Upload
miguel-loureiro
View
224
Download
1
Embed Size (px)
DESCRIPTION
catalogo da retrospectiva de joao cesar monteiro
Citation preview
5 de MarçoA Sagrada familia (1972)
21:00H
A Sagrada Família é um �lme português da autoria de João César Monteiro, uma longa-metragem de �cção
quese caracteriza por uma irreverência provocatória, pró-pria de toda a obra do autor. Trata-se de uma re�exão
auto-biográ�ca em torno de um alter-ego, que será tema de �lmes futuros. Monteiro alinha com o movi-mento do Novo Cinema português, iniciado nos anos
sessenta. A obra é precedida por uma outra, uma longa-metragem falhada : Quem espera por sapatos
de defunto.
O �lme, produzido pela cooperativa Centro Português de Cinema, teve ante-estreia em 1975, no Congresso
dos Escritores, em Lisboa e chamava-se, por essa altura, A Sagrada Família. O título de�nitivo, assim
como a montagem �nal, datam de 1977.
6 de MarçoQue farei eu com esta espada? (1975)
21:00H
As manifestações operárias contra a presença de Por-tugal na NATO; sobre as águas do Tejo, “pairam” navios aliados, entre eles o porta-aviões “Saratoga”. Nosferatu – o vampiro de Murnau, símbolo da tirania – desem-
barca, ameaçador.A partir da inserção política, feitos “positivos” da reali-dade portuguesa – ligados à actividade dos trabalha-dores (construção naval – Lisnave, vida agrária – Alen-tejo) – são postos em paralelo com tipos de existência
marginal (Cais do Sodré – prostituição e vadiagem).In�uência do capitalismo interior e forças imperialistas internacionais, ou dum certo tipismo da mentalidade e
moral conservadora.
7 de MarçoVeredas (1978)
21:00H
História da Branca-Flor - a partir de lendase �guras da mitologia popular. Raízes dum
itinerário pelas origens naturais e paisagísticasaté ao coração de Portugal. Os valores
(água, nascimento, roda-da-vida), as �gurações(o diabo, os lobos) e as referências
(o senhor, a servidão), com um estigmade justiça inadiável.
8 de MarçoSilvestre (1982)
21:00H
Séculos XV-XVI. Dom Raimundo, um senhor interessa-do em largar os seus domínios, combina o casamento de uma das �lhas – uma legítima, Sílvia, outra bastar-
da, Susana – com um vizinho rico e jovem, D. Paio, seguindo para a corte, a �m de convidar o rei a assistir à boda. Durante a ausência do pai e mais tarde, aquan-
do do banquete nupcial, ocorrem insólitos aconteci-mentos, que envolvem um peregrino a Santiago e um cavaleiro, que desejam as duas meninas» (Cit. José de Matos-Cruz em Cais do Olhar, ed. Cinemateca Portu-
guesa, 1999).
9 de MarçoÀ Flor do Mar (1986)
21:00H
Uma mulher deixa Portugal e regressa um ano depois para a sua casa de verão à beira mar. Tendo partido com um sentimento de desilusão com o seu país,
regressa para se reencontrar com a família e, quem sabe, com outras surpresas que Portugal lhe poderá reservar. Sucede-se todo um rol de acontecimentos
1/2inesperados que vão tornar agitados dias aparente-mente tranquilos. O �lme alimenta-se da paisagem
algarvia luminosa, de diálogos repletos de signi�cados e do cruzamento das personagens, cada uma delas
com as suas idiossincrasias e a sua forma de se apre-sentar.
Galardoado no Festival de Salsomaggiore, com o Prémio Especial do Júri, À �or do mar, uma obra menos
conhecido do realizador, integra-se no universo de João César Monteiro. Com um cunho estético muito
próprio e um universo afectivo e conceptual particular.Realizador controverso, João César Monteiro constitui uma referência incontornável do cinema português.
10 de MarçoRecordações da casa Amarela (1989)
21:00H
Lisboa, ano de 1989: Um certo indivíduo de meia-idade, um pobre diabo, vive no quarto de uma pensão barata na zona velha e ribeirinha da cidade. Doente, e por vicissitudes várias, o idiota alimenta-se de Schu-
bert e de uma vaga ciné�la que cultiva como forma de resistência à miséria. É posto no olho da rua, depois de frustrada tentativa contra o pudor da �lha da dona da pensão. Privado de quaisquer recursos, sozinho, vê-se confrontado com a dureza da vida urbana. É internado
num hospício, de onde sairá sensatamente como homem livre, empenhando-se na missão "rica e estra-nha" que lhe é sugerida por um velho amigo, doente
mental também: Vai, e dá-lhes trabalho!» (Fonte: O Cais do Olhar de José de Matos-Cruz, ed. Cinemateca Portu-
guesa, 1999).
11 de MarçoA comédia de Deus (1995)
21:00H
Os dias do Senhor João de Deus decorremsem grandes sobressaltos, divididos entre oseu trabalho no "Paraíso do Gelado", onde
a contento de todos, desempenha asfunções de encarregado e de inventor
da especial...
12 de MarçoBranca de Neve (2000)
21:00H
Quando perguntaram a João César Monteiro porque é que o �lme Branca de Neve (2000) �cou todo preto, ele
contou uma pequena história. Era uma vez um �lme normal que incluía actores, guarda-roupa e o décor
festivo do Jardim Botânico de Lisboa. Estava-se já em plena fase de rodagem e o realizador Monteiro, numa manhã de algum sossego, resolveu parar numa paste-laria do Príncipe Real. Para alimentar o espírito, levou
consigo dois livros. O primeiro chamava-se Execración contra los judeos, um relato das tropelias argentárias dos judeus portugueses na corte de Filipe IV. Trata-se,
obviamente, de um texto de cariz anti-semita, cuja leitura o realizador recomenda vivamente. O segundo livro intitulava-se Graças e Desgraças do Olho do Cu e foi, para o cineasta, uma verdadeira fonte de inspira-ção: «então achei interessante fazer-se um �lme que tomasse o ponto de vista do olho cego, do olho que
não vê, do olho discreto, oculto geralmente entre duas belas rotundidades»
Em vez de olhar pre�ro escutar.