loja instrumento musical

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trabalho feito sobre uma loja d einstrumento

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  • ANLISE ESTRATGICA E DE MERCADO

    DO SETOR DA MSICA: UM ESTUDO DE

    CASO EM UM SELO MUSICAL

    MARIA CLARA LIPPI

    (CEFET/RJ)

    LETHCIA MALLET VIVAS

    (CEFET/RJ)

    Vanessa Valladares Muniz

    (CEFET/RJ)

    Resumo Considerando a limitao da literatura acerca da indstria da msica e a

    constante mudana a que esta se encontra submetida pelo ambiente que a

    cerca, este artigo se prope a elucidar a organizao e estrutura de um

    selo musical e estudar sseu posicionamento estratgico. Com isso, a

    pesquisa buscou ainda ampliar o arcabouo conceitual existente acerca

    da organizao selo musical. A pesquisa se utilizou de ferramentas clssicas das escolas de estratgia e aprofundou-se no estudo particular

    das atividades geradoras de valor do selo. A concluso indica o potencial

    deste tipo de organizao para a dinmica de mercado atual da indstria

    da msica.

    Palavras-chaves: Selo Musical, Indstria da Msica, Estratgia

    8 e 9 de junho de 2012

    ISSN 1984-9354

  • VIII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELNCIA EM GESTO 8 e 9 de junho de 2012

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    Introduo

    Segundo levantamento do SEBRAE realizado com base em dados do IBGE, do Ministrio da

    Cultura e de entidades e especialistas ligados ao setor as atividades de criao, produo, difuso e consumo de bens e servios culturais representam, hoje, o setor mais dinmico da

    economia mundial e tm registrado crescimento mdio de 6,3% ao ano, enquanto o conjunto da

    economia cresce 5,7%. (SEBRAE, 2008) Em funo desse cenrio vislumbra-se a importncia de explorar este setor de modo mais

    aprofundado. No caso deste trabalho, optou-se pelo estudo especfico de um ator constituinte da

    cadeia da msica: o selo musical. Esta escolha vincula-se importncia recente assumida por este

    tipo de organizao para a dinmica de funcionamento da indstria de produo e gravao

    musical.

    Nesse sentido, o trabalho apresenta as principais caractersticas do selo musical estudado e a

    configurao de sua estratgia competitiva. A seguir, avalia-se o comportamento do ambiente e

    do setor no qual a empresa estudada est inserida e, a partir da construo de sua cadeia de valor,

    so analisadas as principais atividades que ampliam a disposio ao consumo, bem como os seus

    custos associados.

    Objetivo

    O presente artigo se prope a estudar e analisar o posicionamento estratgico de uma organizao

    inserida na cadeia da msica no Brasil. Alm disso, e no menos importante, pretende-se

    contribuir para incremento do arcabouo conceitual relacionado ao referido setor, uma vez que

    este tipo de contedo apresenta-se relativamente escasso na literatura.

    Mtodo

    O presente trabalho fruto de um estudo de caso realizado em um selo musical do Rio de Janeiro,

    atuante no mercado de msica de MPB (Msica Popular Brasileira). O Estudo de Caso um

    mtodo de investigao que tem como caracterstica principal analisar de forma aprofundada uma

    determinada realidade. Os estudos de caso representam a estratgia preferida quando se colocam questes do tipo como e por que, quando o pesquisador tem pouco controle sobre os eventos e quando o foco se encontra em fenmenos contemporneos inseridos em algum contexto da vida

    real. (YIN, 2005). Para organizaes como o selo musical em que o objeto de investigao complexo e necessita

    de uma viso geral do contexto, Dub & Par (2003) recomendam a utilizao do Estudo de

    Caso. Eisenhardt (1989) adiciona ainda que, em estgios iniciais da pesquisa em um tpico, a

    utilizao deste tipo de pesquisa bastante adequada.

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    A abordagem adotada foi qualitativa, baseada em entrevistas com profissionais diretamente

    envolvidos na gesto da referida organizao. Por motivos de confidencialidade, o nome da

    organizao estudada no ser evidenciado neste trabalho, e ser referida como empresa ou selo

    REX.

    De modo a atender o objetivo pretendido para a pesquisa, a Erro! Fonte de referncia no

    encontrada. ilustra o mtodo de trabalho utilizado. Cabe ressaltar que a referida figura tambm

    representa uma viso geral da estrutura e organizao do artigo.

    Figura 1: Mtodo de Trabalho

    Reviso bibliogrfica

    Este tpico destinado exposio do arcabouo conceitual necessrio para execuo da

    pesquisa e seu mtodo (apresentado na Figura 1).

    Mercado da Msica Brasileira e os Selos Musicais

    O objeto deste trabalho um selo musical. Primeiramente, v-se a necessidade de esclarecer o

    que representa o selo musical na cadeia da msica. A escassez de literatura sobre o tema dificulta

    esta definio, que atualmente mais encontrada em blogs especficos e estudos sobre a msica

    independente. O nome selo a traduo de label, termo em ingls utilizado para discriminar

    divises que cuidam de estilos musicais de uma gravadora.

    Segundo estudo realizado em 2008 pelo SEBRAE em parceria com a ESPM acerca do mercado

    interno da msica independente, o formato de selo aquele em que existe uma unidade de tema, gnero ou filosofia que une trabalhos de diferentes artistas, indicando valores e idias similares

    que permeiam todas as msicas. De forma simplificada, o selo um mecanismo que objetiva representar um ou mais artistas no Mercado, alm de gerenciar as operaes nas quais estes se

    encontram envolvidos. O mesmo estudo aponta uma elevada participao dos selos musicais

    independentes no mercado da msica. So mais de 400 empresas de portes variados (micro e

    pequenas empresas, na sua maioria) divididas em diferentes segmentos de mercado.(SEBRAE,

    2008)

    Estratgia

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    1.1.1 Matriz BCG

    Esta ferramenta fornece um modelo de anlise quanto ao equilbrio do portflio de produtos, que

    uma vez posicionados em uma matriz cujos eixos so a taxa de crescimento do mercado (eixo

    vertical) e a posio relativa no mercado (eixo horizontal), podem ser classificados como stars,

    cash cows ou question marks.(CARVALHO, 2008)

    Como os produtos cash cows so os que libertam meios para financiar os outros, a empresa deve

    procurar manter uma quantidade suficiente destes produtos para poder financiar o crescimento de

    novos produtos, que esto, em geral, nas categorias stars e question marks.(CARVALHO, 2008)

    Em seguida, apresenta-se uma breve descrio dos quatro quadrantes:

    Quadrante Descrio

    Question

    Marks

    Produtos com baixa penetrao em mercados com altas taxas de crescimento. Geralmente, tais

    produtos necessitam altos investimentos para conseguirem um melhor posicionamento no

    mercado.

    Stars Produtos com alto grau participao em mercados com altas taxas de crescimento. So produtos

    bem sucedidos tendo alcanado maior participao num mercado promissor. No geram,

    necessariamente, lucro, pois ainda precisam de altos investimentos para se manterem bem

    posicionados em relao concorrncia. Proporcionam destaque e prestgio para a organizao.

    Cash Cows Produtos com elevada penetrao em mercados com baixa taxa de crescimento. Geralmente, so

    produtos que mantiveram sua alta participao em mercados que se tornaram maduros. Com

    isso, o lucro gerado pode, por muitas vezes, superar os recursos necessrios para mant-los,

    disponibilizando assim, recursos para produtos question marks.

    Dogs Produtos com baixo grau de participao em mercados com baixas taxas de crescimento, em

    fase de maturidade tendendo para o declnio. Muitas vezes no geram lucro e ainda podem vir a

    ocasionar prejuzos. Mant-los na linha de produtos s ser necessrio quando a sua presena

    relevante ao mix de produtos ou para alavancar a venda de outros produtos em melhores

    condies.

    Tabela 1: Descrio dos quadrantes da matriz BCG

    Fonte: Adaptado de Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000).

    1.1.2 Anlise PEST

    Para compreender a influncia do macro ambiente nas organizaes e sua extenso, a anlise

    PEST prov um estudo das foras chave que atuam em dado mercado a partir dos pontos de vista

    poltico, econmico, social e tecnolgico. (JOHNSON & SCHOLES, 2006). Dessa forma, torna-

    se possvel identificar que fatores podem ser controlados pela organizao para mitigar possveis

    influncias negativas, bem como as oportunidades que podem estar sendo ofertadas pelo

    ambiente de entorno e devem, portanto, ser aproveitadas.

    1.1.3 Rede de valor

    A estrutura da Rede de Valor se prope a complementar a anlise das cinco foras competitivas

    de Porter por meio da introduo de novos atores discusso estratgica.

    Segundo Guemawhat (2007), a mais bem-sucedida tentativa de inserir novos tipos de

    participantes est representada pela estrutura concebida por Adam Brandenburger e Barry

    Nalebuff, em que estes adicionam o papel do que chamam de complementadores. Os complementadores so considerados a figura inversa aos concorrentes, sejam estes ltimos

    produtos substitutos, novos entrantes ou concorrentes j existentes no mercado.

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    1.1.4 Cadeia de Valor

    Segundo Porter (1989, p.31), a cadeia de valores desagrega uma empresa nas suas atividades de relevncia estratgica para que se possa compreender o comportamento dos custos e as fontes

    existentes e potenciais de diferenciao. Para ele (1989, p.33), toda empresa uma reunio de atividades que so executadas para projetar, produzir, comercializar, entregar e sustentar seu

    produto. Todas estas atividades podem ser representadas, fazendo-se uso de uma cadeia de

    valores... Dessa forma, o autor agrupa as atividades da organizao em dois tipos macro: Primrias e de

    Apoio, classificando-as da seguinte forma, como mostra a Tabela 2.

    Atividades Tipos de atividade Definio: Atividades associadas a:

    Atividades

    Primrias

    Logstica Interna Recebimento, armazenamento e distribuio de insumos

    Operaes Transformao de insumos em produto final

    Logstica Externa Coleta, armazenagem e distribuio do produto aos compradores

    Marketing e Vendas Promoo da satisfao do cliente e induo compra

    Servios Oferta de servios com intuito de ampliar ou manter o valor do produto

    Atividades

    Secundrias

    Infra-estrutura da

    empresa Administrao da organizao como um todo

    Gesto de recursos

    humano

    Recrutamento, contratao, treinamento, desevolvimento e remunerao

    de pessoal

    Desenvolvimento da

    tecnologia Melhoria do produto e/ou processo

    Aquisio Compra de matria-prima, suprimento e outros itens consumveis, alm

    de mquinas e equipamentos

    Tabela 2: Atividades que compem a Cadeia de Valor

    Fonte: Adaptado de Porter (1989)

    Apresentao da empresa

    O REX (selo musical) trabalha com 2 (dois) artistas e possui parceiros e contratados que so, de

    fato, os responsveis pela execuo das atividades que circundam a carreira e operaes do

    artista. O REX encontra-se inserido no mercado por meio de, principalmente, realizao de

    shows, venda de CDs e DVDs, e venda de msica digital. Em geral, seus consumidores so

    pessoas que apreciam o gnero musical MPB e/ou algumas caractersticas do artista.

    Sendo assim, as atividades desempenhadas pelos atores esto em funo do pblico e dos

    produtos fornecidos.

    Estrutura organizacional do Selo

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    Para melhor entender o contexto atual da organizao, se faz necessrio narrar seu processo de

    concepo. Em 1999, antes da criao do selo, uma de suas cantoras (denominada A) foi lanada e contratada por uma grande Gravadora. Rapidamente, A tomou grande dimenso em termos de pblico no cenrio nacional da MPB e, em 2008, lanou em conjunto com novo lbum

    ao vivo, seu prprio Selo Musical (REX). A partir deste momento, essa nova organizao

    assumiu a estrutura j descrita neste trabalho, lanando, em 2010, sua primeira artista no mercado

    B. Apesar de B se configurar como a segunda artista vinculada ao selo, este foi seu primeiro lanamento, uma vez que A foi lanada pela referida Gravadora. Ainda, vale acrescentar que B possua carreira fora do Brasil. No entanto, seu novo lbum foi produzido e lanado no mercado brasileiro pelo selo, uma vez que B direcionou sua carreira para este mercado.

    Nesse sentido, o grupo abordar como Corporao o selo REX e as artistas A e B como seus Negcios, porm levando em considerao que A a proprietria da empresa e a grande responsvel pelas tomadas de deciso. Na estrutura das unidades de Negcio, existe a mesma

    segmentao por produtos. Esta ltima diviso no foi adotada para definio das unidades de

    negcio pois todas as decises estratgicas do Selo so direcionadas aos artistas e no nas

    diferentes formas de vend-lo. Desta forma, a Figura 3 ilustra a estrutura corporativa e de negcios do Selo, de acordo com as informaes extradas das entrevistas.

    Figura 3: Estrutura organizacional do Selo

    Portflio de produtos e servios

    Conforme j mencionado, o Selo musical gera CDs e DVDs, Show, e Msica digital para seu

    pblico. Assim, de modo a identificar o papel de cada um deles para o negcio do Selo, utilizou-

    se a matriz BCG, conforme ilustrado na Figura 4. Cabe ressaltar que esta aplicvel a ambas as

    unidades. Ainda nota-se que os produtos estimulam o consumo do outro. Uma vez que um

    indivduo assiste ao show, passar a ter vontade de comprar o DVD e quando um outro escuta uma

    msica no rdio ou pelo CD pode passar a consumir o show. Um produto divulga e incentiva o

    consumo do outro.

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    Figura 4: Matriz BGC das Unidades de Negcio

    Fonte: Adaptado de Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000)

    O mercado de CDs e DVDs no se encontra em ascenso, apesar da Artista possuir uma boa

    participao no mercado e certo nvel de maturidade. No entanto, este produto no se comporta

    como principal fonte de gerao de receita e nem como a mais estvel.

    J a realizao de shows destaca-se como o servio de maior potencial para lucratividade. Em

    geral, os shows possuem estimativas de lotao de pblico, com pouca relao com o local que o

    mesmo realizado. Dessa forma, pode-se dizer que, caso a artista realizasse shows com mais

    freqncia, lotaria mais casas de show e ampliaria sua gerao de receita.

    Por fim, o Mercado de Msica Digital no Brasil ainda bastante limitado no que tange o volume,

    visto que h uma restrio cultural para consumo. Mesmo assim, os artistas do selo ofertam e

    vendem sua produo em forma de arquivos de mdia, uma vez que um mercado promissor

    (vide experincias de outros pases). Dessa forma, pode-se concluir que atualmente a participao

    desse produto no mercado baixa, porm existe grande potencial de crescimento do mesmo.

    Estratgia Competitiva

    A estratgia competitiva da artista se baseia na diferenciao. A cada dois anos, em mdia, a

    artista lana um novo lbum, com uma nova coletnea de msicas, nova turn, etc. O preo dos

    CDs e DVDs acompanha a mdia dos grandes hits (ANDERSON, 2008) e seus shows so

    estabelecidos com preos acima da media. Em relao a estes ltimos, vale destacar que existe

    grande demanda de convites para realizao de show em casas de show de grande patamar no

    pas e, ainda, a artista possui grande poder de barganha em relao a estas. Na ultima turn da

    artista, houve o acrscimo de mais um servio: antes do incio do show, houve uma exposio de

    quadros pintados pela Artista. Os mesmos estavam venda e o retorno das vendas destinou-se

    parcialmente a uma instituio de apoio a jovens diabticos, o que traz um certo apelo de

    publicidade, uma vez que responsabilidade social um valor apreciado nas empresas brasileiras.

    Alm do foco de diferenciao do artista e seus produtos, as unidades de negcio possuem uma

    estrutura operacional e de custos enxutas. Os custos atribudos ao selo so referentes, em sua

    grande representatividade, aos valores fixados nos contratos. Tal estratgia garante excelncia de

    desempenho, dado que os responsveis pelas atividades geradoras de valor so especialistas

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    nestas, tendo baixo custo operacional e, ainda, contratos com estmulos ganha-ganha. Se a divulgao e venda de ingressos para um show tem sucesso, tanto o selo quanto a empresa

    responsvel pela atividade, como a produtora executiva (com atividades que impactam e so

    impactadas por esta) so beneficiadas e, no limite, a gravadora que tambm possui interesses em

    divulgar um show, mesmo que no tenha ganhos diretos (a divulgao e o show propriamente

    dito rebatem na publicidade do lbum, e possivelmente nas vendas, as quais possuem uma

    parcela de direito da gravadora). Essas alianas possuem valor considervel para manuteno do

    sucesso da estratgia e das operaes do negcio.

    Num segundo plano, porm no menos importante, h um grande incentivo na organizao por

    inovao e aprimoramento da performance em show e na produo musical, que possui carter

    bastante diferenciado e nico no mercado. Os aparelhos utilizados so de posse da organizao e

    possuem tecnologia de ponta. Na parte de criao, existe grande investimento dos artistas e

    msicos para gerao de novas composies e arranjos, ou at transformao de letras j de

    sucesso. Assim, possvel garantir o ciclo de reformulao e lanamento de lbuns citado no

    incio deste tpico.

    Anlise do ambiente e do setor

    Uma vez que a organizao est exposta s mudanas e variaes do ambiente externo, sua

    operao, consequentemente, sofre impactos oriundos dessa influncia externa. Nesse sentido, as

    autoras optaram por utilizar as anlises PEST e da Rede de Valor (BRANDENBURGER et al,

    1996) como ferramentas para anlise do ambiente estudado.

    Anlise PEST

    A partir do levantamento inicial dos fatores que influenciam nas dimenses citadas, foi feita uma

    priorizao dos mesmos em relao a probabilidade de ocorrncias e seus impactos na

    organizao, conforme recomendado por NORBURN (1997). Dessa forma, os tpicos 6.1.1,

    6.1.2, 6.1.3 e 6.1.4 a seguir apresentam os fatores tidos com relevantes para o Selo Musical.

    1.1.5 Anlise Poltica e Legal

    Foram destacados 3 (trs) principais aspectos relacionados ao tema que influenciam a atuao de

    artistas em geral. Estes aspectos encontram-se descritos a seguir, na Tabela 2. Aspectos relacionados Descrio

    Lei dos Direitos

    Autorais (Lei

    9.610/98)

    Esta Lei regula os direitos autorais, entendendo-se sob esta denominao os direitos

    de autor e os que lhes so conexos. A proteo concedida ao autor poder aplicar-se

    s pessoas jurdicas nos casos previstos nesta Lei. O Direito autoral definido como o

    direito moral e econmico que o criador tem sob sua obra intelectual, frente a sua

    reproduo ou reivindicao de autoria. Desta forma, como o artista principal

    proprietrio do selo, este possui 100% dos ganhos referentes s suas obras. No

    entanto esse ganho repartido com a gravadora, que desempenha o papel majoritrio

    de distribuidora e publicitria dos lbuns e demais obras. No caso do segundo artista,

    os ganhos so fracionados entre este, o selo e a gravadora. (BRASIL, 1998)

    Editais pblicos para

    contratao de shows

    No Brasil, existem iniciativas de promoo de cultura por parte dos Governos

    Federal, Estadual e Municipal, sob forma de contratao pblica de shows. Esse

    procedimento se d por meio de publicao de um Edital, no qual os artistas

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    concorrem entre si para serem contratados pelo Governo para execuo de um show.

    Qualquer artista est apto a concorrer, desde que se enquadre no gnero musical que

    seja demandado e esteja de acordo com o oramento disponibilizado. No caso dos

    artistas do selo, houve ocorrncia de realizao de shows desse perfil, porm no

    algo habitual ou frequente.

    Associaes de

    produtores, artistas e

    distribuidores de

    discos

    Existem instituies relacionadas ao Mercado de Msica Brasileiro. Dentre elas pode-

    se citar a Associao Brasileira de Produtores de Disco (ABPD) e o Escritrio Central

    de Arrecadao e Distribuio (ECAD). Essas duas instituies so direcionadas ao

    controle, captao e proteo dos direitos autorais e, consequentemente, mais restritos

    ao mbito dos CDs e DVDs, a reproduo das msicas em geral (ABPD, 2010;

    ECAD, 2011). J no mercado de shows, existe o Sindicato dos Msicos Profissionais,

    que exige o registro no sindicato como requisito para atuao do artista em casas de

    shows (SINDMUSI, 2011).

    Tabela 2: Aspectos polticos e legais identificados

    1.1.6 Anlise Econmica

    Inicialmente foi realizado um levantamento na Internet sobre o mercado da msica,

    principalmente focado na venda de CDs e DVDs. Cabe ressaltar que informaes relacionadas

    execuo e produo de shows so relativamente escassas no referido meio, sendo levantadas,

    ento, junto ao selo estudado, que no possua dados quantitativos e sim somente percepes

    sobre o mercado.

    Segundo a Associao Brasileira de Produtores de Discos (ABPD), em relao ao mercado de

    CDs e DVDs, observa-se, por meio do Grfico 1, a participao de 88% deste em relao aos

    demais formatos de udio. Porm, quando se analisa o histrico de vendas desse setor (Grfico

    2), v-se declnio e consequente contratura do Mercado. Nesse sentido, a tendncia no

    comportamento das gravadoras, em especfico, de competirem mais intensamente pelo market

    share do mercado.

    Grfico 1: Participao dos formatos de udio no

    mercado

    Fonte: ABPD, 2009

    Grfico 2: Receita de vendas (CD+DVD)

    Fonte: ABPD, 2010

    Por outro lado, com relao ao posicionamento do mercado de msica digital, pode-se observar o

    Grfico 3. Em 2006, a ABPD iniciou o levantamento desse tipo de informao. A partir da, nota-

    se o incio de uma trajetria ascendente nos 3 (trs) primeiros anos de anlise, com parada

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    repentina desse crescimento, apesar da receita proveniente da venda deste tipo de produto ser

    significativamente inferior a de CDs e DVDs.

    Grfico 3: Receita de vendas de produtos de udio digital

    Fonte: ABPD, 2010

    Cabe ressaltar que esses dados dizem respeito ao Mercado de Msica Brasileiro. No foi possvel

    extrair informaes especficas sobre as vendas dos artistas promovidos pelo Selo. Nesse sentido,

    nas entrevistas realizadas com o contato, foi relatado por este que a quantidade de shows

    executados pelo artista principal se manteve estvel ao longo do tempo, contando com o aumento

    do valor cobrado por show. Tal fato se d em funo da maturidade deste artista no Mercado de

    Msica Brasileira, uma vez que este foi lanado em larga dimenso em 1999. J com relao ao

    segundo artista, observa-se um aumento de ambas as variveis, em funo deste haver iniciado

    sua carreira no Brasil recentemente.

    Por fim, o ltimo aspecto econmico a ser descrito est vinculado ao custo do investimento de

    instalao de studios e aquisio de equipamentos. Estes so altos, porm possuem vida til

    extensa, estando sujeita a substituies em funo de avanos na tecnologia. No caso do selo,

    existe capital suficiente para aquisio destes recursos e condizentes com tecnologia de ponta.

    Nesse sentido, a produo musical e gravao de lbuns realizada in-house e os recursos necessrios para tal so, em geral, de uso compartilhado entre os artistas do selo.

    1.1.7 Anlise Social

    Os aspectos sociais do consumo dos produtos e servios fornecidos pelo Selo dizem respeito

    estabilidade da dimenso do pblico do gnero MPB, que traz maior confiabilidade de frequncia

    de demanda. Alm disso, deve-se destacar a cultura brasileira de consumo de artigos piratas em

    conjunto com a facilidade de encontro dos produtos musicais no ambiente virtual, que

    contribuem para reduo das vendas de lbuns. O crescimento da produo musical independente

    tambm um fator social presente no mercado. Recentemente, pode-se observar o aumento da

    quantidade de selos de pequenos artistas, em funo das facilidades de gravao caseira propiciada pelos avanos e difuso tecnolgicos (VICENTE, 2005). No entanto, este ltimo fato

    no repercute em impactos negativos no Selo REX, uma vez que este possui um pblico de

    grande dimenso e consolidado. Essas informaes so percepes dos gestores da organizao,

    extradas das entrevistas. No foram encontrados dados quantitativos que confirmem tais fatos,

    somente publicaes e notcias citadas pelo entrevistado.

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    1.1.8 Anlise Tecnolgica

    Para reduzir a incidncia da cpia no autorizada e da pirataria, os selos musicais e,

    principalmente, as gravadoras, buscam desenvolver mecanismos tecnolgicos nos meios de

    comunicao e nos discos. (VICENTE, 2005) Para os artigos fsicos, encontra-se em desenvolvimento uma forma de bloquear sua reproduo por meio da criptografia dos dados

    contidos no material, essa tecnologia tambm est sendo aplicada para os arquivos digitais. No

    ambiente de rede, existe um srie de softwares e outros mecanismos para rastreamento desses

    arquivos protegidos para bloqueio de links, por exemplo. (VICENTE, 2005)

    Ainda no mbito tecnolgico, podemos citar o crescente desenvolvimento dos aparelhos de udio

    e som e de instrumentos musicais que permitem a execuo de uma musica com melhor

    qualidade acstica. Alm disso, observa-se tambm a proliferao de profissionais capacitados e

    qualificados com atuao especfica no ramo, que o caso dos engenheiros de udio, por

    exemplo. (SALABERRY, 2008)

    Anlise da Rede de Valor

    Tendo em vista o modelo apresentado, foi aplicado o conceito de rede de valor no selo REX. Este

    exerccio pode ser observado na Figura 5. Posteriormente, apresentada uma anlise fruto das

    relaes expostas na rede de valor construda, no intuito de aumentar a compreenso acerca do

    ambiente no qual o selo est inserido.

    Figura 5: Rede de Valor do selo REX

    Na rede de valor de REX, destaca-se a importncia vital da participao dos elementos

    complementadores para o selo. A gravadora atua de forma macia na divulgao e distribuio

    dos produtos e servios e j possui considerado expertise atuando dessa forma com outros selos

    tambm. A produtora executiva responsvel pelo gerenciamento da carreira do artista, tomando

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    decises nos mbitos de produtividade, marketing, networking, entre outras. Cabe ressaltar que

    essas trs firmas operam, ou deveriam operar, de modo sinrgico, alinhando suas decises e

    aes.

    O cliente final da rede o pblico, que ir ditar como a indstria agir. Os clientes de REX que

    se relacionam com esse cliente final so as lojas fsicas ou virtuais de venda de CDs, DVDs e

    msicas digitais, que tm suas vendas propulsionadas pelas rdios e outros meios de

    comunicao e mdia. Por ltimo, existem as casas de show que, apesar de disponibilizarem

    espao para realizao do show, contratam o artista, configurando o selo como fornecedor.

    Existem os blocos de fornecedores que atuam nas atividades vinculadas realizao de shows

    (produtora de eventos, provedora de infra-estrutura de suporte, empresas de venda de ingressos,

    alm dos msicos que participam de todos os segmentos de produto) e as relacionadas venda de

    CDs, DVDs e msicas digitais (fabricante de CDs e DVDs e msicos).

    Quando a produtora executiva decide aonde ir realizar os shows ou se ela recebe convite de

    alguma casa de show, imediatamente h um contato com a produtora de eventos, que ir agilizar

    a operacionalizao do evento, contratando o provedor de infra-estrutura de suporte, por

    exemplo. Alm disso, a produtora executiva que gerencia o contrato dos msicos que iro

    participar das gravaes e performance em shows.

    Os concorrentes no foram identificados, pois o objeto de estudo solicitou confidencialidade. No

    entanto, possvel citar que os selos ou artistas concorrentes apresentam perfil e pblico

    semelhante ao REX. Nesse caso, quando se fala em concorrncia, pensa-se prioritariamente nos

    shows, em que o pblico, caso seja semelhante, dever decidir acerca do consumo.

    Anlise das Atividades da Empresa

    Com o objetivo de descrever e situar as atividades executadas pela organizao estuda, o trabalho

    fez uso da Cadeia de Valor, proposta por Porter (1980). A

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    Figura 2: Cadeia de Valor do Selo Musical

    , em anexo, apresenta a aplicao dos conceitos de Cadeia de Valor realidade do Selo e aos

    complementares deste, ou seja, baseada nas atividades realizadas pelo Selo, a gravadora e a

    produtora (uma vez que estas esto atreladas e geram valor, principalmente, a partir da atuao do

    artista).

    Brandenburger e Stuart (1996) trazem o conceito de criao de valor como sendo a diferena

    entre a disposio a pagar do cliente pelo produto ou servio oferecido e o custo de oportunidade

    do fornecedor. Para a aplicao deste trabalho, o conceito a ser trabalhado diz respeito

    especificamente disposio a pagar. A disposio a pagar seria respondida fazendo-se a

    pergunta: A que preo o consumidor seria indiferente, entre comprar o produto ou continuar vivendo sem ele? Muitas vezes, para responder a essa pergunta, necessrio explorar, do ponto de vista do consumidor, a economia do melhor substituto existente para o produto cuja mxima

    disposio a pagar est sendo procurada. Quando essas economias mudam (por exemplo, o preo

    do substituto varia), a disposio a pagar pelo produto, como consequncia, tambm se altera.

    (BESANKO et al, 2004).

    A partir das atividades apresentadas na cadeia de valor, observa-se que algumas delas podem ser

    consideradas como chave para ampliar a disposio do consumidor a pagar. Em suma, estas esto diretamente vinculadas realizao de shows, visto que, notadamente, so avaliadas como

    de ponta ou de relao direta com o cliente final (pblico). No entanto, haver outras abordagens

    uma vez que existem funes de cunho transversal ao processo produtivo para ambos os produtos. Ainda, a anlise de custos ser realizada sobre as atividades elencadas como aquelas

    que ampliam a disposio a pagar. A idia avaliar o quanto os custos destas atividades variam

    conforme sua contribuio para aumentar a disposio do cliente em adquirir o servio ou

    produto. Nesse sentido, a Tabela 3, em anexo, apresenta a identificao, descrio e anlise da

    anlise por atividade.

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    Ainda, cabe ressaltar que, no caso das atividades relativas venda de CDs e DVDs, bem como da

    msica digital, a disposio a pagar consideravelmente menor em relao a shows, uma vez que

    possvel obter acesso a esses produtos gratuitamente, tendo em vista a pirataria e o compartilhamento de arquivos virtualmente. No entanto, no que tange o aumento da

    disponibilidade a pagar de lbuns (principalmente CDs e/ou DVDs), vlido destacar atividades

    como realizao de pocket shows e disponibilizao de entrevistas exclusivas, que aproximam o

    artista do pblico e diferenciam o produto por consequncia.

    Concluso

    Pode-se concluir que os objetivos enunciados foram atingidos a partir de uma vasta apresentao

    e detalhamento das atividades e postura estratgica do selo musical estudado, a partir do

    cumprimento do mtodo inicialmente estabelecido por este trabalho.

    Como contribuies, destacam-se a ampliao do arcabouo conceitual existente acerca da

    indstria da msica e, notadamente, da organizao selo musical, e a introduo da pesquisa de base cientfica no setor, ainda hoje pouco exercitada uma vez que o conhecimento est baseado

    principalmente em expertise.

    Percebeu-se tambm indicaes de ruptura do modelo de negcio da indstria da msica,

    motivada no s pelas questes da pirataria e do compartilhamento ilegal, mas tambm pela

    emergncia dos selos musicais, que pela sua prpria estrutura de operaes altera e influencia a

    lgica de atuao dos demais atores da cadeia (principalmente das grandes gravadoras).

    Importante destacar, ainda, a tendncia readaptao s novas tecnologias e a consequente

    modernizao da organizao, que passa a admitir a importncia de acompanhar as inovaes

    para se manter competitiva.

    Como estudos futuros sugere-se a aplicao do mtodo proposto em outros referenciais inseridos

    no setor da msica para ampliar os resultados e suprir a limitao existente do Estudo de Caso,

    considerado uma limitao quando se pretende analisar um setor, por exemplo.

    Prope-se, finalmente, que o selo avalie a pertinncia de aumentar o leque de artistas vinculados

    a ele, numa lgica de expanso, segundo seus objetivos dentro do mercado.

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    Anexos

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    Figura 2: Cadeia de Valor do

    Selo Musical

    Atividades que

    ampliam

    disposio a pagar

    Descrio Anlise de custos

    Realizao do

    evento, desde a

    preparao do

    A execuo desta atividade implica

    diretamente no fornecimento do

    servio mais relevante para a

    Os custos envolvidos diretamente nesta atividade so

    baixos, pois neste momento toda a infra-estrutura j

    foi providenciada pela casa de show e pela produo

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    show at sua

    execuo

    empresa. Sendo assim, esta se torna

    consideravelmente crtica para o

    aumento da disponibilidade a pagar

    local, restando a mobilizao dos recursos no espao

    destinado ao evento para a preparao do mesmo e o

    custo referente atuao dos msicos. Porm, em

    casos mais genricos, que no o estudado, pode-se

    considerar o custo de contratao do artista.

    Gravao e

    Produo

    mais uma forma direta para gerar o

    produto fim. O resultado da prtica

    desta atividade impacta na qualidade

    e na percepo de valor do produto

    por parte do cliente. Se uma gravao

    de lbum realizada em um Studio

    altamente profissional e bem

    equipado, existe uma tendncia direta

    deste lbum possuir alta qualidade de

    udio e masterizao, por exemplo.

    Pode-se fazer a mesma analogia com

    a produo musical, que tem destaque

    no momento da concepo do

    produto at as performances de palco.

    Para a realizao destas tarefas basicamente h o

    custo de aluguel de equipamentos (caso o selo no

    seja proprietrio) e dos msicos contratados. Pode

    haver tambm a condicionante do selo possuir ou

    no um Studio, ou como a gravadora ser porta em

    termos de injeo de recursos. Como no caso

    estudado o selo possui Studio prprio, s houve o

    investimento inicial que ser diludo ou compensado

    ao longo das gravaes realizadas. Mas em caso do

    selo no possuir, este deve buscar locais e

    equipamentos, que em geral cobram preo elevado

    por hora, podendo ou no ser patrocinado/financiado

    pela gravadora.

    As seleo e contratao de um produtor musical de

    renome tambm podem impactar no custo desta

    atividade, porm, o artista principal de REX em

    geral assume essa funo.

    Contratao de

    produo local e

    casa de show

    Dependendo do local e infra-estrutura

    onde ser realizado o evento, existe

    uma tendncia natural de variao do

    preo e, em consequncia, da

    disponibilidade a pagar. Quanto

    maior for o espao e melhor for sua

    infra-estrutura (equipamentos de luz e

    som, servios de bar e restaurante),

    maior ser a disponibilidade a pagar

    So os custos mais relevantes e crticos para a

    realizao do show, uma vez que iro impactar de

    modo determinante na disposio a pagar.

    Representam a maior parcela de gasto envolvida na

    produo do evento em paralelo aos custos logsticos

    (para shows que demandem viagens).

    Divulgao de

    shows e lbuns nos

    meio de

    comunicao e

    mdia

    Conforme h maior utilizao de

    mecanismos de divulgao, os

    clientes ficam mais dispostos a

    consumir o produto e pagar por ele.

    Isso ocorre, pois existe maior

    possibilidade de expor o trabalho do

    artista para pessoas distintas, que

    acessam meios de comunicao

    variados. Alm disso, pensa-se

    tambm nos benefcios decorrentes

    da massificao do produto.

    Os custos envolvidos so elevados e esto

    relacionados a: (a) produo e desenvolvimento de

    material publicitrio; (b) compra de janelas em rdios, emissoras de televiso e sites de internet para

    anncio do lbum, e em algumas situaes, de

    shows; (c) Operaes e divulgao de pocket shows;

    (d) mecanismos de relacionamento com fs; e (e)

    execuo de faixas em rdio.

    No entanto, parte dessas aes realizada pela

    gravadora, casa de show ou produtora local,

    dependendo das condies especficas de

    determinadas situao, como por exemplo, a

    determinao do responsvel por divulgao de um

    show, que definida em funo de quem contrata a

    produo local.

    Participaes

    especiais e eventos

    complementares

    (relacionados a

    trabalhos paralelos

    do artista - por

    exemplo

    exposies de

    quadros) em shows

    A participao especial de outro

    artista e eventos complementares

    agregam valor ao show. A partir do

    momento que existe a performance

    de um outro artista, pode haver, por

    exemplo, uma frequncia considerada

    do pblico desse artista no show do

    artista do REX. Logo essas pessoas,

    que a princpio no pagariam para

    H um aumento relativo dos custos envolvidos em

    um show padro devido ao gasto despendido com o convidado e disponibilizao de espao e

    recursos para montagem do evento complementar. O

    acrscimo desses servios implica no aumento dos

    custos envolvidos, podem ou no rebater no preo

    do ingresso. Porm, h tendncia de expanso da

    expectativa de pblico, que tambm se disponibiliza

    a pagar mais, se necessrio.

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    assistir um show de REX, passam a

    consumi-lo dado que seu dolo est participando. O exemplo da

    exposio de quadros, tambm se

    torna um atrativo para novos pblicos

    e para a valorizao do ingresso do

    evento. Outro mecanismo de

    aumentar a disponibilidade a pagar

    a realizao de promoes de visitas

    ao camarim do artista. O f, sabendo

    que esta se configura como uma

    possibilidade real se mobiliza para ir

    ao evento e a pagar mais caro, caso

    necessrio.

    Tabela 3: Atividades que ampliam disposio a pagar e anlise de custos