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Luís XIV e o Absolutismo "O seu nome nunca poderá ser pronunciado sem respeito e sem evocar a imagem de uma época eternamente memorável .”- Voltaire

Luís XIV e o Absolutismo

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Joana Silva 11ºJ Nº15

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Page 1: Luís XIV e o Absolutismo

Luís XIV e o Absolutismo

"O seu nome nunca poderá ser pronunciado sem respeito e sem evocar a imagem de uma

 época eternamente memorável.”- Voltaire

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O absolutismo foi um sistema político e administrativo que

predominou nos países da Europa, na época do Antigo Regime.

No final da Idade Média (séculos XIV e XV), ocorreu uma

forte centralização política nas mãos dos reis, auxiliada pela

burguesia.

Os comerciantes procuravam diversas

vantagens económicas, como por exemplo, o fim de diversos

impostos e taxas existentes. Já o monarca procurava um sistema

de governo onde o poder máximo lhe pertencesse, sem

interferência da igreja, nem dos senhores locais.

Absolutismo

Page 3: Luís XIV e o Absolutismo

O rei concentrava em si todos os poderes e funções do estado:

a política, a justiça, a administração e a economia. Criava leis sem

aprovação da sociedade, impostos, taxas, (…), tudo em função

dos seus interesses económicos. Além disso, interferia em alguns

assuntos religiosos, controlando em alguns casos, o Clero do seu

país.

Todos os grupos sociais estavam subjugados ao poder do rei,

visto que a ideia do direito divino dos reis defendia que, como o

rei recebia o poder diretamente de Deus, todos os súbditos lhe

deviam respeito total e obediência.

Absolutismo

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“ É sagrado, porque provém de Deus que o conferiu aos reis

para que estes o exerçam em seu nome. Daqui decorre que

atentar contra o rei é um sacrilégio e que se deve obedecer ao

príncipe por princípio de religião.” - Célia Couto, Maria Rosas, Tiago

Alves, O tempo da História, Porto Editora, vol. II, pp. 52_53.

“(…) a soberania régia era um legado divino, recebido

diretamente pelos reis no dia da sua coroação, quando eram

ungidos e sacralizados como imagens de Deus sobre a Terra.

Assim investido, o poder real parecia não admitir limites:

nenhum privilégio e nenhuma liberdade, privada ou pública,

estava acima do rei.” - Pedro Almiro, Ana Pinto, Maria Carvalho, História-

Tempos, Espaços e Protagonistas, vol. 2, Porto Editora, 2000, pp. 48-50.

Absolutismo

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“Nada havendo de maior sobre a terra, depois de Deus, que

os príncipes soberanos, e sendo por Ele estabelecidos como

seus representantes para governarem os outros homens, e

necessário lembrar-se de sua qualidade, a fim de respeitar-lhes

e reverenciar-lhes a majestade com toda a obediência, a fim de

sentir e falar deles com toda a honra, pois quem despreza seu

príncipe soberano, despreza a Deus, de Quem ele é a imagem

na terra." – Jean Bodin, "A República”.

0 jurista francês Jean Bodin (1530-1596) publicou, em 1576, o livro

“A República", ampla obra de teoria política, que se destacou pelos

conceitos emitidos sobre a soberania e o direito divino dos reis.

Teóricos Absolutistas

Page 6: Luís XIV e o Absolutismo

A ideia de poder absoluto de Jean Bodin está ligada à sua

necessidade de concentrar o poder totalmente nas mãos do

governante. O poder soberano só existe quando o povo se despoja do

seu poder (soberano) e o transfere inteiramente ao governante. Para

este autor, o poder conferido ao soberano é o reflexo do poder divino e

assim, os súbditos devem obediência ao seu soberano.

A soberania foi definida pelo autor, como o poder absoluto em que

o chefe de Estado tem de fazer leis para todo o país, sem estar, no

entanto, sujeito a elas nem às dos seus antecessores, porque "não

pode dar ordens a si mesmo".

Teóricos Absolutistas

Page 7: Luís XIV e o Absolutismo

Segundo Bodin, a monarquia de

poder absoluto não é uma

monarquia ilimitada ou tirânica, e

sim, "aquela em que os súbditos

obedecem às leis do monarca e o

monarca às leis da natureza,

continuando a pertencer aos

súbditos a liberdade natural e a

propriedade dos bens".

Teóricos Absolutistas

Page 8: Luís XIV e o Absolutismo

Teóricos Absolutistas “Vede um povo imenso reunido numa só pessoa, considerai

esse poder sagrado, paternal e absoluto; considerai a razão

secreta, que governa todo o corpo do Estado, encerrada numa

só cabeça: vereis a imagem de Deus nos reis, e tereis ideia da

majestade real". – Bossuet

No final do século XVII, Jacques Bossuet (1627-1704), clérigo e

teórico do absolutismo, exerceu uma grande influência, como teórico

do absolutismo de Luís XIV. Na sua obra intitulada "A Política tirada da

Sagrada Escritura", Bossuet desenvolve a doutrina do direito divino

segundo a qual, qualquer governo formado legalmente, é sagrado e

qualquer rebelião contra ele é criminosa.

Page 9: Luís XIV e o Absolutismo

Teóricos Absolutistas Segundo Bossuet, o poder do rei tinha quatro características:

Era sagrado, porque provinha de Deus, que o conferiu aos reis para

que estes o exercessem em seu nome (monarquia de direito divino,

segundo a qual o rei apenas tinha de prestar contas dos seus atos a

Deus).

Era absoluto, mas deveria assegurar a ordem e garantir os

privilégios da Igreja e da Nobreza. O rei concentrava em si os três

poderes do Estado: legislativo, executivo e judicial.

Era submetido à razão, ou seja, à sabedoria do rei que “salva mais

os estados que a força”.

Page 10: Luís XIV e o Absolutismo

Teóricos Absolutistas Hugo Grotius (1583-1645), jurista holandês,

publicou a obra “Direito de Paz e de Guerra”.

Defendia o governo despótico e o poder

ilimitado do Estado, sem os quais se

estabeleceria o caos e a turbulência. Não se

interessava pela forma como o Estado nasceu,

se por imposição ou pela vontade do povo. O

importante era que, depois de criado o

governo, todos os indivíduos, sem exceção,

obedecessem cegamente.

Alertou também para a frequência com que

os governantes usam a desculpa da violência e

da turbulência para centralizar o poder.

Page 11: Luís XIV e o Absolutismo

Teóricos Absolutistas

Nicolau Maquiavel (1469-1527), historiador,

poeta, diplomata e músico italiano, na obra “O

Príncipe”, defendia a centralização política e o

absolutismo para consolidação do Estado

moderno.

“Razão de Estado” acima de tudo.

“Os fins justificam os meios”.

Page 12: Luís XIV e o Absolutismo

Teóricos Absolutistas

Thomas Hobbes (1588-1679),

matemático, teórico político e filósofo inglês,

pretendeu explicar o poder absoluto dos

soberanos através da sua filosofia politica

sobre uma construção racional da sociedade.

Poder do Estado acima de tudo.

O Estado serve para livrar a humanidade

do caos e da anarquia.

“O homem é o lobo do homem”.

Page 13: Luís XIV e o Absolutismo

Luís XIV

Governo Absolutista

“Rei Sol”

“O Estado sou eu”

Desenvolvimento da

França

 Palácio de Versalhes

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Luís XIV, rei de França, também conhecido como “O Rei Sol”,

nasceu a 5 de Setembro de 1638 em Saint-Germain-en-

Laye, em França, e morreu a 1 de Setembro de 1715 em Versalhes.

Símbolo da monarquia absoluta, provocou uma série de guerras,

com o objetivo de dominar a Europa.

O reinado de Luís XIV (1643-1715) representou um período de

desenvolvimento para a França. O país conheceu um enorme poderio

militar, prosperidade científica e desenvolvimento artístico.

Luís XIV

Page 15: Luís XIV e o Absolutismo

Em 1648 teve início na França, uma série de conflitos liderados pelo

Parlamento e pela Nobreza contra o primeiro-ministro Jules Mazarino,

conflitos que foram designados de “La Fronde”. Os problemas iniciaram-

se ainda na menoridade de Luís XIV, contribuindo para o

amadurecimento e fortalecimento do seu caráter. Dominado o conflito,

Mazarino tomou uma série de medidas com a finalidade de organizar a

máquina administrativa, transformando-a numa das principais armas da

monarquia.

Luís XIV

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Em 1661, com a morte do Cardeal Mazarino,

Luís XIV assumiu a chefia do governo e elegeu

como assessor financeiro: Jean-Baptiste Colbert.

Com Colbert, a economia do país foi reestruturada

para atender às exigências mercantilistas, foi

criada a marinha mercante e também fábricas,

estradas e portos.

O Rei Sol exigia dos seus súbditos total

obediência e lealdade, fiscalizava a execução das

suas ordens e ocupava-se pessoalmente dos

assuntos ligados ao governo.

Luís XIV

Page 17: Luís XIV e o Absolutismo

Poder Absoluto de Luís XIV

“É somente na minha pessoa que reside o poder soberano… é

somente de mim que os meus tribunais recebem a sua existência e a sua

autoridade; a plenitude desta autoridade, que eles não exercem senão

em meu nome, permanece sempre em mim, e o seu uso nunca pode ser

contra mim voltado; é unicamente a mim que pertence o poder

legislativo, sem dependência e sem partilha; é somente por minha

autoridade que os funcionários dos meus tribunais procedem, não à

formação, mas ao registo, à publicação, à execução da lei, e que lhes é

permitido advertir-me, o que é do dever de todos os úteis conselheiros;

toda a ordem pública emana de mim, e os direitos e interesses da nação,

de que se pretende ousar fazer um corpo separado do Monarca, estão

necessariamente unidos com os meus e repousam inteiramente nas

minhas mãos.”

(FREITAS, Gustavo de. 900 textos e documentos de História. Lisboa, Plátano,

1976. v. II, p. 201-2.) 

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O rei mandou construir o Palácio de Versalhes, tornando a Corte

de Versalhes no centro do poder do Antigo Regime na França.

Poder Absoluto de Luís XIV

Page 19: Luís XIV e o Absolutismo

Este magnificente palácio era

o palco de Luís XIV e da sua corte.

Admirado e copiado, simbolizou a

monarquia absoluta, entre 1682 e

1789. Em Versalhes todas as

artes convergiam para a criação

de um mundo fantástico e

artificial, contribuindo para a

glória do Rei Sol.

Poder Absoluto de Luís XIV

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A corte de Luís XIV era faustosa, luxuosa e os divertimentos

distraíam e ocupavam os cortesãos. Os divertimentos refletiam o

poder e a riqueza de Luís XIV.

As festas de Versalhes eram manifestações da grandeza do rei. A

corte absolutista materializava uma encenação do poder e da

grandeza do soberano. Luís XIV e a sua corte cultivaram o gosto por

espetáculos que fundiam a representação e a dança.

Quem não frequentava a corte de Luís XIV virava as costas ao

poder e, por conseguinte, à riqueza do rei.

Poder Absoluto de Luís XIV

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Todos estavam dependentes do rei, de um sorriso, de um pequeno

agrado ou de uma expressão mais dura. Viviam ansiosos, na espera

por um convite para assistir ao levantar, almoço e/ou baile do rei. O

rei e a sua família representavam o poder em todos as circunstâncias.

“Em lugar de distinções mais tangíveis, o rei usava milhares de

subtilezas que encorajavam a corte a esperar obter o seu favor e que

se destinavam a substituir recompensas mais substanciais, e que se

pretendia conferissem distinção ou indiciassem uma qualquer

espécie de castigo (…) Um olhar, uma palavra do rei, que não era

muito pródigo neles, eram preciosos, e decerto despertavam a

atenção e a inveja. Era rei em toda a parte, a cada momento (…).”

– Saint-Simon, Parallèle des trois premiers rois Bourbons, J. de

Bonnot, 1967, pp. 289-290.

Poder Absoluto de Luís XIV

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“As gentes comuns, todavia, mostram-

se deleitadas com espetáculos, através

dos quais, no fundo, é sempre nossa

intenção agradar-lhes; e, todos os nossos

súbditos em geral, ficam deleitados ao

verem que gostamos do que eles gostam,

ou que apreciamos o que é distinto. “ –

Luís XIV, “Mémoires”, 7a, pp. 134-136.

Poder Absoluto de Luís XIV

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Poder Absoluto de Luís XIV

O Sol sempre cativou Luís XIV.

Quando tinha 15 anos, participou

num bailado da corte, em que fazia

o papel de Apolo, Deus do Sol.

Mais tarde, cobriu Versalhes de

imagens evocativas de Apolo, a

quem dedicou várias fontes, lagos

e recantos dos jardins do palácio.

Page 24: Luís XIV e o Absolutismo

Poder Absoluto de Luís XIV

“ (…) o Sol, que, de acordo com as normas desta arte, é a

mais nobre de todas, e que, pela sua qualidade de ser único,

pelo brilho de que se reveste, pela luz que comunica às outras

estrelas, e que desse modo constitui uma espécie de corte, pela

parte justa e igualitária que os diferentes climas do mundo

recebem dessa luz, pelo bem que faz em todos os lugares,

produzindo incessantemente como faz, em todas as esferas da

vida, felicidade e actividade, pelo seu movimento livre, no qual,

não obstante, parece calmo, pelo seu curso constante e

invariável, do qual nunca se desvia nem vacila, está é a imagem

mais notável e bela de um grande monarca.”- Luís XIV,

“Mémoires”, 7a, pp. 134-136.

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Poder Absoluto de Luís XIV

No seguinte excerto do

filme “Le Roi Danse”, podemos

ver que as festas realizadas

eram uma forma de

engradecer o poder do rei, de

o glorificar. Podemos observar

também a paixão de Luís XIV

pelo Sol. A grandiosidade

estava sempre presente,

quando Luís XIV se

apresentava, entrava sempre

com uma grande encenação.

Page 26: Luís XIV e o Absolutismo

Poder Absoluto de Luís XIV

Link do vídeo no Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=BMvpvDjFvHA

Page 27: Luís XIV e o Absolutismo

Luís XIV minou toda a recuperação económica da França e

abusou da sua posição de monarca, com a intenção de

desenvolver a sua glória à custa do povo. Consolidou um Estado

ordenado e confirmou a superioridade da Monarquia. Os atos do

Rei Sol estão imortalizados, sendo para sempre reconhecido como

“O Grande Monarca”.

Conclusão

Joana Silva Nº15 11ºJ

Page 28: Luís XIV e o Absolutismo

Campbell, Peter Robert, “Luís XIV”, 1993, Editorial Presença

“O Tempo da História”, Célia Pinto do Couto e Maria Antónia

Monterroso Rosas, Porto Editora

Apontamentos fornecidos pela professora

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históriadomundo.com

infópedia.pt

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(…)

Bibliografia

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