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Hipertensão: Quem se cuida vive mais

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Para contribuir com a prevenção, controle e acompanhamento da hipertensão, doença que já pode ser identificada como grave problema de saúde pública no Brasil (e no mundo), a Secretaria de Estado de Saúde Pública, através do 4º Centro Regional de Saúde organizou esta cartilha, com conteúdo não-exclusivo, baseada em publicações do Ministério da Saúde e outros órgãos oficias de informações em saúde; contendo ilustrações retiradas dos sites citados nas fontes de consulta.Essa publicação é especialmente direcionada aos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) dos 16 municípios da área de abrangência deste 4ºCRS, contendo informações apresentadas em formato de perguntas e respostas, buscando esclarecer as dúvidas mais freqüentes da população.Agradecemos e dedicamos esse trabalho a todos os trabalhadores da saúde e usuários do Sistema Únicos de Saúde – SUS, atendidos nos municípios de: Augusto Correa, Bonito, Bragança, Cachoeira do Piriá, Capanema, Nova Timboteua, Ourém, Primavera, Peixe-Boi, Quatipuru, Salinópolis, Santarém Novo, Santa Luzia do Pará, São João de Pirabas, Tracuateua e Viseu.

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Permitida a reprodução total ou parcial do conteúdo desta cartilha, desde que citada a fonte.

A hipertensão é o mais importante fator de risco para o desenvolvimento das doenças cardíacas e vasculares no Brasil e no mundo. A população adulta mundial apresenta índices entre 25% e 30% de pessoas com elevação da pressão arterial e estima-se que desses apenas 10% estejam em tratamento adequado e contínuo.

No Brasil, onde há mais de 30 milhões de hipertensos, a primeira causa de morte é o acidente vascular cerebral, seguida do infarto do miocárdio, doenças cuja principal causa é a hipertensão não controlada.

Diante desse quadro tão crítico, a Lei Federal nº 10.439 (de 30/04/2002) instituiu o dia 26 de abril como “Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial”, autorizando, na semana que antecede ao dia fixado, os serviços de saúde a desenvolverem, em todo território nacional, campanhas educativas e informativas com o objetivo de conscientizar a população sobre o diagnóstico preventivo e o tratamento da doença.

Para contribuir com a prevenção, controle e acompanhamento da hipertensão, doença que já pode ser identificada como grave problema de saúde pública no Brasil (e no mundo), a Secretaria de Estado de Saúde Pública, através do 4º Centro Regional de Saúde organizou esta cartilha, com conteúdo não-exclusivo, baseada em publicações do Ministério da Saúde e outros órgãos oficias de informações em saúde; contendo ilustrações retiradas dos sites citados nas fontes de consulta.

Essa publicação é especialmente direcionada aos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) dos 16 municípios da área de abrangência deste 4ºCRS, contendo informações apresentadas em formato de perguntas e respostas, buscando esclarecer as dúvidas mais freqüentes da população.

Esperamos que este material ajude na divulgação do conhecimento para a melhoria da qualidade de vida de todos. Leia atentamente esta cartilha, compartilhe com amigos e familiares o seu conteúdo e, quando achar que não precisa mais dela, não jogue fora, nem a guarde na gaveta, repasse para outras pessoas. Afinal, a informação é a melhor amiga da nossa saúde.

Agradecemos e dedicamos esse trabalho a todos os trabalhadores da saúde e usuários do Sistema Únicos de Saúde – SUS, atendidos nos municípios de: Augusto Correa, Bonito, Bragança, Cachoeira do Piriá, Capanema, Nova Timboteua, Ourém, Primavera, Peixe-Boi, Quatipuru, Salinópolis, Santarém Novo, Santa Luzia do Pará, São João de Pirabas, Tracuateua e Viseu.

4ºCRS/Divisão Técnica/Coordenação Regional Hiperdia

Hipertensão: Saiba mais, viva melhor!

O que é pressão arterial?

É a força exercida pelo sangue sobre as paredes dos vasos sanguíneos. Esta força é produzida pelo coração ao bombear o sangue para todas as partes do corpo, a fim de fornecer oxigênio e nutrientes para o funcionamento do organismo.

O que significam pressão máxima e pressão mínima?

Quando medimos a pressão chegamos sempre a dois valores. O primeiro valor é a pressão máxima (ou sistólica), que é assim chamada por ser a força medida quando o coração se contrai pra expulsar o sangue. O segundo valor é a pressão mínima (ou diastólica), que é a força medida quando o coração relaxa, fase necessária para que ele se encha de sangue para em seguida se contrair novamente. É importante lembrar que o coração de um humano adulto bate (contrai) cerca de 100 mil vezes em um único dia. Se a pressão estiver aumentada, o seu trabalho será maior. A Organização Mundial da Saúde considera 12 por 8 como o valor médio para pressão arterial normal.

O que significam os números 12 e 8? Essa é uma forma simples de dizer que a pressão máxima está em 120 e a mínima em 80 milímetros de mercúrio (mmHg). Essa medida é realizada pelo aparelho de medir a pressão arterial, que é chamado de tensiômetro ou esfigmomanômetro, que pode ser manual ou automático. Para ficar mais fácil, eliminam-se os zeros e, em vez de dizer 120 por 80, diz-se apenas 12 por 8.

Quando a pressão está em 12 por 8 ou menos, tudo funciona bem. Mas, quando a pressão está continuamente aumentada, alguns órgãos importantes, como o coração, o cérebro, os rins, os olhos e as próprias artérias, entre outros, sofrem maior desgaste e podem surgir doenças.

E existe risco em ter a pressão menor que 12 por 8?

Muitas pessoas têm a pressão abaixo de 12 por 8, continuamente. Hoje se sabe que esses níveis de pressão arterial são bons para a saúde do coração, do cérebro e dos rins. Assim, não há a necessidade de tratamento da pressão baixa. Algumas pessoas que têm normalmente a pressão mais baixa podem apresentar tonturas em situações em que a pressão “cai” mais ainda – como em casos de estresse emocional, calor excessivo, desidratação ou uso de medicamentos. Nesses casos, o melhor a fazer é tomar líquidos. A hidratação é o melhor tratamento para a queda da pressão arterial. A recomendação popular de ingerir sal não traz benefícios para a elevação de pressão imediatamente.

E quando a pressão está mais alta que 12 por 8?

Quando, por algum motivo os vasos sanguíneos tornam-se mais estreitos, o sangue tem que fazer mais força para passar. Se esta força (pressão) for maior que a considerada normal, temos uma hipertensão arterial. Valores entre 12 por 8 e 14 por 9 são chamados de pré-hipertensão ou pressão limítrofe, já requerendo cuidados como controle do peso e do estresse, redução do sal na alimentação, abandono do sedentarismo e, em muitos casos, uso de medicamentos. Quando a pressão está acima de 14 por 9, os médicos diagnosticam a hipertensão arterial.

Quais os sintomas da hipertensão arterial?

A maioria dos hipertensos não apresenta qualquer sintoma ou sinal referente à hipertensão. Ou seja, na maioria das vezes a hipertensão é assintomática. Sintomas como dor de cabeça, dor na nuca, enjoos, tonturas e falta de ar podem estar associados à hipertensão,

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mas não são específicos da doença. Muitas vezes, os sintomas surgem quando a hipertensão já causou danos ao coração, ao cérebro, aos rins, aos olhos ou outros órgãos. Por isso, é importante tratar a hipertensão, mesmo sem sintomas.

O diagnóstico da hipertensão é relativamente simples: basta medir a pressão no consultório médico ou realizar automedidas com equipamentos automáticos calibrados.

A hipertensão pode ser considerada como um problema de saúde pública no Brasil?

A hipertensão é o mais importante fator de risco para o desenvolvimento das doenças cardíacas e vasculares no Brasil e no mundo. Cerca de 25% a 30% dos adultos do planeta apresentam elevação da pressão arterial e estima-se que menos de 10% dessas pessoas em risco esteja em tratamento correto e contínuo. No Brasil, onde há mais de 30 milhões de hipertensos, a primeira causa de morte é o acidente vascular cerebral, seguida do infarto do miocárdio, doenças cuja principal causa é a hipertensão não controlada. Embora outros fatores de risco – como tabagismo, colesterol elevado, diabetes, obesidade, estresse e sedentarismo – sejam também importantes causas das doenças cardiovasculares, a hipertensão destaca-se entre todos.

A hipertensão tem cura?

Cerca de 10% das causas de hipertensão podem ser eliminadas. São as chamadas hipertensões secundárias a distúrbios hormonais, renais, circulatórios ou associadas ao uso de medicamentos. Algumas dessas causas podem ser removidas e a hipertensão é curada. A obesidade também tem sido encarada como uma causa de hipertensão secundária. Muitos hipertensos que conseguem perder peso – com tratamentos dietéticos, clínicos ou cirúrgicos – têm sua hipertensão controlada e muitas vezes eliminada. Mas a grande maioria, 90% dos hipertensos, necessita de uso contínuo de medicamentos, é a hipertensão crônica, que não tem cura, mas tem tratamento e pode ser controlada.

Além da medicação, o que pode ser feito para melhorar a saúde do hipertenso?

As adequações do estilo de vida são tão importantes quanto o uso de medicamentos. Embora seja difícil modificar hábitos de vida, seguir às recomendações de reduzir o consumo diário de sal na alimentação, abandonar o sedentarismo, realizar atividades físicas regulares, alcançar (e manter) o peso ideal e a adoção de uma alimentação equilibrada contribuem imensamente para a melhoria da qualidade da saúde do hipertenso. Uma alimentação baseada em maior consumo de vegetais e rica em potássio, magnésio e cálcio, podem reduzir significativamente a pressão e atenuar ou eliminar a necessidade de medicamentos.

Quais os efeitos colaterais do tratamento da hipertensão?

Os efeitos colaterais causados por alguns medicamentos podem ser controlados com ajustes terapêuticos e ocorrem principalmente com as medicações mais antigas. Novos medicamentos anti-hipertensivos têm percentual muito pequeno de efeitos adversos. Mesmo assim, o medo da ocorrência de efeitos colaterais – como a ideia de que possam levar à disfunção sexual no homem e o receio de ganho de peso nas mulheres – tem impedido a plena adesão ao tratamento, expondo milhares de pessoas ao risco da doença.

É seguro praticar exercícios físicos quando se tem hipertensão? Quais os riscos e como evitá-los?

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O exercício físico faz parte do tratamento da hipertensão. Os melhores exercícios são os aeróbios, como caminhadas, corridas, ciclismo ou natação. Mas exercícios resistidos, como a musculação e Pilates, também podem trazer benefícios aos hipertensos. O importante, no caso dos hipertensos e cardiopatas, é ter uma orientação médica individual especializada, baseada em exames específicos e na avaliação clínica.

A escolha das modalidades esportivas, do ritmo e da intensidade de treinamento devem ser orientados individualmente. Também, atividades leves como jardinagem, dança ou simplesmente o passear pelo cidade podem trazer benefícios, principalmente aos idosos e sedentários. O importante é acumular pelo menos 30 minutos de exercícios ao dia.

A pessoa hipertensa tem maiores riscos quando se submete a uma cirurgia?

A hipertensão controlada não aumenta o risco de um procedimento cirúrgico. Contudo, muitos hipertensos apresentam disfunções cardíacas, renais, cerebrais e circulatórias, causadas por um passado de hipertensão sem adequado controle, que podem aumentar o risco de uma cirurgia ou em qualquer situação de estresse.

Como a alimentação influencia na hipertensão?

A obesidade representa o maior fator externo para o desenvolvimento da hipertensão. Muitas vezes herdamos um componente interno, genético, para o desenvolvimento da hipertensão. Com o aumento do peso, o envelhecimento ou a ocorrência de uma situação de estresse, a hipertensão se manifesta.

O sobrepeso e a obesidade podem acelerar em até 10 anos o aparecimento da hipertensão. Está comprovado que o consumo exagerado de sal, de gorduras saturadas e o baixo consumo de frutas e vegetais podem também colaborar para o surgimento da hipertensão.

Por que o sal eleva a pressão arterial?

O sal, pelo mecanismo conhecido como osmose, aumenta a retenção de água pelo organismo, o que faz aumentar a pressão nas paredes das artérias. Além disso, o sódio contido no sal promove edema das paredes das artérias, reduzindo a luz delas, além de promover a contração dessas ao inibir uma substância dilatadora (o óxido nítrico). Esses mecanismos fazem elevar a pressão arterial. Quem tem pressão alta deve reduzir o consumo de sal na alimentação, evitando o uso do saleiro na mesa, o consumo de produtos industrializados e de produtos sabidamente ricos em sódio.

O tabagismo influencia na hipertensão?

Após fumar um cigarro, ocorre uma contração aguda e temporária das artérias com consequente elevação da pressão. De uma maneira geral, o fumo não está entre as principais causa de hipertensão, mas grandes tabagistas, que fumam de forma constante, podem apresentar elevações sustentadas da pressão. A consequência mais danosa do fumo ocorre a longo prazo, pois pode haver uma aceleração da aterosclerose – a degeneração e o envelhecimento da circulação. Artérias degeneradas e mais rígidas apresentam pressão mais elevada e mais chances de desenvolvimento de infartos e derrames.

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Como o estresse influencia na hipertensão?

O sistema nervoso foi um dos primeiros mecanismos associados à elevação da pressão. Uma hiperativação desse complexo sistema, seja pelo estresse psicossocial, seja por fatores genéticos individuais, está entre as causas do aparecimento e da manutenção da hipertensão. Estudos que envolveram práticas de relaxamento e até uma técnica especial de respiração lenta programada têm demonstrado significativas reduções na pressão em hipertensos e têm sido usadas como alternativas para auxiliar o tratamento.

Como a genética influencia na hipertensão?

Quem tem o pai ou a mãe com hipertensão tem 30% de chances de se tornar também hipertenso. Se a herança é bilateral, o risco de se ter hipertensão sobe para até 50%. Herdamos, junto com nosso código genético, milhões de possibilidades de surgimento de doenças. No caso da hipertensão, quem é filho de hipertensos deve fazer avaliações médicas periódicas, controlar o peso, o estresse, restringir o consumo de sódio e manter uma alimentação balanceada, rica em vegetais, frutas e legumes, pois tem mais possibilidade de se tornar também hipertenso.

Os hipertensos podem fazer a verificação da pressão arterial em casa?

Atualmente, os médicos estimulam os hipertensos a realizar a verificação da pressão arterial em casa. A medida da pressão domiciliar é um dado importante para o ajuste dos medicamentos, uma vez que existe um grande percentual de indivíduos que apresenta uma elevação da pressão no consultório médico, fato que não ocorre nas automedidas. Os médicos, contudo, devem orientar seus pacientes quanto à técnica de aferição e à escolha de equipamentos automáticos confiáveis quanto à precisão das medidas.

Na tabela abaixo os valores medidos indicam a pressão arterial

O que pode acontecer se a hipertensão arterial não for controlada?

A hipertensão provoca um desgaste mais acelerado das artérias e nos principais órgãos irrigados por elas: coração, cérebro, rins, olhos. Assim, a hipertensão não controlada funciona como um acelerador do envelhecimento das artérias e de todo o corpo humano. Dados da Organização Mundial da Saúde apontam que um hipertenso, mesmo com discretas elevações da pressão, se não tratado, pode ter a expectativa de vida reduzida em até 16,5 anos. Além disso, o hipertenso não controlado tem maior chance de sofrer infartos do coração, derrames cerebrais, insuficiência cardíaca, insuficiência renal,

Indicador

Pressão normal Pressão limítrofe Procure um

médico

Pre

ssão

Máxim

a

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129 130 139 140 ou +

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O medicamento deve ser tomado mesmo não tendo os sintomas?

A hipertensão é, na maioria das vezes, assintomática. Sintomas como dor de cabeça, tonturas, edema das pernas, palpitações e sangramentos nasais podem ser sugestivos de hipertensão, mas não são específicos da doença. Com ou sem sinais e sintomas, a hipertensão é danosa ao organismo. É a maior causa de derrames, infartos, insuficiência dos rins, aneurismas, além de estar associada a várias outras doenças. Por isso, a hipertensão deve ser tratada continuamente, mesmo que não haja sintomas.

O que fazer quando não se pode comprar o medicamento?

O SUS garante as consultas e o tratamento de quem já foi diagnosticado como hipertenso. O paciente encontra os medicamentos necessários nas Farmácias das Unidades Básicas de Saúde, nas unidades próprias da Farmácia Popular ou nas drogarias conveniadas no Programa “Aqui tem farmácia Popular”. Assim o acesso aos medicamentos está garantido.

Como prevenir ou controlar a hipertensão arterial?

Além do acompanhamento regular da saúde, tanto a prevenção como o controle da hipertensão dependem de hábitos saudáveis de vida, que devemos adotar no dia a dia:

Diminua o consumo de sal Não fume Controle seu peso

Pratique exercícios físicos Tenha uma alimentação regularmente saudável e balanceada

Fuja do estresse, Procure uma Unidade de Saúde, pratique atividades compareça às consultas agendadas. que lhe dão prazer Controle a pressão regularmente

e não abandone o tratamento

LEMBRE SEMPRE:

Controlando a pressão arterial se vive mais e melhor!

O sucesso do tratamento depende principalmente do paciente.

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