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Histórias dentro de 1 História Vida e carreira de um engenheiro electrotécnico António Costa Gonçalves Julho 2014

Histórias dentro de 1 História · O jovem adulto faz escolhas Em 1974, ... possibilidade que era fornecida em muitas faculdades. Como não estava ... Ano e meio depois, em meados

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Histórias dentro de 1 História

Vida e carreira de um engenheiro electrotécnico

António Costa Gonçalves

Julho 2014

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Nas próximas páginas, procurarei contar-vos algumas histórias do meu rumo pelos caminhos da

engenharia, que acabam por ser histórias dentro de uma história, a minha.

Começarei por enquadrar historicamente a situação do país na época em que nasci, incluindo

uma sintética comparação com os dias de hoje. Prosseguirei com as principais escolhas que fui

fazendo ao longo da vida, as decisões profissionais mais relevantes e o campo de possibilidades

que se abriu, tanto com essas decisões e como com as suas circunstâncias, assim como o meu

percurso até aos dias de hoje.

Este texto está organizado em nove capítulos:

I. Contexto histórico

II. Primeiras escolhas

III. O jovem adulto faz escolhas

IV. Novas escolhas profissionais

V. Alargando conhecimentos e horizontes

VI. Mestrado, novos projectos e I&D

VII. Assumindo novas responsabilidades

VIII. Síntese biográfica

IX. A seta do tempo

Que vos seja útil.

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I. Contexto histórico

Julgo que o quadro seguinte ilustra bem a evolução da sociedade portuguesa, desde os meus

tempos de início de adolescência até à actualidade, no que se refere a indicadores sociais e

humanos.

Quadro I Final anos 60 2008

Mortalidade infantil ± 80 /1000 nasc ± 3 /1000 nasc

Esperança de vida à nascença 60,7H/66,4M 75,5H/81,7M

Sem escolaridade (> 15 anos) 65,6% 9,2%

Diplomados/ano Ensino Superior 18671(1991) 84009(2008)

Nº doutoramentos/ano 61 (1970) 1496 (2008)

Nº livros nas bibliotecas (milhões) 5,4 32,2

Nº Médicos/100 mil habitantes 80 367

Consumo privado (Meuros – preços constantes) 13274 84701

Quadro I – indicadores sociais e humanos

Observando estes números, e independentemente das insuficiências e dificuldades que hoje

sentimos, não podemos deixar de reconhecer que a evolução foi fantástica. A sociedade

portuguesa é hoje muito diferente, diferença mais substancial do que noutras sociedades

europeias, já então com melhores indicadores.

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Por exemplo, quando eu nasci o aeroporto de Lisboa tinha o aspecto que a Figura I revela, isto

é, estava no meio do campo, literalmente, uma vez que à sua volta existiam pastagens,

aproveitadas por pastores das zonas limítrofes da cidade.

Figura I – aeroporto de Lisboa, anos 50

Nos anos 60, era imperioso fazer escolhas sobre a profissão muito mais precocemente do que

hoje. Façamos um enquadramento do contexto, para se perceber melhor o que afirmo na frase

anterior.

Quando terminei a “4ª classe”, hoje chamado de 4º ano de escolaridade, com 10 anos de idade,

havia que escolher entre a via de ensino técnico e a via de ensino liceal.

A via de ensino liceal compunha-se de 2 ciclos: o primeiro, de 5 anos, era único para todos os

jovens, enquanto o segundo, de 2 anos, exigia uma escolha prévia entre a área de letras e a de

ciências. Era o caminho mais directo para a Universidade.

A via de ensino técnico compunha-se de 2 ciclos: o primeiro, de 2 anos, era único para todos os

que o frequentavam, no final dos quais se exigia uma opção entre o ensino comercial e o ensino

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industrial. Neste segundo ciclo, permanecia-se 3 anos, findos os quais se tinham obtido

qualificações para o exercício de uma profissão: electricista, mecânico, carpinteiro, analista

químico, técnico de radioelectrónica, contabilista, escriturário, etc.

Terminado este segundo ciclo de ensino, muitos jovens, normalmente das classes sociais mais

baixas, entravam no mercado de trabalho, enquanto outros, em menor número, prosseguiam

por um ciclo complementar, de 2 anos, chamado de preparação para o acesso aos então

Institutos Industriais ou Comerciais, integrados no chamado ensino médio.

Adicionalmente, quem, seguindo a via de ensino técnico, desejasse prosseguir para um curso

universitário, tinha duas possibilidades: concluir os primeiros 2 anos de um curso de ensino

médio, com aprovação em mais algumas disciplinas que davam equivalência ao ensino liceal de

7 anos, ou concluir o curso de ensino médio.

II. Primeiras escolhas

No meu caso, foi cedo – por volta dos nove anos de idade – que a vontade de ser engenheiro se

começou a manifestar, engenheiro mecânico ou electrotécnico, motivado por um marcado

fascínio pelo funcionamento das máquinas.

Motivado por essa opção, decido-me pelo ensino técnico quando essa decisão teve de ser

tomada, tinha eu dez anos de idade, e pelo ensino industrial, curso de montador electricista,

quando, chegado aos doze anos, a alternativa ensino comercial versus ensino industrial exigia

uma escolha. A opção pela engenharia electrotécnica ficou clara nessa altura.

Algum tempo mais tarde, depois de iniciado o curso industrial, percebo que vou pelo caminho

mais longo. Tendo engenheiros como professores – a sua maioria –, fiquei informado que a

entrada na universidade requeria mais 2 anos a quem seguisse a via do ensino técnico,

relativamente a quem tivesse optado pela via do ensino liceal.

Julgo que terá sido a minha primeira grande decisão, tomada com base em informação

incompleta ou errada. A diferença no acesso à informação, entre o final dos anos 60 e os dias

de hoje, é ainda maior do que parece. Ao contrário de agora, não havia internet, nem acesso a

sites como a B-on ou o IEEExplore, pelo que as fontes residiam, essencialmente, nos círculos

familiar e de amigos.

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O acesso à cultura era, também, muito mais limitado, especialmente para as classes de

menores recursos económicos. Contudo, à época, havia um oásis, a Fundação Calouste

Gulbenkian. Ter-me tornado bolseiro da Fundação, desde os doze anos, vai-me permitir

beneficiar da sua extensa biblioteca, da entrada em concertos e ballets e estimular o gosto por

outras componentes formativas, para além das técnicas, que ajudaram a alargar horizontes e a

percepcionar outros olhares sobre a realidade social, muito importantes para as abordagens

não técnicas que, como engenheiro, fui tendo de fazer ao longo do meu percurso profissional.

Agora consciente da extensão do percurso que me separava do meu objectivo de chegar a

engenheiro electrotécnico, vou procurar encurtar caminho. Aproveito uma oportunidade,

possível para os melhores alunos, para recuperar um ano, ao realizar o 3º ano do curso

industrial em conjunto com os 2 anos de preparação para o acesso aos Institutos Industriais.

Assim, em 1973, chego ao Instituto Industrial de Lisboa com o objectivo de sair para o IST após

o 2º ano. Para isso, matriculei-me nas cadeiras adicionais que eram exigidas para poder fazê-lo.

Por essa altura, Lisboa tinha o aspecto mostrado na foto da Figura II.

Figura II – Lisboa no início dos anos 70

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III. O jovem adulto faz escolhas

Em 1974, percebo que quase toda a sociedade portuguesa parece ter pressa em recuperar

largos anos de atraso. Em 25 de Abril de 1974, inicia-se um processo que vai mudar tudo muito

rapidamente.

Logo a seguir a esta data, os estudantes questionam tudo, curriculum, avaliação, autoridade

dos professores… Como consequência, a qualidade do ensino superior atravessa um período

conturbado, só começando a recuperar no final da década, mas a renovação que atinge o

ensino superior traz-nos também uma modernidade que chegou com anos ou mesmo décadas

de atraso.

É neste contexto que, logo no verão de 1974, se inicia o processo de transformação do Instituto

Industrial em Instituto Superior de Engenharia, isto é, de ensino médio em ensino superior não

universitário, com um foco dominante na modernização de cursos arcaicos, mas também

dentro de um processo de questionamento da marca de classe na divisão entre ensino médio e

superior. Consequentemente, as aulas são interrompidas, só se reiniciando em Março de 1975.

Com esta transformação, passa a ser possível fazer os 3 anos do bacharelato no ISEL e realizar,

seguidamente, o 4º e 5º anos no IST, para concluir a licenciatura.

Esse parecia-me ser o caminho mais curto, para além de abrir a possibilidade de entrada no

mercado de trabalho, após a conclusão do bacharelato, e concluir a licenciatura em paralelo,

pelo que a decisão parecia-me óbvia …

Pouco tempo depois, também fico com pressa, vou acelerar a minha vida e os dias ficam

alucinantes … No início de 1975, decido que quero entrar no mercado de trabalho e fazer-me

estudante nocturno, possibilidade que era fornecida em muitas faculdades. Como não estava

fácil encontrar emprego, no verão de 1975 candidato-me a professor do Ensino Secundário e,

em Outubro, torno-me professor de Oficinas de Electricidade e de Laboratórios de Electricidade

na então Escola Industrial Afonso Domingues.

Como tinha um horário de professor, ocupando as tardes e as noites, e continuava a frequentar

as aulas, no ISEL, durante as manhãs, a vida ficou alucinante mas muito compensadora. Com

sacrifício pessoal, tomava contacto com a realidade do trabalho e do sindicalismo e sentia-me

responsável e autodeterminado.

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E assim decorreram três anos, no final dos quais terminei o Bacharelato em Engenharia

Electrotécnica – Ramo de Electrónica e Telecomunicações. Só que, no final do curso, nada de

novo surge no horizonte … continuo professor.

Será de recordar que, no final dos anos 70, em Portugal, os empregos para recém-formados em

engenharia da minha área de especialidade, quer fossem bacharéis, quer fossem licenciados,

eram muito raros. O país tinha assistido à saída de algumas empresas internacionais, que

empregavam nessa área de especialidade, na sequência do período perturbado do pós-1974, e

ainda atravessava um período de baixo investimento e de desconfiança dos investidores.

Ano e meio depois, em meados de 1979, a situação não se tinha alterado. Nesse período, vou

respondendo a anúncios, para funções técnicas, não abdicando de procurar o que me atraía, a

actividade técnico-científica. Passava por cima de funções técnico-comerciais, actividade para

onde ainda apareciam algumas ofertas de trabalho, uma vez que não me interessava vender

nada a ninguém.

É neste contexto que, a meio de 1979, decido candidatar-me à licenciatura em física na

Faculdade de Ciências de Lisboa. A física tinha-se tornado um “hobby” apaixonante, pelo que

procurava juntar o que esperava vir a ser útil com o agradável. Torno-me, de novo, trabalhador-

estudante durante dois dos melhores anos na minha vida de estudante. A engenharia fica em

espera e a física ganha protagonismo …

Eis senão quando, já sem esperar, fui contactado a propósito de um concurso a que tinha

respondido cerca de dois anos antes.

IV. Novas escolhas profissionais

A EDP tentava-me… E em Agosto de 1981, faço nova mudança de rumo, começando a trabalhar

na Central Termoeléctrica de Setúbal. A física ficou-se pelo 2º ano.

Fui encontrar um mundo diferente mas, fui descobrindo à medida que avançava, muito

aliciante.

As oportunidades de aprendizagem eram enormes e as circunstâncias foram favoráveis. Num

encaixe feliz com a minha inexperiente abordagem à profissão, um dos responsáveis

incentivava a inovação de processos e a conceptualização das abordagens. Era o meu mundo:

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aprendizagem, liberdade q.b. para inovar e implementar abordagens mais conceptuais,

concretizando as aprendizagens.

Figura III – A Central Termoeléctrica de Setúbal

Por vezes, encontramos pessoas que criam ambientes favoráveis ao nosso desenvolvimento,

gerando oportunidades. Neste caso, procurei não as deixar escapar, empenhando-me

fortemente nelas. Como contributo adicional, fui encontrar uma dezena de jovens quadros,

bacharéis e licenciados em engenharia, pouco mais experientes do que eu e que também

procuravam concretizar novas abordagens às actividades que tinham de executar.

A abordagem referida era muito diferente da tradição no sector, por isso havia forte resistência

de alguns sectores mais velhos, técnicos experientes que se sentiam ameaçados por jovens

tecnicamente mais bem preparados e que ousavam experimentar outros métodos mais

estruturados sem ignorarem a experiência deles.

Passo a trabalhar em Sistemas de Instrumentação & Controlo (I&C), de que pouco sabia, mas

ganho muito gosto pela disciplina, que me realizava enquanto engenheiro. A formação em

electrónica ajudava, na compreensão do funcionamento dos equipamentos de medida,

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processamento e actuação, mas era preciso ir mais longe para poder compreender o seu

funcionamento enquanto sistema que controla um processo físico.

No início, a minha actividade traduziu-se na realização de testes para colocação em serviço de

equipamentos. O grupo 3 da Central estava em fase de testes antes da sua entrada em serviço

industrial, pelo que me ocupei da realização de testes de sequências e de protecções e da

verificação do desempenho dos equipamentos relativamente ao projectado.

Obtida a entrada em serviço industrial do referido grupo 3, e enquanto apoiava

esporadicamente os testes do grupo 4, e último, da Central, passei a desempenhar funções na

área da Manutenção de Sistemas I&C e de Equipamentos Eléctricos dos Grupos Geradores de

Vapor (GGV).

Nesta função, comecei pela elaboração dos processos técnicos dos equipamentos a meu cargo,

envolvendo a recolha de esquemas eléctricos, de notícias de funcionamento e de catálogos dos

equipamentos. A fase seguinte consistiu no estudo do funcionamento dos sistemas, na

avaliação da sua consistência e, finalmente, na elaboração de planos de manutenção, isto é,

planos de testes, de inspecções, de acções correctivas ou preventivas, envolvendo os critérios

de intervenção e os respectivos procedimentos.

Concluída a fase de estudo e preparação das intervenções, seguiu-se a da sua implementação.

Esta implementação envolveu uma vasta equipa, com alguns elementos desconfiados dos

novos métodos, nalguns casos por genuína dúvida relativamente à sua eficácia, noutros porque

sentiam ameaçada a sua importância na organização. Relativamente a todos, aderentes e não

aderentes, houve que praticar a humildade, pela consciência de que nem tudo estaria bem à

partida e com a convicção de que estávamos a percorrer o caminho certo.

Há medida que se experimentavam as novas metodologias, os resultados positivos foram

surgindo, bem como as insuficiências metodológicas a ultrapassar, ambos assumidos sem

reservas, os primeiros como resultado da actuação da equipa, os segundos como limitações

próprias mas resolúveis.

As metodologias também foram suficientemente poderosas para, tirando ensinamentos dos

resultados, permitirem detectar os equipamentos onde se justificavam alterações técnicas com

vista à optimização do funcionamento.

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Em paralelo, foi preciso ir suprindo lacunas de conhecimento, através do estudo das teorias de

suporte à minha actividade, ou seja, Sistemas Controlo, Termodinâmica, Combustão, …

Robustecer ou incorporar conhecimento novo foi uma preocupação sempre presente no meu

pensamento, muito de forma autodidacta, por pesquisa própria ou por aconselhamento de

gente mais conhecedora que ia contactando. Menos de dois anos depois do início da minha

actividade como engenheiro, o autodidactismo mostrava as suas insuficiências e a necessidade

de um novo “salto” foi-se corporizando. Ganhei “balanço” para retomar um projecto antigo.

V. Alargando conhecimentos e horizontes

Assim, no início de 1983, decido retomar o projecto antigo de fazer a licenciatura no IST.

Candidato-me e faço a licenciatura entre 1983-1985.

Executar o meu trabalho em Setúbal, durante o dia – mantendo o mesmo nível de actividade e

de preocupação em testar, avaliar resultados e implementar melhorias metodológicas e

tecnológicas – e, ao mesmo tempo, assistir às aulas à noite e estudar em quase todos os

tempos livres, foi a minha vida durante dois longos anos. Foram tempos duros mas, “fazer o

que se gosta não é bem um trabalho, é um divertimento”. Com algumas “nuances”, é claro,

pois por vezes sentia-me perto da exaustão.

Concluída a licenciatura, e possuindo conhecimento teórico e prático mais estruturado, tinha

consciência do enorme caminho de aprendizagem que tinha sido percorrido, realizando-me

enquanto engenheiro, mas começava a querer envolver-me com outras tecnologias de

produção termoeléctrica – a EDP estava a construir uma nova central a carvão, em Sines,

enquanto a de Setúbal era a fuel-óleo.

Nessa altura, estava procurando resolver uma nova equação, que não era de carácter técnico:

como tomar contacto com outras tecnologias de produção de electricidade mantendo-me a

residir em Lisboa?

A resposta surgiu, naturalmente, por observação: iria conseguir fazê-lo trabalhando no

Departamento de Apoio Técnico às Centrais Termoeléctricas da EDP, sediado em Lisboa e com

deslocações às diversas centrais.

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A oportunidade surge no final de 1986. Passo a trabalhar nesse Departamento mas, até Junho

de 1987, permaneço em Setúbal para concretizar o plano de modernização da Instrumentação

da unidade 1, que tinha concebido, e proceder à optimização do seu funcionamento.

Figura IV – A Central Termoeléctrica de Sines

A nova situação traz outros desafios. As novas dificuldades não eram técnicas. Eram, mais uma

vez, de carácter humano, requerendo que se ultrapassassem desconfianças e que se

trabalhasse em equipas “win-win”, sem condescender com conhecimento menos adequado ou

com metodologias ultrapassadas mas com a humildade de reconhecer que em conjunto

sabíamos bem mais do que somando o conhecimento de cada um de nós.

Com o decorrer do tempo, passei a ter equipas de trabalho, muitas vezes multidisciplinares, em

todas as sete Centrais, estabelecendo relações de confiança entre pares. Paulatinamente, e

quase sem dar por isso, passei a ter a liderança informal de algumas dessas equipas que, com o

tempo, evoluiu para a formalização.

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Para resolver muitos dos problemas técnicos ou avançar com novas soluções, mais vantajosas

economicamente, era preciso estudar mais e mais de Controlo mas, também, de outras

disciplinas. Vivi mais uma fase de autodidacta.

VI. Mestrado, novos projectos e I&D

Contudo, em meados de 1989, passei a considerar que necessitava de obter conhecimento

novo, mas de forma estruturada. Em consequência, candidato-me e sou aceite no Mestrado em

Engenharia Electrotécnica, Ramo de Controlo e Robótica, no IST.

Matriculo-me em todas as cadeiras disponíveis da área do controlo. Como a minha área de

interesse era Controlo de Processos, conheço o Prof. João Miranda Lemos e outros alunos de

mestrado que trabalhavam com ele. Torno-me membro do Grupo de Sistemas Dinâmicos (CSD)

do INESC. Foram anos incríveis – 1989-1993 – tempos muito estimulantes, de aprendizagem

com muita gente. Também de execução.

No IST, no INESC, na aprendizagem conceptual, com o meu orientador – com quem a relação se

tornou muito especial, tendo-nos tornado amigos – com professores admiráveis,

“mergulhando” em vários campos do saber nas áreas da Modelação e do Controlo, com o

Grupo CSD do INESC, quase todos meus colegas de mestrado. Durante o primeiro ano do

mestrado, decide-se o tema da tese “Controlo Coordenado Caldeira-Turboalternador de uma

Central Termoeléctrica” e aprofundo conceitos de combustão, termodinâmica, máquinas

eléctricas,… Com o evoluir do trabalho, o tema da tese é reformulado para “Modelo para o

Controlo Coordenado Caldeira-Turboalternador de uma Central Termoeléctrica”, fruto do

aprofundamento que fui fazendo no tema da modelação.

Na empresa, onde mantive a minha actividade profissional normal, envolvendo-me em vários

projectos de modernização das Centrais Termoeléctricas em funcionamento.

Entre 1989 e 1990, formo equipa com colegas de outras disciplinas para procurarmos resolver

um problema da maior importância para o funcionamento das Centrais de fuel-óleo, onde o

laboratório era a instalação industrial. Entre 1990 e 1993, lidero a equipa que remodela os

Sistemas de Controlo da velha Central Termoeléctrica da Tapada do Outeiro, passando da

pneumática à informática industrial e introduzindo uma nova abordagem às remodelações,

incluindo uma metodologia de avaliação técnico-económica. Entre 1991 e 1993, estou

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envolvido na implementação de um Sistema de Informação e Vigilância do Processo, na Central

Termoeléctrica de Setúbal, liderando a equipa do tema da Monitorização dos Sistemas de

Controlo, passando do controlo à monitorização. Em 1993, lidero a equipa que avalia o que

fazer com os Sistemas de Controlo na Central Termoeléctrica do Barreiro. Durante este período,

procuro introduzir a racionalidade económica no pensamento técnico, dominante na altura.

Deste modo, enfrentei novo período de muito trabalho mas, sendo a aprendizagem tão incrível,

mal dava por isso. Bem, a família dava!

No caso da Central Termoeléctrica do Barreiro, a avaliação teve de ter em consideração as

dificuldades orçamentais existentes, um horizonte de vida útil até 2009 e um muito relevante

impacto na operação da Central, mais do que na manutenção dos sistemas, o que conduziu a

uma renovação em duas fases, levada a cabo entre 1994 e 1996:

1ª fase, consistindo na renovação da instrumentação de medida;

2ª fase, englobando

• Um novo Sistema de Controlo, Comando e Informação do Processo – impacto

técnico-económico;

• A adaptação dos equipamentos com ligação a este – impacto técnico-

económico;

• A formação extensa do pessoal de operação e manutenção – impacto técnico,

económico e cultural.

Concluído o mestrado, o meu envolvimento em projectos de modernização das Centrais

Termoeléctricas em funcionamento intensificou-se, agora num papel simultaneamente técnico

e de liderança não hierárquica de equipas.

Um deles, na Central Termoeléctrica do Barreiro, levado a cabo entre 1994 e 1996, foi referido

imediatamente acima.

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Figura V – o antes, no Barreiro, nos anos 70 …

Figura VI – o durante, na 2ª metade dos anos 90 …

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Figura VII – e o depois, na 2ª metade dos anos 90 …

Entre 1996 e 1997, estive envolvido num projecto na Central Termoeléctrica do Carregado,

constituída por seis grupos com queima a fuel-óleo, onde dois dos grupos passaram a

queima dual, isto é, ficaram capacitados para a queima de Gás Natural, para além do

combustível original.

Nessa oportunidade, para além da introdução de grandes alterações no Grupo Gerador de

Vapor, para permitir a queima dual, foi também realizada a completa modernização dos

Sistemas de Comando, Controlo e Informação do Processo, envolvendo:

• Um novo Sistema de Comando, Controlo e Informação do Processo – impacto

técnico-económico;

• A adaptação dos equipamentos com ligação a este – impacto técnico-

económico;

• A formação extensa do pessoal de operação e manutenção – impacto técnico,

económico e cultural.

Sublinhe-se a novidade desta transformação, uma vez que era a primeira vez que tal era

feito em Portugal e não havia uma grande experiência internacional neste tipo de

alterações. Relativamente ao Sistema de Controlo, exigia-se a flexibilidade suficiente para

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funcionar com dois combustíveis com características diferentes no processo de combustão,

ao mesmo tempo que teve de ser projectado para ter de lidar com incerteza acrescida,

tanto em equipamentos modificados, como com novos equipamentos.

Figura VIII – Carregado na década de 60 a 80

Figura IX – Sines na década de 80

Era assim entre os anos 60 a 80, no Carregado …

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Figura X – Sines no século XXI

Na Central Termoeléctrica de Sines, a modernização em começa em 1997, tendo-se

implementado, em diversas fases, um novo Sistema de Comando, Controlo e Informação do

Processo, nos seus quatro grupos e nos seus auxiliares, com contornos idênticos aos referidos

para o Barreiro e Carregado, mas numa extensão bem maior devido à grandeza da Central.

Com este projecto, que iniciei com responsabilidades específicas mas não completei, fechou

um ciclo na minha vida profissional.

Em paralelo, terminado o meu mestrado e também por causa dele, ou por causa do tema e dos

resultados da minha tese de mestrado, reforçou-se a colaboração entre a EDP e o INEC, que se

vai desenvolver entre 1993 e 1999.

Esta colaboração vai permitir o desenvolvimento de vários projectos de I&D:

• ARGUS;

• TUNERPACK;

• IMPACTO;

• TEMPAC;

• ILOTROL;

• CHAMA.

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No caso do projecto denominado por ARGUS, foi desenvolvido um “sistema de detecção de

avarias” do circuito de alimentação de fuel-óleo às Caldeiras da Central Termoeléctrica do

Barreiro.

Figura XI – ARGUS ligado ao Sistema de Informação do Processo do Barreiro

O projecto denominado TUNERPACK teve como objectivo o desenvolvimento de um “sistema

de apoio à identificação de sistemas dinâmicos e à afinação de controladores”.

O projecto IMPACTO consistiu no desenvolvimento de uma metodologia científica de avaliação

do impacto da renovação de sistemas de controlo em centrais termoeléctricas, com particular

ênfase para a sua vertente económica.

O projecto denominado TEMPAC teve como objectivo o desenvolvimento de um “controlador

preditivo-adaptativo”, aplicado ao controlo da regulação de temperatura do vapor que

alimentava uma turbina a vapor, conforme é ilustrado na Figura XII.

Esse controlador foi implementado num PC industrial e montado em paralelo com a cascata de

controladores PID – “design” desenvolvido na 2ª fase do projecto de renovação da Central

Termoeléctrica do Barreiro, acima referido – de modo a que um qualquer problema de

funcionamento no controlador experimental provocasse uma comutação automática para o

controlador padrão.

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Figura XII – representação esquemática do sobreaquecimento de vapor

Figura XIII – resultados experimentais e comparativos do desempenho dos

controladores padrão e experimental

A Figura XIII ilustra a comparação entre os resultados obtidos com o controlador padrão e com

o controlador experimental. A menor dispersão de valores com o controlador experimental,

assim como uma maior frequência do valor de 540 °C – referência do valor desejado – revela o

desempenho superior deste tipo de controlador.

Finalmente, o projecto ILOTROL teve como objectivo detectar as condições limitativas do

sucesso, de um grupo da Central Termoeléctrica de Setúbal, na passagem abrupta da situação

de máxima carga e ligado à rede eléctrica nacional para uma situação de desligado dessa rede e

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com a carga mínima, suficiente para alimentar somente os seus auxiliares eléctricos. Para tal,

recorreu-se à modelação de um dos grupos da referida Central, com recurso a uma

metodologia conceptualmente idêntica à desenvolvida na minha tese de mestrado, seguida de

simulação, com início nas condições de partida experimentalmente conhecidas.

O projecto CHAMA visou desenvolver métodos de medição automática das características da

chama e a sua correlação com diferentes parâmetros de funcionamento medidos

operacionalmente.

Qualquer destes projectos foi muito bem-sucedido, tanto do ponto de vista da satisfação dos

objectivos que lhe foram definidos como do cumprimento dos prazos acordados. O balanço,

então realizado, reconheceu como condições de sucesso, para além da necessária competência

científica e técnica das equipas de investigação, as seguintes:

• a aproximação entre as linguagens empresarial e universitária;

• a adequada compreensão das necessidades e perspectivas empresarias, pelas equipas

de investigação;

• o diálogo permanente, durante a execução dos projectos, entre as respectivas equipas

de investigação e empresariais, permitindo detectar precocemente caminhos a

abandonar e caminhos a explorar.

Em resumo, entre 1987 e 1997, a minha actividade evolui do apoio individual às Centrais

Termoeléctricas, na resolução de problemas técnicos que vão surgindo, até à liderança de

equipas que desenvolvem projectos, de dimensão crescente. Pelo meio, realizo um mestrado

em Controlo e Robótica e recebo formação em gestão, envolvendo Recursos Humanos,

Contabilidade, Estratégia Empresarial, … Participo, ainda, em diversos projectos de I&D

aplicados a Centrais Termoeléctricas.

Novo ciclo iria ser iniciado.

Contudo, para além do que se poderá depreender do texto anterior, marcado por um pendor

mais descritivo do meu percurso, justificam-se alguns sublinhados sobre o processo de vida que

se vai desenvolvendo nesses tempos.

Com o tempo, fui alicerçando a convicção de que o desempenho das empresas resulta, no

essencial, não tanto das tecnologias utilizadas mas fundamentalmente do desempenho de

quem nelas trabalha e de quem para elas trabalha. Enquanto indivíduos mas,

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fundamentalmente, enquanto grupos de pessoas organizadas para a formação de equipas. E,

pelo menos numa empresa industrial, quanto melhores e mais adequadas forem as

competências técnicas e científicas, tanto melhor será o desempenho da empresa. Contudo,

cada indivíduo, no interior de uma empresa, trabalha inserido numa rede de relações humanas,

formais e, sobretudo, informais, cuja qualidade faz a diferença para um desempenho superior.

Ao longo da nossa vida profissional, somos conduzidos para actividades em que integramos

equipas de formato e constituição mais ou menos variável, provavelmente geograficamente

dispersas, com especificidades e idiossincrasias locais, em muitos casos com interesses

específicos, quer sejam ou não explicitados.

A nossa preparação técnica e científica é importante para facilitar a nossa inserção e

reconhecimento, mas é a qualidade do relacionamento humano que faz com que tal se

mantenha e, preferencialmente, se desenvolva no tempo.

Neste processo de vida, procurei actuar em coerência com o acima explicitado por

incorporação de conhecimento: estruturado, pela frequência de cursos; pelas leituras, no

campo técnico e científico, mas também em latitudes mais alargadas, da sociologia à história;

pela reflexão sobre os processos que fui vivendo, onde está presente uma permanente

tentativa de aplicações dos conhecimentos teóricos à realidade empresarial, e que tantos

ensinamentos me têm trazido.

VII. Assumindo novas responsabilidades

Um novo ciclo inicia-se no final de 1997, quando passo a assumir responsabilidades formais de

chefia e liderança. Em Novembro, sou nomeado responsável do meu departamento, com o

cargo de Subdirector. A actuação técnica começa a enfraquecer, enquanto a componente de

gestão ganha espaço, gestão de pessoas – cerca de 20 –, de oportunidades, de orçamentos

vários, tudo em ambiente pluridisciplinar com substrato técnico.

No novo contexto, as competências técnicas e científicas da equipa são condição necessária,

mas a qualidade da articulação com as equipas das diversas Centrais Termoeléctricas tem uma

importância do maior relevo.

Com esta mudança de contexto de actuação, surge a necessidade de aprofundar os temas de

gestão onde já tinha tido formação específica e alargar conhecimentos para outros. Assim, em

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1998, realizo o Curso de Direcção de Empresas, com foco nos temas do Comportamento

humano na organização; Direcção financeira; Direcção da produção e das operações; Direcção

comercial; Política de empresa; Controlo empresarial.

No início de 2000, experimento nova mudança. Como Director da Central Termoeléctrica de

Setúbal, o objecto desloca-se mais, acentuando-se a gestão de pessoas – cerca de 170 –, de

orçamentos, de contratos e de contratados, ambiental e de segurança de pessoas e bens. A

gestão faz-se minuto a minuto e também com as autarquias e as comunidades locais. A gestão

do risco torna-se um tema muito presente, onde saber ouvir, interpretar e delegar potencia a

qualidade na tomada de decisão.

Permaneço pouco tempo em Setúbal, porque em 2001 regresso a Lisboa como Director

Adjunto da Direcção de Produção Térmica, que tem como missão a coordenação da gestão das

seis Centrais Termoeléctricas então existentes e da qual dependem os Directores respectivos e

os Subdirectores dos Departamentos de Apoio Técnico, Manutenção Centralizada e Gestão da

Produção. Como Director Adjunto, tenho competência delegada relativa às seguintes áreas de

gestão: Plano de Investimentos; Orçamento de Exploração; Sistemas de Gestão Ambiental e de

Segurança & Saúde Ocupacional; Formação de colaboradores. Em síntese, o espaço geográfico

de responsabilidade aumentou assim como o foco em algumas áreas de gestão em detrimento

de outras.

A partir daqui, as mudanças vão suceder-se, alterando o objecto de gestão mas exigindo

sempre o mesmo, isto é, aprendizagem permanente: em liderança; na orientação e formação

de colaboradores; nos novos objectos de gestão; em estratégia empresarial; na conjugação da

pluralidade de objectivos, nem sempre compatíveis.

Em 2003, torno-me Director de Manutenção; em 2005, Director de Investimentos; em 2010,

Director de Engenharia; em 2013, Director de Optimização e Manutenção.

As empresas estão sempre em mudança, acelerando mais em certos períodos do que noutros,

como meio de enfrentar as suas envolventes em alteração cada vez mais acentuada.

No trajecto profissional que vamos percorrendo, uma questão surge-nos naturalmente: qual é

a marca do engenheiro nas organizações onde actua?

A minha resposta: um modelo de pensamento, uma capacidade para actuar. Para o engenheiro,

“conhecimento é capacidade para agir” e cada situação pode ser encarada como “um problema

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de optimização com constrangimentos”, o que em linguagem comum significa: fazer o melhor

possível dentro do nosso espaço de possibilidades, que não é ilimitado.

Na vida profissional de um engenheiro, é típico começar por se exigir conhecimento técnico e

científico, mas, pouco depois, exige-se muito mais do que isso, exige-se perceber o

funcionamento das organizações humanas e liderança.

Em todo o caso, permaneço fiel à afirmação de que “Não há nada mais prático do que uma boa

teoria”, em engenharia ou em gestão. Reconheço que modelar não é a realidade, mas

considero que é o melhor que podemos fazer para nos aproximarmos dela.

Do que falo é da necessidade de fazer um grande esforço para usar o conhecimento mais

actual, ser inovador através da sua aplicação para ir ao encontro das necessidades de cada dia e

reconhecer a utilidade de conceitos e teorias, que são essenciais para resolver problemas

"práticos", o que implica não apenas saber os conhecimentos básicos, mas fazer um esforço

para os utilizar.

Sei que nem tudo é possível, mas também acho que a nossa imaginação não é suficientemente

rica para detectar a realidade que nos espera. O nosso campo de possibilidades não é ilimitado,

mas pode muito bem surgir algo em que não tínhamos pensado. Estejamos preparados com o

melhor da nossa formação conceptual e com o reconhecimento dos seus efeitos práticos à

medida que a vamos aplicando.

VIII. Síntese biográfica

1. Académica

1973-1978: ISEL: Bacharelato em Engenharia Electrotécnica – Ramo de Electrónica e

Telecomunicações

1979-1981: FCL-UL: Frequência e conclusão dos 1º e 2º anos do Curso de Física

1983-1985: IST: Licenciatura em Engenharia Electrotécnica e de Computadores – Ramo

de Telecomunicações

1990-1993: IST: Mestrado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores – Área de

Controlo e Robótica

1998-1998: AESE: PDE – Programa de Direcção de Empresas

2005-2005: INSEAD: EDP Top Management Program

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2. Profissional

1975-1981: Professor do Ensino Técnico Profissional e do C.P.E.S.

1981-1986: Técnico do Departamento de Conservação da Central Termoeléctrica de

Setúbal

1986-1994: Técnico do Departamento de Apoio Técnico às Centrais Termoeléctricas,

Direcção de Produção Térmica

1990-1997: Investigador Convidado do INESC, no Grupo de Controlo de Sistemas

Dinâmicos

1994-1997: Coordenador do Grupo de Análise de Sistemas e Melhoria de Rendimento

da Direcção de Produção Térmica

1997-2000: Subdirector, responsável do Departamento de Tecnologia e Equipamento

da Direcção de Produção Térmica

2000-2001: Director da Central Termoeléctrica de Setúbal

2001-2003: Director Adjunto da Direcção de Produção Térmica

2003-2005: Director da Manutenção da EDP Produção Engenharia e Manutenção

2005- 2010: Director de Projectos de Investimento em Activos Existentes, Cogerações e

Mini-Hídricas da EDP Produção

2006-2011: Membro do Conselho Consultivo do DEEC do IST

2006-… Ordem dos Engenheiros: Coordenador da Comissão Executiva da

Especialização em Manutenção Industrial

2008-2011: ISEIT: Professor Convidado da cadeira de “Gestão da Produção e das

Operações” do 3º ano do Curso de Gestão

2010-2013: Director de Engenharia de Energia da EDP Produção

2013 -… Director de Optimização e Manutenção da EDP Produção

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IX. A seta do tempo…

No meu percurso de vida No País

1957

- Ano de nascimento.

1960

- Portugal adere à EFTA.

1967

- Conclusão do 4º ano escolar; - Opção pelo Ensino Técnico.

1969

- Opção pelo Ensino Industrial.

1973

- Entrada no IIL para o Curso de Electrotecnia e Máquinas.

- Último processo eleitoral do Estado Novo.

1974

- Revolução de 25 de Abril.

1975

- Processo de transformação do IIL em ISEL; - Opção pelo Curso de Engª Electrotécnica, Electrónica e

Telecomunicações; - Professor do Ensino Secundário.

- Primeiras eleições livres; - Nacionalização dos principais grupos económicos.

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1978

- Conclusão do Bacharelato em Engª Electrotécnica.

1979

- Matrícula no Curso de Física da FCL.

1980

- Portugal pede formalmente a adesão à CEE.

1981

- Entrada para a EDP/Central Termoeléctrica de Setúbal.

1983

- Entrada no IST para conclusão da licenciatura em Engª Electrotécnica.

1985

- Conclusão no IST da licenciatura em Engª Electrotécnica.

- Portugal assina com a CEE a sua entrada formal a 1 de Janeiro de 1986.

1986

- Transferência para o Departamento de Apoio Técnico, em Lisboa.

- Portugal torna-se membro da CEE, Acto Único Europeu; - 1ªs eleições, em Portugal, para o Parlamento Europeu.

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1987

- 1ª Maioria absoluta do Governo Cavaco Silva.

1989

- Início do Mestrado em Engª Electrotécnica e Computadores; - Membro do Grupo de Controlo de Sistema Dinâmicos da INESC.

- Início do processo de privatização das principais Empresas Portuguesas.

1990

- Início do projecto de renovação dos sistemas C&I da Central T. da Tapada do Outeiro.

1991

- Início do projecto de implementação do SIVP na Central T. de Setúbal.

1992

- Assinatura do Tratado de Mastricht (início do processo de criação do Euro); - 2ª Maioria absoluta do Governo Cavaco Silva; - 1ª Presidência Portuguesa da EU.

1993

- Conclusão do Mestrado em Engª Electrotécnica e Computadores; - Fim projecto de renovação dos sistemas C&I da Central T. da Tapada do Outeiro; - Fim do projecto de implementação do SIVP na Central T. de Setúbal.

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1994

- Início do projecto de renovação do SICP da Central T. do Barreiro.

1995

- Governo minoritário de António Guterres; - Diogo Freitas do Amaral torna-se Presidente da Assembleia Geral da ONU, por 1 ano.

1996

- Fim do projecto de renovação do SICP da Central Térmica do Barreiro; - Início do projecto de Queima Dual de 2 Grupos da Central T. do Carregado.

1997

- Fim do projecto de Queima Dual de 2 Grupos da Central T. do Carregado; - Subdirector responsável pelo Departamento de Apoio Técnico às CT.

- Assinatura do Tratado de Amesterdão.

1998

- Conclusão do projecto ILOTROL; - Conclusão do projecto TEMPAC; - Formação em “Plano Direcção de Empresas”.

- Decidida a criação do Euro.

1999

- Conclusão do projecto ARGUS. - Fixação da paridade das moedas que participavam no Euro; - 2º Governo minoritário de António Guterres.

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2000

- Director da Central T. de Setúbal. - 2ª Presidência Portuguesa da EU.

2001

- Director Adjunto da Produção Térmica. - Assinatura do Tratado de Nice.

2002

- Notas e moedas do Euro entram em circulação; - Governo de Coligação PSD-CDS.

2003

- Director de Manutenção.

2004

- Curso EDP Top Management no INSEAD. - Santana Lopes torna-se 1º Ministro; - Durão Barroso torna-se Presidente da Comissão Europeia.

2005

- Director de Investimentos em Reequipamento. - Queda do Governo de Santana Lopes; - Maioria absoluta do Governo de José Sócrates.

2006

- Coordenador da CE da EMI da OE.

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2007

- Assinatura do Tratado de Lisboa. - 3ª Presidência Portuguesa da EU.

2008

- Professor convidado de “Gestão da Produção e das Operações”.

2009

- Governo minoritário de José Sócrates.

2010

- Director de Engenharia de Energia.

2011

- Demissão do Governo de José Sócrates; - Portugal fica sujeito ao Programa da Troika; - Governo de Coligação PSD-CDS.

2013

- Director de Optimização e Manutenção.