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ii
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
CÂMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP
Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais
ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DE FUNGOS A PARTIR
DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS DE MORCEGOS DA CIDADE
DE SINOP-MT
LARISSA LUDWIG MENDES
Sinop, Mato Grosso
Fevereiro, 2018
i
LARISSA LUDWIG MENDES
ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DE FUNGOS A PARTIR
DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS DE MORCEGOS DA CIDADE
DE SINOP-MT
Prof. Dr. RAFAEL SOARES DE ARRUDA (Orientador)
Profa. Dra. Fabiana Cristina Donofrio (Co-orientadora)
Dissertação apresentada ao Programa de Pós
Graduação em Ciências Ambientais da
Universidade Federal de Mato Grosso,
Câmpus Universitário de Sinop, como parte
das exigências para a obtenção do título de
Mestre em Ciências Ambientais. Área de
concentração: Bioprospecção.
Sinop, Mato Grosso
Fevereiro, 2018
ii
iii
iv
Sinopse:
Amostras biológicas de morcegos capturados na cidade de Sinop – MT, foram
processadas para isolamento e identificação de fungos filamentosos e leveduriformes
causadores de infecções fúngicas oportunistas e potencialmente patogênicas aos seres
humanos e animais.
Palavras-chave: Fungos, Morcegos, Infecções oportunistas.
Palavras-chave: Fungos, Morcegos, Infecções fúngicas.
v
DEDICO
Aos meus pais Viro Ludwig e Jacinta Ludwig e
ao meu marido Aldir Mendes.
vi
AGRADECIMENTOS
A Deus, foi nele que por muitas vezes encontrei forças para superar momentos difíceis
em que achei que não iria conseguir conquistar meu objetivo e que me deu coragem para que
eu não desistisse.
Aos meus pais pelo incentivo em trilhar caminhos em busca do conhecimento. Ao meu
pai Viro Ludwig pelos valiosos ensinamentos e à minha mãe Jacinta Ludwig pelas
incansáveis orações que fizeste.
Ao meu marido, Aldir Mendes, primeiramente peço perdão pelos momentos de
ausência e agradeço pelo companheirismo, pela paciência, pelos momentos de descontração e
por me ajudar em todas as etapas do mestrado, se não fosse por você, as coletas das amostras,
com certeza, seriam mais difíceis e até impossíveis.
À minha co-orientadora Profa. Dra. Fabiana Cristina Donofrio por sua intensa
dedicação, pela paciência, pelos ensinamentos, pelo acompanhamento exercido durante toda a
execução do trabalho e principalmente por sua amizade.
Ao meu orientador Prof. Dr. Rafael Soares de Arruda pelo apoio e auxílio na
identificação dos morcegos.
Aos meus familiares, que me ajudaram nas buscas de locais para coleta dos morcegos,
me apoiaram, torceram por mim em todas as etapas e compreenderam minhas ausências.
Agradeço a oportunidade que me foi dada pela Universidade Federal de Mato Grosso
e apoio do antigo Diretor do ICS, Prof. Dr. Paulo Sérgio Andrade Moreira e atual Diretor
Prof. Dr. Guilherme Luz Emerick.
Aos meus colegas de trabalho Morenna e Cleberson que fizeram com que os meus dias
fossem mais agradáveis, trocando experiências, escutando desabafos, torcendo por mim e que
me substituíram em minhas ausências.
A todos os professores do NUPADS que me receberam, tiveram paciência e foram
compreensíveis para que eu pudesse terminar o mestrado.
Aos meus colegas de aula e professores do Programa de Pós-Graduação em Ciências
Ambientais por todo aprendizado adquirido.
Aos discentes do curso de Medicina Thiago e Fred e a técnica Júlia Yumi Muraoka
que me auxiliaram durante o desenvolvimento da pesquisa.
vii
Às minhas amigas pelos momentos que descontração, pelas palavras de carinho, e por
me transmitirem forças para seguir em frente, agradecimentos especiais à Anelise, Janaina,
Bruna, Tainá, Fernanda, Juliane e Marina.
A todos, meus mais sinceros agradecimentos!
viii
RESUMO
Os morcegos apresentam grande importância na homeostasia dos ecossistemas e são
hospedeiros de uma rica diversidade de microrganismos como bactérias, vírus e fungos com
potencial patogênico. Portanto, este estudo visou isolar e identificar os principais fungos de
caráter oportunista e patogênico a partir de amostras biológicas de morcegos na cidade de
Sinop-MT, que possui grandes áreas de desmatamento devido à urbanização e agricultura.
Foram capturados 48 morcegos, em onze locais definidos de acordo com fluxo de pessoas e
animais domésticos, para obtenção de amostras biológicas e fezes secas dos abrigos. Essas
amostras foram processadas e submetidas aos cultivos microbiológicos, para isolamento e
identificação dos gêneros e espécies de fungos. Desse total, a espécie Molossus molossus (31
morcegos / 65%) apresentou maior número de isolamentos. Dos 48 morcegos isolados, 30
(62,5%) apresentaram fungos, isolados a partir das amostras de excretas frescas, intestinos,
pulmões, fígados e sangue de morcegos, que foram Penicillium sp., Scopulariopsis sp.,
Fusarium sp., Aspergillus sp., Alternaria sp., Basidiobolus sp., Cryptococcus sp.,
Trichosporon sp. e Candida sp. Das fezes secas coletadas dos abrigos também foram isolados
Candida sp., Cryptococcus sp., Fusarium sp., Penicillium sp., Aspergillus sp., Rhizopus sp. e
Mucor sp., que podem ser causadores de infecções oportunistas. Nossos resultados
demonstram que os morcegos capturados na cidade de Sinop-MT, podem atuar como agentes
veiculadores de fungos com potencial patogênico, aumentando assim o risco de exposição e
aquisição de infecções fúngicas oportunistas por pessoas e animais domésticos.
Palavras-chave: Fungos, Morcegos, Infecções fúngicas.
ix
ABSTRACT
Bats present importance in the homeostasis of ecosystems and are hosts a rich diversity of
microorganisms such as bacteria, viruses and fungi with pathogenic potential. Therefore, this
study aimed to isolate and identify the main opportunistic and pathogenic fungi from
biological samples of bats in the city of Sinop-MT, which confers large areas of deforestation
to urbanization and agriculture. 48 bats were captured, in 11 sites defined according to flow of
people and domestic animals, to obtain biological samples and dry feces from the shelters.
These samples were processed and submitted to microbiological cultures, for isolation and
identification of genus and fungi species. From this total, the Molossus molossus species (31
bats/65%) presented a greater number of isolates. Of the 48 isolated bats, 30 (62.5%)
presented fungi, isolated from fresh excreta, intestines, lungs, livers and blood samples of
bats, which were Penicillium sp Scopulariopsis sp, Fusarium sp, Aspergillus sp Alternaria sp,
Basidiobolus sp, Cryptococcus sp Trichosporon sp and Candida sp. From the dried feces
collected from the shelters were also isolated Candida sp, Cryptococcus sp, Fusarium sp,
Penicillium sp, Aspergillus sp, Rhizopus sp and Mucor sp, which may be the cause of
opportunistic infections. Our results demonstrate that bats captured in the city of Sinop-MT,
can act as fungal carriers with pathogenic potential, increasing the risk of exposure and
acquisition of opportunistic fungal infections by people and domestic animals.
Key words: Fungi, Bats, Opportunistic infections.
x
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO GERAL ........................................................................................................... 1
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................... 5
ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DE FUNGOS EM MORCEGOS CAPTURADOS EM
ÁREA URBANA DA AMAZÔNIA MATO-GROSSENSE ..................................................... 9
Introdução ................................................................................................................................... 9
Material e Métodos ................................................................................................................... 11
Área de estudo ................................................................................................................... 11
Captura dos morcegos e obtenção de amostras biológicas ............................................... 11
Processamento das amostras biológicas e isolamento....................................................... 12
Identificação de fungos filamentosos e leveduriformes .................................................... 13
Resultados ................................................................................................................................. 13
Discussão .................................................................................................................................. 16
Referências ............................................................................................................................... 18
CONCLUSÃO GERAL ........................................................................................................... 23
ANEXOS .................................................................................................................................. 24
Anexo 1: Autorização do Comitê de Ética de Uso de Animais (CEUA) da UFMT campus
Cuiabá ....................................................................................................................................... 24
Anexo 2: Autorização do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
(ICMBio) .................................................................................................................................. 25
Anexo 3: Normas para submissão na revista. ........................................................................... 28
xi
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Espécies de morcegos distribuídos de acordo com os locais de coleta, sexo e tipo de
amostras na cidade de Sinop-MT, 2017 ................................................................................... 13
Tabela 2: Espécies de morcegos em que foram isolados e identificados fungos a partir de
amostras de fígado, pulmões, intestino e fezes frescas............................................................. 14
Tabela 3: Fungos isolados das amostras de sangue, pulmões e fígado de morcegos de acordo
com o sexo ................................................................................................................................ 15
Tabela 4: Números de isolados em amostras de intestino e fezes frescas de acordo com o sexo
.................................................................................................................................................. 15
xii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Distribuição dos locais de coleta das amostras. ........................................................ 11
1
INTRODUÇÃO GERAL
Morcegos são classificados taxonomicamente na classe Mammalia e ordem Chiroptera
(SIMMONS, 2005). São os únicos mamíferos adaptados ao voo e considerados o segundo
maior grupo em número e diversidade de espécies (ALVES; FISHER, 2007). No Brasil, são
encontrados apenas morcegos da subordem Microchiroptera, que habitam todo território
nacional da Amazônia até os pampas gaúchos, incluindo áreas urbanas, sendo registradas 174
espécies, distribuídas em 65 gêneros e 9 famílias (PAGLIA et al., 2012).
Os quirópteros apresentam hábito de vida noturno e durante o dia permanecem em
abrigos naturais ou artificiais (MENDES et al., 2014). Tem grande importância na
homeostasia dos ecossistemas, pois espécies frugívoras de morcegos atuam como dispersoras
de sementes, as insetívoras, controlam populações de insetos e as nectarívoras atuam no
processo de polinização de algumas plantas (FABIÁN; RUI; WAECHTER, 2008). O sucesso
da reprodução de muitas espécies vegetais está associado aos hábitos alimentares dos
morcegos polinívoros e nectarívoros, havendo em muitos casos, complexas relações de
interdependência entre plantas e polinizadores (SANTANA, 2012).
A vida selvagem é adaptada ao meio ambiente (sinantrópico) e é composta por
espécies que podem responder às pressões de seleção baseadas em recursos e comportamentos
impostas pelos ambientes urbanos (LOWRY et al., 2012). A urbanização é um processo
importante de mudança, que tem transformado os habitats e as paisagens dos animais
silvestres (BAKER; HARRIS, 2007, MARKOVCHICK-NICHOLLS et al., 2008; STONE;
JONES; HARRIS, 2009, PERUGINI et al., 2011, YOUNG et al., 2011, SCOLOZZI;
GENELETTI, 2012, FRANCIS; BARBER, 2013). Entretanto, várias espécies de morcegos
demonstram flexibilidade a essa transformação, mantendo-se em fragmentos florestais
próximos ao perímetro urbano ou estabelecendo-se diretamente nesses ambientes (BARROS,
BISAGGIO, BORGES, 2006). Podem abrigar-se em edificações, alojando-se nas falhas de
construção e estrutura ou nos detalhes arquitetônicos dos edifícios, favorecendo o risco de
contato com os moradores e animais domésticos (PACHECO et al., 2010).
Muitas espécies sinantrópicas (roedores, aves, morcegos, raposas) demonstram
transportar patógenos zoonóticos e em alguns casos atuam como hospedeiros reservatórios
para esses agentes patogênicos (DEPLAZES et al., 2004; WRIGHT; GOMPPER, 2005).
Morcegos podem veicular fungos com potencial zoonótico, ocasionando infecções tanto no
homem como em outros animais (MAIA JÚNIOR, 2015). São hospedeiros de uma rica
2
diversidade de microrganismos. Estudos apontam envolvimento com protozoários do gênero
Plasmodium (CUROTTO et al., 2012), tripanossomatídeos (CAVAZZANA et al., 2010,
NISHIMURA; ORTÊNCIO FILHO, 2012; SZPEITER et al., 2017), Toxoplasma gondii
(JESUS et al., 2017) e Leishmania (SAVANI et al., 2010; REZENDE et al., 2017). Vírus já
foram detectados em quirópteros, como Lyssavirus causador da raiva (ALBULQUERQUE et
al., 2012, CORRÊA, et al., 2013, MOUTINHO et al., 2015, ALBAS et al., 2017),
Mastadenovirus (Adenoviridae) (LIMA et al., 2013) e hantavírus (ARAÚJO et al., 2012,
SUMIBCAY et al., 2012). Os morcegos também podem ser hospedeiros de riquétsias,
bactérias causadoras da febre maculosa brasileira (PINTER; LABRUNA, 2006) e de
Leptospira causadora de leptospirose (LINS; LOPES; MAROJA, 1986). Fungos patogênicos
e oportunistas vêem sendo isolados em amostras de fezes e de vísceras de morcegos como
Histoplasma capsulatum (KLITE; DIERCKS, 1965; REZENDE; DUARTE; FILIÚ, 2003;
OLIVEIRA; UNIS; SEVERO, 2006; DIAS et al., 2011; VELOSO et al., 2014), Coccidioides
posadasii (CORDEIRO et al., 2012), Cryptococcus sp (MOK, LUIZÃO; SILVA, 1982;
REZENDE, DUARTE; FILIÚ 2003, TENCATE et al., 2012), Pneumocystis sp (VELOSO et
al., 2014), Trichosporon sp (MOK, LUIZÃO; SILVA, 1982, SUGITA et al., 2005,
BRILHANTE et al., 2017), Candida sp (MOK; LUIZÃO; SILVA, 1982, BOTELHO et al.,
2012, TENCATE et al., 2012, BRILHANTE et al., 2017) e outros como Aspergillus sp,
Penicillium sp (TENCATE et al., 2012) e Scopulariopsis sp (CLOUTIER; THOMAS, 1992).
As infecções fúngicas ganharam destaque durante as últimas duas décadas, por
estarem entre as principais causas de morbidade e mortalidade em indivíduos
imunocomprometidos (SUETH-SANTIAGO et al., 2015). No Brasil, a criptococose foi
relatada como a mais prevalente em casos de internação de indivíduos imunossuprimidos no
período de 2000 a 2007, seguido da coccidioidomicose que ultrapassou o número de casos de
paracoccidioidomicose em 2002 e, por último, a histoplasmose (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2012). A histoplasmose e a criptococose são micoses oportunistas de caráter sistêmico
causadas por um fungo dimórfico Histoplasma capsulatum e uma levedura capsulada do
gênero Cryptococcus sp, respectivamente (SILVA, 2009; CRUZ, 2010). A infecção humana
se dá por meio da inalação de propágulos aerossolizados presentes em poeiras, excretas de
aves e morcegos, levando à infecção primária do sistema respiratório. O processo inflamatório
é caracterizado por uma reação granulomatosa composta por macrófagos, linfócitos e células
gigantes multinucleadas, seguido de cicatrização, fibrose e calcificação (ROSSINI;
GOULART, 2006). Caso o paciente seja imunossuprimido, essas leveduras podem sofrer
disseminação via hematogênica ou linfática, desenvolvendo a forma disseminada da doença
3
(REZENDE; DUARTE; FILIÚ, 2003; ROSSINI; GOULART, 2006; SOARES et al., 2011).
O acúmulo de fezes em abrigos (forros e chão de residências, galpões, cavernas, ocos de
árvores) e na presença de condições ambientais favoráveis como temperatura entre 22°C e
40°C, umidade 67% e 87% e pH, favorece o crescimento de Histoplasma capsulatum e de
Cryptococcus neoformans (PACHECO et al., 2010), aumentando o risco de contaminação
devido a uma maior concentração de propágulos fúngicos infectantes presentes nesses
ambientes (REOLON; PEREZ; MEZZARI, 2004).
A interação, impulsionada pelo aumento da invasão ambiental, a mudança de uso do
solo (exploração de recursos naturais e práticas agrícolas) e mudanças climáticas, pode
resultar na alteração do habitat e mudanças na associação de espécies e taxas de contato que
promove o surgimento de doença zoonótica (HASSEL et al., 2017). A densidade e o
crescimento da população humana são preditores significativos de eventos históricos de
doenças infecciosas emergentes e, portanto, a urbanização tem efeito profundo na saúde
pública à medida que os patógenos rurais se adaptam às condições urbanas e outros agentes
patogênicos reaparecem em áreas urbanas (BRADLEY; ALTIZER, 2007; ALIROL et al.,
2011). Esses fatores que influenciam o contato entre a vida selvagem, gado e humanos e a
prevalência de infecção em reservatórios animais são, portanto, de fundamental importância
para a dinâmica dos reservatórios e a fusão de doenças em paisagens em mudança (HASSEL
et al., 2017)
O município de Sinop, MT, está situado à margem direita do rio Teles Pires, a 500 km
da capital, Cuiabá, na Bacia Amazônica (TEIXEIRA, 2006) e possui grandes áreas de
desmatamento devido ao extrativismo vegetal, à urbanização, pecuária e agricultura, assim
como algumas reservas ambientais (CHIOVETO et al., 2012). A população do município e
região vive tanto em áreas rurais, próximas a áreas florestais, como em áreas urbanas e por
isso podem ser alvo de diferentes tipos de infecções fúngicas zoonóticas. Sendo assim, o
conhecimento da distribuição de morcegos em diferentes regiões da cidade de Sinop, bem
como dos fungos que eles carregam é essencial para entender sua participação no eixo
epidemiológico da disseminação de fungos. O presente trabalho teve como objetivo isolar e
identificar fungos oportunistas e com potencial patogênico a partir de amostras biológicas de
morcegos que habitam as áreas urbanas na cidade de Sinop-MT.
O presente trabalho teve como objetivo isolar e identificar fungos da microbiota a partir
de amostras biológicas de morcegos que habitam áreas urbanas tais como forros de
residências e fragmentos florestais, na cidade de Sinop-MT, com o intuito de entender a
participação desses no eixo epidemiológico da disseminação de fungos. Este entendimento é
4
relevante para determinação preditiva de transmissão de doenças infecciosas em cidades
próximas a zonas de forte expansão agropecuária.
5
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9
ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DE FUNGOS EM MORCEGOS
CAPTURADOS EM ÁREA URBANA DA AMAZÔNIA MATO-GROSSENSE
Larissa Ludwig¹*, Fabiana Cristina Donofrio², Júlia Yumi Muraoka² e Rafael Arruda¹
¹ Instituto de Ciências Naturais, Humanas e Sociais (ICNHS), Universidade Federal do Mato Grosso, Câmpus Sinop.
² Instituto de Ciências da Saúde (ICS), Universidade Federal do Mato Grosso, Câmpus Sinop.
* Autor para quem a correspondência deve ser endereçada E-mail: [email protected]
RESUMO
Os morcegos apresentam grande importância na homeostasia dos ecossistemas e são
hospedeiros de uma rica diversidade de microrganismos como bactérias, vírus e fungos com
potencial patogênico. Portanto, este estudo visou isolar e identificar os principais fungos de
caráter oportunista e patogênico a partir de amostras biológicas de morcegos na cidade de
Sinop-MT, que possui grandes áreas de desmatamento devido à urbanização e agricultura.
Foram capturados 48 morcegos, em onze locais definidos de acordo com fluxo de pessoas e
animais domésticos, para obtenção de amostras biológicas e fezes secas dos abrigos. Essas
amostras foram processadas e submetidas aos cultivos microbiológicos, para isolamento e
identificação dos gêneros e espécies de fungos. Desse total, a espécie Molossus molossus (31
morcegos / 65%) apresentou maior número de isolamentos. Dos 48 morcegos isolados, 30
(62,5%) apresentaram fungos, isolados a partir das amostras de excretas frescas, intestinos,
pulmões, fígados e sangue de morcegos, que foram Penicillium sp., Scopulariopsis sp.,
Fusarium sp., Aspergillus sp., Alternaria sp., Basidiobolus sp., Cryptococcus sp.,
Trichosporon sp. e Candida sp. Das fezes secas coletadas dos abrigos também foram isolados
Candida sp., Cryptococcus sp., Fusarium sp., Penicillium sp., Aspergillus sp., Rhizopus sp. e
Mucor sp., que podem ser causadores de infecções oportunistas. Nossos resultados
demonstram que os morcegos capturados na cidade de Sinop-MT, podem atuar como agentes
veiculadores de fungos com potencial patogênico, aumentando assim o risco de exposição e
aquisição de infecções fúngicas oportunistas por pessoas e animais domésticos
Palavras-chave: Fungos, Morcegos, Infecções fúngicas.
Introdução
A urbanização é um processo importante de transformação dos habitats e paisagens
onde vivem os animais silvestres (Baker e Harris, 2007; Markovchick-Nicholls et al., 2008;
Stone et al., 2009; Perugini et al., 2011; Young et al., 2011; Scolozzi e Geneletti, 2012;
Francis e Barber, 2013), e é caracterizada pela intensificação rápida da agricultura, mudanças
socioeconômicas e fragmentação ecológica, que podem ter impactos profundos sobre a
epidemiologia das doenças infecciosas (Hassel et al., 2017). Dentre a fauna vetora de doenças
infecciosas associada à ambientes urbanos, morcegos podem ser considerados como um dos
mais importantes. Os morcegos são considerados o segundo maior grupo em número e
diversidade de espécies do mundo (Alves e Fisher, 2007). No Brasil, são encontrados
morcegos da subordem Microchiroptera, que habitam todo território nacional da Amazônia
10
até os pampas gaúchos assim como áreas urbanas e são registradas 174 espécies, distribuídas
em 65 gêneros e 9 famílias (Paglia et al., 2012).
Estudos demonstram que os morcegos são reservatórios de agentes infecciosos,
incluindo vírus, bactérias, protozoários e fungos (Barros et al., 2008; Cordeiro et al., 2012),
favorecidos pelos abrigos proprícios ao desenvolvimento de microrganismos, o que aumenta o
contato com os mais variáveis tipos (Tencate et al., 2012). Os microrganismos podem ser
disseminados através de suas fezes ou carcaças em decomposição (Voyron et al., 2011),
tornando-se importantes fontes de contaminação ambiental, devido a capacidade desses
animais percorrerem longas distâncias (Brilhante et al., 2017).
A primeira interação entre fungos patogênicos e morcegos foi descrita por Emmons
em 1958 e seu estudo demonstrou a presença de Histoplasma capsulatum em amostras de solo
adjacentes a edifícios colonizados por morcegos em cidades na qual a prevalência da
sensibilidade a histoplasmina e casos clínicos de histoplasmose era observada (Emmons,
1958). Como consequência, outros pesquisadores estudaram a interação entre fungos e
morcegos urbanos, tanto em amostras de fezes quanto vísceras, e obtiveram resultados, como
isolamento do fungo Paracoccidioides brasiliensis (Grose e Tamsitt, 1965; Greer e Bolaños,
1977), Histoplasma capsulatum (Dias et al., 2011; Veloso et al., 2014), Coccidioides
posadasii (Cordeiro et al., 2012), Cryptococcus sp. (Tencate et al., 2012), Pneumocystis sp.
(Veloso et al., 2014), Trichosporon sp. (Brilhante et al., 2017), Candida sp. (Botelho et al.,
2012; Tencate et al., 2012; Brilhante et al., 2017), e outros como Aspergillus sp. e Penicillium
sp. (Tencate et al., 2012).
O município de Sinop-MT está situado na região conhecida mundialmente como Arco
do Desmatamanto. Desta forma, Sinop possui grandes áreas de desmatamento no entorno
devido à urbanização e agricultura, assim como algumas poucas reservas ambientais (Brum et
al., 2011). A população do município e região vive tanto em áreas rurais próximas a áreas
florestais, em áreas urbanas com resquícios de floresta, em áreas urbanas próximas a reservas
florestais, quanto em áreas totalmente urbanizadas, por isso podem ser alvo de diferentes tipos
de infecções fúngicas, devido a fatores como o crescimento rápido para as periferias,
desmatamento, extrativismo, agricultura, pecuária e ecoturismo.
O presente trabalho teve como objetivo isolar e identificar fungos da microbiota a
partir de amostras biológicas de morcegos que habitam áreas urbanas tais como forros de
residências e fragmentos florestais, na cidade de Sinop-MT - Brasil, com o intuito de entender
a participação desses no eixo epidemiológico da disseminação de fungos. Este entendimento é
11
relevante para determinação preditiva de transmissão de doenças infecciosas em cidades
próximas a zonas de forte expansão agropecuária.
Material e Métodos
Área de estudo
A cidade de Sinop, Estado de Mato Grosso, foi fundada no ano de 1974 e conta com
aproximadamente 113.099 habitantes em uma área de 3.942,229 km². O clima de Sinop é
quente, com temperatura média anual de 28°C. O regime de chuvas é equatorial e caracteriza-
se por um período seco no inverno e um período chuvoso no verão, principalmente nos meses
de janeiro a março (IBGE, 2010). As amostras foram coletadas no período de abril a outubro
de 2017, em forros de residências e fragmentos florestais de 11 locais na cidade de Sinop –
MT, escolhidos pela presença de morcegos e pessoas (Figura 1).
Figura 1: Distribuição dos locais de coleta das amostras.
A: Reserva florestal em área urbana; B, I, E e F: Áreas totalmente urbanizadas; C, D, G, H, J e
K: Áreas urbanas próximas à floresta. (Fonte: Google maps).
Captura dos morcegos e obtenção de amostras biológicas
Os morcegos foram capturados com auxílio de redes de neblina de nylon em locais de
fluxo canalizado de morcegos no período noturno e com puçás em forros das casas no período
diurno. A identificação das espécies de quirópteros foi realizada de acordo com as chaves de
identificação de Reis e seus colaboradores (2013). Após a coleta, foram acondicionados em
sacos de algodão para obtenção de fezes frescas, sendo então anestesiados e sacrificados por
meio de exsanguinação por punção cardíaca conforme Resolução Normativa n° 13/2013 do
Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (CONCEA). Uma gota de sangue
E F
I
A
B
D
C
G
H
J
K
12
foi utilizada para confecção do esfregaço sanguíneo e amostra restante armazenada em tubos
estéreis contendo anticoagulante EDTA (Ethylenediamine tetraacetic acid). Os morcegos,
lâminas e amostras de sangue foram devidamente identificados e encaminhados ao laboratório
para processamento.
As 35 amostras de fezes dos morcegos, que estavam expostas ao ambiente (forro, piso,
atrás e por cima de móveis), foram coletadas em 10 locais, exceto parque florestal, de contato
com a população, com auxílio de espátulas e acondicionadas em sacos plásticos estéreis,
devidamente identificados, e posteriormente transportados ao Laboratório de Análises
Microbiológicas e Parasitológicas – LAMP, da UFMT, Câmpus Sinop, para processamento.
Processamento das amostras biológicas e isolamento
As amostras de intestino, pulmões e fígado, e fezes dos morcegos foram obtidas
conforme descrito por Tencate et al. (2012) com algumas modificações. Os morcegos foram
colocados em posição anatômica de decúbito dorsal, e a assepsia foi feita na superfície da
região abdominal com álcool 70%. A pele e os músculos foram cortados e pela abertura foi
retirado os pulmões e fígado e Intestino utilizando material cirúrgico estéril.
Todos os procedimentos empregados durante os experimentos foram aprovados pelo
Comitê de Ética de Uso de Animais (CEUA) da UFMT de Cuiabá (processo n°
23108.720818/2016-15) e pelo Ministério do Meio Ambiente – MMA, Instituto Chico
Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio (processo n° 53484-1/2016).
Amostras de pulmão/fígado, intestinos e fezes foram individualmente macerados em
solução salina estéril, em agitador mecânico, homogeneizados vigorosamente por 5 minutos.
Após repouso de 30 minutos, 100µL de cada sobrenadante foram semeados em ágar
Sabouraud Dextrose 4% (SBR) (Sigma-Aldrich, St. Louis-MO, EUA) acrescido de
cloranfenicol (Alamar, São Paulo-SP, Brasil) e incubado em Estufa do tipo B.O.D. (Solab,
SL200/300) a 25ºC. Os sobrenadantes (100 µL) também foram semeados em ágar Brain
Heart Infusion (BHI) (Kasvi, Curitiba-PR, Brasil) acrescido de 5% de sangue desfibrinado de
carneiro (Newprov, Pinhais-PR, Brasil), incubado em estufa bacteriológica a 37°C. Alíquotas
de 100µL de sangue dos morcegos foram semeadas em meios de cultura e incubadas
conforme descrito anteriormente. As culturas foram observadas diariamente por 40 dias para
verificação de crescimento fúngico, antes de serem consideradas negativas. Os esfregaços
sanguíneos foram corados com panótico rápido e observados em microscópio óptico comum
(1000x) (Opton, TNB-01B-INF LED).
13
Identificação de fungos filamentosos e leveduriformes
As colônias isoladas foram repicadas em novas placas de Ágar Sabouraud para obtenção
de cultivos puros e para identificação, que foi realizada a partir das características macro e
micromorfológicas. As características macromorfológicas consistiram no tamanho da colônia,
pigmentação, textura e velocidade de crescimento. Já a análise micromorfológicas foi
realizada pela técnica de microcultivo em ágar batata (Riddell, 1950), visando identificar
pelas estruturas reprodutivas específicas gos gêneros de fungos filamentosos (Larone, 1987;
Lacaz et al., 1991)
As leveduras foram identificadas segundo as provas clássicas de identificação, incluindo
tubo germinativo, fermentação, assimilação de carboidratos e morfológica em ágar fubá
suplementado com Twen 80 (Kurtzman e Fele, 1998). Para leveduras sugestivas de
cryptococcus, foram feitas provas complementares como prova de produção de melanina pelo
cultivo em ágar Níger como descrito por Staib (1962), modificado por Shields e Ajello
(1966), análise da termotolerância, prova de detecção da enzima urease, utilizando meio caldo
ureia de Christensen (1946) (Becton Dickinson, Sparks-MD, EUA) e prova de sensibilidade à
cicloheximida.
Resultados
Um total de 48 quirópteros foram capturados, sendo 28 (56%) fêmeas e 20 (44%)
machos, pertencentes a 6 espécies, naturalmente distribuídos por toda região do município de
Sinop-MT. Destes, 35 morcegos (72,92%) pertenciam à Família Molossidae e 13 (27,08%) à
família Phyllostomidae. Além disso, foram coletadas 35 amostras de fezes que estavam
expostas ao ambiente (forro, piso, atrás e por cima de móveis) em 10 locais de contato com
pessoas (Tabela 1).
Tabela 1: Espécies de morcegos distribuídos de acordo com os locais de coleta, sexo e tipo de amostras na
cidade de Sinop-MT, 2017
Espécies Locais Fêmea Macho Amostras
Lophostoma brasiliense A 1 0 P,F,S
Artibeus obscurus A 0 2 P,F,S,FF
Tonatia bidens B 2 1 P,F,S,I
Tadaria brasiliensis A, F, D 2 2 P,F,S,I,FF
Phyllostomus hastatus E, F,G 0 7 P,F,S,I,FF
Molossus molossus C, D, E, F,H,I,J,K 23 8 P,F,S,I,FF
- B, C, D, E, F, G, H, I, J, K - - FS
Total 11 28 20
A: Parque Florestal; B: Residência na região Leste; C: Residência na região Norte; D: Residência no bairro Aquarela Brasil;
E: Residência no Jardim Botânico; F: Residência no Jardim Jacarandás, G: Sede de empresa na região Oeste; H: Residência
14
na região Sul; I: Residência no Jardim Maringá; J: Residência na região Sudeste; K: Residência na região Norte; I: Intestino;
S: Sangue; P: Pulmões; F: Fígado; FF: Fezes Frescas; FS: Fezes Secas.
Com relação aos hábitos alimentares, houve predominância de espécies insetívoras (46
morcegos / 95,83%) sendo Tadarida brasiliensis (4 morcegos / 8%), Tonatia bidens (3
morcegos / 6%), Molossus molossus (31 morcegos / 65%), Phyllostomus hastatus (7
morcegos / 15%) e Lophostoma brasiliense (1 morcego / 2%). Em menor número, morcegos
frugívoros (2 morcegos / 4%) como Artibius obscurus.
Do total de 48 morcegos avaliados quanto ao cultivo microbiológico de amostras de
pulmões e fígado (48 amostras), sangue (48 amostras), intestino (43 amotras) fezes frescas (6
amostras), 30 morcegos (62,5%) apresentaram positividade para pelo menos um gênero de
fungo. Dentre os nove gêneros de fungos isolados e identificados, cinco (55,56%)
corresponderam aos gêneros Penicillium sp., Scopulariopsis sp., Fusarium sp., Aspergillus sp.
e Alternaria sp., um (11,11%) ao gênero Basidiobolus sp., e três (33,33%) pertenciam aos
gêneros Cryptococcus sp., Trichosporon sp. e Candida sp (Tabela 2).
Tabela 2: Espécies de morcegos em que foram isolados e identificados fungos a partir de amostras
de fígado, pulmões, intestino e fezes frescas
Espécies de morcegos
Pen
icil
ium
Ca
ndid
a
Fu
sari
um
Tri
cho
spo
ron
Asp
erg
illu
s
Cry
pto
cocc
us
Alt
ern
ari
a
Sco
pu
lari
op
sis
Ba
sid
iobo
lus
To
tal
Artibius obscurus
1
1
Tonatia bidens 1
1 1
3
Molossus molossus 10 3 1
5 3 2 1 1 26
Lophostoma brasiliense
0
Phyllostomus hastatus 4 3
1 1
1
10
Tadarida brasiliensis 2 1
3
Total 17 7 3 1 6 4 2 2 1 43
Quanto ao sexo, do total de 48 morcegos capturados houve predominância de fêmeas
(28 indivíduos / 56%), apresentando positividade para uma maior diversidade de gêneros de
fungos como Penicilium sp. (8 indivíduos / 28,57%), Aspergillus (3 indivíduos / 10,71%),
Cryptococcus sp. (1 indivíduos / 3,57%), Candida sp. (3 indivíduos / 10,71%), Trichosporon
sp. (1 indivíduo / 3,57%) Basidiobolus ranarum (1 indivíduo / 3,57%), Fusarium sp. (2
indivíduos / 7,14%) e Alternaria sp. (1 indivíduo / 3,57%).
Das amostras de pulmão, fígado e sangue, obtidas de 48 morcegos, submetidas ao
cultivo microbiológico e identificação bioquímica, três foram positivas para Cryptococcus sp.
(2 machos e 1 fêmea), dois para Candida parapsilosis (apenas fêmeas) e 1 para Trichosporon
sp. (fêmea) (Tabela 3).
15
Tabela 3: Fungos isolados das amostras de sangue, pulmões e fígado de morcegos de acordo com o
sexo
Tipo de Amostra (n)
Espécie de Morcego Sangue Pulmão/Fígado
Lasiurus ega - Candida paropsilosis (01)
Mollossus molossus - Candida paropsilosis (01)
Tonatia bidens Trichosporon sp. (01) -
Mollossus molossus - Cryptococcus sp. (02)
Phyllostomus hastatus - Cryptococcus sp. (01)
Das amostras de intestino e fezes frescas obtidas de 46 morcegos (27 fêmeas e 19
machos) submetidas ao cultivo microbiológico e identificação bioquímica, 28 (13 fêmeas e 15
machos) foram positivos para, pelo menos, um gênero de fungo, em alguns casos apresentou
mais de um fungo por animal, sendo 18 (64,28%) positivos para Penicilium sp. (9 machos e 9
fêmeas), cinco (17,86%) para Aspergillus sp. (3 machos e 2 fêmeas), duas (7,14%) para
Aspergillus niger (1 macho e 1 fêmea), três (10,71%) para Fusarium sp. (2 fêmeas e 1
macho), uma (3,57%) para Fusarium moliniforme (fêmea), duas (7,14%) para Alternaria sp.
(1 macho e 1 fêmea), duas (7,14%) para Scopulariopsis (machos), uma (3,57%) para
Cryptococcus sp. (macho), duas (7,14%) para Candida glabrata (machos), duas (7,14%) para
Candida albicans (machos), três (10,71%) para Candida paropsilosis (2 fêmeas e 1 macho) e
uma (3,57%) para Basidiobolus ranarum (fêmea).
Tabela 4: Números de isolados em amostras de intestino e fezes frescas de acordo com o sexo
Sexo
Fungo Macho Fêmea
Penicillium sp. 9 9
Alternaria sp. 1 1
Fusarium sp. 1 2
Fusarium moliniforme 1
Basisiobolus ranarum 1
Aspergillus niger 1 1
Aspergillus sp. 3 2
Candida paropsilosis 1 2
Candida albicans 2
Candida glabrata 2
Cryptococcus sp. 1
Scopulariopsis sp. 2
Em relação às 35 amostras de excretas de morcegos expostas ao ambiente, em 10
locais, com grande fluxo de pessoas, foram isolados e identificados oito gêneros, totalizando
16
54 isolados, sendo os mais prevalentes Aspergillus sp. (20 amotras / 37,04%) e Penicillium sp.
(19 amotras / 35,19%), seguidos de Candida (2 C. paropsilosis, 3 C. albicans e 2 C. glabrata)
(7 amotras / 12,96%), Fusarium sp. (3 amotras / 5,56%), Trichosporon sp. (2 amotras /
3,70%), Cryptococcus (1 amotra / 1,85%), Mucor sp. (1 amotra / 1,85%) e Rhizopus sp. (1
amotra / 1,85%).
Todas as amostras de intestino, sangue, pulmões, fígados, fezes frescas e secas
submetidas ao cultivo microbiológico foram negativas para H. capsulatum. Os 48 esfregaços
sanguíneos confeccionados a partir de amostras de sangue de 48 morcegos, foram negativos
para pesquisa de fungos.
Discussão
Neste estudo, foram isolados fungos patogênicos de caráter oportunistas a partir de
amostras biológicas de morcegos capturados em áreas urbanas da cidade de Sinop, localizada
na Amazônia Mato-Grossense, nesta região, o crescimento urbano se faz presente, acelerado
pela grande expansão agropecuária.
Com o aparecimento da urbanização acompanhada de edifícios e outras construções
humanas, como pontes e túneis, a ecologia de morcegos deve ter sofrido mudanças
dramáticas, a partir do número de espécies que atualmente são dominantes ou exclusivas em
tais estruturas. As construções humanas podem simular as propriedades estruturais e
funcionais encontradas em cavernas ou árvores, de modo que os morcegos podem ter
aprendido a explorar o novo ambiente de pousada artificial (Russo e Ancillotto, 2015).
Em nosso estudo a espécie de morcego de maior ocorrência foi Molossus molossus
com 31 (65%) exemplares, sendo a mais predominante em áreas urbanas (Canteros et al.,
2005; Pacheco et al., 2010; Dias et al., 2011). A presença de morcegos em áreas domiciliares
na cidade de Sinop-MT, demonstra o contato interespécie com o homem e outros animais,
podendo acarretar problemas à saúde pública. O predomínio dessa espécie insetívora em área
urbana pode ser explicado pela oferta de abrigo e alimento, já que a iluminação da cidade atrai
um grande número de insetos (Pacheco et al., 2010).
A espécie Molossus molossus foi a mais frequente e, consequentemente, a que
apresentou a maior diversidade de fungos, sendo isolados oito gêneros. Resultados
semelhantes foram encontrados por Paz (2017), sendo Molossus molossus a espécie com
maior positividade para H. capsulatum, Paracoccidioides brasiliensis e Cryptococcus spp.; e
por Corrêa et al. (2013), que relataram que M. molossus e Artibeus lituratus são as espécies
infectadas com o maior número de agentes patogênicos. Os molossídeos são descritos como
17
os morcegos mais frequentes encontrados em edifícios (Pacheco et al., 2010), especialmente
sob telhados, em várias estruturas e em cavidades de árvores (Reis et al., 2007), e de acordo
com os dados do presente estudo, onde dos 48 animais coletados, 31 foram molossídeos
(Molossus molossus e Tadaria brasiliensis)
Além dos molossídeos, outros morcegos como das espécies Phyllostomus hastatus,
Tonatia bidens e Lasiurus ega foram encontrados apresentando infecção por fungos, Paz
(2017) também confirmou a infecção sistêmica em pulmões, fígado, baço e intestino de seis
morcegos, sendo quatro para H. capsulatum, um para Cryptococcus spp. e um para
Paracoccidioides brasiliensis. Mok et al. (1982), isolaram 186 fungos a partir de vísceras,
pulmões e fígados de 155 morcegos, sendo identificadas 7 espécies potencialmente
patogênicas para o homem como Candida parapsilosis, C. glabrata, C. albicans, C.
stellatoidea, C. kefyr e Trichosporon beigelii. Oyeka (1994) estudou 120 morcegos
nigerianos, isolando de 18, leveduras do gênero Candida sp. e Trichosporon sp.
Várias doenças emergentes são zoonoses, e os quirópteros desempenham papel
importante como fonte de infecção e transmissão de agentes infecciosos, devido às suas
características sociais, biológicas e imunológicas (Hance et al. 2006; Zanella, 2016; Han et
al., 2015).
Os gêneros de fungos filamentosos mais isolados, a partir do cultivo de amostras de
intestino, fezes frescas e secas de morcegos da cidade de Sinop-MT, foram Penicillium sp. e
Aspergillus sp., corroborando com os dados observados por Rezende et al. (2003) em Bonito-
MS, Tencate et al. (2012) na região Noroeste do Estado de São Paulo, e Misra e Elangovan
(2016) em vários monumentos históricos na Índia. As leveduras de caráter oportunista mais
isoladas foram Candida parapsilosis, Candida albicans e Candida glabrata, seguida de
Cryptococcus sp. e Trichosporon sp. Resultados semelhantes foram demonstrados por
Botelho e colaboradores (2012), que isolaram a partir de amostras de fezes de morcegos
urbanos que habitam a cidade de Londrina – PR, cinco espécies do gênero Candida: C.
guilliermondii, C. krusei, C. lusitaniae, C. parapsilosis e C. pelliculosa. Tencate et al. (2012)
isolaram da microbiota gastrintestinal de morcegos da região Noroeste do Estado de São
Paulo, leveduras do gênero Candida sp. (10%) e Cryptococcus sp. (2%). Sugita et al. (2005),
avaliaram amostras de fezes de morcegos de cavernas vulcânicas localizadas em 11 cidades
no Japão, isolando nove espécies de Trichosporon sp., sendo duas conhecidas e as sete
restantes potencialmente novas, com base em análises filogenéticas moleculares.
As leveduras dos gêneros Cryptococcus sp., Candida sp. e Trichosporon sp. podem ser
encontradas na microbiota gastrintestinal e outras vísceras de quirópteros, e a infecção em
18
humanos ocorre por via inalatória, por meio de contato com propágulos fúngicos presentes no
ambiente (Baltazar e Ribeiro, 2008), causando infecções oportunistas em pacientes
imunocomprometidos expostos a uma grande diversidade de fatores de risco (Gibson e
Johnston, 2015; Peixoto et al., 2014; Mattede et al., 2015).
A infecção fúngica humana mais citada relacionada com morcegos é a Histoplasmose,
causada pelo fungo Histoplasma capsulatum, estudos demonstram a presença deste fungo em
ambientes como cavernas, casas, ocos de árvores, e que na presença de condições ambientais
favoráveis como temperatura, umidade e pH, foram isolados a partir de amostras de fezes e de
vísceras de morcegos (Mok et al., 1982; Rezende et al., 2003; Ulloa et al., 2006). Entretanto,
o clima quente e seco da cidade de Sinop, no período de coleta das amostras, pode ter
influenciado na viabilidade de H. capsulatum a partir de amostras de fezes, assim como lento
e difícil crescimento do fungo em meio de cultura, dificultando seu isolamento. Segundo
Wheat et al. (2004), o isolamento do fungo a partir das fezes exige trabalho minucioso e
várias amostras são necessárias, uma vez que o H. capsulatum se concentra em pequenos
microfocos com condições de crescimento ideais, como temperatura entre 22 e 29 ºC e
umidade relativa de 67% a 87% ou mais, em certos períodos do ano.
Nossos resultados demonstram que os morcegos capturados na cidade de Sinop,
podem atuar como agentes veiculadores de fungos com potencial patogênico, aumentando
assim o risco de exposição e aquisição de infecções fúngicas oportunistas por pessoas e
animais domésticos, principalmente por permanecerem em abrigos próximos à população.
Desta forma, medidas de manejo ambiental devem ser realizadas pelo Serviço de Vigilância
Epidemiológica da cidade de Sinop-MT, visando diminuir a população de morcegos no
ambiente doméstico e assim minimizar os riscos de transmissão de infecções fúngicas.
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23
CONCLUSÃO GERAL
O presente estudo teve como objetivo isolar e identificar fungos oportunistas e com
potencial patogênico a partir de amostras biológicas de morcegos que habitam as áreas
urbanas tais como forros de residências e locais com fragmentos florestais, na cidade de
Sinop-MT. Nossos resultados demonstraram que:
A principal espécie de morcego capturada foi Molossus molossus (31morcegos /65%),
espécie insetívora que se adapta muito bem às condições urbanas devido a alta
concentração de insetos que são atraídos pela luminosidade da cidade, desta espécie
foi isolado a maior variedade de gêneros de fungos;
Os fungos de importância médica causadores de infecção oportunista sistêmica
isolados e identificados a partir de amostras de sangue, pulmões e fígado de morcegos
foram Cryptococcus sp. (3 morcegos /6,25%), Candida sp. (2 morcegos /4,16%) e
Trichosporon sp. (1 morcego /2,08%);
A microbiota gastrintestinal dos morcegos das áreas urbanizadas de Sinop-MT é
constituída de fungos oportunistas com potencial patogênico tais como Cryptococcus
sp. (1 morcego /2,17%), Aspergillus sp. (7 morcegos /15,22%), Candida sp. (7
morcegos /15,22%), Fusarium sp. (4 morcegos /8,69%), Penicillium sp. (18 morcegos
/39,13), Scopulariopsis sp. (2 morcegos /4,35%) e Basidiobolus ranarum (1 morcego
/2,17%);
Nas fezes secas coletadas dos ambientes abrigos também foram isolados fungos
oportunistas com potencial patogênico como Candida sp. (7 morcegos /20%),
Cryptococcus sp. (1 morcego /2,86%), Fusarium sp. (3 morcegos /8,57%), Penicillium
sp. (19 morcegos /54,28%), Aspergillus sp. (20 morcegos /57,14%), e fungos
ambientais como Rhizopus sp. (1 morcego /2,86%) e Mucor sp. (1 morcego /2,86%);
Nossos resultados demonstram que os morcegos capturados na cidade de Sinop-MT,
podem atuar como agentes veiculadores de fungos com potencial patogênico, aumentando
assim o risco de exposição e aquisição de infecções fúngicas oportunistas por pessoas e
animias domésticos. Desta forma, medidas de manejo ambiental devem ser realizadas pelo
Serviço de Vigilância Epidemiológica da cidade de Sinop –MT, visando diminuir a população
de morcegos no ambiente doméstico e assim minimizar os riscos de transmissão de infecções
fúngicas.
24
ANEXOS
Anexo 1: Autorização do Comitê de Ética de Uso de Animais (CEUA) da UFMT campus
Cuiabá
25
Anexo 2: Autorização do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
(ICMBio)
26
27
28
Anexo 3: Normas para submissão na revista.
ISSN 1517-8382 versão impressa ISSN 1678-4405 versão online
INSTRUÇÕES AOS AUTORES
Escopo da revista
Submissão de um artigo
Publicação do artigo
Preparo do artigo
Escopo da revista
A partir do dia 01/01/2015 o Brazilian Journal of Microbiology
(BJM) aceitará manuscritos que versem sobre genoma de
microrganismo sequenciado recentemente. Eles serão
publicados na seção "Genome Announcement". O objetivo
desta seção é permitir que autores do
sequenciamento informem aos leitores do BJM sobre um
genoma que está disponível e qual seria o interesse para a
comunidade científica. O publicação não impedirá a futura
publicação de um artigo científico completo no BJM ou em outra revista.
Escopo da seção “Genome Announcement” no BJM:
Os autores da publicação deverão ser os mesmos ou
na sua maioria dos contidos no depósito da sequência
do genoma;
A sequência do genoma deve estar disponível para o
público no DDBJ / EMBL / NCBI dados GenBank
(http://www.ncbi.nlm.nih.gov/genbank), no momento
do envio do manuscrito para o BJM. O número de
acesso válido no GenBank para o genoma, deve ser
claramente indicado no manuscrito;
As sequências completas de plasmídeos circulares
serão aceitas sem lacunas;
As sequências de nucleotídeos que se refere o
“announcement” , deve cobrir pelo menos 95% do
tamanho do genoma esperado para o organismo;
Serão considerados para publicação depósitos
completos feitos no GenBank e gapped cromossomos
(scaffolded) do genoma. Para tais depósitos é
preferível ter uma anotação funcional.
O manuscrito enviado para a seção “Genome
Announcement” deve conter no máximo 500 palavras
no corpo do texto e um resumo de 150 palavras;
Os autores devem indicar claramente a origem da
cepa microbiana, a importância de ter sequenciado o
genoma e os benefícios que o campo da microbiologia.
O texto deve conter a metodologia utilizada no
sequenciamento, incluindo o número e tamanho das
leituras geradas, métodos de montagem utilizado, as
medidas tomadas para gerar os scaffolds e para fechar
29
o genoma, quando aplicável. Além disso, informar
quais métodos serão utilizados para anotação e curadoria se for o caso.
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Microbiologia Industrial: Fermentação Bacteriana
Biossíntese e bioconversão de produtos naturais,
como: antibióticos; xenobióticos e macromoléculas
produzidas por bactérias. Aspectos moleculares de biotecnologia bacteriana.
30
Fermentação Fúngica
Biossíntese e bioconversão de produtos naturais,
como: antibióticos; xenobióticos e macromoléculas
produzidas por fungos. Aspectos moleculares de biotecnologia fúngica.
Microbiologia de Alimentos: Tecnologia de Alimentos
Aplicações de microrganismos (bactérias e fungos) na
produção de alimentos.
Segurança e Qualidade dos alimentos
Doenças de origem alimentar.
Deterioração de alimentos. Ecologia microbiana em alimentos.
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Bases genéticas, bioquímicas e estruturais da patogênese bacteriana.
Patogenicidade de Fungos
Bases genéticas, bioquímicas e estruturais da
patogênese fúngica.
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Estudos sobre bactérias de importância médica.
Micologia
Estudos sobre fungos de importância médica.
Virulogia
Estudos sobre vírus de importância médica.
Microbiologia Ambiental:
Ecologia Microbiana
31
Ecologia de grupos microbianos naturais; diversidade
microbiana de ambientes naturais, como água, solo,
sedimentos e organismos superiores. Interações microbianas.
Biotecnologia
Aspectos ambientais de saúde pública.
Biodegradação.
Biorremediação.
Considerações ambientais para microrganismos geneticamente modificados.
Fisiologia de Fungos
Bioquímica de fungos, biofísica, metabolismo,
estrutura celular, respostas a fatores de estresse,
crescimento, diferenciação e outros processos relacionados.
Fisiologia de Bactérias
Bioquímica de bactérias, biofísica, metabolismo,
estrutura celular, respostas a fatores de estresse,
crescimento, diferenciação e outros processos
relacionados.
Genética e Biologia Molecular de Fungos
Genética de fungos, biologia molecular, regulação
gênica, replicação e reparo de DNA, proteomas e transcriptomas
Genética e Biologia Molecular de Bactérias
Genética de bactérias, biologia molecular, regulação
gênica, replicação e reparo de DNA, proteomas e
transcriptomas
Genética e Biologia Molecular de Vírus
Genética de vírus, biologia molecular, regulação
gênica, replicação e reparo de DNA, proteomas e transcriptomas
Microbiologia Veterinária
Doenças de animais
Controle e/ou tratamento de animais
Diagnostico de patógenos de animais Patógenos veterinarios ou zoonóticos
Ensino de Microbiologia
32
Estratégias de ensino em microbiologia Novas ferramentas de ensino em microbiologia
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33
Helsinki (http://www.ufrgs.br/HCPA/gppg/helsin5.htm). Nos
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estabelecidas no "Guide for the Care and Use of Laboratory
Animals" (Institute of Laboratory Animal Resources, National
Academy of Sciences, Washington, D. C. 1996), e os
"Princípios Éticos na Experimentação Animal do Colégio
Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA -
http://www.cobea.org.br/index.php?pg=Principios%20Eticos)
devem ser respeitados.
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34
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ATO Traduções: www.atotraining.com.br
Prof. Julian D. Gross, University of Oxford, Oxford Biomedical
Editors: [email protected] BioMed Proofreading LLC: http://www.biomedproofreading.com
ORGANIZAÇÃO
O Título deve ser conciso, não conter abreviações e indicar claramente o tema do
artigo.
Expressões como "Effects of", "Influence of", "Study on", etc, devem ser evitadas.
Os cuidados na escolha das palavras do título são importantes, pois são usadas em sistemas eletrônicos de busca.
O Resumo deve resumir o conteúdo básico do artigo. Ele deve ser representativo
do texto. Não deve conter referências, tabelas nem abreviações pouco usuais.
São de grande importância, pois serão lidos por muitas pessoas que não têm acesso ao artigo completo.
A Introdução deve oferecer informações que possibilitem ao leitor avaliar
adequadamente os resultados apresentados no artigo sem que obrigatoriamente
tenha que recorrer à literatura corrente. No entanto, a introdução não deve ser
uma extensa revisão de literatura. Deve informar claramente as justificativas e os objetivos do artigo.
Os Materiais e Métodos devem proporcionar informações suficientes para que
outros pesquisadores possam reproduzir o trabalho. A repetição de detalhes de
procedimentos que já tenham sido publicados em outros artigos deve ser evitada.
Se um método publicado for modificado, tais modificações devem estar claras no
artigo. Fontes de reagentes, meios de cultura e equipamentos (empresa, cidade,
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estado e País) devem ser mencionadas no texto. Nomes que são marcas
registradas devem ser claramente indicados. Subtítulos podem deixar este tópico mais fácil de ler e entender.
Os Resultados devem, por meio de texto, tabela e/ou figuras dar os resultados
dos experimentos. Se o item Discussão for incluído, evite interpretações
extensas dos resultados, pois isto deverá ser feito na discussão. Se
os Resultados e Discussões forem redigidos concomitantemente, então os
resultados devem ser discutidos no local mais apropriado do texto. Tabelas e
figuras devem ser numeradas em algarismos arábicos. Todas as tabelas e figuras
devem ser mencionadas no texto.
O local aproximado das tabelas e figuras no texto deve ser indicado.
O item Discussão deve discutir os resultados em função da literatura citada.
As Referências devem ser redigidas em ordem alfabética e começar pelo último
nome do primeiro autor. Todos os autores devem ser citados. As citações no texto
devem ser escritas pelo último nome do primeiro autor, seguido pelo ano de
publicação. Como exemplo, tem-se: "... while Silva and Pereira (1987) observed
that resistance depended on soil density" ou "It was observed that resistance
depended on soil density (Silva and Pereira, 1987)." Para a citação de dois ou
mais artigos do mesmo autor, liste em ordem cronológica sendo que os anos
devem ser separados por vírgula (exemplo: Freire-Maia et al., 1966a, 1966b,
2000; Hene 2010; Padonou et al., 2012). Os nomes dos periódicos devem ser
abreviados de acordo com o BIOSIS. Todas as referências incluídas na lista final
devem ter sido citadas no texto e todas as referências mencionadas no texto
devem aparecer na lista final.
Exemplos:
a. Artigos de Periódicos
Brito DVD, Oliveira EJ, Darini ALC, Abdalla VOS, Gontijo-Filho PP (2006)
Outbreaks associated to bloodstream infections with Staphylococcus
aureus and coagulase-negative Staphylococcus spp in premature neonates
in a university hospital from Brazil. Braz J Microbiol37:101-107.
b. Artigos ou Capítulos de Livro
Franco BDGM, Landgraf M, Destro MT, Gelli DS, (2003) Foodborne
diseases in Southern South America. In: Miliotis, M.D., Bier, J.W.(eds).
International Handbook of Foodborne Pathogens. Marcel Dekker, New
York, USA, 733-743.
c. Livros
Montville TJ, Matthews KR (2005) Food Microbiology - an introduction.
ASM Press, Washington, D.C.
d. Patentes
Hussong RV, Marth EH, Vakaleris DG. January 1964. Manufacture of
cottage cheese. U.S. Pat. 3, 117, 870.
e. Teses e Dissertações
Santos MVB (2005) O papel dos anticorpos contra os componentes da
parede celular de Paracoccidioides brasiliensis na evolução da doença
experimental. São Paulo, Brasil, 110p. (M.Sc. Dissertation. Instituto de
Ciências Biomédicas. USP).
f. Comunicações em Eventos (Simpósios, Conferências, etc)
Silveira TS, Martins JL, Abreu FA, Rosado AS, Lins UGC (2005) Ecology of
magnetotatic multicelular organisms in microcosms. XXIII Congresso
Brasileiro de Microbiologia, Santos, SP, p. 272.
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g. Publicações na Web
Abdullah MAF, Valaitis AP, Dean DH (2006) Identification of a Bacillus
thuringiensis Cry11 Ba toxin-binding aminopeptidase from the
mosquito Anopheles quadrimaculatus. BMC
Biochemistry. http://www.biomedcentral.com/1471-2091/7/16
h. Webpage
U.S. Food and Drud Administration. 2006. Enjoying Homemade Ice Cream
without the Risk of Salmonella Infection. Available
at: http://www.cfsan.fda.gov/~dms/fs-eggs5.html. Accessed 26 May 2006.
As citações do tipo "personal communication" ou "unpublished data" devem ser
evitadas, embora se reconheçam que, eventualmente, elas possam ser usadas.
Nestes casos, elas devem ser citadas no texto e não na lista final de referências.
As referências que consistem de artigos que foram "aceitos para publicação" ou
"no prelo" são aceitáveis. No entanto, as referências dos artigos que são "submetidos" ou "em preparação" não são aceitas.
AGRADECIMENTOS: Esta seção é opcional. Ela reconhece a assistência
financeira e pessoal recebida para execução do trabalho.
TABELAS: devem ser inseridas no texto de acordo com que são citadas e
numeradas seqüencialmente por algarismos arábicos. O título deve ser colocado
acima da tabela e deve ser curto, porém representativo, com descrição completa
da informação contida na tabela. Cabeçalhos e rodapés devem ser concisos, com
colunas e linhas cuidadosamente centralizadas. Devem ter qualidade suficiente
para garantir boa reprodução. Por favor, abra o link abaixo para ver os requisitos
necessários para se obter a resolução adequada. (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/about/image_quality_table.html)
FIGURAS: devem ser inseridas no texto de acordo com que são citadas e
numeradas seqüencialmente por algarismos arábicos. Os dados que foram
apresentados em tabelas não devem ser repetidos na forma de figuras. As
legendas devem ser colocadas abaixo das figuras. Devem ter qualidade suficiente
para garantir boa reprodução. Por favor, abra o link abaixo para ver os requisitos
necessários para se obter a resolução adequada. (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/about/image_quality_table.html)
FOTOGRAFIAS: Devem ter qualidade suficiente para garantir boa reprodução.
Por favor, abra o link abaixo para ver os requisitos necessários para se obter a
resolução adequada. (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/about/image_quality_table.html)
Conflitos de Interesses
É política do periódico Brazilian Journal of Microbiology que qualquer pessoa
envolvida no processo de publicação (autores, revisores, membros do corpo
editorial e assistentes) deve estar isenta de conflitos de interesses que possam
influenciar negativamente o parecer, a objetividade e a lealdade a seus autores.
O BJM reconhece que qualquer conflito de interesse detectado deve ser
prontamente comunicado e rapidamente resolvido. Conflitos de interesses em
publicações podem ser definidos como condições nas quais um indivíduo possui
conflito ou competição de interesses que podem resultar em decisões editoriais
tendenciosas. Os conflitos de interesses podem ser potenciais, percebidos ou
factuais. Considerações pessoais, políticas, financeiras, acadêmicas ou religiosas
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podem afetar a objetividade de diferentes formas.
DIREITOS AUTORAIS
Os autores dos manuscritos aprovados deverão encaminhar para BJM (Fax: 55
11-3037-7095; [email protected]), previamente à publicação, a
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Artigo no. ____________
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Data: ____/_________/_________
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