IV Trilho das Lampas 14 de Maio de 2016

Filipa Alexandra Vilar

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Introdução

Realizou-se no dia 14 de Maio de 2016 a quarta edição do Trilho das Lampas, na localidade de São João das Lampas, concelho de Sintra.

É uma organização do Meia Maratona de S. João das Lampas – Grupo de Dinamização Desportiva, em parceria com a Sociedade Recreativa, Desportiva e Familiar de S. João das Lampas.

O IV Trilho das Lampas foi constituído por uma prova de Trail com cerca de 20 Km e uma caminhada com aproximadamente 8 Km.

A prova, incluída no Circuito Nacional de Trail Running, na categoria de Trail Curto, de dificuldade moderada, teve a supervisão da Associação de Trail Running de Portugal. A partida e a chegada decorreram no Largo de S. João das Lampas e o percurso situou-se ao longo da bacia hidrográfica da Ribeira da Samarra, integrada no Parque Natural Sintra-Cascais, com um desnível acumulado de 547 metros.

O percurso da Caminhada era oval e correspondia à parte inicial e final da prova principal.

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QUANDO O SOL SE PREPARA PARA MERGULHAR NO OCEANO...

Pelas 18h45 cheguei a S. João das Lampas com o Eduardo Ferreira e o Neville Suzman. Dirigimos-nos ao secretariado, sito no salão da Sociedade Recreativa Desportiva e Familiar de S. João das Lampas, a fim de, levantar os kits de participante.

Consultámos a lista de inscritos para saber quais os nossos números e posicionámo-nos no corredor correspondente.

O dorsal 930 foi-me entregue, juntamente com uma T-shirt alusiva à edição da prova. Regressámos ao carro para terminar de equipar e findos os preparativos, encaminhámo-nos até ao local da partida para confraternizar com amigos trailistas e com os restantes atletas do clube BCP. 

Pelas 19.30 soa o apito da partida. Quando passo o pórtico, já os primeiros atletas vão a curvar no relvado. Partiram como se estivessem a fazer séries! Mas a realidade é que os atletas que me circundavam também! Que loucura! Tudo com médias entre os 4 e 5 min/km. Será que aguentam? Segui atrás do Eduardo e do Neville, igualmente a esticar (1K a 4.37 e 2 seguintes a 5.05). Pretendia ganhar tempo para não ser obrigada abrandar nos trilhos enlameados e afunilados que surgiriam a partir do K3. Mas como é óbvio, quando lá cheguei fui obrigada a parar.

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A travessia da ponte foi efetuada a passo de caracol. Em frente apresentava-se um trilho de rochas com muita lama, a subir. Nada de especial. Mas basta uns andarem para começar a criar fila para os atletas que vem atrás. Ultrapassado o "momento de descanso" consegui retomar o passo e ultrapassar alguns atletas que ainda estavam a recuperar o fôlego.

Até chegar ao primeiro abastecimento (só de água), ao K5, seguimos num trilho de rocha e muita lama numa subida constante mas ligeira, seguida de uma descida com muita lama, algumas pedras e passagem por uma ribeira para lavar as sapatilhas. 

O segundo abastecimento, no K8, situava-se no final de uma ligeira subida. Atesto a minha garrafa de água e como uma banana. Pego em mais duas para levar comigo. Despeço-me dos voluntários. São bastante prestáveis e simpáticos. Quando me viram fizeram "uma festa" por ser "mais uma menina".

Saio do abastecimento a correr. Visualizo uma descida e acelero um pouco. A prova será um constante sobe e desce com algumas subidas "mais acentuadas".

O primeiro controle de chip situava-se após uma curva ao K10, antes de começarmos a descer para a praia. Quando passei, o senhor disse que era a atleta 434.

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Durante 500 metros o estradão era bastante largo e soltei o corpo. Findos estes metros entrei numa zona ligeiramente mais arenosa e enlameada com cascalho solto e "caminhos" de água até descer à praia. 

Cheguei à praia ainda de dia mas o tímido Sol não se despediu dos atletas que se embrenharam nos trilhos das lampas só para o ver.

Atravessei duas praias, sobe e desce arribas com um ameaço de queda mas fui salva pelo meu core. Afinal fazer fortalecimento serve para momentos como aquele, não somente para dizer umas quantas nescidades enquanto efetuo os exercícios. Hehehe!

O terceiro abastecimento, ao K13, situava-se após passagem pela praia e subida por um trilho fechado com muita rocha e lama na qual os atletas abrandavam o passo. Era o "momento de descanso" para retomar o fôlego das arribas. Após atravessar está densidade arbórea seguiu-se um estradão de areia largo em que retomei a corrida e ultrapassei mais uns atletas. 

Neste abastecimento atestei a minha garrafa de água e comi a segunda banana que tinha levado comigo do segundo abastecimento.

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E pronto, agora é regressar a S. João das Lampas. Passo no segundo controlo de chip ao K13.5 e mentalizo-me que só faltam 7K para atravessar o pórtico. Ainda estou dentro do "meu objetivo" para a prova. Talvez consiga. Vamos a ver...

Ligo o frontal. Ainda está de dia mas já fica a funcionar. O início da volta de regresso é junto às arribas da praia. Gosto bastante das imagens que capto. A prova é "rápida" e com pouco desnível mas faz-nos "uma visita guiada" interessante pela zona. Conhecemos zonas de "pasto", ligações entre as freguesias, trilhos com alguma densidade arbórea e outros mais "técnicos", atravessámos as praias e calcorreamos zonas romanas.

Aproximadamente ao K15 apercebo-me que vem um atleta "colado a mim". Rapidamente realizo que é pelo frontal. Mas dois quilómetros à frente diz que "não consegue aguentar o meu ritmo". Eu motivo-o. Mas ele declina.

Vou sempre a passar atletas. Sinto-me bem fisicamente. E sinto as pernas soltinhas...O estômago é que começa a dizer que deveria ter trazido uma metade de banana

para o fim...

A 2K da meta aproxima-se a subida final, ladeada com tochas (embora a maioria apagadas). Deparo-me com muitos caminheiros no percurso o que atrasa a minha progressão. Mas com "com licença" todos se afastam para me deixar passar.

No final da subida começo a correr novamente e de repente oiço um "Filipa!!".E eu respondo "Olá! Quem és?", sem olhar para trás nem abrandar o passo. Responde-me "sou o Francisco." Um sorriso abre-se no meu rosto! "Estás por aqui?". "Sim, perdi-me 800 metros no início e tu como te sentes?"."Sinto bem fisicamente mas o estômago começou a queixar-se. Já só faltam 2K

certo?""Sim. A meta é lá ao fundo, nas luzinhas"E seguimos juntos até ao fim. Sei que vou dentro dos 5 min/km pelo batimento

cardíaco. Sinto o Francisco ofegante mas não abranda. Percorremos os 2K juntos. Mesmo numa mini subida, dentro de uma pequena aldeia, um quilómetro antes da meta, ninguém anda. Todos correm. "Já cheira a meta".

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E neste passinho preparo-me para ultrapassar a sétima mulher nos últimos 2K! Pelo menos, três delas passaram-me nos primeiros quilómetros do percurso. O que significa que geri bem o corpo. No fim consigo ultrapassar vários atletas e nunca abrando o ritmo. Custou claro! Mas a vontade de chegar à meta era mais forte.

Nunca controlei o ritmo cardíaco, a velocidade média, os quilómetros nem o tempo em prova. Fui sempre "a sentir" o corpo e a deixá-lo fazer o que queria e como queria.

Desembocámos na freguesia. Rapidamente apercebo-me de onde estou. Ao curvar vejo as grades sinalizadoras da meta. Dou a mão ao Francisco e pergunto

"Aguentas um sprint final?"

E acelerámos nos metrinhos finais! O relógio marca 2h18. Quase!! Estive muito próximo do meu "mega" objetivo (concluir em 2h15 os 20K).

O resultado final foi 20.5K com 547D+ em 2h16 ocupando a posição 13/93 no escalão (+ 0:30), a posição 24/196 na Geral Feminina (+ 0:38) e a posição 389 de entre os 874 atletas que completaram o 4º Trilho das Lampas.

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CONCLUSÃO

É uma prova perto de Lisboa que reúne todas as condições para cativar um grande número de atletas. A proximidade geográfica da Grande Lisboa, a baixa tecnicidade dos trilhos, a diminuta altimetria do percurso, a possibilidade de passar junto à praia e o acolhimento de todos os voluntários, organização e moradores da zona são os atributos que correm de boca em boca. Pelo menos uma vez, é obrigatória.

Confesso que não é o meu tipo de prova. Gosto de percursos com mais altimetria e tecnicidade, vulgo "provas de montanha". Mas decidi inscrever-me pois seria um bom treino para as minhas futuras provas. Porém treino não significa moleza. 

Sendo uma prova rolante obrigar-me-ia a correr a totalidade do percurso e completar os 20K ligeiramente acima do que efetuo numa meia-maratona. Não podia ultrapassar as 2h30 e tinha como pré-objetivo (audacioso) fazer 2h15. 

Como pontos positivos enalteço a eficaz e irrepreensível sinalização do percurso com fita balizadora, os inúmeros elementos reflectores nos últimos 10K, os sinais direccionais em vários pontos chave do percurso, a marcação de todos os quilómetros com placas verticais, dois postos de controlo electrónico (K10 e ao K13,5), a simpatia e acolhimento dos voluntários e organização, a existência de filas numeradas para levantamento dos kits do participante, a coerência e qualidade nos abastecimentos, o grande número de bombeiros nos pontos "mais perigosos" do percurso, a existência de sopa como recovery e a possibilidade de petiscar, no final da prova, enquanto se confraterniza com os restantes finishers.

Como aspectos a melhorar destaco a previsibilidade do percurso pois segundo comentários de atletas que já efetuaram as edições anteriores, não sofreu alterações, e quiça, a existência de banhos de água quente no final.

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Fotos de alguns Atletas do MillenniumBCP

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CLASSIFICAÇÃO FINAL

Os vencedores do 4º Trilho das Lampas foram Mário Fonseca, com 1h20 e Inês Marques, com 1h39.

O Clube Millennium BCP ocupou a posição 33 de entre as 148 equipas presentes.

PARABÉNS A TODOS!

Nome do Atleta Tempo Líquido Posição na Geral Posição no Escalão

Pedro Silva 01:45 88 10

Manuel Rodrigues 01:55 163 15

Neville Suzman 2:00 229 22

Virgilio Costa 2:02 247 25

José Farinha 2:02 256 56

Eduardo Ferreira 2:03 265 57

Filipa Vilar 2:16 389 13

Luis Costa 2:19 427 53

Carlos Costa 2:20 439 38

Paulo Rato 2:29 543 49

Sérgio Besteiro 2:31 553 134

Marcos Noritake 2:37 624 55

Fernando Rosa 2:39 633 148

Ana Lopes 2:42 654 17

Pedro Martins 2:43 659 87

Óscar Marques 3:00 758 15

António Almeida 3:00 759 64

Vanda Rosa 3:00 760 33

Maria Céu Silva 3:07 784 24

Eduardo Pinto 3:10 796 101

Pedro Murça 3:10 797 67

Fernando Sousa 3:42 853 109

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