cultural e Educação Comunitária Artes Plásticas e Multimédia Educação e Comunicação Multimédia Educação Social Educação Básica

Necessidades Educativas Especiais- domínio Cognitivo-MotorMediação de Conflitos

Educação e Comunicação Multimédia Administração Educacional - Ciências da EducaçãoEducação Social e Intervenção ComunitáriaCiências da Educação Área de Supervisão e Orientação Pedagógica

Educação Pré-EscolarEnsino do 1º e 2º Ciclo do Ensino BásicoEducação Pré-escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico

Desenvolvimento de Produtos MultimédiaInstalação e Manutenção de Redes e Sistemas Informáticos

Condição Física e Saúde no DesportoDesporto de Natureza e Turismo Activo Treino Desportivo Psicologia do Desporto e do Exercício Gestão das Organizações Desportivas

Actividade Física na Gravidez e Pós-Parto

Enfermagem

Enfermagem de Saúde Materna e ObstetríciaEnfermagem ComunitáriaEnfermagem de Reabilitação

Enfermagem de Reabilitação Enfermagem da FamíliaCuidados PaliativosCuidados Continuados

Enfermagem de Saúde FamiliarEnfermagem ComunitáriaEnfermagem à Pessoa em Processo de Doen-ça na ComunidadeEnfermagem de ReabilitaçãoEnfermagem de Saúde da Criança e JovemSupervisão em Enfermagem (em parceria com a Escola Superior de Enfermagem de Lisboa)Erasmus Mundus em Enfermagem de Emer-gência e Cuidados Críticos(em parceria com as Universidades de Oviedo, Metro-polia de Helsinquia e Universidade do Algarve)

Desporto Área de especialização em : Treino Desportivo Condição Física e Saúde Desporto de Natureza Educação Física EscolarObservação e Análise no DesportoPsicologia do Desporto e do ExercícioActividade Física em Populações Especiais

Gestão de EmpresasInformática Administração Pública Contabilidade e Fiscalidade Marketing e Publicidade

Gestão PúblicaContabilidade e FinançasSistemas de Informação de Gestão Gestão de Organizações de Economia Social Empreendedorismo Marketing

Tecnologia AlimentarProdução de Plantas Medicinais e para Fins IndustriaisAgricultura Sustentável

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