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O artigo relata a insuficiência renal aguda em cães e gatos, desenvolvimento da doença e tratamento.
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Seminário de Clínica de Pequenos Animais
Acadêmicos: Arilso Schneider Flavio Pinheiro Gerson Ferreira
Profº: Carlos Eduardo Coradassi
Insuficiência Renal AgudaAnatomia em Cães
Insuficiência Renal Aguda
Síndrome caracterizada pelo início rápido de insuficiência de filtração pelos rins.
Definição
A insuficiência renal aguda é iniciada por isquemia, nefrotoxinas, doença inflamatória sistêmica ou nefropatia intrínseca.
Fisiopatologia
A insuficiência excretora renal é perpetuada por fatores múltiplos, incluindo:
Área superficial e permeabilidade glomerulares reduzidas;
Fluxo sanguíneo renal baixo; Obstrução intratubular por debris tubulares;
Edema celular e intersticial; “Extravasamento retrógrado” do filtrado através do epitélio tubular lesado.
Fisiopatologia
Renal; GI Nervoso; Respiratório; Musculoesquelético; Hemático/linfático/imune.
Sistemas Acometidos
A prevalência pode aumentar no outono e no inverno com a maior exposição do animal a anticongelante contendo etilenoglicol e ambientes úmidos mantendo a leptospirose.
Prevalência
Espécies: Cães e gatos. Sem raça(s) predominante(s). Idade Média e Variação: O máximo de incidência é entre seis a oito anos nos cães, os animais mais idosos estão em maior risco.
Identificação
Início súbito de anorexia, indiferença, vômito, diarréia, halitose, ataxia, convulsões, exposição a toxina conhecida, condições clínicas ou cirúrgicas recentes e oligúria/anúria.
Sinais Clínicos Achados Anamnésicos
Condição normal corpórea e da pelagem, depressão, desidratação (ás vezes superidratação), ulceração bucal, glossite, necrose da língua, respiração urêmica, hipotermia, febre , taquipnéia, bradicardia, bexiga não palpável e rins grandes, dolorosos e firmes.
Sinais ClínicosAchados do Exame Físico
Choque, Hipertensão maligna, Insuficiência cardíaca, Tromboembolia, Intermação, Vasoconstrição excessiva, Vasodilatação excessiva, Anestesia prolongada.
Causas Hemodinâmicas
Agente quimioterápico, AINEs, Agentes para contraste
radiográfico, Etilenoglicol, Metais pesados, Pigmento heme, Cálcio, Ingestão de uva ou passa (cães) Ingestão de lírio (gatos), Anfotericina B, Administração de
antimicrobianos, Veneno de inseto ou de cobra.
CausasNefrotóxicas
Leptospirose, glomerulonefrite , pancreatite, septicemia, insuficiência hepática, intermação, reação transfusional, endocardite bacteriana, pielonefrite e linfossarcoma.
Obstrução ureteral unilateral ou bilateral com urólitos de oxalato de cálcio é causa comum de IRA nos gatos.
CausasDoença Intrínseca e Sistêmica
Endógenos:Nefropatia preexistente, desidratação, hipovolemia,
hipotensão, idade avançada, doença concomitante,
hipocalemia, hipocalcemia e acidose.
Fatores de Risco
Exógenos:Medicamentos, dieta, cirurgia prolongada, traumatismo,
doença orgânica múltipla e temperatura ambiente muito
elevada.
Fatores de Risco
Diagnóstico diferencial Hemograma/Bioquímica/Urinálise
Diagnóstico por imagem
Diagnóstico
Azotemia pré-renal:Oligúria, densidade urinária concentrada, corrigível com
repleção fluida. Azotemia pós-renal:Anúria, disúria, estrangúria, bexiga grande, obstrução
uretral e uroperitônio.
Diagnóstico Diferencial
Pré-renal na IRA:Uremia de início agudo, parcialmente
corrigida com repleção fluida. Hipoadrenocorticismo:Hiponatremia, hipercalemia e teste de
estimulação do ACTH “achatado”
ACTH “achatado” (linha horizontal).
Diagnóstico Diferencial
Pancreatite:Lipase sérica acentuadamente aumentada, dor abdominal
cranial, imunorreatividade tripsinóide elevada,hiperbilirrubinemia e atividade enzimática hepática elevada.
Síndrome hepatorrenal: Evidência clínica e laboratorial de insuficiência hepática.
Diagnóstico Diferencial
VG normal ou elevado, leucocitose variável e linfopenia.
Aumentos progressivos (moderados a graves) na creatina e no fosfato; potássio e glicose variavelmente elevados; e bicarbonato e cálcio variavelmente baixos.
Hemograma/ Bioquímica/ Urinálise
Incapacidade de concentrar urina ( ≥ 1,020), proteinúria média a moderada e glicosúria; números variavelmente elevados de cilindros, de leucócitos, de hemácias e de células epiteliais tubulares; bacteriúria e cristalúria variáveis (oxalato de cálcio).
Hemograma/ Bioquímica/ Urinálise
Radiografias de rotina e contrastada:
Rins estão normais a grandes, com os contornos lisos, bilateralmente ou assimétricos (síndrome do “rim grande-rim pequeno) na obstrução ureteral – procurar pequenas radiodensidades no retroperitônio. Nefropielografia percutânea (obstrução uretral).
Diagnóstico por Imagem
Ultra-sonografia: Rins hiperecóicos sugerem intoxicação pelo etilenoglicol. Dilatação pélvica e/ou ureteral ou densidades calcificadas sugerem obstrução ao fluxo de saída.
Diagnóstico por Imagem
Tratamento como paciente internado; Eliminar as agressões incitantes; Interromper os medicamentos nefrotóxicos;
Estabelecer e manter a estabilidade hemodinâmica;
Melhorar os desiquilíbrios hídricos com risco de morte, as anormalidades bioquímicas e a intoxicação urêmica;
TratamentoCuidados de Saúde Apropriados
Induzir a êmese; Instituir a lavagem gástrica e administrar carvão ativado, catárticos e antídotos específicos para pacientes com intoxicação aguda;
Hemodiálise precoce pode eliminar as toxinas dialisáveis.
Tratamento Cuidados de Saúde Apropriados
Restringir a ingestão oral até que o vômito desapareça.
Para a maior parte dos pacientes, estoques de gordura endógena e de proteína fornecem as necessidades calóricas durante as fases iniciais da restrição dietética.
Dieta
Dietas moderadamente restritas em proteína ou soluções de alimentação entérica são utilizadas para controlar a azotemia e fornecer as necessidades calóricas.
Dieta
Alimentação entérica, animais com anorexia e sem vômito:
Necessidades calóricas e de proteína fornecidas por dieta comercial misturada para prescrição renal ou dieta líquida comercial formulada.
Dieta
Alimentações entéricas podem ser administradas à força ou dadas por sonda nasoesofágica, de faringostomia, de gastrostomia ou de enterotomia.
Dieta
Produção Inadequada de Urina: Assegurar-se de que o paciente se encontra com repleção do volume fluido.
Fornecer fluido isonátrico adicional para obter expansão moderada de volume (3- 5%).
MedicaçõesProdução Inadequada de Urina
A falha na indução da diurese pela reposição de líquido indica dano parenquimatoso grave ou estimativa inferior ao déficit hídrico.
Quando repleto, administrar diurético e/ou dopamina.
MedicaçõesProdução Inadequada de Urina
Manitol hipertônico, (10-20%) – 0,5-1g/kg IV por 15-30 min. ; se eficaz continuar como bolo IV intermitente a cada 4-6 h ou 1-2mg/kg/min IV com velocidade constante de infusão, quando ineficaz, interromper.
MedicaçõesProdução Inadequada de Urina
Furosemida, 2-6 mg/kg IV, caso seja eficaz continuar a cada 8h, se ineficaz, interromper ou combinar com a dopamina.
Medicações Produção Inadequada de Urina
Dopamina, 1-5 µg/kg/min em glicose a 5% com VCI; sinergismo com a furosemida; quando eficaz, continuar com VCI; caso seja ineficaz, combinar com a furosemida ou interromper.
Caso esses tratamentos falhem na indução da diurese dentro de 4-6h, considerar a diálise.
MedicaçõesProdução Inadequada de Urina
Vômito: Nada por via oral até que o vômito desapareça.
Reduzir a produção de ácido gástrico, famotidina (0,5-1mg/kg IM, IV a cada 12-24h) ou ranitidina (2mg/kg IV a cada 8-12h) ou omeprazol (0,7-2mg/kg VO a cada 24h [cães]).
MedicaçõesVômito
Protetor de Mucosa, sucralfato (0,5-1g VO a cada 6-8h).
Antieméticos, metoclopramida (0,2-0,5mg/kg SC, IV ou IM a cada 6-8h; 0,01-0,02mg/kg/h em VCI).
MedicaçõesVômito
A diálise pode estabilizar o paciente até que a função renal seja restaurada.
Métodos corretivos ou cirurgias são implementados, transplante renal.
Sem diálise, a maior parte dos pacientes oligúricos morre antes que o reparo renal possa ocorrer.
MedicaçõesPeritoneal ou Hemodiálise
Indicações específicas incluem: Oligúria ou anúria graves, sobrecarga líquida com risco de vida, distúrbio eletrolítico ou ácido-básico com risco de morte, creatinina sérica, curso clínico refratário ao tratamento conservador por mais de 24h, estabilização perioperatória e intoxicação com toxina dialisável.
MedicaçõesPeritoneal ou Hemodiálise
Medicações Peritoneal ou Hemodiálise
O médico veterinário deve monitorar o paciente, atendendo os equilíbrios hídrico, eletrolítico e ácido-básico, o peso corpóreo, o débito urinário e o estado clínico diariamente.
Acompanhamento
Prever o potencial de IRA nos pacientes que estejam hemodinamicamente instáveis, recebendo medicamentos nefrotóxicos, possuam insuficiência de múltiplos órgãos ou recebendo anestesia e cirurgia prolongadas.
Manutenção da hidratação, expansão de volume moderado com solução salina e administração de manitol podem ser preventivos.
Prevenção
Etiologias infecciosas apresentam prognóstico melhor para recuperação do que as causas tóxicas.
IRA não oligúrica: mais moderada do que a oligúrica, a recuperação pode ocorrer em 2-6 semanas, porém o prognóstico permanece reservado a desfavorável.
IRA anúrica: geralmente fatal, diálise necessária para o reparo renal, a recuperação da função renal é em geral imcompleta.
Prognóstico
IRA oligúrica: prevê lesão renal extensa, é difícil de tratar e possui mau prognóstico para recuperação que é assinalada pelo aumento repentino (quase sempre excessivo) na produção de urina e retorno vagaroso e incompleto da função renal por 4-12 semanas; a diálise estende o potencial para regeneração e reparo renal.
Prognóstico
IRA oligoanúrica: com insuficiência orgânica múltipla geralmente fatal, quase sempre necessita de diálise.
Prognóstico
Consulta Veterinária em 5 Minutos, Espécies Canina e Felina, 3ª Edição.
Larry P. Tilley; Francis W.K. Smith Jr. Larry D. Cowgill; Larry G. Adams e Carl A.
Osborne. Imagens: http://cachorrosblogs.blogspot.com.br/2011/10/cachorros-
hemodialise.html#uds-search-results-Junior Vinicius; http://www.clinivet.com.br/servicos/nutricao-Curitiba-Pr coisadeamigo.com.br animais.culturamix.com geyermed.com.br sobiologia.com.br grupoescolar.com legalpraanimal.wordpress.com
Referências Bibliográficas
OBRIGADO PELA ATENÇÃO!!!