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Jornal dos Bancários - ed. 389

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Jornal do Sindicato dos Bancários de Pernambuco

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Page 1: Jornal dos Bancários - ed. 389

Nº 389 - Ano XVIII - 16 a 31/Dez/2010

LEIA MAIS

Bancos usam rotatividade para achatar saláriosPág. 2

Instituições financeiras ainda não se adaptaram à lei

de segurança bancária do RecifePág. 3

Leia tudo sobre oCampeonato de Futebol

dos Bancários de PEEncarte especial

FIM DA LINHA PARA O ASSÉDIO MORAL

Depois de muita pressão do Sindicato, os três

maiores bancos privados do país confirmaram

a assinatura do instrumento de combate

ao assédio moral, uma das principais conquistas

da Campanha Nacional deste ano. Santander,

Itaú Unibanco e Bradesco se comprometeram a

fechar o acordo aditivo à Convenção Coletiva,

que garante uma série de medidas contra o assédio.

O assédio moral, aliás, tem ganhado destaque no debate nacional. No

início do mês, o Sindicato e diversas instituições

realizaram um seminário em Pernambuco sobre

a saúde mental do trabalhador.

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Nº 389 - Ano XVIII - 16 a 31/Dez/2010

SEUS DIREITOS Jornal dos Bancários 2

Alta rotatividade reduz salários dos bancáriosRemuneração média dos

admitidos foi 38,28% inferior em relação à dos

desligados este ano

Caixa reabre PAA e Sindicato alerta sobre problemas

Informativo do Sindicato dos Bancários de PernambucoCirculação quinzenal

Redação: Av. Manoel Borba, 564 Boa Vista, Recife/PE - CEP 50070-000Fone: 3316.4233 / 3316.4221. Correio Eletrônico: [email protected] Sítio na rede: www.bancariospe.org.br

Jornalista responsável: Fábio Jammal Makhoul Conselho Editorial: Anabele Silva, Geraldo Times, Tereza Souza e Jaqueline Mello. Redação: Fabiana Coelho, Fábio Jammal Makhoul e Wellington Correia. Diagramação: Libório Melo e Jairo Barbosa. Impressão: AGN Tiragem: 9.000 exemplares

DIRETORIA EXECUTIVAPresidenta: Jaqueline MelloSecretário-Geral: Fabiano FélixComunicação: Anabele Silva Finanças: Suzineide RodriguesAdministração: Epaminondas FrançaAssuntos Jurídicos: Alan PatricioBancos Privados: Geraldo TimesBancos Públicos: Daniella AlmeidaCultura, Esportes e Lazer: Adeílton CorreiaSaúde do Trabalhador: João RufinoSec. da Mulher: Sandra AlbuquerqueFormação: Tereza SouzaRamo Financeiro: Elvis AlexandreIntersindical: Cleber RochaAposentados: Luiz Freitas

A Caixa reabriu no dia 1º as adesões ao Plano de Apoio à Aposentadoria (PAA). Os interessados têm até o dia 30 de dezembro para manifestar interesse.

O Sindicato considera que a adesão ao PAA é uma decisão individual do empregado, mas alerta que o plano contém alguns problemas, sobretudo para os que ainda não estão apo-sentados pelo INSS.

A diretora do Sindicato, Anabele Silva, ex-plica que os empregados que estarão aptos a

se aposentar até 28 de fevereiro e quiserem aderir ao PAA devem saber que, além de pa-gar a parte da sua contribuição para a Funcef e para o Saúde Caixa, ficarão sem receber salário no período entre a homologação da demissão e a aposentadoria pelo INSS.

“O empregado que assinar o acordo do PAA e desistir de requerer a aposentadoria ao INSS ainda terá de indenizar a Caixa pelos gastos com o Saúde Caixa e ainda perderá definitiva-mente esse benefício”, explica Anabele.

Funcionários descomissionados devem procurar o Sindicato

O Sindicato está con-vocando os funcionários do Banco do Brasil, que foram descomissionados em função de mais um processo de reestrutura-ção: o chamado BB 2.0.

Em reuniões com os re-presentantes dos trabalha-dores, a Superintendência Regional se comprometeu a remanejar os prejudica-dos pelo processo.

Os descomissionados devem entrar em contato com o Sindicato, com infor-mações sobre a função que exercia e o local de trabalho, pelo telefone 3316.4233. Procure Azenate ou Fabia-no Félix ou mande uma mensagem para [email protected].

Até agora, o Sindicato tem conhecimento de 16 casos de descomissio-namentos em função do BB.2. “Mas algumas fun-ções foram extintas e o número de prejudicados deve ser maior. A Superin-tendência garantiu que ia analisar caso a caso e con-seguir o remanejamento”, diz a diretora do Sindicato, Azenate Albuquerque.

Sesmt - O Banco do Brasil abriu inscrições ao proces-so de seleção interna para o preenchimento de vagas para a Carreira Serviços Especializados em Enge-nharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (Sesmt), uma conquista da campanha nacional dos bancários de 2009.

BB 2.0

Os bancos que operam no Brasil criaram 17.067

novos postos de trabalho entre janeiro e setembro de 2010, período em que admi-tiram 43.719 trabalhadores e desligaram 26.652.

Somente no terceiro tri-mestre, foram gerados 8.071 novos vínculos empregatícios. Do ponto de vista salarial, no entanto, a remuneração mé-dia dos admitidos foi 38,28% inferior em relação à dos des-ligados (R$ 2.159,15 contra R$ 3.498,38).

Esses são alguns dos prin-cipais resultados da sétima edição da Pesquisa de Em-prego Bancário realizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e pelo Departamento Intersin-dical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

O resultado mostra ainda que, na comparação com

outros segmentos da eco-nomia, o sistema financeiro foi um dos que menos gerou empregos em 2010: 0,77%

do total de 2.201.406 pos-tos criados pelo conjunto da economia brasileira nos pri-meiros nove meses do ano.

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SEGURANÇA BANCÁRIA Jornal dos Bancários 3

Bancos ainda não cumprem lei de segurança do Recife

Representantes dos bancários, vigilantes e do poder público denunciam

falta de interesse e de respeito das instituições

financeiras

Josenildo, autor da lei, durante audiência na Câmara

Mediação do MPT garante avanços

As agências bancárias do Recife ainda não se ade-

quaram à lei municipal que obriga os bancos a reforçar a segurança. Representantes dos bancários, vigilantes e do poder público advertem que as empresas podem não ter interesse em cumprir a legislação.

O alerta foi feito durante audiência pública na Câ-mara Municipal do Recife, no dia 7, convocada pelo vereador Josenildo Sinésio (PT), autor da lei. “Os bancos devem buscar o lucro, mas sem esquecer que a vida é o patrimônio maior. Estamos discutindo a segurança das pessoas”, afirmou.

Esta foi a segunda audi-ência pública para discutir a lei 17.647 que entrou em vigor no dia 2 de outubro deste ano e obriga os bancos a adotar medidas de segu-rança como a instalação de janelas e portas de seguran-ça blindadas e com detector de metal, câmeras internas e externas, uso de colete à prova de bala de grosso ca-libre para os vigilantes, além da presença de no mínimo dois vigilantes durante todo o expediente bancário, entre outras exigências. O prazo para os bancos se adapta-rem às novas regras termina em abril de 2011.

Josenildo já encaminhou uma emenda à lei acres-centando uma sanção aos estabelecimentos que des-respeitarem a legislação. O projeto deve ser votado na semana que vem. “A partir de abril vamos realizar atos

Avançou a definição de medidas de segurança nas operações de transporte de valores e abastecimen-to de caixas eletrônicos, durante a sexta mediação na Procuradoria-Geral do Trabalho do Ministério Pú-blico do Trabalho (MPT), ocorrida no dia 10, em Brasília.

Após 14 meses de de-bates entre bancários, vi-gilantes, bancos e empre-sas transportadoras, foi construído um documento com os procedimentos ne-gociados, visando garantir mais segurança para os trabalhadores. O texto será agora apreciado pelas

partes até o dia 17, para depois ser assinado em instrumento a ser estabe-lecido.

A Febraban ficou de adotar, junto com os ban-cos, providências para coibir o transporte de valores pelos bancários, contratando serviços es-pecializados na forma da lei federal nº 7.102, de 1983, que trata da segu-rança nos estabelecimen-tos financeiros, conforma reivindica o Sindicato. Os bancos também ficaram de buscar soluções mais seguras para a operação de embarque e desembar-que de valores, inclusive

em relação aos locais de parada dos carros-fortes.

Canal de denúncias - Também ficou garantido o canal de comunicação com a Febraban, através de um endereço eletrô-nico de relacionamento com a Contraf-CUT e a Confederação dos Vigilan-tes, para o recebimento de denúncias envolvendo transporte de valores e abastecimento de caixas eletrônicos. A entidade patronal dos bancos terá o prazo de cinco dias úteis, contados do recebimento dos problemas, para en-viar uma resposta.

públicos na porta de todas as agências para garantir que a lei seja cumprida e vamos exigir do poder público municipal rigor na fiscalização”, assegurou o vereador.

Para o secretário execu-tivo da Secretaria de Defesa Social, Alessandro Carvalho, “os bancos, em regra, só investem no que é obri-gatório”. Ele afirmou que essas empresas seguem uma planilha de custos. Se o investimento para impe-dir a ação dos criminosos for maior do que o prejuízo com os assaltos, então os banqueiros preferem não tomar providências.

Segundo o diretor do Sindicato, João Rufino, por causa da violência muitos trabalhadores desenvolve-ram síndrome do pânico e outros problemas de saúde mental. “Esta é uma ques-tão da esfera privada que reflete na esfera pública por negligência dos banqueiros que só pensam no lucro”.

O presidente da Confe-

deração Nacional dos Tra-balhadores Vigilantes, José Boaventura Santos, quer que seja cancelado o alvará de funcionamento das agên-cias que descumprirem a lei.

Já o presidente do Sin-dicato das Empresas de Segurança de Pernambuco, Emanuel Correia, admitiu que sente medo quando vai ao banco e também quan-do se aproxima de algum carro-forte. Ele elogiou a lei

e acredita que ela vai ajudar a preservar também a vida dos vigilantes.

A representante da Di-retoria de Controle Urbano (Dircon) da Prefeitura do Recife, Cândida Bonfim, lembrou que o órgão é res-ponsável por emitir o alvará de funcionamento e de loca-lização e também tem poder de polícia para interditar e fechar estabelecimentos, entre eles as agências.

TRANSPORTE DE VALORES

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ASSÉDIO MORAL Jornal dos Bancários 4

Três dos maiores bancos privados do país já con-

firmaram a assinatura do instrumento de combate ao assédio moral, uma das prin-cipais conquistas da Campa-nha Nacional dos Bancários deste ano. Santander, Itaú Unibanco e Bradesco se comprometeram a fechar o acordo aditivo à Convenção Coletiva com o Sindicato. As datas estão sendo definidas.

Para a presidenta do Sin-dicato, Jaqueline Mello, a assinatura do acordo é um grande passo para com-bater o assédio moral nos bancos. “O acordo prevê regras bastante claras para combater o assédio moral, um dos maiores problemas que os bancários enfrentam hoje. As metas abusivas têm gerado muita pressão sobre os funcionários, que estão adoecendo, física e mentalmente, por conta dos

exageros na cobrança por produtividade”, diz Jaqueline.

Entre outros pontos, o acordo prevê a avaliação semestral do programa, com apresentação por parte da Fenaban de dados estatísti-cos setoriais com indicadores de qualidade. Com a infor-mação, será possível identi-ficar as causas e estabelecer políticas para combatê-las.

As instituições que aderi-rem se comprometerão com uma declaração explícita de condenação a qualquer ato de assédio. Também deve-rão implementar um canal para receber as denúncias, com prazo para apuração e retorno. A denúncia poderá ser feita pelo bancário ou pelo Sindicato e o banco terá até 60 dias, contados a partir da data da denún-cia, para apurar e tomar as providências.

Após pressão do Sindicato, Santander, Itaú Unibanco e Bradesco confirmaram a assinatura do instrumento

de combate ao assédio moral, uma das principais conquistas da Campanha Nacional deste ano

Bancos privados assumem compromisso com bancários

Foram dois dias de dis-cussões e palestras sobre um tema que, a cada dia, merece mais atenção do movimento sindical: a saúde mental.

Realizado entre os dias 1º e 3 de dezembro, o Seminá-rio Pernambucano de Saúde Mental e Trabalho deixou como saldo alguns desafios. Entre eles, o de pressionar os órgãos governamentais para que aperfeiçoem suas práticas de assistência ao trabalhador.

Para o secretário de Saú-de do Sindicato, João Rufino, que participou e ajudou a

promover o evento, as polí-ticas de atenção à saúde são muito compartimentalizadas, o que dificulta o diagnóstico das doenças e, mais ainda, sua caracterização enquan-to acidentes de trabalho. E quando se tratam de doenças psíquicas, a caracterização e diagnóstico ficam ainda mais difíceis. No entanto, elas estão entre as doenças que mais vem crescendo nos úl-timos anos. “E os bancários, a esse respeito, merecem um capítulo à parte”, diz Rufino, citando as palavras de uma das conferencistas, a soció-

loga Petilda Vazquez.O ritmo do trabalho, alia-

do à forma de organização e ao descontentamento com sua própria atividade, são alguns dos propulsores de neuroses diversas. “O traba-lhador que é obrigado a pas-sar por cima de suas próprias convicções éticas e a colocar a venda de produtos acima de qualquer coisa acaba se desestruturando. Some-se a isto a própria organização do trabalho, que alia metas impossíveis de ser cumpri-das, ritmo intenso e assédio moral”, afirma Rufino.

O assédio moral foi, ali-ás, um ponto que esteve presente em quase todas as palestras e debates. A falta de segurança também foi discutida enquanto um dos fatores que desencadeiam doenças como as chamadas síndromes pos-traumáticas.

“Foi um passo impor-tante porque conseguimos articular pessoas de diversas áreas, membros dos Cerests, representantes do Estado, Ministério do Trabalho, Fun-dação Joaquim Nabuco e movimento sindical”, avalia Rufino.

Seminário traça desafios à saúde mental do trabalhador