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Traduzido do original em Inglês

Journey into the Gospel

By Paul Washer © HeartCry Missionary Society | www.HeartCryMissionary.com

Publicaremos esta obra em oito partes, ou fascículos, e, posteriormente, em um volume

único contendo toda a obra. A presente publicação é composta da parte VIII deste livro.

O conteúdo deste e-book não é reconhecido por HeartyCry Missionary Society

como a publicação oficial desta obra em Língua Portuguesa.

Para obter mais informações sobre HeartyCry Missionary Society visite o seu website:

www.HeartCryMissionary.com

Tradução por Camila Almeida

Revisão e Capa por William Teixeira

1ª Edição: Agosto de 2015

Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta transcrição são da versão Almeida

Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

Traduzido e publicado pelo website oEstandarteDeCristo.com, com contato prévio com HeartyCry

Missionary Society (HeartCryMissionary.com), sob a licença Creative Commons Attribution-

NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License.

Você está autorizado e incentivado a reproduzir e/ou distribuir este material em qualquer formato,

desde que informe o autor, as fontes originais e o tradutor, e que também não altere o seu conteúdo

nem o utilize para quaisquer fins comerciais.

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Uma Jornada No Evangelho Por Paul David Washer

[Publicaremos esta obra supracitada em oito partes, ou fascículos.

A presente publicação é composta da parte VIII deste livro. Veja a Parte I clicando aqui]

O Eterno Amor Do Filho

Charles Spurgeon escreve: “Desde toda a eternidade o Filho de Deus amou o Seu povo:

mesmo desde os tempos antigos. ‘Enchendo-Me de prazer com os filhos dos homens’.

Muito antes que Ele viesse à terra, Ele amou os homens que Seu Pai Lhe dera, de modo

que Ele determinou ser um com eles, e pelo resgate deles a pagar o preço terrível de vida

por vida. Ele viu toda a companhia dos Seus eleitos no espelho da Sua presciência, e os

amou com um amor eterno, oh, o amor que brilhou no coração de nosso Redentor ‘no

princípio’! Esse mesmo amor nunca conhecerá um fim. Aqui para nós é a Sua glória. Ele

nos amou assim, de modo que o Céu não pôde prendê-lO; Ele nos amou assim, de forma

que desceu para nos redimir; e tendo vindo entre nós em meio ao nosso pecado e vergonha,

Ele ainda nos ama. ‘Como havia amado os seus, que estavam no mundo, amou-os até o

fim’. Amor, tu tens a tua maior glória alcançada no coração do Salvador Divino! E a glória

deste amor, que é sem começo, limite, mudança ou fim, é o próprio sangue vital do

Evangelho. O amor de Jesus é as boas novas de grande alegria. O nosso grande Médico

ama o doente, e deleita-Se em curá-los. Ele entra na enfermaria entre os paralíticos e os

feridos pela praga com um intenso desejo de abençoá-los. Jesus é amigo do pecador. Quão

arrebatadoramente isso faz minha alma cantar sobre Ele como ‘Jesus, amante da minha

alma’! Um evangelho gracioso habita na glória do amor de Cristo!” (MTP [Metropolitan

Tabernacle Pulpit: Púlpito do Tabernáculo Metropolitano], Vol. 35, p. 172).

“Muito antes que as luzes do céu fossem acesas, ou as estrelas começassem a brilhar no

Céu, quando ainda todo este mundo dormia na mente de Deus, como florestas não nasci-

das dormiam dentro da bolota do carvalho, nós estávamos no coração de Cristo... Podemos

estar certos de que infalivelmente Seu olhar nos contemplou previamente, e que Seu

coração amoroso de antemão nos amou quando ainda não tínhamos existência...” (MTP,

vol. 41, p. 603-604).

A Causa Primária

Thomas Watson escreve: “A causa prima (ou seja, a causa primária), e causa impulsiva, foi

a livre graça. Foi amor em Deus Pai enviar a Cristo, e amor em Cristo que Ele veio para ser

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encarnado. O amor foi a motivação intrínseca. Cristo é Deus-homem, porque Ele é um

amante do homem. Cristo veio por piedade e indulgência por nós: non merita nostra, sed

misera nostra (Agostinho). ‘Não nossos méritos, mas nossa miséria’ fez com que Cristo Se

revestisse de carne. Cristo encarnar-Se foi um fundamento de livre graça, e um propósito

de puro amor. O próprio Deus, embora Todo-Poderoso, foi superado com amor. Cristo

encarnado é nada além de amor revestido com carne. Assim como Cristo assumiu a nossa

natureza humana foi uma obra-prima da sabedoria, assim também, foi um monumento da

livre graça” (A Body of Divinity [Lit.: “Um Corpo de Teologia” — Esta obra foi publicada em

Português com o título: “A Fé Cristã”, pela Editora Cultura Cristã — N. do R.], p. 194).

Amor Ao Inferior

Thomas Watson escreve: “Para quem Cristo veio. Foi pelos amigos? Não; Ele veio para o

homem pecador. O homem que tinha desfigurado a Sua imagem, e abusado de Seu amor;

o homem que transformou-se em rebelde; contudo Ele veio para o homem, tendo resolvido

conquistar a obstinação com a bondade. Se Ele viesse por alguém, por que não para os

anjos que caíram? “Porque, na verdade, ele não tomou os anjos, mas tomou a descen-

dência de Abraão” (Hebreus 2:16). Os anjos são de origem mais nobre, criaturas mais

inteligentes, mais capazes de servir; ai, mas contemple o amor de Cristo, Ele não veio para

os anjos caídos, mas para a humanidade. Dentre as várias maravilhas da magnetita não é

a menos importante, que ela não atraia ouro ou pérolas, antes despreze estes, ela atrai o

ferro para si, um dos metais mais inferiores: assim, Cristo deixa os anjos, os espíritos no-

bres, ouro e pérola, e vem para o pobre homem pecador, e os atrai aos Seus abraços” (A

Body of Divinity, p. 195-196).

John Owen escreve: “Mas o Senhor Cristo colocou o Seu amor em nós, aquele amor a

partir do qual Ele morreu por nós, quando éramos pecadores e ímpios; ou seja, cada coisa

que pode nos tornar desagradáveis e indignos. Embora fôssemos tão desfigurados quanto

o pecado poderia nos tornar, e mais profundamente endividados do que toda a criação

poderia pagar ou responder, ainda assim Ele estabeleceu o Seu amor sobre nós, para nos

libertar dessa condição, e fazer-nos encontrar com a mais íntima comunhão com Ele. Nunca

houve amor que tivesse tais efeitos e que custasse a Ele tão caro em Quem Ele era, e se

mostrasse tão vantajoso para aqueles sobre quem ele foi colocado. Na busca disso, Ele

suportou tudo o que há de mau sobre a Sua própria Pessoa, e nós recebemos tudo o que

há de bom no favor de Deus e bem-aventurança eterna” (Obras, Vol. 1, p. 168).

Pela Alegria Estabelecida Diante dEle

O Filho abriu mão da Sua vida pela glória de Seu Pai, e assim morreu por Deus. O Filho

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Alegria: A Recompensa Prometida A Cristo

Por Thomas Boston (Obras, Vol. 8, p. 470-471)

“Por fim, Ele tinha uma promessa de uma recompensa gloriosa a ser conferida a Ele,

como um mérito adequado de Sua obra consumada; havia um gozo estabelecido diante

deu a Sua vida pelo grande amor com que Ele nos amou e assim morreu por Seu povo.

Para concluir nosso estudo, consideraremos um último motivo que levou o Filho à cruz: a

alegria que Lhe fora proposta.

Dizer que o Filho foi movido pela esperança futura de alegria pode dar origem à objeção de

que tal afirmação é contraditória, ou que apresenta Cristo como egoísta. Como Ele poderia

buscar em uníssono a glória de Deus, a salvação de Seu povo e a Sua própria alegria?

Estas acusações são facilmente respondidas. Em primeiro lugar, temos que compreender

que o Filho de Deus encontrava a Sua maior alegria na promoção da vontade e da glória

do Pai. Portanto, a Sua alegria, a glória de Deus e a redenção do povo de Deus era um e

o mesmo para Ele. Ele não tinha lealdades ou paixões concorrentes. Em segundo lugar,

temos que compreender que o Filho de Deus está certo em buscar a Sua própria alegria.

Afinal, todas as coisas foram feitas por Ele e para Ele (Colossenses 1:16). O Pai ama o

Filho, entregou todas as coisas em Suas mãos (João 3:35), e deseja que todos honrem o

Filho como O honram (João 5:23). É a boa vontade do Pai que a alegria do Filho seja

completa. Toda a criação, em todos os reinos, tem um grande e final propósito: eles foram

criados e existem para a glória e o deleite do Filho de Deus.

Alegria: O Fim Para O Qual Cristo Estava Destinado

Por William Gouge (Comentário sobre Hebreus, Vol. 2, p. 928)

William Gouge escreve: “A alegria de Cristo era e é composta do seguinte:

“1. Aquela glória que Cristo deixou quando Ele desceu às partes mais baixas da terra

(Efésios 4:9); portanto, um pouco antes de Sua ascensão para lá, Ele, assim, orou:

‘Agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes

que o mundo existisse’ (João 17:5).

2. Tudo o que foi acrescentado pela obra da redenção, como: (1) A manifestação mais

clara das características Divinas de Deus. (2) A exaltação da Sua natureza humana. (3)

A redenção e salvação do homem, seguindo estes. (4) Os louvores que através de todas

as eras devem ser dadas a Ele. (5) A pregação do Evangelho por todo o mundo”.

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dEle na promessa, pelo que Ele suportou a cruz, desprezando a vergonha (Hebreus

12:2). Nunca houve tal obra operada; e nunca houve tal recompensa prometida. Quanto

a isso, pertence a promessa quíntupla.

1. A promessa de um novo tipo de participação em Deus, como Seu Deus e Pai: ‘Ele me

chamará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus’ (Salmos 89:26). Nosso Senhor Jesus tinha

Deus como Seu Pai, por direito de geração eterna, mas houve uma nova relação consti-

tuída entre Deus e Cristo como o segundo Adão, cabeça da aliança, fundamentada em

Seu compromisso e cumprimento da condição da aliança... Porque pela Sua obediência

até a morte, Ele obteve o gozo de Deus como um Deus e Pai. Eu não digo, Ele o obteve

para Si mesmo; o homem Cristo não precisava fazer isso, porquanto Ele o tinha, em

virtude da união pessoal das duas naturezas: mas Ele o obteve para os pecadores, que

tinham perdido toda a participação salvífica em Deus, e não poderiam ser felizes sem

isso.

2. A promessa de uma exaltação gloriosa, para ser servo honorário do Pai, primeiro

ministro do Céu, como grande administrador da aliança: ‘Eis que o meu servo procederá

com prudência; será exaltado, e elevado, e mui sublime’ (Isaías 52:13). ‘Te darei por

aliança do povo’ (Isaías 49:8). No cumprimento da condição da aliança, Ele tomou sobre

Si a forma de servo, e Se humilhou até a morte de cruz; pelo que também Deus, segundo

a promessa da aliança, O exaltou soberanamente a primeiro ministro do Céu, e Lhe deu

um nome como grande administrador da aliança, que está acima de todo nome; para

que ao nome de Jesus se dobre todo joelho (Filipenses 2:7-10).

3. A promessa de uma semente e prole, numerosa como as estrelas do céu: ‘Ele verá a

Sua posteridade’ (Isaías 53:10). ‘Assim será a tua descendência’ (Gênesis 15:5); a

saber, “em multidão, como as estrelas do céu” (Hebreus 11:12), toda a multidão dos

eleitos, todos eles vivem por Sua morte, e carregam a Sua imagem, como um filho a de

seu pai. Ele consentiu sofrer as dores da morte; mas estas eram dores de parto, para a

realização de um numeroso nascimento. Ele era como um grão de trigo que cai na terra

e morre; mas a promessa garantida a Ele, nesta condição, é que Ele daria muito fruto

(João 12:24).

4. A promessa de que Ele herdaria todas as coisas, como herdeiro primário. ‘Também o

farei meu primogênito’ (Salmo 89:27). Assim, o apóstolo diz: Deus o ‘constituiu herdeiro

de tudo’ (Hebreus 1:2). E o próprio Cristo declara Sua possessão em conformidade;

‘Todas as coisas Me foram entregues por Meu Pai’ (Mateus 11:27). Assim, Ele tem por

promessa tesouros adequados para apoiar a honra conferida a Ele. Porém, mais sobre

isso posteriormente.

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Notas De Estudo

Hebreus 12:2. “Pelo gozo que Lhe estava proposto”. Antes da fundação do mundo, o Pai

tinha posto diante de Seu Filho as alegrias inefáveis e prazeres eternos que seriam Seus,

como resultado dEle ser obediente até à morte e morte de cruz. Matthew Henry escreve:

“Ele [ou seja, o Filho] tinha algo em vista sob todas as Suas aflições, o que era agradável

a Ele; Ele Se alegrou ao ver que pelos Seus sofrimentos Ele satisfaria a ofendida justiça de

Deus e asseguraria a Sua honra e governo, de modo que Ele pudesse fazer a paz entre

Deus e o homem, que Ele selaria o pacto da graça e seria o Mediador dele, para que se

abrisse um caminho de salvação para o principal dos pecadores, e que Ele efetivamente

salvaria todos aqueles que o Pai Lhe tinha dado, e Ele mesmo seria o primogênito entre

muitos irmãos. Esta era a alegria que Lhe estava proposta” (MHC [Matthew Henry's

Commentaries: Comentários de Matthew Henry], Vol. 6, p. 954). John Gill escreve: “Cristo

sofreu tanta desgraça, e tais sofrimentos; a saber, por uma questão de ter uma semente

espiritual, uma numerosa descendência com Ele no Céu, os quais são Sua alegria e coroa

de júbilo; por causa da salvação de todos os eleitos, no que o Seu coração estava estabe-

lecido; e para a glorificação das perfeições Divinas, o que não era pouco deleite e prazer

para Ele” (EONT [Exposition of the Old and New Testaments: Exposição do Antigo e Novo

Testamentos], Vol. 9, p. 472). “Suportou a cruz, desprezando a afronta”. Cristo não somente

suportou com paciência cada ofensa e vergonha associada com a cruz, mas Ele suportou

todo o poder da ira de Seu Pai. Albert Barnes escreve: “Ele, visando a honra e alegria esta-

belecida diante dEle, suportou os sofrimentos mais severos a que o corpo humano pode

1. De acordo com o escritor de Hebreus 12:2, por que o Filho de Deus dispôs-Se a deixar

a glória do Céu, tomou sobre Si a carne humana, e suportou a humilhação e a dor da

cruz? Explique a sua resposta.

5. Por último, a promessa de vitória e domínio sobre todos os inimigos Seus e de Seu

povo: ‘E eu derrubarei os seus inimigos perante a sua face’ (Salmo 89:23). Ele foi ao

encontro de Satanás, do pecado e da morte, na disputa dos designados herdeiros da

glória; e não tão logo Ele Se envolveu contra eles, logo o ímpio mundo dos homens

começou uma guerra contra Ele também, mas Ele tinha a promessa de Seu Pai, de

vitória e domínio sobre todos eles; que, embora Ele recebesse a primeira queda, e

morresse na batalha, contudo Sua morte seria a destruição do domínio de Satanás, do

poder do pecado e das correntes de morte que prendiam o Seu povo; e que todo aquele

que prosseguisse em apoiar aquela causa cambaleante, cairia sob Ele: ‘Disse o

SENHOR ao meu Senhor: Assenta-te à minha mão direita, até que ponha os teus

inimigos por escabelo dos teus pés’ (Salmos 110:1)”.

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ser submetido, e a forma de morte que é considerada como a mais vergonhosa” (BN

[Barne's Notes: Notas de Barnes], Hebreus, p. 295). “E assentou-se à destra do trono de

Deus”. Isso resume todas as honras e as alegrias que foram dadas a Cristo por Sua

obediência à vontade de Deus. Ele foi exaltado ao lugar mais alto do universo, ao lugar

mais alto no próprio Céu.

A Alegria De Compartilhar A Presença E Glória Do Pai

O escritor de Hebreus dificilmente poderia nos dar uma explicação mais clara da motivação

que levou Cristo à cruz do Calvário: Ele fez isso pelo gozo que Lhe estava proposto. Mas,

o que era aquela alegria que tanto comoveu o Filho de Deus? Era primeiramente, e acima

de tudo, a alegria de retornar à presença de Seu Pai e de compartilhar a glória de Seu Pai,

uma glória que era Sua, antes da fundação do mundo. Foi uma grande tribulação para o

Filho de Deus deixar a morada de Seu Pai no Céu, e uma aflição infinitamente maior su-

portar o pecado de Seu povo e ser desamparado, mesmo abandonado por Deus em lugar

deles. Ele suportou tais agonias indescritíveis, e até mesmo desprezou-as, porque Ele

olhou para a futura esperança de mais uma vez habitar com o Pai, e regozijar-Se, mesmo

deleitar-Se em Sua presença.

Notas de Estudo

Salmo 16:9-11. Em Atos 2:25-30 e Atos 13:33-37, tanto Pedro e Paulo aplicam estas

palavras de Davi a Cristo e Sua ressurreição. “Portanto está alegre o meu coração e se

regozija a minha glória; também a minha carne repousará segura”. Cristo enfrentou a cruz

com uma forte alegria de coração e uma grande confiança. “Pois não deixarás a minha

alma no inferno, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção”. A razão para tal confiança

foi a promessa da ressurreição. Deus havia prometido não deixar Cristo na sepultura, mas

ressuscitar-Lhe dentre os mortos. “Far-me-ás ver a vereda da vida”. Matthew Poole escre-

ve: “Tu me levantarás da sepultura, e Me conduzirás ao lugar e estado de felicidade eterna”

(Salmo 16:11). Albert Barnes escreve: “Embora Ele devesse morrer — descer às regiões

dos mortos, e deitar-Se no túmulo escuro —, contudo havia um caminho, novamente, para

o mundo dos vivos, e esse caminho seria apontado para Ele por Deus. Em outras palavras,

Ele não sofreria permanecer entre os mortos...” (BN, Salmos, Vol. 1, p. 133). “Na tua

presença há fartura de alegrias”. O “gozo que Lhe fora proposto” e que motivou-O a suportar

todas as coisas relacionadas com a Sua encarnação e sofrimento, era que Ele voltaria para

1. O que o Salmo 16:9-11 nos ensina sobre a verdade esboçada na introdução acima?

Com base neste texto, descreva a alegria que levou Cristo à cruz e O sustentou em meio

ao sofrimento indescritível.

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a própria presença de Deus no Céu e para a plenitude da alegria e deleites eternos que são

encontrados ali. Isaías profetizou “o lugar do seu repouso será glorioso” (11:10). Albert

Barnes escreve: “Não alegria parcial; não alegria imperfeita; não alegria misturada com dor

e tristeza; não alegria que, embora, por si só verdadeira, não satisfaz os desejos da alma...,

mas a alegria completa, satisfatória, pura, sem nuvens, sem mistura com qualquer coisa

que diminuiria a sua plenitude ou o seu resplendor; alegria que não será diminuída...” (BN,

Salmos, Vol. 1, p. 133). John Gill escreve: “Cristo, sendo ressuscitado dentre os mortos,

subiu ao Céu, e foi recebido na glória na presença de Seu Pai, e é glorificado com Ele

mesmo, com a Sua gloriosa presença, pelo que Ele orou (João 17:5); e isso enche a Sua

natureza humana com plenitude de alegria, um gozo indizível e cheio de glória” (EONT, Vol.

3, p. 585). “À tua mão direita há delícias perpetuamente”. John Gill escreve: “Cristo, tendo

entrado no Céu, está assentado à destra de Deus em natureza humana, uma honra que

não é conferida a nenhum dos anjos (Hebreus 1:13); onde o homem Jesus Cristo é infinita-

mente deleitado com a presença de Deus, as alegrias celestes que nunca desvanecem, a

companhia dos anjos e santos glorificados” (EONT, Vol. 3, p. 585).

Alegria Do Filho Na Presença Do Pai

Charles Spurgeon escreve: “Cristo, ressuscitado dentre os mortos subiu para a glória, para

habitar na proximidade constante com Deus, onde a alegria está em Sua plenitude para

sempre: A previsão disso impulsionou-Lhe em Seu glorioso, mas doloroso labor” (TD

[Treasury of David: Tesouro de Davi], Vol. 1, p. 197).

Stephen Charnock escreve: “Esta é uma parte da alegria da alma de Cristo; Ele tem agora

a plenitude da alegria, um prazer satisfatório em vez de uma tristeza esmagadora; a ‘pleni-

tude da alegria’, não apenas algumas faíscas e gotas como Ele tinha agora e, então, em

Sua condição humilhada; e isso, na presença de Seu Pai. Sua alma é alimentada e nutrida

com uma visão perpétua de Deus, em cujo rosto Ele contempla não mais carrancas, não

mais propósitos de tratá-lO como um servo, mas aqueles sorrisos que devem dar uma

sucessão perpétua de alegria a Ele, e encher a Sua alma com chamas frescas e puras. Em

comparação com estes deleites as maiores alegrias desta vida são angústia e horror. Sua

alma tem alegrias, prazeres sem mistura, sem número, a plenitude, sem escassez, uma

constância sem interrupção, e uma perpetuidade sem fim” ([Citado por Spurgeon em]

Treasury of David, Vol. 1, p. 209).

Jonathan Edwards escreve: “Cristo desde a eternidade está, por assim dizer, no seio do

Pai, como o objeto de Sua infinita complacência. NEle está a felicidade eterna do Pai. Antes

que o mundo existisse, Ele estava com o Pai, no gozo de Seu amor infinito; e tinha deleite

infinito e bem-aventurança naquele gozo; como Ele declara sobre Si mesmo em Provérbios

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8:30: ‘Então eu estava com ele, e era seu arquiteto; era cada dia as suas delícias, ale-

grando-me perante ele em todo o tempo’. E quando Cristo subiu ao Pai depois da Sua

paixão, foi para Ele, para o gozo da mesma glória e bem-aventurança no gozo do Seu

amor... O amor que o Pai tem por Seu Filho é realmente grande: a Divindade, por assim

dizer, total e plenamente flui uma corrente de amor a Cristo; e a alegria e o prazer de Cristo

são proporcionalmente grandes. Este é o fluxo de delícias de Cristo, o rio do Seu prazer

infinito” (Obras, Vol. 2, p. 29).

Notas De Estudo

João 17:4-5. “Eu glorifiquei-Te na terra, tendo consumado a obra que Me deste a fazer”.

Cristo glorificou a Deus sobre a terra em duas formas específicas: (1) Ao revelar Deus aos

homens (v. 6); e (2) por Sua obediência à vontade do Pai. João Calvino escreve: “Ele

completou todo o curso da Sua vocação” (CC [Calvin's Commentaries: Comentários de

Calvino], Vol. 18, p. 168. “E agora glorifica-Me tu, ó Pai, junto de Ti mesmo”. Jonathan

Edwards escreve: “A glória do Pai e do Filho é falada como a finalidade da obra da

redenção” (Obras, Vol. 1, p. 110). João Calvino escreve: “Ele deseja ser glorificado com o

Pai, não que o Pai O glorifique secretamente, sem testemunhas, mas que, tendo sido

recebido no Céu, Ele possa conceder uma magnífica demonstração de Sua grandeza e

poder, de modo que cada joelho dobre-se diante dEle (Filipenses 2:10)” (CC, Vol 18, p 169).

Por que Cristo busca essa glória para Si mesmo? As seguintes razões devem ser

consideradas: (1) Ele desejou tanta glória, porque esta era Sua por direito. João Calvino

escreve: “Ele não deseja nada que não pertença estritamente a Ele” (CC, Vol. 18, p. 169).

Matthew Henry escreve: “Veja com que a confiança Ele espera aquele gozo estabelecido

diante dEle... este não pode ser negado a Ele... Havia tal valor infinito no que Cristo fez

para glorificar ao Seu Pai que Ele mereceu justamente todas as glórias de Seu estado

exaltado. Se o Pai foi um ganhador em Sua glória pela humilhação do Filho, era apropriado

que Filho não fosse perdedor por meio dele” (MHC, Vol. 5, p. 1153-1154). (2) Ele desejou

tanta glória, porque Ele também glorificaria o Pai. Em João 13:31, Jesus declarou: “Agora

é glorificado o Filho do homem, e Deus é glorificado nEle”. (3) A glória de Cristo é a alegria

2. No Salmo 16:9-11, aprendemos que foi a esperança da futura alegria na presença do

Pai que levou o Filho a suportar a cruz. Nos seguintes textos, nós aprenderemos que

parte dessa alegria era a glorificação ou exaltação do Filho ao lugar que era Seu por

direito, mesmo antes da fundação do mundo. Escreva seus pensamentos sobre esses

textos.

João 17:4-5

João 17:24

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dos santos. O santo não terá maior privilégio no Céu do que contemplar a formosura do

Filho exaltado e glorificado. “Com aquela glória que tinha conTigo antes que o mundo

existisse”. Esta é uma forte prova da preexistência e Divindade do Filho. Ele desejava ter

de volta aquela glória que Ele tinha deixado para trás (Filipenses 2:5-11). John Trapp

escreve: “Nosso Salvador, então, não é um Deus ambicioso” (João 17: 5). João Calvino

escreve que Cristo desejou que “a majestade Divina, que Ele sempre possuiu, fosse agora

demonstrada ilustrativamente na Pessoa do Mediador, e na carne humana com que Ele

estava revestido” (CC, Vol. 18, p. 169). Matthew Henry escreve: “Ele ora para que até

mesmo a Sua natureza humana seja promovida para a maior honra que fosse capaz, Seu

corpo a corpo glorioso; e a glória da Divindade fosse agora manifestada na Pessoa do

Mediador, Emanuel, o Deus-homem” (MHC, Vol. 5, p. 1153). Albert Barnes escreve: “Ele

agora ora para que Deus exalte-O até a dignidade e a honra que Ele tinha antes de Sua

encarnação. Este é o estado a que Ele está agora exaltado, com a honra adicional de ter

realizado a expiação do pecado, e ter aberto o caminho para salvar uma raça de rebeldes

da morte eterna” (BN, João, p. 355).

João 17:24. “Pai, aqueles que me deste quero que, onde eu estiver, também eles estejam

comigo, para que vejam a minha glória que me deste; porque tu me amaste antes da

fundação do mundo”. A palavra “quero” vem da palavra grega thélo que pode ser traduzida

como “desejar”. Este tem sido chamado de última vontade e testamento de Cristo por Seu

povo. John Trapp escreve: “Cada palavra é cheia de vida e alegria. Eu não desejaria (diz o

Sr. Baxter) por todo o mundo que este único verso fosse deixado de fora da Bíblia” (CONT

[Commentary on The Old and New Testament: Comentário Sobre o Novo e Antigo

Testamento], Vol. 5, p. 406). O Pai ama o Filho e não vai responder-Lhe com relutância ou

escassamente, mas em abundância. “Que me deste”. Aqui encontramos um grande motivo

para a Divina obra salvadora entre os homens pecadores: Ele é movido a salvá-los não por

causa de algum mérito encontrado neles, mas para dar-lhes a Seu Filho. Ao longo dos

tempos, Deus salvou e transformou uma multidão incontável dentre a raça caída de Adão

para que Ele possa dar-lhes como um presente a Cristo (Veja também: João 3:35; 6:37, 39;

10:27-30). “Também eles estejam coMigo, para que vejam a Minha glória que Me deste”.

Cristo revela agora o grande motivo por trás de Sua petição: Ele pediu que Seu povo

pudesse ver o Seu esplendor eterno, a plenitude de Suas excelências, perfeições, beleza

e poder. O Filho deseja ser glorificado porque Ele é Deus, e é correto que Ele seja

glorificado. Evitar essa glória seria negar Sua Divindade. O Filho deseja que a Sua glória

seja vista por Seu povo, porque a coisa mais amorável e graciosa que Ele poderia fazer por

eles e o maior privilégio que Ele poderia conferir-lhes seria permitir-lhes a entrada na Sua

presença para que contemplem a plenitude de Sua glória. John Owen escreve: “É evidente

que nesta oração, o Senhor Jesus Cristo refere-Se à Sua própria glória e à manifestação

da mesma. Mas aqui, Ele não está tanto preocupado com a Sua própria glória quanto Ele

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está pelo proveito, benefício, satisfação e bem-aventurança de Seus discípulos, na contem-

plação de isso... Desta forma José encarregou seus irmãos, quando ele havia se revelado

a eles, que eles deveriam dizer ao pai sobre toda a sua ‘glória no Egito’ (Gênesis 45:13).

Isso ele fez, e não para uma ostentação de sua própria glória, mas para a satisfação que

ele sabia que seu pai teria no conhecimento disso. E tal manifestação de Sua glória aos

Seus discípulos o Senhor Jesus Cristo deseja aqui, para encher-lhes com satisfação bendi-

ta para sempre” (Obras, Vol. 1, p. 286). “Porque Tu Me amaste antes da fundação do

mundo”. O Pai busca a glória do Filho por causa de Seu amor eterno e paternal por Ele.

John Gill chama-lhe de um “amor antigo” (EONT, Vol. 8, 91 p.). O Pai criou o universo e

ordenou a salvação de uma multidão a partir da massa da humanidade caída, porque Ele

ama Seu Filho e busca a Sua glória. Por meio de Sua encarnação, vida perfeita, cruz e

ressurreição, a porta foi aberta para o Filho obter a maior glória para Si mesmo. Ele tem

“em tudo tenha a preeminência” (Colossenses 1:18), e todas as coisas no Céu e na terra

foram “congregadas” nEle (Efésios 1:10). Tudo isso tem sido realizado de acordo com a

benevolência e perfeita satisfação do Pai.

A Alegria De Adquirir Um Povo Redimido

Até agora, nós aprendemos que Deus o Pai ama o Seu Filho acima de tudo e ordenou todas

as coisas para a Sua glória e por benevolência. Assim, antes da fundação do mundo, Deus

ordenou salvar um povo dentre a multidão da humanidade pecadora para que eles sejam

para a glória, honra e louvor do Filho. De acordo com a vontade do Pai, e tendo em

consideração esta alegria que Lhe fora proposta — a alegria de redimir um povo Seu próprio

— o Filho voluntariamente, mesmo com alegria, suportou tudo por Sua noiva e pela alegria

que ela acabaria trazendo a Ele. Por meio de Sua encarnação e morte, Ele garantiu uma

grande congregação para Si mesmo de toda tribo, língua, povo e nação. Ele fez deles uma

fonte de contínua alegria, satisfação e glória por toda a eternidade.

Charles Spurgeon escreve: “Trazer Seus escolhidos para a felicidade eterna era a grande

ambição que O inspirou, e O fez percorrer um mar de sangue” (TD, Vol. 1, p. 197).

Matthew Henry escreve: “A salvação das almas é uma grande satisfação para o Senhor

Jesus. Ele considerará todos os Seus sofrimentos bem proveitosos, e Ele mesmo

abundantemente recompensado, se os muitos filhos forem, por meio dEle, trazidos pela

graça para a glória. Que Ele tenha isso, e Ele tem o suficiente. Deus será glorificado, crentes

arrependidos serão justificados e, então, Cristo estará satisfeito” (MHC, Vol. 4, p. 308).

1. No Salmo 2:8, o que o Pai promete ao Seu Filho? Explique como esta promessa era

um aspecto da “alegria que Lhe fora proposta”, e que O levou a entregar Sua vida na

cruz do Calvário?

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Notas De Estudo

Salmo 2:8. Este Salmo é atribuído a Davi (Atos 4:25), e é frequentemente citado no Novo

Testamento como tendo sido cumprido em Cristo (Atos 4:25-27; 13:33; Hebreus 1:5). Ele

foi considerado por muito tempo um salmo Messiânico. “Pede-Me, e Eu te darei os gentios

por herança, e os fins da terra por Tua possessão”. Com relação a Davi, esta promessa

refere-se à sua posse da terra prometida e a sujeição das nações. No que diz respeito ao

Filho de Deus, o salmo se refere ao Seu governo sobre toda a criação e o ajuntamento de

um povo para Si mesmo de toda tribo, língua, povo e nação. Deus foi movido a salvar as

nações, não por causa de algum mérito ou virtude que Ele descobriu neles, mas para que

Ele pudesse dar um povo redimido como herança ao Seu filho, por Sua alegria, beneplácito

e glória. Charles Spurgeon escreve: “Em grandes festas muitos monarcas têm sido

conhecidos por dizerem ao seu favorito: ‘Peça o que eu te darei, e nada te será negado no

dia de hoje’. Desta forma, o grande Pai diz ao Seu glorioso Filho, o Príncipe da Paz, ‘Pede-

Me, e Eu te darei os gentios por herança, e os fins da terra por Tua possessão’. O Pai

solicita que Ele abra a boca, e peça um domínio sem limites. Ele Lhe dará nações distantes,

sim, e toda a terra para ser o Seu reino” (MTP, Vol. 26, p. 253-254). John Gill escreve:

“Estes são dados a Ele como Sua herança e possessão, como Sua porção, para serem

apreciados por Ele; e Ele os estima, como tal, e reconhece-os como uma formosa herança,

e um tesouro peculiar, Suas joias, e a menina dos Seus olhos” (EONT, Vol. 3, p. 531). Cristo

entregou a Si mesmo na cruz com a esperança da certeza que o Seu trabalho não seria

em vão e Sua recompensa não seria escassa. A graça soberana faria o Filho receber a Sua

recompensa. Deus prometeu a Abraão, Seu servo: “Olha agora para os céus, e conta as

estrelas... Assim será a tua descendência” [Gênesis 15:5]. Se Deus fez tal promessa ao

Seu servo que creu, quanto maior é aquela promessa a Seu Filho que obedeceu até à morte

e morte de cruz!

Isaías 53:11. “Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhe-

cimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre

si”. A obra do Messias seria marcada pelo sofrimento intenso por carregar as iniquidades

do Seu povo e a ira de Deus. A palavra “trabalho” vem da palavra hebraica `amal que denota

trabalho cansativo, labuta, aflição e angústia. Albert Barnes escreve que a palavra refere-

se, “ao árduo e cansativo labor e aflição envolvidos na obra da redenção, como o que

2. As seguintes passagens das Escrituras ilustram ainda mais as verdades reveladas no

Salmo 2:8, que o Filho deixou as glórias do Céu e abraçou a cruz para que pudesse

redimir um povo para a Sua própria glória e alegria. Escreva seus pensamentos sobre

esses textos: Isaías 53:11; Isaías 62:5; Lucas 15:10.

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exauriu os poderes do Messias como um homem, e afundou-O até a sepultura” (BN, Isaías,

Vol. 2, p. 281). “Ele verá”. Uma declaração poderosa. A obra do Messias não seria em vão.

Ele a veria até a sua consumação. Ele a realizaria e Se alegraria, mesmo Se deleitaria, em

sua recompensa: a justificação de “muitos”. João Calvino escreve:” Ele [i.e. Isaías] declara

que Cristo, depois de ter sofrido, obterá o fruto da Sua morte na salvação dos homens.

Quando ele diz: ‘Ele verá’, podemos fornecer as palavras, “Fruto e Eficácia” (CC, Vol. 8-4,

p. 126). “E ficará satisfeito”. O Messias seria completamente satisfeito em Sua realização.

A palavra “satisfeito” vem da palavra hebraica saba que significa ser satisfeito, saciado ou

pleno; alguém ter plenitude ou ter em excesso. Matthew Poole escreve: “Ele estimará a Sua

própria glória e de Seu Pai, e a salvação de Seu povo, uma recompensa abundante por

todos os Seus sofrimentos” (Isaías 53:11). João Calvino escreve: “Isso é repleto da mais

doce consolação; pois Isaías não poderia ter melhor expressado o amor infinito de Cristo

por nós do que ao declarar que Ele tem o maior prazer em nossa salvação, e que Ele

descansa nisso como o fruto de Seu trabalho, e que Aquele que obteve o Seu desejo

descansa naquilo que Ele mais ardentemente desejou; pois, nenhuma pessoa pode ser dito

ser satisfeita, senão aquela que obteve o que desejava tão ardentemente a ponto de ignorar

todo o restante e ficar satisfeito com aquilo somente” (CC, Vol. 8-4, p. 126-127). John Gill

escreve: “Ora, o fruto de tudo isso Ele vê com prazer indizível, e, o que dá a Ele uma satis-

fação infinita; a saber, a redenção completa de todos os eleitos, e a glória das perfeições

Divinas demonstradas nisso, bem como a Sua própria glória, em consequência disso; ...

Como uma mulher, depois que ela dá à luz, e as dores agudas são terminadas, tendo tra-

zido à luz um filho, olha para ele com alegria e prazer, e é satisfeita, e se esquece de sua

anterior dor e angústia; assim também Cristo, depois de todos os Seus sofrimentos e

aflições, vê um grande número de almas regeneradas, santificadas, justificadas e trazidas

para o Céu, em consequência deles, o que é uma visão mui agradável e satisfatória a Ele”

(EONT, Vol. 5, p. 316). Jonathan Edwards escreve: “Ele vê o trabalho de Sua alma, ao ver

a Sua semente, os filhos trazidos como resultado de Seu trabalho de parto. Isto implica que

Cristo tem o Seu prazer, mais verdadeira e propriamente, em obter a salvação de Sua

Igreja, não meramente como um meio, mas como no que Ele Se alegra e está satisfeito,

mais direta e propriamente” (Obras, Vol. 1, p. 114).

Isaías 62:5. “...como o noivo se alegra da noiva, assim se alegrará de ti o teu Deus”. A

linguagem mais íntima é empregada aqui para comunicar a natureza e extensão da alegria

de Cristo na noiva que Ele redimiu para Si. Encontrou-a maldita, Ele a redimiu com Seu

sangue, Ele transformou-a pelo Seu poder, e Ele a apresenta a Si mesmo com alegria sem

limites. Matthew Henry escreve: “Isto é muito aplicável ao amor de Cristo por Sua igreja e

à complacência dEle em relação a ela, que aparece tão brilhantemente em Cânticos de

Salomão, e que será pleno no Céu” (MHC, Vol. 4, p. 364). John Gill escreve: “Cristo é o

Senhor, Deus de Sua igreja e povo; Emanuel, Deus conosco; e Ele está na relação de um

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noivo para eles, e eles na relação de uma noiva dEle; e, como tal, Ele Se alegra com eles

com grande alegria, e isso para fazer-lhes bem; por isso Se alegrou neles desde toda a

eternidade, quando pela primeira vez foram desposados com Ele; E assim Ele faz no tempo,

na redenção: esta foi a alegria proposta a Ele, que O animou a levar a cruz, e desprezar o

seu opróbrio; ou seja, aqueles que seriam resgatados e salvos por Ele, e trazidos à glória;

Ele Se alegra com a conversão deles, e vai apresentá-los a Si mesmo com alegria no reino

espiritual e pessoal, e ao Seu Pai no último dia; e particularmente, o que se intenciona aqui,

haverá uma tal profusão de bênçãos sobre a Igreja no último dia, como o que mostrará

abundantemente a alegria de Cristo em Seu povo” (EONT, Vol. 5, p. 365).

Lucas 15:10. “Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que

se arrepende”. O termo “diante dos anjos” é uma referência ao Céu, a morada de Deus

(veja o verso 7). A ideia principal não é que os anjos se alegram, mas que a alegria super-

abundante de Deus por causa da salvação de Seu povo transborda para todo o Céu e a

toda santa criatura que lá habita. “Por um pecador que se arrepende”. A relação entre

Hebreus 12:2 e este verso é claro. A alegria que foi proposta a Cristo e que O levou a dar

a Sua vida em resgate de muitos inclui a alegria de ver uma multidão de santos glorificados,

redimidos pelo Seu próprio sangue. Charles Spurgeon escreve: “Um pecador se arrepen-

deu, e todo o Céu deve ter dia festivo a seu respeito. Oh, irmãos, há alegria suficiente no

coração de Cristo sobre Seus salvos para inundar todo o Céu com deleite. As ruas do

Paraíso são cheias até os joelhos com as águas celestes da alegria do Salvador. Elas fluem

a partir da própria alma de Cristo e os anjos e espíritos glorificados banham-se no intenso

ribeiro” (MTP, Vol. 30, p. 526). Matthew Henry escreve: “Há sempre alegria no Céu. Deus

Se alegra em todas as Suas obras, mas particularmente nas obras de Sua graça. Ele Se

regozija em fazer o bem aos pecadores penitentes, com todo o Seu coração e toda a Sua

alma. Ele Se regozija não somente na conversão de igrejas e nações, mas, mesmo por um

só pecador que se arrepende, embora, apenas um único” (MHC, Vol. 5, p. 741).

Ele Ficará Satisfeito

Por Edward Payson

“Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o

meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si”

(Isaías 53:11).

“Algum de nós já viu o que os anjos viram, quando o Filho de Deus deixou o seio de Seu

Pai, e trocou um trono no Céu por uma manjedoura na terra; se O tivéssemos visto

despojar-Se de Sua glória, esvaziando-Se da forma Deus, assumindo a forma de servo,

e aparecendo na Terra, à semelhança da carne do pecado, com o propósito declarado

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de viver na pobreza, e morrer uma morte ignominiosa, agonizante, maldita — natural-

mente, teríamos sido levados a exclamar: ‘Que justo propósito Ele pode ter em vista?

Que motivo pode ser suficientemente poderoso para induzir tal Ser a fazer sacrifícios tão

grandes, a encontrar sofrimentos tão extraordinários!?’. Esta questão um apóstolo

parcialmente respondeu. Ele nos informou que Jesus Cristo suportou a cruz e desprezou

a vergonha por causa da alegria que Lhe fora proposta. No que consistia essa alegria,

podemos aprender com o capítulo diante de nós, e especialmente a partir de nosso texto.

Aqui é predito, que Ele verá o fruto do trabalho da Sua alma, ou seja, os frutos ou efeitos

de Seus sofrimentos, e ficará satisfeito. No contexto, somos informados o que estes

frutos serão. Ele, justificará a muitos, Ele verá a Sua posteridade, e o prazer do Senhor

prosperará na Sua mão. O gozo proposto a Ele, pelo que Ele suportou a cruz, despre-

zando a vergonha, foi, então, a alegria, o que resultaria de ver Seu Pai glorificado e os

pecadores salvos, em consequência de Sua encarnação, sofrimentos e morte. Isto,

nosso texto afirma, Ele verá, e a visão irá satisfazê-lO. Enquanto o contempla Ele sentirá

que Ele é amplamente recompensado por todos os Seus sacrifícios, labutas e sofri-

mentos...”.

“Nosso Redentor já tem visto muito do fruto dos Seus sofrimentos. O nosso mundo uma

vez estéril, regado por Suas lágrimas e Seu sangue, já produziu uma grande colheita de

justiça e salvação. Sua cruz, como a vara de Arão, brotou e floresceu, e começou a dar

precioso fruto incorruptível. A partir de Sua cruz fluiu todo o conhecimento religioso, toda

a real bondade, toda a verdadeira felicidade que existe entre os mortais desde a Queda.

Na cruz, que, como a escada vista por Jacó na visão, une o Céu e a terra, miríades de

seres imortais, que estavam afundando no abismo sem fundo, têm subido às mansões

celestiais; outras miríades, agora vivas, estão seguindo-os na subida. Nos patriarcas,

profetas e os israelitas piedosos; nos apóstolos e outros pregadores primitivos do Cristia-

nismo; nos inúmeros convertidos, os quais por instrumentalidade deles, foram transpor-

tados das trevas para a luz; em todos os indivíduos verdadeiramente piedosos, que,

desde então, existiram dentre os homens; em todos os verdadeiros Cristãos, que agora

estão na terra, nosso Redentor tem visto os frutos de Seus sofrimentos. Em cada Cristão

verdadeiro agora presente Ele vê um desses frutos, vê uma alma que foi redimida da

miséria sem fim e desespero por meio de Seu sangue, e feito um herdeiro da glória,

honra e imortalidade. Então, quanto, quão muito, Ele já tem visto realizado, no cumpri-

mento da promessa diante de nós! Quantas almas imortais foram arrebatadas como

tições do fogo eterno! Quantos indivíduos foram instruídos, santificados, perdoados,

consolados e feitos mais do que vencedores, por meio dAquele que os amou! Quantas

famílias piedosas se alegraram juntas em Sua bondade; quantas igrejas foram planta-

das, regadas e feitas florescer! Quanta felicidade os membros de todas essas igrejas

têm na vida, na morte e no Céu! Que imensa, quase inumerável, multidão, de espíritos

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felizes, redimidos dentre os homens, estão agora ao redor do trono de Deus e do Cordei-

ro! E mesmo enquanto eu falo, o número desses espíritos felizes, e a colheita que nasce

dos sofrimentos do Salvador estão aumentando. Mesmo enquanto eu falo pecadores em

diferentes partes do mundo estão vindo para o reino de Deus. Mesmo enquanto eu falo,

almas imortais, lavadas no sangue de um Salvador, santificadas pelo Seu Espírito e jus-

tamente feitas vitoriosas sobre o último inimigo, a morte, estão entrando Céu, a partir

dos quatros cantos da terra, e iniciam a sua canção eterna. Ora, Àquele que nos amou,

e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados, a Ele glória e poder para todo o sempre.

Amém”.

“E enquanto o nosso três vezes bendito Redentor tem, assim, visto, e ainda vê a felici-

dade dos seres humanos aumentando em virtude de Seus sofrimentos, Ele também tem

visto, e ainda vê a glória de Deus aumentando igualmente. Ele tem visto milhões, que já

foram inimigos de Seu Pai, transformados em amigos; Ele tem visto milhões, que uma

vez cegamente adoravam deuses falsos, e que atribuíam a eles a glória da criação,

preservação e governo do mundo, convertidos de seus ídolos inúteis para adorarem o

único Deus vivo e verdadeiro, que fez o céu e a terra. Ele viu a lei de Seu Pai obedecida

e honrada por multidões, os quais, se não fosse por Ele, teriam continuado a pisoteá-la.

Ele tem visto dez mil vezes dez mil orações e atribuições de louvor, elevadas a partir do

mundo, o que, se não fosse por Sua interposição, nunca haveria uma destas como acei-

táveis sacrifícios espirituais agradáveis ao Seu Pai. Ele viu o trono eterno cercado, e

Aquele que está sentado sobre ele adorado por quase incontáveis multidões, que uma

vez desonraram a Deus na terra, e que estavam prestes a blasfemar dEle no inferno. Em

suma, Ele tem visto Sua Religião voando em todo o mundo como nas asas dos anjos,

espalhando bênçãos onde ela vai, e proclamando a paz na terra, boa vontade para com

os homens e glória a Deus nas alturas. Certamente, a previsão diante de nós já tem sido

parcialmente cumprida” (Obras Completas, Vol. 2, p. 152-154).

Por Que Deus Se Alegra Nos Redimidos

Por Edward Payson

“Que o infinito e todo-bendito Senhor, diante do qual todas as nações são como nada e

vaidade, deve regozijar-Se no arrependimento de um pecaminoso verme de pó, parece,

à primeira vista, estranho, e quase inacreditável. Porém, por mais estranho ou incrível

que pareça, é evidente, tanto a partir de Suas declarações e Sua conduta, que tal é o

fato... No entanto, é certo, que Deus não Se alegra no arrependimento dos pecadores

porque isso pode adicionar qualquer coisa à Sua felicidade ou glória essencial; pois Ele

já é infinitamente glorioso e feliz, e assim permaneceria mesmo que todos os homens na

terra, e todos os anjos no Céu corressem loucamente para o Inferno. Tem o Todo-

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Poderoso prazer em que tu sejas justo, ou algum lucro em que tu faças perfeitos os teus

caminhos? Não, nossa bondade não o alcança Ele, e quando tivermos feito tudo, nós

somos apenas servos inúteis. Por que então Deus Se alegra quando nos arrependemos?

Ele Se alegra:

1. Porque os Seus graciosos propósitos eternos e Seus compromissos com Seu Filho,

então, são cumpridos. Aprendemos com as Escrituras que todos os que se arrependem,

foram eleitos por Ele em Cristo Jesus antes dos tempos eternos, e dados a Ele como

Seu povo no Pacto da Redenção. Aprendemos também que Ele disse ao Seu Filho: ‘O

Teu povo será mui voluntário no dia do Teu poder’. Ele, portanto, Se alegra em vê-los se

arrependerem, como nos alegramos quando nossas promessas são cumpridas, e os

nossos propósitos favoritos realizados.

2. Deus Se alegra quando os pecadores se arrependam, porque trazê-los ao arrependi-

mento é a Sua própria obra. Esta é uma consequência do dom de Seu Filho, e é efetuada

pelo poder do Seu Espírito. As Escrituras nos informam que Ele Se alegra com todas as

Suas obras, e com razão Ele Se alegra nelas; pois elas são todas boas. Mas, se Ele Se

alegra em Suas outras obras, muito mais Ele pode alegrar-Se nesta, uma vez que é de

todas as Suas obras a maior, a mais gloriosa, e a mais digna dEle mesmo. Nessa obra,

a imagem de Satanás é apagada, e a imagem de Deus restaurada a uma alma imortal.

Nessa obra, um filho da ira é transformado em um herdeiro da glória. Nesta obra, um

tição de fogo é arrebatado do fogo eterno, e plantado entre as estrelas no firmamento do

Céu, para que ali brilhe com resplendor crescente para todo o sempre. Essa não é uma

obra digna de Deus, uma obra na qual Deus pode devidamente Se alegrar?

3. Deus Se alegra com o arrependimento dos pecadores, porque proporciona-Lhe uma

oportunidade de exercer misericórdia e demonstrar o Seu amor a Cristo, perdoando-os

por amor a Ele. Cristo é Seu Filho amado, em quem Ele está sempre bem satisfeito. Ele

O ama como a Si mesmo, com um amor infinito; um amor que é tão inconcebível por

nós, como Seu poder criativo e a duração eterna. Ele O ama não somente por causa da

relação próxima e inseparável união que subsiste entre eles, mas pela perfeita santidade

e excelência de Seu caráter, e especialmente pela benevolência infinita que Ele demons-

trou em realizar e consumar a grande obra da redenção do homem. Como é a natureza

do amor manifestar-se em atos de bondade para com o objeto amado, Deus não pode,

senão desejar demonstrar o Seu amor por Cristo, e mostrar a todos os seres racionais o

quão perfeitamente Ele está satisfeito com o Seu caráter e conduta, como Mediador. A

fonte inesgotável de amor a Cristo, que enche Seu coração, está constantemente à pro-

cura de novos canais em que possa fluir e mostrar-se às criaturas. Como Davi perguntou:

‘Há ainda alguém que tenha ficado da casa de Saul, para que lhe faça benevolência por

amor de Jônatas?’ [2 Samuel 9:1], assim podemos conceber Deus como perguntando:

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ORE PARA QUE O ESPÍRITO SANTO use estas palavras para trazer muitos

Ao conhecimento salvador de JESUS CRISTO.

Sola Scriptura!

Sola Gratia!

Sola Fide!

Solus Christus!

Soli Deo Gloria!

‘Há ainda algum pecador arrependido, a quem Eu lhe faça benevolência por amor de

Cristo?’. E quando um pecador é encontrado, Deus não pode deixar de estar satisfeito,

porque isso Lhe proporciona uma oportunidade para mostrar o Seu amor por Cristo,

concedendo perdão em virtude de Sua expiação e intercessão...

4. Deus Se alegra quando os pecadores se arrependem, porque ele se agrada de vê-los

escapar da tirania e das consequências do pecado. Deus é luz; santidade perfeita. Deus

é amor; pura benevolência. Tanto a Sua santidade e a Sua benevolência O levam a Se

alegrar quando pecadores escapam do pecado. O pecado é aquela coisa abominável

que Ele odeia. Ele o odeia como uma coisa má ou maligna, e amarga ou destrutiva. Na

verdade, é ambos. É a peste, a lepra, a morte das criaturas racionais. O pecado infecta

e envenena todas as suas faculdades; mergulha-os nas mais baixas profundezas da

culpa e miséria, e contamina-os com uma mancha, que todas as águas do oceano não

podem lavar, que todos os fogos do Inferno não podem remover; a partir do que nada

pode purificá-los, senão o sangue de Cristo” (Obras Completas, vol. 3, p. 235-241).

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10 Sermões — R. M. M’Cheyne

Adoração — A. W. Pink

Agonia de Cristo — J. Edwards

Batismo, O — John Gill

Batismo de Crentes por Imersão, Um Distintivo

Neotestamentário e Batista — William R. Downing

Bênçãos do Pacto — C. H. Spurgeon

Biografia de A. W. Pink, Uma — Erroll Hulse

Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a

Doutrina da Eleição

Cessacionismo, Provando que os Dons Carismáticos

Cessaram — Peter Masters

Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepção da

Eleição — A. W. Pink

Como Ser uma Mulher de Deus? — Paul Washer

Como Toda a Doutrina da Predestinação é corrompida

pelos Arminianos — J. Owen

Confissão de Fé Batista de 1689

Conversão — John Gill

Cristo É Tudo Em Todos — Jeremiah Burroughs

Cristo, Totalmente Desejável — John Flavel

Defesa do Calvinismo, Uma — C. H. Spurgeon

Deus Salva Quem Ele Quer! — J. Edwards

Discipulado no T empo dos Puritanos, O — W. Bevins

Doutrina da Eleição, A — A. W. Pink

Eleição & Vocação — R. M. M’Cheyne

Eleição Particular — C. H. Spurgeon

Especial Origem da Instituição da Igreja Evangélica, A —

J. Owen

Evangelismo Moderno — A. W. Pink

Excelência de Cristo, A — J. Edwards

Gloriosa Predestinação, A — C. H. Spurgeon

Guia Para a Oração Fervorosa, Um — A. W. Pink

Igrejas do Novo Testamento — A. W. Pink

In Memoriam, a Canção dos Suspiros — Susannah

Spurgeon

Incomparável Excelência e Santidade de Deus, A —

Jeremiah Burroughs

Infinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvação

dos Pecadores, A — A. W. Pink

Jesus! – C. H. Spurgeon

Justificação, Propiciação e Declaração — C. H. Spurgeon

Livre Graça, A — C. H. Spurgeon

Marcas de Uma Verdadeira Conversão — G. Whitefield

Mito do Livre-Arbítrio, O — Walter J. Chantry

Natureza da Igreja Evangélica, A — John Gill

OUTRAS LEITURAS QUE RECOMENDAMOS Baixe estes e outros e-books gratuitamente no site oEstandarteDeCristo.com.

— Sola Scriptura • Sola Gratia • Sola Fide • Solus Christus • Soli Deo Gloria —

Natureza e a Necessidade da Nova Criatura, Sobre a —

John Flavel

Necessário Vos é Nascer de Novo — Thomas Boston

Necessidade de Decidir-se Pela Verdade, A — C. H.

Spurgeon

Objeções à Soberania de Deus Respondidas — A. W.

Pink

Oração — Thomas Watson

Pacto da Graça, O — Mike Renihan

Paixão de Cristo, A — Thomas Adams

Pecadores nas Mãos de Um Deus Irado — J. Edwards

Pecaminosidade do Homem em Seu Estado Natural —

Thomas Boston

Plenitude do Mediador, A — John Gill

Porção do Ímpios, A — J. Edwards

Pregação Chocante — Paul Washer

Prerrogativa Real, A — C. H. Spurgeon

Queda, a Depravação Total do Homem em seu Estado

Natural..., A, Edição Comemorativa de Nº 200

Quem Deve Ser Batizado? — C. H. Spurgeon

Quem São Os Eleitos? — C. H. Spurgeon

Reformação Pessoal & na Oração Secreta — R. M.

M'Cheyne

Regeneração ou Decisionismo? — Paul Washer

Salvação Pertence Ao Senhor, A — C. H. Spurgeon

Sangue, O — C. H. Spurgeon

Semper Idem — Thomas Adams

Sermões de Páscoa — Adams, Pink, Spurgeon, Gill,

Owen e Charnock

Sermões Graciosos (15 Sermões sobre a Graça de

Deus) — C. H. Spurgeon

Soberania da Deus na Salvação dos Homens, A — J.

Edwards

Sobre a Nossa Conversão a Deus e Como Essa Doutrina

é Totalmente Corrompida Pelos Arminianos — J. Owen

Somente as Igrejas Congregacionais se Adequam aos

Propósitos de Cristo na Instituição de Sua Igreja — J.

Owen

Supremacia e o Poder de Deus, A — A. W. Pink

Teologia Pactual e Dispensacionalismo — William R.

Downing

Tratado Sobre a Oração, Um — John Bunyan

Tratado Sobre o Amor de Deus, Um — Bernardo de

Claraval

Um Cordão de Pérolas Soltas, Uma Jornada Teológica

no Batismo de Crentes — Fred Malone

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Issuu.com/oEstandarteDeCristo

2 Coríntios 4

1 Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;

2 Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem

falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,

na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 3 Mas, se ainda o nosso evangelho está

encoberto, para os que se perdem está encoberto. 4 Nos quais o deus deste século cegou os

entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória

de Cristo, que é a imagem de Deus. 5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo

Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus,

que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,

para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. 7 Temos, porém,

este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.

9 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;

10 Trazendo sempre

por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus

se manifeste também nos nossos corpos; 11

E assim nós, que vivemos, estamos sempre

entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na

nossa carne mortal. 12

De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. 13

E temos

portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,

por isso também falamos. 14

Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará

também por Jesus, e nos apresentará convosco. 15

Porque tudo isto é por amor de vós, para

que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de

Deus. 16

Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o

interior, contudo, se renova de dia em dia. 17

Porque a nossa leve e momentânea tribulação

produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; 18

Não atentando nós nas coisas

que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se

não veem são eternas.