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 WWW.ULPAN.COM.BR | [email protected]  | Moréh- Sandro Nogueira 1 ZIX¥A¦R L£ [ Q¥ XhW URS SHEL YVRYT CURSO DE HEBRAICO MORÉH: Pr. SANDRO G. G. NOGUEIRA Diretor Geral  Pastor da Igreja Batista Vida Abundante em Santa Maria DF. Mestrado em Teologia pela fatesp    São Paulo. Juiz Arbitral pelo TJAEM - Tribunal de Justiça Arbitral e Mediação dos Estados Brasileiros. Teólogo e Professor na FATADEB - Faculdade Teológica da Assembléia de Deus de Brasília. Professor na FAETEB - Faculdade de Educação Teológica de Brasília. Professor na FATEN - Faculdade Teológica Nacional de Luziânia - GO. Professor no STEMM - Seminário Teológico Evangé lico de Missões Mundiais. Registrado no CFT - Conselho Federal de Teólogos do Brasil - N° 000.083/061. Registrado no COPEV - DF - Conselho de Pastores Evangélicos do Distrito Federal. Registrado na ORMIBAN -DF - Ordem dos Ministros Batistas do Distrito Federal. Registrado na C.B.N   Convenç ão Batista Nacional - D F Registrado no CFECH   DF - Conselho Federal Evangélico de Capelania Hospitalar do DF. Membro da Academia Nacional de Doutores, Mestres e Teólogos do Brasil. Contatos WWW.ULPAN.COM.BR E-mail: ulpanbrasil@ya hoo.com.br Fone: (61) 30452188 ou (61) 96221288 / 86220402

Histria Da Teologia Crista

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    ZIXAR L[ QXhWURS SHEL YVRYTCURSO DE HEBRAICO

    MORH: Pr. SANDRO G. G. NOGUEIRADiretor Geral

    Pastor da Igreja Batista Vida Abundante em Santa Maria DF.Mestrado em Teologia pela fatespSo Paulo.

    Juiz Arbitral pelo TJAEM - Tribunal de Justia Arbitral e Mediao dos Estados Brasileiros.Telogo e Professor na FATADEB - Faculdade Teolgica da Assemblia de Deus de Braslia.

    Professor na FAETEB - Faculdade de Educao Teolgica de Braslia.Professor na FATEN - Faculdade Teolgica Nacional de Luzinia - GO.Professor no STEMM - Seminrio Teolgico Evanglico de Misses Mundiais.Registrado no CFT - Conselho Federal de Telogos do Brasil - N 000.083/061.

    Registrado no COPEV - DF - Conselho de Pastores Evanglicos do Distrito Federal.Registrado na ORMIBAN -DF - Ordem dos Ministros Batistas do Distrito Federal.

    Registrado na C.B.NConveno Batista Nacional - DFRegistrado no CFECHDF - Conselho Federal Evanglico de Capelania Hospitalar do DF.

    Membro da Academia Nacional de Doutores, Mestres e Telogos do Brasil.Contatos

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    E-mail: [email protected]: (61) 30452188 ou (61) 96221288 / 86220402

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    Histria da Teologia

    Definio e Conceito - teologia

    A teologia no foi criada por si mesma, no sentido que a revelao e a f tenham-na criado ou

    construdo. Foram utilizadas duas palavras gregas para indicar o seu objetivo ou tarefa: Theo(deus,um termo geralmente usado no mundo antigo para seres que tm poder ou conferem benefcios que

    esto alm da capacidade humana) e logos (palavra que revela) ou tambm Theologs, que

    significaPalavra de Deus; no o vocbulo, mas uma linguagem que encerra a ideia, isto , ensino

    a respeito dos deuses ou das coisas relacionadas ao divino.

    Tem pessoas que pensam no ser importante estudar teologia e nem as lnguas originais das

    Escrituras Sagradas, e por isso que o pensamento Ps-Moderno est esvaziando o seio do

    cristianismo histrico, e semelhante a um cupim, est deteriorando os alicerces histricos do

    cristianismo ortodoxo, favorecendo o analfabetismo bblico, onde o ensino das Escrituras est

    sendo substitudo nos cultos por livros e estratgias de apstolos e bispos. A Ps-Modernidade, estcausando uma ruptura no pensamento teolgico histrico, e no uso das Escrituras Sagradas, dandoao fenmeno neopentecostal a alcunha de religio da lbia, do engano e da corrupo, onde tudo

    relativo e sem culpa gerando um cristianismo sincretista, cheio de feitiaria ''crist'' e apropriaoindbita por parte dos lderes, para construir seus imprios particulares com os recursos da igreja,

    pois foram comprados com dzimos e ofertas dos membros e no pertence a nenhum Apstolo,Bispo, Pastor, Ancio ou Patriarca, por isso que os que assim agem tem pavor de assembleia geral

    e prestao de contas. E o que ainda pior, tudo isso firmado em citaes bblicas.

    O pensamento Ps-Moderno, paulatinamente est enraizando misticismo e superstio na alma

    evanglica brasileira. Hoje, h um crescimento espantoso, entre setores evanglicos, do uso derelquias com poderes sobrenaturais, toque de shofar para chamar o Esprito Santo, idolatrias com

    rplicas da Arca da Aliana (Aron Habrit), Festas Judaicas dentro do templo cristo, pagamento de

    primcias em dinheiro para o lder e em troca ganha a salvao dos familiares e a colocao do

    nome do ofertante no talit ungido(xale de orao judaico) do apstolo, prticas que deixariam

    Martinho Lutero perplexo e de cabelos arrepiados, com tantas vendas de indulgncias modernas,

    temos bblia de 911 reais, aparies de anjos, Moiss, Elias, objetos ungidos e santificados, lascas

    da cruz de Cristo, gua benta, copo com gua, gua do Jordo, rosa ungida, caneta ungida para

    passar em concurso, lmpada ungida para ter a luz de Deus em sua casa, sal grosso, descarrego,

    pulseiras abenoadas, leno molhado com o suor do missionrio milagreiro, carn do cu, oraoviolenta dos revoltados, pente santo do kit de beleza da rainha Ester, peas de roupas de entes

    queridos, orao no monte do fogo puro para a revelao do sucesso, leos de oliveiras de

    Jerusalm, sal do Vale do Sal, trombetas de Gideo, cajado de Moiss, cimento da casa prpria,

    martelo da f, garrafada do poder, p consagrado, perfume ungido para casamento instantneo,

    shows, estrelas, pop stars, cerveja e danceteria gospel, sites com curso que forma pastores em trs

    meses, egocentrismo do tipo, ''dez passos para fazer sucesso'', ''oito passos para ficar rico'', sorteios

    de brindes com rifas para chamarem as pessoas ao templo, pois Deus j no mais suficiente, festas

    idlatras do tipo arrai santo, e pasmem at tiro proftico com revlver calibre 38 dentro do templo

    para matar o diabo, esto fazendo... e assim segue o supermercado evanglico, onde nada disso de

    http://conselhodosteologosdegoias.blogspot.com/p/definicao-e-conceito-teologia.htmlhttp://conselhodosteologosdegoias.blogspot.com/p/definicao-e-conceito-teologia.html
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    graa, tudo cobrado com "ofertas" que vo de dez um milho de reais, infindvel e sem limites

    a imaginao dos apstolos, patriarcas, bispos, pastores e lderes, que exploram a misria e a

    credulidade medocre dos aptridas denominacionais. Esse fenmeno s pode ser explicado, pela

    falta de estudos srios das lnguas originais das Escrituras Sagradas, em especial a lngua Hebraica,

    pois um dos problemas mais surpreendentes da atualidade no seio cristo o desinteresse e o

    descaso pelo conhecimento do hebraico e do grego , lnguas originais da Bblia (sem falar do

    aramaico). de conhecimento geral que a Palavra de Deus surgiu no contexto histrico do povo

    judeu. A verdade bem conhecida que cerca de trs quartos da Bblia foram escritos na lngua

    hebraica. E apesar de quase todo restante das Escrituras ter sido escrito em grego koin, o raciocnio

    subjacente ampla maioria dos documentos do Novo Testamento nitidamente hebraico. Isso quer

    dizer que embora as palavras sejam gregas, o pensamento semtico, hebraico. Portanto, sem

    dvida alguma, se h uma lngua e cultura importante para os estudos bblicos conscientes e mais

    profundos, trata-se do hebraico clssico e moderno. Podemos inclusive afirmar que, sem o

    conhecimento das lnguas originais, no possvel construir uma boa teologia Cristocntrica e

    exegtica das Escrituras Sagradas.

    De acordo com o dicionrio da igreja catlica, pode-se defini-la da seguinte forma:

    Teologia a cincia que diz respeito a Deus conforme ele revelado, e s suas relaes com as

    criaturas. Pode ser dividida da seguinte maneira, entre outras:(1) dogmti ca: o que se exige que

    acreditemos; (2) moral:vida de acordo com as leis de Deus e da igreja; (3) pastoral : cuidado das

    almas pelo clero; (4) asctica: prtica da virtude; (5) mstica: graus elevados de vida espiritual;

    (6) natural: conhecimento de Deus e dos deveres do homem para com ele, conforme pode serdeduzido apenas pela razo, sem a ajuda da REVELAO.

    O conceito de teologia aparece pela primeira vez no pensamento grego, atravs de Plato (379

    a.C.). Entretanto, Plato entendia que a teologia era relacionada aos mitos, s lendas, aos deuses e

    suas histrias, que eram criticados filosoficamente, desmitificados e interpretados conforme as

    normas da educao poltica e purificados de toda inconvenincia.

    Ento, segundo Plato, a teologia representa o caminho do mito ao logos. Apesar de Anaximandro

    (filsofo que viveu entre 610-09 e 547-46 a.C. e escreveu uma obra Da Natureza, de que ficou um

    fragmento textual) e Herclito (filsofo que viveu na sia Menor, feso, era de estirpe real,solitrio e desdenhoso (VI e V a.C.) e exps o seu sistema numa obra filosfica intitulada Da

    Natureza) j terem delineado este sentido, concluem que com Plato havia chegado perfeio.

    A funo do logos consistia em descobrir a verdade que estava escondida pelos deuses, utilizando a

    forma da revelao, alhqeia (verdade, fidedignidade, confiabilidade, justia).

    Aristteles chama os poetas Hesodo e Homero de criadores de mitos, e os filsofos jnicos da

    natureza, de fsicos. Atravs dessas e outras afirmaes de Aristteles surgiu a conhecida metafsica

    (parte da filosofia, que com ela muitas vezes se confunde, e que, em perspectivas e com finalidades

    diversas, apresenta as seguintes caractersticas gerais ou algumas delas: um corpo de

    conhecimentos racionais (e no de conhecimentos revelados ou empricos) em que se procura

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    determinar as regras fundamentais do pensamento (aquelas de que devem decorrer o conjunto de

    princpios de qualquer outra cincia, e a certeza e evidncia que neles reconhecemos), e que nos d

    a chave do conhecimento do real, tal como este verdadeiramente (em oposio aparncia) ), a

    qual tambm um conceito de teologia. Entretanto, logo a seguir ele construiu a teologia

    ontolgica, que tem como significado:

    O deus (dos filsofos) torna-se fim e meta de uma filosofia primeira que tem por objetivo o ser

    enquanto ser o que estudado nas suas relaes e causas primeiras at provar que existe um ser

    absolutamente primeiro de quem dependem o cu e a Terra.

    Com base nessas reflexes filosficas cria-se um dilogo aberto com a religio, com o tema Deus e

    com a divindade filosoficamente possvel. Esta linha de pensamento se aplica diretamente ao campo

    religioso e faz surgir um local para a teologia e para os telogos utilizarem. A princpio os telogosso os anunciadores de Deus e a teologia o tema religioso dos deuses, isto , a forma especial dos

    deuses falarem no culto.

    Com o passar dos tempos o termo teologia sofreu muitas qualificaes negativas, at que a f crist

    aceitou o termo teologia, de modo claro e definitivo, nos sculos IV e V.

    Nessa viagem histrica alguns nomes so importantes em relao definio e ao conceito da

    teologia. Entre estes pode-se citar: Agostinho, Abelardo, Henrique de Gand, Toms de Aquino e

    outros.

    Toms de Aquino, foi quem distinguiu a teologia natural dos filsofos, na qual Deus pode ser

    conhecido como princpio e fim do conhecimento do mundo e de si, da teologia relativa SantaDoutrina, na qual Deus o sujeito de todos os enunciados. Isto ocorre porque a Santa Doutrina

    parte da automanifestao sobrenatural de Deus na sua revelao, atestada pela Bblia (Sagrada

    Escritura). Na escolstica (doutrinas teolgico-filosficas dominantes na Idade Mdia, dos sculos

    IX ao XVII, caracterizadas sobretudo pelo problema da relao entre a f e a razo, problema que

    se resolve pela dependncia do pensamento filosfico, representado pela filosofia greco-romana,

    da teologia crist. Desenvolveram-se na escolstica inmeros sistemas que se definem, do ponto de

    vista estritamente filosfico, pela posio adotada quanto ao problema dos universais, e dos quais

    se destacam os sistemas de Santo Anselmo, de So Toms e de Guilherme de Ockham ) encontra-se

    vrias vezes o termosacra paginaousacra scripturapor causa disso.No entanto, Toms de Aquino mostra que h uma discusso entre a teologia e a filosofia e por

    serem diferentes no h vnculos entre elas. Ele mostra que toda discusso que existia e vinha

    caminhando desde a antiguidade, em relao controvertida concepo da teologia (mtica,

    cultural, poltica e filosfica) est resolvida.

    Toms de Aquino conclui que a teologia mtico-cultual uma entidade que pertence histria e

    substituda pelo verdadeiro conhecimento de Deus, que revelado atravs da sua plenitude em

    Jesus Cristo. Todavia no se pode eliminar a teologia filosfica, pois esta deve ser considerada

    como parceira, porm a pressupe e a completa e tambm lhe d o verdadeiro sentido.

    Ento, voltando pergunta inicial: O que a teologia? Qual o significa desta palavra? lgico que

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    para entender preciso compreender o conceito de teologia. Ao ter uma clara e correta definio

    deste conceito, h uma melhor compreenso do que vem a ser o exerccio teolgico e teologizar.

    Como j foi dito no incio, atravs de um rpido exame etimolgico, a palavra teologia vem do

    grego e significa discurso, ensino sobre Deus ou cincia das coisas divinas.

    Conforme todo cristo aprende, a teologia necessita de uma revelao, afinal a revelao de Deus

    aos homens. Ento, Deus o assunto da teologia; assim como Jesus Cristo, o Deus-homem; e

    tambm o Deus-esprito, o Esprito Santo. O bom disso tudo saber que Deus quem se revela ao

    homem e o ponto mximo da revelao de Deus Jesus Cristo.

    S a Bblia revela todo esse contedo relativo pessoa de Deus. A Bblia a auto-revelao de

    Deus aos homens atravs dos escritos. Portanto o cristo cr num Deus revelatus.

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    TEOLOGIA

    Em seu sentido literal, o estudo sobre Deus (do grego theos, "Deus" + , logos, "palavra", porextenso, "estudo"). Como cincia tem um objeto de estudo: Deus. Entretanto como no possvelestudar diretamente um objeto que no vemos e no tocamos, estuda-se Deus a partir da suarevelao. No Cristianismo isto se d a partir da revelao de Deus na Bblia. Por isso, tambm sedefine "teologia" como um falar "a partir de Deus" (Karl Barth).Este termo foi usado pela primeira vez por Plato, no dilogo A Repblica, para referir-se compreenso da natureza divina por meio da razo, em oposio compreenso literria prpria da

    poesia feita por seus conterrneos. Mais tarde, Aristteles empregou o termo em numerosasocasies, com dois significados:da revelao e da experincia humana. Estes dados so organizados no que se conhece comoTeologia Sistemtica ou Teologia Dogmtica.

    O QUE UM TELOGO

    Um telogo procura a tempo e a hora tornar a religio em um saber racional, no caso, um saberchamado teologia (estudo de Deus: teo = Deus; logia = estudo).Sua atitude diante da religiosidade quase sempre objetiva, uma vez que a religio em si e mais

    precisamente a f tem carter subjetivo.Uma coisa termos f, outra estudarmos os fenmenos da f. Para o primeiro caso, basta crer,acreditar num dogma ou numa doutrina como verdade a ser vivida. No outro, esta mesma f serinterpretada, relativizada e, conseqentemente, racionalizada.O telogo, ento, aquele que deseja ser os olhos da razo dentro de uma experincia quenormalmente s pode ser vivida sem questionamentos, ou seja, na f, que no questiona, nointerroga, apenas cr.

    Por isso nada impede que um telogo venha a ser um religioso fervoroso ou uma pessoacompletamente descrente de Deus. Uma coisa no impede a outra. No exerccio ou no da f, crenteou descrente. No exerccio da profisso, telogo sempre.

    DIA DO TELOGO 30 NOVEMBRO( LEI N4.504.... DE JANEIRO, EM 1991 )

    A imagem que algumas pessoas fazem de um telogo de algum que est constantementeenclausurado no ltimo aposento de uma casa, s voltas com obras raras, escritas em dialetosdesconhecidos do grande pblico ou com livros pesados e grossos. Algo assim como no filme o

    Nome da Rosa, no?Mas, na verdade, um telogo uma pessoa bem mais prxima de ns do que pensamos. Ele prestaservios de consultoria a escritores, por exemplo, que estejam usando a religio para contar algumahistria ou fornece orientao a grupos religiosos em geral, principalmente organizaes no-governamentais.Outra confuso que feita com freqncia: um padre ou um pastor podem ser um telogo, mas umtelogo nem sempre um religioso. Podemos encontrar um telogo dando aulas em cursosuniversitrios da rea de cincias sociais, como Letras, Antropologia, Sociologia. Alis, cada vezmaior nos meios acadmicos a intertextualidade entre as disciplinas. E em relao teologia isso sentido de forma evidente. Trata-se de um fenmeno recente a redescoberta da leitura teolgica domundo nas reas de ensino voltadas para o conhecimento do comportamento humano em geral.

    O QUE O TELOGO ESTUDA

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    Basicamente o telogo formado estuda e analisa as diversas religies do mundo e sua influnciasobre o homem do ponto de vista antropolgico e sociolgico. Sua principal fonte de pesquisa soos textos sagrados e as doutrinas e dogmas religiosos.Com isso procura explicar de que forma as crenas, com o decorrer do tempo e da histriamodificam ou eternizam as maneiras do homem interagir na sociedade.

    Nos cursos de teologia, a grade curricular varia de instituio para instituio. Algumas do maiorimportncia anlise das religies em si, enquanto outras se debruam mais sobre os textossagrados.De qualquer forma, um estudante de teologia ou futuro telogo dever ler muito e

    participar de muitos debates em sala de aula sobre as bases e a histria das religies.Porque precisamos estudar teologia? A pergunta acima parece merecer mesmo um "no" comoresposta. E creio que 90% das pessoas que leem tem a mesma resposta de imediato na ponta dalngua: No! E o dizem por duas razes:

    Primeira razo: A palavra seminrio est fortemente ligada a teologias filosficas, exigentede infinitos livros, o que est longe do alcance dos irmozinhos que falam em lnguas estranhas

    em cima do plpito. As inmeras crticas aos seminrios, oriundas de alguns pregadoresneopentecostais, so muitas vezes movidas por um ntimo sentimento de defesa, pelo pesar deno poder ter feito. No mais profundo de sua conscincia ele sabe que o estudo da Palavra deDeus se faz necessrio, e a cada dia de sua jornada crist isso lhe pesa mais. Sua nica sada disparar crticas "teologia". Nem sempre o irmozinho que pula, fala em lnguas, entrega

    profecias e revelaes, pode estar servindo a Deus realmente, e as Escrituras j nos alerta sobreisso: "Muitos me diro naquele dia: Senhor, Senhor, no profetizamos ns em teu nome? e emteu nome no expulsamos demnios? e em teu nome no fizemos muitas maravilhas? E entolhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vs que praticais ainiqidade". (Mateus 7:22)

    Segunda razo:O raciocnio de alguns sobre servir a Deus, ligado aos tempos bblicos emque "no existia seminrio" e nem por isso os servos de Deus foram desqualificados. lgicoque no existia o termo "seminrio", nem as estruturas que hoje se encontram (apostilas, livros,vdeos, etc). O que poucos procuram se informar que o estudo da Palavra de Deus eraDIRIO. "E todos os dias, no templo e nas casas, no cessavam de ensinar, e de anunciar aJesus Cristo". (Atos 5:42)

    No Antigo Testamento os seminrios eram prticas evidentes haja vista as famosas Escolas dosProfetas dirigidas por Elias e Eliseu. Estes seminrios eram verdadeiros muros, baluartescontra os que ameaavam destruir a Casa de Israel.

    Aos 12 anos de idade Jesus foi encontrado em meio aos sbios no templo. "E aconteceu que,passados trs dias, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo -os, einterrogando-os". (Lucas 2:46). O versculo acima revela que Jesus no somente falava, mastambm OUVIA os doutores no templo. Claro que Jesus, o Filho de Deus, no dependia deaprender daqueles doutores. Mas porque a Bblia Sagrada nos registra esta passagem? Nssomos imitadores de Cristo, como disse o apstolo Paulo em 1 Corntios 11:1: "Sede meusimitadores, como tambm eu de Cristo". O Senhor Jesus nos deixou o exemplo a seguir. Paulono largava os estudos dos pergaminhos e dos livros: "Quando vieres, traze a capa que deixeiem Trade, em casa de Carpo, e os livros, principalmente os pergaminhos". (2 Timteo 4:13).

    Portanto, o nome seminrio no existia nos tempos bblicos, como no existia a "escoladominical", como no existia caixas-de-som, microfone, violo, etc...

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    A TEOLOGIA, to criticada por muitos, nada mais que o estudo acerca de Deus.

    Theo=Deus Logia=Estudo.

    A falta de preparao com base na Palavra de Deus, levam milhares de irmos a criarem ossmos da f evanglica. So criadas doutrinas, costumes, rituais, crendices, supertiesevanglicas, ler o salmo 91 sete vezes para proteo, clamar "O Sangue de Jesus Tem Poder"

    para expulsar demnio (Jesus disse que em seu nome expulsaramos os demnios - Marcos16:17).

    "O meu povo foi destrudo, porque lhe faltou o conhecimento". (Osias 4:6)

    Grupinhos "de fogo" paralelos a igreja vo crescendo longe do conhecimento do pastor.Geralmente iniciam na casa de algum irmo (vaso) que visto como um "mistrio" entre os

    que nada entendem e saem destas oraes sem entenderem menos ainda. Ao seremquestionados sobre qualquer assunto relativo ao movimento, a resposta que tm nica eimperativa: "- mistrio, irmo!"

    Sinceramente, no pode haver mistrio para quem est na luz. Para quem est sob a luz ascoisas tem que estar claras. S fica escuro, confuso, misterioso, para quem est em trevas."Lmpada para os meus ps tua palavra, e luz para o meu caminho". (Salmo 119:105)

    As drsticas conseqncias no demoram a vir. Confuses, disputas de vasos, revelaes queno se cumprem, etc. Como pastor pentecostal quero deixar bem claro que creio nos donsespirituais, e gosto das reunies de orao onde o Poder de Deus se faz presente, porm a

    Palavra de Deus ainda o maior Poder de Deus que recebo em minha vida. "Porque no meenvergonho do evangelho de Cristo, pois o poder de Deus". (Romanos 1:16a)

    No difcil encontrar casos de irmos e irms, que eram vasos -de-fogo na igreja, e caram, sedesviaram, casos de adultrios, fornicaes, embolados com profecias, vises, e outrasmanifestaes "misteriosas". O alicerce desse povo era o "pula-pula" pentecostal, e no viver oEvangelho de Cristo.

    "Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelh-lo-ei ao homemprudente, que edificou a sua casa sobre a rocha. E desceu a chuva, e correram rios, eassopraram ventos, e combateram aquela casa, e no caiu, porque estava edificada sobre a

    rocha". (Mateus 7:24,25)

    Uma das maiores aberraes que ouvimos constantemente que no se estuda teologia porque"a letra mata". Quando o apstolo Paulo afirma em 2 Corntios 3:6 que a letra mata, ele sereferia a LETRA DA LEI, que os judeus queriam viver. Basta ler todo o texto paracompreender o que Paulo diz. A letra da palavra de Deus jamais poderia "matar" um cristo. O

    prprio Jesus ensinou: "Examinais as Escrituras, porque vs cuidais ter nelas a vida eterna, eso elas que de mim testificam". (Joo 5:39).

    Uma das provas da importncia do ensinamento est claramente relatado em Atos 8:30,31:

    "E, correndo Filipe, ouviu que lia o profeta Isaas, e disse: Entendes tu o que ls? E ele disse:

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    Como poderei entender, se algum no me ensinar? E rogou a Filipe que subisse e com ele seassentasse".

    Felipe ouviu que o Eunuco lia o livro do profeta Isaas, e perguntou se ele entendia o que lia, oEunuco disse que no, e ele o explicou. Isso o que faz um seminrio!

    "Portanto ide, ensinai a todas as naes, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e doEsprito Santo". (Mateus 28:19)

    O erro na vida do cristo deve-se a falta de conhecimento da palavra de Deus:

    "Errais, no conhecendo as Escrituras, e nem o poder de Deus". (Marcos 12:24)

    No conhecendo as Escrituras, logo no conhece o Poder de Deus, porque so as Escrituras quetestificam de Jesus, lembra-se? Joo 5:39: "Examinais as Escrituras... so elas que de mim

    testificam".

    A capacitao para a obra um fator de real importncia para a vida do obreiro quer realmenteestar na Seara do Senhor. Veja o que diz a Bblia:

    "E a um deu cinco talentos, e a outro dois, e a outro um, a cada um SEGUNDO A SUACAPACIDADE". (Mateus 25:15)

    Se no nos esforarmos em aprender a nos capacitar para a obra de Deus, no receberemostalentos alm da nossa capacidade, como nos mostra o versculo acima. O tempo de cristo

    pode ter seu valor, pois a experincia tem seu lado essencial. Mas o conhecimento de vital

    importncia.

    "Sou mais prudente do que os velhos, porque guardo os teus preceitos". (Salmo 119:100)

    Veja a importncia do conhecimento na vida de Moiss:

    "E Moiss foi instrudo em toda a cincia dos egpcios; e era poderoso em suas palavras eobras". (Atos 7:22)

    Ele estava capacitado a ir diante de Fara. Ele era PODEROSO em suas palavras e obrasporque foi instrudo. O versculo de Atos 7:22 claro: instruo=poder.

    Muitos, vivendo ainda uma preguia mental de se aprofundar mais nas escrituras, ainda tentamse escorar em Joo 14:26, que diz:

    "Mas aquele Consolador, o Esprito Santo, que o Pai enviar em meu nome, esse vos ensinartodas as coisas, e vos far lembrar de tudo quanto vos tenho dito".

    Sim, nos ensinar. Mas como? Se ficarmos com os braos cruzados e a Bblia fechada? Qual arazo de se existir a Bblia, ento? Porque razo ento no ensinou ao Eunuco, precisandoFelipe o explicar?? Realmente, Deus nos ensinar todas as coisas, atravs do seu Santo

    Esprito, a partir do momento que nos esforamos a buscar o conhecimento. Assim como Deusfala nos dias de hoje, usando os seus servos que se esforam a cada dia em pregar a Palavra. O

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    exemplo de Pedro, como pescador humilde, sem muita cultura, o que alguns dosneopregadores tentam se desculpar a sua ausncia nos seminrios. Mas se esquecem que osestudos da Palavra de Deus nos dias de Pedro eram TODOS OS DIAS. (Atos 5:42). O prprioPedro aconselhou:

    "Antes crescei na graa e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo". (2 Pedro3:18)

    "E estai sempre preparados para responder com mansido e temor a qualquer que vos pedir arazo da esperana que h em vs". (1 Pedro 3:15)

    Os motivos para estudarmos teologia para aprendermos a pensar. Vivemos dias em que se aceita "tudo " em termos de mensagens e ensino de todos pregadores, mestres e leigos sem qualquerquestionamento. E quando aprendemos a pensar, questionar e tirar concluses das verdades bblicasestamos como que a "filtrar" o que ouvimos ( 1Ts 5.21 ) e assim, amadurecemos como cristos.

    Pensar por si s sem a ajuda de outrem, exceto do Esprito Santo, me parece um bom mtodo parase interpretar e estudar as escrituras. Interpretar luz do Esprito Santo se acautelando de dependerde comentrios ( usar os trabalhos e estudos de outros bom, economiza-nos o tempo mas,depender deles mortal ) um bom prncipio a ser seguido.

    A razo mais importante para estudar teologia que ela nos capacita a obedecer ordem de Jesusde ensinar os crentes a observar tudo que ele ordenou : "Portanto, vo e faam discpulos de todasas naes, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Esprito Santo, ensinando-os a obedecer atudo o que lhes ordenei. E eu estarei com vocs sempre, at o fim dos tempos" ( Mt 28.19-20 ).

    Ensinar todas as coisas que Jesus ordenou significa mais que meramente ensinar as palavras que ele

    falou enquanto andava neste mundo.

    Lucas sugere que o livro de Atos dos Apstolos contm a histria do que Jesus continuou a fazer e aensinar por intermdio dos Apstolos, aps a ressurreio ( At 1.1s ). Tudo que Jesus ordenoutambm pode incluir as cartas, visto que elas foram escritas sob a superviso do Esprito Santo etambm foram consideradas "mandamento do SENHOR" ( 1Co 14.37; v.tb.Jo 14.26; 16.13;1Ts4.15; 2Pe 3.2; Ap1.1-3 ). Assim, em sentido mais amplo, tudo o que Jesus ordenou inclui todo o

    N.T.

    Alm disso, quando consideramos que os escritos do N.T. provam a absoluta confiana que Jesus eos escritores do N.T. tinham na autoridade e confiabilidade das escrituras do A.T. como palavras deDeus, torna-se evidente que no podemos ensinar tudo o que Jesus ordenou sem tambm incluirtudo do A.T.

    A tarefa do cumprimento da grande comisso inclui, portanto, no somente a evangelizao, mastambm o ensino . E a tarefa de ensinar tudo o que Jesus nos ordenou ensinar o que a totalidade da

    bblia nos diz hoje. Aqui onde a TEOLOGIA se torna necessria: para que aprendamoseficazmente e ensinemos outros o que a totalidade da bblia diz, necessrio coletar e sintetizartodas as passagens da escritura sobre um assunto especfico .

    Pelo fato de que ningum ter tempo para estudar o que a bblia toda diz a respeito de uma questo

    doutrinria que possa ser levantada, muito til ter o benefcio do trabalho de outros que tmpesquisado a escritura e descoberto respostas para vrios tpicos. Portanto, a TEOLOGIA

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    necessria para ensinar o que a bblia diz porque, em primeiro lugar , somos finitos em nossamemria e no tempo que temos disponvel. Em segundo lugar, porque ela nos capacita a ensinar ans prprios e a outros sobre a totalidade do que a bblia diz, cumprindo assim a segunda parte daGrande Comisso.

    OS BENEFCOS DA TEOLOGIA PARA A NOSSA VIDA

    Embora a razo bsica para estudar teologia seja que ela um meio de obedincia ordem de nossoSenhor, h alguns benefcios adicionais que surgem de tal estudo.

    Primeiro, estudar teologia ajuda-nos a derrotar nossas idias erradas. Por haver pecado em nossocorao e porque temos conhecimento incompleto da bblia, todos ns de vez em quando resistimosou nos recusamos a aceitar certos ensinos da escritura. Por exemplo, podemos ter somente umentendimento vago a respeito de certa doutrina, o que torna mais fcil resistir a ela, ou talvezsaibamos apenas um versculo a respeito do tpico e ento tentamos atenu-la.

    de grande ajuda para ns sermos confrontados com o peso total do ensino da escritura sobre umassunto de forma que sejamos prontamente persuadidos mesmo contra nossas inclinaes iniciaiserradas.

    Segundo, estudar teologia ajuda-nos a ser capazes de tomar decises melhores mais tarde sobrequestes doutrinrias que possam surgir. No podemos saber que novas controvrsias doutrinriastraro a tona no futuro. Essas novas controvrsias algumas vezes podero incluir perguntas queningum havia enfrentado antes. Para responder de maneira apropriada a essas questes, os cristosdevero perguntar : "o que a totalidade da bblia diz sobre o assunto ?" quaisquer que sejam asnovas controvrsias doutrinrias nos anos futuros, os que tiverem aprendido bem a TEOLOGIA

    SISTEMTICA sero muito mais hbeis para responder as novas questes que surgiro. Isso sedeve grande consistncia da bblia; tudo o que a bblia diz de alguma forma relacionado a tudomais que ela diz. Assim, as novas questes sero relacionadas a muito do que j tem sido aprendidoda bblia. Quanto mais minunciosamente o material anterior tiver sido aprendido, mais capazesseremos de tratar essas novas questes.

    Esse benefcio se estende de maneira mais ampla . Enfrentamos problemas em aplicar a escritura vida em muito mais contextos que as discusses doutrinrias formais .O que a bblia ensina arespeito do relacionamento entre marido e mulher ? A respeito de como criar os filhos ? A respeitode testemunhar a um colega de trabalho ? Que princpios a escritura nos d ao estudarmos

    psicologia, economia e cincias naturais ? Como ela nos orienta em relao a gastar o nossodinheiro, poup-lo ou dizim-lo ? A bblia nos d princpios que se aplicam a cada rea de nossavida, e os que aprenderem bem os ensinos teolgicos da bblia sero muito mais capazes de tomardecises que agradem a DEUS nessas reas prticas da tica tambm.

    Terceiro, estudar teologia sistemtica nos ajudar a crescer como cristos. Quanto mais conhecemosa respeito de DEUS, a respeito de sua palavra, a respeito de seu relacionamento com o mundo e ahumanidade, maior ser a nossa confiana nele, mais plenamente o louvaremos e mais

    profundamente obedeceremos a ele. Estudar teologia sistemtica de maneira correta nos farcristos maduros. Se isso no acontecer, porque no estamos estudando do modo que DEUS quer.

    De fato, a bblia muitas vezes conecta s doutrina com maturidade na vida crist. Paulo fala de "ensino que segundo a piedade " ( 1 Tm 6.3 ) e diz que sua obra como apstolo " levar os eleitos

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    de Deus f e ao conhecimento da verdade que conduz piedade " ( Tt1.1 ). Por contraste, eleindica que toda espcie de desobedincia e imoralidade contrria s doutrina ( 1 Tm 1.10 ).

    REFERNCIAS

    GRUDEM, Wayne.Manual de Teologia Sistemtica.So Paulo:Ed.Vida,2001.

    FINNEY, Charles Grandison.Uma Vida Cheia do Esprito.Belo Horizonte:Ed.Betnia,1998.

    40 RAZES PARA ESTUDAR TEOLOGIA

    40 Razes para um leigo (a) fazer um curso de TEOLOGIA

    Provrbios 9:9

    1. Para saber dar as razes da sua esperana.2. Crescer na direo de uma f inteligente.3. Capacitar-se para uma melhor atuao pastoral.4. Crescer na espiritualidade.5. Conhecer com maior profundidade a Palavra de Deus.6. Entender as razes histricas do cristianismo.7. Preparar-se para o dilogo com as outras religies.8. Entender de modo cientfico e sistemtico a f crist.9. Ler e interpretar os documentos da Igreja (Magistrio).10.Conhecer as belezas da Tradio crist.11.Preparar-se para ser um timo catequista.12.Fazer um curso superior com validade civil na rea das cincias humanas e estar habilitado

    pra ingressar em qualquer mestrado.13.Prepara-se para ser futuramente um pesquisador na rea da Teologia, inclusive com apoio

    dos rgos de fomento, por exemplo o CNPQ.14.Encaminhar sua carreira para a docncia em alguma das reas da Teologia.15.Ter um curso superior em seu curriculum vitae e com isso melhorar sua empregabilidade.16.Ser reconhecido como especialista em tica crist.17.Melhorar a sua auto-estima por ter realizado o sonho de toda uma vida.18.Muitos fazem da teologia sua segunda faculdade. A primeira foi feita para garantir a

    sobrevivncia (po nosso) a segunda para o cultivo pessoal (Pai nosso).19.Ter um amplo leque cultural, inclusive com o conhecimento de lnguas como grego,

    hebraico e latim.20.A teologia exercita o raciocnio lgico e equilibra mente e corao, inteligncia racional e

    http://blog.cancaonova.com/padrejoaozinho/2010/01/27/40-razoes-para-estudar-teologia/http://blog.cancaonova.com/padrejoaozinho/2010/01/27/40-razoes-para-estudar-teologia/
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    inteligncia emocional.21. difcl encontrar um telogo desempregado pois so poucos os profissionais formados

    nesta rea.22.Ser contratado por uma parquia para administrar o setor de pastoral.23.Ser contratado por alguma editora crist.24.Ser contratado por alguma escola confessional para a pastoral escolar.25.Avanar para mestrado e doutorado em teologia com bolsa da CAPES.26.Requalificar sua atuao dentro de um movimento de Igreja.27.Satisfazer inquietaes religiosas.28.Discernir sua vocao.29.Atuar nos meios de comunicao social.30.Contribuir na transformao da sociedade.31.O telogo tem condies de ser uma intncia crtica dos diversos discursos sobre Deus, a

    Igreja e o fenmeno humano.32.Ser contratado por empresas para atuar no departamento de Recursos Humanos, por ter esta

    sensibilidade desenvolvida em sua formao teolgica.33.Ser assessor(a) dicocesano(a) de pastoral.34.Ajudar as pessoas por meio de aconselhamento.35.Prestar assessorias (cursos nas reas de Bblia, Liturgia, Pastoral, Catequese, etc.36.Pregar retiros espirituais com qualidade.37.Atuar em ONGs a servio da promoo humana e defesa da vida.38.Exercer algum ministrio na Igreja.39.Preparar-se para elaborar uma Teologia do Laicato.40.Simplesmente avanar para guas mais profundas!

    MAPA DA ESTRUTURA TEOLGICA

    REA HISTRICO-SISTEMTICA

    TEOLOGIASISTEMTICA

    Teologia (Deus) Cristologia

    Pneumatologia

    ou

    paracletologia

    Bibliologia EscatologiaSoteriologia e

    HamartiologiaEclesiologia

    Angelologia

    (anjos,

    demnios)

    TEOLOGIADOGMTICA

    Teologia

    Protestante

    Teologia

    Evanglica

    Teologia

    Catlica

    Teologia

    Reformada

    Teologia

    Arminiana

    Teologia

    Dispensacional

    Teologia

    Denominaciona

    l

    HISTRIA DATEOLOGIA

    Teologia

    Patrstica

    Teologia

    Medieval

    Teologia da

    Reforma

    Teologia ps-

    Reforma

    Teologia na

    Amrica

    Teologia na

    Amrica

    Latina

    Teologia no

    Brasil

    TEOLOGIACONTEMPORNE

    ATeologiaLiberal

    Teologia

    Fundamentalist

    a

    Teologia Neo-ortodoxa

    Teologia daEsperana

    Teologia da

    Libertao e de

    Minorias

    TeologiaSecular

    Teologia doProcesso

    Teologia da

    prosperidad

    e

    CINCIAS DEAPOIO E

    RESULTANTES

    Metodologia da

    PesquisaFilosofia

    Filosofia da

    Religio

    Fenomenologia

    da Religio

    Dilogo: F,

    Filosofia,

    Cincia

    ApologticaReligies e

    Seitas

    Ps-

    modernidad

    e

    HISTRIA DAIGREJA

    Histria AntigaHistria

    Medieval

    Histria

    Moderna

    Histria

    Contemporne

    a

    Histria

    Denominaciona

    l

    Histria no

    Brasil e na

    Amrica

    Latina

    REA BBLICA

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    GERAIS Introduo Bblia

    Geografia

    BblicaArqueologia

    Histria do

    Mundo BblicoCrtica Bblica

    Teologia

    BblicaHermenutica

    Exegese

    Geral

    LNGUASBBLICAS

    Hebraico Grego Aramaico Exegese do AT Exegese do NT

    ANTIGO

    TESTAMENTO

    Introduo ao

    AT

    Histria de

    Israel

    Histria dos

    povos AntigosCrtica do AT

    Comentrios

    Bblicos do AT

    Teologia do ATTemas

    Teolgicos AT

    Teologia AT

    Especfica:

    (Salmos)

    NOVOTESTAMENTO

    Introduo ao

    NT

    Histria do

    Mundo do NTCrtica do NT

    Comentrios

    Bblicos do NT

    Teologia do NTTemas

    teolgicos NT

    Teologia NT

    Especfica:

    (Lucas)

    REA PRTICA

    PASTORAL Homiltica Teorias dacomunicao

    Sermo Oratria IlustraesMaterial de

    Apoio

    Ferramentas

    Lingsticas de

    Apoio

    MinistrioVocao

    pastoralPapel pastoral

    Aconselhament

    o

    Aconselhament

    o pastoral

    Aconselhament

    o bblico

    Psicologia da

    religio

    Psicologia e

    Teologia

    MISSES Introduo Missiologia

    Antropologia

    Missionria

    Histria de

    Misses

    Biografias

    Missionrias

    Modelos

    Missionrios

    Cincias de

    ApoioSociologia Antropologia

    Sociologia da

    religio

    Realidade

    Brasileira

    PRTICAECLESISTICA

    Liderana

    Eclesistica

    Liderana

    Bblica

    Liderana

    Secular

    Administrao

    EclesisticaSecretaria Contabilidade

    Informtica e

    Igreja

    Recursos

    Humanos

    Marketing e

    Igreja

    Modelos

    Eclesisticos

    Igreja com

    propsitos

    Grupos

    pequenos

    Igrejas em

    clulas

    Rede

    Ministerial

    Crescimento de

    Igreja

    Implantao de

    IgrejasEvangelizao

    Modelos de

    evangelizao

    SocialComunho

    CristAo Social

    Ministrio a

    Carentes

    ESPIRITUALIDAD

    E e CULTO Espiritualidade Avivamento Orao SantidadeRenovao e

    Dons

    Espiritualidade

    s Distintas

    Adorao LiturgiaMsica na

    IgrejaArte e Culto

    Adorao e

    Teologia

    EDUCAOCRIST

    Educao na

    Igreja

    Escola

    Dominical

    Discipulado

    cristo

    Modelos

    educacionais

    Material de

    Apoio

    Recursos

    audio-visuais

    Cincias de

    Apoio

    Pedagogia

    GeralDidtica Material

    SCULO IPAULO DE TARSO

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    (Nome original - Saulo) ou So Paulo, o apstolo, (cerca de 3 - c. 66) considerado por muitoscristos como o mais importante discpulo de Jesus e, depois de Jesus, a figura mais importante nodesenvolvimento do Cristianismo nascente. Paulo de Tarso um apstolo diferente dos demais.Primeiro porque ao contrrio dos outros, Paulo no conheceu Jesus pessoalmente. Por outro lado,Paulo era um homem culto, freqentou uma escola em Jerusalm, tinha feito uma carreira noTemplo (era Fariseu), onde foi sacerdote. Destaca-se dos outros apstolos pela sua cultura. Amaioria dos outros apstolos eram pescadores, analfabetos.A lngua materna de Paulo era o grego. provvel que tambm dominasse o aramaico.Educado em duas culturas (grega e judaica), Paulo fez muito pela difuso do Cristianismo entre osgentios e considerado uma das principais fontes da doutrina da Igreja. As suas Epstolas formamuma seco fundamental do Novo Testamento. Alguns afirmam que ele foi quem verdadeiramentetransformou o cristianismo numa nova religio, e no mais uma seita do Judasmo.Foi a mas destacada figura crist a favorecer a abolio da necessidade da circunciso e dos estritoshbitos alimentares tradicionais judaicos. Esta opo teve a princpio a oposio de outros lderescristos, mas, em conseqncia desta revoluo, a adaptao do cristianismo pelos povos gentios

    tornou-se mais vivel, ao passo que os Judeus mais conservadores, muitos deles vivendo na Europa,permaneceram fiis sua tradio, que no tem um mbil missionrio.

    SCULO IIPOLICARPO DE ESMIRNA

    23 de Fevereiro Policarpo de Esmirna (c. 70 c. 160) foi um bispo de Esmirna (atualmente naTurquia) no segundo sculo. Morreu como um mrtir, vtima da perseguio romana, aos 87 anos. reconhecido como santo tanto pela Igreja Catlica Apostlica Romana quanto pelas Igrejas

    Ortodoxas Orientais.O santo deste dia um dos grandes Padres Apostlicos, ou seja, pertencia ao nmero daqueles queconviveram com os primeiros apstolos e serviram de elo entre a Igreja primitiva e a Igreja domundo greco-romano.So Policarpo foi ordenado bispo de Esmirna pelo prprio So Joo, o Evangelista. De carter reto,de alto saber, amor a Igreja e fiel ortodoxia da f, era respeitado por todos no Oriente.Com a perseguio, o Santo bispo de 86 anos, escondeu-se at ser preso e assim foi levado para ogovernador, que pretendia convenc-lo de ofender a Cristo. Policarpo, porm, proferiu estas

    palavras: "H oitenta e seis anos sirvo a Cristo e nenhum mal tenho recebido Dele. Como podereirejeitar Aquele a quem prestei culto e reconheo o meu Salvador".Condenado no estdio da cidade, ele prprio subiu na fogueira e testemunhou para o povo: "Sede

    bendito para sempre, Senhor; que o Vosso nome adorvel seja glorificado por todos os sculos".So Policarpo viveu o seu nome - poli=muitos, carpo=fruto - muitos frutos" que foram regados comsuor, lgrimas e, no seu martrio nos anos 155, regado tambm com sangue.

    SCULO IIICLEMENTE DE ALEXANDRIA

    Tito Flvio Clemente, nome de Clemente de Alexandria (150 - 215), escritor grego, telogo emitgrafo cristo nascido em Atenas, pesquisador das lendas menos compatveis com os valorescristos, defensor da rebelio contra a opresso, que levou ao conceito de guerra justa, consideradoo fundador da escola de teologia de Alexandria.Combateu tambm o racismo, que via como base moral da escravido. De pais pagos, convertido

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    ao cristianismo por seu mestre patrstico Panteno (sculo II), abraou a nova f e sucedeu-lhe comolder espiritual da comunidade crist de Alexandria, onde permaneceu durante vinte anos, tornando-se um dos mais inteligentes e ilustrados dos padres primitivos. Entre suas obras de tica, teologia ecomentrios bblicos destaca-se a trilogia formada por Exortao, Pedagogo e Miscelneas. Do

    perodo de formao da patrstica e pr-nissnico com nomes da escola crist de Alexandria,combateu os hereges gnsticos.

    Embora ele tenha sido instrudo profundamente na filosofia neoplatnica, decidiu voltar-se aocristianismo. Estabeleceu o programa educativo da escola catequtica alexandrina, que sculos maistarde serviria de base ao trivium e ao quadrivium, grupos de disciplinas que constituam as artesliberais na Idade Mdia. Defendeu a teoria da causa justa para a rebelio contra o governante queescravizasse seu povo. Em O Discurso escreveu sobre a salvao dos ricos e sobre temas como o

    bem-estar, a felicidade e a caridade crist. Durante a perseguio aos cristos (201) pelo imperadorromano Stimo Severo transferiu seu cargo na escola catequtica ao discpulo Orgenes e refugiou-se na Palestina, junto a Alexandre, bispo de Jerusalm, l permanecendo at sua morte. Como se v,

    Clemente de Alexandria teve um papel importantssimo na histria da interpretao bblica entre osjudeus e os cristos no perodo patrstico.Em Alexandria a religio judaica e a filosofia grega se encontraram e se influenciaram mutuamentecriando a escola que influenciou a interpretao bblica. Esta escola influenciada pela filosofia

    platnica, encontrou um mtodo natural de harmonizar religio e filosofia na interpretao alegricada Bblia. Clemente de Alexandria foi o primeiro a aplicar o mtodo alegrico na interpretao doAntigo Testamento. A interpretao bblica alegrica acreditava que era mais madura do que ointerpretao no sentido literal.Datam do perodo helenstico as primeiras aproximaes do budismo com o mundo ocidental.Mercadores indianos que viviam em Alexandria propagaram sua f budista pela regio. Clementede Alexandria foi o primeiro autor ocidental a citar em suas obras o nome de Buda.

    Inspirados em Orgenes e na Escola de Alexandria, muitos escritores cristos desenvolveram suasobras: Jlio Africano, Amnio, Dionsio de Alexandria, o Grande, Gregrio, o Taumaturgo,Firmiliano, bispo de Cesareia, na Capadcia, Teognostos, Pedro de Alexandria, Pnfilo e HesquioHeld.

    SCULO IVATANSIO DE ALEXANDRIA

    (295-373), considerado santo pela Igreja Ortodoxa e Catlica (esta ltima reverencia-o tambmcomo um dos seus trinta e trs Doutores da Igreja) e ainda um dos mais prolficos Padres da IgrejaOrientais.

    Foi um dos defensores do ascetismo cristo, tendo inaugurado o gnero literrio da hagiografia,com a Vida de Santo Anto do Deserto, escrita primeiramente em grego e logo traduzida para latim,tendo-se difundido com grande rapidez pelo Ocidente do Imprio Romano. Este gnero baseava-senas Vit de autores romanos pagos (v. g., as Vidas dos Doze Csares, de Suetnio); porm, o queAtansio procura fazer tornar as Vit um modelo a ser seguido por todo o rebanho cristo, e nesse sentido que visto como criador do gnero; o que relata no tem que ser necessariamenteverdadeiro, antes deve infundir no crente cristo a vontade de cultivar esse mesmo modelo de vida.Do ponto de vista doutrinal, foi perseguido e exilado devido s acesas discusses que mantevecontra partidrios do Arianismo; para alm disso, defendeu a consubstanciao das trs pessoasdivinas na Santssima Trindade, tal como definido pelo Conclio de Niceia, em 325, no Credo

    Niceno.

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    SCULO VAURLIO AGOSTINHO

    (Do latim, Aurelius Augustinus), Agostinho de Hipona ou Santo Agostinho foi um bispo catlico,telogo e filsofo que nasceu em 13 de Novembro de 354 em Tagaste (hoje Souk-Ahras, naArglia); morreu em 28 de Agosto de 430, em Hipona (hoje Annaba, na Arglia). considerado

    pelos catlicos santo e doutor da doutrina da Igreja.Santo Agostinho cresceu no norte da frica colonizado por Roma, educado em Cartago. Foi

    professor de retrica em Milo em 383. Seguiu o Maniquesmo nos seus dias de estudante e seconverteu ao cristianismo pela pregao de Ambrsio de Milo. Foi batizado na Pscoa de 387 eretornou ao norte da frica, estabelecendo em Tagaste uma fundao monstica junto com algunsamigos. Em 391 foi ordenado sacerdote em Hipona. Tornou-se um pregador famoso (h mais de350 sermes dele preservados, e cr-se que so autnticos) e notado pelo seu combate heresia doManiquesmo. Defendeu tambm o uso de fora contra os Donatistas, perguntando "Por que . . . aIgreja no deveria usar de fora para compelir seus filhos perdidos a retornar, se os filhos perdidos

    compelem outros sua prpria destruio?" (A Correo dos Donatistas, 22-24).Em 396 foi nomeado bispo assistente de Hipona (com o direito de sucesso em caso de morte dobispo corrente), e permaneceu como bispo de Hipona at sua morte em 430. Deixou seu monastrio,mas manteve vida monstica em sua residncia episcopal. Deixou a Regula para seu monastrio queo levou a ser designado o "santo Patrono do Clero Regular", que uma parquia de clrigos quevivem sob uma regra monstica.Agostinho morreu em 430 durante o cerco de Hipona pelos Vndalos. Diz-se que ele encorajou seuscidados a resistirem aos ataques, principalmente porque os Vndalos haviam aderido ao arianismo,que Agostinho considerava uma heresia.

    SCULO IX

    JOO ESCOTO ERGENA

    (810, Irlanda - Paris, 877) [tambm conhecido como Escoto de Erigena, John Scotus Erigena ouJohannes Scotus Eriugena]. Filsofo, telogo e tradutor escocs da corte de Carlos, o Calvo,nascido na Scotia (hoje Irlanda), expoente mximo do renascimento carolngio, no sculo IX, queescolheu como tema principal de seus estudos as relaes entre a filosofia grega e os princpios docristianismo.Convidado pelo rei franco Carlos, o Calvo (845), viveu na corte onde ensinou gramtica e dialtica.Sua obra caracterizou-se por sua poderosa sntese filosfico-teolgica e pela obscuridade estrutural.Seus principais livros foram De praedestnatione (851), obra condenada, em conclio, pelasautoridades eclesisticas, e De divisione naturae (862-866), sua obra mais conhecida e tambm a

    mais importante, mostrava sua viso sobre a origem e a evoluo da natureza, na tentativa deconciliar a doutrina neoplatnica da emanao com o dogma cristo da criao, tambm um livro

    posteriormente condenado. Tambm desenvolveu inmeras tradues de textos de outros autores,principalmente atendendo pedidos do rei, Carlos. Suas tradues de Pseudo-Dionsio, o Areopagita,So Mximo, o Confessor e So Gregrio de Nissa tornaram acessveis aos pensadores ocidentaisos escritos dos fundadores da teologia crist.

    SCULO XIIBERNARDO DE CLARAVAL

    (O. Cist.), conhecido tambm como So Bernardo, era oriundo de uma famlia nobre de Fontaine-les-Dijon, perto de Dijon, na Borgonha, Frana. Nasceu em 1090 e morreu em Claraval em 20 de

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    Agosto de 1153.Aos 22 anos foi estudar teologia no mosteiro de Cister (fr. Cteaux). Em 1115 fundou a abadia deClaraval (fr. Clairvaux), sendo o seu primeiro abade. Naquela poca enfrentou inmeras oposies,apesar disto, acabou reunindo mais de 700 monges. Fundou 163 mosteiros em vrios pases daEuropa.Durante sua vida monstica demonstrava grande f em Deus serviu igreja catlica apoiando asautoridades eclesisticas acima das pretenses dos monarcas. Em funo disto favoreceu a criaode ordens militares e religiosas. Uma das mais famosas foi a ordem dos cavaleiros templrios.Ao morrer o papa Honrio II em 1130, Bernardo apoiou o papa Inocncio II, que assim conseguiuse impor ao antipapa Anacleto II. Sempre influenciou os sucessivos pontfices com seu apoio. O reiLus VII da Frana e o papa Eugnio III, em 1147, encomendaram a Bernardo a pregao dasegunda cruzada. Porm, no aceitava as motivaes polticas e econmicas subjacentes iniciativados soberanos, mas mesmo assim apoiou.Durante toda sua vida monstica escreveu numerosos sermes e ensaios externando o seuespiritualismo contemplativo. Sua obra mais conhecida foi Adversus Abaelardum. Nela combateu

    as teorias do telogo e filsofo Pedro Abelardo, por no aceitar as interpretaes racionalistas que,segundo Bernardo, desvirtuavam a f exigida pelos mistrios de Deus.Foi canonizado em 1174 pelo papa Alexandre III com o nome de So Bernardo. Em 1830 recebeu ottulo de doutor da Igreja Catlica.

    SCULO XIIISO TOMS DE AQUINO

    OP, (perto de Aquino, Itlia, 1227 - Paris, 7 de Maro 1274), tido como santo pela Igreja Catlica,foi um frade dominicano e telogo italiano.

    Nascido numa famlia nobre, estudou filosofia em Npoles e foi depois para Paris, onde se dedicou

    ao ensino e ao estudo de questes filosficas e teolgicas. Aos 19 anos fugiu de casa para se juntaraos dominicanos. Conseguiu entrar na Ordem fundada por So Domingos de Gusmo. Foi mestreem Paris e morreu na Abadia de Fossa nova quando se dirigia para Lio a fim de participar doConclio de Lio.Seus interesses no se restringiam a religio e filosofia, mas tambm interessou-se pelo estudo dealquimia, tendo publicado uma importante obra alqumica chamada "Aurora Consurgens". O mritotranscendente de So Toms consistiu em introduzir aristotelismo na escolstica anterior. A partirde So Toms a Igreja tem uma teologia (fundada na revelao) e uma filosofia (baseada noexerccio da razo humana) que se fundem numa sntese definitiva: f e razo.So Toms considerado um dos maiores mestres da Igreja pois conseguiu alcanar um profundoentendimento da espiritualidade crist. tambm conhecido como o Doutor Anglico.

    SCULO XIVJOHN DUNS SCOT, OU SCOTUS

    (Esccia ca. 1266 - 8 de Novembro 1308) foi membro da Ordem Franciscana, filsofo e telogo datradio escolstica, chamado o Doutor Sutil, mentor de outro grande nome da filosofia medieval:William de Ockham. Foi beatificado em 20 de Maro de 1993, durante o pontificado de Joo PauloII.Formado no ambiente acadmico da Universidade de Oxford, onde ainda pairava a aura de RobertGrosseteste e Roger Bacon, posicionou-se contrrio a So Toms de Aquino no enfoque da relaoentre a razo e a f. Para Scot, as verdades da f no poderiam ser compreendidas pela razo. Afilosofia, assim, deveria deixar de ser uma serva da teologia, como vinha ocorrendo ao longo de

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    toda a Idade Mdia e adquirir autonomia. Um dos grandes contributos de Scot para a histria dafilosofia, afirmam os historiadores, est no conceito de estidade ( haecceitas ). Por esta teoria,valoriza a experincia, e distancia a preocupao exclusivista da filosofia com as essnciasuniversais e transcendentes.

    SCULO XVTOMS DE KEMPIS OU THOMAS HEMERKEN

    (Tambm conhecido como Thomas a Kempis, Thomas de Kempen, ou Thomas von Kempen)nasceu em 1379 ou 1380 em Kempen na Rennia e faleceu no dia 25 de julho de 1471, no mosteirode Saint Agnetenberg perto de Zwolle, na Alemanha. Foi um monge e escritor mstico alemo. Lheso atribudas cerca de 40 obras, o que o tornam o maior representante da literatura devocionalmoderna. Um dos textos que lhe so atribudos o da Imitao de Cristo, obra de inegvelinfluncia no cristianismo.

    MARTINHO LUTERO(Eisleben, 10 de Novembro de 1483Eisleben, 18 de Fevereiro de 1546) foi um telogo alemo. considerado o pai espiritual da Reforma Protestante.Martinho Lutero, cujo nome original em alemo era Martin Luther era filho de Hans Luder eMargarethe Lindemann. No ano seguinte ao seu nascimento (1484), sua famlia mudou-se paraMansfeld, onde seu pai dirigia vrias minas de cobre. Tendo sido criado no campo, Hans Lutherdeseja que seu filho viesse a tornar-se um funcionrio pblico, melhorando assim as condies dafamlia. Com este objetivo, enviou o jovem Martinho para escolas em Mansfeld, Magdeburgo eEisenach.Aos dezessete anos, em 1501, Lutero ingressou na Universidade de Erfurt, onde tocava alade e

    recebeu o apelido de "O filsofo". O jovem estudante graduou-se em bacharel em 1502 e omestrado em 1505, o segundo entre dezessete candidatos. Seguindo os desejos paternos, inscreveu-se na escola de Direito dessa Universidade. Mas tudo mudou aps uma grande tempestade, comdescargas eltricas, ocorrida neste mesmo ano (1505): um raio caiu prximo de onde ele estava, aovoltar de uma visita casa dos pais. Aterrorizado, gritara ento: "Ajuda-me, Sant'Ana! Eu metornarei um monge!"Tendo sobrevivido aos raios, deixou a faculdade, vendeu os seus livros com exceo dos deVirglio, e entrou para a ordem dos Agostinianos, de Erfurt, a 17 de julho de 1505.

    A TEOLOGIA DA GRAA DE LUTEROO desejo de obter os graus acadmicos levaram Lutero a estudar as Escrituras em profundidade.

    Influenciado por sua formao humanista de buscar ir "ad fontes" (s fontes), mergulhou nosestudos sobre a Igreja Primitiva. Devido a isto, termos como "penitncia" e "honestidade" ganharam

    novo significado para ele, j convencido de que a Igreja havia perdido sua viso de vrias dasverdades do cristianismo ensinadas nas Escrituras - sendo a mais importante delas a doutrina da

    chamada "Justificao" apenas pela f. Lutero comeou a ensinar que a Salvao era um benefcioconcedido apenas por Deus, dado pela Graa divina atravs de Jesus Cristo e recebido apenas com a

    f.Mais tarde, Lutero definiu e reintroduziu o princpio da distino prpria entre o Tor (LeisMosaicas) e os Evangelhos, que reforavam sua teologia da graa. Em consequncia, Luteroacreditava que seu princpio de interpretao era um ponto inicial essencial para o estudo das

    Escrituras. Notou, ainda, que a falta de clareza na distino da Lei e dos Evangelhos era a causa da

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    incorreta compreenso dos Evangelhos de Jesus pela Igreja de seu tempo, instituio a quemresponsabilizava por haver criado e fomentado muitos erros teolgicos fundamentais.

    SCULO XVIJOO CALVINO

    (Noyon, 10 de Julho de 1509 Genebra, 27 de Maio de 1564) foi um telogo cristo francs.Calvino fundou o Calvinismo, uma forma de Protestantismo cristo, durante a Reforma Protestante.Esta variante do Protestantismo viria a ser bem sucedida em pases como a Sua (pas de origem),Pases Baixos, frica do Sul (entre os Afrikaners), Inglaterra, Esccia e Estados Unidos daAmrica.

    Nascido na Picardia, ao norte da Frana, foi batizado com o nome de Jean Cauvin. A traduo doapelido de famlia "Cauvin" para o latim Calvinus deu a origem ao nome "Calvin", pelo qual setornou conhecido.Calvino foi inicialmente um humanista. Nunca foi ordenado sacerdote. Depois do seu afastamento

    da Igreja catlica, este intelectual comeou a ser visto, gradualmente, como a voz do movimentoprotestante, orando em igrejas e acabando por ser reconhecido por muitos como "padre". Vtima dasperseguies aos protestantes na Frana, fugiu para Genebra em 1536, onde faleceu em 1564.Genebra tornou-se definitivamente num centro do protestantismo Europeu e Joo Calvino

    permanece at hoje uma figura central da histria da cidade e da Sua.

    FRANCISCO TURRETINI

    (Tambm conhecido como Franois Turretini) era filho de Francesco Turrettini, que saiu de suaLucca em 1574 e se estabeleceu em Genebra em 1592. Turretini nasceu em Genebra (17 de Outubrode 1623) e ali morreu, em 28 de Setembro de 1687. Educou-se em Genebra, Leiden, Utrecht, Paris,

    Saumur, Montauban e Nimes. Retornou sua cidade de nascimento e, em 1648, foi ordenado pastorda igreja italiana que l existia. Alm disso, tornou-se professor de teologia em 1653.

    SCULO XVIIIJONATHAN EDWARDS

    Jonathan Edwards, nasceu em East Windsor, Connecticut, EUA, sendo seu pai um ministro doevangelho que militou na Igreja Congregacional. Criado em um lar evanglico, isto o estimulousobremaneira desde o incio de sua vida a um grande fervor espiritual, tendo j desde a meninice

    grande preocupao com a obra de Deus e com a salvao de almas.Ele comeou a estudar o latim aos seis anos de idade e aos 13 j era fluente tambm em grego ehebraico. Com 10 anos, escreveu um ensaio sobre a imortalidade da alma e aos 12, escreveu umexcelente texto sobre aranhas voadoras. Em 1720 obteve o bacharelado no Colgio de Yale,defundao dos Congregacionais em New Haven, iniciando em seguida os seus estudos teolgicosnesta mesma instituio, obtendo o mestrado em 1722. Em seguida, assumiu uma cadeira de

    professor assistente em Yale, cargo que ocupou por dois anos.Aps ser professor em Yale, sentiu o chamado para o ministrio e pastoreou um Igreja Presbiterianaem Nova York em 1722 (por um perodo de oito meses), em 1726, ento aos 23 anos, assumiu o

    posto de segundo pastor na Igreja Congregacional de Northampton, Massachussetts; igreja esta queera pastoreada por seu av Solomon Stoddard (1643-1729), e a segunda maior da regio, com maisde seiscentos membros, o que era praticamente toda a populao adulta daquela localidade.

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    Em julho de 1727 casou-se com Sarah Pierrepont, filha de James Pierrepont, pastor da Igreja deNew Haven, e bisneta do primeiro prefeito de Nova York, com quem teve 11 filhos, sendo que umdeles foi pai do vice-presidente Aaron Burr.Em 1729 com a morte do seu av, Jonathan se tornou o pastor titular da Igreja Congregacional de

    Northampton, na qual cinco anos depois ocorreria um grande avivamento, entre 1734-35, chamadode O Grande Despertamento, que se iniciou entre os presbiterianos e luteranos na Pensilvnia e em

    Nova Jersey, e que teve seu apogeu por volta do ano de 1740, atravs do trabalho de GeorgeWhitefield. Foi nessa cidade que pregou seu sermo mais famoso: Pecadores nas Mos de um DeusIrado. Em 1750, depois de pastorear a Igreja Congregacional de Northampton por 23 anos, JonathanEdwards foi despedido pela Igreja por ser contrrio prtica de se servir a Ceia do Senhor a pessoasno convertidas, pratica instituda por seu av, e que era do gosto da Igreja. Em seu sermo dedespedida disse: Portanto, quero exort-los sinceramente, para o seu prprio bem futuro, que tomemcuidado daqui em diante com o esprito contencioso. Se querem ver dias felizes, busquem a paz eempenhem-se por alcan-la (I Pedro 3:10-11). Que a recente contenda sobre os termos dacomunho crist, tendo sido a maior, seja tambm a ltima. Agora que lhes prego meu sermo de

    despedida, eu gostaria de dizer-lhes como o apstolo Paulo disse aos corntios em II Corntios13.11: "Quanto ao mais, irmos, regozijai-vos, sede perfeitos, sede consolados, sede de um mesmoparecer, vivei em paz; e o Deus de amor e de paz ser convosco."

    SCULO XIXCHARLES GRANDISON FINNEY

    (1792-1875) foi um pregador, telogo e avivalista estado-uinense.Seu ministrio mais conhecido por incluir novas medidas na pregao e mudar o entendimentoteolgico do avivamento. Sua pregao converteu milhares de pessoas, embora creiam que poucas

    perseveravam na f.

    Finney foi ordenado em uma Igreja Presbiteriana. Aps discordar do calvinismo, Finney aceitou oarminianismo (embora alguns o identifiquem como seguidor de Pelgio), ganhando a oposiodeles.Fundou um colgio em Oberlin, Ohio, cidade onde morreu em 1875.Deixou dezenas de sermes e uma obra de Teologia Sistemtica. Sua teologia influenciou o

    pentecostalismo, especialmente sobre o Batismo no Esprito Santo aps a converso.

    SCULO XXCLIVE STAPLES LEWIS

    (29 de Novembro, 1898 - 22 de Novembro, 1963), conhecido como C. S. Lewis, foi um autor e

    escritor norte-irlands, que se salientou pelo seu trabalho acadmico sobre literatura medieval e pelaapologtica crist que desenvolveu atravs de vrias obras e palestras. igualmente conhecido porser o autor da famosa srie de livros infantis de nome As Crnicas de Nrnia.

    Nascido em Belfast, Irlanda do Norte, Clive Staples Lewis, cresceu no meio dos livros da seletabiblioteca particular de sua famlia, criando nesta atmosfera cultural um mundo todo prprio,dominado por sua frtil imaginao e criatividade. Os seus pais, Albert James Lewis e FloraAugusta Hamilton Lewis eram protestantes, mas no particularmente religiosos. Maisespecificamente eram de origem metodista. Quando Clive tinha trs anos decidiu adotar o nome de"Jack", nome pelo qual ficaria conhecido na famlia e no crculo de amigos prximos.Quando adolescentes, Lewis e seu irmo Warren (trs anos mais velho que ele), passavam quasetodo o seu tempo dentro de casa dedicando-se a leitura de livros clssicos, e distantes da realidadematerialista e tecnolgica do sculo XX. Aos 10 anos, a morte prematura de sua me, fez com que

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    ele ainda mais se isolasse da vida comum dos garotos de sua idade, buscando refgio no campo desuas estrias e fantasias infantis.

    Na sua adolescncia encontrou a obra do compositor Richard Wagner e comeou a interessar-sepela mitologia nrdica.Sua educao foi iniciada por um tutor particular, e mais tarde no Malvern College na Inglaterra.Em 1916, aos 18 anos de idade, foi admitido no University College, em Oxford. Seus estudos foraminterrompidos pelo servio militar na I Guerra Mundial. Em 1918, retornou a Oxford.Durante a I Guerra Mundial ele conheceu um outro soldado irlands chamado Paddy Moore, comque travou uma amizade. Os dois fizeram uma promessa: se algum deles falecesse durante oconflito, o outro tomaria conta da famlia respectiva. Moore faleceu em 1918 e Lewis cumpriu como seu compromisso. Aps o final da guerra, Lewis procurou a me de Paddy Moore, a senhora JanieMoore, com quem estabeleceu uma profunda amizade at morte desta em 1951. Lewis viveu emvrias casas arrendadas com Moore e a sua filha Maureen, facto que desagradou o seu pai. Por estaaltura Clive j tinha abandonado o Cristianismo no qual fora educado na sua infncia.Ensinou no Magdalen College, de 1925 a 1954 e deste ano at sua morte em Oxford. Foi professor

    de Literatura Medieval e Renascentista na Universidade de Cambridge. Tornou-se altamenterespeitado neste campo de estudo, tanto como professor como escritor. Seu livro A Alegoria doAmor: um Estudo da Tradio Medieval, publicado em 1936, considerado por muitos, seu maisimportante trabalho, pelo qual ganhou o prmio Gollansz Memorial de literatura. Em Oxfordconheceu vrios escritores famosos, como Tolkien, T. S. Eliot, que ajudaram a voltar f crist, eOwen Barfield.Lewis voltou ao f crist no incio da dcada de 1930 e dedicou-se a defend-la e permaneceu naIgreja Anglicana (o conhecido tologo evanglico J. I. Packer foi clrigo na igreja onde C. S. Lewisfreqentava). Tem sido chamado o porta-voz no oficial do Cristianismo que ele soube divulgar deforma magistral, atravs de seus livros e palestras, onde ele apresenta sua crena na verdade literaldas Escrituras Sagradas, sobre o Filho de Deus, sua vida, morte e ressurreio. Isto foi certamente

    verdade durante sua vida, mas de forma ainda mais evidente, aps a sua morte. Foi chamado at de"Elvis Presley evanglico" devido sua popularidade.

    SCULO XXIMARTIN LUTHER KING JR.

    (1929-1968) Pastor norte-americano, prmio Nobel, lder do movimento pelos direitos civis nosEstados Unidos, partidrio da no-violencia na luta contra o racismo. foi um pastor e ativista

    poltico estadunidense. Pertencente Igreja Batista, tornou-se um dos mais importantes lderes doativismo pelos direitos civis (para negros e mulheres, principalmente) nos Estados Unidos e nomundo, atravs de uma campanha de no-violncia e de amor para com o prximo. Recebeu o

    Prmio Nobel da Paz em 1964, pouco antes de seu assassinato. Seu discurso mais famoso elembrado "I Have A Dream (Eu Tenho Um Sonho)".RUBEM ALVES(Boa Esperana, 15 de setembro de 1933) um psicanalista, educador, telogo e escritor brasileiro, autor de livros e artigos abordando temas religiosos, educacionais e existenciais, alm de umasrie de livros infantis.Durante sua infncia, enfrentou os problemas comuns ocasionados pelas freqentes mudanas deestados e de escolas. Tais mudanas influenciaram sua atitude de introspeco que o levou companhia dos livros e ao apoio da religio, base de sua educao.Bacharel e Mestre em Teologia, Doutor em Filosofia ( Ph.D.) pelo Princeton Theological Seminary(EUA) e Psicanalista. Lecionou , na Faculdade de Filosofia, Cincias e Letras de Rio Claro e naUNICAMP, one recebeu o ttulo de Professor Emrito. Tem um grande nmero de publicaes, tais

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    como: crnicas, ensaios e contos, alm de ser ele mesmo o tema de diversas teses, Dissertaes emonografias. Muitos de seus livros foram publicados em outros idiomas, como ingls, francs,italiano, espanhol, alemo e romeno. Com formao ecltica, transita pelas reas de teologia,

    psicanlise, sociologia, filosofia e educao. Aps ter lecionado em Universidades, hoje tem umrestaurante (a culinria uma de suas paixes e tema de alguns de seus textos), vive em Campinas,onde mantm um grupo que encontra-se semanalmente para leitura de poesias; o grupo chama-seCanoeiros.Autor do livro Da Esperana (Teologia da Esperana Humana), Rubem Alves tido por muitosestudiosos como uma das mais relevantes personalidades no cenrio teolgico brasileiro; o fundadorda reflexo sobre uma teologia libertadora, que em breve seria chamada de Teologia da Libertao.Via no Humanismo um messianismo restaurador e assim, desde os anos 60 participou domovimento latino-americano de renovao da teologia. Sua posio liberal logo lhe trouxe graves

    problemas em seu relacionamento com o protestantismo histrico e especificamente presbiteriano.Foi questionado desde cedo por suas idias e sofreu uma verdadeira caa-s-bruxas. Foi dessaexperincia que surgiu o livro Protestantismo e Represso, que busca elucidar os labirintos do

    cotidiano histrico deste movimento religioso. Escreveu ainda um livro em Ingls que falava dofuturo da humanidade, Filhos do amanh, onde tratou de como um futuro libertador dependia decategorias que a cincia ocidental havia desprezado. Lanou ainda um livro chamado Variaessobre a vida e a morte, onde trata de construir uma teologia potica, preocupada com o corpo, com avida em sua dimenso real.LEONARDO BOFF

    pseudnimo de Gensio Darci Boff, (Concrdia, 14 de dezembro de 1938) um telogo brasileiro.Ex-frade da Igreja Catlica, grande opositor dos papas Joo Paulo II e Bento XVI, foi excomungado

    pela Sagrada Congregao para a Doutrina da F, aps defender a Teologia da Libertao comidias contrria doutrina catlica , quando ento era prefeito o Cardeal Joseph Ratzinger, atual

    papa. Na verdade ele no foi excomungado. O Leonardo Boff foi imposto o silncio obsequioso,

    no concordando com a punio, o frade se desligou da Igreja.

    TEOLOGIA CONTEMPORNEA

    BERNARD LONERGAN (1904-1984)

    Bernard Joseph Francis Lonergan nasceu em 17 de dezembro de 1904 em Ontrio, no Canad. Foi

    um padre jesuta canadense. Ele foi um filsofo e telogo de tradio tomista e tambm um

    economista, formado em Buckingham, Quebec. Lonergan era professor do Colgio Loyola, de

    Montreal, da Universidade de Toronto (Regis College), da Pontifcia Universidade Gregoriana, em

    Harvard e do Boston College. Durante vrios anos as suas idias foram estudadas nas mais variadasreas do saber: cincias naturais, economia, sociologia, filosofia e teologia.

    O seu pai era um engenheiro de ascendncia irlandesa, e a famlia da me era inglesa. Aos 13 anos,

    trocou a casa pela Faculdade de Loyola, uma escola jesuta em Montreal, e de l entrou para o

    noviciado na cidade de Guelph. Frederick Crowe, S.J., diretor emrito do Instituto Lonergan, da

    Universidade de Toronto, descreve os primeiros anos de aprendizagem de Lonergan, esse estranho

    mundo anterior ao Conclio Vaticano II. Havia, diz, leituras sobre a vida de Cristo e dos santos, a

    Imitao de Cristo, sobre documentos jurdicos e espirituais jesutas, o velho fiel Afonso Rodriguez,

    a prtica da perfeio e virtudes crists. Havia as instrues do mestre aos novios... as "exortaes"pregadas por austeros sacerdotes na comunidade, e assim por diante. Havia as penitncias,

    http://teologia-contemporanea.blogspot.com/2010/02/bernard-lonergan-1904-1984.htmlhttp://teologia-contemporanea.blogspot.com/2010/02/bernard-lonergan-1904-1984.html
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    publicao das faltas - admitidas voluntariamente ou indicadas pelos companheiros em gapes

    transbordantes - e havia muita orao... a mais lenta de todas as prticas a aprender.

    Era uma vida que ensinava a pacincia, a disciplina, e o estudo srio, embora de modo um pouco

    rgido e restritivo; sero marcas do trabalho de Lonergan. Em 1926, Lonergan foi para Inglaterraestudar filosofia, regressando ao Canad para ensinar na sua velha escola, em Montreal. De 1933 a

    1937 licenciou-se em Teologia em Roma. No tinha sido um aluno premiado, mas desenvolveu em

    Roma as ambies intelectuais exemplificadas por uma carta de 1935 a um superior: Consigo

    elaborar uma metafsica tomista da histria que ofuscar Hegel e Marx, apesar da enorme influncia

    deles nessa obra. Tenho j escrito um esboo, disso como de tudo o mais. Examina as leis objetivas

    e inevitveis da economia, da psicologia (ambiente, tradio) e do progresso... para encontrar a

    sntese superior destas leis no Corpo Mstico. Hegel e Marx, no eram exatamente leituras

    recomendadas para um jovem sacerdote em Roma e, ainda mais, na Itlia fascista. Mas fica bem

    claro como ele era j o indivduo audaz, capaz de pensar sem imprimatur. E tambm fica claro que

    o corpo mstico de Cristo, desde S. Paulo, um dos conceitos mais integradores da teologia.

    A originalidade do seu trabalho est sobretudo em ter proposto, atravs de um profundo estudo da

    mente em ao, um mtodo de inter-relao entre todos estes ramos do saber e da experincia

    humana.

    S atento, s inteligente, s razovel e s responsvel. So os traos que marcam, para Lonergan,

    a atitude fundamental da pessoa que autntica. Mximas do gnero "Trata os outros como queres

    ser tratado" no podem, em ltima anlise, ser fundamentais porque no h uma mxima superior

    que nos leve a aderir a elas. Nem to pouco as autoridades nos podem dar os nossos valores ltimos,porque no h uma autoridade superior que nos diga que autoridades seguir. O que Lonergan nos

    diz , no fundo, que todos nos guiamos por critrios como s atento, s inteligente, s razovel e s

    responsvel, independentemente do modo como se manifestam em ns, e por eles que

    escolhemos as mximas e as autoridades pelas quais reger a nossa vida.

    Toda a originalidade de Lonergan, reside em oferecer um instrumento hermenutico da conscincia

    humana que permite elaborar uma nova interpretao tanto do trabalho do telogo quanto do objeto

    da teologia.

    O seu mtodo emprico generalizado clarifica as operaes que se do no sujeito no que diz respeito

    escolha de valores. uma busca das normas morais inatas e de um possvel sentido para a

    objetividade moral. Num mundo em que h tanta incompreenso e diversidade cultural, tica, etc,

    Lonergan parte do pressuposto de que o desenvolvimento da verdadeira moralidade s ser possvel

    se os jogadores "puserem as cartas na mesa".

    Este mtodo d-nos a possibilidade de conhecer as categorias explicativas da nossa moralidade e do

    nosso modo de valorizar, o que nos permite conceptualizar o que se passa em ns a nvel de valores,

    e tambm justificar perante os outros as nossas opes fundamentais, como por exemplo a nossa f.Profundo conhecedor do pensamento de Toms de Aquino, sempre pessoal e original na sua

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    interpretao, tem brindado o pblico com obras de grande valor. Uma das suas principais obras :

    Insight: A Study of Human Understanding (1957). O "Insight" um ponto de partida para a

    metafsica, uma nova concepo da metafsica, uma introduo Teologia, como diz o seu

    ttulo, "um estudo do conhecimento humano". Analisando outras correntes filosficas oudiscorrendo sobre cincias fsico-matemticas e sobre psicologia profunda, Lonergan evidencia uma

    cultura cientfica impressionante, pouco comum num filsofo, e menos ainda, pela prpria natureza

    das coisas, num professor de Teologia Dogmtica.

    Bernard Lonergan faleceu em Pickering, perto de Toronto, em 26 de novembro de 1984.

    Lonergan autor, entre outras obras, de Insight: A Study of Human Understanding (1957) e de

    Method in Theology (1973), trabalhos que estabeleceram os lineamentos daquilo ele denominaria

    Mtodo Emprico Generalizado (Generalized Empirical Method - GEM).

    PENSAMENTOS DE BERNARD LONERGAN

    "A dificuldade surge na segunda etapa, a expanso bsica. Os moralistas responsabilizam a

    ganncia, a avidez. Mas a causa principal a ignorncia. Poucos percebem e poucos ensinam a

    dinmica da produo. E quando as pessoas no compreendem o que est a acontecer, no se pode

    esperar que actuem de modo inteligente. Quando a inteligncia desaparece, a primeira lei da

    natureza a auto-preservao. So esses esforos frenticos que transformam a recesso em

    depresso, e a depresso em falncia."

    Ser enamorados por Deus, enquanto experincia, ser enamorados de uma maneira que no

    conhece limite algum. Cada amor doao de si, mas ser enamorados por Deus ser enamoradossem limites, nem restries, nem condies, nem reservas. Como a nossa capacidade ilimitada de

    questionar constitui a nossa capacidade de auto-transcendncia, assim o ser enamorados de forma

    ilimitada constitui o cumprimento prprio de tal capacidade.

    Na assimilao do passado d-se a primeira busca, que descobre e torna disponveis os dados. H

    uma teologia in oratione recta na qual o telogo, iluminado pelo passado, enfre nta os problemas

    do seu tempo.

    Assim como algum levanta espontaneamente o brao para golpear a cabea de algum, pode

    espontaneamente estender o brao para alcanar e salvar algum da queda. Percepo, sentimento eo movimento corporal so envolvidos, mas a ajuda dada a outra pessoa no deliberada, mas

    espontnea. Algum s se d conta disso no antes mas durante o fato. como se NS

    assumssemos ser membros uns dos outros antes de nossas distines nos afastarem uns dos

    outros.

    Existe o amor da intimidade, do marido e da mulher, dos pais e dos filhos. Existe o amor aos

    prprios semelhantes, que tem como fruto a realizao do bem-estar humano. Existe o amor de

    Deus com todo o prprio corao e com toda a prpria alma, com toda a prpria mente e com todas

    as prprias foras (cf. Mc 12,30).O significado dessas declaraes (infalveis) da Igreja vai alm das vicissitudes do processo

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    histrico humano. Mas os contextos em que tal significado colhido e, portanto, o modo em que tal

    significado expresso, variam tanto segundo as diferenas culturais como segundo o grau de

    diferenciao da conscincia humana.

    A especializao funcional da fundao determina que concepes representam as posies queprocedem da presena da converso intelectual, moral e religiosa e que concepes representam as

    contraposies que revelam ausncia de converso. Em outras palavras, cada telogo julgar da

    autenticidade dos autores das vrias concepes e o far sobre a pedra de toque que a prpria

    autenticidade.

    As doutrinas da Igreja e as doutrinas teolgicas pertencem a contextos diferentes. As doutrinas da

    Igreja so o contedo do testemunho da Igreja a Cristo; elas exprimem o conjunto dos significados e

    valores que informam a vida crist, individual e coletiva. As doutrinas teolgicas fazem parte de

    uma disciplina acadmica, que se fixa no objetivo de conhecer e compreender a tradio crist e de

    favorecer seu desenvolvimento. Como os dois contextos dirigem-se para fins bem distintos, assim

    tambm so desiguais quanto extenso. Os telogos levantam muitas questes que no so

    mencionadas nas doutrinas da Igreja. E tambm os telogos podem diferir entre eles, mesmo

    pertencendo mesma Igreja.

    A teologia medieval voltou-se para Aristteles em busca de um guia e um auxlio tendo em vista

    esclarecer o prprio pensamento e torn-lo coerente. Segundo o mtodo por ns proposto, a fonte

    do esclarecimento de base ser a conscincia segundo a diferenciao interior e segundo a

    diferenciao religiosa.

    A purificao das categorias... efetuada na medida em que os telogos alcanam a autenticidademediante a converso religiosa, moral e intelectual. No se deve esperar a descoberta de qualquer

    critrio, experimento ou controle objetivo. Semelhante significado de objetivo no passa na

    realidade de uma iluso. A genuna objetividade fruto da subjetividade autntica. Buscar e usar

    qualquer sustentao ou muleta como alternativas conduz invariavelmente, em uma ou outra

    medida, ao reducionismo.

    VLADIMIR LOSSKY (1903-1958)

    Vladimir Lossky filho do clebre filsofo russo Nicola O. Lossky. Nasceu em Gottingen,Alemanha, em 8 de junho de 1903, pois seu pai l se encontrava para completar sua formao

    universitria.

    Realizou seus estudos superiores na Universidade de Petersburgo, seguindo com grande interesse os

    cursos do historiador da filosofia Leon Karsavin. Dos seus ensinamentos, recebeu um impulso

    determinante para suas futuras pesquisas sobre os telogos ocidentais e sobre a tradio patrstica

    grega.

    Em 1923 foi expulso da Rssia juntamente com seu pai. Como a maior parte dos russos exilados,

    Vladimir tambm se estabeleceu inicialmente em Praga, onde o pai fora nomeado professor de filo.

    L seguiu os cursos de N. P. Kondakov, o clebre pesquisador de bizantinismo e historiador da arte

    http://teologia-contemporanea.blogspot.com/2010/02/vladimir-lossky-1903-1958.htmlhttp://teologia-contemporanea.blogspot.com/2010/02/vladimir-lossky-1903-1958.html
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    iconogrfica. Um ano depois, transferiu-se para Paris, iniciando seus estudos na Sorbonne, onde

    continua e aprofunda seus estudos sobre o pensamento medieval, sob a direo do maior

    especialista catlico no assunto, Etienne Gilson. Com sua assistncia, empreende em 1927 o estudo

    da doutrina mstica de Mestre Eckhart, que deveria ser a sua tese de mestrado. Uma forte amizade oune a Eugraf Kovalevsky e entra na Confraria So Fcio com vistas a uma ortodoxia universal,

    capaz de revivificar as tradies ortodoxas da Frana dos onze primeiros sculos. Sua vocao j se

    encontra cristalizada: a do encontro entre a tradio crist do Oriente e a cultura ocidental da

    Idade Mdia. De modo particular, pretende prestar testemunho da Igreja dos seus pais na Frana.

    Ao mesmo tempo, engaja-se tambm na vida eclesistica da Ortodoxia no Ocidente. Em contraste

    com a maior parte dos exilados, em 1931 ele se pronuncia a favor do Patriarcado de Moscou. Em

    1935, coloca-se entre os opositores de Bulgakov a propsito de sua "sofiologia". Depois de uma

    interveno sua junto ao metropolita de Moscou, Srgio, a doutrina de Bulgakov condenada.

    Casou em 1938, e teve quatro filhos

    Em 1939, Lossky torna-se cidado francs. Durante a Segunda Guerra Mundial, participa dos

    sofrimentos de sua ptria de adoo e da resistncia contra o invasor.

    Os acontecimentos ligados guerra, todavia, no o impedem de prosseguir suas atividades de

    estudioso. Em 1944, publica a sua obra-prima, A Teologia Mstica da Igreja do Oriente.

    Em 1945, comea sua carreira de professor universitrio. Ministra uma srie de conferncias na

    "cole des Hautes-tudes" da Sorbonne sobre a doutrina da viso de Deus na teologia bizantina, as

    quais seriam publicadas postumamente sob o ttulo Vision de Dieu. Trabalhador incansvel,

    continua suas pesquisas sobre Mestre Eckhart, que depois seriam reunidas numa obra tambmpublicada postumamente, organizada por seus amigos, em especial Gilson, dois anos depois de sua

    morte.

    Depois da Grande Guerra, o engajamento na vida de sua Igreja leva-o a dedicar-se tambm

    atividade ecumnica. Em 1947, entra em contato com o mundo anglicano. No mesmo ano, participa

    da assemblia realizada em Oxford reunindo catlicos, anglicanos e ortodoxos, e profere a

    memorvel conferncia intitulada "The Procession of the Holy Spirit in the Orthodox Triadology",

    na qual sustenta que o Filioque no absolutamente um simples theologoumenon, como afirmara

    Bulgakov, mas sim a razo fundamental da diviso entre as Igrejas Ortodoxa e Latina. Expresso desuas preocupaes ecumnicas so ainda diversos artigos sobre as propriedades da Igreja (sobretudo

    a catolicidade), publicados na revista do patriarcado de Moscou na Frana. Em 1956, sua atividade

    em favor da Igreja Ortodoxa premiada publicamente: convidado pelo Patriarca de Moscou,

    Alexis, a visitar a Rssia, terra de seus antepassados. Lossky atendeu ao convite com grande jbilo.

    Em 7 de fevereiro de 1958, morre inesperadamente com a idade de 55 anos, quando o seu talento

    estava maduro para a produo de excelentes obras teolgicas, tanto no campo histrico como no

    dogmtico.

    TEOLOGIA

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    A misso qual os telogos russos da Dispora sentiram-se chamados foi a de conservar e

    transmitir ao Ocidente o grande e precioso tesouro do pensamento teolgico da Igreja Ortodoxa, do

    qual eles eram os principais depositrios. Entre aqueles que souberam cumprir mais brilhantementeessa misso importante deve-se colocar Vladimir Lossky.

    Ele autor de uma sntese teolgica mais completa e sistemtica do que a de Florovsky e, ao

    mesmo tempo, mais "ortodoxa", ou seja, mais fiel tradio oriental, do que a de Bulgakov.

    sua sntese Lossky deu o nome de "teologia mstica".

    Lossky, como seu amigo ntimo Georges Florovsky, se ops s teorias sofiolgicas de Sergei

    Bulgakov e Vladimir Soloviev.

    A obra teolgica de Lossky parte dos mesmos princpios inspiradores da teologia de Florovsky: ela

    quer contrapor "sofiologia" de Bulgakov o pensamento autntico da teologia ortodoxa. S que

    alcana resultados mais satisfatrios, na medida em que explicita mais claramente os princpios

    sobre os quais pretende edificar sua sntese e, em segundo lugar, na medida em que d a essa sntese

    um desenvolvimento sistemtico e completo.

    O significado teolgico de Lossky est ligado a uma exegese do misticismo da Tradio Ortodoxa.

    Ele afirmou em Teologia Mstica da Igreja do Oriente que a Igreja Ortodoxa manteve suas

    dimenses msticas enquanto o ocidente perdeu-as depois do cisma Ocidente-Oriente. Ele cita

    muito do misticismo da Igreja Ortodoxa como expresso nas palavras da Filocalia, So Joo

    Clmaco, A Escada Divina, e vrios outros como Pseudo-Dionsio Areopagita, So Gregrio de

    Nissa, So Baslio Magno, So Gregrio Nazianzeno, e So Gregrio Palamas. Georges Florovskynomeou a Teologia Mstica da Igreja do Oriente de Lossky como uma "sntese neopatrstica".

    Os princpios fundamentais - os pilares em que se baseia a construo teolgica de Lossky - so os

    seguintes:

    1.A "apofaticidade": que justifica a qualificao "mstica" que o autor d sua teologia. Lossky

    descreve assim a apofaticidade: " um caminho constante do pensamento, que elimina

    progressivamente do objeto que quer alcanar qualquer atribuio positiva, para desembocar

    finalmente numa espcie de possesso por ignorncia total daquele que nunca poderia ser um objeto

    de conhecimento. Pode-se dizer que uma experincia intelectual da derrocada do pensamentodiante daquilo que est alm do pensvel.

    2.As energias divinas, distintas realmente da essncia divina sem estarem separada