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Demonios Territoriais

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Este é um assunto polêmico, mas irresistível, pois é certo que existe muito mais no mundo espiritual do que podemos imaginar. Questões que passam pela cabeça de todos: a existência e a influência dos demônios; eles têm poder? Podem nos atingir? Por que tantos são indiferentes a este assunto? Por que tantos são atingidos? Respostas claras aos maiores questionamentos sobre os anjos caídos e os territórios que eles tentam dominar. “O homem passou pelo local abandonado. Ele sentiu um arrepio na nuca, sentiu medo, mas pior que isso, sentiu que algo tremendamente maligno o observava. Aquele local estava tomado de demônios e ele precisava afastar-se dali o mais rápido possível...” Em Demônios territoriais S.V. Milton mostra mais uma vez sua habilidade em misturar suspense, fatos bíblicos com fascinantes informações sobre ciência, religião e fé.

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Todos os direitos cedidos

em definitivo à Editora:

A. D. SANTOS EDITORA

Al. Júlia da Costa, 21580410-070 - Curitiba - Paraná - Brasil+55(41)[email protected]

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

SILVA, Milton Vieira da

Demônios Territoriais / Milton Vieira da Silva – Curitiba: A. D. SANTOS EDITORA,2012. 120 p.

ISBN – 978.85.7459-284-8

CDD 2201. Estudos Bíblicos 2. Interpretação Bíblica

CDD 299.61. Religião da África Negra 2. Religiões comparadas 3. Doutrina

1ª Edição: Agosto / 2012 – 3.000 exemplares.

Proibida a reprodução total ou parcial,

por quaisquer meios a não ser em citações breves,

com indicação da fonte.

Edição e Distribuição:

Capa:Igor Braga

Diagramação:Manoel Menezes

Acompanhamento editorial:Priscila R. Aguiar Laranjeira

Impressão e acabamento:Gráfica Impressul

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Antes de ler...

Este é um livro polêmico. Uns vão gostar; outros, detestar.Uns vão concordar com o que lerem, outros vão discordarradicalmente e ainda execrar o autor. É bom que hajam outrospontos de vista, pensamentos diferenciados.

O fundamental é que todos concordem que há, entrecéus e terra, mais mistérios do que se pode imaginar. Por isso,não há como afirmar ou negar fenômenos do mundo sobrena-tural, sua influência no mundo natural e seus efeitos.

O que está aqui exposto, é resultado de estudos, pesqui-sas, experiências próprias, observações, opiniões de especialis-tas e, acima de tudo, naquilo que diz a Bíblia sobre o tema.

Cabe a você tirar suas próprias conclusões, mas o meudesejo é que você seja esclarecido e seja verdadeiramente livrede toda a influência demoníaca, pois foi para a liberdade queCristo nos criou.

S.V. Milton

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PREFÁCIO

Desde a primeira edição do meu livro Demônios Familia-res1, tenho sido abordado por grande número de pessoas queme fazem uma série de perguntas sobre vários aspectos dademonologia. A maioria deseja saber mais sobre o modo deoperar das várias castas desses seres sobrenaturais, como ata-cam no mundo visível das formas e como podem influenciarnas vidas das pessoas.

Ao me propor escrever algo sobre este grupo de repre-sentantes dos poderes das trevas, estabeleci como objetivoprincipal mostrar onde mais se concentram essas facções doexército satânico e como agem quando acionados pelos despa-chos2 nas encruzilhadas, cemitérios, matas, pedreiras, cachoei-ras, rios, mares e outros locais indicados para arriar3 oferendas.

A partir dos locais em que exercem influência, os demô-nios territoriais passam a interagir com seus semelhantes noslares, nas escolas, nos lugares públicos e até nas igrejas, aumen-tando seu poder de “fogo” contra pessoas ou grupos facilmen-te influenciáveis, sem vida espiritual ativa, e que não professamo Senhor Jesus como único Salvador. As energias negativasque estes seres infernais expandem nos locais em que se con-

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1 Editora A.D. Santos Ltda. Curitiba-Pr

2 Oferenda aos espíritos depositada em lugares previamente indicados pelas enti-dades.

3 Ato de colocar as oferendas, depositar.

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centram, podem ser percebidas por pessoas mais sensíveis,geralmente mais espirituais, detentoras de um conhecimentomais avançado do mundo sobrenatural. Os espíritas, e particu-larmente os médiuns, por exemplo, sentem o que chamam de“fluidos” dos espíritos e até podem saber quais estão entoca-dos no local para atacarem os incautos.

Os verdadeiros cristãos, alicerçados no conhecimento esabedoria da Palavra de Deus, também sentem esta “presença”maligna, têm poder espiritual para rejeitar quaisquer influênci-as negativas, e podem anular eventuais “setas” atiradas contraeles numa autêntica batalha espiritual. Quando a pessoa nãotem conhecimento das Escrituras, não professa uma vida cristãdefinida e nem acredita ser uma vítima em potencial dos ata-ques demoníacos, mais constantemente recebem em cheioestas más influências. Começa então a acontecer-lhe coisasestranhas, como a perda de negócios praticamente feitos, per-das inexplicáveis de bens, prejuízos financeiros, desentendi-mentos repentinos com a família, sócios e amigos, “enganos”inexplicáveis nas contas e previsões orçamentárias, além deuma série de fatos que deixam as pessoas boquiabertas, sementenderem como puderam errar em coisas tão corriqueiras, oque nunca acontecera antes.

Tenho consciência de que a simples leitura será insuficien-te para convencê-lo de que poderá ser alvo de ataques dosdemônios territoriais. É preciso uma atitude mais determinadapara a pessoa se convencer de que a coisa está feia e que énecessário procurar ajuda espiritual para anular as influênciasnegativas (e poderosas), que impedem a vítima ter um raciocí-nio mais lúcido, criativo e positivo em sua vida.

Esta é uma das principais características da ação dosdemônios territoriais. A Bíblia diz que eles atuam em blocos e

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influenciam na perda da percepção da lógica que os sereshumanos têm em seus raciocínios. No caso do endemoninha-do gadareno, narrado nos evangelhos (mais adiante falaremossobre isso), observa-se como estas castas são poderosas, ata-cam a consciência, provocando a perda do “eu” e dando aimpressão de uma loucura incurável e cruel que dura até matara vítima de sofrimentos e terror.

Isso acontece porque a maioria dos seres humanos estádesprovida do amparo e proteção do remissor sangue de Jesus,não atentando para o poder que há no mundo subjetivo, ocultoe totalmente fora do compreensível pelo raciocínio lógico.Basta uma passada rápida diante de um despacho arriado naporta de um cemitério para atrair a malignidade daqueles espí-ritos que foram invocados no local.

Estas não são historinhas que a tradição popular sustentaatravés dos tempos, mas situações reais vividas por milhares depessoas ao redor do mundo, cujas vidas se resumem numa tris-teza profunda, pobreza, infelicidade e constantes lamentações.Pessoas que moram próximas a cemitérios, a locais onde ante-riormente foram zonas do meretrício, lugares de rochedos epedras, matas e florestas, estão sujeitas a estas influências.

Não é necessário ser especialista em especulação imobi-liária para saber que terrenos e casas próximas a cemitérios,valem bem menos que em outros lugares. Não pelos mortos,que não podem mais fazer bem ou mal, mas pelo miasma quefica no ar, não visto, mas sentido, rejeitado inconscientemente,levando a lembrar o fim trágico do corpo em sua última mora-da. Ninguém deseja ligar o seu dia a dia a uma “paisagem”constantemente lembrando o fim, a morte e tudo que se nãodeseja na vida terrena.

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Quem não conhece a passagem da tentação de Jesus nodeserto? O que o Filho de Deus teria ido fazer naquele local?A Bíblia diz claramente que ele fora para ser “tentado”. Claro,havia lá um número significativo de demônios territoriais quecostuma habitar os lugares áridos (Leia Mt 12.43). Era lugarpropício para Satanás aparecer e desencadear o grande debatecósmico entre Jesus, o Ungido de Deus, Príncipe da Luz e daPaz, e o príncipe das trevas, senhor dos poderes destruidoresdo mal.

O que Jesus ensina sobre “espíritos imundos” que vagampelos lugares áridos? O que ele diz sobre “casa limpa”? Os queconhecem a Bíblia sabem que a consequência da indiferençacom as questões espirituais, o desconhecimento das causas dasinfluências malignas, é um constante ataque ao espírito e aofísico por demônios que vagam pelos campos, matas, pedrei-ras, cemitérios, desertos e outros “lugares áridos”, mas nãogostam disso, preferindo os corpos das pessoas onde se alojampara se expressarem.

O texto em análise leva a duas conclusões fundamentaisque devem ser atenciosamente observadas. A primeira é a deque a pessoa sem vida espiritual ativa está sujeita a um ataquede espíritos malignos das trevas, à escravidão a uma vidamedíocre, sem presente nem futuro, prisioneira dos vícios, damiséria e da infelicidade constante, sem contar as doenças físi-cas e psicológicas, severas algozes de quem está longe de Deuse suas misericórdias, únicas armas imbatíveis contra o poderdo mal no plano invisível.

A segunda é a de que o cristão sincero, conhecedor dopotencial que tem contra os poderes malignos pela graça doEspírito Santo, pode lutar contra as maquinações do diabo evencer. Não pelo merecimento humano, mas pelo plano cós-

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mico de Deus através da sua eterna Justiça, consolidada pelaobra de Jesus na cruz, beneficiando todos que crerem nessaProvidência.

Demônios territoriais, os familiares, as diversas castasque povoam o mundo invisível das trevas estão sob o domíniode Deus, que concedeu a primazia do poder a Jesus Nazareno,provada e comprovada pela sua vitória no deserto e o ressurgi-mento depois da morte na cruz. A instrumentação usada porSatanás na tentativa de anular o único poder capaz de vencê-loem quaisquer terrenos é nula, foi uma tentativa vã. Os demôni-os continuam suas ações nefastas, mas só alcançam os incautosde espiritualidade dúbia, que rejeitam o conhecimento do“manual do fabricante”, a Bíblia Sagrada.

Em que território é a sua “briga” contra os demônios?Talvez você tenha um desejo sexual incontido, quem sabe,propensão ao homossexualismo, pode ser que seja viciado embebidas alcoólicas? Muitos outros desejos extremamente pre-judiciais poderão estar ameaçando a sua felicidade. Isso temquase todas as chances de ser ataque de demônios. Você podeestar vivendo em um mundo desconhecido e perigoso, mas háesperança. Existe uma saída!

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ÍNDICE

Introdução_______________________________________1

1. Em terreno inimigo, todo cuidado é pouco ____________7

2. Quem são os demônios territoriais __________________21

3. Demônios das nações e reinos _____________________35

4. Fatos do plano invisível __________________________45

5. Onde moram os piores demônios __________________51

6. As armas da sua luta não são carnais ________________57

7. Lembrete oportuno na guerra espiritual ______________61

8. Como reconhecer sintomas de ataque _______________67

9. Livre-se disso enquanto pode______________________75

10. Não volte ao espojadouro _______________________83

11. Antes de encerrar..._____________________________89

Conclusão _____________________________________101

Livros pesquisados e recomendados__________________105

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INTRODUÇÃO

Havia um lugar mal-assombrado numa enorme fazenda decafeicultura no norte do estado do Paraná, nos anos 1960.Numa depressão entre dois morros, deixaram em pé um fecha-do bosque de árvores nativas e cortado por um caminho estrei-to, só possível atravessar a pé ou a cavalo. A mata media apro-ximadamente, um quilômetro em sua largura, mas era muitocomprida, chegando à divisa da propriedade.

Era voz corrente em toda a região que, à noite, no interiordo bosque, ouviam-se vozes humanas, gemidos e lamentos.Os que juraram ter ouvido essas manifestações do além, acres-centaram que sentiram arrepios da nuca aos calcanhares.Outros garantiram ter ouvido sons diferentes vindos do interi-or da mata e pouquíssimos se arriscavam atravessar o local ànoite, temendo os ataques das assombrações noturnas.

Eu conheci o local, durante o dia, naturalmente. Ouvi ashistórias de muitos antigos moradores do local, já muito dife-rente do que era antes, cada um contando a sua e uma maishorripilante do que a outra. A causa de todo aquele assombroteria sido o assassinato de uma mulher pelo marido ciumento,que a matou a facadas, desconfiado de que estaria sendo traído.O espírito dela, segundo diziam, não tinha encontrado sossegono além e vagava à noite pelo bosque pedindo justiça para a suaalma descansar em paz.

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É interessante observar-se estas histórias do folclorepopular. Algumas narrativas percebem-se fantasiosas, rechea-das de ingredientes muito pouco digeríveis pela mente racio-nal, mas alguns lances dão mesmo o que pensar, embora não sedevam conceber tais narrativas como verdades sem o amparoda pesquisa historicamente comprovada, o que é muito difícilem relação ao sobrenatural.

Entretanto, quando se trata do oculto, não deve ser des-cartada nenhuma possibilidade, a mais comum é a de que olocal sirva de morada às castas demoníacas, aproveitando-se dacrença popular em consequência de tragédias reais, como oassassinato brutal daquela mulher, cujo marido nem tinha cer-teza da sua traição. Mesmo que tivesse, isso não lhe daria odireito de tirar a vida da esposa, um ato totalmente comandadopor demônios obsessores. Eles não “largam” suas vítimasenquanto não as convencem de cometerem loucuras, incom-preensíveis à apreciação do raciocínio lógico.

Essas histórias muitas vezes são reforçadas por “exem-plos” impossíveis de serem contestados. São testemunhadospor pessoas sérias, que não costumam inventar estórias para“boi dormir”, como popularmente se diz. Alguns afirmam que“o cavalo de fulano refugou e não passou pelo local”. Apon-tam um “seu Zé” das quantas, que ainda mora na casa tal atéhoje. O homem apontado confirma a história com entusiasmovivo, acrescenta novos dados e ainda apresenta o cavalo viden-te. Isso não é uma prova concludente, mas o bicho está lá, porvia das dúvidas.

Não é bom, no processo investigativo, descartar essashistórias como pura fantasia, sem nenhuma lógica. Satanásaprecia muito quando não se acreditam nele e em suas açõesmalignas, impostas para prejudicarem pessoas criadas à ima-

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gem e semelhança de Deus. Assim, ele poderá agir à vontade,acobertado pela incredulidade que impede a busca de proteçãocontra os males espirituais. Folclores existem, histórias desla-vadas, espalhando um monte de bobagens, mas a realidade estátão próxima da fantasia que, às vezes, ambas se confundem aponto de não se saber onde termina uma e começa a outra.

Uma dessas fantasias que se confundem com a realidadeé a crença generalizada de que os espíritos dos mortos podemencarnar-se nos corpos dos vivos e se manifestarem através damediunidade. A Bíblia afirma categoricamente que os mortosnão estão cônscios de nada e nada podem fazer de bom ou demal (Gn 2.17; 3.19; Ez 18.4). Se é assim, como explicar o transemediúnico? A Bíblia também é enfática nesse particular: Sãoespíritos de demônios territoriais (1Jo 5.19; Ap 12.9). São estesque se manifestam em locais tidos como mal-assombrados,causando arrepios nos mais sensíveis, gemendo e emitindosons lúgubres que os animais percebem mais facilmente -veja ocaso dos demônios que Jesus permitiu a invocação numamanada de porcos (Mt 8.30-32).

Somente o espírito é capaz de discernir a diferença entrefantasia e realidade com clareza, sem nenhuma confusão gera-da pela dúvida como consequência do desconhecimento. Essaidéia de que espíritos de mortos ficam vagando é pura fantasia.Jesus disse claramente que são os demônios que vagam semrumo, prontos a “encarnarem” no primeiro médium que abrira sua mente para recebê-los. Mortos também não reencarnamcomo creem os cardecistas e adeptos de diversos segmentos doespiritismo e de outras formas de ocultismo. Muito menos se“apossam” dos corpos dos vivos, são os demônios que fazemisso, quase sempre os territoriais, que imitam vozes dos faleci-dos, revelam “segredos” só conhecidos pela família como for-

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ma de identificação. São estes mesmos que produzem energiasnegativas e escravizam pessoas com doenças e crueldade.

A presença demoníaca e tão real e perturbadora que Jesusconsiderou Satanás como “governante deste mundo” (Jo12.31; 14.30; 16.4). Que mundo seria esse ao qual Jesus de refe-ria? O mundo real, palpável, tangível, concreto, visível em suasformas e conteúdos, o qual está em oposição à verdade deJesus, à Justiça de Deus e aos ensinos da tolerância que leva àpaz pelo amor verdadeiro. Este é o mundo tenebroso onde oódio suplanta o amor, com os poderosos sempre “engolindo”os menos favorecidos, causando guerras e mortes sem fim, umcaos eterno.

Satanás tentou Jesus oferecendo-lhe “todos os reinosdeste mundo” (Mt 8.4-10). Alguém poderá oferecer a outro oque não tem? A propriedade da matéria é, por enquanto, dashostes ocultas do mal porque todo bem material é finito. Deuspermite que a matéria seja manipulada pelo diabo no mundovisível, conforme se observa numa passagem conhecida dolivro de Jó, capítulo primeiro. Por isso, quem está sob influên-cia dos demônios, sente os primeiros efeitos de seus ataquesnos bens, nos “valores deste mundo”, conforme aconteceucom Jó.

Se Jesus não soubesse que Satanás realmente poderiadar-lhe todos os reinos do mundo, a oferta não constituiriauma tentação. Conclui-se que o diabo é o “deus deste sistemade coisas” (2 Co 4.4), ou seja: o mundo injusto e tenebroso emque pode movimentar-se, manifestar-se e tornar real a sua pre-sença em lugares de sua preferência, como aconteceu no deser-to nos tempos de Cristo e continua acontecendo hoje, ocasiõesem que os próprios demônios, usando médiuns como instru-

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mentos, ordenam despachos e oferendas, conforme as “falan-ges”4 que se pretendam agradar.

Por que alguns lugares, conhecidos como “imantados”5

pelos ocultistas são preferidos pelos demônios? É uma estraté-gia de guerra muito comum, a ocupação de territórios que ofe-reçam segurança, comida farta, água e facilidades para um ata-que com grandes possibilidades de vitória. A Bíblia diz queSatanás não governa seu mundo sozinho, nem manipula pes-soas no mundo real sem o seu exército de súditos, prontos paraagirem seguindo suas ordens. O apóstolo Paulo, na conhecidapassagem de Efésios 6.12, esclarece uma característica destesdemônios: “Mantenham-se firmes contra as maquinações dodiabo porque nossa luta não é contra a carne e o sangue, mascontra os governantes deste mundo” (Leia o texto todo).

Esta é uma revelação do Espírito Santo a Paulo, funda-mental na guerra espiritual que se trava no dia a dia contra ospoderes das trevas. O apóstolo foi um homem privilegiadocom as orientações de Deus e especialmente escolhido pararepassar estes onhecimentos às futuras gerações. A Bíblia dizque cristãos autênticos não pertencem a este mundo (Jo 17.14).E, se este mundo é governado pelo diabo, cristãos de toda terraestão em território inimigo, tornando-se necessário implantaraqui o reino de Deus, até que Jesus prenda Satanás e suas hos-tes para sempre no lago de fogo e enxofre, vindo finalmentereinar com a sua Igreja em a nova Jerusalém celestial.

O texto das páginas a seguir pretende mostrar as conse-quências nefastas para a vida espiritual e material de pessoassem Deus e que resistem à verdade. Ninguém poderá vencer

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4 Grupos de demônios comandados por um “chefe”, seguindo uma hierarquia.

5 É chamado de imã objetos que, segundo creem os ocultistas, atraem energiaspositivas.

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ou desviar-se das armadilhas sutis do mal sem orientação segu-ra do Espírito Santo através da Palavra de Deus. Para isso, éfundamental conhecer o inimigo, suas estratégias e poder defogo, assim como também saberá que armas poderá usar nestaguerra sem tréguas, utilizando o poder disponível no mundoinvisível da luz em que tudo é claro e perceptível pela revelaçãodivina.

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Em Terreno

INIMIGO,

Todo Cuidado

É Pouco

Existem verdades que a humanidade devia conhecer e prati-car a milênios, mas permanecem escondidas pela cegueira dehomens e mulheres que preferem ignorar a realidade de ummundo hostil e cruel. Por exemplo, diante da pergunta “quemrealmente governa o sistema mundano, sua organização social,política e econômica?” A maioria das pessoas, sem dúvida, res-ponderia que “Deus está no comando, dirigindo tudo comsabedoria e bondade”.

Parece uma verdade inquestionável, mas Deus realmenteestá no comando somente das vidas das pessoas que O amam eprocuram seguir seus ensinamentos. Um número incontável

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de pessoas está sempre questionando: “se Deus está nocomando, por que permite a fome, a miséria, a morte de crian-cinhas por inanição, as guerras cruéis e tudo que não prestaneste mundo de horrores?” A resposta a esta pergunta milenare existencialista está na narrativa bíblica do início da civilizaçãohumana. O livro de Gênesis revela que Deus fez um mundobom e tudo que há sobre a Terra era muito bom e continuasendo. A deturpação da bondade não é obra de Deus.

Então, como pode Satanás governar um mundo criadoperfeito por Deus, bom e abençoado? Pela lógica, seria impos-sível essa apropriação indébita pelo diabo, mas as escriturasfazem uma revelação estarrecedora: o mundo foi criado para ohomem e tudo que nele há santificado para seu proveito, masele, pessoalmente, passou uma procuração ao diabo, dando-lhedireitos totais sobre a Terra e toda a criação de Deus. Entretan-to, o ser humano, coroa da criação de Deus, não assumiu a res-ponsabilidade pelo erro e, questionada sobre a sua imprudên-cia, Eva se justificou com uma afirmação que ecoa ainda hoje eecoará pela eternidade: “A serpente me enganou...” (Gn 3.13).

É incrível como homens e mulheres não aprenderamcomo a história se repete todos os dias. A “serpente” continuaenganando, cegando, tapeando, levando de roldão a maioria dahumanidade, geração após geração. Os humanos continuamsempre fazendo as vontades da serpente, no erro, na rejeiçãode todo bem que Deus lhe deu. O mais interessante dessa his-tória fantástica de desobediência e entrega é que, ao homemAdão, Deus não atribuiu culpa por “ouvir a serpente”, mas por“dar ouvidos à mulher” (v. 17). O diabo, transfigurado em ser-pente, havia feito uma negociação, literalmente rasteira, comEva, sabendo que a ordem de não comer do fruto fora dado aele, Adão, antes mesmo do surgimento da mulher no cenário

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do planeta. Mais trágico ainda, criada a partir de uma costeladele. O fato é que homens continuam errando por si mesmosna guarda de segredos e execução de suas responsabilidades e,muito mais, por “darem ouvidos às mulheres”, sem atentarempara aquilo que Deus falou e continua falando.

Adão e Eva se colocaram sob o comando do diabo porlivre e espontânea vontade e não por falta de aviso. Não é decausar espanto que o mundo esteja sob a maldição da desobe-diência do Éden, e que Satanás faça suas estripulias em todaextensão terrena, usando homens e mulheres que livremente secolocam como seus “cavalos” para satisfazerem sua ordenan-ça, espalhando a dor e o sofrimento onde inicialmente seria oparaíso, criado para a felicidade e deleite desta obra prima deDeus.

Desde então, homens e mulheres estão diuturnamente àmercê dos poderes das trevas nos domínios do inimigo. No mes-mo verso 17 de Gênesis, Deus diz: “Maldita a terra por causade ti; (Adão) com dor comerás dela todos os dias da tua vida.Espinhos e cardos também te produzirá; e comerás a erva docampo. No suor do teu rosto comerás o teu pão até que tornesà terra porque dela fostes tomado; porquanto és pó e em pó tetornarás” (VV. 18,19).

Se você prestar atenção à ênfase “maldita é a terra porcausa de ti”, entenderá porque o sistema de governo terreno édiabólico e os governos humanos estão aí para massacrarem.Todos governam sob a égide das trevas como resultado destaterrível maldição. Entretanto, e apesar dela, Deus abriu umaporta de escape para os que entenderem isso e aceitarem essarealidade: a Providência para a restauração da criatura humanacomo ser, inicialmente criado bendito e bom.

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Naquele distante dia no deserto, Jesus mostra a Providên-cia do Pai e toda extensão da Sua misericórdia. É como se Jesusestivesse dizendo à humanidade: “coragem! Vocês não estãosozinhos. A minha vitória é a de vocês porque não poderiamvencer sozinhos. Suas armas não serão as espadas e lanças, maso meu exemplo de amor e fé”. Resumindo, a “guerra” é espiri-tual, com poder dado por Deus através de Jesus Cristo. Issonão dispensa a eficiência do treinamento dos soldados quedevem estar atentos às armadilhas do inimigo. A estratégia deleé minar o vigor espiritual das pessoas, atacar o físico e o psico-lógico, destruindo a vida, dom mais precioso de Deus.

Neste embate no plano espiritual, “dar ouvidos àmulher”, não representa um homem frouxo, manipulável, mas“ouvir conselhos de homens” em termos espirituais. Eva foi amãe de toda humanidade (Gn 3.20) e esta (a humanidade), pas-sa por uma das dispensações em que Deus trabalha com a Igre-ja na continuidade do seu plano salvífico até à nova Jerusalémno final dos tempos. Esta caminhada é possível pela graça e naforça do Espírito Santo, mas a guerra contra o mal é necessáriasempre, sem tréguas, para que os salvos continuem firmes comJesus e, os que ainda não entenderam a mensagem cristã,abram os olhos para Verdade e entendam que a “casa paterna”não é deste mundo e nem lá entram a carne e o sangue conta-minados.

Na batalha espiritual é necessário resistir ao engano deSatanás, não dar ouvidos aos homens enganadores, pregadoresde falsas religiões, mentirosos, soberbos e sem amor a si e aosoutros. Esta é a pior das armadilhas de Satã aos que não cres-cem spiritualmente, ela captura milhões e leva para o abismosem piedade. O que entristece ainda mais os que amam a Justi-ça, é que a Bíblia diz que as pessoas conhecem o bem e o mal

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(Gn 3.22), mas continuam praticando o que não convém, numdesafio e afronta direta ao Criador.

1.1. Na toca do inimigo.

Em Israel e toda região havia uma pequena serpente conheci-da como áspide, muito venenosa e traiçoeira. Diz a lenda que arainha do Egito, Cleópatra, se fez picar por uma delas, come-tendo suicídio. Elas viviam em tocas comumente existentes embarrancos. Ali, capturavam e matavam pequenos roedores,insetos e pássaros que se aventuravam entrar na toca (Is 11.8).As crianças aprendiam desde cedo a não enfiarem a mão nastocas para não se arriscarem a uma picada quase sempre fatal.A pior ameaça desses animais era a capacidade de se tornaremquase invisíveis aos olhos humanos, ficando difícil enxergá-losantes do ataque, o que os tornava ainda mais perigosos e temi-dos, ainda mais ante a grande possibilidade de encontros ines-perados, quase sempre desvantajosos para os seres humanos.O terreno preferido para as serpentes eram os desertos, sobpedras e em restos de árvores secas (Pv 30.19). No livro deJeremias (8.17), os inimigos de Israel são comparados às ser-pentes e o próprio Satanás é chamado de serpente em Apoca-lipse (12.9 e 20.2). Os jornaleiros experientes jamais facilita-vam em terrenos suspeitos e muito menos se arriscavam diantede uma toca qualquer, temendo desagradáveis surpresas quepoderiam esconder-se em seu interior. Na luta espiritual, amesma prudência é fundamental. Poderá evitar um confrontodesnecessário, com grandes chances de ser desastroso paraquem se arriscar por si mesmo, acreditando em seus própriospoderes.

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É necessário à humanidade (e aos cristãos em particular),desenvolver a consciência de que seu verdadeiro inimigo é odiabo. Ele pode fazer o possível e o impossível para destruirhomens e mulheres, levando suas almas para o inferno.Lamentavelmente, existem pessoas que não acreditam na exis-tência do inferno, mas existe uma grande possibilidade deserem estes os primeiros a chegarem lá. Este é o destino domundo maldito, condenado por Deus. Ele sim tem como úni-ca preocupação salvar pessoas para um tempo novo levan-do-as para um lugar novo, transformando-as em novas criatu-ras enquadradas no plano de salvação em Jesus.

Por estar em território inimigo, cristãos se deparam atodo o momento com a áspide ameaçadora, pronta para o botee inocular seu veneno mortal. Por isso, todo cuidado é pouco,exigindo máxima atenção aos menores sinais da ação inimiga,muita oração e jejum, leitura da Palavra, vigor espiritual e mui-to esforço para não dar brechas às hostes invernais do mundoinvisível, entocadas em lugares onde campeia o pecado, obser-vando tudo com olhares malignos, prontos para assaltarem naprimeira oportunidade.

Isso é fácil compreender quando lemos o que escreveu oapóstolo João em sua primeira carta, capítulo 5, verso 19:“Sabemos que somos de Deus e que todo o mundo jaz nomaligno”. A Bíblia ensina que Satanás nada tem de bom paraoferecer às pessoas e, se o mundo inteiro compactua com omaligno, salve raras exceções, entende-se que suas organiza-ções não estão estruturadas no plano de Deus, e que todo siste-ma é hostil aos que creem e desejam seguir os ensinamentos doMestre.

Este mesmo apóstolo (João) escreveu na mesma carta,capítulo 2, verso 15: “Não ameis o mundo e nem o que no

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mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não estánele”. É preciso entender que “mundo” a que se refere o após-tolo, não é o planeta Terra, mas o sistema de governo, o siste-ma social injusto implantado pelo homem, as concupiscênciasda carne que existem, a cobrança para a prática do mal, o siste-ma econômico cruel que favorece uns poucos em detrimentode muitos e onde a medida do ter nunca enche.

Este é o mundo mal, governado do invisível por Satanás eseus exércitos de demônios. Ele (este mundo) está morto paraDeus, estava para o apóstolo Paulo, e deve estar também paratodas as pessoas sensatas. Neste sistema, a guerra maior docristão se trava na defesa da sã doutrina, livrando-a dos equívo-cos e engodos satânicos, fazendo sobressair suas convicções, asua fé e o poder de Deus contra as injustiças de um sistemafalho e falido, incapaz de estabelecer a verdadeira paz, trazen-do a felicidade tão desejada por homens e mulheres através dahistória.

Caso sejamos capazes de discernir esta realidade, certa-mente seremos bons soldados, não em defesa da Ecologia,causadora de tanta preocupação terrena, mas de algo muitomais abrangente e profunda: a salvação das almas, a derrotados planos malignos de Satanás e o estabelecimento do reinoque se concretizará com a entronização de Jesus como Rei dosreis e Senhor dos senhores. Desembainhe sua espada espiri-tual, sua guerra é no âmbito do sobrenatural.

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Demônios Territoriais