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8/18/2019 Judas - Roger Stronstdd http://slidepdf.com/reader/full/judas-roger-stronstdd 1/9  JUDAS Roger Stronstdd INTRODUÇÃO 1. Autoria  Jesus foi o filho primogênito de Maria e José, seu pai adotivo (Lc 2.7). Até o começo do seu ministério a família cresceu, incluindo quatro irmãos mais jovens e um número não específico de irmãs. Marcos identifica os quatro irmãos de  Jesus como: Tiago, José, Judas e Simão (Mc 6.3), presumivelmente listando-os do mais velho ao mais novo. Nesta lista de irmãos de Jesus, Mateus inverte a ordem de dois irmãos mais novos (Mt 13.55). O autor da carta que traz o nome de Judas identifica-se como “Judas, servo de Je sus Cristo e irmão de Tiago”. Entre os diversos Judas do Novo Testamento, este é o único que pode ser um dos quatro irmãos mais novos de Jesus. Nos primeiros dias do ministério pú blico de Jesus, sua família não o aceitava como o Messias. Certo dia, depois que uma grande multidão havia se reunido em torno de Jesus, seus familiares vieram para levá- lo, alegando que Ele estava fora de si (Mc 3.21). Apesar de seus parentes não po derem aceitar a opinião de outros mem bros da família, logo depois disto, a mãe dejesus e seus irmãos tambémvierambuscá- lo (Mc 3-31,32). Mais tarde, não crendo nEle, seus irmãos escarneciam-no dizendo que subisse a Jerusalém, à Festa dos Tabemáculos, para que ali realizassemilagres e se mostrasse ao mundo (Jo 7.1-5). Porém antes do Dia de Pentecostes, após a Páscoa dos Judeus durante a qual  Jesus foi crucificado, a situação mudou; além dos apóstolos, “Maria, mãe de Je sus e... seus irmãos” são contados entre os 120 cristãos que estão constantemente em oração (At 1.14). Mais tarde, escre vendo à Igreja em Corinto, Paulo dá uma explicação a respeito da transição da in credulidade dos irmãos (Jo7.5) para sua fé (At 1.14). Escrevendo sobre a mani festação da ressurreição de Jesus, ele declara: “Depois, foi visto por Tiago”(1 Co 15.7). O Novo Testamento se man tém, de um modo impressionante, silen cioso sobre se Jesus apareceu ou não a  Judas e aos outros irmãos. Independen te dejesus ter ou não aparecido a eles, a realidade de sua ressurreição transformou  Judas e seus irmãos em crentes. Com o passar do tempo, Tiago se tornou um proeminente líder na Igreja que estava emjerusalém (At 15.12-21; G11.19; 2.9). Em contraste, nem Judas nem seus ou tros dois irmãos, José e Simão, são iden tificados fora dos Evangelhos. Contudo, como os outros apóstolos e como Pedro,  Judas e seus irmãos viajaram por causa do evangelho (1 Co 9-5). Neste contex to de um ministério difundido, Judas es creve sua carta. Eusébio relata a tradi ção encontrada em Hegesipo, que diz ter o imperador Domiciano (81-96 d.C.) mandado executar dois netos de Judas por serem descendentes de Davi (Eusébio, História Eclesiástica,  3-19-1)- 2. Data e Local onde a Carta Foi  Escrita Em sua saudação, Judas não dá pistas a respeito da data ou lugar onde a carta foi escrita. Alguns deduzem uma data tardia, mesmo pós-apostólica, a partir de duas afirmações de Judas: (1) Ele escreve so bre a “fé que uma vez foi dada aos san tos” (v.3). (2) Conclama seus leitores a lembrarem-se das palavras que “foram preditas pelos apóstolos de nosso Senhor  Jesus Cristò”(v. 17). Mas estas afirmações não implicam necessariamente em uma data posterior. A fé que estava confiada aos santos é a mensagem do evangelho que foi desde o início dada aos discípu los, e por intermédio deles aos seus con vertidos. Além disso, a profecia apostóli ca a respeito dos escarnecedores dos úl timos dias (w. 17,18) não implica nem que os apóstolos estejam mortos, nem que uma 1807

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 JUDAS

Roger Stronstdd

INTRODUÇÃO

1. Autoria

 Jesus foi o filho primogênito de Mariae José, seu pai adotivo (Lc 2.7). Até ocomeço do seu ministério a família cresceu,incluindo quatro irmãos mais jovens eum número não específico de irmãs.Marcos identifica os quatro irmãos de

 Jesus como: Tiago, José, Judas e Simão(Mc 6.3), presumivelmente listando-osdo mais velho ao mais novo. Nesta listade irmãos de Jesus, Mateus inverte a ordemde dois irmãos mais novos (Mt 13.55).O autor da carta que traz o nome de Judasidentifica-se com o “Judas, servo de Je sus Cristo e irmão de Tiago”. Entre osdiversos Judas do Novo Testamento, esteé o único que pode ser um dos quatroirmãos mais novos de Jesus.

Nos primeiros dias do ministério público de Jesus, sua família não o aceitavacomo o Messias. Certo dia, depois que umagrande multidão havia se reunido em tornode Jesus, seus familiares vieram para levá-lo, alegando que Ele estava fora de si (Mc3.21). Apesar de seus parentes não poderem aceitar a opinião de outros membros da família, logo depois disto, a mãedejesus e seus irmãos também vieram buscá-

lo (Mc 3-31,32). Mais tarde, não crendonEle, seus irmãos escarneciam-no dizendoque subisse a Jerusalém, à Festa dosTabemáculos, para que ali realizasse milagrese se mostrasse ao mundo (Jo 7.1-5).

Porém antes do Dia de Pentecostes,após a Páscoa dos Judeus durante a qual

 Jesus foi crucificado, a situação mudou;além dos apóstolos, “Maria, mãe de Jesus e... seus irmãos” são contados entre

os 120 cristãos que estão constantementeem oração (At 1.14). Mais tarde, escrevendo à Igreja em Corinto, Paulo dá umaexplicação a respeito da transição da incredulidade dos irmãos (Jo7.5) para suafé (At 1.14). Escrevendo sobre a mani

festação da ressurreição de Jesus, eledeclara: “Depois, foi visto por Tiago” (1Co 15.7). O Novo Testamento se mantém, de um modo impressionante, silencioso sobre se Jesus apareceu ou não a

 Judas e aos outros irmãos. Independente dejesus ter ou não aparecido a eles, arealidade de sua ressurreição transformou

 Judas e seus irmãos em crentes.Com o passar do tempo, Tiago se tornou

um proeminente líder na Igreja que estavaemjerusalém (At 15.12-21; G11.19; 2.9).Em contraste, nem Judas nem seus outros dois irmãos, José e Simão, são identificados fora dos Evangelhos. Contudo,como os outros apóstolos e como Pedro,

 Judas e seus irmãos viajaram por causado evangelho (1 Co 9-5). Neste con texto de um ministério difundido, Judas escreve sua carta. Eusébio relata a tradição encontrada em Hegesipo, que diz

ter o imperador Domiciano (81-96 d.C.)mandado execu tar dois netos de Judaspor serem descendentes de Davi (Eusébio,História Eclesiástica,  3-19-1)-

2. Data e Local onde a Carta Foi Escrita

Em sua saudação, Judas não dá pistas arespeito da data ou lugar onde a carta foiescrita. Alguns deduzem uma data tardia,

mesmo pós-apostólica, a partir de duasafirmações de Judas: (1) Ele escreve sobre a “fé que uma vez foi dada aos santos” (v.3). (2) Conclama seus leitores alembrarem-se das palavras que “forampreditas pelos apóstolos de nosso Senhor

 Jesus Cristò”(v. 17). Mas estas afirmaçõesnão implicam necessariamente em umadata posterior. A fé que estava confiadaaos santos é a mensagem do evangelho

que foi desde o início dada aos discípulos, e por intermédio deles aos seus convertidos. Além disso, a profecia apostólica a respeito dos escarnecedores dos últimos dias (w . 17,18) não implica nem queos apóstolos estejam mortos, nem que uma

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era futura tenha se iniciado, pois elesensinaram que com o derramamento doEspírito Santo no Pentecostes, os últimosdias já haviam chegado (At 2.17).

O problema da imoralidade na Igreja,que é o assunto tratado por Judas em suacarta, não foi um problema desenvolvido mais tarde. Surgiu tão cedo quanto aépoca em que Paulo escreveu às igrejasda Galácia e de Roma, e continuou a serum problema até o final do primeiro século (Ap 3.4). Com base nessas observações, podemos concluir que Judas deveter escrito sua carta durante seu ministério ativo. Se 2 Pedro tomou algo emprestado de Judas, então Judas deve ter escri

to esta carta algum tempo antes do martírio de Pedro em Roma, durante o reinado de Nero.

 Judas também não dá nenhuma informação direta sobre os destinatários, ou olugar onde a carta foi escrita. Mas sua cartapertence ao ambiente do judaísmo. Naturalmente, mas não certamente, isto estabelece o lugar da escrita como sendoalgum ponto da Palestina. Porém sabe

mos a partir da primeira carta de Pauloaos coríntios, que Judas (e os outros irmãos de Jesus) viajou por todo o Império Romano (1 Co 9-5). Portanto, esta cartapode ter sido escrita de qualquer parte doimpério que fosse consistente com a atmosfera judaica expressa na carta de Judas.Uma vez que há um relacionamento literário entre Judas e 2 Pedro, sua origempode ser a própria Roma, com sua gran

de e mesclada comunidade judaica e ju-daico-cristã.

3· Destinatários Judas endereça sua carta “aos chamados,queridos em Deus Pai e conservados por

 Jesus Cristo” (v.l). Estes cristãos chamados queridos e conservados são umacomunidade, ou comunidades de judeusque se converteram ao cristianismo. Os

destinatários podem ser os própriosmoradores da Palestina ou de uma partedo mundo da Diáspora, onde os judeustinham aceitado a Jesus como o seu Cristo ou Messias. O ambiente judaico-cris-tão da carta é evidenciado pelo fato de

estar enraizada no Antigo Testamento, etervalorizado os escritos pseudo-epigráficos.

Assim como a comunidade carismáticaque foi estabelecida emjerusalém a partir do Dia de Pentecostes (At. 2.1-6.7), osdestinatários de Judas também são umacomunidade carismática. Os apóstolos quelhes falaram são profetas (Jd 17,18). Emcontraste, os falsos mestres em seu meio“não têm o Espírito” (v. 19). Apesar destaacusação contra os falsos mestres, Judasconclui que os apóstolos têm o Espírito;isto é, são os verdadeiros profetas. Alémdisso, sem qualquer explicação maisdetalhada, Judas instrui seus leitores a orarem“no Espírito Santo” (v.20). Não explica o

que quer dizer com esta instrução, poissabe que faz parte da vida carismática dacomunidade à qual escreve.

4. Ocasião e PropósitoEntre a ocasião em que Judas primeiramente considerou escrever para o seu povo,e a época em que na verdade escreveu,toma conhecimento de que “se introduziram [secretamente] alguns... homens

ímpios” (v.4). Judas identifica estes homens como “adormecidos” (v.8), umapalavra comumente empregada para profetas carismáticos (At 2.17; Jl 2.28). Próximo ao final de sua carta, Judas tambémobserva que eles “não têm o Espírito”(v. 19).Estes indivíduos, então, são provavelmente(falsos) profetas itinerantes, que vieramaos destinatários da carta de Judas. Quaisquerque sejam suas alegações a fim de vali

dar seus ministérios, fica evidente que sãofalsos profetas pelas observações de que“convertem em dissolução a graça de Deuse negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo” (v.4b). Assim,como os falsos mestres ou falsos profetas de 2 Pedro, defendem uma libertinagem moral, que é nada menos do que umanegação moral dejesus.

Neste contexto Ju das escreve com três

propósitos: (1) De um lado, os seus leitores estão lutando pela fé que uma vezlhes foi entregue (v. 3) pelos verdadeirosprofetas, os apóstolos (v.17). Por outrolado, devem rejeitar a “nova” revelação-sonho dos falsos profetas. (2) Judas tam

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bém pede aos seus leitores que perseve-rem na caminhada cristã (w . 17-21) e (3)Finalmente, conclama seus leitores a preservar outros em misericórdia (w .22,23).

ESBOÇO

1. Destinatários (w . 1,2)

2. AAdvertência com Exemplos (w.3-l6)2.1.  A Razão da Advertência -A Infiltração de Homens ímpios (w.3,4)2.2.  A Lembrança de JulgamentosPassados (w. 5-7)2.2.1. A Destruição daqueles que nãoCreram (v.5)

2.2.2. O Julgamento Celestial (v.6)2.2.3. O Julgamento Cívico (v.7)2.3.  O Primeiro Conjunto de Traços doCaráter (w.8-10)2.3.1. O Contraste com a Submissão dosAnjos à Autoridade (w.8,9)2.3.2. Uma Marca Registrada: A Rebelião(v. 10)2.4. Protótipos do Antigo Testamento (v. 11)2.5.  O Segundo Conjunto de Traços do

Caráter (w.12,13)2.5.1. A Primeira Metáfora -As Promessas Quebradas (v. 12)2.5.2. A Segunda Metáfora -A Instabilidade (v. 13)2.6. A Certeza do Julgamento (w l4-l6)

3.  A Chamada à Perseverança (w. 17-23)3.1. A Conscientização da Situação Atual

(w. 17-19)3.2.  Exortações a Perseverar (w.20,21)3.3. Evangelizar com Misericórdia(w.22,23)

4.  Doxologia (w. 24,25)

COMENTÁRIO

1. Destinatários (w . 1,2) Judas inicia sua carta com um formato padrão

para as cartas do primeiro século: remetente, destinatário, e bênção (At 15.23; 1Pe 1.1). Judas identifica-se como “servode Jesus Cristo” e não como seu irmão.Alguns comentaristas acreditam que istodemonstre humildade de sua parte, en

quanto outros pensam que Judas desejalevar a verdade de que sua ligação deparentesco com Cristo, como meio-irmão,de maneira nenhuma lhe conferiu a primazia ou alguma posição de destaque. Naverdade, contudo, ele está adotando um

termo que Pedro, João e Paulo tambémusam para se identificar.

As três identificações dos destinatários são significativas com relação ao restante da carta. Judas dirige-se a eles como:(1) aos “chamados”, (2) aos “queridos emDeus Pai”, e (3) aqueles que são “conservados por Jesus Cristo”. O chamado deDeus é para toda a humanidade (1 Pe 2.9).

 Judas está se referindo aqui a um chama

do para a salvação, e não a um chamadoespecífico para o ministério. Começa comesta qualificação, para distinguir seus leitoresdaqueles que negam o senhorio de Cristo através de atos libertinos. A realidadede serem amados por Deus é a base deseu chamado. Não é fundamentado emalguma obra que tenham feito anteriormente; o amor e a misericórdia de Deusestabelecem seu chamado. Mais tarde, ele

os advertirá a “conservarem-se no amor[caridade] de Deus” (v.21). Finalmente, osleitores de Judas recebem a proteção divina de Cristo, a garantia da salvação; amaior segurança para os cristãos é que opróprio Senhor os está guardando (SI 121.7;1 Pe 1.5).

 Judas segue seu endereçam ento comuma saudação que é, de fato, uma bên ção: “A misericórdia, e a paz, e a cari

dade vos sejam multiplicadas”. Esta é diferente das bênçãos características dePaulo, “graça a vós e paz...”(Fp 1.2; Cl1.2), e de Pedro, “graça e paz vos se

 jam multiplicadas...” (1 Pe 1.2, 2 Pe 1.2). Ju das inicia sua saudação com a palavra “misericórdia”. A misericórdia de Deus,tão grande e incomparável, perdoa osnossos pecados. Este é um termo significativo para o autor, pois aparece três

vezes ao final desta pequena carta.Começando e terminando sua carta destamaneira, Judas deseja que seus leitoresreconheçam e administrem misericórdia do princípio ao fim. Até mesmo aspassagens obscuras que falam sobre o

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 juízo devem ser lidas através das lentesda misericórdia.

“Paz”, no Novo Testamento, é muitomais do que simplesmente uma ausência de guerra. É uma condição estabelecidade relacionamento. Considerando que todos

nós estávamos em inimizade com Deus(isto é, em oposição a Deus) antes daconversão, os cristãos estão agora em umrelacionamento de paz (isto é, de bem-estar) com Ele. A ordem das palavras aquié importante: a misericórdia precede a pazna conversão do pecador.

“Amor”completa a tríplice saudação.Está ligado à marca identificadora contida no verso 1, “qüeridos em Deus Pai”.

O amor caracteriza o relacionamento deDeus com o cristão e a vida abundanteque o cristão deve experimentar.

Paz e amor, juntamente com a misericórdia, são pronunciados “em abundância” ou “multiplicadas”, sobre os destinatários. A vida cristã demonstra a bondade de Deus através destas três qualidades. Na verdade, William de Langland emPiers Plowm an   escreveu: “Mas toda a

maldade que o homem possa fazer ou pensarno mundo não é, para a misericórdia deDeus, mais do que um pedaço de carvãoem brasa no oceano”.

2. A Advertência com Exemplos(w . 3-16)

2.1. A R azã o d a Advertência  —  A Infiltração de  H om ens ím pios Çvv.3,4)

 Judas identifica os destinatários de suacarta como “queridos”. Isto é importante, pois o tom da carta adquire uma severidade que não é comum nas cartas doNovo Testamento. Judas torna os seusleitores conscientes de uma carta queplanejou escrever-lhes, mas foi interrompido devido à urgência da situação atual. Deste modo, a carta sobre a salvaçãoque compartilhavam nunca entrou no

cânon, ao passo que a carta mais urgente, que Judas sentiu que deveria enviar,entrou. As circunstâncias atuais garantiram uma carta poderosa, sucinta e deadvertência. À medida que a carta pro

gride, o leitor começa a entender a necessidade de Judas pela urgência.

 Judas exorta seus leitores a “batalharpela fé ”. Não há nenhuma dúvida de queesta é a mesma salvação a que tinha sereferido. Judas classifica esta fé através da

frase: “Que uma vez foi dada aos santos”.Esta qualificação é de grande importância. Enfatiza dois elementos principais dafé cristã: (1) Não há nenhuma nova revelação em termos de cânon (isto é, a revelação foi dada de uma vez por todas); (2)esta fé tem sido confiada aos crentes.

No verso 4, Judas claramente estabelece a motivação que está por trás desta carta:“Porque se introduziram alguns... homens

ímpios”. A exortação é severa e franca. Oacesso disfarçado destes heréticos na comunhão cristã não diminui a verdade sobre quem são. Fica claro que a condenação destes tem sido estabelecida há muito tempo. Estes homens são chamados de“ímpios”, pois “convertem em dissoluçãoa graça de Deus”. É precisamente o fatode promoverem a libertinagem queconcomitantemente faz que neguem ajesus

Cristo como Senhor. Desta maneira sãosemelhantes aos falsos mestres de 2 Pedro(veja os comentários sobre esta carta).

Em contraste com os falsos mestresmencionados em 2 Pedro, no entanto, Judastem duas diferenças notáveis: (1) EnquantoPedro observa estes indivíduos desde oinício como “falsos mestres”, Judas simplesmente os qualifica como “alguns”. (2)A segunda carta de F’edro é um aviso contraaqueles que p od eriam   entrar na comunhão da verdadeira fé (2 Pe 2.1). Mas em

 Judas, a infiltração já havia começado. Estefato colabora para a urgência e a linguagem direta da carta de Judas.

2.2. A Lem brança de Juleam entos Passados (w .5-7) 

2.2.1 . ADestruição daqueles que não 

Creram (v. 5). Agora Judas continua aprovar, a partir dos precedentes históricos, que Deus não permitirá que este atualtipo de imoralidade e subversão continue.Como Pedro em sua Segunda Epístola, Judas

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 JUDAS 6-7

lembra seus leitores que agora conhecemos seus ensinos (isto é, sobre a fé que deuma vez por todas lhes foi dada). À luzda grande salvação divina de Israel daescravidão do Egito, os leitores devem terem mente que tal libertação não é uma

garantia de segurança eterna. Na verdade, as pessoas que foram libertas (isto é,redimidas) da escravidão do Egito pelopoder de Deus, foram destruídas no deserto por sua incredulidade. Judas estáclaramente usando este exemplo paraexortar seus leitores de que, mesmo quecertas pessoas tenham declarado sua féem Cristo, se um estilo de vida contínuode fé não estiver presente, a realidade do

 julgamento é iminente. Esta é a primeiraprova das Escrituras.2 .2.2 .0 Julgamento Celestial (v.6). 

 Judas passa agora de sua segunda provada história da salvação dos judeus, parao julgamento celestial dos anjos desobedientes. Como em 2 Pedro, Judas se refere ao conteúdo de 1 Enoque e a partesdo Antigo Testamento para reforçar os seusexemplos. Talvez o uso que Judas faz do

 julgamento dos anjos tivesse o objetivode demonstrar a imparcialidade dos atos justos de Deus. Certamente, se Deus nãopoupou aos anjos, que foram criados umpouco maiores que a raça humana, queoportunidade as pessoas terão se persistirem no pecado e na incredulidade?

Este assunto, no entanto, é mais profundo. Judas pesquisa a respeito destemotivo. Estes anjos “deixaram a sua pró

pria habitação”, ou seja, “não mantiveramsua posição de autoridade”. Isto é importante,pois esta prova do precedente históricodemonstra um julgamento devido à rebelião.Os anjos rebeldes que Judas tem em mentenão estavam contentes em permanecerna ordem ou domínio para os quais Deusos havia ordenado. Este conceito serádesenvolvido com mais detalhes na passagem em que Judas se refere especifi

camente à disputa entre Miguel e Satanás (v.9). Estes anjos estão reservadosna escuridão, esperando o julgamentodo último dia. Observe que o método derestrição aos anjos é “na escuridão e emprisões eternas até ao juízo daquele grande

Dia”. Judas quer mostrar aos seus leitores a gravidade do pecado da rebelião eda libertinagem.

2.2.3 . OJulgamento Cívico (v.7). Judasune esta terceira prova das Escrituras ao

 julgamento dos anjos através da frase: “Assim

como”. A ligação tem duas explicaçõespossíveis:1) A ligação pode ser de causa. Isto é, assim

como “Sodoma, e Gomorra, e as cidadescircunvizinhas” foram punidas por suasperversões e imoralidades, assim tambémos anjos foram mantidos em prisões. Se estaexplicação estiver correta o pecado dos anjospode ser a união sexual com as mulhereshumanas (Gn 6.1-4). Esta explicação tem

algum valor apesar do crescente conhecimento de Gênesis que parece interpretar“filhos de Deus”em Gênesis 6, não comoseres angelicais, mas como uma linhagemde Sete.

2) A ligação entre os anjos rebeldes e Sodomae Gomorra talvez seja melhor expressa pelofato de ambas serem citadas como exemplos de punição pelo pecado e pela incredulidade, com a violação específica da pu

reza sexual citada no caso das cidades daplanície. A ligação para os três exemplosé que cada um trata com a desobediência e a falta de fé. Além disso, cada umtrata do julgamento inevitável que acontece como resultado do pecado, com trêspecados diferentes sendo listados: desobediência, rebelião e imoralidade sexual. Observe abaixo a lista de exemplos deprecedentes históricos, julgamento e ra

zão para o julgamento:Exemplo Julgamento Razão

Libertaçãodo Egito

Destruiçãodaqueles quenão creram

Incredulidade

Anjos Trevas/mantidosem cadeias

Rebelião

Sodoma eGomorra

Fogo eterno Imoralidadesexual/

perversão

Com estes três exemplos, Judas agoracomeça a mostrar as semelhanças alarmantesdo problema contemporâneo que seusleitores estão enfrentando.

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 JUDAS 8-11

2.3· O Prim eiro C onjunto de  Traços do Caráter  (w. 8-10)

2.3 .1.0 Contraste com a Submissão dos Anjos à Autoridade (w .8 ,9 ). A chave

para se entender os versos 8-10 está ligada à palavra “semelhantemente”. Isto assinala o propósito de Judas para as trêsilustrações que acaba de citar. Agora mudade “alguns” para “adormecidos” (isto é,profetas autoproclamados: veja na Introdução o tópico “Ocasião e Propósito”).Estes homens têm três traços de caráterdominantes: Luxúria (“contaminam a suacarne”), rebelião (“rejeitam a dominação”)

e irreverência (“vituperam as autoridades”) .Observe na lista abaixo como estes trêstraços de caráter estão em paralelo comaqueles exemplos de exortação sobre o julgamento.

Razão(histórica)

IncredulidadeRebelião

Imoralidade

Acusação(contemporânea)

Rejeição de autoridadeDifamação de serescelestiaisContaminação de

sexual / perversão seus próprios corpos

uso que Judas faz deste texto mostra quenem mesmo um arcanjo é autônomo,Istoé um contraste com aqueles anjos queagiram independentemente quando “nãoguardaram o seu principado, mas deixarama sua própria habitação” (v.6). Os dois

exemplos são dados para ilustrar os atosque são por natureza autônomos em relaçãoà ordem estabelecida por Deus. Para relacionar isto ao presente, Judas nos dáum rigoroso contraste; estes homens quefalam abusivamente contra o que nãoentendem são completamente opostosà dependência de Deus, a quem professam servir.

2.3.2. Uma M arca Registrada: A Re

belião (v.10). Como em 2 Pedro, Judasrefere-se a estes indivíduos como “animaisirracionais”. A marca registrada desteshomens ímpios é seu desdém em relaçãoà autoridade, isto é, agem de modo autônomo. Toda igreja, toda instituição religiosa, na verdade toda família, está penosamente ciente desta triste verdade: osproblemas se originam do desprezo àautoridade. De fato, após constantes abusos,

estes indivíduos não são mais humanos,porém animais — criaturas dirigidas peloinstinto.

Para muitos, estes traços de carátersão bem familiares nos círculos de algumas igrejas “modernas” em nossos dias.Basta olharmos para algumas das “trapalhadas” destes tele-evangelistas quepisam duramente na cabeça de Satanás,ou fingem competir com este em frente às câmeras, para sermos surpreendidos de quão perto chegamos do paralelo da descrição que Judas faz daqueles que moralmente negam o senhoriode Cristo.

Para mostrar o extremo a que estes indivíduos têm chegado, Judas cita quemesmo os anjos de mais elevada posição nunca entraram em uma disputairreverente com Satanás (v.9). A referênciade Judas à disputa entre Miguel e Satanás pelo corpo de Moisés origina-se dolivro apócrifo Assunção de Moisés- (cf.Testamento de Moisés). Mas este não éo significado completo da ilustração. O

2.4. Protótipos do Antigo Testam ento (v. 11).

 Judas novamente usa um exemplo triplode como estes homens pecadores têmagido. Na primeira tríade (w .5 -7), es tabeleceu o fato irrevogável do julgamento sobre o pecado . Na tríade atual,

 Judas ex põe a natureza do pecado deles. Observe na tabela a seguir como Judashabilmente escreveu o seu argumentoa partir dos precedentes históricos. Cadatríade de exemplos está edificada sobrea anterior. Começa por uma maldiçãomencionada no Novo Testamento: “Aideles”. De fato, assim como o Senhorpronunciou o julgamento para os escribase fariseus incrédulos, Judas pronunciaa mesma maldição para estes homensmaus. É aqui que Judas se alinha com aavaliação de Pedro destes homens como“falsos m estres”. Por esta razão, a seve-

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 JUDAS 12-13

ridade do julgamento é ainda maior.Explica as ações deles através da provadas Escrituras:

Exemplos

Caim

Corá (ou Coré)

Balaão

1) “Entrarampelo caminho de Caim”. Caimfoio primeiro homicida (Gn 4.1-9). Mais do queisto, foi invejoso e fugiu de qualquer res

ponsabilidade por seu irmão, e, assim, re jeitou a lei natural de Deus contra o homicídio. De acordo com Hebreus 11.4, Caimserve como exemplo de um homem semfé. No caso dos falsos mestres, seguir o caminhode Caim implica em homicídio espiritual.Isto significa que eles mesmos não se consideram responsáveis pelos atos de seus irmãos. Na verdade, definitivamente, nâoexisteamor nestes homens.

2) “Foram levados pelo engano do prêmiode Balaão”. Como em 2 Pedro, Judas usaos pecados de Balaão como exemplo doque estes homens são. Balaão foi um falso profeta e um paradigma de falso mestre, o que mostra o modus operandi dossonhadores contemporâneos e dos falsosprofetas. A referência explícita ao “prêmiode Balaão” aqui em Judas, e ao “prêmioda injustiça” em Pedro 2.15 (também em

Ap 2.14) dão a idéia de atos motivados porganância.O pecado de Balaão foi tão grave quanto

o daqueles homens — o sincretismo. Istoé o que o torna tão sedutor, e por esta razãose introduziram sem serem notados. Aostensiva heresia poderia ter sido imediatamente detectada. Mas estes homenspenetraram secretamente na comunhão,e, de modo sedutor, espalharam seu sin

cretismo licencioso oferecendo um cristianismo que, na verdade, não é cristianismo. A referência a Balaão vem de Números 25, onde induziu os filhos de Israel ao sincretismo (isto é, à união da adoração a Jeová com a adoração a Baal). A

Razão(histórica)

Descrença

Revolta

Acusação(contemporânea)

Rejeição àautoridadeDifamação deseres celestiais

Imoralidadesexual/perversão/ próprios corpos

Contaminaçãode seus

porta de entrada ao sincretismo foi a “imoralidade sexual” entre os homens de Israel e as mulheres moabitas (Nm 25.1).Deste modo, os falsos mestres, movidospela ganância, inclinaram-se aos erros deBalaão, introduzindo uma negação mo

ral do senhorio de Cristo, enquanto ainda mantinham uma aparente ortodoxia.3) “Pereceram na contradição de Corá”. Aqui

está o ponto crucial da prova das Escrituras quanto aos atos pecaminosos desteshomens. O nome Corá é sinônimo de revolta contra a liderança nomeada e ungida(Nm 16.1 e seguintes). Este traço de caráter se une à segunda tríade de ilustrações.Assim como Corá desejou ser independente

dos líderes israelitas divinamente nomeados, estes homens também desdenham dosseres celestiais que não agem de maneiraautônoma.

2.5. O Segund o Conjunto d e  Traços do C arãter  (w. 12,13)

 Judas então passa novamente a carac

terizar os falsos mestres, desta vez usando uma linguagem mais intensa e severa. Ao invés de alimentar o rebanho deDeus com a verdade, estes indivíduos, emsua ganância, alimentam-se a si mesmos(Ez 34.2). Como em 2 Pedro, Judas usafiguras médicas para estes homens: “Manchas em vossas festas de caridade” (v.12).Isto é, são máculas naqueles que vivemretamente. O sentido mais profundo de

ko inonia  (“comunhão”) é a refeição comum entre os crentes, uma festa de caridade, ou banquete de amor. Judas enfatizaque estes indivíduos participam desta festasem qualquer sentimento de consciênciaque os possa condenar. Estão ali por sipróprios, alimentando-se a si mesmos.

2.5.1. A Primeira M etáfora-As Prom essas Quebradas (v.12 ). Judas trazentão uma cadeia de metáforas relaci

onadas. O primeiro par contém metáforas de prom essas não cumpridas. Asnuvens e as árvores de outono são metaforicamente usadas para transmitir apromessa. O lavrador olha para as nuvens esperando a chuva; o semeador olha

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 JUDAS 14-23

para as árvores no outono esperandoos frutos. No entanto, estas nuvens estão sem chuvas, e estas árvores, sem frutos.Na verdade, estas árvores estão desar-raigadas — duplamente mortas — an

tes de mais nada, estão mortas por nãoterem dado os frutos esperados; então,sendo desarraigadas, morrem desde araiz. Isto é uma figura de promessa nãocumprida; assim também estes homenssão cheios de promessas vãs e vazias.

2.5.2. A Segunda M etáfora— Alns-  tabilldade (v.13). O segundo par contém metáforas de instabilidade. Ondasbravias do mar são instáveis para os ma

rinheiros. Do mesmo modo, um marinheiroque delineia o seu curso por estrelas errantes, com certeza perde-se no mar. Assim,estes homens são instáveis; os verdadeiros cristãos não podem colocar sua confiança ou fé neles, pois, como estrelaserrantes, desviarão a outros.

2.6. A Certeza do Julgam ento  (vv. 14-16)

 Judas conclui esta parte dos traços docaráter dos falsos mestres, mostrando ainevitabilidade do julgamento. Isto é interessante, pois Judas usa Enoque comoseu modelo; diferentemente dos anjos quedeixaram seu primeiro estado, Enoque,que foi trasladado por Deus por causa desua fé (Gn 5.21-24), profetiza sobre a voltado Senhor com seus anjos para o julga

mento. Judas está aqui citando o livroapócrifo de 1 Enoque. O objetivo destacitação é óbvio: o Senhor está voltandopara julgar os infiéis.

No verso 16, Judas oferece um conjuntofinal dos traços do caráter dos incrédulos, antes de retomar aos seus leitores cristãos.Afigura principal a respeito destes homensé que são descontentes. Sempre murmurando e reclamando, nunca estão contentes.

Assim, “as suas concupiscências” são aorigem desta queixa. Com grande orgulho envaidecem-se, enquanto lisonjeiama outros apenas por interesses pessoais.Mais uma vez, é aterrorizador perceberque pessoas como estas estão presentesno círculo da Igreja de nossos dias.

3. A Chamada à Perseverança (w . 17-23)

3.1■ A Conscientização da  Situ ação A tual (vv. 17-19 )

 Judas traz agora o círculo completo dacarta. Mais uma vez, enfoca seus leitorescomo seus “amados”. Como em 2 Pedro,conclama-os a lembrarem-se das palavrasque lhes “foram preditas pelos apóstolosde nosso Senhor Jesus Cristo”. Na verdade, estes homens subversivos não deveriam ter passado desapercebidos peloscristãos, pois sua presença na Igreja tinhasido predita pelos apóstolos (veja especialmente 2Tm 4.1; 2 Pe 3-3)· Infelizmente,a presença deles é um sinal “do últimotempo”. É importante notar que Judascontrasta esses homens com os cristãos,destacando que “não têm o Espírito”.

3.2. Exor tações a Perseverar  ( w .20,2 1) 

 Judas contrasta as exortações que proferea seus amigos com a exposição dos homens incrédulos:

Comunidade cristãSeus membrosedificam-se em suasantíssima féOram noEspírito SantoMantêm-se noamor de Deus

Falsos mestresSão homens queos dividem comheresiasNão têm o Espírito

Têm uma mentemundana

Esta “santíssima fé” é a mesma fé comque Judas começa sua carta, exortandoseus leitores a batalharem “pela fé que umavez foi dada aos santos”. Então, acrescenta:“Orando no Espírito Santo”. Certamenteestas palavras ecoam o conceito de Paulo, de orar no Espírito (Ef 6.19). Judas nãomenciona explicitamente se está se refe

rindo à g lo ssola lia, ou a uma oração noEspírito, na língua nativa da pessoa. Contado,a ação do Espírito Santo é explícita. Judasprossegue, dando mais dois mandamentos: “Conservai a vós mesmos na caridade de Deus”, e esperai pela “misericórdia de nosso Senhorjesus Cristo”. Observe

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 JUDAS 24-25

novamente aqui o tema predominante damisericórdia e do amor (veja comentários sobre o v. 2), Observe também a fórmula trinitária de Judas:

Deus o Pai: Permaneçam no amor deDeus.

 Jesus Cristo: Esperem pacientemente oretomo de Cristo.

Espírito Santo: Orem no Espírito, comoo agente efetivo.

3-3 · Eva ngelizar com   M isericórdia (vv.22,23)

Os verdadeiros cristãos não devemsomente esperar pela misericórdia doSenhor, mas devem também exercitar amisericórdia para com os outros. O cristão deve acolher os duvidosos e os céticos com misericórdia. Provavelmente Judasse recorde da reação misericordiosa doSenhor para com a dúvida de Tomé. Dequalquer maneira, conclama os cristãosa serem misericordiosos com aqueles queestão em dúvida. Alguns, no entanto, nãoestão somente duvidosos; já estão no fogo.Certamente a referência de Judas ao fogo,nesta passagem, é figurada. Contudo, seuobjetivo maior ainda é “salvá-los” de talcondenação eterna.

Nos versos 22 e 23, a “misericórdia” énovamente citada como uma ferramentapara ganhar ou salvar estas pessoas. Judas

faz alusão a Zacarias 3-1-7, onde as roupas dejosué haviam sido manchadas. Aquitemos o testemunho bíblico para uma frasefreqüentemente citada: “Ame os pecadores,odeie o pecado”. Devemos mesclar estamisericórdia “com temor”— temor de nossaprópria vulnerabilidade e inclinação aopecado. É somente pela misericórdia queos outros vêem a graça de Deus.

4. Doxologia (w.24,25)

 Judas finaliza sua carta com uma observação sobre esperança e certeza. A doxologiamostra como o cristão pode ter a certezade sua salvação— é Deus quem nos guarda

da queda. Na verdade, Deus deve serlouvado e exaltado por sua habilidade deguardar-nos de cair, e apresentar-nos emsua presença gloriosa sem máculas e comgrande alegria. Tendo este conhecimento, atribuímos a Deus, nosso Salvador, “glóriae majestade, domínio e poder”. À luz destaverdade, podemos continuar a servi-lo atéa sua volta.

O ANTIGO TESTAMI:NTO

NO NOVO ri:SI/\V1l;\TC)

Μ ΛΙ ASM M O

 Ju d a s 9 Z aca ria s $ . 2.  A. rep ree ns ão

a Satanás

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