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Jornal dos Amigos da Biblioteca - Centro - Mateus Leme / MG ano 3 - nº 19 - Mar. / 2015 JORNAL AMIGOS DA BIBLIOTECA AABML NOVIDADES DO ACERVO DICAS DE PORTUGUÊS * Kafka e a boneca viajante / Jordi Sierra I Fabra * Dicionário de pequenas solidões / Ronaldo Cagiano * Quatro contos / Edgar Allan Poe * Sete gritos de terror / Edson Gabriel Garcia * Por que ficamos arrepiados / Carmen Gil * Por que ficamos vermelhos como tomates / Carmen Gil * Por que nos beijamos / Carmen Gil * Por que bocejamos / Carmen Gil * Coisas que todo garoto deve saber / Antonio Carlos Vilela * Minas Gerais: caracterização de unidades de paisagem. Pleonasmos viciosos: Criar novos: “Novos” é inútil. Se você cria alguma coisa, logo ela é nova. Ganhar de graça: A locução “de graça” é desnecessária. Ganhar já dá a ideia de gratuidade. Repetir de novo: A locução “de novo” também é inútil. Repetir é justamente fazer algo de novo. Surpresa inesperada: “Inesperada” é dispensável. Surpresa só é surpresa porque é inesperada. ? A associação de Amigos da Biblioteca de Mateus Leme (AABML) é uma associação de natureza civil, sem fins lucrativos. Funciona à Rua dos Funcionários, 23 - Centro - Mateus Leme. A AABML tem como missão a garantia de acesso à informação e ao conhecimento, como forma de impulsionar o desenvolvimento sociocultural da cidade de Mateus Leme. Entre seus objetivos estão: estimular o gosto pela leitura e a difusão da literatura, contribuindo para a formação de leitores críticos e criativos. Para atingir estes fins, a AABML promove diversas atividades, incluindo conversas com escritores, rodas de leitura, semanas culturais, parcerias com outras associações de cunho sociocultural e ambiental. Entre outros serviços oferece, o projeto Compartilhando Livros, assinatura de revistas (Época, Pequenas Empresas & Grandes Negócios e Galileu), compra de livros de estudos e aluguel de uma copiadora. Para continuar desenvolvendo esse trabalho, ela necessita da sua ajuda. Com a pequena quantia mensal de R$ 5,00 você contribui com essa iniciativa e se torna um amigo da biblioteca. A contribuição poderá ser entregue no endereço acima citado, pois no momento não temos um voluntário para efetuar a coleta.

Jornal aab n 20 abr 2015

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Jornal dos Amigos da Biblioteca de Mateus Leme. Fiquem informados sobre as novas aquisições da biblioteca, dicas de poertuguês, recomendações de obras lidas pelos usuários e muito mais.

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Page 1: Jornal aab n 20 abr 2015

Jornal dos Amigos da Biblioteca - Centro - Mateus Leme / MG

ano

3 - nº 19

- Mar. /

2015

JORNAL AMIGOS DA BIBLIOTECA

AABML

NOVIDADES DO ACERVO

DICAS DE PORTUGUÊS

* Kafka e a boneca viajante / Jordi Sierra I Fabra* Dicionário de pequenas solidões / Ronaldo

Cagiano* Quatro contos / Edgar Allan Poe* Sete gritos de terror / Edson Gabriel Garcia* Por que ficamos arrepiados / Carmen Gil* Por que ficamos vermelhos como tomates /

Carmen Gil* Por que nos beijamos / Carmen Gil* Por que bocejamos / Carmen Gil* Coisas que todo garoto deve saber / Antonio

Carlos Vilela* Minas Gerais: caracterização de unidades de

paisagem.

Pleonasmos viciosos:

Criar novos:“Novos” é inútil.

Se você cria alguma coisa, logo ela é nova.

Ganhar de graça:A locução “de graça” é

desnecessária. Ganhar já dá a ideia de gratuidade.

Repetir de novo:A locução “de novo” também é

inútil. Repetir é justamente fazer algo de novo.

Surpresa inesperada:“Inesperada” é dispensável.

Surpresa só é surpresa porque é inesperada.

?

A associação de Amigos da Biblioteca de Mateus

Leme (AABML) é uma associação de natureza

civil, sem fins lucrativos. Funciona à Rua dos

Funcionários, 23 - Centro - Mateus Leme. A

AABML tem como missão a garantia de acesso à

informação e ao conhecimento, como forma de

impulsionar o desenvolvimento sociocultural da

cidade de Mateus Leme. Entre seus objetivos

estão: estimular o gosto pela leitura e a difusão

da literatura, contribuindo para a formação de

leitores críticos e criativos. Para atingir estes

fins, a AABML promove diversas atividades,

incluindo conversas com escritores, rodas de

leitura, semanas culturais, parcerias com outras

associações de cunho sociocultural e ambiental.

Entre outros serviços oferece, o projeto

Compartilhando Livros, assinatura de revistas

(Época, Pequenas Empresas & Grandes

Negócios e Galileu), compra de livros de estudos

e aluguel de uma copiadora. Para continuar

desenvolvendo esse trabalho, ela necessita da

sua ajuda. Com a pequena quantia mensal de

R$ 5,00 você contribui com essa iniciativa e se

torna um amigo da biblioteca. A contribuição

poderá ser entregue no endereço acima citado,

pois no momento não temos um voluntário para

efetuar a coleta.

Page 2: Jornal aab n 20 abr 2015

DESDOBRAMENTOSO MUNDO DE SOFIA

2 Jornal Amigos da Biblioteca

Sofia Amundsen é uma garota que mora com seu gato Shrekan e sua mãe. Às vésperas dos festejos de seu aniversário de quinze anos, descobre em sua caixa de correio uma carta anônima com os seguintes dizeres: “Quem é você? De onde vem o mundo?” Estas duas perguntas que acompanham qualquer ser humano durante toda a vida são o mote inicial do livro O Mundo de Sofia, romance da História da Filosofia, do norueguês Jostein Gaarder, que desde seu lançamento em 1991 já foi traduzido para mais de 40 idiomas e teve mais de 20 milhões de cópias vendidas pelo mundo, sendo mais de um milhão destas comercializadas no Brasil. Na medida em que recebe mais correspondências, Sofia percebe que é aluna de um curso introdutório à Filosofia, composto de textos escritos e vídeos, enviados pelo octogenário filósofo Alberto Knox e entregue não pelos Correios, mas por um pragmático cachorro. Começa também a receber postais destinados a uma menina chamada Hilde Knag por seu pai Albert Knag. Sofia começa a se perguntar o que esta correspondência, que não era destinada a ela, estava fazendo em sua caixa de correio. E também se pergunta: porque Alberto a escolheu para ser sua aluna? Ele a teria escolhido mesmo ou teria sido algo aleatório? Ela seria a única aluna ou existiriam outras? O aleatório existiria mesmo ou teria sido o Destino? Se existisse, como funcionava, afinal, o Destino? Ele seria primo do Acaso? Ou existia alguém que escrevia a nossa história? Seríamos capazes de contrariar o destino e fazer uma escolha diferente da que teria sido traçada para nós? Como ela seria? Melhor? Estas e muitas outras perguntas são um convite para o leitor refletir e, ao lado de Alberto e Sofia, visitar o vasto mundo da construção do pensamento f i losófico. Cronologicamente disposta, a história foi escrita em linguagem instigante e fluida, acessível a qualquer pessoa, desde curiosos desavisados até pessoas que sempre se interessaram por Filosofia, mas não tiveram tempo ou paciência para estudar as obras fundamentais dos pensadores e criar sua própria linha do tempo. Conceitos como o tempo, o espaço, o bom, o belo, o melhor, o pior, a ética e o infinito são abordados de forma simples. Esta simplicidade,

que beira à inocência que os adultos devem buscar ao apresentar as coisas do mundo às crianças, serve para dar maior liberdade ao leitor de desenvolver seu pensamento próprio sobre cada tópico. A certa altura é dito que não existe uma maneira errada de pensar, mas que um pensamento, para não perecer, deve servir de isca para outro pensamento, e outro... e outro... infinitamente... Afinal, pensar livremente é um exercício, embora sejamos induzidos por inúmeros vetores a pensar automaticamente. Mais adiante, Alberto explica à Sofia e aos leitores o porquê de as perguntas sempre serem mais importantes do que as respostas. Muito criticado por não se “aprofundar” no pensamento individual de cada filósofo, o livro serve como uma primeira aproximação ao universo f i l o s ó f i c o – g e r a l m e n t e d i v u l g a d o t ã o complexamente que assusta e afasta a maioria das pessoas. Fica a cargo de cada leitor se aprofundar nas obras dos filósofos que mais o interessarem. Em 1999, o diretor Erik Gustavsson adaptou Sofies Verden para a televisão, numa co-produção Suécia/Noruega, em formato de minissérie dividida em oito capítulos. Esta obra foi lançada em DVD no Brasil pela Versátil Home Vídeo. Em tempos cada vez mais virtuais, O Mundo de Sofia, bem como o sensível Ana e Pedro (de Vivina de Assis Viana e Ronald Claver), carrega mais uma função: a de revelar às novas gerações o encantamento único de se receber cartas. E – porque não? – também escrevê-las. Além de O Mundo de Sofia, há no acervo da Biblioteca Pública Municipal Geraldo Alves de Oliveira o livro Através do Espelho, tocante olhar de Gaarder sobre um tema triste: a morte de uma pessoa jovem. Cecília Skotbu é uma adolescente que se prepara para morrer, pois tem uma doença que não tem cura. Ao invés de se entristecer, ela tenta, de sua cama, absorver tudo de melhor que o mundo tem para lhe oferecer. O autor trata de forma leve, densa e emocionante uma história que nas mãos de um escritor qualquer viraria dramalhão gratuito. Vale à pena ler.

Matheus Matheus

www.facebook.com/felinosdefellini

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Jornal Amigos da Biblioteca 3

LI E

RECOMENDO

O Lugar de uma mulherBarbara Delinsky

O romance relata a história de Claire que está bem profissionalmente. No seu ponto de vista parece que está tudo sob controle. Mas justamente após viajar para visitar a mãe doente em estado grave, morrendo, ela é surpreendida. Ao chegar em casa seu marido a impede de entrar e mostra-lhe um pedido de divórcio.A empresa dela vai bem, ela tem lucros. A empresa do marido Denis não vai bem. Ele tem um ciúme doentio do sucesso da mulher. Ela tem lucros e ele não tem. Assim, desde que ele a impediu de entrar em casa, ela pode apenas pegar pertences pessoais, despedir dos filhos, e foi morar provisoriamente em um hotel. Aí segue uma cansativa batalha judicial claramente a favor do machismo, enfrentando promotor e advogados conservadores. José Martins

“Um certo capitão Rodrigo” é o segundo livro da trilogia de Erico Verissimo que deu origem ao filme e minissérie “O tempo e o vento”.

O livro continua a narrar a vida do povoado de Santa Fé, tendo como início a chegada do jovem capitão a seus domínios. Rodrigo Cambará, um nome difíci l de esquecer, seja por suas aventuras, seu jeito engraçado ou por sua força e vontade de mudanças mostrados ao longo do livro, uma pessoa que retrata os instintos mais puros e grosseiros de um ser humano, mas que também foi capaz de amar.

A história nos traz também muitas reflexões, como era a vida no sul na época da grande guerra Farroupilha e de como a vida ainda é, com ditos e metáforas em ditos populares, uma leitura leve e ao mesmo tempo marcante.

Erico Verissimo nos faz permitir mais como Rodrigo, compadecer mais como Bibiana e refletir como Padre Lara. De fácil compreensão, é um livro recomendado para toda pessoa que assim como eu, gosta de uma história regional e que seja mais do que parece ser.

Larissa Vasconcelos

RESENHA Um certo Capitão

Rodrigo

Page 4: Jornal aab n 20 abr 2015

4 Jornal Amigos da Biblioteca

ATENDIMENTO AO PÚBLICO

Biblioteca Pública Municipal De segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.Telefone: (31) 3535-3902E-mail: [email protected]/Biblioteca Municipal Geraldo Alves de OliveiraContato da Associação Amigos da biblioteca: E-mail: [email protected]/aabml

Jornal Amigos da BibliotecaPublicação da Associação Amigos da Biblioteca

Rua dos Funcionários, 23 – Centro. Mateus Leme/MG

Responsável: Maria Regina de O. AlcantaraColaboradores:

Matheus MatheusMaria Regina AlcantaraJosé Martins dos Santos

EXPEDIENTE

PROJETO

‘‘Semeie esta ideia’’

/ o m p a r t i lh a n d o

L i v r o s

O p r o j e t o

" C o m p a r t i l h a n d o

L i v r o s " , é u m a

p a r c e r i a e n t r e a

A s s o c i a ç ã o d o s

Amigos da Biblioteca

de Mateus Leme,

Casa de Cássia e

Leme Cultural.

O objetivo é trocar um

livro que você já leu e

não usa mais, por um

que você não leu.

A ideia é que, após

algum tempo, os livros

retornem ao local de

onde foi retirado, para

novas trocas.

Doe livros em bom

estado de conservação

q u e p o s s a m s e r

r e u t i l i z a d o s , p o i s

outras pessoas vão

utilizá-los, bem como

g i b i s , r e v i s t a s , e

demais materiais de

leitura.

O Compar t i lhando

L i v r o s e s t á n o s

s e g u i n t e s l o c a i s :

P i z z a r i a A M o d a

Mineira, Unidade da

M u l h e r e S a ú d e

Mental.

Realização

L e m e

ultural

EDITORIAL

Neste abril, a região metropolitana de Belo Horizonte, bem como todos que, espalhados pelo mundo, escutavam a rádio pela internet, se despedem da tradicional Rádio Guarani FM. Desde 1980 “tocando o seu bom gosto”, a rádio foi fundada pelo grupo “Diários Associados”, arquitetado por Assis Chateaubriand, e prima por transmitir, desde então, uma programação de alto nível, com programação de qualidade ímpar, ainda que bastante diversificada. Destaque para três programas atualmente no ar: “Kacophonia” (semanalmente tocando rock'n'roll, apresentado por Marcos Kacowics); “Cinema Songs” (contando um pouco da história de filmes clássicos sequenciada pela trilha sonora dos mesmos, é produzido por Bob Tostes com pílulas espalhadas por toda a programação da rádio e uma versão integral semanal aos domingos) e “Um Toque de Clássico” (produzido pelo maestro Otávio Serpa, transmite duas horas diárias de música erudita, à hora do almoço). A frequência da rádio, 96.5, teria sido vendida à Rádio Feliz FM, veículo gospel pertencente à Comunidade Cristã Paz e Vida, que iniciaria sua programação unilateral a partir do feriado de 1º de maio. Até a presente data nenhum profissional da Rádio Guarani FM se pronunciou oficialmente sobre o fim da rádio, o que enche de esperança os ouvidos e os corações de seus ouvintes mais freqüentes. No entanto, a Rádio Feliz FM já anunciou sua inauguração em seu site oficial, ocupando a freqüência citada. Bem como os cinemas de rua fecharam quase todos e se transformaram em igrejas evangélicas ou estacionamentos, estariam também outros veículos transmissores de cultura fadados a igual fim inesperado? E o público que se servia dele? Migrará para onde? Vai ficando acuado. Tem suas opções cada vez mais restritas. Continua, apesar – a pensar? Com o fechamento dos equipamentos culturais privados, a única opção para o público consumidor de arte tornar-se-á prestigiar os meios de difusão artística públicos (promovidos pelos governos Estadual e Federal). Este monopólio é algo também muito perigoso. Embora vivamos aparentemente em outros tempos, é sempre bom lembrar que dois dos principais meios de disseminação da propaganda nazista foram justamente os cinemas e as rádios.