Introdução Ao Lophotrochozoa

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Introduo ao Lophotrochozoa

Introduo ao Lophotrochozoa

De moluscos, vermes e lophophores. . .

O Lophotrochozoa constituem um dos principais grupos dentro do reino animal , por sua vez, o Lophotrochozoa pertence a um grupo maior dentro do Animalia chamado Bilateria, porque eles so bilateralmente simtricos com uma esquerda e uma direita para seus corpos.

O cladograma acima mostra os principais grupos do Lophotrochozoa. Clique em qualquer caixa que contm uma imagem para saber mais sobre esse grupo especfico. A filogenia acima baseia-se numa combinao de morfologia e 18S RNA. No a palavra final sobre as relaes entre esses grupos, e h muitas hipteses concorrentes. Por enquanto, ns preferimos este agrupamento com base nas evidncias disponveis, mas como dados continua a acumular a nossa imagem dos relacionamentos podem mudar.

O nome vem de Lophotrochozoa os nomes dos dois principais grupos de animais foram: Lophophorata eo Trochozoa. No cladograma acima, voc pode ver esta diviso. Esses animais para o lado esquerdo da cladogram so Lophophorata, enquanto os grupos ao longo do lado de cima e para a direita (Nemertini atravs Annelida) pertencem ao Trochozoa.

Trochozoa: Estes animais so todos protostomes - a boca se desenvolve antes do nus no jovem embrio - e eles tm sido reconhecidos como pertencentes juntos como um grupo. Muitos dos membros so worm-like, embora nem todos eles so familiares ou comum. Os dois maiores grupos de trochozoans so os Mollusca (moluscos) eo Annelida (vermes segmentados).

Pode parecer estranho primeira vista para as minhocas e lulas grupo juntos. Eles certamente no parecem muito parecidos, mas que s verdade quando se olha para a forma adulta; h uma caracterstica fundamental de sua histria de vida que eles compartilham. Muitos aneldeos e moluscos partes padres de desenvolvimento em estgios embrionrios iniciais. Quando estas larvas eclodem, cada um um nadador microscpico conhecido como uma larva trocfora, mostrado direita. A larva tem duas bandas de clios ao redor da mdia, que so usados para a natao e para a recolha de alimentos, e no "topo" um conjunto de mais flagelos. Assim, as larvas destes grupos quase idntica, apesar de que amadurecem em formas adultas muito diferentes. At muito recentemente, os Arthropoda (insetos e crustceos) foram considerados possveis parentes prximos aos aneldeos, baseado no fato de que ambos os grupos so segmentadas, mas no artrpodes tem uma larva trochophore e sem estudos moleculares apoiar uma relao estreita.

Lophophorata: Este grupo inclui o Phoronida e Entoprocta (grupos pequenos), bem como o Bryozoa (animais "musgo") e Brachiopoda (braquipodes), sendo que ambos tm um extenso registro fssil. O recurso compartilhado por este grupo o lofforo , um apndice alimentao incomum tendo tentculos ocos.

Enquanto o Lophophorata so um grupo bem reconhecida, estudos filogenticos ainda no chegar a acordo sobre a identidade de seus parentes mais prximos. Estes animais foram depois includos no Pseudocoelomata, porque no tem uma cavidade interna do corpo distintas como Trochozoa, mas este agrupamento no subsiste em estudos modernos. Ns colocamos o Lophophorata no Lophotrochozoa como o mais popular das escolhas atuais na literatura, mas h estudos que sugerem que eles podem pertencer s deuterostomes , ou pode at mesmo ser parafiltico.

Os animais que pertencem ao Superfilo Lophotrochozoa so protostomados, em que o blastporo, ou o ponto de involuo da camada ectoderme ou germe exterior, torna-se a abertura da boca para o canal alimentar. Isto chamado protostomy ou "primeira boca." Em protostomy, grupos slidos de clulas separou da endoderme ou camada germinal interior para formar uma camada mesodrmica central de clulas. Esta camada multiplica em uma banda e em seguida divide internamente para formar o celoma; este coelom protostomic , portanto, denominado schizocoelom.

Como lophotrochozoans, os organismos nesta Superfilo possuir tanto uma lofforo ou trochophore larvas. Os lophophores incluem grupos que so unidos pela presena de lofforo, um conjunto de tentculos ciliadas vizinhas da boca. Lophophorata incluem os platelmintos e vrios outros filos. Estes subtipos so defendidos quando seqncias de RNA so comparados. Trochophore larvas so caracterizados por duas bandas de clios em todo o corpo.

Os lophotrochozoans so triploblsticos e possuem uma mesoderme embrionria imprensada entre o ectoderma eo endoderma encontrado nos cnidrios diploblsticos. Esses filos tambm so bilateralmente simtricos, o que significa que uma seo longitudinal ir dividi-los em lados direito e esquerdo que so simtricos. Tambm significa que o princpio de cefalizao, a evoluo de uma concentrao de tecidos nervosos e rgos sensoriais na cabea do organismo, que onde se encontra pela primeira vez o seu ambiente.

A ltima superphyla protostmios so os Ecdysozoa , que se distingue por seus exoesqueletos de muda (ecdise). Ecdysozoa o mais bem sucedido e generalizada do superphyla protostmios, e incluem artrpodes (crustceos, insetos, chelicerates e miripodes ), nematides (lombrigas), tardigrades, veludo worms e vrios filos menores. Nematides so um dos mais numerosos animais na terra, encontradas em todos os ambientes possveis, incluindo a Antrtida, enquanto artrpodes conter a maioria das espcies, provavelmente mais de 7 milhes, o que representa mais de 90% de toda a biodiversidade animal da Terra. Embora existam inmeros outros organismos que usam alguma forma de concha ou cutcula externa, os Ecdysozoa do so, obviamente, os mais evolutivamente eficaz

Acerca da filogenia de invertebrados: Articulata ou Ecdysozoa?

Anonymous

Esta uma questo melhor deixada para os sistematas e bilogos comparativos, mas a resoluo da polmica tem pendido nos ltimos anos para a aceitao da diviso dos bilateria protostmios em dois grupos: Lophotrochozoa e Ecdysozoa, em detrimento do grupo Articulata.

Enquanto o chamado clado Panarthropoda parece ser bem consensual, portanto, muito pouco problemtico entre os sistematas de invertebrados, pelo menos do ponto de vista de sua monofila, ou seja, origem nica, as afinidades deste clado com outros grupos de invertebrados ainda so alvo de intensos debates.

A polmica surge por que, como Brusca & Brusca afirmam, existiriam vrias novidades evolutivas compartilhadas (sinapomorfias) entre Panarthropoda e os aneldeos, bem como os Onicforos e os Tardgrados, por exemplo. Entre elas encontram-se a forma particular que os seus gnglios nervosos centrais organizam-se formando um corpo cogumelar anterior e gnglios segmentares, alm claro do corao formado por um elongamento tubular de um vaso sanguneo longitudinal, das quatro ou cinco faixas musculares longitudinais e dos padres segmentao dupla iteradas de expresso do gene engrailed que ocorrem durante o comeo da segmentao e da neurognese em ambos os grupos. Mas, acima disso tudo isso, artrpodes e aneldeos assemelham-se muito na forma com que suas cavidades corporais e os tecidos a elas associados desenvolvem-se durante sua ontogenia, mesmo que estas estruturas tenham diferenas anatmicas nos exemplares adultos destes dois grupos.

Assim as cavidades celomticas transitrias que surgem em artrpodes, onicforos e tardgrados so vistas tradicionalmente como sendo derivadas das cavidades pares celomticas segmentadas que teriam existido em um ancestral comum dos artrpodes e aneldeos, no que ficou conhecido como teoria articulata ou hiptese articulata' que remonta a viso de George Cuvier, ainda no sculo XVIII, dos quatro planos bsicos de organizao dos corpos dos animais, Vertebrata, Articulata, Mullusca, e Radiata.

Um dos problemas com esta viso que, enquanto os aneldeos desenvolvem-se por um processo de clivagem espiral, ou seja, o plano de diviso (clivagem) das clulas embrionria se d em ngulos progressivos de 90 graus em relao ao eixo animal-vegetal das clulas, os artrpodes desenvolvem-se de maneira bem mais heterognea, com certos grupos mostrando padres de clivagem embrionria que se assemelham ao padro espiral, mas com outros grupos exibindo padres de clivagem radiais. Para contornar este dificuldade foi proposto que os artrpodes tivessem perdido o padro de clivagem espiral clssico exibido pelo suposto ancestral comum com os aneldeos e mantido por estes ltimos, mas os problemas no param por a.

A polmica persistiu mesmo com a cada vez maior utilizao de dados moleculares nas filogenias, mas os avanos contnuos nas tcnicas de sequenciamento de DNA e no desenvolvimento e implementao de algoritmos de anlise filogentica, acabaram por dividir o clado Articulata. Primeiro por meio de estudos filogenticos empregando as sequncia de DNA das subunidades ribossomais 18S e 28S que comearam a indicar que os aneldeos e artrpodes haviam divergido muito antes do que se pensava originalmente, mas ainda assim as limitaes das amostras e tcnicas utilizadas, ainda tornavam esta concluso controversa. Os estudos de Aguinaldo em 1997 foram pioneiros em usar estes dados moleculares pare identificar um agrupamento filogentico alternativo ao grupo Articulata.

Agrupamentos assim, como o proposto por Aguinaldo, j haviam sido propostos anteriormente por meio da anlise de caractersticas morfolgicas, por pesquisadores como Perrier, em 1897, e Seurat, em 1920, muito antes dos modernos mtodos da biologia molecular, e mesmo da cladstica e das tcnicas de anlise filogenticas modernas, estivessem disponveis. Esta ideia conhecida como hiptese da ecdse e o grupo proposto por Aguinaldo que dividia os protostmios ficou conhecido como Ecdysozoa que seria um grupo irmo de Lophotrochozoa, s vezes chamado de Spiralia por causa do padro de clivagem espiral.Depois dos trabalhos preliminares com as sequncias de DNAs ribossmicos, com o tempo e com a adio de mais e mais genes, aos conjuntos de dados analisados nos estudos filogenticos, comeou a ficar cada vez mais claro que os artrpodes pareciam ser mesmo geneticamente bem mais prximos aos nematoides, e a outros organismos que passam por mudas, do que aos aneldeos, estes ltimos sendo mais relacionados aos moluscos. Atualmente esta ideia considerada pela maioria dos sistematas como a mais plausvel para explicar as relaes entre os aneldeos, artrpodes, nematoides e moluscos.

Animais como insetos e camares, diferentemente dos que possuem esqueletos externos mineralizados como ns, constri seu esqueleto a partir de uma cutcula formada por trs camadas de material orgnico que faz o papel de um esqueleto exterior, exoesqueleto, o que permite que ele seja mais fino e mais leve do que o de outros animais, dispensando fontes de minerais e as complexas articulaes, como joelhos e cotovelos, permitindo grande flexibilidade. Porm estes animais por estarem envoltos por seus esqueletos e no crescendo sobre e eles, acabam por passar por um processo em conhecido como ecdse em que sua cutcula descartada. Mas alm dos artrpodes outros grupos de invertebrados passam pelo mesmo tipo de processo [Veja aqui]. E essa caracterstica compartilhada por todos Ecdysozoa, isto , a cutcula periodicamente trocada conforme o animal cresce. Alm disso, os Ecdisozorios no possuem clios locomotores e seus espermatozides so em sua grande maioria amebides. Particularmente interessante tambm o fato dos sistemas de controle de muda serem baseados em hormnios como ecdisosterides que podem ser encontrados nos artrpodes e em outros animais deste grupo, como os nematoides.

Ecdysozoa portanto um clado (uma agrupamento filogentico) composto por oito filos que incluem os artrpodes, tardgrados e onicforos, que compartilham a segmentao e os apndices (os j mencionados Panarthropoda), e os nematides, nematomorfos, priapuldeos, cinorrincos e loricferos, que so vermes com uma probscide anterior ou introvertida.

Este grupo acaba por conter a grande maioria de espcies animais existentes e exibe uma grande diversidade de planos corporais entre seus membros vivos e j extintos, como demonstrado pelos seus fsseis. Apesar do certo consenso que existe em torno deste grupo, uma minoria respeitvel de cientistas tm contestado esta concluso, alguns argumentado em funo de abordagens taxonmicas mais tradicionais, como veremos adiante, enquanto outros contestaram a interpretao dos dados moleculares e ressaltam o fato que os estudos em escala genmica no dariam apoio para a diviso dos protostmios em Ecdysozoa e Lophotrochozoa/Spiralia, muitas vezes apoiando propostas alternativas como a de Coelomata e Articulata.

Contudo, vrias anlises dessas crticas, e dos estudos que lhes dariam base, mostram que eles padecem de limitaes de amostragem taxonmica, fator que poderia agravar artefatos de reconstruo das rvores filogenticas, especialmente, a chamada 'atrao dos ramos longos' ('Long Branch Atraction' ou LBA), um fenmeno que ocorre em anlises filogenticas e em procedimentos de agrupamento, consequncia da maneira como os algoritmos responsveis por estas anlises funcionam, unindo os ns mais semelhantes que so preferencialmente agrupados, excluindo e isolando os mais diferentes que acabam sendo erroneamente agrupados juntos formando ns com ramos mais longos. Isso tem por consequncia para as anlises filogenticas fazer com que as linhagens que evoluem mais rapidamente acabarem sendo colocadas juntas e portanto inferidas como se estivessem estreitamente relacionadas, independentemente de isso ser verdade ou no.

Esses mesmos autores mostram que quando so empregados procedimentos para se evitarem tais artefatos, como a remoo de stios que evoluem muito rpido, evidncias convincentes para a realidade da diviso Ecdysozoa/Lophotrochozoa, so obtidas, evidenciando que clados como Coelomata so meros produtos artefatuais. Holton e Pisani, por exemplo, mostram que a seleo tima dos grupos externos, que permitem enraizar as rvores filogenticas, um dos fatores chave para evitar LBA e conseguem identificar o uso de grupos externos inadequados como a razo mais profunda para os agrupamentos obtidos pelos crticos da diviso dos protostmios em Ecdysozoa e Lophotrochozoa/Spiralia.

As crticas que persistem so aquelas baseadas na anlise de caractersticas embriolgicas e morfolgicas tradicionais. De acordo com Brusca & Brusca, por exemplo, o grande problema do clado Ecdysozoa que as sinapoporfias, ou seja, aquelas vrias inovaes evolutivas compartilhadas por aneldeos e artrpodes passam a ser consideradas homoplasias, ou seja, devidas a evoluo convergente independente de ambos os grupos, o que leva os autores do famoso compndio sobre invertebrados a dizerem:

difcil imaginar a precisa a evoluo da complexidade do desenvolvimento do teloblasto metamrico mediado por mltiplos genes.Nielsen props como soluo, encarar Annelida como um grupo irmo de ecdysozoa dentro de Articulata, o que implicaria que a segmentao teria sido perdida em filos tais como Nematoda e Priapula, com o filo cinorrinca podendo exibir um forma de segmentao reduzida, com msculos seriadamente dispostos e associados com anis de cutcula.

O fato desses grupos terem se separado h muito tempo, em um passado remoto, e linhagens dentro de cada subgrupo terem ganho e perdido caractersticas torna a anlise complicada e como persistem algumas discusses metodolgicas importantes, ainda deveremos ver muitas discusses sobre a questo, mesmo com a existncia do consenso crescente em relao a realidade dos Ecdysozoa.

rigem e evoluo dos animais parte4

13/04/2011 19 Comentrios

Estamos a chegar ao fim da nossa breve viagem pela evoluo dos animais. Comeamos a descobrir o lugar dos animais no contexto evolutivo mais amplo dos eucariontes, descobrindo que uns modestos seres, chamados coanoflagelados, so os parentes mais prximos de todos os animais, e que o estudo das suas colnias revela pistas para perceber como os animais, multicelulares, evoluram. Depois comeamos a ver os traos gerais, as grandes linhagens de animais que reconhecemos hoje em dia, primeiro as que mantiveram caractersticas mais primitivas, como as esponjas e os cnidrios, e depois analisando um dos dois grandes ramos da evoluo animal, os deuterostmios. Este possui uma grande diversidade de formas de vida, desde os tmidos Xenoturbella, passando pelos tunicados e os complicados mas diversos vertebrados, assim como as estrelas-do-mar e seus parentes. No entanto, esta diversidade empalidece quando comparada com a diversidade atingida pelo outro grande ramo da diversidade animal, os protostmios. De certeza que ficaro muitos grupos importantes por falar, mas espero dar pelo menos uma boa ideia da diversidade que este grande grupo inclui neste ltimo post da srie sobre evoluo dos animais.

As diferenas entre protostmios e deuterostmios j foram sumariadas no post anterior, por isso no as voltarei a mencionar. O que recupero do post anterior a viso antiga da diversidade animal: embora os grupos Protostomia e Deutersotomia fossem j reconhecidos, a sua composio, e as relaes desses animais entre si, era significativamente diferente. Um conceito anteriormente muito importante na classificao era a presena ou no de celoma, a cavidade corporal onde os rgos se localizam. Protostmios e deuterostmios tinham celoma, mas havia um grande comjunto de animais que no possuam celoma completamente desenvolvido, e que por isso eram vistos como mais primitivos, relquias que demonstravam passos importantes na origem dessa caracterstica to importante, o celoma. Estes animais incluam alguns sem qualquer celoma (os acelomados), e outros com um pseudoceloma, tambm chamado de blastoceloma, uma cavidade corporal derivada directamente da cavidade corporal embrionria, o blastoclio.

Filogenia dos Bilateria, mostrando os grandes grupos de deuterostmios e protostmios. Os cnidrios aparecem como grupo externo aos animais bilaterados, enquanto os acelomorfos (Acoela=Acoeloomorpha) e os nemertodermatdeos (Nemertodermatida) so linhagens de bilaterados que divergiram antes da grande dicotomia Deuterostomia-Protostomia - Fonte: Paps et al (2009)

Estudos recentes, apoiados por tcnicas de biologia molecular, permitiram lanar um novo olhar sobre esta classificao: refora-se a ideia dos bilaterados como tendo dois grandes ramos, os Protostomia e Deuterostomia, e tirando alguns grupos pequenos, como os Acoelomorpha de que j falamos anteriormente, quase todos os bilaterados so agora protostmios ou deuterostmios e destes a grande maior parte protostmios! Para dizer a verdade, os protostmios foram os que mais enriqueceram em biodiversidade com as alteraes efectuadas classificao, se no vejamos: todos os pseudocelomados, assim como quase todos os acelomados (com excepo dos Acoelomorpha) passam a ser considerados protostmios; outra grande alterao deu-se com a incluso dos grupos colectivamente designados lofoforados (por possurem um lofforo, um rgo filtrador para a alimentao), antes considerados deuterostmios.

Podemos dizer que os protostmios se dividem em duas grandes linhagens, s recentemente reconhecidas: Os Ecdysozoa e os Lophotrochozoa

Os Ecdysozoa incluem os animais que renovam uma cutcula exterior atravs de um processo de muda chamado ecdysis; partilham tambm um grande conjunto de caractersticas mais escondidas, incluindo genes de desenvolvimento especficos e protenas nicas a membros destes grupos. Estes incluem a grande maioria dos animais terrestres s os artrpodes so responsveis por 85% de toda a diversidade animal, e os nemtodes so tambm muito diversos, e sobretudo numerosos: um estudo revelou que uma simples ma podre pode conter at 90 000 nemtodes individuais!

Perderia uma eternidade se comeasse a falar de artrpodes (Arthropoda), por isso bastar por enquanto referir os seus grupos principais: Hexapoda (insectos e afins), Crustacea (crustceos), Myriapoda (centopeias e mil-ps), Arachnida (aranhas,escorpies, caros) e Trilobitomorpha (as j extintas trilobites. O grande sucesso dos artrpodes ter-se- devido s suas grandes inovaes evolutivas: o exosqueleto rgido de quitina, que lhes confere uma boa proteco, e as patas articuladas, que permitem dar uma boa mobilidade apesar da rigidez do exoesqueleto. Os parentes mais prximos dos artrpodes so os onicforos (Onychophora) e os tardgrados (Tardigrada) estes celebrizaram-se pelas suas espantosas capacidades de resistncia a quase tudo! Frio extremo, calor extremo, radiaes altssimas, falta de gua, ausncia de atmosfera, presses extremas so o exemplo perfeito de um animal poliextremfilo, ou seja, capaz de resistir a condies extremas de muitos tipos diferentes.

Vrios Ecdysozoa - a) tardgrado; b) onicforo; c) artrpode (insecto); d) artrpode (crustceo); e) artrpode (miripode); f) nematomorfo; g) nemtode; h) loricfero; i) quinorrinco

As relaes evolutivas entre os outros Ecdysozoa no esto ainda bem esclarecidas. Eles incluem os nemtodes (Nematoda), um grupo de vermes muito diverso, e que tem sido muito estudado sobretudo devido s parasitoses que vrios membros causam (como a lombriga, Ascaris lumbricoides); os seus parentes mais prximos so os Nematomorpha, cujas larvas so parasitas de artrpodes. Os Kinorhyncha, Loricifera e Priapulida so outros grupos menos conhecidos, todos marinhos.

O outro grande grupo de protostmios, os Lophotrochozoa, foram assim chamados por inclurem grupos que se alimentam com recurso a um lofforo, e animais com um estado larvar designado trocforo. Em termos filogenticos, definem-se por inclurem o ltimo antepassado comum dos aneldeos, moluscos e lofoforados, assim como todos os descendentes desse antepassado comum. Pode-se dizer que os lofotrocozorios so um grupo cujos membros atingiram uma enorme variabilidade de formas corporais, talvez at mais que os Ecdysozoa. Como para estes ltimos, irei falar apenas por alto de alguns grupos mais notveis.

Os aneldeos (Annelida) so o grupo dos animais que possuem um corpo segmentado, formando vriosanis- tradicionalmente eram agrupados com os artrpodes, que tambm tm o corpo dividido em vrios segmentos, mas essa associao no parece fazer sentido em termos evolutivos os corpos segmentados surgiram de forma convergente. Entre os aneldeos encontramos animais como as minhocas,sanguessugase poliquetas. Por vezes usa-se um conceito mais alargado de aneldeo, incluindo os parentes marinhos Sipuncula e Echiura.Os aneldeos so parentes de lofoforados como os braquipodes (Brachiopoda) ou os Phoronida, e dos moluscos (Mollusca), que incluem animais familiares como os caracis, lesmas, polvos, mexilhes e quites.

Alguns Lophotrochozoa - a) molusco (bivalve); b) molusco (cefalpode); c) aneldeo (poliqueta); d) aneldeo (oligoqueta); e) rotfero; f) platelminte; g) lofoforado (Phoronida); h) equiuro; i) nemrteo

Animais blastocelomados como os comuns rotferos (Rotifera, presentes em quase qualquer meio em que haja humidade), os parasitas Acanthocephala e outros, assim como antigos acelomados como os Platyhelminthes (os vermes achatados, como as planrias, tnias ou tremtodes) so includos nos Lophotrochozoa (nem todos, relembro). O facto de eles possurem verses mais rudimentares do celoma resulta no da reteno de caractersticas primitivas, mas de aquisio dessas caractersticas no decurso da evoluo: os acelomados perderam o celoma, ficando com o corpo compactamente preenchido por clulas (mesnquima); os blastocelomados retiveram durante a evoluo uma caracterstica juvenil (o blastoclio do embrio continua no adulto). Nestes animais sem celoma verdadeiro, as vantagens de ter um bom sistema de transporte e espao para desnvolvimento de rgos so compensadas pela capacidade de armazenamento de substncias e suporte corporal. De qualquer forma, estes planos corporais funcionam melhor em animais de tamanho pequeno (a maioria dos blastocelomados) ou com um volume reduzido (os platelmintes so o melhor exemplo).

Com estas conversas de cavidades corporais concluo esta srie de posts sobre a evoluo dos animais. Inicialmente ia ser s um post sobre a origem dos animais, mas rapidamente percebi que queria prolongar mais um pouco, e falar de um modo geral sobre diversidade animal. Podia ter falado de muito mais coisas, mas os posts j ficaram grandes o suficiente por agora! E levado ao extremo, s acabava se falasse de todos os aspectos da biologia de todo o milho de espcies conhecidas actualmente

. Introduo Ecdysozoa

Os animais de muda

O Ecdysozoa constituem um dos principais grupos dentro do reino animal , e tambm o maior, uma vez que inclui os artrpodes (insetos, aranhas e crustceos) e os nematides . O Ecdysozoa uma das duas grandes subdivises dentro Protostomia, um grupo em que a boca se desenvolve a partir da primeira abertura para o desenvolvimento do embrio. Por sua vez, o Protostomia pertence a um grupo maior dentro do Animalia chamado Bilateria, porque estes animais so bilateralmente simtricos, com uma esquerda e uma direita para seus corpos.

Ao contrrio de outros animais com esqueletos que constroem o apoio do seu corpo a partir de minerais, um ecdysozoan constri uma cutcula, uma camada exterior de material orgnico, que funciona como o seu esqueleto. Isto significa que o esqueleto pode ser construdo mais fino e mais leve do que em outros animais, e no necessita de uma fonte de minerais para a sua construo. Tambm um esqueleto mineral requer articulaes para permitir flexibilidade, enquanto um revestimento orgnico pode ser flexvel, se fina o suficiente.

O nome Ecdysozoa se refere ao fato de que muitos membros deste grupo lanar regularmente a sua cutcula, um processo chamado ecdise, que controlado por hormnios por uma classe de esterides apropriadamente chamado ecdisteroides. Se voc j viu um inseto rastejar para fora de sua pele velha, ou uma borboleta deixando sua crislida, depois de ter visto esse derramamento ocorrer. Esta capacidade de lanar o esqueleto externo abriu opes de desenvolvimento para ecdysozoans que outros animais com esqueletos no tm sua disposio. Isto , em parte, por causa das limitaes de um esqueleto mineral impe a um animal; crescimento s pode ocorrer por adio de mais minerais do esqueleto existente, o que limita a forma do animal medida que cresce. Enquanto muitos ecdysozoans tambm manter sua forma bsica ao longo da sua vida, muda remove essa limitao. Alguns ecdysozoans aproveitaram isso, especialmente os insetos . A maioria dos grupos de insetos sofrem metamorfose completa ou parcial antes de chegar fase adulta, ea larva pode parecer muito diferente do adulto final e at mesmo viver em um ambiente completamente diferente.

Tambm ao contrrio de animais basais , deuterostomes e lophotrochozoans que reproduzem simplesmente liberando grandes quantidades de vulos e espermatozides na gua na esperana de que iro ocorrer a fecundao, muitas espcies de ecdysozoans tm sexos separados que se unem e copulam. O esperma ou entregue ao corpo da fmea ou depositado diretamente sobre os ovos como eles so liberados. Esta caracterstica aumenta muito as chances de fertilizao bem sucedida, e evoluiu de forma independente nos vertebrados .

A filogenia acima baseado em uma combinao de morfologia e 18S RNA; essas relaes tm sido apoiadas por ambos os tipos de dados de forma independente. No a palavra final sobre as relaes entre esses grupos, e h muitas hipteses concorrentes. Por enquanto, ns preferimos este agrupamento com base nas evidncias disponveis, mas como dados continua a acumular a nossa imagem de relaes ecdysozoan podem mudar.