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INTRODUÇÃO AOS PRIMEIROS SOCORROS CONCEITO O curso de primeiros socorros destina-se a instrução de pessoas leigas e profissionais de saúde para agirem em situação de emergência, como prestar socorro a pessoas feridas em acidentes ou vítimas de mal súbito. O atendimento de Primeiros socorros consiste na assistência imediata e provisória, à vítima cuja sua vida ou a sua saúde estejam em perigo, a fim de manter suas funções vitais e evitar o agravamento de suas condições até a chegada de uma assistência especializada. IMPORTÂNCIA O simples fato de notar que uma vítima está em parada respiratória, por exemplo, faz toda diferença. Em algumas situações, se não forem tomadas as providências imediatas necessárias, a vítima provavelmente morrerá antes mesmo de o socorro chegar. ASPECTOS LEGAIS DO SOCORRO - OMISSÃO DE SOCORRO É CRIME - O artigo 135 do Código Penal Brasileiro é bem claro: “Deixar de prestar socorro à vítima de acidente ou pessoa em perigo iminente, podendo fazê-lo sem risco pessoal, é crime”. Pena - detenção de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa. Parágrafo único: A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave e triplicada, se resulta em morte. Importante: Ao solicitar ajuda especializada é uma maneira de prestar socorro à vítima.

INTRODUÇÃO AOS PRIMEIROS SOCORROS§ão aos... · 3 – VERTIGENS, DESMAIOS E CONVULSÕES VERTIGENS Vertigem é a sensação e mal-estar em que a vítima tem a impressão de que

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INTRODUÇÃO AOS PRIMEIROS SOCORROS

CONCEITO

O curso de primeiros socorros destina-se a instrução de pessoas leigas

e profissionais de saúde para agirem em situação de emergência, como prestar

socorro a pessoas feridas em acidentes ou vítimas de mal súbito.

O atendimento de Primeiros socorros consiste na assistência imediata e

provisória, à vítima cuja sua vida ou a sua saúde estejam em perigo, a fim de

manter suas funções vitais e evitar o agravamento de suas condições até a

chegada de uma assistência especializada.

IMPORTÂNCIA

O simples fato de notar que uma vítima está em parada respiratória, por

exemplo, faz toda diferença. Em algumas situações, se não forem tomadas as

providências imediatas necessárias, a vítima provavelmente morrerá antes

mesmo de o socorro chegar.

ASPECTOS LEGAIS DO SOCORRO

- OMISSÃO DE SOCORRO É CRIME -

O artigo 135 do Código Penal Brasileiro é bem claro: “Deixar de prestar

socorro à vítima de acidente ou pessoa em perigo iminente, podendo

fazê-lo sem risco pessoal, é crime”.

Pena - detenção de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.

Parágrafo único: A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta

lesão corporal de natureza grave e triplicada, se resulta em morte.

Importante: Ao solicitar ajuda especializada é uma maneira de prestar socorro

à vítima.

QUAIS AS PRIMEIRAS PROVIDÊNCIAS

AVALIAÇÃO DO AMBIENTE

A primeira atitude a ser tomada no local do acidente é avaliar os riscos que

possam colocar em perigo a pessoa prestadora dos primeiros socorros. Se

houver algum perigo em potencial, deve-se aguardar a chegada do socorro

especializado. Entre as situações potencialmente perigosas, podemos citar:

Colisão de veículos

Escapamento de gás tóxico, combustível ou explosivo

Incêndio

Derramamento de substâncias tóxicas

Fuga de corrente elétrica

Águas turbulentas

Ataques de animais selvagens ou domésticos agressivos

Contaminação por material radioativo

Desabamento

Inundação, etc.

SOLICITAÇÃO DE AUXÍLIO

Solicite se possível à outra pessoa que peça auxílio chamando o socorro

especializado, tais como SAMU 192 e Bombeiros 193 comunicando:

O tipo de acidente

Gravidade aparente

Localização exata

O nº aproximado de vítimas, a gravidade das mesmas

Pessoas presas em ferragens

Vazamento de combustível ou produtos químicos, e todas as

informações que ele precisar. Estas informações você terá obtido

anteriormente, durante a fase de avaliação do ambiente.

SINALIZAÇÃO

Efetuar, sempre que necessário, a sinalização do local para evitar a

ocorrência de novos acidentes. Pode ser feita com cones, fita zebrada, ou

qualquer objeto que chame a atenção de outras pessoas para o cuidado com o

local, na falta destes recursos, pode-se pedir para que uma pessoa fique

sinalizando a certa distância.

ATENDIMENTO

Ao iniciar o atendimento, deve-se ter em mente o que fazer e o que não

fazer. Manter o autocontrole é imprescindível nesta fase. Não minta para a

vítima. Procure expressar segurança e confiança no que faz. É importante que

o primeiro socorrista possua iniciativa e certa liderança ao atuar junto à vítima.

O atendimento deve estar baseado numa rápida avaliação das necessidades,

que indicam ao prestador de primeiros socorros suas prioridades. Para isso,

deve-se:

Manter-se calmo, transmitindo confiança, tranquilidade e segurança;

Garantir a segurança;

Pedir socorro;

Controlar a situação;

Verificar situação das vítimas (dê prioridade ao atendimento dos casos

de parada cardiorrespiratória, inconsciência, hemorragia abundante,

estado de choque e envenenamento, pois EXIGEM SOCORRO

IMEDIATO).

Agir rapidamente, porém dentro dos próprios limites, utilizando

conhecimentos básicos de Primeiros Socorros.

Certifique-se de que qualquer providência a ser tomada não venha a

agravar o estado da vítima.

ATENÇÂO

Não dê líquidos a pessoas inconscientes;

Recolha, em caso de amputação, a parte seccionada, envolva-a em um

pano limpo para entrega IMEDIATA ao médico;

No atendimento, a pessoa que estiver prestando os primeiros socorros

deve realizar os dois exames básicos: exame primário e exame secundário.

EXAME PRIMÁRIO

O exame primário consiste em verificar:

Se a vítima está consciente;

Se a vítima está respirando;

Se as vias aéreas estão desobstruídas;

Se a vítima apresenta pulso.

Este exame deve ser feito em 2 minutos ou menos. Se a vítima não estiver

respirando, mas apresentar batimentos cardíacos (pulso), iniciar a respiração

artificial conforme o procedimento. Caso não haja sinal de pulso, iniciar a RCP

segundo o procedimento. A seguir, as figuras 1,2 e 3 indicam a forma correta

para verificação da respiração e pulso no adulto e no bebê respectivamente.

1 - Respiração (ver, ouvir, sentir) 2 - Pulso no adulto

3 - Pulso no bebê

EXAME SECUNDÁRIO

Avaliar o nível de consciência.

Avaliar pulso e respiração.

Avaliar os 3 Sinais Diagnósticos:

Tamanho das pupilas;

Enchimento capilar (perfusão sanguíneas das extremidades);

Cor da pele.

Realizar o exame físico na vítima:

Pescoço;

Cabeça (hemorragia em ouvidos e nariz suspeite fratura de crânio);

Tórax;

Abdômen;

Pelve;

Membros Inferiores;

Membros Superiores;

Dorso.

O que o prestador de primeiros socorros deve observar ao avaliar o pulso e a

respiração

Pulso:

Frequência: É aferida em batimentos por minuto, podendo ser normal,

lenta ou rápida. 80 a 100 bpm

Ritmo: É verificado através do intervalo entre um batimento e outro.

Pode ser regular ou irregular.

Intensidade: É avaliada através da força da pulsação. Pode ser cheio

(quando o pulso é forte) ou fino (quando o pulso é fraco).

Respiração:

Frequência: É aferida em respirações por minuto, podendo ser: normal,

lenta ou rápida. 20 rpm

Ritmo: É verificado através do intervalo entre uma respiração e outra,

podendo ser regular ou irregular.

Profundidade: Deve-se verificar se a respiração é profunda ou

superficial.

OS 10 MANDAMENTOS DO SOCORRISTA:

1. Mantenha a calma.

2. Tenha em mente a seguinte ordem de segurança quando você estiver

prestando socorro: · PRIMEIRO EU (o socorrista)

· DEPOIS MINHA EQUIPE (Incluindo os transeuntes)

· E POR ÚLTIMO A VÍTIMA

Isto parece ser contraditório a primeira vista, mas tem o intuito básico de não

gerar novas vítimas.

3. Ao prestar socorro, é fundamental ligar ao atendimento pré-hospital de

imediato ao chegar no local do acidente. Exemplo: SAMU 192, Bombeiro 193,

PM 190.

4. Sempre verifique se há riscos no local, para você e sua equipe, antes de agir

no acidente.

5. Mantenha sempre o bom senso.

6. Mantenha o espírito de liderança, pedindo ajuda e afastando os curiosos.

7. Distribua tarefas, assim os transeuntes que poderiam atrapalhar lhe ajudarão

e se sentirão mais úteis.

8. Evite manobras intempestivas (realizadas de forma imprudente, com pressa)

9. Em caso de múltiplas vítimas dê preferência àquelas que correm maior risco

de vida como, por exemplo, vítimas em parada cardiorrespiratória ou que

estejam sangrando muito.

10. Seja socorrista e não herói (lembre-se do 2o mandamento).

2 – ESTADO DE CHOQUE

CONCEITO

Estado fisiológico em que existe um fluxo sanguíneo inadequado para os

tecidos e células do corpo.

O choque afeta todos os sistemas corporais, podendo desenvolver-se de

forma muito rápida ou lenta, dependendo da sua causa. Durante o choque, o

organismo esforça-se para sobreviver, na tentativa de restaurar o fluxo

sanguíneo e a perfusão tecidual. Qualquer agressão ao corpo pode criar uma

cascata de eventos que resultara em choque. Portanto, quase todos os

pacientes, com qualquer estado patológico, podem estar em risco de

desenvolvê-lo.

FISIOPATOLOGIA

Vários fatores podem levar uma pessoa ao estado de choque, dentre eles

podemos citar: hemorragias graves, choques elétricos, queimaduras graves,

ataques cardíacos, envenenamentos, exposição a temperaturas extremas,

ferimentos graves, infecções, reações alérgicas e emoções fortes. Cada uma

dessas causas gera um estado de choque diferente, os quais estão

relacionados a seguir:

Causa precipitante do choque

↓ fluxo sanguíneo; ↓DC

Hipotensão e ↓ perfusão tecidual

Mecanismo compensatório

Persistência das alterações

Vasoconstrição; ↑ FC

Deterioração celular

Isquemia

Morte celular

Choque Irreversível

TIPOS DE CHOQUE

Choque hipovolêmico

Choque cardiogênico

Choque neurogênico

Choque anafilático

Choque séptico

SINAIS E SINTOMAS

Pele fria e úmida

Sudorese intensa e fria

Palidez

Respiração curta, rápida e irregular

Pulso rápido e fraco

Sensação de frio e tremores

Sede

Náuseas e vômitos

Tontura, inconsciência parcial ou total

Hipotensão

Obs. 1: O choque cardiogênico pode apresentar dor torácica antecedendo o

choque. Obs. 2: No choque neurogênico ocorrerá bradicardia, em vez da

taquicardia, a qual caracteriza as outras formas de choque, e pele seca e

quente, em lugar da pele fria e úmida.

CONDUTA

Proceder a uma breve inspeção no acidentado, para ter uma noção

global da situação e solicitar socorro especializado.

Tentar eliminar ou controlar a causa do choque (hemorragias,

queimaduras, etc.)

Revisar os sinais vitais: manter vias aéreas desobstruídas, verificar a

respiração, pulso e nível de consciência.

Se estivar consciente e respirando bem, deitá-lo com a cabeça mais

baixa que o tronco e as pernas, exceto quando houver suspeita de

fraturas no crânio.

Manter a cabeça virada para o lado, exceto se houver suspeita de lesão

de coluna cervical.

Afrouxar as vestes da vítima para facilitar a respiração e circulação.

Mantenha-o aquecido e protegido

3 – VERTIGENS, DESMAIOS E CONVULSÕES

VERTIGENS

Vertigem é a sensação e mal-estar em que a vítima tem a impressão de

que as coisas em volta estão se movimentando. Podendo ocorrer devido há

várias causas, dentre as quais: alturas elevadas, mudanças bruscas de

pressão atmosférica, mudanças bruscas de posição, etc.

A sensação de mal-estar é desagradável e pode se manifestar por

zumbidos e até por surdez momentânea, sendo frequente vir também

acompanhada de náuseas. A pessoa acometida de vertigens dificilmente perde

os sentidos, mantendo-se consciente.

Diante disso, o que o socorrista deve fazer?

Colocar a vítima deitada em decúbito dorsal.

Não deixar que a vítima faça qualquer movimento brusco, sobretudo

com a cabeça.

Afrouxar as roupas da vítima para que a circulação sanguínea se

restabeleça.

DESMAIOS

É a perda súbita da consciência, e normalmente temporária. O desmaio

pode ser causado por contusões, emoções fortes, excesso de esforço físico,

cansaço e falta de alimentação entre outras. Normalmente trata-se de um

acidente leve e passageiro. E grave quando causado por grandes hemorragias,

traumatismo na cabeça, etc. Apesar de saber que o desmaio nem sempre é um

acidente grave, jamais deixe de atender uma pessoa desmaiada.

SINAIS E SINTOMAS

Suores frios

Palidez

Respiração lenta

Pulso fraco

Visão nublada

Tontura e perda temporária da consciência

CONDUTA

Às vezes podemos perceber que a vítima irá sofrer um desmaio. Ela

apresenta fraqueza, tontura, palidez e suor frio, podendo ainda acorrer

escurecimento de vista. Se a vítima esta prestes a desmaiar, deve-se

colocá-la sentada em uma cadeira, com a cabeça voltada para baixo e os

braços estirados. Em seguida o socorrista deve colocar a mão sobre a nuca da

vítima fazendo uma leve pressão para baixo, mantendo-a assim por alguns

minutos, essa manobra visa aumentar a oxigenação do cérebro.

No entanto, se o desmaio já ocorreu os procedimentos a serem

realizados serão:

Deitar a vítima em decúbito dorsal, devendo evitar aglomerações.

Elevar as pernas a um nível superior à cabeça.

Afrouxar as roupas da vítima

Havendo sinais de vômito lateralizar a cabeça

Se a vítima desmaiar novamente ou se ficar inconsciente por mais de 2

minutos, sem causa aparente, agasalhe-a e providencie assistência

adequada.

Ficar atento aos sinais vitais, desmaios prolongados podem levar ao

estado de choque.

CONVULSÕES

São contrações musculares involuntárias e descontroladas de todo o

corpo, com causas variadas, tais como hipoxemia de qualquer natureza, febre,

TCE (Trauma crânio encefálico), hipertensão, infecções SNC (Sistema Nervoso

Central), epilepsia, abstinência de drogas, alergias, etc.

SINAIS E SINTOMAS

Súbita perda de consciência e queda ao chão

Contrações musculares em todo corpo

Lábios roxos e salivação

Respiração forte e irregular

CONDUTA

Afastar objetos próximos e proteger a cabeça da vítima

Afrouxar as roupas e retirar óculos, próteses dentarias, colares e outras

coisas que possam quebrar ou machucar a vítima.

Não tente impedir os movimentos convulsivos

Mantenha a cabeça lateralizada, para evitar que a vítima se sufoque

com a saliva.

Não introduzir objetos na boca

Controlar sinais vitais

Se possível registre o tempo aproximado da crise, se durarem muito

tempo, igual ou superior a 15 minutos, pode haver risco de morte,

providencie socorro imediato.

Passada a crise, confortar a vítima, colocá-la na posição lateral de

segurança (PLS - figura 4) e a deixe descansar, em seguida encaminhe

a assistência médica.

Figura 4

4 –HEMORRAGIAS E FERIMENTOS

CONCEITO

Hemorragia é a perda de sangue devido ao rompimento de um ou mais

vasos sanguíneos (veia ou artéria). O controle da hemorragia deve ser feito

rapidamente, pois quando abundante e não controlada, pode levar a morte em

3 a 5 minutos.

CLASSIFICAÇÃO

EXTERNA: São aquelas que o sangue verte para o meio externo, ocasionada

por ferimentos, amputações, etc., sendo de fácil identificação. Quando as veias

são atingidas, o sangue é vermelho escuro e sai de forma lenta e contínua, se

uma artéria é atingida, o perigo é ainda maior, o sangue é vermelho vivo e sai

em jatos fortes e rápidos.

Conduta

Aplicar um curativo de gaze ou pano limpo sobre o ferimento e

pressionar.

Não remova o curativo, quando preciso colocar novas compressas secas

por cima das já existentes, para aproveitar melhor a coagulação.

Amarrar um pano, atadura, gravata ou cinto, por cima do curativo, sem

apertar muito para não prejudicar a circulação.

Se possível, elevar o membro atingido.

Quando essas medidas não forem suficientes, comprima as principais

artérias que irrigam a parte afetada, antes do ponto do sangramento

Deitar a vítima se possível, manter os sinais vitais e observar sinais de

choque.

Não tentar tirar corpos estranhos dos ferimentos e não aplicar

substâncias no local

Torniquete: É um instrumento utilizado para controlar hemorragias severas e

que não podem ser contidas por outro método. Deverá ser adotada apenas

como último recurso, pois pode levar a amputação cirúrgica de membros se

não for afrouxado corretamente e no tempo certo.

Para fazer o torniquete você deve usar um pano limpo e seco com largura de 6

a 10cm e 80cm de comprimento e um objeto em forma cilíndrica (pedaço de

madeira, tubo PVC, caneta, lápis) desprezar arames, fios ou cabos. Será

aplicado da seguinte forma: Dar duas voltas com o pano no membro lesionado,

mantendo as duas pontas simétricas, dar um nó nas duas pontas, acoplar o

objeto cilíndrico, e em seguida da um segundo nó, mantendo firme o objeto.

Logo após o terceiro, comece a rotação do objeto até cessar o sangramento.

Por fim dar o quarto nó para amarra o objeto impedindo que ele desenrole.

ATENÇÃO: O aperto do torniquete deve ser na medida do necessário, devendo

ser afrouxado a cada 10 minutos, anote em qualquer parte do corpo visível as

letras TQ e a hora.

INTERNA: São aquelas em que o sangue se acumula dentro de uma cavidade

do corpo ou órgãos, em consequência de ferimentos ou traumatismos

profundos, sendo de difícil identificação, e levam rapidamente ao estado de

choque.

Sinais e Sintomas: Pele fria, úmida e pegajosa, palidez, sensação de frio,

pulso fraco, lábios descorados, sede, náuseas,vômitos, rigidez abdominal,

tontura ou inconsciência.

Conduta

Deitar a vítima com a cabeça mais baixa que o corpo e lateralizada,

exceto quando houver suspeita de fratura de crânio ou de coluna.

Afrouxar as roupas da vítima

Colocar bolsa de gelo ou compressa fria no local do trauma

Não deixá-la tomar líquidos

Mantenha a vítima aquecida

Manter os sinais vitais

Tipos de hemorragia

Hemorragia nasal (epistaxe)

Este tipo de hemorragia é muito comum causada pelo rompimento dos

vasos sanguíneos do nariz. Em traumas, a hemorragia nasal pode indicar

traumatismo craniano.

Conduta

Sente a vítima, jamais vire a cabeça para trás, pois o sangue pode

descer para o pulmão

Pedir a vítima para respirar pela boca e não deixar assoar o nariz

Comprimir as narinas com os dedos, por 5 a 10 minutos

Colocar compressa fria ou gelo no nariz

Se a hemorragia não cessar providencie socorro médico

Se a vítima estiver inconsciente, fazer rolamento e deixá-la na PLS.

Hemorragia Pulmonar

Quando expelido, o sangue tem aspecto vermelho vivo e espumoso,

acompanhado por tosse. Deve-se realizar a conduta geral para hemorragias

internas, alem de pedir para a vítima não falar, no intuito de evitar a tosse.

Hemorragia Digestiva

Apresenta dor, pontos arroxeados, rigidez abdominal, náuseas e vômitos

com sangue escuro. Os procedimentos serão os mesmos na conduta geral.

FERIMENTOS

Trata-se do rompimento da pele, podendo atingir camadas mais

profundas do organismo, órgãos, vasos e outras áreas. Podem ser causados

por instrumentos cortantes ou perfurantes como faca, projétil de arma de fogo,

pedaços de vidro ou metais.

Ferimentos nos olhos

Qual quer tipo de ferimento no olho pode ser muito grave e, por isso, a

vítima deve ser levada imediatamente a um especialista. Mesmo em ferimentos

graves, se tratados a tempo, têm possibilidade de recuperação.

Conduta

Não permita que a pessoa esfregue o olho

Em caso de contato com produtos químicos, lavá-los com água

abundante

Não tentar tirar cacos ou objetos cravados

Utilizar ataduras para cobrir os dois olhos, mesmo que um deles esteja

sadio, para evitar ao máximo a movimentação do olho atingido.

Ferimentos no tórax

Cobrir o ferimento com gaze ou pano limpo, para evitar a entrada de ar,

devendo ser coberto no final da expiração, ou seja, no exato momento

da saída do ar.

Pressionar o local e prender o curativo com uma faixa ou cinto, sem

apertar demais.

Manter sinais vitais e observar sinais de choque

Se houver piora da respiração deve-se descobrir parcialmente o

ferimento ou fazer um curativo de três pontas.

Ferimentos no abdômen

Cobrir o ferimento com compressa ou pano limpo, mantendo-a firme no

lugar

No caso de órgãos internos expostos, não tocá-los diretamente, nem

tentar recolocá-los. Cobrir com uma compressa ou pano limpo,

umedecidos em soro fisiológico ou água limpa.

Ferimentos com presença de objetos encravados

Manter o objeto no lugar

Fazer curativo para estabilizar o objeto

Quando o objeto for muito longo, poderá ser

cortado, porém lembrando sempre de não

movimentar o objeto.

Em caso de ferimento por arma de fogo, se houver

hemorragia, deve-se estancá-la através de

compressão, mas nunca tente retirar a bala, mesmo que ela esteja

localizada superficialmente ou em local de fácil acesso.

5 –FRATURAS, ENTORSE E LUXAÇÕES

FRATURAS

É a quebra ou ruptura de qualquer osso do corpo humano. Deve-se

suspeitar de uma fratura sempre que:

A parte afetada apresentar um aspecto alterado (coloração roxa).

O membro estiver em posição anormal (deformação).

A vítima sentir dificuldade ou impossibilidade de movimento.

A vítima sentir muita dor, inchaço ou sensação de atrito no local.

CLASSIFICAÇÃO

Fechada ou Interna

São fraturas em que não há o rompimento da pele.

Aberta ou Externa

São fraturas em que o osso rompe a pele.

Conduta

Movimentar a vítima o mínimo possível.

Mantenha o membro afetado na posição mais natural possível sem

causar desconforto para a vítima.

Retire objetos que possam impedir a circulação como pulseiras, relógios,

etc.

Coloque gelo ou compressas frias.

Imobilizar o membro atingido com talas, que podem ser de qualquer

material rígido (madeira, papelão, revista ou jornal dobrado).

As talas deverão ultrapassar as articulações, acima e abaixo da fratura,

devendo ser forradas com pano ou outro material macio, para não

machucar a pele da vítima.

Fixe as talas com tiras de pano ou ataduras acima e abaixo da fratura e

das articulações mais próximas, não amarre no local da área fraturada.

Se for possível atendimento rápido, não realize esses procedimentos,

deixe que a equipe de socorro o faça, pois eles dispõem de material

adequado para o mesmo.

Em caso de fratura exposta, não tente colocar o osso no lugar, proteja a

fratura com gaze ou pano limpo antes da imobilização.

Figura 5

TIPOS DE FRATURAS

Fratura de crânio

Dor local, sangramento pelo nariz, boca ou ouvidos, náuseas e vômitos,

tontura, inconsciência, alteração das pupilas.

Fratura de coluna

Dor local, anestesia, formigamento, incapacidade de movimento dos

membros.

Fratura de costelas

Respiração difícil, dor intensa no tórax ao tentar se movimentar ou

respirar.

Fratura de fêmur e bacia

Dor intensa na região, dificuldade de movimentar-se.

Conduta

Mantenha a vítima imóvel

Proteja a cabeça da vítima de maneira que ela não possa realizar

movimentos, não lateralize a cabeça e não a eleve.

Afrouxe as roupas da vítima.

Caso tenha que transportar a vítima, imobilize toda a vítima, coloque-a

deitada sobre uma superfície rígida (tábua, porta, maca) e fixe com tiras

largas em todo o corpo, tenha o cuidado de não movimentar a cabeça.

Avalie constantemente os sinais vitais e observe sinais de choque.

Figura 6

ENTORSES

É uma lesão dos tecidos moles (cápsula articular e/ou ligamentos) de

uma articulação. Ocorre quando uma articulação é forçada além do limite

natural, como uma torção de pé, por exemplo. Apresenta dor intensa no local,

inchaço, impossibilidade de movimentação da articulação.

LUXAÇÂO

É o deslocamento das extremidades ósseas que formam as articulações.

Os principais sinais são: Dor local, deformação ao nível da articulação, inchaço,

impossibilidade de movimentação.

Em ambos, deve-se proceder como os casos de fraturas.

6 –QUEIMADURAS

CONCEITO

Toda e qualquer lesão decorrente da ação do calor sobre o organismo.

CLASSIFICAÇÃO QUANTO A PROFUNDIDADE

1º Grau: Atinge apenas a epiderme (camada mais superficial da pele), sendo

caracterizada por vermelhidão, dor local, inchaço e ressecamento da pele,

causada geralmente por exposição prolongada à luz solar ou contato breve

com líquidos ferventes.

2 º Grau: Atinge camadas um pouco mais profundas da pele. Caracteriza-se

por formação de bolhas e descamação das camadas superficiais da pele com

formação de feridas avermelhadas, úmidas e muito doloridas.

3 º Grau: Atinge todas as camadas da pele, podendo alcançar músculos,

nervos e ossos. Estas queimaduras apresentam secas, esbranquiçadas ou de

aspecto carbonizado com pouca ou nenhuma dor, devido à destruição de

células nervosas que transmitem a sensação de dor.

Conduta

Identificar e interromper imediatamente a causa do calor.

Caso a queimadura seja de 1º grau, utilize água ou compressas frias

para aliviar a dor e faça a administração por via oral de líquidos.

Caso a queimadura seja de 2º e 3º grau, resfrie o local com água ou

compressas frias, nunca utilize gelo ou água gelada.

Se a vítima estiver em chamas, não a deixe correr, utilizar água fria,

extintor de CO2 ou abafar com um cobertor em último caso pedir que a

mesma role no chão.

Retire roupas, pulseiras, joias, relógios, que não estejam grudadas na

pele da vítima.

Proteja com pano limpo molhado em água e encaminhe-a a um hospital

ou aguarde a chegada do socorro.

Faça a avaliação primaria da vítima. Identifique qual tipo, grau e

extensão da queimadura.

Não fure as bolhas e não utilize nenhum tipo de pomada ou produto

caseiro na área afetada pela queimadura.

Controle os sinais vitais e observe sinais de choque.

A queimadura é uma lesão estéril, por isso tenha cuidado ao manuseá-la

e evite ao máximo contaminá-la.

QUANTO A EXTENSÃO DA QUEIMADURA

A gravidade de uma queimadura não se mede somente pelo grau da

lesão, mas também pela área atingida, na verdade, o risco de morte depende

muito mais da extensão das lesões do que do grau da queimadura. São

consideradas graves, as queimaduras que atingem mais de 15% do corpo, no

caso de adultos e 10% para crianças até 10 anos. Para podermos avaliar a

extensão da SCQ Superfície Corpórea Queimada utilizamos a regra dos nove.

(Tabela abaixo).

Área ADULTO CRIANÇA

Cabeça e pescoço 9% 18%

Membros superiores 9% 9%

Tronco anterior 18% 18%

Tronco posterior 18% 18%

Genitais 1% -

Membros inferiores 18% 14%

QUEIMADURAS ESPECIAIS

Queimaduras elétricas

São produzidas pelo contato direto entre o corpo e a fonte elétrica. A

gravidade é determinada pelo trajeto da corrente através do corpo. Pode gerar

lesões musculares, desordens elétricas do músculo cardíaco, lesões ósseas e

de órgãos vitais.

Desligue a fonte de energia elétrica, se não for possível.

Afaste a vítima da fonte de energia com material isolante. Tome cuidado

com fios soltos e chão molhado.

Para vítimas de choque elétrico observe se há parada

cardiorrespiratória, em caso afirmativo proceda com RCP –

Ressuscitação cardiopulmonar. (capítulo seguinte).

Procure locais de entrada e saída da corrente elétrica, ambos estarão

lesados.

Cubra o local com pano limpo e úmido

Providencie socorro imediato.

Queimaduras químicas

São inúmeros os produtos capazes de produzir queimaduras químicas. As

extremidades, geralmente são os locais mais atingidos. A principal diferença da

entre a queimadura térmica e química, é que a última tem sua profundidade

agravada enquanto o agente químico permanece em contato com a pele.

Retire roupas e acessórios contaminados com o produto.

Lave o local de contato com água corrente e fria por 5 a 10 minutos.

Cubra o local com pano limpo e úmido

Providencie socorro imediato.

7 –RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR

CONCEITO

A RCP é um conjunto de procedimentos cientificamente comprovados,

voltados para a assistência às vítimas que se encontram com ausência de

batimentos cardíacos e/ou ausência de respiração, com o objetivo de recuperar

a bomba cardíaca e evitando a morte cerebral.

Existem muitos casos e situações que podem levar uma pessoa a sofrer

uma parada cardiorrespiratória: afogamento, aspiração excessiva de gases

venenosos, presença de corpos estranhos na garganta, choque elétrico,

parada cardíaca. Os primeiros sinais da parada cardiorrespiratória são

facilmente identificáveis: Inconsciência, ausência da respiração, ausência de

pulso, extremidades arroxeadas.

CONDUTA

Deite a vítima em decúbito dorsal em superfície rígida.

Ajoelhe-se ao lado da vítima e chame-a para verificar se está

inconsciente.

Se constatada a parada, acione o socorro e inicie o ABCD.

Airway – Abertura de vias aéreas, através da manobra de inclinação da

cabeça e elevação do queixo (na ausência de lesão cervical) (figura 7) e

observar se a alguma presença de corpo estranho, constatando a

presença, se possível retire-o.

Figura 7

Abaixo demonstramos a manobra para abertura de vias aéreas na

presença de lesão cervical, com tração da mandíbula para frente e para

cima (figura 8). ATENÇÃO: essa manobra não é recomendada para

pessoas leigas, utilize a manobra anterior para todas as vítimas, mesmo

em vítimas de trauma. (Diretrizes 2005 AHA – American Heart

Association)

Figura 8

Breathing – Respiração (ver, ouvir e sentir) por 5 a 10 segundos.

Havendo ausência da respiração, realize 2 ventilações de resgate de 1

segundo cada. Tampe o nariz da vítima, para evitar que o ar retorne por

esta via, inspire normalmente e expire na boca da vítima (figura 9).

Figura 9

Circulation – Circulação. Após as ventilações de resgate (não parar para

verificar pulso), inicia-se a compressão torácica externa. O local exato

para pressionar fica a dois dedos acima da ponta do osso esterno, osso

do centro do peito (figuras 10 e 11). Apóie uma mão sobre a outra neste

ponto, mantenha os braços esticados num ângulo de 90º com a vítima

(figura 12), a pressão aplicada deve ser suficiente para deprimir o

esterno de 3,5 a 5 cm no adulto, numa frequência de aproximadamente

100 compressões por minuto. Segundo as diretrizes de 2005 da AHA

(American Heart Association), a relação de compressão / ventilação é de

30/2 por 2 minutos ou 5 ciclos, independente do número de socorristas.

Observação: Para criança use 1 ou 2 mãos para realizar as

compressões na linha dos mamilos e para lactentes comprima com 2

dedos imediatamente abaixo da linha dos mamilos.

Figura 10 Figura 11 Figura 12

Defibrilation – desfibrilação. Podendo ser realizada apenas na presença

de um DEA – Desfibrilador Externo Automático. Este equipamento pode

ser utilizado por qualquer pessoa treinada, o mesmo informa todos os

procedimentos a serem realizados, onde será administrado choque caso

seja indicado, em vítimas a partir de 1 ano de idade. Caso disponha de

um DEA, após o choque reinicie imediatamente a RCP, começando com

compressões torácicas.

Nunca esqueça de solicitar socorro e quando o fizer peça um DEA.

RESUMO - Relação compressão / ventilação:

Em adultos e crianças a partir de 8 anos: 5 ciclos de 30/2 ou 2 minutos,

com 1 ou 2 socorristas .

Em crianças de 1 a 8 anos: 5 ciclos de 30/2 ou 2 minutos com 1

socorrista e 10 ciclos 15/2 ou 2 minutos com 2 socorristas.

Em lactentes de 0 a 1 ano: 5 ciclos de 30/2 ou 2 minutos com 1

socorrista.

8 –CORPOS ESTRANHOS

Corpos estranhos são corpos que penetram no organismo através de

qualquer orifício ou após uma lesão de causa variável. Frequentemente, eles

encontrar-se mais nos olhos, ouvidos ou vias respiratórias.

NOS OLHOS

Os olhos são muito delicados e, se atingidos podem sofrer irritação,

inflamações, e ferimentos mais sérios e até perda da visão.

Conduta

Não permita que a vítima esfregue o olho.

Figura 13

Não tente retirar corpos estranhos encravados no globo ocular.

Faça a vítima fechar os olhos por um tempo para permitir que as

lágrimas lavem e removam o corpo estranho.

Se o processo falhar, lave bem as mãos e adote as seguintes

providências: pegue a pálpebra superior e puxe para baixo, sobre a

pálpebra inferior, para deslocar a partícula. (Figura 13)

Irrigue o olho com soro fisiológico ou água limpa, de preferência usando

conta-gotas peça à vítima para pestanejar.

Se, ainda assim não resolver, puxe para baixo a pálpebra inferior,

revirando para cima a pálpebra superior, descoberto o corpo estranho,

tente retirá-lo com cuidados, tocando-o de leve com a ponta úmida de

um lenço limpo ou cotonete.(Figura 13)

Caso o corpo estranho não saia ou esteja encravado, cubra os olhos

com uma compressa ou pano limpo e encaminhe ao atendimento

médico.

NO OUVIDO

Conduta

Não introduza no ouvido nenhum instrumento (ex.: arame, palito,

grampo, pinça, alfinete), seja qual for à natureza do corpo estranho a

remover.

No caso de pequeno inseto, o socorro imediato consiste em colocar

gotas de azeite ou óleo comestível no ouvido, a fim de imobilizar e matar

o inseto.

Conserve o paciente deitado de lado, com o ouvido afetado voltado para

cima.

Mantenha-o assim, com o azeite dentro, por alguns minutos, após os

quais deve ser mudada a posição da cabeça para escorrer o azeite.

Geralmente, nessa ocasião, sai também o inseto morto.

Se o copo estranho não puder ser retirado com facilidade procure

atendimento médico.

NO NARIZ

Conduta

Comprima com o dedo a narina não obstruída.

Com a boca fechada tente expelir o ar pela narina em que se encontra o

corpo estranho.

Não permita que a vítima assoe com violência.

Não introduza instrumentos na narina (arame, palito, grampo, pinça etc.).

Eles poderão causar complicações.

Se o corpo estranho não puder ser retirado com facilidade, procure um

medico imediatamente.

OVACE – OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS POR CORPO ESTRANHO

A obstrução grave ou completa das vias aéreas é uma emergência que

pode causar a morte em minutos se não for tratada. Na maioria das vezes

ocorre por alimentos. Se a obstrução foi parcial e a vítima consegue tossir,

encoraje-a a fazê-lo. Se não, observe:

Sinal universal de asfixia

Incapacidade de falar: Você está engasgado?; Pode falar?

Tosse fraca e ineficaz

Sons inspiratórios agudos ou ausentes

Dificuldade respiratória crescente

Cianose

Manobra de Heimlich

Afaste as pernas da vítima (em pé) e coloque sua perna mais fraca entre

as dela e a perna de apoio (mais forte) para trás.

Faça um punho com a mão

Coloque-a com o polegar voltado para o abdômen da vítima um dedo

acima da cicatriz umbilical.

Agarre o punho com a outra mão e pressione-o contra o abdômen da

vítima rapidamente para trás e para cima, 5 vezes.

Caso você seja a vítima e estiver sozinha, comprima a região superior

do abdômen de modo rápido sobre qualquer superfície rígida: encosto

de cadeira, canto de mesa.

Em vítima grávida ou excessivamente obesa:

Colocar o punho da mesma maneira, agora sobre o esterno (osso do

centro do tórax) sem atingir as costelas ou o processo xifóide.

Figura 14

Vítimas inconscientes

Pedir socorro especializado

Abra as vias aéreas e inspecione a cavidade oral a procura de corpos

estranhos caso visualize retire-o com o dedo.

Com as vias aéreas abertas tente 2 respirações de resgate. Se

insucesso reposicione a cabeça da vítima e tente novamente.

Segundo AHA 2005, não se trata mais vítima inconsciente com suspeita

de OVACE com manobra de Heimlich, utilize as manobras de

compressão torácica da RCP (mesma eficácia) até a desobstrução ou

chegada do socorro.

Após a desobstrução, realize 2 respirações de resgate.

Verificar sinais de circulação, caso não apresente continuar com RCP.

Caso haja sinais de circulação e a vítima respire adequadamente

coloque-a na PLS, enquanto aguarda socorro médico.

OVACE em lactentes

Coloque o bebê com o rosto para baixo, cabeça mais baixa que o tórax,

repousando no seu antebraço. Sustente a cabeça segurando firme a

mandíbula.Descanse o braço na coxa. (Figura 15)

Realize 5 golpes para baixo nas costas com o punho da mão e os dedos

estendidos.

Coloque sua mão livre no dorso do lactente e vire em bloco e mantenha

a cabeça mais baixa que o tórax.

Aplique 5 compressões rápidas e forçadas no tórax, com frequência de

aproximadamente 1 por segundo. (Figura 16)

Repetir até o lactente expelir o objeto ou ficar inconsciente.

Com crianças acima de 1 ano realizar procedimento igual ao adulto.

Figura 15 Figura 16

9 – INTOXICAÇÃO OU ENVENENAMENTO

Intoxicação grave causada por substâncias nocivas ao organismo

(produtos químicos, drogas, gases, plantas venenosas e alimentos). A

gravidade do envenenamento depende da idade, susceptibilidade do indivíduo,

quantidade, tipo, grau de toxicidade e via de penetração da substância. Ligue

para CIT – Centro de Informação Toxicológica. Fone: (84) 3232 – 9284.

TIPOS DE INTOXICAÇÃO

Intoxicação medicamentosa

Nesse tipo de intoxicação, podem ocorrer os seguintes sintomas:

Náusea e vômito, diarreia, azia, sonolência, sensação de fraqueza, sudorese,

palidez, inconsciência, dificuldade respiratória e parada cardiorrespiratória.

Providencie socorro médico imediato.

Coloque a vítima deitada com a cabeça mais baixo que o resto do corpo

e lateralizada.

Se o medicamento tiver sido ingerido e a vítima estiver consciente

provoque o vômito e dê-lhe água até que a cor do vômito se torne clara.

Monitorar os sinais vitais e intervenha se necessário.

Se possível guarde o frasco ou nome do medicamento e a quantidade

ingerida.

Intoxicação por plantas venenosas

PLANTAS TÓXICAS MAIS COMUNS

Partes Tóxicas Tóxico/Efeito

Característico

Antúrio

Comigo-ninguém-

pode

Copo de Leite

Tinhorão

Látex

Folhas

Caule

Oxalato de Cálcio +

Alérgeno

• Dor em queimação /

irritação de mucosas /

náuseas

• Inchaço

Mamona

Picão de Praia

Pinhão de Purga

Sementes Toxalbumina

• Vômitos / cólicas / diarreia

sanguinolenta / insuficiência

renal

Figueira do Inferno

Saia Branca

Trombeteira

Toda a planta Alcalóides tipo atropina

• Pele quente e seca/

agitação/ alucinação/

rubor de face

Mandioca Brava Entrecasca da

raiz

Glicídio Cianogênico:

• Vômitos / cólicas /

sonolência / convulsões /

coma / asfixia

Chapéu de

Napoleão

Espirradeira

Toda a planta Glicídio Cardiotóxico:

• Vômitos / diarreia /

alterações cardíacas

Coroa de Cristo

Estrela de Cadete

Leiteira

Látex Látex Irritante:

• Salivação / vômitos /

queimaduras

Conduta

Não provoque o vômito, algumas vezes o mesmo poderá ocorrer

espontaneamente.

Retire da boca o que resta da planta, cuidadosamente.

Lave a boca com água corrente abundante.

Examine a língua e a garganta para verificar a irritação causada.

Se possível guarde a planta para verificação ou informe-se sobre nome

e características da planta.

Encaminhe ao atendimento médico e consulte o CIT.

Intoxicação por substâncias químicas

Por contato com a pele (via dérmica)

Irritação (pele seca e rachada), mudança de coloração da pele (áreas

amareladas ou avermelhadas), descamação (pele escamosa ou com aspecto

de sarna).

Retirar as roupas contaminadas pelas substâncias.

Lavar bastante a pele com água corrente.

Encaminhar a vítima ao atendimento médico.

Por inalação (via respiratória)

Ardor na garganta e pulmões, tosse, rouquidão, congestionamento das

vias respiratórias, dor de cabeça, náuseas, sonolência, inconsciência (casos

graves).

Afastar imediatamente a vítima do ambiente contaminado e levá-la para

local arejado.

Afrouxar as roupas da vítima

Observar sinais vitais

Mantenha a vitima quieta e aquecida, até a chegada do socorro médico.

O socorrista deve ter cuidado para não se tornar uma próxima vítima, em

ambiente fechado, deve-se ventilá-lo antes de entrar no local.

Por ingestão (via oral)

Sinais e sintomas gerais: Respiração ou hálito com cheiro do veneno ou

tóxico, irritação da boca e garganta, dor no peito, náuseas, diarreia,

transpiração anormal, dor de cabeça, fraqueza e câimbra.

Verificar o rótulo da substância para certificar-se do procedimento a ser

adotado, pois se a substância for cáustica ou corrosiva, não se deve

induzir o vômito, ou ainda se apresentar dor ou destruição da mucosa

oral e se estiver inconsciente.

Entre em contato com o CIT e siga as orientações fornecidas não induza

o vômito sem orientação.

Observe sinais vitais (respiração e pulso)

Encaminhe ao atendimento médico juntamente com a embalagem do

produto.

10 –ACIDENTES COM ANIMAIS RAIVOSOS E PEÇONHENTOS

ANIMAIS RAIVOSOS

A hidrofobia, ou raiva, pode afetar todos os mamíferos, e não só os cães

e gatos. A doença atua no sistema nervoso central, através de um vírus,

provocando sinais e sintomas de encefalite (inflamação no cérebro), e pode ser

fatal. Podendo apresentar alguns sintomas tais como:

Dificuldade para engolir

Alteração de comportamento (tristeza, apatia, agitação ou agressividade)

Sensibilidade a luz (fotofobia)

Medo de água (hidrofobia)

Paralisia

Conduta

Lave a ferida com água e sabão em abundância.

Leve a vítima ao atendimento médico mesmo que você conheça o

animal ou que ele esteja vacinado pela raiva.

Providenciar vacina ou soro quando indicado.

Em caso de ataque não sacrifique o animal, coloque em um local seguro

para observação (10 dias).

ANIMAIS PEÇONHENTOS

Animais peçonhentos ou venenosos são todos aqueles que secretam

substâncias tóxicas (venenos) e dispõem de órgãos especializados para sua

inoculação. Entre eles os mais importantes são as serpentes (cobras),

escorpiões e aranhas.

Cobras

As cobras podem ser classificadas em venenosas e não venenosas. A

picada das não venenosas provoca manifestações gerais, mas podem causar

alterações locais com dor moderada e, eventualmente, discreto inchaço. É

importante o socorrista e a própria vítima terem informações que permitam

identificação. A seguir temos, as figuras 17 e 18 e uma tabela com as principais

características e diferenças.

As Figuras - 17 e 18, respectivamente, mostram a diferença entre uma cobra

não venenosa e uma cobra venenosa.

CARACTERÍSTICAS DAS COBRAS

Estrutura Cobra não venenosa Cobra venenosa Cabeça Continuidade do corpo

formato arredondado

Destaca-se do corpo formato

triangular Olhos Grandes Pequenos

Pupila Redonda Em fenda

Fosseta loreal Ausentes Presentes Escama Desenhos irregulares Desenhos regulares Cauda Fina com afinamento

progressivo

Curta, grossa com afinamento

brusco Dentes Não possuem presas na

frente, dentes com tamanhos

regulares

Grandes presas na frente em

forma de agulha, presença de

bolsa de veneno

Placas na

cabeça

Com grandes placas Sem placas com escamas iguais

ao corpo Picadas Orifícios pequenos Uma ou duas marcas profundas

TABELA DE COBRAS

Cobras Habitat Ação do veneno Agressividade

Cruzeira Lugares

úmidos

Dor local, inchaço,

manchas roxas,

bolhas, hemorragia e

febre

Agressiva

Jararaca,

Cotiara

Matas,

vegetação

alta

Dor local, inchaço,

manchas roxas,

bolhas, hemorragia e

febre

Agressiva

Cascavel Regiões

pedregosas

Pouca dor local,

dormência, dor

muscular, pálpebras

superiores caídas e

visão borrada

Agressiva

Viúva

Negra Subterrâneo

Sem dor local,

dormência, salivação

e dificuldade de

engolir, pálpebras

superiores caídas,

visão borrada e

dificuldade

respiratória

Não Agressiva

Conduta

Deite a vítima e mantenha calma;

Não permita que ela faça nenhum esforço, pois a movimentação

facilitará que o veneno se espalhe pelo corpo;

Retire anéis, pulseiras ou outros objetos que possam garrotear o

membro devido ao edema que pode se tornar intenso;

Lave o local com água corrente e coloque compressas de gelo ou frias;

Leve a vitima rapidamente ao local mais próximo que disponha de soro

antiofídico;

Não lhe dê álcool nem aplique no local da picada

Não faça garrote ou torniquete;

Jamais corte a pele, pois alguns venenos podem causar hemorragia

além de favorecer a infecções;

Não realizar sucção com a boca.

Escorpiões

Os escorpiões são pouco agressivos, picando apenas para se defender.

Têm hábitos noturnos permanecendo escondidos durante o dia em troncos de

árvores, pilhas de madeiras, frestas de muros, sob pedras, cupinzeiros e

adaptam-se bem ao ambiente doméstico. No Brasil existem cerca de 40

espécies, os que mais atacam o homem são do gênero Tityus.

TABELA DE ESCORPIÕES

Características Escorpiões Toxicidade

Escorpião amarelo Tityus serrulatus Acidentes

graves

Escorpião marrom Tityus bahiensis Acidentes

graves

Sinais e Sintomas:

Dor intensa que pode durar cerca de 2 horas nas formas benignas e 6 a

8 horas nas formas mais graves, podendo ainda ser localizada ou

generalizada pelo corpo;

Vermelhidão e edema local

Náuseas, vômitos, diarreias e dores no estômago.

Dificuldade para respirar e falar

Sudorese intensa e palidez

Sonolência

Escorpião preto Bothriurus bonariensis Baixa toxicidade

TABELA DE ARANHAS

Aranhas Habitat Ação do veneno Agressividade

Armadeira

Embaixo de

móveis

Nas

bainhas das

bananeiras

Em locais

escuros

Dor imediata e persistente

Podem ocorrer vômitos

Dor de cabeça, agitação

Salivação intensa, febre

Muito Agressiva

Aranha

Marrom

Roupas e

sapatos

Pouca ou nenhuma dor

local

12 ou 24 horas após: dor

tipo queimação, inchaço,

vermelhidão, urina cor de

lavado de carne

Não Agressiva

Aranhas

Conduta para picadas de aranhas e escorpiões

Deite a vítima e mantenha calma;

Evite a movimentação da vítima;

Aplique compressas frias;

Observe a frequência respiratória;

Procure atendimento especializado;

Sempre que possível levar o animal causador do acidente para

identificação, de modo a facilitar o atendimento específico.

Medidas Preventivas

Cuidados especiais com sapatos, roupas, etc.

Manter jardins e quintais limpos, com grama aparada sem resto de

materiais de construção (tijolo, telha, madeira).

Não plantar bananeiras ou folhagens perto das residências.

Quando houver terrenos abandonados próximo de sua casa, solicite aos

responsáveis a limpeza dos mesmos.

Os inseticidas só agem diretamente sobre as aranhas, não servem como

medida de prevenção.

Caranguejeira

Morros e

lugares

com pedras

Alergia: mucosas, olhos,

nariz e pele

Não Agressiva

Viúva Negra Casas com

plantações

Dor imediata, intensa e

irradiada

Contrações musculares,

choque

Não Agressiva

11 –AFOGAMENTO

O afogamento é uma das formas de asfixia em que ocorre a sufocação

do indivíduo, após sua emersão, acidental ou proposital, em um meio aquoso.

É uma das maiores causas de óbito acidental de crianças com idade até cinco

anos.

ETAPAS DO AFOGAMENTO

Apneia inspiratória

Nesta fase, ao entrar no meio líquido, a primeira atitude da pessoa é

inspirar, enchendo os pulmões de ar e prendendo a respiração.

Apneia expiratória

Entre 2 a 3 minutos do início da apneia inspiratória, dependendo da

resistência de cada organismo, o indivíduo que foi aos poucos soltando o ar

que estava preso nos pulmões chega ao momento em que se tornam vazios,

tendo início então, esta fase.

Agitamento

O indivíduo, com os pulmões vazios, não consegue mais controlar o

impulso de respirar e recebe um estímulo cerebral para respirar, mesmo

sabendo que se o fizer, irá se afogar. É uma reação involuntária e incontrolável

neste estágio.

Morte aparente

Com a entrada de água nos pulmões, mesmo em pequena quantidade,

ocorrerá uma parada cardiorrespiratória, denominada de morte aparente. Por

aproximadamente 3 minutos, através de estímulos, o afogado ainda poderá vir

ser salvo, voltando a respirar.

Conduta

Verifique a existência ou não de correnteza ou de águas agitadas.

Providencie uma corda, barco, boia ou outro material que possa chegar

até a vítima.

Ao se aproximar da vítima procure segura-lá por trás, de forma que ela

não possa segurar você e dificultar o salvamento.

Se a vítima se estiver consciente, auxilie a sair da água e tranquilize-a.

Aqueça a vítima para evitar hipotermia, e monitorize os sinais vitais até a

chegada do atendimento especializado.

Caso já esteja inconsciente, retire-o da água o mais rápido possível,

deite-a em uma superfície dura, paralelamente a linha da água e em

decúbito dorsal.

Inicie as manobras de ressuscitação até que retorne a respiração e

batimentos cardíacos ou até a chegada do socorro especializado.

Caso não seja possível o contato com o socorro especializado, assim

que a vítima recobrar suas funções vitais, aqueça-a e providencie sua

remoção para um hospital, sempre monitorando os sinais.

ATENÇÃO: Se a vítima tiver sofrido trauma antes do afogamento,

procurar realizar a imobilização da coluna cervical.

12 – IMOBILIZAÇÃO E TRANSPORTE

As vítimas não devem ser movimentadas, ou só o mínimo possível.

Existem porém situações em que a movimentação torna-se necessária.

Devemos reconhecer quais são estas situações e quais as técnicas para

realizar a movimentação corretamente. O transporte adequado da vítima é de

suma importância, muitas vezes, a mesma pode ter seu estado agravado

devido a um transporte feito sem os cuidados necessários.

Pode-se haver a necessidade de movimentação no início do

atendimento e serve para afastar a vítima de um perigo maior, por exemplo: a

vítima está no meio da pista sujeita a novos acidentes; está com o corpo total

ou parcialmente submerso, sujeita a afogamento; exposta a gases venenosos,

vazamento de combustível, risco de incêndio.

Transporte com um socorrista

Transporte de apoio: O socorrista passa o braço em volta do seu

pescoço, segurando-a pelo punho. Pode ser usado quando a vítima

estiver consciente e possui apenas ferimentos leves.

Transporte nas costas: Estando a vítima de pé, o socorrista vira as

costas para ela e passa os braços do acidentado em torno do seu

pescoço. Em seguida inclina um pouco para frente, levantando-a e

conduzindo-a. Se a vítima puder firmar-se no tronco do socorrista, este

usará seus braços para apoiar as pernas dela.

Transporte de bombeiro: Estando a vítima inconsciente ela é

transportada sobre os ombros do socorrista, ficando este com um braço

livre.

Transporte de arrasto: Arrastar a vítima no sentido do comprimento,

esticada, nunca de lado ou torta, puxando pelos pés sem levantá-los

muito ou pelos braços, cruzados de forma a imobilizar a cabeça. Caso

disponha de uma lona ou lençol, o socorrista poderá ainda colocar a

vítima ditada sobre a lona e juntando as pontas do pano na extremidade

onde está a cabeça da vítima, elevá-la e arrastá-la.

Transporte com dois socorristas

Transporte em cadeirinha: Os dois socorristas podem com os braços,

formar um pequeno assento para a vítima, que deverá passar o braço

pelo pescoço dos socorristas.

Transporte pelas extremidades: Não havendo fratura de coluna e de

membros, a vítima pode ser segura pelos ombros e pernas.

Transporte no colo: a vítima pode ser levada no colo, junto ao tórax dos

socorristas.

Transporte por cadeira: É o tipo mais adequado para pessoas que

apresenta, problemas respiratórios. Neste caso, os socorristas utilizam

uma cadeira para transportar a vítima com a mesma sentada.

Transporte em rede: Com uma rede, lona ou lençol e amarra-se pelas

extremidades em um pedaço de madeira e os socorristas conduzem a

vítima.

Transporte com mais de dois socorristas

Sempre que houver suspeita de fratura de crânio, coluna e bacia, serão

necessárias, pelo menos, 3 pessoas para transportar a vítima. O transporte de

maca é o único recomendado nesses casos ela deve ser dura e plana,

portanto, deve ser usada sempre, mesmo sendo improvisada. Veja algumas

formas de improvisar uma maca ou padiola: Uma porta ou tábua larga; duas

camisas de tecido resistente ou paletó abotoado em volta de 2 varas

resistentes; um cobertor, dando 3 voltas em duas varas ou tubos.

Para colocar e retirar a vítima da maca, ou para efetuar movimentações

curtas, a maneira mais segura, é utilizar o método de 3 ou 4 pessoas, onde

cada um ergue uma parte da vítima, ao mesmo tempo de forma sincronizada,

cuidando para não permitir movimentos na cabeça e no pescoço. Devendo a

pessoa mais experiente posicionar-se na cabeça, que é de onde partirá o

comando para a movimentação. Para isto, as pessoas devem ajoelhar-se ao

lado da vítima e passar os braços sob seu corpo, de forma que todo o corpo

fique apoiado. Com cuidado levanta-se a vítima, sem dobrar nenhuma parte do

corpo, outra pessoa põe a maca ao lado, e novamente todos colocam

cuidadosamente a vítima sobre a maca.

Antes de movimentar ou transportar:

Controlar e manter sinais vitais.

Estancar ou controlar todas as hemorragias.

Imobilizar a cervical e todos os pontos suspeitos de fratura.

Durante a movimentação ou transporte:

Não interromper a verificação dos sinais vitais.

Não interromper os procedimentos de respiração artificial e/ou

reanimação cardíaca que tenham sido iniciados.

Manter a vítima na posição mais confortável e segura possível.

Evitar movimentos bruscos.

Sempre que possível usar maca, pois é um excelente meio de

transporte.

13 – ANGINA E INFARTO

Responsável por até 5% do total de atendimentos em emergências, a

dor torácica constitui-se em um dos maiores desafios à prática médica neste

século. As alterações no perfil de mortalidade das sociedades ocidentais

elevaram as doenças cardiovasculares ao topo das causas de morte, sendo o

infarto a principal delas.

Angina

A angina é geralmente caracterizada por dor ou pressão na parte

anterior do tórax após esforço ou stress podendo irradiar para o membro

superior esquerdo, mais comum, ou ainda para face, membro superior direito,

epigástrio e nas costas. De maneira quase invariável a angina está associada à

obstrução significativa de uma artéria importante do coração, sua duração é de

3 a 10 minutos e seu alivio ocorre com a interrupção da causa e medicação.

Infarto agudo do miocárdio (IAM)

O IAM refere-se ao processo pelo qual áreas de células miocárdicas no

coração são destruídas de maneira permanente. Como a angina o infarto é

geralmente causado, pelo fluxo sanguíneo diminuído em uma artéria do

coração devido à aterosclerose e a oclusão completa de uma artéria por

trombo. Manifesta-se por dor torácica de forma súbita e continua, irradia-se

para os mesmo locais descritos na angina, sendo sua duração prolonga, mais

de 30 minutos, sem alivio.

Outros sinais e sintomas

Ansiedade e agitação

Pele fria, pálida e úmida

Aumento da frequência cardíaca (FC) e respiratória (FR)

Vertigens, náuseas e vômitos

Conduta

A se deparar com uma vítima que apresente alguns destes sinais e

sintomas, deve-se solicitar o socorro médico imediato.

Deite a vítima em decúbito dorsal e mantenha em repouso.

Não lhe ofereça nada para beber, salvo se o mesmo já fizer uso de

alguma medicação, neste caso não o impeça de fazê-lo.

Observe sinais vitais, em caso de PCR inicie as manobras de

ressuscitação.

Mesmo nos casos de angina em que a vitima venha ter o alivio dos

sintomas deve-se encaminha-la imediatamente ao atendimento médico.

14 –PARTO SÚBITO

Neste capítulo estudaremos os procedimentos empregados durante o

trabalho de parto normal. Uma emergência médica de ocorrência comum.

O parto é um ato natural. Chame o socorro ou encaminhe para um

hospital. Existem, todavia, alguns pontos que devem ser lembrados, caso uma

pessoa se encontre diante da emergência de um parto e tenha de prestar

auxílios à parturiente, por falta de recursos médicos próximos ou de condições

de transportá-la a um hospital.

Deixe a natureza agir. Seja paciente. Espere até que a criança nasça.

Lave as mãos. Conserve limpo tudo o que cerca a parturiente.

Durante o parto apenas ampare a criança com um pano limpo.

Após o nascimento, proteja-a, evitando contato com locais sujos ou no

chão frio e úmido. Mantenha-a com a cabeça ligeiramente abaixada.

Cubra o recém-nascido a fim de mantê-lo aquecido.

Caso o bebê não esteja respirando, limpe-lhe rapidamente a boca e o

nariz. Coloque-o de cabeça para baixo, o que facilitará a saída das

secreções. Se não respirar, aplique a respiração artificial. Aja com

delicadeza.

Ferva uma tesoura ou limpe-a com álcool. Faça o mesmo com um

barbante ou linha grossa.

Amarre o barbante ou linha grossa em torno do cordão umbilical, a cerca

de 5 cm do bebê (quatro dedos) para interromper a circulação

sanguínea no cordão. A seguir, amarre outro barbante em volta do

cordão umbilical, a cerca de 10 cm do bebê. Entre os dois nós deve

haver uma distância de 5 cm.

Corte o cordão umbilical, entre os dois barbantes, usando a tesoura

limpa. As extremidades do cordão não devem sangrar

Mantenha mãe e filho agasalhados.

15 –ACIDENTES AUTOMOBILÍSTICOS

Os acidentes automobilísticos são hoje a primeira causa de morte em

pessoas de 1 a 34 anos e muitas destas poderiam ser evitadas. Informações

detalhadas do evento podem ser valiosas na identificação de padrões de lesão.

Ponto de impacto – frontal, lateral, dorsal, etc.

Deformação do carro

Posição da vítima no carro.

Uso ou falta de dispositivo de proteção

Ejeção do veículo

Morte de outro ocupante do carro

Medidas de segurança

Se o socorrista está em outro veículo não deve parar, nem permitir que

outros veículos parem junto ao carro acidentado. Distância mínima

aconselhável é de 15 metros, distâncias maiores devem ser obedecidas

no caso de incêndio ou vazamento de combustível e fios de alta tensão.

No caso de vazamento de combustível deve-se impedir que se fume ou

que realizem sinalização na estrada com fogo.

Quando houver fios de alta tensão deve-se providenciar para que a

energia seja desligada.

O próprio carro do socorrista deve permanecer com o pisca - alerta

ligado e, se for à noite com o farol aceso para melhorar a iluminação.

A sinalização deve ser colocada a 100 metros do local do acidente –

zona de perigo – lembre-se que quando houver curva próxima ao

acidente, o início da zona de perigo é o início da curva.

No caso de fogo, dispondo de um extintor de incêndio, procure apagá-lo.

Se o carro estiver em situação instável, procure estabilizá-lo antes de

dar assistência às vítimas.

O acesso a vítima deve ser primeiramente tentado através da abertura

das portas. Se isso não for possível e não houver vidros quebrados,

procure o local mais longe possível das vítimas, quebre o vidro e

comece a bater de dentro para fora, evitando assim machucar os

ocupantes.

Prioridades

As prioridades primárias são para as vítimas que apresentam risco

imediato de morte e que o socorrista pode beneficiar com o seu atendimento.

Obstrução das vias aéreas.

Falência respiratória

Falência cardíaca

Sangramento arterial não controlado

Estado de choque

Traumatismo de coluna cervical, crânio e inconscientes

Traumatismo aberto (principalmente de tórax), fratura de bacia, fêmur.

Grandes queimaduras.

Crianças em igualdade de condições com adulto devem ser atendidas

primeiro.

Conduta

É preciso que ao abordar a vítima o socorrista converse e mostre que

pode e vai ajudar, transmitindo confiança.

O melhor é não remover a vítima do local, só movimentar a vítima se o

local oferecer perigo como nos casos de incêndio, possibilidade de

explosão, choque elétrico, gases tóxicos, etc. Quando há necessidade

de deitar o paciente em superfície dura para ressuscitação ou se for

necessário chegar a outras vítimas que necessitam cuidados de

reanimação.

No caso de dificuldade respiratória, realizar abertura de vias aéreas,

verificar se ha presença de corpo estranho, se possível retire-o, se estas

manobras não restabelecerem a respiração, iniciar ventilação artificial.

Se por qualquer motivo houver ausência de batimentos cardíacos, iniciar

ressuscitação cardiopulmonar.

Em grandes hemorragias proceder conforme medidas de contenção de

hemorragias. (capítulo 4).

Só após dar assistência às vítimas que estejam enquadradas nas

prioridades primárias, os esforços são voltados para as lesões de

prioridades secundárias.

16 –ACIDENTES COM MÚLTIPLAS VÍTIMAS

Ao se deparar com um acidente com múltiplas vítimas o primeiro

socorrista deve tomar as seguintes providências, até que o socorro

especializado chegue ao local.

Isolar o local, para proteger as vítimas e socorristas.

Providenciar para que haja comunicação imediata com o Serviço de

saúde, a Defesa civil, Corpo de bombeiros e Polícia.

Retirar as vítimas que estejam em local instável.

Determinar as prioridades de atendimento.

Cuidar de lesões prioritárias.

Providenciar, quando necessário, o transporte de forma adequada para

não ocorrer o agravamento das lesões.

17 –GLOSSÁRIO

Aterosclerose: Acúmulo anormal de depósitos lipídicos e tecido fibroso

dentro das paredes e luzes arteriais.

Bradicardia: Diminuição dos batimentos cardíacos.

Cianose: Cor azulada da pele por falta de oxigênio no sangue.

Crepitação: Sensação de atrito dos fragmentos ósseos produzida ao se

tocar no local da fratura.

Débito cardíaco: É a quantidade de sangue bombeado por um

ventrículo durante um determinado período.

Decúbito: Posição deitada.

Edema: Acúmulo excessivo de líquido em partes dos tecidos ou órgãos

do corpo; inchaço.

Epigástrio: Porção média e superior do abdome.

Esterno: Osso dianteiro do peito, que se articula com as costelas.

Hematoma: Acumulo de sangue em tecido abaixo da pele.

Hipertensão: Aumento anormal da tensão arterial.

Hipotensão: Diminuição anormal da tensão arterial.

Hipotermia: Temperatura do corpo anormalmente baixa.

Hipoxemia: Diminuição na tensão de oxigênio arterial no sangue.

Isquemia: Deficiência de chegada de sangue a um determinado

segmento do corpo.

Sinal: Evidência objetiva ou manifestação física da doença (ex: lesão,

febre).

Sintoma: Alteração relatada ou descrita pela vítima (ex: dor, mal -

estar).

Sudorese: Suor abundante; transpiração excessiva.

Taquicardia: Aumento dos batimentos cardíacos.