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I COLÓQUIO NACIONAL SOBRE CURRÍCULO, TERRITÓRIO E DIVERSIDADE ÉTNICO-CULTURAL I SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE RELIGIOSIDADES POPULARES E IDENTIDADES COLETIVAS I SEMINÁRIO REGIONAL SOBRE POVOS ORIGINÁRIOS: CULTURA, SUSTENTABILIDADE E MODOS DE VIDA CADERNO DE RESUMOS SESSÕES TEMÁTICAS DE COMUNICAÇÃO PROMOÇÃO E ORGANIZAÇÃO: GRUPO DE PESQUISA CTDEC (Currículo, Território e Diversidade Étnico-Cultural) GRUPO DE PESQUISA SOCIORELIGIO (Mudanças e Dinâmicas das Religiosidades Populares nos Territórios e Populações Tradicionais do Paraná) Paranaguá, 21 a 23 de Novembro de 2018

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I COLÓQUIO NACIONAL SOBRE CURRÍCULO, TERRITÓRIO E DIVERSIDADE ÉTNICO-CULTURAL

I SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE RELIGIOSIDADES POPULARES

E IDENTIDADES COLETIVAS

I SEMINÁRIO REGIONAL SOBRE POVOS ORIGINÁRIOS: CULTURA, SUSTENTABILIDADE E MODOS DE VIDA

CADERNO DE RESUMOS

SESSÕES TEMÁTICAS DE COMUNICAÇÃO

PROMOÇÃO E ORGANIZAÇÃO:

GRUPO DE PESQUISA CTDEC (Currículo, Território e Diversidade Étnico-Cultural)

GRUPO DE PESQUISA SOCIORELIGIO (Mudanças e Dinâmicas das Religiosidades Populares nos Territórios e

Populações Tradicionais do Paraná)

Paranaguá, 21 a 23 de Novembro de 2018

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Colóquio Nacional Sobre Currículo, Território e Diversidade Étnico-Cultural; Simpósio Nacional sobre Religiosidades Populares e Identidades Coletivas; Seminário Regional sobre Povos Originários: cultura, sustentabilidade e modos de vida (1.: 2018 : Paranaguá, PR)

Caderno de resumos... [recurso eletrônico] / organizadores, Ezequiel Westphal, Antônio Ferreira, Maria Lúcia B. Machado. Paranaguá : IFPR, 2018.

ISBN: 9788582993392 1. Pesquisa. 2. Extensão. 3. Ensino. 4. Educação. I. IFPR. II. Westphal, Ezequiel. III. Ferreira, Antônio. IV. Machado, Maria Lúcia B. V. Título CDD 301

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Ficha catalográfica elaborada por Maria do Amparo Cardoso – CRB 9/1449

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CADERNO DE RESUMOS – SESSÕES DE COMUNICAÇÕES – GRUPOS DE TRABALHO (GTs)

I Colóquio Nacional sobre Currículo, Território e Diversidade Étnico-Cultural, I Simpósio Nacional sobre Religiosidades Populares e Identidades Coletivas

I Seminário Regional sobre Povos Originários: cultura, sustentabilidade e modos de vida

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Ezequiel Westphal Antônio Ferreira

Maria Lúcia Büher Machado

(Orgs.)

CADERNO DE RESUMOS:

SESSÕES TEMÁTICAS DE COMUNICAÇÃO

Paranaguá, 21 a 23 de Novembro de 2018

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I Seminário Regional sobre Povos Originários: cultura, sustentabilidade e modos de vida

ORGANIZAÇÃO DO EVENTO

Coordenação Geral: Dr. Antônio Ferreira – IFPR/Campus Paranaguá Dr. Ezequiel Westphal – IFPR/Campus Paranaguá Dra. Maristela Marangon – TerraMar

Comissão Organizadora: Amparo Cardoso Antônio Ferreira Ezequiel Westphal Flávia Fabiane Serafin de Souza Gabriel Belchior Miranda Gil Eduardo de Andrade Izaías Costa Filho Janete Perotto Lopes de Souza José Augusto Dias Maria Lucia Büher Machado Maristela Marangon Rodrigo Rafael Fernandes Rodrigo Alves Zucarelli Silvana Aparecida Marcondi Silva Vanessa Gomes Belo Vinicius Palenske

Comissão Científica: Dra. Ângela Maria de Souza – UNILA Dr. Alfio Brandenburg – PPGS/UFPR Dr. Amir Limana - IFPR/Campus Astorga Dr. Antônio Ferreira – IFPR/Campus Paranaguá M.Sc. Antônio João Galvão de Souza – IFPR/Campus Paranaguá Dr. Antonio Marcio Haliski – IFPR/Campus Paranaguá M. Sc. Benjamin Perez Maia – SEED-PR/UNIBRASIL M. Sc. Carolina Noura de Moraes Rêgo – FADISP Dranda. Chrislayne Aparecida Pereira de Figueiredo – UNEMAT

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Dra. Clélia Peretti – PUCPR/Campus Curitiba Dr. Clóvis Brondani – UFFS/Campus Chapecó Dr. Diego Dominguez – UBA Dra. Edimara Gonçalves Soares – Dep. da Diversidade – SEED/PR Dr. Eduardo Fofonca – IFPR/Proepi Drando. Elizio Lemes de Figueiredo – UNEMAT Dr. Emerson Luis Tonetti – IFPR/Campus Paranaguá Dr. Everaldo dos Santos – IFPR/Campus Paranaguá Dr. Ezequiel Westphal – IFPR/Campus Paranaguá Dr. Gerson Galo ledezma Meneses – UNILA Dra. Gislaine Garcia de Faria – IFPR/Campus Paranaguá Dr. Irineu Mario Colombo – IFPR/Campus Pinhais Drando. Izaias Costa Filho – IFPR/Campus Curitiba Dra. Jaci de Fátima Souza Candiotto - PUCPR Drando. José Adelmo Menezes de Oliveira- IFS/Campus Aracaju Dra. Luciana Maestro Borges – IFPR/Campus Paranaguá Dr. Luciano Barboza - UFAL/Campus do Sertão Dr. Marcos Vinícius Pansardi – IFPR/Campus Paranaguá Dra. Maria Lúcia Büher Machado – IFPR/Campus Paranaguá Dra. Maristela Marangon – TerraMar M. Sc. Márcio Issler – UNIOESTE/Campus Cascavel Dr. Maurício Vitória Fagundes – UFPR/Setor Litoral M. Sc. Milton Roberto da Silva Sá Ravagnani – UNICURITIBA Dranda. Nádia Balestrin – CERU/UFPR Dra. Patrícia Martins – IFPR/Campus Paranaguá Drando. Roberlei Aldo Queiroz – FADISP Dr. Ricardo Töws – IFPR/Campus Astorga Dr. Rogério Baptistella – IFPR/Campus Paranaguá Dr. Sidney Reinaldo da Silva – IFPR/Campus Paranaguá Dra. Silvia Cristina Limberger – IFPR/Campus Paranaguá Dra. Sonia Maria dos Santos Marques – UNIOESTE/Campus Francisco Beltrão Dra. Valeriê Cardoso Machado Inaba – IFPR/Campus Paranavaí Drando. Victor Miguel Castillo de Macedo – IFPR/Campus Paranaguá

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APRESENTAÇÃO Entre os dias 20, 21 e 22 de novembro de 2018, o Grupo de Pesquisa CTDEC (Currículo, Território e Diversidade Étnico-Cultural) e o Grupo de Pesquisa SOCIORELIGIO (Mudanças e Dinâmicas das Religiosidades Populares nos Territórios e Populações Tradicionais do Paraná) do Instituto Federal do Paraná, Campus Paranaguá, organizou o I. Colóquio Nacional sobre Currículo, Território e Diversidade Étnico-Cultural, o I. Simpósio Nacional sobre Religiosidades Populares e Identidades Coletivas e o I. Seminário Regional sobre Povos Originários: Cultura, Sustentabilidade e Modos de Vida. São eventos integrados em único formato com espaço plural de discussões, troca de experiências, maior aproximação e convívio entre pesquisadores(as), acadêmicos(as), atores sociais e a comunidade em geral organizados por ambos os grupos de pesquisa. O Grupo de Pesquisa CTDEC caracteriza-se como espaço de leituras, debates, reflexões e pesquisa no que tange aos diferentes processos complexos de concepções em torno do currículo nas interfaces com as de território e diversidade étnico-cultural. Ao considerar que somos o país da diversidade étnico-cultural, entretanto, existe uma parcela da população brasileira cuja realidade social ainda é, em parte, historicamente invisível aos olhos dos gestores públicos, bem como da Academia. Pesquisa o silenciamento e a marginalização das populações e comunidades tradicionais por um saber hegemônico, principalmente, no currículo e nos materiais didáticos, em escolas localizadas dentro de territórios específicos. Nesse sentido, parte do pressuposto que a organização curricular oficial ignora os saberes e conhecimentos das populações tradicionais reproduzindo a instrução tradicional como modelo do sistema educacional; preocupação esta, demonstrada no tema central da edição desse Colóquio: “Currículo, Território e Temporalidades em Disputa”. O Grupo de Pesquisa SocioReligio volta-se ao estudo das novas mudanças e dinâmicas das religiosidades populares nos territórios tradicionais - áreas periféricas urbanas e rurais no Paraná - desenvolvendo pesquisas que demonstrem interconexões entre saberes/conhecimento, técnicas, ritos, festas, institucionalidades, discursos, movimentos religiosos e crenças, na relação sócio/etno/diversificada dos seus atores com a atual sociedade globalizada do conhecimento e da informação, no qual o campo religioso de poder e subjetividades tornam-se latentes de investigação. Tem interesse na investigação sobre a complexidade de práticas e dos conflitos e silenciamentos entre atores e agentes religiosos em torno do território de populações tradicionais do mundo rural, bem como de áreas periféricas urbanas e de temas que priorizam a compreensão de tais dinâmicas atuais, na complexidade das relações do debate do campo religioso brasileiro e latino-americano. Portanto, o espaço construído coletivamente volta-se as discussões de temas interconexos que caracterizam a edição desse Simpósio: “Pluralismo Religioso e Interculturalidade na Contemporaneidade”.

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I Seminário Regional sobre Povos Originários: cultura, sustentabilidade e modos de vida

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O Grupo de Trabalho Povos Originários: Cultura, Sustentabilidade e Modos de Vida diante do presente cenário de espoliação e de retirada dos direitos das populações indígenas no Brasil, volta-se para o diálogo entre pesquisadores, militantes e membros de comunidades, privilegiando o debate em torno dos direitos dos povos originários, sendo um espaço de trocas que possam contribuir para a reexistência das populações indígenas de nossa região sintetizada no tema norteador do Seminário: Terra, Área de Vida e Sustentabilidade dos Povos Originários. Portanto, agradecemos a participação da comunidade acadêmica, das instituições representadas, dos atores e lideranças dos movimentos sociais e da sociedade civil no evento.

Sejam todos(as) muito bem-vindos(as) ao IFPR/Campus Paranaguá!

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INSTITUIÇÕES DE ENSINO Escola de Educação Básica Dr. Jorge Lacerda

Escola Estadual Indígena NITÓTU de Educação Indígena - Clevelândia/Paraná

Instituto Federal do Paraná - IFPR

Pontifícia Universidade Católica do Paraná - PUCPR

Prefeitura Municipal de Itapoá- Escola Claiton Almir Hermes

Prefeitura Municipal de Laranjeiras do Sul

Secretaria de Estado da Educação do Paraná - SEED/PR

Secretaria Municipal de Educação de Araucária

Secretaria Municipal de Educação de Paranaguá - SEMEDI

Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE

Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG

Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC

Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE

Universidade Estadual do Paraná – UNESPAR

Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB

Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP/FCL de Assis

Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS

Universidade Federal de Roraima - UFRR

Universidade Federal de São Carlos - UFSCar

Universidade Federal do Paraná - UFPR

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ

Universidade PITÁGORAS UNOPAR

Universidade Tuiuti do Paraná – UTP

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PROGRAMAÇÃO DOS GTs

22 DE NOVEMBRO (QUINTA-FEIRA)

GT 01 - Identidades Coletivas, Conflitos Territoriais e Educação do Campo

Horário: 15h30 as 18h00 Local: Sala de Meio Ambiente – Bloco Laboratórios de Mecânica GT 02 - Educação e Direitos Humanos GT 03 - Currículo, Práticas Pedagógicas e Cultura Quilombola GT 04 - Estudos Territoriais, Diversidade e Gênero GT 05 - Ruralidades, Religiosidades Populares e Identidades Coletivas GT 06 - Religião e Gênero: Tendências e Debates

Horário: 15h30 as 18h00 Local: Bloco Administrativo (Novo)

23 DE NOVEMBRO (SEXTA-FEIRA) GT 01 - Identidades Coletivas, Conflitos Territoriais e Educação do Campo

Horário: 15h30 as 18h00 Local: Sala de Meio Ambiente – Bloco Laboratórios de Mecânica GT 02 - Educação e Direitos Humanos GT 04 - Estudos Territoriais, Diversidade e Gênero GT 05 - Ruralidades, Religiosidades Populares e Identidades Coletivas GT 07 - Povos Originários: Cultura, Sustentabilidade e Modos de Vida

Horário: 15h30 as 18h00 Local: Bloco Administrativo (Novo)

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO........................................................................................... 06 INSTITUIÇÕES DE ENSINO............................................................................. 08 PROGRAMAÇÃO DOS GTS............................................................................ 09 EMENTAS DOS GRUPOS DE TRABALHO........................................................ 11 RESUMOS: SESSÕES TEMÁTICAS DE COMUNICAÇÃO.................................... 16 GT 01 - Identidades Coletivas, Conflitos Territoriais e Educação do Campo..... 17

GT 02 - Educação e Direitos Humanos.............................................................. 26

GT 03 - Currículo, Práticas Pedagógicas e Cultura Quilombola......................... 44

GT 04 - Estudos Territoriais, Diversidade e Gênero........................................... 55

GT 05 - Ruralidades, Religiosidades Populares e Identidades Coletivas............ 68

GT 06 - Religião e Gênero: Tendências e Debates............................................. 81

GT 07 - Povos Originários: Cultura, Sustentabilidade e Modos de Vida............ 87

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EMENTAS DOS GRUPOS DE TRABALHO

GT 01 - Identidades Coletivas, Conflitos Territoriais e Educação do Campo

Ementa: No Sul do Brasil, especialmente no Paraná, os povos e comunidades tradicionais

têm assumido um protagonismo crescente nas últimas décadas, através de resistências e

novas estratégias políticas de lutas, focalizando para além dos aspectos da vida social, o

tema da educação do campo. Sendo assim, este Grupo de Trabalho discutirá as expressões

destes novos movimentos sociais e suas demandas identitárias, conflitos territoriais,

experiências de afirmação de direitos étnicos e coletivos a partir do lugar da educação do

campo e das práticas educativas. Compreendemos o papel e função social e política que a

educação do campo na afirmação das políticas de reconhecimento e distribuição e sua

íntima relação entre a resistência de povos, suas culturas e as formas de organização de seus

territórios e identidades.

Coordenadores: Roberto Martins de Souza Doutor em Sociologia (UFPR). Pesquisador e Docente do IFPR/Campus Paranaguá.

Luciana Maestro Borges Doutora em Agronomia (UEM). Pesquisadora e Docente do IFPR/Campus Paranaguá.

GT 02 - Educação e Direitos Humanos

Ementa: O grupo Educação e Direitos Humanos enfatiza a discussão crítica e coletiva de

resultados de pesquisas que abordam as teorias, as políticas e as práticas relacionadas à

Educação em Direitos Humanos. Os trabalhos se organizarão em torno das seguintes

temáticas: políticas e programas de Direitos Humanos. Formulação e efetivação das políticas

em Direitos Humanos. Os processos culturais e a concepção intercultural dos Direitos

Humanos. Os espaços de promoção e defesa dos direitos. Garantia e violação de direitos nas

escolas. As políticas nacionais e internacionais para educação em Direitos Humanos. A

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educação em Direitos Humanos na formação de professores. As relações entre currículo

escolar, Direitos Humanos e justiça social. Processos inclusivos para superação das

desigualdades e exclusão. Teorias, métodos pedagógicos e práticas educativas em Direitos

Humanos.

Coordenadora: Jussara Schmitt Sandri Doutoranda em Função Social do Direito (FADISP). Pesquisadora e Docente do IFPR/Campus Paranaguá.

GT 03 - Currículo, Práticas Pedagógicas e Cultura Quilombola

Ementa: O currículo é permeado por tensões, disputas e relações de poder. Mas, é também

o local onde o conhecimento escolar é construído e efetivado. Esse conhecimento

deve propiciar que os estudantes sejam agentes pró-ativos nas suas realidades, e

também possam se movimentar em outras realidades diferentes da sua. Assim, currículo,

práticas pedagógicas e cultura na perspectiva das comunidades quilombolas são dimensões

desafiadoras e que requerem reflexões visando a construção e garantia da modalidade de

Educação Escolar Quilombola, conforme Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação

Escolar Quilombola. A partir dessas considerações esse GT quer propiciar reflexões a partir

de trabalhos que discutam: fundamentos teóricos; procedimentos metodológicos e,

resultados de pesquisas concluídas e ou em andamento com foco nas dimensões do

currículo escolar; práticas pedagógicas e cultura quilombola presentes nos currículos

escolares da educação básica e superior.

Coordenadores: Antônio Ferreira Doutor em Educação: Currículo (PUCSP). Pesquisador e Docente do IFPR/Campus Paranaguá.

Edimara Gonçalves Soares Doutora em Educação (UFPR). Pesquisadora e Docente da SEED/PR.

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GT 04 - Estudos Territoriais, Diversidade e Gênero

Ementa: Estudos Territoriais, Diversidade e Gênero: A partir da compreensão de Território

constituído na dinâmica das relações sociais, incluindo as relações de poder, propõe-se a

apresentação de estudos que dialoguem com as questões de Gênero e Território, em sua

necessária interdependência/consubstancialidade com as categorias de Classe e Etnia.

Pesquisas sobre a apropriação/ (des)apropriação de territórios por diferentes grupos sociais

e a análise de abordagens curriculares sobre o tema nos diversos campos disciplinares serão

o foco do GT.

Coordenadoras: Maria Lúcia Büher Machado Doutora em Educação (UNICAMP). Pesquisadora e Docente do IFPR/Campus Paranaguá.

Patrícia Martins Doutora em Antropologia Social (UFSC). Pesquisadora e Docente do IFPR/Campus Paranaguá.

GT 05 - Ruralidades, Religiosidades Populares e Identidades Coletivas

Ementa: O debate em torno do rural brasileiro vem apresentando uma gama de estudos

significativos nas últimas décadas, no campo das ruralidades. Estes estudos trouxeram à

tona o entendimento de que as populações do mundo rural têm seus próprios códigos de

conhecimento, saberes, concepções e destinos traduzidos em uma complexidade singular,

um modo de ser e de viver peculiares. Possuem criatividade com dinâmica própria ao

ressignificar às tradições, os costumes, as técnicas, os hábitos, as relações familiares e

sociais, as expressões e manifestações culturais e religiosas, com linguagem própria no

entendimento do rural enquanto percepção de patrimônio. Nesse sentido, o objetivo desse

grupo de trabalho é a identificação e reivindicação dos atores coletivos do mundo rural pela

conquista de direitos tendo por interconexão o sentido da tradução no campo das

ruralidades, enquanto território abundante de vida social, econômica e cultural. Serão

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considerados trabalhos que contemplem estudos e reflexões em torno: da construção social

da realidade e as representações do rural; de identidades coletivas rurais contemporâneas e

questões de gênero; de religiosidades e sociedades no mundo rural; dos atores e as relações

conflituosas e de poder no território; das tramas socioculturais em torno das festas e

tradições religiosas no mundo rural; da mística religiosa e dinâmica do movimento social dos

trabalhadores rurais na luta pelo direito a terra; da complexidade das relações de

interculturalidade das populações militantes do movimento sem-terra para assegurar

direitos, dentre outros temas correlatos aos objetivos propostos por esse grupo.

Coordenadores: Ezequiel Westphal Doutor em Sociologia (UFPR). Pesquisador e Docente do IFPR/Campus Paranaguá.

Antonio Marcio Haliski Doutor em Sociologia (UFPR). Pesquisador e Docente do IFPR/Campus Paranaguá.

Luciano Celso Brandão Guerreiro Barbosa Doutor em Meio Ambiente e Desenvolvimento (UFPR). Pesquisador e Docente da UFAL/Campus Sertão.

GT 06 - Religião e Gênero: Tendências e Debates

Ementa: O GT Gênero e Religião: Tendências e Debates se propõe ser um espaço de diálogo

interdisciplinar entre diferentes áreas do saber em perspectiva de gênero. O GT se dedicará

a análise teórica feminista de fenômenos, movimentos religiosos e manifestações espirituais

do mundo contemporâneo. As teorias de gênero no campo feminista se ocupam do estudo

da problemática em torno da questão de gênero - que implica todas as manifestações de

gênero, seu lugar na sociedade (ex.: masculinidades, homossexualidades,

heterossexualidades) e toma em conta as transversalidades como etnias, classes,

sexualidades, contextos políticos, econômicos, históricos, meio ambiente etc. Objetiva-se

acolher estudos e reflexões críticas acerca do papel das

religiões/religiosidades/espiritualidades e suas implicações sobre as relações de gênero na

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sociedade, do lugar dos sexos nas diferentes religiões ao redor do mundo e das experiências

que mulheres e homens fazem em seus espaços sagrados e de celebração. O GT também

prevê propostas que abordem os significados das experiências de libertação no contexto

religioso e estudo de tradições e textos sagrados, seus sentidos e suas influências na

construção de relações socioculturais.

Coordenadoras: Clélia Peretti Doutora em Teologia (EST). Pesquisadora e Docente da PUCPR.

Jaci de Fátima Souza Candiotto Doutora em Teologia (PUCRJ). Pesquisadora e Docente da PUCPR.

GT 07 - Povos Originários: Cultura, Sustentabilidade e Modos de Vida

Ementa: O Grupo de Trabalho Povos Originários: Cultura, Sustentabilidade e Modos de

vida busca ser um espaço de diálogo e reflexão sobre temáticas culturais de interesse dos

povos originários. Privilegiaremos comunicações e trabalhos resultantes de pesquisas

concluídas ou em andamento, bem como relatos de experiências, voltados à

sustentabilidade, saberes, práticas, territorialidade e narrativas que contemplem os povos

originários.

Coordenadores: Victor Miguel Castillo de Macedo Drando. em Antropologia Social (UFRJ). Pesquisador e Docente do IFPR/Campus Paranaguá.

Paulo Roberto Homem de Góes Drando. em Antropologia Social (UFPR). Pesquisador e Docente Colaborador da PUCPR.

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RESUMOS:

SESSÕES TEMÁTICAS DE COMUNICAÇÃO

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A VISUALIDADE DO PARANISMO NA FORMAÇÃO IDENTITÁRIA PARANAENSE

Edemar José Baranek Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS

Angelo Paulino de Souza Prefeitura Municipal de Laranjeiras do Sul

GT 01 - Identidades Coletivas, Conflitos Territoriais e Educação do Campo Resumo: Com a emancipação tardia do estado do Paraná perante o estado de São Paulo, em 1853, e a perda de parte do território paranaense para o estado de Santa Catarina na Disputa do Contestado (1912-1916), intensificou-se um movimento regionalista para construção identitária do estado, denominado de Paranismo ou Movimento Paranista. Iniciado em 1899, com a publicação do livro História do Paraná por Alfredo Romário Martins, se consolidou como movimento quando em outubro de 1927 funda-se o Centro Paranista e a publicação do manifesto Paranismo, definindo neste o paranista como sendo todo aquele que tem pelo Paraná uma afeição sincera, e que demonstra em atividade digna, útil à coletividade paranaense. O movimento visava, assim, sedimentar suas ideias através da publicação de textos políticos e literários e pela eleição de símbolos visuais, destacadamente o pinheiro, a pinha e o pinhão, e posteriormente incluindo-se a gralha azul. Destacaram-se artistas como Frederico Lange de Morretes (pintor, desenhista e gravador), João Zanin Turin (escultor) e João Zaco Paraná (pintor, desenhista e escultor) dentro do movimento, com exaustiva utilização de tais símbolos. Desta maneira, o movimento criou ativamente uma identidade paranaense, sendo resultado da ação da literatura e, principalmente, da visualidade, por tratar-se de uma sociedade majoritariamente analfabeta. A identidade paranaense, sua simbologia e seu reconhecimento foram gerados pela negação das diferenças em relação ao nacional, não sendo elementos naturais, mas são construções culturais e sociais. A extinção do Território Federal do Iguaçu, em 1946, está atrelada a questões discutidas no Paranismo. Portanto, não se pode diminuir a influência das representações propagandeadas pelo movimento na formação identitária, na configuração geográfica e no imaginário social do estado, pois temos ainda no presente forte influência em discursos oficiais, elementos identitários e oficiais do estado, em monumentos históricos e nas artes visuais, além de uma ampla divulgação no espaço educacional formal. Palavras-chave: Pinheiro; Paraná; Pinhão; Romário Martins.

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I Colóquio Nacional sobre Currículo, Território e Diversidade Étnico-Cultural, I Simpósio Nacional sobre Religiosidades Populares e Identidades Coletivas

I Seminário Regional sobre Povos Originários: cultura, sustentabilidade e modos de vida

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CONSTRUÇÃO SOCIAL E CULTURAL EM CANÇÕES FOLCLÓRICAS DE FANDANGO NO LITORAL PARANAENSE

Bruno Heidy Uyetaqui Instituto Federal do Paraná - IFPR/Campus Paranaguá

GT 01 - Identidades Coletivas, Conflitos Territoriais e Educação do Campo

Resumo: Ao se ouvir uma moda (música) de fandango, nota-se uma complexidade na caracterização da cultura caiçara, sua territorialidade tradicional nas ilhas e regiões ribeirinhas do litoral do Paraná, tal como suas relações com o meio ambiente e práticas dos saberes populares regionais. Através de uma pesquisa documental (LAKATOS, 2003, p. 182) das modas do mestre fandangueiro Aorelio Domingues, disponíveis em domínio público e redes sociais (youtube), aliadas a outras mídias eletrônicas, busca-se compreender os conflitos territoriais e culturais vivenciados pelas populações tradicionais ilhéu e ribeirinha de Paranaguá e Guaraqueçaba, tal questão vem ganhado espaço em discussões de autores como Diegues (2004). Assim, este artigo também tem como meta potencializar o desenvolvimento das capacidades de cidadania propiciadas por um diálogo atual com esses atores, através das canções, evidenciando sua prática cotidiana de valores apreciada aqui a partir dos pressupostos teóricos do “bem viver” (ACOSTA, 2016), externando desde sua cultura tradicional até os conflitos socioambientais existentes. Palavras-chave: Moda; Caiçara; Territorialidade; Cultura Tradicional.

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I Colóquio Nacional sobre Currículo, Território e Diversidade Étnico-Cultural, I Simpósio Nacional sobre Religiosidades Populares e Identidades Coletivas

I Seminário Regional sobre Povos Originários: cultura, sustentabilidade e modos de vida

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UMA PROPOSTA DE FORMAÇÃO EMANCIPATÓRIA PARA EDUCAÇÃO DO CAMPO DE ARAUCÁRIA

Elisa Daniele de Andrade Secretaria Municipal de Educação de Araucária

Delma Cavalheiro de Ávila Andrade

Secretaria Municipal de Educação de Araucária

Maurício Cesar Vitória Fagundes Universidade Federal do Paraná – UFPR/Setor Litoral

GT 01 - Identidades Coletivas, Conflitos Territoriais e Educação do Campo

Resumo: O presente trabalho busca analisar o processo de formação continuada desenvolvido com profissionais, membros do conselho escolar e comunidade local, das Unidades Educacionais do Campo, do município de Araucária, realizado no período de março a setembro de 2018. O objetivo principal foi entender como se dá o processo de formação continuada numa perspectiva emancipatória e como essa ação coletiva pôde contribuir para o reconhecimento da importância e da valorização da identidade dos sujeitos do campo. Especificamente, será analisado o processo de organização e realização de três Seminários Locais de Educação do Campo e qual o seu impacto nas práticas pedagógicas dos profissionais que atuam com Educação do Campo. A metodologia utilizada foi a revisão de literatura nas temáticas Educação do Campo, Formação Continuada e Gestão Democrática. No decorrer do desenvolvimento do trabalho, foi utilizado o método da observação participante. A ênfase dos resultados estão centralizados no I Seminário Local de Educação do Campo de Araucária, realizado na comunidade do campo do Tietê, no mês de março de 2018, evento que marcou o início do referido processo de formação continuada. A proposta, dentre outros objetivos, teve como uma das pautas centrais sensibilizar o olhar dos participantes reconhecendo o campo como um local de produção de cultura e conhecimento e, assim, evidenciar a importância da valorização da identidade dos sujeitos do campo, da integração dessas especificidades às práticas pedagógicas e o fortalecimento dos coletivos em prol da superação dos limites presentes na Educação do Campo municipal. Palavras-chave: Educação do campo; Formação continuada; Gestão democrática.

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I Colóquio Nacional sobre Currículo, Território e Diversidade Étnico-Cultural, I Simpósio Nacional sobre Religiosidades Populares e Identidades Coletivas

I Seminário Regional sobre Povos Originários: cultura, sustentabilidade e modos de vida

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PELO DIREITO A EDUCAÇÃO INFANTIL DO CAMPO NO LITORAL PARANAENSE: OFERTA E DEMANDA

Fabíola Soares Arcega Instituto Federal do Paraná - IFPR/Campus Paranaguá

GT 01 - Identidades Coletivas, Conflitos Territoriais e Educação do Campo

Resumo: A oferta de Educação Infantil às crianças residentes em área rural no Brasil é muito precária e a desigualdade de oferta é crucial. É preciso reconhecer a obrigatoriedade do Estado e a demanda existente como um direito de toda criança, não apenas como direito das mães ou dos filhos de trabalhadores rurais e urbanos. Foi prevista pela Emenda Constitucional 59/2009 para os sistemas de ensino implantassem a obrigatoriedade da matrícula das crianças de quatro e cinco anos até 2016.O presente trabalho tende a analisar a implementação deste atendimento no litoral paranaense analisando os dados estatísticos educacionais desta oferta, comparando-o anualmente e questionando onde estão as nossas crianças de zero a cinco anos deste espaço geográfico. A metodologia usada nessa pesquisa foi à descritiva com a coleta de dados estatísticos educacionais do Censo Escolar dos sete municípios nos anos de 2009 a 2017 no atendimento a criança, classificando por creche e pré-escola perímetro rural. A educação infantil do campo estabelece uma relação dialógica entre os saberes pertinentes à educação infantil e suas bases legais, assim como as discussões, demandas e conceitos advindos da educação do campo. Pensar na educação infantil do campo no litoral paranaense demonstra que a mesma ainda está longe do lugar a que tem direito, nas pautas e políticas públicas, na igualdade no acesso dos recursos e serviços sociais e na superação das disparidades, em respeito a sua cultura, território e identidade. Palavras-chave: Políticas públicas; Direito à educação; Educação infantil do campo.

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BREVES REFLEXÕES A RESPEITO DA EDUCAÇÃO DO CAMPO A PARTIR DO GPEDI A EDUCAÇÃO DO CAMPO É VERDADEIRAMENTE

DO CAMPO EM PARANAGUÁ?

Cybele Aparecida Santos de Oliveira Universidade Federal do Paraná - UFPR/Setor Litoral

GT 01 - Identidades Coletivas, Conflitos Territoriais e Educação do Campo

Resumo: Este artigo traz uma breve reflexão sobre a Educação do Campo no Brasil e em Paranaguá, a partir da multiplicação da especialização “Gestão Em Processos da Educação, Diversidade e Inclusão” da UFPR Litoral, módulo Educação do Campo, que foi realizado no polo da “Escola Municipal “João Rocha dos Santos”. A multiplicação destacou a história dos movimentos sociais do campo no Brasil, suas lutas e conquistas através dos sujeitos envolvidos com o campo, os paradigmas conceituais entre Educação Rural e Educação do Campo, a busca por uma identidade e políticas públicas próprias através de diretrizes curriculares, motivando na indagação: ”a educação do campo é verdadeiramente do campo, nas escolas do município de Paranaguá?” Palavras-chave: Reflexões; Educação do campo; Questionamento.

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A EDUCAÇÃO DO CAMPO E SUAS POLÍTICAS: UM OLHAR SOB A LENTE DO MATERIALISMO HISTÓRICO DIALÉTICO

Silvana Cassia Hoeller Universidade Federal do Paraná – UFPR

Maurício Cesar Vitória Fagundes

Universidade Federal do Paraná – UFPR/Setor Litoral

Roberto Barbosa Universidade Federal do Paraná – UFPR

GT 01 - Identidades Coletivas, Conflitos Territoriais e Educação do Campo

Resumo: As políticas educacionais para os sujeitos do campo no Brasil, desenvolveram-se em um contexto político-econômico desde o período Colonial até os dias atuais, em uma relação de subordinação política e econômica, uma estrutura econômica latifundiária e de monocultura, voltada para exportação de produtos primários e importação de bens industrializados. Este artigo tem por objetivo problematizar as políticas educacionais para os sujeitos do campo, que se desenvolvem desde o “ensino rural” à “educação do e no campo” fundada a partir do final do século XX e que se estende até os dias atuais. O método de análise que fundamenta este estudo está baseado no materialismo histórico dialético, que permite compreender as ideologias e as intencionalidade subjacentes, sobretudo contrastando as práticas sociais que revelam a sua essência material. Sob esses pressupostos adotamos duas categorias de análise: a contradição e a totalidade, para compreender as relações existentes entre as políticas públicas e a educação do campo. A metodologia utilizada faz uso de uma pesquisa bibliográfica e documental, com análise dialética dos fatos e dados levantados, na dimensão todo-parte e vice-versa. Ficou evidente que as políticas públicas para a educação do campo só avançaram na medida da mobilização dos movimentos sociais, porém sempre no tensionamento com o capital, demostrando que nos últimos anos tem realizado um movimento de esvaziamento de órgãos do Ministério da Educação, como a SECADI, responsável pela condução de políticas como o Pronacampo. Palavras-chave: Educação do campo; Politicas educacionais; Dialética; Sujeitos do campo.

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MAESTRIA CAIÇARA: A CULTURA ALIMENTAR NO LITORAL DO PARANÁ

Dirson Teixeira Junior Universidade Federal do Paraná - UFPR/Setor Litoral

GT 01 - Identidades Coletivas, Conflitos Territoriais e Educação do Campo

Resumo: O presente artigo propõe discutir sobre a cultura alimentar Caiçara e demais saberes tradicionais praticados no litoral paranaense. Denomina-se Caiçara como um corpo social marítimo de cultura diferenciada, formado por pescadores e pescadoras ou agricultores e agricultoras miscigenados do mestiçamento entre indígenas, europeus e negros; fato introduzido por volta do século XVI e XVIII entre os litorais do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. A organização alimentar do Caiçara paranaense compõe à culinária regional correspondente à combinação dos insumos vindos da Mata Atlântica, maricultura, pesca artesanal e afins, obtendo sustento e saberes favoráveis ao desenvolvimento socioeconômico destas populações. Para acessar e entender tal cultura, metodologicamente se organizou a pesquisa nos anos 2017 e 2018 em diferentes etapas. Por um lado, de forma bibliográfica apoiada na literatura científica especializada; consequentemente, realizando levantamentos in loco em comunidades do litoral sul ao norte do estado, realizando oficinas de gastronomia e turismo com escopo de viabilizar a troca de conhecimentos e/ou entrevistando pessoas de forma aberta sobre culinária local, pesca, roça e tradição com significativo número de moradores e moradoras originários, ou seja, plenos conhecedores da cultura. O objetivo é analisar os traços alimentares do Caiçara paranaense, identificar genuínas receitas e definir indicadores para que a culinária Caiçara seja um atrativo turístico regional. Dentro dos resultados, a pesquisa apresenta relevante apanhado de receitas e variações contemporâneas, bem como, práticas e saberes das farinheiras. Conclui por inevitabilidade, abrir a reflexão sobre o tema e ampliar diretrizes para sua promoção. Palavras-chave: Comunidades tradicionais; Culinária caiçara; Farinheiras Litoral do Paraná; Turismo.

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CAMPESINATO NEGRO: EDUCAÇÃO E TERRITÓRIO

Edimara Gonçalves Soares Secretaria de Estado da Educação do Paraná - SEED/PR

GT 01 - Identidades Coletivas, Conflitos Territoriais e Educação do Campo

Resumo: Historicamente, os povos do campo ficaram a margem da educação escolar, quando não sem acesso, pois, da Colônia a República vigorou a concepção de que para trabalhar nas atividades agrícolas, não era necessário “muitas letras” escrever o nome bastava. Entretanto, é valido ressaltar que para muitos sujeitos do campo, a Escola foi o único direito institucional ao qual tiveram acesso. A educação escolar potencializa a materialização do reconhecimento e da emancipação dos sujeitos que protagonizam a vida no campo, destacando aqui os negros e negras campesinos e campesinas, para quais o direito a terra foi desde cedo negado, e quando escolheram pedaços de chão para sua sobrevivência muitas vezes foram brutalmente expulsos. Assim, o objetivo central deste artigo é ampliar o debate reflexivo acerca do campesinato negro articulado com a luta pelo acesso a educação escolar e os conflitos territoriais. Importante destacar o debate acerca dos Quilombo, atualmente, tem como um dos focos centrais a questão territorial. Para esse trabalho iremos considerar as Comunidades Tradicionais Negras do Paraná, que estão no campo, portanto, compõem o campesinato negro. Neste artigo, o protagonismo, as resistências e resiliência desses sujeitos pela manutenção de suas especificidades culturais, os elos ancestrais, a territorialidade, os saberes tradicionais, as memórias são fios condutores que se conectam a educação escolar voltada para reconhecimento e fortalecimento os valores socioculturais do lugar, sem, no entanto, ignorar com os conhecimentos do currículo oficial/prescrito. Palavras-chave: Campo; Educação; Comunidades tradicionais negras.

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GT 02 - Educação e Direitos Humanos

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DIREITOS HUMANOS: ESCOLA E VIOLÊNCIA EM ALMIRANTE TAMANDARÉ

Eliana Ferreira de Mattos Universidade Federal do Paraná - UFPR

GT 02 - Educação e Direitos Humanos Resumo: Pretende-se nesse artigo abordar as concepções de forças ativas e reativas de Friedrich Nietzsche em a Genealogia da Moral, e apresentar como o filósofo Gilles Deleuze interpreta tais conceitos em sua obra Nietzsche e a Filosofia. Esse estudo permitirá entender o papel que Estado e sociedade têm na articulação de ações que triangulam escola, violência e direitos humanos. As transposições das políticas públicas para educação interferem de maneira externa e interna para o provimento da violência escolar, por isso precisamos citar o vínculo, a vivência e a cultura, atribuídos a comunidade escolar. Constantemente o recrudescimento do “Estado” age desprovendo crianças e jovens do ensino básico, o que interfere de forma drástica na qualidade da educação e no ensino-aprendizagem desses alunos. É responsabilidade de a escola situar-se como mediadora uma vez que o Estado como interventor propôs-se a regular incontestáveis direitos que colocaram o município de Almirante Tamandaré no “Atlas da Violência”. Para este estudo faremos uso da pesquisa qualitativa do tipo narrativa/bibliográfica e espera-se que o mesma possa trazer discussões sobre os temas abordados e assim mais garantia de acesso sobre a construção e o entendimento do que são os direitos humanos.

Palavras-chave: Educação; Direitos humanos; Violência; Almirante Tamandaré/PR.

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ENTRE A LEGALIDADE E A PRÁTICA DO DECRETO 5.626/2005

Evelyn Ribeiro Silva Universidade Federal do Paraná _ UFPR

Carol Capetta Martins Universidade Estadual do Paraná – UNESPAR

Gisele de Oliveira Cuch Universidade Estadual do Paraná – UNESPAR

GT 02 - Educação e Direitos Humanos Resumo: o Decreto Nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005 que regulamente a lei 10.436 de 24 de abril de 2002, que reconhece oficialmente a obrigatoriedade do ensino de Libras nos cursos de licenciaturas e saúde, garante o atendimento educacional especializado, a obrigatoriedade quanto ao uso e difusão da Libras, completa seus treze anos. O reconhecimento da Libras como primeira Língua da comunidade dos surdos, além de garantir a comunicação e configurar-se com o início do reconhecimento da cultura surda, possibilitou a institucionalização dos surdos, inserção e participação na sociedade como indivíduos possuidores de direitos. Como procedimento este estudo de natureza qualitativa e quantitativa utilizou-se da aplicação de uma entrevista semi estruturadas a quatro alunos surdos do ensino médio matriculados no Instituto de educação Doutor Caetano Munhoz da Rocha escola pública inclusiva Polo de surdos no Município de Paranaguá, com o objetivo de investigar a praticidade da lei no ambiente escolar, como se dá a garantia dos direitos aos alunos surdos na escola, verificar a existência ou não de um ambiente de inclusão .O resultados evidenciaram que há um abismo entre a lei e a prática satisfatória e que a efetivação da lei depare-se com alguns entraves limitando o desenvolvimento humano e os direitos sociais, que há o desconhecimento do Decreto pelos próprios alunos surdos, que suas limitações não são respeitadas, e que a maior dificuldade está na aceitação do olhar do outro e no preconceito.

Palavras-chaves: Educação; Direitos; Surdos.

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MOVIMENTO NEGRO MOCAMBO ODARA E A IMPLANTAÇÃO DA DISCIPLINA “HISTÓRIA E CULTURA AFRODESCENTES” EM JEQUIÉ

Caio César Gonçalves de Souza Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB

Ana Angélica Leal Barbosa Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB

Diego Pita Ramos Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC

GT 02 - Educação e Direitos Humanos

Resumo: Este artigo apresenta contribuições do movimento negro para a implantação de uma política pública de educação, na cidade de Jequié, Bahia. Apontamos em um breve relato, as lutas e conquistas ao longo dos últimos séculos, principalmente no século XX, demarcando com enfoque prioritário as lutas e as disputas nos campos das organizações sociais e político-institucional, acerca das reivindicações no campo educacional. A partir de uma relação entre o Estado e os movimentos sociais de pressão com interesses políticos comuns, procuramos compreender as formulações de políticas públicas que interfere nas legislações educacionais, com o intuito de descolonizar os espaços de educação do Estado, em especial, a implantação da disciplina ‘História e Cultura Afrodescentes’, nesta rede municipal. No aporte teórico, utilizamos no campo das políticas públicas: Rua (2009); já nos estudos do movimento social negro e da relações étnico-raciais, buscamos as contribuições de: Domingues (2007), Lopes (2014), Gohn (2000), Guimarães (2002) entre outros/as. Utilizamos da metodologia qualitativa, do tipo exploratório, com abordagem teórica e fundamentado em dados secundários; além de utilização de dados primários, como entrevista cedida pela secretária de educação de Jequié, no período de 2004-2008. Palavras-chave: Políticas públicas; Mocambo Odara; Educação; História e cultura afro e afro-brasileira.

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AÇÃO EXTENSIONISTA DA UFPR JUNTO AO CONSELHO DA COMUNIDADE DA COMARCA DE MATINHOS – PR

Thais Caroline Rodrigues Penas Universidade Federal do Paraná – UFPR/Setor Litoral

Ana Clara Gomes Picolli Universidade Federal do Paraná – UFPR/Setor Litoral

Michael Gonçalves Cordeiro Universidade Federal do Paraná – UFPR/Setor Litoral

GT 02 - Educação e Direitos Humanos Resumo: O presente trabalho apresenta resultados iniciais da participação no projeto de extensão da UFPR Setor Litoral junto ao Conselho da Comunidade de Matinhos - PR. O mesmo vem sendo desenvolvido pelos cursos de Serviço Social, Gestão e Empreendedorismo e Mestrado em Desenvolvimento Territorial Sustentável tendo como objetivo o processo de acompanhamento social aos egressos do sistema penitenciário, cumprimento de pena em liberdade ou em sanção penal. A metodologia adota de trabalho foi o mapeamento das informações pessoais e processuais, além de um instrumento de pesquisa para a avaliação junto as instituições que recebem pessoas para cumprimento de serviço comunitário. Outra atividade que vem sendo acompanhada são as visitas à delegacia, com a intenção de averiguar as condições de permanência na detenção, na perspectiva da defesa dos direitos humanos. Por fim, elaborou-se um roteiro de entrevista construído no Software Lime Survey. Contendo atualização dos dados pessoais e buscando identificar os saberes do trabalho dessas pessoas, suas expectativas, demandas sociais, familiares, previdenciárias e de saúde. Para aqueles/aquelas que ficaram detidos, a roteiro prevê questões relacionadas a experiência do cárcere. Os dados acessados até o momento demonstram que grande parte das pessoas acompanhadas pela instituição não tiveram acesso à educação formal, concentram-se na linha da pobreza e exercem atividades laborais informais, sendo assim a falta de oportunidades reais de melhoria e qualidade de vida podem vir a ser um dos determinantes para o ingresso na economia criminal, principalmente os delitos ligados a Lei Antitóxicos. Palavras-chave: Extensão universitária; Conselho da comunidade; Acompanhamento social.

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PROJETO DE INTERVENÇÃO: ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA SEÇÃO DE POLÍTICAS AFIRMATIVAS ASSUNTOS ESTUDANTIS E

COMUNITÁRIOS NA UFPR LITORAL

Ana Luiza Lirio Vieira Universidade Federal do Paraná - UFPR/Setor Litoral

GT 02 - Educação e Direitos Humanos Resumo: O Projeto de Intervenção vinculado a área da Educação, na Seção de Políticas Afirmativas, Assuntos Estudantis e Comunitários (SEPOL) tende a identificar as manifestações e expressões da Questão Social que perpassa as estudantes da UFPR Setor Litoral, vinculadas a Política Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), através do PROBEM. O objetivo geral do Projeto foi mapear e analisar demandas subjacentes apresentadas pelas estudantes inscritas no edital I do PROBEM. E os objetivos específicos foram caracterizar as estudantes inscritas no PROBEM dando um perfil as usuárias do PNAES. Identificar nas fichas de inscrição situações relacionadas à violação de direitos (violência doméstica, trabalho infantil, etc) vivenciada pelas/os estudantes demandantes dos auxílios. A partir do levantamento de dados propiciado pelo mapeamento, produziu-se uma tabela que contemple não só o contexto sócio-econômico, mas que destaque os casos onde se relatam ações ilegais. Os resultados encontrados através dos relatos das estudantes demonstraram que, a um número significativo de todas as formas de violência e preconceito, assim como, violações de direitos que em sua maioria está vinculada aos direitos das estudantes na infância, como a pensão, o direito a moradia, o direito a educação etc. O que se pode notar através dos resultados é que o patriarcado afeta significativamente a vida de todas as estudantes, levando em conta que, 43% das famílias são chefiadas apenas por mulheres e que o abandono paterno é decorrente em 17%. Fica claro, a relação intrínseca que as expressões e manifestações da “Questão Social” ferem diretamente os direitos humanos. Palavras-chave: PNAE; SEPOL; PROBEM; questão social; Ensino superior.

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REPRESENTATIVIDADE: UMA INTRODUÇÃO ACERCA DA LEI 14274/03, VISIBILIDADE E IDENTIDADE DE PROFESSORES

PEDAGOGOS DA REDE ESTADUAL DE ENSINO

Veridiane Cristina Benato Universidade Federal do Paraná – UFPR

GT 02 - Educação e Direitos Humanos Resumo: Este trabalho tem por objetivo analisar os impactos da implantação da Lei 14.274/03, que trata da reserva de 10% de vagas para afrodescente no concurso público Estadual Paraná, com enfoque nos professores pedagogos, considerando que as questões que permeiam ainda são pouco referenciadas nas discussões e pesquisas acadêmicas e desta forma pouco representada no sistema. Este estudo consiste na apresentação de dados qualitativos preliminares e relatos, coletados junto aos sujeitos de investigação. Seu objetivo é situar e indicar os modos pelos quais a representação étnico-racial se constrói e se apresenta entre os professores negros que ingressaram a partir da reserva de vagas. As questões suleadoras são: as formas que geriram concurso público; identidade e identificação professores pedagogos; políticas afirmativas e seus indicadores Rede Estadual. Após a seleção, suscita a necessidade de disseminação do tema perante a sociedade, com vistas à importância da sua contribuição para minimizar a desigualdade e registrar a trajetória da implantação focalizando nas possíveis mudanças e avanços desse sistema para desenvolvimento educacional e identidade profissional. Palavras-chave: Identidade; Professores pedagogos; Políticas afirmativas.

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IDENTIDADES DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Ana Claudia Spuldaro Secretaria Municipal de Educação de Araucária

Delma Cavalheiro de Avila Andrade Secretaria Municipal de Educação de Araucária

GT 02 - Educação e Direitos Humanos Resumo: A Educação de Jovens e Adultos é uma modalidade da Educação Básica que tem como principal objetivo a garantia de um direito fundamental - a educação. O direito à educação é uma conquista histórica constituindo fundamento para o exercício da cidadania. Por ausência de políticas públicas, esse direito não foi garantido à parcela significativa da população brasileira. Propostas educacionais pautadas nos interesses econômicos mantiveram não resolvida a situação do analfabetismo no Brasil. Em Araucária, município da região metropolitana de Curitiba, há registros da modalidade a partir da década de 70 com o MOBRAL sendo desenvolvida atualmente em regime de colaboração: ao município cabe o Ensino Fundamental (1º ao 5º anos) e ao estado o Ensino Fundamental (6º ao 9º ano) e Ensino Médio. O presente trabalho tem a finalidade de apresentar uma proposta pedagógica desenvolvida durante o ano de 2018, com o grupo de professoras da EJA, a partir de um processo de formação continuada cuja temática foi Identidade Cultural e Educação. A abordagem diz respeito à identidade pessoal, construção do “eu” permitindo que o indivíduo firmasse sua identidade, diferenciando-se do outro. A identidade aqui é entendida como uma construção histórica e não biológica. As discussões resultaram na compreensão de que a identidade não pode ser compreendida como uma essência imutável, mas um processo de construção e reconstrução das identidades. Palavras-chave: Direito e educação; Identidade cultural; EJA.

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I Colóquio Nacional sobre Currículo, Território e Diversidade Étnico-Cultural, I Simpósio Nacional sobre Religiosidades Populares e Identidades Coletivas

I Seminário Regional sobre Povos Originários: cultura, sustentabilidade e modos de vida

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DILEMAS MORAIS DA ÉTICA LIBERTÁRIA

Rogerio Baptistella Instituto Federal do Paraná - IFPR/Campus Paranaguá

Giovana Hanae Pereira Assanuma Loechel Instituto Federal do Paraná - IFPR/Campus Paranaguá

Naiury da Silva Marcondes Instituto Federal do Paraná - IFPR/Campus Paranaguá

GT 02 - Educação e Direitos Humanos

Resumo: O objetivo deste trabalho não é apresentar uma compreensão cabal da teoria libertária, por ser um tema demasiadamente vasto e não se tratar de uma doutrina com teses bem definidas e aceitas por todos que se confessam libertários. A teoria libertária é um paradigma que começou ganhar forma nos anos 1970 e alcançou a esfera global nos últimos 25 anos. Tornou-se uma tendência hegemônica com a crise da teoria social democrata e, de modo especial, com a queda do regime socialista na antiga URSS e no leste europeu. A teoria libertária enfatiza a liberdade individual e o direito de fazer o que queremos com o que nos pertence, desde que não fira os direitos dos outro. Somente um Estado mínimo, que faça cumprir contratos, proteja a propriedade privada de roubos e mantenha a paz permite que realmente o ser humano seja livre. Não cabe ao Estado fazer nenhum tipo de paternalismo que possa intervir na liberdade individual, tampouco legislar sobre a moral. O indivíduo é naturalmente livre e tem o direito de fazer o que desejar até mesmo com seu próprio corpo, mesmo que atente contra a moral e os bons costumes. A Ética libertária é contra qualquer tipo de redistribuição de riqueza (Robert Nozick Anarchy, State, and Utopia, 1974). Não seria moralmente justificável do ponto de vista da ética libertária, os ricos pagarem taxas para redistribuição de renda aos mais pobres, seria uma forma de coerção e até mesmo um roubo. Podemos legislar sobre a moral? “Somos donos de nós mesmo”? “O Livre mercado é justo”? “Existe conflito entre os direitos individuais e o bem comum”? Existe limite para o livre mercado”? “Somos donos de nós mesmos”? “Podemos dispor de qualquer propriedade, até mesmo do nosso corpo”? Para responder a esses dilemas analisaremos três exemplos que ajudam elucidar a Ética libertária: O Super salário de Michael Jordan, a venda de rins e o canibalismo. Palavras-chave: Ética libertária, liberdade individual, paternalismo e livre mercado. Palavras-chave: Ética libertária; liberdade individual; paternalismo; livre mercado.

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ANÁLISE METODOLÓGICA DOS EDITAIS E CHAMADAS VOLTADAS À DIVULGAÇÃO E POPULARIZAÇÃO DA CIÊNCIA

Priscilla Telles de Araujo Prefeitura Municipal de Itapoá- Escola Claiton Almir Hermes

Luiz Everson da Silva Universidade Federal do Paraná – UFPR/Setor Litoral

GT 02 - Educação e Direitos Humanos

Resumo: Nas últimas décadas, o debate sobre divulgação e popularização da ciência ganha cada vez mais espaço devido aos avanços tecnológicos e à crescente interação entre Ciência e Tecnologia (C&T). Nesse contexto, a comunicação científica torna-se determinante para o desenvolvimento econômico e social dos países, desta forma a necessidade de informar o público sobre o fazer científico e seus impactos positivos e/ou negativos são fundamentais para a discussão de temáticas direcionadas a proteção ambiental e desenvolvimento sustentável. Nessa perspectiva importantes ações para a popularização da ciência incluem editais e chamadas públicas temáticas, pois, os editais são indicadores de investimentos federais e mecanismos na oferta de meios na viabilização de projetos. Diante disso, buscamos analisar um conjunto de editais e chamadas sobre popularização da ciência no CNPq aos editais lançados nacionalmente e as perspectivas de comunicação pública da ciência presente nesses editais, tendo como norte a atuação do programa Laboratório Móvel de Educação Científica (LabMóvel) da Universidade Federal do Paraná que é um programa de divulgação científica que, desde 2006, trabalha em conjunto com professores e estudantes das escolas públicas do litoral paranaense. Tendo como base o trabalho de Oliveira, Giroldo e Marandino, 2017, analisamos 44 editais/chamadas (contabilizados por meio de consulta eletrônica) voltadas à divulgação e popularização da ciência com o intuito de compreender de que forma esses documentos evidenciam as perspectivas da comunicação pública a partir de três categorias: Modelo informacional, modelo de diálogo e modelo de participação.

Palavras-chave: Divulgação científica; Popularização da ciência; Ciência e tecnologia; Comunicação científica.

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EDUCAÇÃO DIREITO DE TODOS! A INSERÇÃO ESCOLAR DE IMIGRANTES HAITIANOS NA CIDADE DE JOINVILLE (SC)

Sandra Felicio Roldão Escola de Educação Básica Dr. Jorge Lacerda

Sirlei de Souza Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE

GT 02 - Educação e Direitos Humanos

Resumo: Nos últimos anos, a matrícula de crianças e adolescentes imigrantes haitianos têm se intensificado nas escolas, estabelecendo novos olhares, novos diálogos e práticas educativas de acolhimento e inserção social. Diante da ausência de políticas públicas migratórias, das barreiras linguísticas estabelecidas e as diferenças culturais, as instituições escolares deparam-se com mais um grande desafio no ato de acolher, educar para a diversidade e romper com uma visão etnocêntrica e homogeneizante. Nesta perspectiva, apresentamos um relato de experiência do projeto “O Haiti é Aqui: Aprendendo Juntos” desenvolvido pelos estudantes do Curso de Magistério da E.E.B. Dr. Jorge Lacerda em parceria com alunos de Licenciaturas e com alunos imigrantes haitianos matriculados na Universidade da Região de Joinville (Univille). O projeto visa contribuir para a inclusão social de crianças e adolescentes imigrantes haitianos, através da aprendizagem da Língua Portuguesa, como língua de Acolhimento, da inserção e da interação dos haitianos nas instituições escolares da rede pública estadual. O projeto, ainda em sua fase inicial, atende 4 escolas em Joinville. Para o desenvolvimento do projeto os alunos, sejam do Magistério sejam da Universidade, participam de reflexões em torno de temas como imigração e direitos humanos. Através de rodas de conversa e vivências, discutem o exercício da docência e se sensibilizam para a transformação da realidade aprendendo juntos. Palavras-chave: Educação; Direitos humanos; Imigração haitiana.

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DIREITO À PERMANÊNCIA: O SERVIÇO SOCIAL NA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL

Joelma Pereira Universidade Federal do Paraná – UFPR

Guilherme Lopes Latini Universidade Federal do Paraná – UFPR

Ana Luiza Lirio Vieira Universidade Federal do Paraná – UFPR

GT 02 - Educação e Direitos Humanos

Resumo: A mudança no perfil do estudante ingressante no ensino superior público ascendeu o debate sobre permanência e a óbvia a de que não basta propiciar a ampliação do acesso às camadas mais pobres, é necessário articular ações no sentido de garantir a permanência e conclusão. Deste modo, o Programa Nacional de Assistência Estudantil vem no sentido de apoiar o estudante universitário durante sua permanência. Neste contexto a contribuição do serviço social é pautado por medições e interlocução com Projeto Ético Político da profissão, ou seja, para além do olhar simplista, mas sob a ótica da ampliação de direitos. O presente artigo tem como objetivo discutir o serviço social na política de assistência estudantil, bem como analisar como tem sido operacionalização desta no âmbito da Universidade Federal do Paraná – Setor litoral. Trata-se de um estudo bibliográfico e documental, realizado através de leituras de autores que trabalharam o tema em questão e com base em informações documentos da Pró-Reitoria de Assuntos estudantis e SEPOL – Seção de Políticas Afirmativas e Assuntos Estudantis do Setor Litoral da UFPR. Inicialmente, foi realizado uma breve contextualização da educação superior no Brasil, sua ampliação e os desdobramentos da chamada democratização do ensino superior. Em seguida abordou-se a assistência estudantil no âmbito da UFPR, bem como a contribuição desta profissão na política de assistência estudantil. Conclui-se com uma análise e reflexão sobre a importância do assistente social nesta política, considerando os avanços e desafios postos neste campo ocupacional. Palavras-chave: Educação; Direitos humanos; Assistência estudantil; Serviço social; Universidade.

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A CRIANÇA E O BRINCAR: BRINCADEIRAS COMO FONTE DE APRENDIZAGEM

Marili Rute Mendes Cardoso Secretaria de Educação Paranaguá – SEMEDI

GT 02 - Educação e Direitos Humanos

Resumo: Este trabalho tem como objetivo mostrar a importância do brincar para aprendizagem das crianças. Tendo enfoque nas habilidades que elas podem desenvolver durante as atividades lúdicas. Tendo um olhar de sensibilidade para as crianças de Educação Infantil e séries iniciais, tendo como foco educativos que potencializem e desenvolvam as capacidades das crianças, que possam contribuir significativamente para o desenvolvimento dos aspectos físico, afetivo, intelectual e social. Esse universo de encantamento e fantasia para os pequenos, onde o faz de conta e realidade se mistura, nesse mundo de magia onde o professor pode utilizar instrumento na mediação do processo de ensino aprendizagem, levando em conta as experiências que cada criança traz consigo, dos seus familiares, colegas e professores, influência de interações através das novas tecnologias e jogos digitais. Analisando a importância do brincar na aprendizagem, por meio do desenvolvimento cognitivo e emocional de cada aluno, facilitando assim na interação de instrumentos pedagógicos que contribuam para assimilação de novos conhecimentos, pois o brincar enriquece a dinâmica das relações sociais em sala de aula, empoderando e fortalecendo as relações humanas, não só do que se ensina e aprende, mais fortalecendo e trabalhando valores, laços afetivos de respeito, amor, companheirismo e amizade. Palavras-chave: Brincadeiras; Aprendizagem; Intervenção.

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DA GESTÃO DEMOCRÁTICA AO RESPEITO À INFÂNCIA: POR UMA EDUCAÇÃO PELO MOVIMENTO

Camila Galbo Secretária Municipal de Educação de Paranaguá – SEMEDI

GT 02 - Educação e Direitos Humanos

Resumo: O presente estudo (é uma crítica à atual forma de organização escolar, que vive e se relaciona intimamente com os pressupostos do que Paulo Freire chama educação bancária) é uma proposta de organização escolar baseada no desenvolvimento humano através do movimento, tendo em vista os inúmeros benefícios, da correlação entre corpo e mente, para o aprendizado do bem viver, contrapondo o modelo mecanicista e competitivo, de segregação social e opressão. Tem por objetivo o despertar da autonomia através da expressão corporal e da educação sensível. Construir com a opinião das crianças, um ambiente criativo e edificante, partindo da realidade, dos interesses e necessidades da comunidade, contribuindo para alcançar uma Gestão Democrática em respeito real à infância. A metodologia utilizada será entrevista com os educandos e observação direta das didáticas e métodos adotados pelos educadores, buscando uma reconceituação dos objetivos escolares e a superação de paradigmas tradicionais. Palavras-chave: Gestão Democrática; Infância; Movimento.

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CONTRIBUIÇÕES DA EDUCAÇÃO POPULAR E GESTÃO DEMOCRÁTICA PARA CONSTRUÇÃO E EMANCIPAÇÃO DO SUJEITO

Edina da Silva Secretária Municipal de Educação de Paranaguá – SEMEDI

GT 02 - Educação e Direitos Humanos

Resumo: Este artigo tem por objetivo problematizar as contribuições da educação popular e gestão democrática na construção e emancipação do sujeito. O estudo foi desenvolvido por meio do relato de vivências e experiências, na multiplicação de saberes, durante um curso de extensão onde foi desenvolvido um processo de multiplicação junto a profissionais da educação, alunos de graduação, magistério e líderes comunitários. Com propostas a partir de analises e busca em prol da transformação do sujeito a partir de uma consciência crítica de sua realidade durante encontros e reuniões três dias por semana. Visando o empoderamento do sujeito para que este torne-se protagonista de sua história, transformando sua realidade e assim a sua comunidade. O estudo apontou para tais possibilidades a reflexão das práticas pedagógicas que se preocupe em humanizar o ensino aprendizagem educando para a vida em sociedade. Criando e discutindo as considerações e significados da relação entre concepção de Educação Popular e gestão Democrática, na construção de saberes com relevância, onde e como buscar respostas, que auxiliem em seus objetivos por lutar a procura de seus direitos apoderando-se de saberes e assim modificar a sua realidade e transformar sua comunidade. Palavras-chave: Educação Popular; Emancipação dos sujeitos; Gestão democrática.

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ANSIEDADE EM UNIVERSITÁRIOS: VULNERABILIDADE EXPRESSA EM SINTOMA - INDICADORES PARA ATUAÇÃO EM PREVENÇÃO

Carla de Oliveira Vaz Chiarello Instituto Federal do Paraná - IFPR/Campus Paranaguá

Alysson Artuso Ramos Instituto Federal do Paraná - IFPR/Campus Colombo

Roberta Suero Instituto Federal do Paraná - IFPR/Campus Paranaguá

GT 02 - Educação e Direitos Humanos

Resumo: Uma importância do processo educativo está na maneira como produz alterações na construção da história humana, assim como da aprendizagem para a estruturação do sujeito. As inter-relações ocorridas a partir destes fenômenos têm produzido vulnerabilidades no campo da saúde mental dos universitários. Vulnerabilidades e prejuízos à saúde mental que podem produzir obstáculos à aprendizagem. Entendendo tanto a saúde quanto a educação como direitos fundamentais, justificam-se as pesquisas na área. É o caso da incidência de fatores que diminuem a qualidade da permanência e o êxito do estudante na universidade, o que pode ocasionar sofrimento psíquico no indivíduo, tendo como sintomas ansiedade, depressão e somatizações. Além disso, também deixa deficientes os resultados da educação, contribuindo para a estagnação do crescimento tecnológico e científico que tem como suporte o sucesso acadêmico. O campo de estudos em Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) investe em olhar os fenômenos da sociedade de forma crítica para entendimento das consequências da ciência e tecnologias utilizadas, bem como agindo para prevenir eventuais impactos indesejados sobre os indivíduos e a sociedade. Sendo assim, a proposta central deste trabalho é a criação de indicadores quanti-qualitativos de vulnerabilidade em saúde mental de universitários, caracterizados a partir da prevalência de achados escritos para auxiliar nas estratégias promoção e prevenção da saúde mental. Palavras-chave: CTS; Vulnerabilidade; Saúde mental; Ansiedade; Universitário.

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ESCOLA SEM PARTIDO E SUA (NÃO)CONSIDERAÇÃO EM RELAÇÃO A DIVERSIDADE ÉTNICO-RACIAL

Lucimar Rosa Dias Universidade Federal do Paraná – UFPR

Clarice Martins de Souza Batista Secretaria de Estado da Educação do Paraná - SEED/PR

GT 02 - Educação e Direitos Humanos

Resumo: Este artigo tem como objetivo analisar mensagens em memes (imagens) divulgadas na mídia em que defensores do Movimento Escola Sem Partido (ESP), enquanto grupo de cunho autoritário e conservador, propõe crítica a educação brasileira com ataque a políticas afirmativas, direitos constitucionais e à minoria. Para apoio utilizaremos da análise de discurso apoiado em Van Dijk, com referencial teórico baseado na Teoria Crítica do Discurso com a escola de Frankfurt e seus críticos como Theodor W. Adorno, Max Horkheimer e Marcuse. Considera-se que o poder da propaganda e das ideias divulgadas pela mídia pode chegar a muitos leitores com tendência a confirmar a representação social e cultural que são compatíveis com ideologia conservadora e supremacista (DIJK), que por sua vez desenvolve e mantém o homem unidimensional. Esse movimento agride e ameaça a educação, a sociedade plural e sua diversidade. Reforça a opressão às minorias e não favorece o desenvolvimento crítico.

Palavras-chave: Políticas afirmativas; Escola sem partido; Retrocesso.

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TRAJETÓRIA DE ESCOLARIZAÇÃO E PROFISSIONALIZAÇÃO DE PROFESSORAS NEGRAS: PERCEPÇÕES E MEMÓRIAS

Claudemir do Amaral Universidade Federal do Paraná – UFPR

João Paulo Pooli Universidade Federal do Paraná – UFPR

GT 02 - Educação e Direitos Humanos

Resumo: O presente artigo apresenta parte de pesquisa realizada no Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção do título de Pedagogo, e teve como objetivo compreender a trajetória de formação de duas professoras negras do município de Curitiba, Paraná. Discutiu-se o contexto das mulheres negras no Brasil, possibilitando compreender por meio de uma análise interseccional as dinâmicas entre duas ou mais formas de opressão. Capturando a voz das mulheres professoras negras foram analisadas as maneiras que as sujeitas constituíram suas identidades, na perspectiva de compreender as múltiplas discriminações sofridas por elas. Para a coleta dos dados foi utilizada a história oral na realização das entrevistas, possibilitando a narração das lembranças e reflexões das entrevistadas colaborando para a compreensão de inúmeras dimensões da experiência profissional. O caso dessas duas professoras entrevistadas é de exceção, é de sucesso, no entanto, um sucesso doloroso. O processo de escolarização dessas sujeitas foi difícil, tendo em vista os preconceitos relatados por elas. Para as entrevistadas o apoio familiar e de alguns professores que encontraram em suas carreiras contribuíram para fortalecer suas identidades de raça e gênero constituindo-as como mulheres e negras. Palavras-chave: Professoras negras; História de vida; Interseccionalidade; Raça; Gênero.

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GT 03 - Currículo, Práticas Pedagógicas e Cultura Quilombola

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HISTÓRIA DE VIDA E FIOS DA MEMÓRIA

Clemilda Santiago Neto Secretaria de Estado da Educação do Paraná - SEED/PR

GT 03 - Identidades Coletivas, Conflitos Territoriais e Educação do Campo

Resumo: As atividades no âmbito do Estado, voltadas as questões quilombolas e negras, das quais participei (2004-2018) tornaram-se parte significativa que me impulsiona e me leva a refletir sobre a minha história e trajetória, justamente pelo embricamento que percebo nas experiências vividas. O objetivo do presente artigo é relacionar identidades coletivas, presentes na organização e funcionamento das Comunidades Quilombolas no Paraná com questões da memória familiar e construção da identidade negra. A memória parece ser um fenômeno individual, algo relativamente íntimo, próprio da pessoa, mas, também deve ser entendida como um fenômeno coletivo e social, ou seja, como um fenômeno construído coletivamente e submetido a flutuações, transformações, mudanças constantes. O artigo é fruto do diagnóstico histórico e situacional das Comunidades de Remanescentes de Quilombos e das Comunidades Tradicionais Negras do Estado do Paraná, no âmbito do Estado, cujo objetivo principal foi a construção de Políticas Públicas para as famílias negras localizadas no campo. Assim, por meio do trabalho de campo com registros/relatos dos sujeitos dessas comunidades, fui tecendo um exercício paulatino de percepção em relação a constituição da minha identidade. Tal percepção emerge com mais nitidez quando percebo que minhas histórias familiares tem pontos que se conectam com as histórias das famílias quilombolas. Palavras-chave: Memória; Identidade; Trabalho.

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ECO GARDEN - BENEFÍCIOS DA HORTA E ARTESANATO NAS ESCOLAS

Giulia Garcia Ruiz Universidade Federal do Paraná - UFPR/Setor Litoral

Ana Luiza Lírio Vieira Universidade Federal do Paraná - UFPR/Setor Litoral

GT 03 - Currículo, Práticas Pedagógicas e Cultura Quilombola

Resumo: No cenário social da contemporaneidade, a alimentação e as formas de pequenos

cultivos e plantios estão cada vez mais escassas. A idealização de um consumo exacerbado fez com que a sociedade se alimentasse mal, utilizando-se de redes de fast-food e de supermercados, além do consumo de agrotóxicos nas verduras, frutas e vegetais. A consciência sobre a produção do alimento foi deixada de lado, prejudicando o olhar sobre a produção do que se come. A educação alimentar através de hortas nas Escolas é um grande passo para contribuir não só com a alimentação de crianças e adolescentes, como também mostrar a relação do consumo com a degradação do Planeta. Através desses estudos, fez-se necessário movimentar esse trabalho de Educação Alimentar e Ambiental através da horta e o artesanato na Escola Municipal Luiz Carlos dos Santos, área periférica em Matinhos – PR. Foram seis meses de trabalho com a Horta e o artesanato com crianças de cinco a sete anos de idade. A experiência resultou num conhecimento para as crianças, que durante o processo aprenderam a ter autonomia nas pequenas coisas e os benefícios de plantar e mexer com a terra, além de uma crítica acerca do consumo, demonstrando que a consciência do que se come também é a consciência de uma classe, que vem sendo inserida nas práticas alimentares de produção e reprodução do capital. Palavras-chave: Horta nas escolas; Artesanato; Consciência ambiental; Capitalismo.

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PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EM SALA DE AULA ABORDANDO A QUESTÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO RACIAIS

Vanessa Gomes Belo Instituto Federal do Paraná/Campus Paranaguá - IFPR

Antônio Ferreira Instituto Federal do Paraná/Campus Paranaguá - IFPR

José Augusto Dias da Luz Instituto Federal do Paraná/Campus Paranaguá - IFPR

GT 03 - Currículo, Práticas Pedagógicas e Cultura Quilombola

Resumo: a presente atividade objetiva socializar os resultados parciais referentes a uma investigação acerca de como se tem trabalhado a existência do preconceito racial em sala de aula do ensino médio em um Colégio Público localizado no litoral do Paraná. Pois, entendemos que a escola é um espaço privilegiado de formação dos cidadãos e cidadãs, não podemos negligenciar que a instituição escolar também é um local de disputa e de conflito. Depreende-se então a importância concreta de uma reflexão acerca da educação para as relações étnico-raciais. Pois, apesar dos aportes jurídicos e as orientações referentes a inclusão das relações étnicas raciais nos processos de ensino aprendizagem ainda prevalece de modo geral os preconceitos de classe, gênero e de raça, além de promover a legitimação das classes sociais e as ideologias sexistas e racistas. No que tange ao procedimento metodológico adotamos o procedimento dos grupos focais como uma técnica de investigação qualitativa, por nos permitir maior interação e discussão da temática em questão. Os dados nos indicam certo avanço, mesmo que tímido, em relação as discussões que permeias as relações étnico raciais em sala de aula, igualmente nos apontam indícios de superficialidade epistemológica por parte dos educadores quando tratam da historicidade dos negros e até mesmo na dinâmica adotada para abordar o preconceito racial no cotidiano escolar, esta fragilidade epistêmica pode estar contribuindo para que os estudantes negros e não negros não construam diálogos críticos pertinentes a diversidade étnico racial. Palavras-chave: Educação; Relações étnicas raciais; Sala de aula.

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INFÂNCIAS E CULTURA POPULAR UM ENCONTRO OU UM DESENCONTRO NA ESCOLA

Tatiana da Silva Bidinotto Universidade Federal do Paraná – UFPR

GT 03 - Currículo, Práticas Pedagógicas e Cultura Quilombola Resumo: Este artigo tem por objetivo apresentar um estudo sobre a Cultura Popular e a prática educativa de professores da Educação Infantil. Concebendo a Cultura Popular como prática social e as crianças como produtoras dessa cultura. Tanto a infância como a cultura são produtos de uma sociedade, e, portanto, devem ser analisadas sob a luz de um tempo histórico. Tal contextualização permite vislumbrar as categorias sob a ótica contemporânea, onde a criança está no cerne de muitos discursos e ações políticas e sociais que pretendem a sua proteção, e, ao mesmo tempo, nunca ouve tanta preocupação em ocupar os tempos infantis com atividades planejadas por adultos. Dessa forma, as crianças nem sempre têm autonomia para expressar seus saberes culturais. A escola, sendo uma instituição social que reúne tanto a infância como a cultura, precisa rever a forma como organiza seu currículo a fim de que esses considerem os saberes dos meninos e das meninas, sobretudo daqueles oriundos das classes populares. A coleta de dados dar-se-á por meio de uma pesquisa participante tendo como objeto investigativo a prática profissional e considerando o sujeito investigado como sujeito de identidade participante do processo de construção das proposições curriculares e não um mero reprodutor. As pesquisas que propõem a participação, embora tenham rigor metodológico, não estão presas ao rigor doutrinário, onde sujeito pesquisador e sujeito investigado mantém uma relação dialógica. Palavras-chave: Infância; Cultura Popular; Prática Educativa; Pesquisa Participante.

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CONSIDERAÇÕES EM TORNO DE ENSAIOS CURRICULARES NUMA PERSPECTIVA ETNICO CULTURAL EM UMA ESCOLA INDÍGENA NO

SUDOESTE DO PARANÁ

Antônio Ferreira Instituto Federal do Paraná - IFPR/Campus Paranaguá

Mirian K. Maciel Escola Estadual Indígena NITÓTU de

Educação Indígena - Clevelândia/Paraná GT 03 - Currículo, Práticas Pedagógicas e Cultura Quilombola Resumo: A presente atividade tem por finalidade refletir sobre práticas curriculares desenvolvidas em uma escola estadual indígena, localizada no município de Clevelândia no sudoeste do Paraná, bem como analisar se estas atendem as expectativas da comunidade onde a escola está inserida, no que tange a cultura, língua e tradições do povo indígena Kaingang. A justificativa da escolha do tema advém da relevância social em se abordar a referida temática, pois espera-se que o currículo na Educação Escolar Indígena, seja construído numa perspectiva intercultural, a partir dos valores e interesses etnopolíticos das comunidades indígenas em relação aos seus projetos de sociedade e de escola. No que tange a metodologia optou-se pela pesquisa bibliográfica, a observação, análise de documentos e entrevistas. Palavras-chave: Indígena; Currículo; Cultura.

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I Colóquio Nacional sobre Currículo, Território e Diversidade Étnico-Cultural, I Simpósio Nacional sobre Religiosidades Populares e Identidades Coletivas

I Seminário Regional sobre Povos Originários: cultura, sustentabilidade e modos de vida

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ESCOLA QUILOMBOLA NO MUNICÍPIO DE PALMAS-PR E O OLHAR GRAMSCIANO SOBRE EDUCAÇÃO

Naiani Nunes Lemes Instituto Federal do Paraná - IFPR/Campus Palmas

Marcia de Campos Biezeki

Instituto Federal do Paraná - IFPR/Campus Palmas

GT 03 - Currículo, Práticas Pedagógicas e Cultura Quilombola Resumo: O presente trabalho busca compreender a educação quilombola na atualidade do papel da educação escolar quilombola, e dessa forma dar maior visibilidade e valorização as suas práticas pedagógicas, de modo a ressaltar a importância da cultura quilombola e analisar as práticas curriculares quilombolas e garantindo-lhe presença no espaço educacional. A escolha do tema se deu pela necessidade de entender a trajetória educacional quilombola no contexto histórico da educação brasileira onde a população negra, por muitos anos negligenciada pelas legislações e políticas públicas educacionais por um certo tempo teve conquistas que valem ser analisadas. Os objetivos são: a compreensão seu currículo diferenciado. A pesquisa se deu de cunho qualitativo e do tipo bibliográfica e documental com coleta de dados em livros, revistas, artigos e legislação vigente, visando através de uma breve revisão de literatura e dessa forma a presença de Gramsci (1982) ao se referir a formação do intelectual e ao que o autor chama de “intelectual orgânico”, além do aporte legal de documentos, tais como o Regimento Escolar e o Projeto Político Pedagógico. O artigo está dividido em três sessões: contexto histórico e legal em que se fundou a escola quilombola em Palmas-PR, Educação, Educação Quilombola e a Educação Escolar Quilombola e a análise em relação ao pensamento gramsciano ao entender a prática pedagógica numa escola quilombola. Palavras-chave: Currículo; Práticas pedagógicas; Projeto político pedagógico.

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EDUCAÇÃO E IDENTIDADE: OS CONFLITOS E CONTRADIÇÕES NA EDUCAÇÃO DE PESCADORES E PESCADORAS ARTESANAIS NAS

ILHAS DE GUARAQUEÇABA

Willian Siqueira dos Santos Instituto Federal do Paraná - IFPR/Campus Paranaguá

GT 03 - Currículo, Práticas Pedagógicas e Cultura Quilombola

Resumo : O processo de educação escolar dos pesadores e pescadoras artesanais na região de Guaraqueçaba é permeado por conflitos e negação do direito a educação. Nesse panorama de contradições sociais e em defesa pelo seu direito de autodeterminação enquanto povo tradicional, o Movimento dos Pescadores Artesanais do Litoral do Paraná – MOPEAR – propõe através das suas ações e protagonismo, uma nova demanda para a educação que visa romper com a visão colonizadora e o modelo hegemônico do sistema de educação proposto pela SEED. No campo da diversidade educacional, pensando em uma educação no Campo e do Campo, a analise da Proposta Pedagógica das Ilhas (SEED, 2009) se dará através das teorias pós-criticas do currículo, com enfoque nos estudos culturais, que entende a cultura como um campo de produção de significados onde diferentes grupos, que se encontram em diferentes posições de poder e lutam pela sua significação. Nessa disputa, apresentam-se em posições opostas os pescadores e pescadoras artesanais que buscam reafirmar a sua identidade cultural e social, inclusive dentro do campo da educação escolar, e Estado, que através dos seus instrumentos, nega sistematicamente o reconhecimento desses sujeitos enquanto povos tradicionais. Estabelecendo relação entre a problemática apresentada e Ciência, Tecnologia e Sociedade – CTS – apresenta-se a compreensão do currículo e das Políticas Públicas enquanto tecnologia e objeto de disputa, uma vez que esse instrumento, com sua linguagem, discurso, seleção de conhecimentos, conteúdos e práticas que podem corroborar ou ir contra o discurso hegemônico posto. Palavras-chave: Educação do campo; Pescadores artesanais; Identidade; Currículo.

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ENSINO DE CIÊNCIAS: REFLEXÕES SOBRE A REPRODUÇÃO DA IDEIA DE RAÇA COM ALUNOS(AS) DO MAGISTÉRIO

Ana Paula de Souza Valim Instituto Federal do Paraná – IFPR

Josiane Barbosa Gouvêa Instituto Federal do Paraná – IFPR

Margarida Maria Sandeski Instituto Federal do Paraná – IFPR

GT 03 - Currículo, Práticas Pedagógicas e Cultura Quilombola

Resumo: Em virtude da nossa construção social ainda temos um país muito desigual em termos raciais. O objetivo desse trabalho é compreender como a construção social do conceito de raça interfere nas nossas relações sociais e ,assim, por meio do ensino de ciências buscar uma igualdade, mostrar como é possível inserir dentro de uma aula de ciências discussões que possam acrescentar conhecimento de questões biológicas que nos fazem ser miscigenados e por tanto diferentes no fenótipo, e também conhecimentos da nossa herança histórica e dos conflitos que existem na sociedade, por razão dessas diferenças . A metodologia desse trabalho será por meio da disciplina de ciências, utilizando ferramentas e jogo didático relacionado a diferenças raciais entre os seres vivos, após a conclusão da atividade será conduzido uma discussão acerca “do que é raça”, “se existem diferentes raças humanas” e “o que de fato nos diferencia”. Espera-se que através desse projeto os futuros professores do magistério que atuarão no ensino fundamental I, transmitam aos seus futuros alunos que as diferenças não devem se transformar em desigualdade e discriminações e, portanto, reprodução do racismo em sala de aula, é necessário refletir acerca de buscar uma sociedade mais integradora que vise a igualdade. Palavras-chave: Raça; educação; Construção social; Ensino de ciências.

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PRÁTICAS CURRICULARES EM ESCOLA DE ILHA NO LITORAL DO PARANÁ

Gedião Pedro Correia Instituto Federal do Paraná - IFPR/Campus Paranaguá

Antônio Ferreira Instituto Federal do Paraná - IFPR/Campus Paranaguá

GT 03 - Currículo, Práticas Pedagógicas e Cultura Quilombola

Resumo: A presente atividade tem por finalidade refletir e socializar as práticas curriculares desenvolvidas na Escola Estadual Povoado São Miguel localizado na comunidade Povoado São Miguel, anteriormente conhecida como “Saco do Tambarutaca”, está imbricada nos processos de negociação cultural da comunidade de São Miguel, que visa à produção de novos saberes nos interstícios das propostas e práticas curriculares hegemônicas. As experiências e vivências da comunidade e seus interesses entram em cena no espaço escolar com objetivo de elaborar um currículo que valorize outros modos de conhecer o mundo, isto é, que valorizem no currículo as diferenças culturais. A este respeito Bhabha (2013) evidencia que “a articulação social da diferença, da perspectiva da minoria, é uma negociação complexa, em andamento, que procura conferir autoridade aos hibridismos culturais” (BHABHA, 2013, p. 21). Historicamente sabemos que, a escola sempre teve dificuldades para lidar com a diversidade cultural, étnica e com as diferenças. A tendência da escola é silenciar e neutralizar as diferenças, visto que a homogeneização e padronização conferem uma posição diante da possibilidade de embates acerca das diferenças culturais/sociais/étnicas/históricas. Em termos de metodologia optou-se pela pesquisa bibliográfica e roteiro de entrevistas, já no tocante a abordagem da pesquisa, elegeu-se a abordagem qualitativa, pois entendemos que esta permite maior aproximação entre os investigadores e os respectivos sujeitos, auxiliando qualitativamente na construção e análise dos dados coletados. Em termos de encaminhamento metodológico fez-se opção pelo método etnográfico de cunho qualitativo, escolha realizada a fim de que o trabalho descritivo e analítico nos possibilitasse identificar as práticas curriculares desenvolvidas na Escola Estadual do Povoado São Miguel. Palavras-chave: Currículo; Comunidade; São Miguel; Práticas; Produção.

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USOS DO PASSADO: MEMÓRIA E IDENTIDADE QUILOMBOLA NA

CRQ ADELAIDE MARIA TRINDADE BATISTA

Hellen Cris Leite de Lima Universidade Federal do Paraná – UFPR

GT 03 - Currículo, Práticas Pedagógicas e Cultura Quilombola

Resumo: A identidade é um conceito fundamental para entendermos a questão quilombola

na contemporaneidade, pois nos permite compreender essa parcela da população em suas

particularidades históricas em relação ao restante da sociedade. Partindo dessa premissa,

porém, corre-se o risco de listar uma série de elementos cristalizados que poderiam

identificar o que é ser quilombola e, por consequência, o que não é ser de forma engessada.

Nesse sentido, no presente artigo visamos a compreender as relações entre memória e

identidade quilombola diante dos desafios que o tempo presente impõe para as

comunidades remanescentes de quilombo. Apresentaremos inicialmente uma breve

discussão teórica acerca dos conceitos de identidade e de memória coletiva, necessária para

a contextualização do nosso problema, utilizando principalmente as contribuições de Stuart

Hall e Michael Pollak. No que tange a metodologia, nos valemos da história oral para coleta

e tratamento das fontes que analisamos, quais sejam trechos de entrevistas coletadas na

comunidade Adelaide Maria Trindade Batista, em Palmas-PR, em 2013. A análise desses

relatos permitiu-nos compreender como as tensões e disputas que envolvem a construção

da memória coletiva e da identidade são, dialogicamente, impulsionadas pela

autoidentificação – processo necessário para a garantia de direitos básicos e políticas

públicas específicas para a população quilombola. Ao mesmo tempo, o acesso a esses

direitos garante a reprodução e manutenção do modo de viver quilombola, reforçando e

enquadrando uma determinada memória oficial e elementos identitários compartilhados.

Palavras-chave: Memória; Identidade Quilombola; História oral.

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GT 04 - Estudos Territoriais, Diversidade e Gênero

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A EDUCAÇÃO INFANTIL NA ILHA DOS VALADARES: TRAJETÓRIA E PRÁTICAS

Marcia Rita da Silva Inácio Universidade Federal do Paraná - UFPR/Setor Litoral

Paula da Silva Inacio Pereira Universidade Federal do Paraná - UFPR/Setor Litoral

GT 04 - Estudos Territoriais, Diversidade e Gênero Resumo: Este trabalho tem o propósito de registrar como concebeu a Educação Infantil como a primeira etapa da Educação Básica na Ilha dos Valadares. Objetivando resgatar a história da Educação Infantil na comunidade e valorizar os profissionaisque fizeram e ainda fazem a garantia do direito da criança na primeira etapa da Educação Básica. E descobrir como se deu a transição entre o assistencialismo para o processo educativo na Educação Infantil na Ilha dos Valadares. A revisão de literatura contextualizará Paranaguá e Ilha dos Valadares, as legislações que fundamentam a Educação Infantil e os conceitos: Criança e Infância. A metodologia se dará pela pesquisa participante de base qualitativa, os sujeitos são três profissionais que atuaram na EI nos anos 80 na Ilha Valadares e as técnicas: Registro em Diário de Bordo e Entrevista Semiestruturas. Nesta pesquisa revela-se que o início da etapa surge do interesse da comunidade, com arranjos de caráter assistencialista, mas que despertou nos professores o interesse pela carreia e a formação inicial. Palavras-chave: Educação Infantil; Ilhas dos Valadares; Formação Inicial.

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AFROCENTRICIDADE E/OU GEOFILOSOFIA POR VIR – DESCENTRALIZANDO AS NARRATIVAS

Alexsandro Alves da Maia Universidade Federal do Paraná – UFPR

Claúdia Madruga Cunha Universidade Federal do Paraná - UFPR

GT 04 - Estudos Territoriais, Diversidade e Gênero

Resumo: Molefi Kate Assante junto a outros intelectuais afroamericanos, na década de 60, produziram estudos sobre a cultura negra e africana nas universidades norte americanas. Tinham como pano de fundo a luta dos grupos afroamericanos em prol de direitos civis e cidadania na década de 70. Tal contenda decorreu em posicionamento de resistência sob o qual se constituiu um sistema filosófico que tentou deslocar a base grega para ir ao encontro de uma “filosofia afrocentrica”. A experiência africana, o desenvolvimento étnico e cultural desse povo, historiado pela perspectiva eurocêntrica, costuma se apoiar na diáspora e fazer dela uma maneira estrutural que impede esse grupo de uma narrativa fundante própria. No Brasil os conflitos e os preconceitos étnicos raciais, não diferente dos Estados Unidos, impõe ao povo africano o não lugar da sua visibilidade, da sua marginalidade e da sua periferia. Essa imagem de povo escravizado e o estigma do não evoluído, pode ser alterada por uma perspectiva que descentraliza as narrativas fundantes da própria filosofia? Nessa questão que expectativa um fundamento mais antigo que dê suporte a filosofia africana; fundamento, portanto, anterior a filosofia ocidental, abre-se a dialogar com o que dizem Gilles Deleuze e Felix Guattari em O que é a filosofia?. No contraponto entre filosofia afrocêntrica e filosofia da diferença, se almeja modos de atualizar os saberes que vindos da África constituam a memória e a história desse povo, dando a entender que o afrocentrismo de Assante (2009), tal como um plano de imanência (DELEUZE; GUATTARI), pode ser caracterizado como uma geofilosofia por vir.

Palavras-chave: Afroperspectiva, Perspectiva; Filosofia; Geofilosofia

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MULHERES: EDUCADORAS DO CAMPO DE NOVA IGUAÇU

Márcia Cristina da Silva Vieira Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ

Geraldo Magela Pires do Nascimento Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ

Angélica Ferreira Barbosa Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ

GT 04 - Identidades Coletivas, Conflitos Territoriais e Educação do Campo Resumo: Quem são as educadoras do Campo em Nova Iguaçu? São professoras da rede pública, lotadas em Escolas do Campo? São as mulheres agricultoras que passam de geração a geração seus conhecimentos? São as mulheres mais experientes que ajudam com suas histórias e manutenção das tradições para os mais novos? É aquela professorinha da comunidade rural que ajuda a criançada em seus estudos, podendo ser a primeira a ensinar as primeiras palavras? São todas elas! São mulheres que se comprometem com a luta da terra e sua manutenção e permanência no campo. Numa visão mais dentro da escola, observamos o magistério através do MEC, em uma pesquisa realizada em 2010, mostra que cada dez professores da educação básica no Brasil, oito são mulheres. Isso fica claro dentro das escolas públicas e privadas e mais evidentes nas Escolas do Campo. Em seminários realizados na rede municipal de Nova Iguaçu, voltado para docentes da Escola do Campo é possível verificar a prevalência de mulheres e o comprometimento das mesmas em superar os desafios diários. E se na Educação Básica regular já é um desafio para as professoras, devido ao sistema de ensino, o sucateamento das escolas públicas, e falta de investimento na educação, as Escolas do Campo sofrem ainda muito mais, pois além dos problemas de sucateamento, o currículo não é apropriado para os discentes e a distância, além da própria identidade rural, que muitas vezes é suprimida. Currículos inadequados para a realidade dos alunos das Escolas do Campo, falta de estrutura, falta de transporte públicos, acessibilidade, entre tantos fatores que acabam precarizando ainda mais o ensino da comunidade em torno. Porém, as mulheres educadoras do campo não estão somente dentro da sala de aula, da rede formal de ensino. Elas estão nas comunidades, nos movimentos sociais e nos acampamentos e ocupações rurais da cidade. Estão no campo trabalhando como

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agricultoras e se colocando como verdadeiras educadoras de vida, preservando a identidade das regiões rurais, já tão sucateada e desmotivada, devido a gestões passadas, no qual haviam determinado a cidade como toda urbana. Portanto, a presente pesquisa tem como objetivo identificar, observar e diagnosticar quem são as mulheres educadoras do campo da cidade de Nova Iguaçu, bem como observar as condições de trabalho, a formação continuada e o entorno de sua atuação, seja dentro da escola, seja na comunidade. A origem dessas mulheres e seu comprometimento dentro da região em que estão inseridas.

Palavras-chave: Mulheres educadoras; Educação do campo; Movimentos sociais; Nova Iguaçu.

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A PROEMINÊNCIA FEMININA NO CONFLITO PELO DIREITO A MORADIA EM PARANAGUÁ: A COMUNIDADE JARDIM SOCIAL

Vantui Rodrigues de Souza Instituto Federal do Paraná - IFPR/Campus Paranaguá

Priscila Nascimento Amorim Instituto Federal do Paraná - IFPR/Campus Paranaguá

GT 04 - Estudos Territoriais, Diversidade e Gênero Resumo: Considerando políticas públicas voltadas para a questão da habitação como artefatos socialmente produzidos, o presente artigo busca estabelecer um debate teórico de cunho exploratório a respeito das desigualdades de gênero, presente na luta pelo direito a moradia na cidade de Paranaguá PR. O artigo considera a partir de relatos, as contradições enfrentadas pelo grupo de mulheres que formam a base de uma liderança comunitária local, denominado Jardim Social, em seu enfrentamento diário na busca pelo direito a moradia. No cotidiano o grupo se depara com uma estrutura de poder local formada quase que em sua totalidade por homens. Propomos analisar o fenômeno a partir do referencial teórico dos estudos de gênero em Ciência Tecnologia e Sociedade (CTS) considerando que é possível interpretar tal conflito a partir do conceito de “Teto de vidro” e “Labirinto de Cristal”. Tais conceitos foram desenvolvidos para explicar as dificuldades enfrentadas pelas mulheres nas áreas cientificas e tecnológicas, mas como o que permeia o pano de fundo são as relações de desiguais de poder, há evidências que essa mesma leitura possa ser feita num espaço como o da luta por moradia. Esses modelos teóricos esclarecem como determinadas ações e comportamentos, excluem as mulheres de determinados espaços. Como sugere (VAZ, 2013) a posição das mulheres em relação em relação às organizações públicas, é mediada por uma estrutura que historicamente exclui esse grupo dos espaços de debate e poder. Partimos da hipótese de que a ausência de mulheres na estrutura de poder local tem dificultado a ação do movimento pelo direito a moradia na cidade. Palavras-chave: CTS; Politicas públicas; Gênero; Movimentos sociais.

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COLONIALIDADE DE GÊNERO: (UM)A CONSOLIDAÇÃO DA DESIGUALDADE DE GÊNERO NO BRASIL

Sarah Francine Schreiner Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE

Geanne Gschwendther Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE

GT 04 - Estudos Territoriais, Diversidade e Gênero

Resumo: O termo “colonialidade de gênero” cunhado por María Lugones, remete à estrutura de colonização da América do Sul, e reafirma o patriarcado, que envolve a imposição de determinado grupo sob outro, criando assim uma dominação entre colonizador e colonizado. Adentrando no aspecto homem e mulher, esta estrutura estratifica a inferiorização da mulher em seu papel social. No Brasil, esta construção patriarcal – eurocêntrica, procedente da colonização, também contribuiu para a dicotomia entre os gêneros, e mantém como referência cultural a necessidade de subalternização do outro, no caso, da mulher. Levando em conta essa estruturação, este estudo objetiva relacionar a desigualdade de gênero existente no Brasil com a forma de colonização realizada no país, e proporcionar reflexões acerca do impacto desta colonização na sociedade brasileira, e a dimensão com que tal evento atinge a vida da mulher em específico, pois a força do patriarcado, ainda presente na atualidade manteve a mulher como inferior e muitas vezes objeto do homem, inclusive com o uso da violência para determinar o sujeito dominador como superior frente ao sujeito dominado. O estudo se desenvolve sob o método bibliográfico de pesquisa, e busca relacionar fatores atuais que apontam para uma estratificação da desigualdade de gênero no país, e sua raiz colonial. Palavras-chave: Gênero; Colonialidade; Desigualdade.

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PERCEPÇÕES DE UM PADRE CATÓLICO SOBRE AS COMUNIDADES TRADICIONAIS DE PESCADORES ARTESANAIS

NO TERRITÓRIO DA ILHA DO MEL/PR

Ezequiel Westphal Instituto Federal do Paraná - IFPR/Campus Paranaguá

GT 04 - Estudos Territoriais, Diversidade e Gênero Resumo: Esta pesquisa tem a finalidade de relatar, sob a perspectiva de gênero, considerações autobiográficas de um padre italiano de 80 anos que militou em duas grandes frentes pastorais em toda sua vida: i) como fundador e organizador das Cebs e ideólogo da teologia da libertação na Arquidiocese de Curitiba e, ii) sacerdote, residente na Ilha do Mel, no litoral paranaense, engajado na “idealização” da luta e defesa pelo território das populações tradicionais de pescadores artesanais em relação aos conflitos socioambientais que integram o bioma complexo da baía de Paranaguá. Cabe salientar que a opção teórico-metodológica pela categoria da biografia, na ótica de gênero, se dá pelo fato que esta nunca esteve ausente dos interesses de historiadores ou das reflexões historiográficas sendo importante campo de análise sobre o tema. Nas últimas décadas a redescoberta do indivíduo, das trajetórias e experiências coletivas, também é singularizada num campo de relações cada vez mais significativas de serem pensadas no intuito de possibilitarem múltiplos olhares e releituras conjunturais na relação indivíduo e contexto. Portanto, este estudo propõe discutir as mudanças discursivas clericais, de posicionamento e da práxis político-pastoral do padre católico, enquanto construções socioculturais conflitando com as crenças e saberes tradicionais da população de pescadores artesanais na Ilha. Metodologicamente foram realizados depoimentos autobiográficos, como resultado das atividades sistemáticas e regulares do campo de pesquisa e duas entrevistas semiestruturadas entre os anos de 2005 e 2013, em contextos distintos de vivências e de experiências, na percepção do padre sobre o território da Ilha do Mel em torno das lutas e direitos dos pescadores artesanais. A análise culmina em uma conclusão em aberto: na perspectiva clerical, o entendimento que as disputas e tensões da população tradicional indicam conflitos jurídicos institucionais em relação ao território sintetizando a ideia de ‘não reação’, ‘ausência” e ‘naturalização’ cotidiana dos sujeitos. Visão esta equivocada, quando se defronta com a perspectiva dos atores ao relatarem que se criou uma política de incertezas sobre a realidade dos mesmos no território, ilustrada pela redução, proibição e

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fiscalização de uso do solo e dos recursos sobre forte impacto das tradições culturais, motivo este para ressignificar, na atualidade, a caminhada, na luta por direitos. Palavras-chave: Território da Ilha do Mel; População tradicional; Pescadores e pescadoras artesanais; Discurso religioso; Práxis pastoral.

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VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: UM DEBATE NECESSÁRIO NA ESCOLA

Sanclér Eduardo Zanotelli Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS/Campus Erechim

Angelita Noskoski Sikorski Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS/Campus Erechim

Andréia Carla Momoli Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS/Campus Erechim

GT 04 - Estudos Territoriais, Diversidade e Gênero

Resumo: A violência contra a mulher é algo ainda pouco debatido dentro do ambiente escolar, sendo assim, é importante trabalhar com estudantes essa temática para que eles compreendam como a mulher lutou e ainda vem lutando para construir seu espaço na sociedade. Este projeto buscou por meio do auxílio de conceitos geográficos de território, espaço e lugar, proporcionar aos alunos uma reflexão sobre tal temática. Para isso, construímos juntamente com os alunos do ensino médio da Escola Estadual de Ensino Médio Érico Veríssimo, localizado no município de ERECHIM-RS, uma reflexão a partir da ciência geográfica do que vem a ser a violência contra a mulher, levantando dados que foram disponibilizados pela delegacia da mulher do município de Erechim e identificando as formas de violência que estão presentes com maior frequência em Erechim e região. O projeto foi colocado em prática por meio de pesquisas bibliográficas sobre o assunto, análise de músicas que tratam de expressões referentes à mulher de forma pejorativa, onde os alunos construíram paródias contrapondo a letra original e apresentaram para a turma. Como forma de dar visibilidade e debater um fenômeno social recorrente em nossa sociedade. Assim apresentamos as diferentes formas de violência contra a mulher, e com isso, buscamos desenvolver o pensamento critico dos estudantes para que identifiquem as vitimas de violência. E resultado do projeto veio através do esclarecimento e reflexão sobre as formas de violência contra a mulher e o incentivo a posteriores denúncias. Palavras-chave: Mulher; Violência; Denúncias; Escolas; Estudantes.

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A CIDADE ARMÁRIO

Brenda Letícia Souza da Silva Instituto Federal do Paraná - IFPR/Campus Paranaguá

GT 04 - Estudos Territoriais, Diversidade e Gênero

Resumo: A presente pesquisa tem por finalidade apresentar a cidade de Paranaguá – PR, através da comunidade LGBT sobretudo a população trans parnanguara, no sentido, de analisar a vivência dessas pessoas no cotidiano do município, e a partir da discussão de território investigar o meio urbano atrelado a um espaço de exclusão e invisibilidade. A cidade-armário é um termo utilizado por Carvalho e Junior (2017) para descrever o ambiente de ocultação da sexualidade através heteronormatização dos espaços, portanto, nessa mesma perspectiva problematizar o preenchimento dos espaços urbanos e como as relações de poder e aceitação de alguns ,grupos e coletivos, acabam sendo marginalizados e discriminados. Palavras-chave: Trans; Território; Invisibilidade; Cidade; Heteronormatização.

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RELAÇÕES DOS ESTUDOS DE GÊNERO E CTS: A INSERÇÃO DE PESSOAS TRANS NO ENSINO SUPERIOR EM PARANAGUÁ

Ítalo Pereira Barcellos Neto Instituto Federal do Paraná - IFPR/Campus Paranaguá

GT 04 - Estudos Territoriais, Diversidade e Gênero

Resumo: Paranaguá é um município em que ocorrem vários tipos violência que são atreladas as questões gênero como casos de feminicídio e crimes de ódio contra a lésbicas, gays, bissexuais e pessoas trans. Neste contexto, as instituições de ensino têm um papel importante na promoção de mecanismos que possibilitem a igualdade de gênero e respeito à diversidade. Em 2016, o município de Paranaguá ficou em evidência quando a Câmara Municipal aprovou o Plano de Municipal de Educação que excluía o ensino sobre identidade de gênero e orientação sexual, atrelando essa prática a uma chamada “ideologia de gênero”. Após, a interferência da Procuradoria Geral da República e do Ministério Público, o plano foi novamente alterado. A Secretaria de Estado da Educação (SEED- PR) promove algumas práticas que envolvem o respeito à diversidade de gênero e orientação sexual. Esse debate vem sendo analisado apenas no âmbito da Educação Básica. Pouco se discute as questões de gênero no Ensino Superior em Paranaguá que por falta de políticas públicas, sólidas e efetivas acabam muitas vezes em determinados contextos invisibilizando as questões de gênero nos espaços acadêmicos. Muitos indivíduos são marginalizados e não conseguem espaço no mercado de trabalho, como é o caso das pessoas trans. Esta pesquisa visa contribuir para o debate referente à inserção e permanência das pessoas trans no Ensino Superior do município de Paranaguá por meio dos estudos CTS. O impacto das tecnologias na sociedade perpassa por diversas áreas de conhecimento, e as questões de gênero podem ser analisadas nesse contexto.

Palavras-chave: Gênero; CTS; Ensino superior; Diversidade; Políticas públicas.

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O COTIDIANO DE MULHERES RURAIS DA COMUNIDADE DO MORRO ALTO NO MUNICÍPIO DE MORRETES

Andreia Aparecida dos Santos Instituto Federal do Paraná - IFPR/Campus Paranaguá

GT 04 - Estudos Territoriais, Diversidade e Gênero

Resumo: Esse trabalho tem como objetivo Observar empiricamente Questões cotidianas que nos levem a entender a vivência da comunidade rural de Morro Alto no município de Morretes No litoral do Paraná. Trata se de uma observação etnográfica Mediante a qual pretende evidenciar questões relacionadas a categoria gênero, ou seja, as relações que envolvem casamento, dominação masculina, tarefas diárias e sociabilidade. Em termos de encaminhamento metodológico fez se a opção pelo método etnográfico de cunho qualitativo, escolha realizada a fim de que o trabalho descritivo e analítico nos possibilitasse identificar o cotidiano da comunidade, levantando anotações sobre a sociabilidade entre homens, mulheres e crianças e o quanto é familiar os mitos, as crenças, e tradições arraigadas e concernentes ao contexto rural desta comunidade que está alocada a poucos quilômetros do perímetro urbano. Considerando que, foi com muita luta que as mulheres rurais conquistaram políticas públicas existentes hoje no meio rural que reduziram Desigualdades de gênero na agricultura. E ainda considerando que movimento de mulheres rurais é recente, pois seu início ocorreu na década de 1980 com o incentivo da igreja católica, movimentos sindicalistas e partidos políticos que possibilitaram maior visibilidade feminina. De acordo com (HEREDIA; CINTRAO, 2006) esses elementos se solidificaram com maior intensidade na região sul do país se tornando visíveis em congressos, encontros e passeatas. Palavras-chave: Gênero; Políticas públicas; Mulheres rurais.

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GT 05 - Ruralidades, Religiosidades Populares

e Identidades Coletivas

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FESTA E RELIGIOSIDADE: ESTUDO SOBRE FESTAS RURAIS DO MUNICÍPIO DE LONDRINA/PR

Alini Nunes de Oliveira Universidade Pitágoras Unopar

GT 05 - Ruralidades, Religiosidades Populares e Identidades Coletivas Resumo: Esta pesquisa teve como objetivo compreender as funções das festas religiosas no espaço geográfico rural londrinense. Foi construída por meio de pesquisa bibliográfica e trabalhos de campo para aplicação de questionários aos organizadores e participantes das festas. O catolicismo popular no Brasil contou com a contribuição do folclore popular da Europa, além de contribuições indígenas e africanas. As festas, até mesmo as cívicas, tinham um caráter religioso e os rituais eram passados de geração para geração (SEABRA, 2002). No Paraná, nos séculos XVIII e XIX, a população participava de festividades religiosas, que estavam sempre envolvidas com as missas dominicais e dias de santos de Guarda (WESTPHALEN; BALHANA, 1983). No Brasil há uma gama diversa de festas ligadas ao sagrado, que grande parte das vezes são padroeiros ou co-padroeiros de cidades brasileiras. Em Londrina são realizadas festas religiosas nos distritos rurais e duas delas foram estudadas: Festa em Homenagem ao Padroeiro São José (distrito de Irerê) e a Festa de Santo Antonio (distrito da Warta). Estas festas atraem um público do próprio distrito e das localidades vizinhas e contam com programação similares: missa, barraca com comidas variadas, atividades recreativas, apresentações culturais e a cavalgada. Os membros da própria comunidade é que se responsabilizam pela organização das festas, buscando apoio e patrocínio em empresas da região. As relações de compadrio, amizade, união e pertencimento ao lugar são as principais motivações para sua realização e, segundo os organizadores, é uma oportunidade de divulgar o distrito e arrecadar fundos para benfeitorias na igreja.

Palavras-chave: Distritos rurais; Londrina; Festa religiosa.

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RELIGIÕES DE MATRIZES AFRICANAS NA AGENDA POLÍTICA BRASILEIRA 2003-2006: UMA ANÁLISE DE SUAS ABORDAGENS

Caio Isidoro da Silva Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP/FCL de Assis

GT 05 - Ruralidades, Religiosidades Populares e Identidades Coletivas Resumo: as políticas públicas, atualmente ganharam visibilidade dentro da sociedade e no âmbito acadêmico-científico. Pesquisas relacionadas ao tema vêm crescendo nos últimos anos, sobretudo ligadas a questão étnico-racial, são as chamadas políticas de promoção da igualdade racial. Essas ações têm como objetivo buscar solucionar as desigualdades sociais e raciais existentes em nossa sociedade. Questões voltadas para a população negra no Brasil começam a ser discutidas não só nos espaços de militância, mas, também na agenda política brasileira. É nesse cenário no qual as religiões de matrizes africanas começaram a obter espaço de discussão e direitos, após uma história de perseguição. Portanto, o presente trabalho tem o objetivo de explicitar a análise que está sendo realizada, para a elaboração da dissertação de mestrado, analisando as seguintes fontes: o relatório de gestão da SEPPIR 2003-2006 (Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial) órgão responsável pela formulação, promoção e avaliação das ações afirmativas voltadas para a população negra em âmbito federal. De forma mais específica, buscaremos observar e analisar como essas religiões se tornaram temas de discussão na agenda política brasileira, inseridas no bojo das políticas de promoção da igualdade racial e sobre quais questões têm se desdobrado os debates a cerca das religiões de origens africanas. Desse modo, a proposta do trabalho é explicitar os discursos sobre essas religiões na agenda política brasileira nos anos 2003-2006, indicando a constância da luta contra o racismo religioso.

Palavras-chave: Religiões de matrizes africanas; Políticas de promoção da igualdade racial; Racismo religioso.

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CULINÁRIA E IDENTIDADE: UMA VISÃO GEOGRÁFICA DE COMUNIDADES RURAIS EM ÁUREA/RS

Angelita Noskoski Sikorski Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS/Campus Erechim

Janete Teresinha Reis Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS/Campus Erechim

GT 05 - Ruralidades, Religiosidades Populares e Identidades Coletivas

Resumo: Os imigrantes são indivíduos que vieram do exterior, e, geralmente possuem perspectivas de melhorar as condições de vida no país onde fixaram sua morada. Assim, objetiva-se avaliar as iniciativas dos moradores das comunidades rurais do município de Áurea RS, que encontraram na culinária polonesa uma alternativa econômica e de preservação do patrimônio cultural. Estes imigrantes estabeleceram-se no município pelo processo imigratório ocorrido no final do século XIX e início do século XX, trazendo consigo memórias, hábitos culturais e práticas gastronômicas. O estudo terá como foco a visão “in loco” dos imigrantes, bem como o resgate da matriz teórica sobre a temática proposta, além de verificar as relações estabelecidas nas comunidades visando melhorar e fixar sua vida no território habitado. Pois, a culinária cultural adquirida de seus antepassados é reproduzida pelos seus descendentes como forma de aperfeiçoar e enriquecer sua identidade e não deixar no esquecimento. O resgate ocorre por meio da reprodução e troca de receitas, interação entre as pessoas visitantes e suas culturas. As rotas de degustação gastronômica abrem um leque de oportunidade para visitações e divulgação do saber da culinária. No entanto, a interculturalidade contemporânea resignifica tradições e hábitos coletivos consolidados em outro território, possibilitando perpetuarem as famílias no meio rural, como forma de promover renda alternativa, aliado a valorização e divulgação de sua cultura.

Palavras-chave: Comunidades rurais, Identidade; Culinária; Poloneses.

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ROMARIA DE SÃO GONÇALO ENQUANTO PRÁTICA CULTURAL

Francielle Furquim Lopes Cordeiro Instituto Federal do Paraná/Campus Paranaguá – IFPR

Antônio Ferreira Instituto Federal do Paraná/Campus Paranaguá - IFPR

Verônica do Rosário Lima Instituto Federal do Paraná/Campus Paranaguá - IFPR

GT 05 - Ruralidades, Religiosidades Populares e Identidades Coletivas Resumo: a presenta atividade pretende socializar um pouco sobre a temática: “A Romaria de São Gonçalo enquanto prática cultural que há mais de cem anos tem contribuído para a preservação da identidade cultural na Comunidade Quilombola de João Surá no município de Adrianópolis. A confecção deste artigo foi desenvolvida por meio de pesquisa bibliográfica se utilizando de livros e artigos sobre o histórico das comunidades quilombolas, sobre a comunidade quilombola de João Surá e sobre a Romaria de são Gonçalo em seus aspectos gerais, e por meio de estudo de campo com a técnica de observação, onde foi acompanhado a Romaria de são Gonçalo realizada na comunidade Quilombola de João Surá em Adrianópolis em julho de 2017. Pois entendemos que as comunidades quilombolas remanescentes designam um legado de herança cultural que marca sua identidade e sua territorialidade dentro da sociedade brasileira, mostrando assim suas relações com a terra, e sua resistência cultural que acontece por meio de lutas e é transmitido de geração para geração. A comunidade Quilombola em questão está entre as comunidades remanescentes de Quilombolas no Paraná, e está localizada a 50 quilômetros da sede do município de Adrianópolis, no vale do ribeira, região de baixo IDH na fronteira entre o Estado do Paraná e São Paulo, mantendo sua cultura há 200 anos. Na comunidade Quilombola João Surá, é comum a promessa feita para São Gonçalo, o pagamento da promessa se dá com a Romaria ou Dança de São Gonçalo que pode ser realizada no dia que for mais conveniente para o devoto. As Romarias de São Gonçalo, terços, bem como, as festas são espaços de socialização para moradores do CRQ João Surá também são momentos para relembrar o passado, para trocar experiências.

Palavras-chave: Comunidade quilombola; Identidade cultural; Romaria de São Gonçalo.

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BENZEDEIRAS EM MOVIMENTO: CONHECIMENTOS TRADICIONAIS E MOBILIZAÇÕES POLÍTICAS NO CENTRO SUL PARANAENSE

Taisa Lewitzki Universidade Federal do Paraná

GT 05 - Ruralidades, Religiosidades Populares e Identidades Coletivas Resumo: na região centro sul do Paraná a identidade "benzedeira" agrega diversos ofícios tradicionais de saúde popular, que possuem práticas e saberes de cura diretamente relacionados a sociobiodiversidade da floresta de araucária. São as mulheres que protagonizam o dom de benzer, sendo referências para a saúde da população, além disso, comumente são responsáveis pelo resgate e memória das festas tradicionais que são tradições importantes para o sistema cultural no qual estão inseridas. Neste universo, nota-se que historicamente as benzedeiras sofrem repressão e perseguição de atores antagônicos que representam interesses divergentes ao seu modo de vida, principalmente ao que concerne a instituições religiosas, órgãos de saúde, governos locais e setores do agronegócio, os quais ameaçam a manutenção da forma de ser e viver quanto benzedeiras (MASA, 2008). No entanto, na última década elas têm se organizado como uma coletividade de povos comunidades tradicionais, motivadas pelo processo de emergência étnica associada ao acirramento de conflitos territoriais e as estratégias organizativas adotadas por diferentes grupos que se articulam através de identidades étnicas e coletivas (ALMEIDA, 2009). As benzedeiras inseridas em tal processo, organizam-se no Movimento Aprendizes da Sabedoria (MASA), espaço de articulação e luta por visibilidade social e conquista de direitos coletivos (LEWITZKI, 2012). Nesse contexto recente de organização sociopolítica, mobilizações sociais e reivindicação de direitos identitários e territoriais, desde a abordagem etnográfica o presente trabalho busca explorar as trajetórias das benzedeiras e suas narrativas sobre as movimentações acerca das diferentes formas de fazer política e reivindicar direitos no interior paranaense. Palavras-chave: benzedeiras; Mobilizações políticas; Povos e comunidades tradicionais.

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A LIBERDADE RELIGIOSA NO SUDOESTE DO PARANÁ: DIREITO, CIDADANIA E PLURALISMO RELIGIOSO

Fernanda Trindade Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS

Jael dos Santos Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE

GT 05 - Ruralidades, Religiosidades Populares e Identidades Coletivas

Resumo: Esta pesquisa apresenta um diagnóstico do exercício da liberdade religiosa na região Sudoeste do Paraná, especialmente quanto à atuação dos Municípios acerca dos direitos e garantias derivados do art. 5º, VI, da Constituição Federal. O estudo ganha importância em razão dos crescentes conflitos que envolvem os grupos religiosos, intolerância, pluralismo e proselitismo religioso. O texto apresenta uma revisão bibliográfica sobre a liberdade religiosa como direito fundamental na Constituição Federal de 1988, bem como as proteções derivadas do art. 5º, VI, especialmente os aspectos jurídicos relevantes no âmbito municipal. Em seguida, são descritos os resultados da pesquisa de campo efetuada nas Prefeituras dos 42 (quarenta e dois) municípios que compõe a região Sudoeste do Paraná, através de um questionário com 27 (vinte e sete) perguntas relacionadas à atuação do poder público municipal em relação à liberdade de organização religiosa, liberdade de crença e culto, laicidade do Estado e subvenções aos cultos religiosos. O resultado aponta violações relevantes quanto à laicidade e aplicação restritiva da imunidade tributária dos templos de qualquer culto. Palavras-chave: Liberdade religiosa; Culto; Sudoeste do Paraná; Municípios.

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INCREMENTO DAS UNIDADES FAMILIARES PELA PERSPECTIVA DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE (CTS)

Alexandre Chiarelli Instituto Federal do Paraná - IFPR/Campus Paranaguá

Ezequiel Westphal Instituto Federal do Paraná - IFPR/Campus Paranaguá

Sidney Reinaldo da Silva Instituto Federal do Paraná - IFPR/Campus Paranaguá

GT 05 - Ruralidades, Religiosidades Populares e Identidades Coletivas

Resumo: O presente trabalho visa discutir as propostas de Chayanov para o âmbito rural considerando as ações de interpretação e exercício de aprimoramento das unidades familiares utilizando a perspectiva da Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS), e tendo como metodologia a Teoria Crítica por Feenberg (2010) e Dagnino (2004). Objetivando estruturar esses conceitos, Chayanov (1981) teoriza sobre os sistemas econômicos não-capitalistas, utilizado para evidenciar as características e possibilidades de diferentes formas de organização, amparados em uma discussão denominada Articulação dos Modos de Produção o autor objetiva compreender e articular formas de agregar a produção das unidades familiares. Os trabalhos do autor russo o categorizam como influente personagem da escola organizacional-produtiva, sendo que os pesquisadores desta corrente debatiam o uso da terra, porém destacavam a necessidade de uma reforma no âmbito social do espaço rural, um avanço que teria incremento na organização e consequentemente na produção realizada nesse espaço. Conforme Neder (2015) e Dagnino, Brandão e Novaes (2004), a sistemática organizacional vislumbra uma articulação que apresenta um ponto de intersecção entre práticas sociais-culturais e práticas técnicas, a relação que liga essas duas práticas possibilita a formatação de um sistema de adequação sócio-técnica que auxilia de forma concreta na produção da unidade familiar, evidenciando de forma concreta as propostas de Chayanov em localidades amplamente diferente em um período temporal distinto do vivenciado pelo autor russo.

Palavras-chave: Rural; Ciência; Tecnologia e sociedade; CTS; Adequação sócio-técnica.

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BENZER A CRIAÇÃO: UM OLHAR ANTROPOLÓGICO SOBRE AS RELAÇÕES

INTERESPECÍFICAS A PARTIR DO BENZIMENTO DE ANIMAIS

Míriam Rebeca Rodeguero Stefanuto

Universidade Federal de São Carlos – UFSCar

GT 05 - Ruralidades, Religiosidades Populares e Identidades Coletivas

Resumo: Associado ao catolicismo, o benzimento é uma forma específica de se buscar a cura e a solução de diversos problemas, tanto para humanos quanto para animais. Este trabalho propõe refletir sobre a prática do benzimento de animais de criação – principalmente bovinos e suínos – em sítios no interior rural paulista com o objetivo de pensar as relações interespecíficas e suas conexões como catolicismo. Uma breve pesquisa de campo já foi realizada nas cidades de Bariri e Itaju, durante a qual foi possível identificar alguns dos benzedores e sitiantes que se relacionam principalmente por conta das técnicas de benzimento que os primeiros oferecem. Além do contato estabelecido entre os profissionais e os criadores, o benzimento coloca em comunicação os santos acionados pelos benzedores no momento da benzedura, e os animais sobre os quais incide a eficácia do benzimento. Palavras-chave: Benzimento; Catolicismo; Relações interespecíficas; Criação.

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DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO E AS INFLUÊNCIAS DIRETAS NAS RELAÇÕES DO SABER E DA CULTURA EM SALA DE AULA

Priscilla Nascimento Amorim Instituto Federal do Paraná - IFPR/Campus Paranaguá

Vantui Rodrigues de Souza Instituto Federal do Paraná - IFPR/Campus Paranaguá

Brenda Letícia Souza da Silva Instituto Federal do Paraná - IFPR/Campus Paranaguá

GT 05 - Ruralidades, Religiosidades Populares e Identidades Coletivas

Resumo: O presente artigo tem por finalidade investigar alunos do Colégio Estadual Maria de Lourdes Rodrigues Morozowski e analisar, a partir do sistema religioso atual, a influência e a interferência diretas em suas decisões e ações cotidianas desta concepção político social. Além de observado algumas correntes religiosas e as diferentes formas de se apresentarem aos indivíduos pela religiosidade. Entretanto, ao referir-se, sobre religiosidade e religião como elementos legitimar nossas ações e cultura, visto que ainda é tão delicado ter uma conversa ou fazer apontamentos em relação a Inter -religiosidade e o pluralismo religioso. Levar um conhecimento dito científico para a sala de aula, faz com que algumas “tradições e costumes” já adquirida pelos alunos entrem em conflito com o novo saber, levando a questionamentos e até mesmo revoltas. Segundo Teixeira (2007) ao acentuar dissonâncias cognitivas, o pluralismo provoca em indivíduos ou grupos um sentimento de insegurança significativamente ameaçadas para a plausibilidade de sua inserção no mundo. Nessa mesma perspectiva utilizou-se conhecimentos referentes de forma significativa os conhecimentos o que se referia a diálogo Inter-Religioso e suas influências no ambiente escolar, sendo realizadas pesquisas com os estudantes frente a temática e as questões culturais, com a finalidade de ampliar e compreender a representação e o conhecimento prévio das turmas e dos alunos sobre a diversidade religiosa. Palavras-chave: Diálogo Inter-religioso; Cultura; Educação; Proselitismo; Conhecimento científico.

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MANIFESTAÇÕES DE RURALIDADE NO ESPAÇO URBANO DE MATINHOS/PR

Fábio Luís de Moraes Gomes

Universidade Federal do Paraná - UFPR/Setor Litoral

Valdir Frigo Denardin

Universidade Federal do Paraná - UFPR/Setor Litoral

Alan Ripoll Alves

Universidade Federal do Paraná - UFPR/Setor Litoral

GT 05 - Ruralidades, Religiosidades Populares e Identidades Coletivas

Resumo: O presente trabalho visou à identificação das manifestações da ruralidade e dos condicionantes responsáveis por sua ocorrência em propriedades localizadas no espaço periurbano do município de Matinhos Litoral do Estado do Paraná, bem como levantar algumas construções do meio urbano que se encontravam em estreito diálogo com o ambiente rural. A pesquisa apresentou natureza exploratória e analítico-descritiva com uma abordagem qualitativa, executada através de observação de campo e entrevistas semi-estruturadas aplicadas em pequenas propriedades situadas nos balneários de Albatroz e Inajá. Verificou-se que as atividades agrícolas promovidas no local integravam um conjunto de práticas que revelavam relações simbólicas, materializações de influências históricas vindas como legado em parte dos agricultores, associadas a comportamentos sociais e culturais que se desenvolviam sob condições particulares no espaço analisado, sendo ainda pouco estudadas do ponto de vista científico. Constatou-se também que algumas das atividades rurais identificadas correspondiam a uma forma de resistência às instabilidades socioeconômicas presentes no município e, ao mesmo tempo, a um modo de consolidação de uma identidade nas famílias situadas nesse espaço, no sentido de lhes proporcionar um maior senso de pertencimento ao local sem perder os registros de um passado que lhes foi importante.

Palavras-chave: Traços de ruralidade; Agricultura urbana e periurbana; Adaptações ao espaço; Promotores e inibidores da ruralidade.

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DIÁLOGO DE SABERES E CONHECIMENTOS TRADICIONAIS: UM OLHAR SOBRE A COMUNIDADE CAIÇARA DO GUARAGUAÇU,

PONTAL DO PARANÁ/PR

Daniele Borges da Silva Instituto Federal do Paraná - IFPR/Campus Paranaguá

Antonio Márcio Haliski Instituto Federal do Paraná - IFPR/Campus Paranaguá

GT 05 - Ruralidades, Religiosidades Populares e Identidades Coletivas

Resumo: Estudos sobre comunidades tradicionais estão em evidencia na América Latina, assim, apresentaremos como se deu a formação do caiçara, no litoral paranaense, especificamente na comunidade do Guaraguaçú, localizada no município de Pontal do Paraná/Pr. Uma das características dos moradores desta comunidade são os saberes tradicionais, passados de geração em geração, relacionados ao manuseio de plantas medicinais, da agricultura, culinária, artesanato, entre outros. Metodologicamente, objetivamos analisar esses saberes e relacionar os tipos de conhecimentos tradicionais com o conhecimento científico, a partir de uma ótica da CTS, tendo como embasamento teórico pensadores da Escola de Edimburgo, como David Bloor, partindo do pressuposto de que o conhecimento refere-se às crenças que as pessoas sustentam com confiança e com as quais regem a vida. Com Antonio C. Diegues abordaremos a formação da identidade caiçara, para entendermos a formação da comunidade. Assim, esperamos contribuir para superarmos adicotomia entre conhecimento empírico/local e conhecimento científico.

Palavras-chave: Caiçara; Saberes tradicionais; Conhecimento científico.

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL: O OLHAR DA CRIANÇA SOBRE O AMBIENTE DA ILHA DOS VALADARES - PARANAGUÁ/PARANÁ

Paula da Silva Inácio Pereira Universidade Federal do Paraná - UFPR/Setor Litoral

Maurício César Vitória Fagundes Universidade Federal do Paraná - UFPR/Setor Litoral

GT 05 - Ruralidades, Religiosidades Populares e Identidades Coletivas Resumo: A trajetória desta pesquisa foi marcada pelo processo de imersão na Ilha dos Valadares e pelas ações realizadas com as crianças, nos espaços formais e não formais de educação, objetivando problematizar com as crianças as suas percepções sobre o ambiente e os possíveis movimentos decorrentes dessa percepção, na direção do que desejariam como realidade. A pesquisadora optou por analisar o objetivo em distintas fases em que as metodologias e técnicas foram diferenciadas: a primeira com a aproximação aos princípios da etnografia, diagnosticando as demandas ambientais e expressões culturais pelo processo de formação permanente com os profissionais da educação da Ilha e decorrente do diálogo com as crianças. Os dados coletados nos seis primeiros meses de trabalho foram através dos instrumentos: observação livre, registro em diário de bordo e entrevistas semiestruturadas, com uma representação de cada segmento: diretor, professor, docente. A segunda etapa ficou caracterizada pelo aprofundamento da coleta de dados por meio da pesquisa participante, que teve como foco as crianças, que expressaram suas percepções por meio da elaboração de uma cartografia social da Ilha dos Valadares, tendo como premissa a realidade vivida e a explicitação dos desejos e sonhos da realidade que desejam construir. Na ampliação dessas percepções, foram chamados ao diálogo os familiares e gestores municipais. O método adotado para análise dos dados, para ser coerente com a opção metodológica, foi o materialismo histórico dialético. A fundamentação teórica buscou contextualizar a Educação Ambiental como política educacional, as legislações, os conceitos da pedagogia de Paulo Freire, a educação popular numa relação dialógica, a linha que defende o desenvolvimento infantil a partir da dimensão biológica e cultural e o direito da criança interagir com os elementos da natureza. Encerra por meio das considerações finais, avaliando os achados na expectativa de que estes levantamentos e dados iniciais provoquem a elaboração de novos estudos e aprofundamentos dos profissionais da educação pública, em especial os comprometidos com grupos populares e em defesa da educação popular. Palavras-chave: Criança e a Educação ambiental; Protagonismo infantil; Teoria e Prática

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I Seminário Regional sobre Povos Originários: cultura, sustentabilidade e modos de vida

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GT 06 - Religião e Gênero: Tendências e Debates

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O GÊNERO E A RELIGIÃO COMO AGENTE DE SOCIALIZAÇÃO DE PROFESSORAS EM ESTUDOS PUBLICADOS

Leniara Pellegrinello Camargo Universidade Federal do Paraná – UFPR

GT 06 - Religião e Gênero: Tendências e Debates

Resumo: A pesquisa em desenvolvimento objetiva analisar se a vivência religiosa das professoras de educação infantil influencia nas suas decisões durante a socialização de gênero presente no cotidiano de um Centro Municipal de Educação Infantil na cidade de Curitiba. A problemática enfatiza que cada professora possui sua identidade religiosa e a mesma influencia nas atitudes em relação à socialização de gênero entre professoras e crianças e entre as crianças, pois a religião é uma das principais agências socializadoras na trajetória individual. Portanto, as convicções religiosas interferem na metodologia das instituições de ensino. Está sendo desenvolvida uma pesquisa qualitativa de inspiração etnográfica, utilizando-se de questionários, observação com registro em diário de bordo e entrevistas. Inicialmente, foram analisados artigos, teses e dissertações publicados no Brasil em língua portuguesa na área de educação com esta temática nos últimos dez anos em dois sites de busca: Periódicos Capes e Banco Nacional de Teses e Dissertações. Neste recorte, procurou-se verificar se há estudos que utilizam o gênero como categoria de análise e se relacionaram o gênero com a religião, dentro da perspectiva de socialização profissional e seus agentes de socialização. Palavra-chave: Gênero; Religião; Educação infantil; Socialização profissional.

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A CONSTRUÇÃO DA DESIGUALDADE DE GÊNERO OBSERVADA NA MULHER DO SÉCULO XVII A PARTIR DO PROCESSO DE BRUXARIA –

UM ESTUDO DESCRITIVO

Sarah Francine Schreiner Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR

Jasmine Monteiro Pontifícia Universidade Católica do Paraná - PUCPR

GT 06 - Religião e Gênero: Tendências e Debates Resumo: Este estudo aborda a desigualdade de gênero, problematizando a contribuição das ocorrências históricas do século XVII, em relação aos processos de bruxaria, para a desigualdade de gênero. Objetiva-se analisar, sob o viés histórico, o tratamento dado à mulher durante o século XVII, e relacionar a visibilidade do feminino naquela sociedade aos processos de bruxaria, buscando eventual contribuição das ocorrências históricas do século XVII em relação à estruturação dos processos de bruxaria, para a desigualdade de gênero existente na sociedade atual. A pesquisa é descritiva, através de revisão bibliográfica, o que apresenta melhor adequação metodológica para o desenvolvimento da atividade proposta. O período histórico contemplado por este estudo no que tange ao sujeito feminino apresenta que os processos de bruxaria foram influenciados pela identidade social da mulher, de quem se tinha medo, partindo do ponto de que seriam seres inferiores em sua capacidade intelectual e propensas a causar a ruína dos homens. Esta identidade social da mulher era reforçada a partir do discurso da igreja na época, que descrevia a mulher como presa fácil de Satã, devido à sua incapacidade de pensar e de se deixar influenciar. As mulheres foram grandemente marcadas pelos processos de inquisição do Tribunal do Santo Ofício, onde muitas foram condenadas à morte pela prática da heresia. Essa compreensão das ações deste recorte da História que levavam as mulheres a serem estereotipadas como feiticeiras possibilita conhecer parte da base da estruturação que mantém desigualdade de gênero que ainda perdura na sociedade atual. Palavras-chave: Gênero; Desigualdade; Processo; Bruxaria.

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“MORAR NO CÉU”: ESTUDO DE CASO SOBRE A REPRESENTAÇÃO DO ‘PARAÍSO’ E DAS AÇÕES RELIGIOSAS ENTRE OS PENTECOSTAIS NO

LITORAL PARANANENSE

Ezequiel Westphal Instituto Federal do Paraná - IFPR/Campus Paranaguá

GT 06 - Religião e Gênero: Tendências e Debates Resumo: Este trabalho tem por finalidade estabelecer relações imbricadas de análise na representação do discurso religioso do voluntariado pentecostal, na dimensão do sagrado, em torno das ações ou projetos pastorais e da dimensão do “paraíso” entre os denominados evangélicos na Ilha do Mel, em Paranaguá/Pr. Na Ilha as igrejas de confissão pentecostal possuem atividades pastorais e ritos sacramentais que não fogem ao carisma ou proposta evangélica de cada denominação. Por vezes, cria-se a expectativa de pastorais de cunho social que acompanham as lutas sociais e o debate religioso de outras realidades próximas. No entanto, tornam-se direitos que são despertados na roda de conversa dos bares, da mercearia, no quintal das casas, porém não formalizada enquanto pastoral de igreja. As ações pastorais das igrejas pentecostais na Ilha caracterizam-se em duas situações distintas: na organização do trabalho religioso e nos projetos religiosos. Entretanto, o papel desempenhado pelas mulheres obreiras traz a dimensão religiosa do voluntariado sobre a construção das identidades e dos fundamentos doutrinários das igrejas pentecostais na Ilha, demonstrando visão teleológica e desejo pessoal de renúncia da vida mundana em direção à transcendência. Na Ilha do Mel, a complexidade da dinâmica das confissões religiosas presentes no cotidiano chamou atenção em um painel no altar da Igreja Assembleia de Deus, em Vila Encantadas. Desta forma, metodologicamente, a pesquisa qualitativa se utilizou de instrumentos de entrevistas semiestruturadas e da interpretação da simbologia do painel do altar de um templo religioso, na perspectiva teórica de Mircea Eliade. O resultado nas interconexões da imagem e das relações discursivas dos interesses pastorais demonstra à busca do sentido religioso entre os fieis, e revelam elementos significativos de noções do sagrado para análise de como a unidade de crença e culto religiosa confessa a fé no rito pentecostal. Palavras-chave: Pentecostalismo; Representação do sagrado; Paraíso religioso; Gênero; Fé.

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UM CORPO MACULADO INFATO-JUVENIL: NECESSIDADE DE FORMAÇÃO SOCIOEDUCATIVA

Clélia Peretti Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR

Maria Inês Amaro Assunção de Melo Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR

GT 06 - Religião e Gênero: Tendências e Debates Resumo: A violência sexual seiva desde cedo a vida de crianças e adolescentes e configura um problema social. Como restabelecer a complexa e inaudita relação entre violência sexual e reintegração infanto-juvenil no âmbito familiar? Salvaguardar o luto do corpo maculado, respeitar a sacralidade da vida significa restabelecer o ser humano na sua integridade. O estudo objetiva averiguar políticas sociais e instituições voltadas para práticas de formação socioeducativas, de prevenção e proteção da infância e adolescência. Os casos de violência sexual têm afetado inquestionavelmente, além da criança e adolescentes, sua família e àqueles que fazem parte do círculo social deixando marcas irreversíveis em suas vidas. O método adotado para este estudo é qualitativo, bibliográfico, busca de dados na biblioteca virtual (BVC), com os descritores “violência infanto-juvenil. Para critério de inclusão foram selecionados textos completos na língua portuguesa. Essa pesquisa considera a prerrogativa da formação educativa do ser humano em sua interioridade para recompor a violência e apresentar saídas facilitadoras capazes de provocar mudanças internas e inserção na comunidade. Palavras-chave: Violência sexual infanto-juvenil; Formação socioeducativa; Resiliência; Cuidado; Reconciliação.

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O BODE EXPIATÓRIO DE RENE GIRARD: UM PARALELO A VIOLÊNCIA DE GÊNERO

Ellton Luis Sbardella Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR

GT 06 - Religião e Gênero: Tendências e Debates

Resumo: O artigo intitulado O bode expiatório de Rene Girard: um paralelo a violência de gênero objetiva uma breve reflexão sobre a imediata repercussão em comentários via internet do tema da redação do Enem 2015 que apresentou o tema: “A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”. Na Teoria Mimética de René Girard, a figura do bode expiatório é a definição social atribuída a vítima culpabilizada e sacrificada pelos males de um grupo; realidade explícita nas sociedades primitivas, permanecendo como forma subliminar de violência também na atualidade. A vítima imolada nos grupos primevos entre outras características deveria ser alguém que não pudesse reclamar de sua culpabilização e do consequente sacrifício. A violência de gênero é uma expressão sistêmica de culpabilização de pessoas pertencentes a categorias sexuais e afetivas fora da normatividade cultural padrão, violência essa que também recai sobre as mulheres, muitas vezes fundamentada em critérios sociais, culturais e religiosos de inferiorização feminina, principalmente quando a causa de uma agressão é atribuída a própria mulher sob preconceitos de gênero. Essa realidade pode ser percebida por dados estatísticos, principalmente do IPEA. No Brasil em 2015, o tema da redação do Enem solicitou que os alunos escrevessem sobre a persistência da violência contra a mulher. Houve imediatas reações na internet sobre o tema da redação, por parte de pessoas que não estavam diretamente relacionadas as provas do Enem.

Palavras-chave: Violência; Gênero; Vítima; Cultura; Religião.

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GT 07 - Povos Originários: Cultura,

Sustentabilidade e Modos de Vida

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NATUREZA E CAOS: A PRÁTICA PEDAGÓGICA COMO ELEMENTO ARTICULADOR DA SUSTENTABILIDADE

Rosangela Silveira da Rosa Universidade Tuiuti do Paraná – UTP

Gilmara Cristine Back Universidade Tuiuti do Paraná - UTP

Maria Arlete Rosa Universidade Tuiuti do Paraná - UTP

GT 07 - Povos Originários: Cultura, Sustentabilidade e Modos de Vida

Resumo: conscientizar os alunos da relevância de preservar o meio ambiente por meio de práticas pedagógicas que visam a sustentabilidade do planeta implica numa ação emergencial de prevenção e mudanças de hábito, uma vez que o nosso planeta encontra-se bastante degradado por conta da imprudência do ser humano para com a natureza. Nesta perspectiva, o propósito do trabalho é o de apresentar uma prática pedagógica como elemento articulador da sustentabilidade, pelo uso do filme “A força das águas” (2018), na disciplina de Matemática a fim de contribuir no sentido de ilustrar e tornar significativo o tema da Teoria do Caos e discutir a relevância de preservar a natureza. O filme sugerido, roteiriza a história de um grupo de pesquisadores que trabalha numa plataforma petrolífera no Mar do Norte, cujo um dos líderes, de maneira egoísta e imprudente, resolve implodir dinamites no fundo do mar para extrair gás metano, que acredita ser o combustível do futuro. Por consequência das explosões ocorre uma grande revolta do mar formando uma onda gigante que deixa uma ilha ao norte da Alemanha (Sylt) destruída e com muitos feridos. A metodologia utilizada foi uma revisão de literatura sobre a educação ambiental, a teoria do Caos e a leitura fílmica aqui sugerida. Como resultado ressalta-se a importância de realizar educação ambiental para a sustentabilidade do planeta em todas as disciplinas do conteúdo curricular, pois com o uso do filme na aula de matemática foi possível propiciar aos alunos reflexões acerca da relevância de preservar o meio ambiente.

Palavras-chave: Sustentabilidade; Educação ambiental; Filme.

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A AMBIENTALIZAÇÃO NO ENSINO SUPERIOR

Rosangela Silveira da Rosa Universidade Tuiuti do Paraná – UTP

Gilmara Cristine Back Universidade Tuiuti do Paraná - UTP

Maria Arlete Rosa Universidade Tuiuti do Paraná - UTP

GT 07 - Povos Originários: Cultura, Sustentabilidade e Modos de Vida Resumo: Neste trabalho os procedimentos metodológicos que serão adotados referem-se a pesquisa qualitativa, apresenta uma análise das perspectivas teóricas de uma amostra de 21 trabalhos acadêmicos sobre Ambientalização no Ensino Superior, entre eles: 16 artigos; 2 Teses; 2 Dissertações e 1 livro. Todos os trabalhos de autores brasileiros, publicados entre 2010 e 2017. Os trabalhos analisados foram publicados nas seguintes instituições: Educar Em Revista, X Anped Sul, Universidade Federal de São Carlos-Unicamp, Unisul, FURG, USP, PUCrs, Unoeste, Faced, Uniplac, Universidade de Campinas, Universidade Federal Do Rio Grande Do Sul. Entre eles 8 artigos foram publicados em revistas e, outros em demais eventos nacionais, foram escritos entre 2010 à 2017. Os trabalhos foram selecionados pelo grau de assimilação sobre o tema Ambientalização e Ensino Superior. Diante do exposto, este estudo, objetivou realizar uma análise de como os professores do Ensino Superior tem abordado nos conteúdos o tema, Ambientalização e sustentabilidade para que a Educação Ambiental assuma o papel transformador e emancipatório. Concluiu-se que: Há necessidade de aprofundar as discussões sobre a Ambientalização no Ensino Superior; o aprofundamento nos estudos é essencial uma vez que o referencial teórico exerce um papel fundamental no ensino/aprendizagem. Palavra-chave: Ambientalização; Ensino Superior; Educação Ambiental.

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OS SABERES TRADICIONAIS DOS AGRICULTORES FAXINALENSES E OS INDICADORES DE QUALIDADE DO SOLO

Vanderlei Marinheski Universidade Estadual do Paraná – UEPG

GT 07 - Povos Originários: Cultura, Sustentabilidade e Modos de Vida Resumo: Os etnoconhecimentos estão presentes nos diversos usos e ocupações do relevo pelas práticas produtivas das comunidades tradicionais. Com essa ideia inicial, tenta-se entender as principais concepções teóricas e conceituais em relação aos indicadores vernaculares, sobre a qualidade das terras, nos faxinais do estado do Paraná. A etnopedologia não se caracterize como uma disciplina, e sim com um conjunto de saberes que o agricultor atribui para classificar a qualidades de suas terras. Esses saberes tradicionais são transmitidos cognitivamente de geração para geração. Os faxinais no estado do Paraná são exemplos clássicos dessa premissa, com uma primeira divisão em terras de plantar e terras voltadas ao criadouro comunitário. As paisagens agrícolas dessas comunidades tradicionais trazem as marcas dos etnoconhecimentos que os sujeitos têm em relação à natureza. A avaliação da qualidade do solo a partir de indicadores etnopedológicos em faxinais permite entender quais são os atributos que o agricultor usa para diferenciar solos de baixa, média e alta qualidade produtiva, e assim propor cartilhas de classificação do solo a partir desses elementos. Palavras-chave: Faxinais; Saberes tradicionais; Qualidade do solo.

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O TERRITÓRIO COMO ESTRATÉGIAS DE SOBREVIVÊNCIA NA COMUNIDADE DE AMPARO – PARANAGUÁ – PR

Marcio Rosario do Carmo Universidade Federal do Paraná – UFPR

Luiz Everson da Silva Universidade Federal do Paraná - UFPR

Francisco Xavier da Silva de Souza Universidade Federal do Paraná - UFPR

GT 07 - Povos Originários: Cultura, Sustentabilidade e Modos de Vida

Resumo: A comunidade tradicional de Amparo é uma das mais próximas da sede do município de Paranaguá - Estado do Paraná. Localiza-se em frente ao Porto Dom Pedro II. Tem uma vasta riqueza em sua biodiversidade e está inserida numa Área de Proteção Ambiental. Neste sentido os moradores da Comunidade de Amparo fazem da pesca e do artesanato uma estratégia para garantir sobrevivência bem como uma fonte de renda para a comunidade. O presente artigo pretende mostrar as relações que permeiam a estratégia de sobrevivência na comunidade de Amparo, a geração de renda alternativa, a criação de oportunidades de trabalho ligadas à atividade da pesca e artesanato. Isso nos permite refletir sobre a realidade deste lugar e as relações dos moradores com esse território. Constatamos que a dinâmica de desenvolvimento territorial é revelar recursos inéditos de um território e transformá-los em bens diferenciados, no intuito de garantir a identidade das comunidades. Assim sendo, o território é entendido como uma unidade ativa do desenvolvimento, resultado de uma construção social, efetiva e com o forte envolvimento dos atores locais. Palavras-chave: Estratégia de sobrevivência; Comunidade de Amparo; Renda alternativa

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AGROBIODIVERSIDADE E SEGURANÇA ALIMENTAR NA ALDEIA NAPOLEÃO

Giovani de Oliveira Universidade Federal de Roraima – UFRR

GT 07 - Povos Originários: Cultura, Sustentabilidade e Modos de Vida Resumo: O cultivo e o manejo das sementes nativas foram praticas dos povos indígenas por muito tempo. No decorrer do tempo às diversidades de sementes surgem através das trocas entre os grupos étnicos de regiões distintas. Nas comunidades indígenas de Roraima as sementes nativas perdem o valor no cultivo e a entrada das sementes geneticamente modificadas ganham espaço por meio dos programas do governo que introduz para os agricultores indígenas. Assim a diversidade aos poucos corre o risco de desaparecer, pelo desestímulo do uso das sementes nativas. Diante dessa realidade o presente trabalho procura desenvolver o diagnóstico da agrobiodiversidade e segurança alimentar na comunidade indígena Napoleão, localizada na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, município de Normandia, Roraima. Foram realizadas 22 entrevistas na comunidade Napoleão o que possibilitou o levantamento de um total de 120 variedades de plantas tradicionais, respectivamente, sendo que a espécie com maior número de variedades foi a maniva (macaxeira e mandioca). A comunidade Napoleão desenvolve trabalhos com a agricultura de subsistência com o cultivo de: milho, mandioca, banana, feijão, batata, cará, melancia, macaxeira, pimenta e cultivo de frutíferas e hortaliças em geral. O objetivo geral desse trabalho é realizar uma descrição do sistema de roça e um levantamento para diagnóstico da agrobiodiversidade e segurança alimentar. O resultado apresentado sobre trocas de sementes são essenciais para que não haja perda das sementes nativas do cultivo nas roças na comunidade e região, valorizar a alimentação local principalmente no que tange a agrobiodiversidade tendo acima de tudo a segurança alimentar. Palavras-chave: Sementes tradicionais; Sistema de roça; Segurança alimentar.

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RITXOKO INY KARAJÁ: TRAJETÓRIAS DE CONSTITUIÇÃO DE ACERVOS ETNOGRÁFICOS EM MUSEUS DE ANTROPOLOGIA

Antônio João Galvão de Souza Instituto Federal do Paraná - IFPR/Campus Paranaguá

GT 07 - Povos Originários: Cultura, Sustentabilidade e Modos de Vida

Resumo: O presente trabalho apresenta desdobramentos de projeto de pesquisa por mim desenvolvido sobre as relações entre etnologia indígena e acervos de museus de antropologia desde o ano de 2016 quando iniciei uma aproximação com as reservas técnicas de diferentes instituições tais como o Museu Paranaense, o Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade Federal do Paraná e o Museu Antropológico da Universidade Federal de Goiás. A partir de uma fundamentação teórica de diálogos entre a antropologia, a museologia e a história e tendo por método a observação participante da qual resultam minhas etnografias, tal como o lemos em José Reginaldo Santos Gonçalves (2007), Arjun Appadurai (2008), Roy Wagner (2010), Tim Ingold (2011), Telma Camargo Silva (2015) e Alfred Gell (2018), meu objetivo é o de compartilhar os resultados iniciais de um estudo em torno da trajetória de constituição de um acervo específico de peças de cerâmica produzidas pelos indígenas da etnia Iny Karajá que habitam aldeias às margens do Rio Araguaia, nas confluências fluviais entre Goiás, Tocantins e Mato Grosso. Trata-se das coleções constituídas pelo arqueólogo Mário Ferreira Simões (1954) e pela antropóloga Maria Heloísa Fénelon Costa (1968) compostas por cerca de 300 peças de diferentes formatos, representações e técnicas e que estão atualmente na Reserva Técnica Etnográfica Marcolina Martins Garcia no Museu Antropológico da Universidade Federal de Goiás, em Goiânia. Assim, o percurso de meus deslocamentos entre aldeias e reservas técnicas aponta para uma hipótese acerca dessas coleções: o importante trabalho de coleção, guarda e conservação de acervos desenvolvido por atores diversos em museus de etnologia indígena constitui-se hoje em uma práxis fundamental para acompanhar as transformações sensíveis por que passam esses objetos preenchidos por alma: refiro-me não apenas às transformações visíveis no que tange à dimensão plástica desses objetos, mas também às mudanças sociais, políticas e humanas que carregam e que revelam, em última instância, os muitos modos de ser e de viver Karajá ao longo do tempo e do espaço. Palavras-chave: Antropologia; Cultura material; Arte indígena no Brasil; Índios Karajá; Patrimônio

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CRIANÇAS SEM NOME E ALDEIAS SEM OPY: TRANSFORMAÇÃO, MOBILIDADE E XAMANISMO MBYÁ GUARANI

NO LITORAL DO PARANÁ

Vinícius dos Santos Palenske Instituto Federal do Paraná - IFPR/Campus Paranaguá

GT 07 - Povos Originários: Cultura, Sustentabilidade e Modos de Vida Resumo: A partir de um trabalho de campo já iniciado em aldeias da etnia Guarani Mbyá ao longo de municípios do litoral paranaense quando tive a oportunidade de estabelecer um primeiro contato com membros das comunidades indígenas nas aldeias Caraguatá Poty e Guaviraty, ambas em Pontal do Paraná, comecei a desenvolver algumas reflexões sobre as transformações tecidas no âmbito da organização social de núcleos familiares, aldeias, relações de parentesco e mobilidade que têm culminado com o desenho de uma paisagem social entre os Mbyá Guarani da região estuarina do Sambaqui – PR onde estou vendo em campo que a importante figura do líder espiritual de uma aldeia, o xamã ao qual o Mbyá Guarani refere-se por karaí (homem) ou kunhã karaí (mulher), tem passado por transformações que apontam para significativos desdobramentos sobre a própria organização social das aldeias como também sobre o ñandé rekó, o modo de ser Guarani, tal como o lemos em Roberto Cardoso de Oliveira (1962), Pierre Clastres (1977), Curt Nimuendaju (1987), Bartolomeu Meliá (1989), Elizabeth Pissolato (2007) e Maria Inês Ladeira (2008). Nesse sentido, os objetivos desta apresentação compreendem compartilhar o desenvolvimento de uma compreensão em torno das transformações pelas quais o núcleo de constituição dessas comunidades indígenas Guarani Mbyá forja a tessitura de uma fricção interétnica com não indígenas em que pesem os movimentos instáveis de mobilidade comuns à etnia para a configuração de uma ausência de lideranças espirituais nas aldeias que compõem nossa investigação. Para tanto, a metodologia empregada tem sido a da observação participante através do desenvolvimento de um trabalho de campo estruturado em uma prática do ver, ouvir e escrever que em seguida vem sendo convertida em uma etnografia cujos resultados conduzirão à elaboração de relatórios parciais e finais de projeto de pesquisa bem como ao compartilhamento desses resultados com as comunidades Mbyá Guarani envolvidas de tal modo que elas também possam aferir algum benefício com os produtos deste trabalho. Palavras-chave: Antropologia social; Etnologia indígena; Guarani Mbyá; Mobilidade; Xamanismo.

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O BEM VIVER MBYA GUARANI DENTRO DE UM ESPAÇO GEOGRÁFICO EM DESENVOLVIMENTO

Renata da Silva Gerhardt Pereira Universidade Federal do Paraná – UFPR/Setor Litoral

Ernesto Jacob Keim Universidade Federal do Paraná – UFPR/CEM

Juliana Kerexu Mariano Universidade Federal do Paraná – UFPR

GT 07 - Povos Originários: Cultura, Sustentabilidade e Modos de Vida

Resumo: O presente estudo trata do conhecimento ancestral Nhandereko próprio do povo Mbya Guarani, que equivale à expressão Bien vivir (bem viver) de matriz andina. Essas abordagens articuladas de forma transdisciplinar, facilitam a compreensão de como esses povos mantém sua cultura, crenças, língua, memórias e identidade fortalecidas mesmo sob a influência socioambiental e sociocultural do espaço geográfico em que estão inseridos e de que forma ocorrem essas relações. A pesquisa é caracterizada pela Fenomenologia Goethiana. Sua construção teórica se dará na bibliografia dentro da área antropológica e nas dimensões da representação e do conhecimento e na convivência com esse povo originário, fazendo uso de ferramentas da etnografia como: diário de campo, registros gráficos, rodas de conversa, entrevistas, observações, fotografias, filmagens e áudios. Assim, a pesquisa será participativa. A análise interpretativa dos dados criará um dialogo com o conhecimento ancestral e relacionará possíveis mudanças que poderão estar ocorrendo. A pesquisa está em andamento e resultados já são visíveis como mudanças em seu meio de subsistência e auto-sustentação e também na privacidade em viver sua cultura. Palavras-chave: Mbya Guarani; Bem viver; Conhecimento originário; Espaço geográfico.