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Guia de Flora da ZPE-Pico da Vara/Ribeira do Guilherme

Guia de Flora da ZPE

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Guia de Flora da ZPE

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Page 1: Guia de Flora da ZPE

Guia de Flora da ZPE-Pico da Vara/Ribeira

do Guilherme

Page 2: Guia de Flora da ZPE

FICHA TÉCNICA

Título:

Textos:

Fotografias:

Edição:

Guia de Flora da ZPE Pico da Vara/Ribeira do Guilherme

Centro Ambiental do Priolo

Azucena de la Cruz (AC); Ana Gonçalves (AG); Ana Mendonça (AM); Joaquim Teodósio (JT)

SPEA - Sociedade Portuguesa para o Estudo das AvesAvenida João Crisóstomo, 18 – 4.º Dto. | 100-179 Lisboa – Portugal

Page 3: Guia de Flora da ZPE

IntroduçãoDevido à sua localização geográfica e isolamento, as ilhas constituem locais com grande potencial para desenvolver e albergar espécies de fauna e flora únicas. As ilhas dos Açores não são excepção, e aqui podem ser encontradas espécies inexistentes noutros locais do mundo. A Zona de Protecção Especial (ZPE) Pico da Vara/Ribeira do Guilherme,foi delimitada com o intuito de proteger o Priolo, ave endémica do leste de São Miguel, e uma grande diversidade de plantas exclusivas dos Açores. Cerca de metade das espécies encontradas na ZPE são endémicas dos Açores e representativas da Floresta Laurissilva de altitude. como a Uva-da-serra, a Ginja-do-mato, o Louro dos Açores, o Azevinho dos Açores, o Pau-branco,o Sanguinho, a Urze, e o Cedro-do-mato, entre outras.

Esta biodiversidade de espécies está a ser ameaçada pela rápida expansão de plantas exóticas invasoras. Estas espécies, trazidas para a ilha por diversos motivos (em especial como espécies ornamentais), têm levado à degradação dos habitats naturais existentes na ZPE.

Este Guia pretende dar a conhecer as plantas endémicas e nativas existentes nesta ZPE, bem como as espécies exóticas e invasoras que ameaçam a existência das restantes.

Page 4: Guia de Flora da ZPE

Persicalis malviflora Figueira brava

Estatuto: Endémica dos Açores

Distribuição: Em todas as ilhas dos Açores

Endémicas

Sta. MariaS. MiguelTerceiraGraciosaS. JorgePicoFaialCorvoFlores

Ocorrência

© JT

Descrição: Herbácea perene com caules até 120 cm de comprimento; folhas arredondadas 10x15 cm, com lóbulos, página inferior felpuda; as flores são habitualmente cor-de-rosa ou branca.

Ecologia: Apresenta habitualmente populações com menos de 6 indivíduos e raramente jovens. Não parece ter preferência altitudinal, já foi observada entre os 10 e os 900 m. Prefere os habitats ensombrados e húmidos, de fendas em escarpas, ribeiras e crateras, mas surge também em arribas e locais mais seco.

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Azorina vidalii Vidália

Endémicas

Sta. MariaS. MiguelTerceiraGraciosaS. JorgePicoFaialCorvoFlores

Ocorrência

Descrição: Pequeno arbusto com rosetas terminais de folhas glabras, verde escuras ou verde-acastanhadas; flores brancas a cor-de-rosa.

Ecologia: Cresce associada a outras espécies tolerantes à brisa marítima, principalmente nas fendas das falésias costeiras mas também em vertentes abruptas com depósito arenosos, sempre em habitats fortemente expostos. Surge também em habitats de substituição como telhado e muralhas. É o único género endémico dos Açores e uma das mais bonitas espécies. Foi nalgumas ilhas plantada como ornamentalEstatuto: Endémica dos Açores

Distribuição: Em todas as ilhas dos Açores

© AC

Page 6: Guia de Flora da ZPE

Ilex azorica Azevinho

Estatuto: Endémica dos Açores

Distribuição: Em todas as ilhas dos Açores

Endémicas

Sta. MariaS. MiguelTerceiraGraciosaS. JorgePicoFaialCorvoFlores

Ocorrência

© SPEA

Descrição: Árvore de folhas perenes pequenas, verde a verde-escuro, brilhantes, elípticas-oblongas de margem inteira ou com apenas alguns dentes.

Ecologia: Prefere crescer acima dos 500 m, raramente presente abaixo dos 300 m. Aparece em habitats muito protegidos ou muito expostos, como: ribeiras, crateras, correntes de lava ou com indivíduos isolados em pastagens semi-naturais. Habitualmente surgem dispersos nas típicas florestas de laurissilva, juntamente com outras espécies arbóreas. Os troncos estão cobertos frequentemente de musgos e de outras espécies e as folhas velhas de hepáticas epifilas.

© JT

Page 7: Guia de Flora da ZPE

Leontodon rigens e Leontodon filii Patalugo

Estatuto: Endémicas dos Açores

Distribuição: L. filii - em todas as ilhas dos Açores, excepto Santa Maria, Graciosa e Corvo / L. rigens - Em todas as ilhas dos Açores, excepto Santa Maria, Graciosa

Endémicas

Sta. MariaS. MiguelTerceiraGraciosaS. JorgePicoFaialCorvoFlores

Ocorrência

Flor

Descrição: Plantas perenes atingindo 50 cm; folhas elípticas até 5x20 cm, dentadas e com pêlos; habitualmente 1-5 flores amarelas por caule no caso do L. filii e mais de 20 no caso do L. rigens, uma das poucas características que permitem distinguir ambas as espécies.

Ecologia: Geralmente acima dos 600 m mas pode nas Flores aparecer frequentemente abaixo dessa altitude. Cresce preferencialmente em prados húmidos abertos e em depósitos de inertes vulcânicos sujeitos a extracção. Não é muito difícil de serem observadas populações com uma dimensão razoável espécies e as folhas velhas de hepáticas epífilas.

© JT

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Prunus azorica Ginja, Gingeira-do-mato

Estatuto: Endémica dos Açores

Distribuição: Nas ilhas de São Miguel, Terceira, São Jorge, Pico e Faial.

Endémicas

Sta. MariaS. MiguelTerceiraGraciosaS. JorgePicoFaialCorvoFlores

Ocorrência

Descrição: Árvore de folhas ovado-elípticas de margem ondulada, verde-escuro e glabras; 20 a 30 flores em cachos.

Ecologia: É uma das 10 mais raras espécies endémicas dos Açores. Aparece sempre acima dos 500 m, de preferência em ribeiras estreitas e profundas e mais raramente dispersas em povoamentos densos de floresta nativa de encostas.Planta em tempos considerada extinta, mas da qual actualmente se encontraram cerca de 400 indivíduos.

© AG

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Vaccinium cylindraceum Uva-da-serra

Estatuto: Endémica dos Açores

Distribuição: Em todas as ilhas dos Açores, excepto Graciosa.

Endémicas

Sta. MariaS. MiguelTerceiraGraciosaS. JorgePicoFaialCorvoFlores

Ocorrência

Flor

Descrição: Arbusto de folhas caducas com 2-5 cm de comprimento; flores em cachos de 10-20, cor-de-rosa ou brancas.

Ecologia: Geralmente acima dos 400 m, podendo surgir até aos 1800 m. É um membro frequente da laurissilva. Pode ser encontrado também disperso em prados e em taludes de depósitos arenosos e de escórias. Embora existam pequenos nichos de comunidades onde esta espécie é dominante, são muito raras. O seu fruto é um mirtilo negro-azulado comestível que pode ser também usado para fazer compotas. Pode ser usada como ornamental, já que é uma das plantas endémicas mais bonitas dos Açores.

© JT

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Viburnum trileasei Folhado

Endémicas

Sta. MariaS. MiguelTerceiraGraciosaS. JorgePicoFaialCorvoFlores

Estatuto: Endémica dos Açores

Distribuição: Em todas as ilhas dos Açores, excepto Graciosa.

Ocorrência

Fruto

Descrição: Arbusto ou pequena árvore de folhas glabras, ovais e quase obtusas; flores brancas e cor-de-rosa, em corimbos grandes, onde se formam densos cachos de frutos (drupas) de cor azul-metálicos.

Ecologia: Apresenta uma distribuição comum em matos naturais de média altitude, entre os 400 e os 1000 m, habitualmente com povoamentos de i n d i v í d u o s b a s t a n t e d i s p e r s o s . S u r g e frequentemente na densa vegetação de Louro e Cedro e por vezes em povoamentos secundários de Incenso e Faia da terra.

© AG

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Juniperus brevifolia Cedro-do-mato

Estatuto: Endémica dos Açores

Distribuição: Em todas as ilhas dos Açores, excepto Graciosa.

Endémicas

Sta. MariaS. MiguelTerceiraGraciosaS. JorgePicoFaialCorvoFlores

Ocorrência

Descrição: Árvore baixa de copa alargada e geralmente de tronco retorcido; as folhas, tipo agulha, encontram-se em grupos compactos, com 2 bandas brancas em cima.

Ecologia: É a única conífera dos Açores que não foi introduzida. Surge geralmente acima dos 500 m, podendo no entanto ir dos 200 aos 1500 m. É o elemento caracterizador da comunidades de f l o res ta -de -nuvens na t i va dos Aço res , caracterizadas também pela presença de um grande número de plantas vasculares e briófitos raros. Com uma madeira muito apreciada, foi sucessivamente sendo cortado, sendo hoje raro populações com indivíduos altos.

© JT

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Erica azorica Urze

Estatuto: Endémica dos Açores

Distribuição: Em todas as ilhas dos Açores.

Endémicas

Sta. MariaS. MiguelTerceiraGraciosaS. JorgePicoFaialCorvoFlores

Ocorrência

Descrição: Árvore ou arbusto que pode atingir 5 m de altura; folhas estreitas até 10 mm de comprimento; flores em grupos terminais apertados geralmente interrompidos.

Ecologia: Presente dos 10 aos 2000 m. Muito resistente à secura e a ventos fortes, embora não ao pastoreio; é uma das primeiras espécies a recolonizar habitats após actividade humana. Muito usada para madeira e combustível;é difícil encontrar povoamentos maduros com indivíduos antigos. Excepcionalmente é possível encontrar troncos de diâmetro superior a 20 cm, em floresta de Louro e Cedro onde os velhos troncos possuem comunidades endémicas de musgos epífitos.

© JT

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Frangula azorica Sanguinho

Estatuto: Endémica dos Açores

Distribuição: Em todas as ilhas dos Açores, excepto Graciosa.

Endémicas

Sta. MariaS. MiguelTerceiraGraciosaS. JorgePicoFaialCorvoFlores

Ocorrência

Descrição: Árvore pequena; folhas caducas de 5x15 cm com a página inferior ligeiramente côncava e nervuras laterais nítidas; flores castanho-avermelhadas solitárias; frutos são drupas vermelhas globosas.

Ecologia: Cresce dos 100 aos 1000 m, embora geralmente ocorra acima dos 500 m. É uma espécie que surge na floresta nativa da zona-de-núvens e na laurissilva, aparecendo habitualmente os indivíduos dispersos. Nalgumas clareiras surgem povoamentos densos de indivíduos jovens demonstrando a boa capacidade de propagação da espécie.

© AC

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Arceuthobium azoricum Espigos-de-cedro

Estatuto: Endémica dos Açores

Distribuição: Nas ilhas Terceira, São Jorge, Pico e Faial.

Endémicas

Sta. MariaS. MiguelTerceiraGraciosaS. JorgePicoFaialCorvoFlores

Ocorrência

Descrição: Planta semi-parasita, verde-amarelada, com caules que atingem os 15 cm; folhas escamiformes, opostas tr iangularmente e densamente dispostas à volta dos ramos;

Ecologia: Raramente é observado abaixo dos 600 m. Cresce apenas sobre populações de cedro-do-mato (Juniperus brevifolia) e muito raramente sobre a urze (Erica azorica), e apenas alguns dos indivíduos são colonizados, de uma forma dispersa. Ocorre aparentemente apenas em ilhas do grupo central, onde os maiores e mais desenvolvidos povoamentos da floresta nativa dos Açores ainda existem

© JT

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Picconia azorica Pau-branco

Estatuto: Endémica dos Açores

Distribuição: Em todas as ilhas dos Açores, excepto Graciosa

Endémicas

Sta. MariaS. MiguelTerceiraGraciosaS. JorgePicoFaialCorvoFlores

Ocorrência

Descrição: Árvore de casca lisa e esbranquiçada; folhas perenes e glabras, com cerca de 6 cm de comprimento, lanceoladas ou obovadas, características por terem a nervura central proeminente e as laterais pouco salientes; flores brancas, pequenas, em cachos axilares.

Ecologia: Surge habitualmente entre os 50 e 600 m, dispersa nas florestas costeiras de Myrica, Pittosporum e Erica, sendo a única árvore endémica dos Açores que se encontra confinada à vegetação abaixo da laurissilva. Povoamentos puros ou velhos são raros. Fornece uma boa madeira para marcenaria, o que está certamente na origem do seu desaparecimento e eminência de extinção em algumas das ilhas.

© AG

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Hedera azorica Hera

Estatuto: Endémica dos Açores

Distribuição: Em todas as ilhas dos Açores

Endémicas

Sta. MariaS. MiguelTerceiraGraciosaS. JorgePicoFaialCorvoFlores

Ocorrência

Descrição: Planta trepadora ou estolhosa, de caules lenhificados, assemelhando-se por vezes a um arbusto; folhas perenes verde-escuras, geralmente mais largas do que compridas; flores verde-amareladas e frutos pretos. Ecologia

Ecologia: Prefere crescer entre os 400-900 m mas é conhecida entre os 100 e 1100 m de altitude. Surge nas densas florestas de laurissilva, onde apresenta hepáticas epífilas na página superior das folhas, mas também em matos de incenso a altitudes mais baixas. Aparece em habitats fortemente protegidos ou bastante expostos como por exemplo lavas recentes e zonas de extracção de inertes.

© JT

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Laurus azorica Louro da terra ou Loureiro

Estatuto: Endémica dos Açores

Distribuição: Em todas as ilhas dos Açores

Endémicas

Sta. MariaS. MiguelTerceiraGraciosaS. JorgePicoFaialCorvoFlores

Ocorrência

Descrição: Árvore perene, habitualmente com ramos vigorosos; ramos e folhas jovens tomentosas pelo menos na nervura central.

Ecologia: Geralmente acima dos 500 m mas ocasionalmente descendo até os 175 m. É um importante membro da floresta nativa de altitude, embora nem sempre seja a espécie arbórea dominante. Pode aparecer em correntes de lava planas e secas, mas prefere claramente habitats húmidos e protegidos de crateras e ribeiras, ou mesmo densas florestas onde forma abrigo a outras plantas características da floresta nativa dos Açores, tanto vasculares como briófitos. Nos habitats muito protegidos as folhas do louro são colonizadas por pequenas hepáticas epifilas.

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Calluna vulgaris

Estatuto: Nativa da Macaronésia

Distribuição: Em todas as ilhas dos Açores

Nativas

Sta. MariaS. MiguelTerceiraGraciosaS. JorgePicoFaialCorvoFlores

Ocorrência

Descrição: Arbusto pequeno perene, muito ramificado, com folhas pequenas, mais ou menos triangulares e opostas; flores em rácimos terminais, com pétalas rosa formando uma corola campanulada.

Ecologia: Comum em inclinações secas e escoadas lávicas jovens, até 2300 m. Com floração no Verão e Outono, entre Junho e Outubro. Crescem em locais solarengos, agrupadas, em populações densas, compactas e desalinhadas. Preferem solos bem drenados, ligeiramente ácidos e ricos em matéria orgânica.

© JT

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Myrsine africana - Tamujo

Descrição: Arbusto dióico, perene muito ramificado com folhas alternadas, simples,

dentadas até 10 x 8 mm; flores em grupos de 3-9, com pétalas formando corola de 4 a 5 lobos, até 1,5 mm de diâmetro; fruto roxo e carnudo com 1 semente.

Ecologia: Abundante em sebes e encostas íngremes e em florestas de cedro, entre 300 a 900 metros.

Fonte: Schäfer, 2005

Estatuto: Nativa da Macaronésia

Distribuição: Em todas as ilhas dos Açores

Myrsine retusa Tamujo

Estatuto: Nativa da Macaronésia

Distribuição: Em todas as ilhas dos Açores

Sta. MariaS. MiguelTerceiraGraciosaS. JorgePicoFaialCorvoFlores

Nativas

Ocorrência

Fruto

Descrição: Arbusto dióico, perene muito ramificado com folhas alternadas, simples, dentadas até 10 x 8 mm; flores em grupos de 3-9, com pétalas formando corola de 4 a 5 lobos, até 1,5 mm de diâmetro; fruto roxo e carnudo com 1 semente.

Ecologia: Abundante em encostas íngremes e em florestas de cedro, entre 300 a 900 metros. A sua floração ocorre na Primavera. Pode ser usado como sebe, já que é facilmente podado e moldado. Propaga-se vegetativamente e por semente.

© JT

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Myrica Faya Faia-da-terra

Estatuto: Nativa da Macaronésia

Distribuição: Em todas as ilhas dos Açores

Sta. MariaS. MiguelTerceiraGraciosaS. JorgePicoFaialCorvoFlores

Nativas

Ocorrência

Descrição: Árvore ou arbusto dióico, perene, até 10 m.; folhas verde claro, mais ou menos agudas, até 10 x 3 cm, com algumas glândulas e margens dentadas; flores verde-amareladas, com 4 estames cada.

Ecologia: No passado, árvore dominante de florestas de baixa altitude. Actualmente substituída por Incenso em áreas extensas, mas ainda comum abaixo dos 600 m. É uma espécie nativa da Macaronésia onde é parte importante nas formações de Floresta Laurissilva, já que é uma espécie pioneira. O seu período de floração é entre Março e Abril, podendo prolongar-se até Maio Junho

© AG

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Culcita macrocarpa Feto-do-cabelinho

Estatuto: Nativa da Macaronésia

Distribuição: Em todas as ilhas dos Açores, excepto Graciosa.

Sta. MariaS. MiguelTerceiraGraciosaS. JorgePicoFaialCorvoFlores

Nativas

Ocorrência

Descrição: Rizoma densamente coberto por escalas castanho-avermelhadas; folhas em tufo; sori marginal, com 2-4 mm; esporos tetraédricos.

Ecologia: Disperso em pastagens naturais, ravinas, plantações de Cryptomeria antigas e floresta de cedro e louro, acima dos 300 m. Os seus esporos são muito ricos em lípidos, proteínas e calorias, daí que alguns animais se possam alimentar deles. Pode ser encontrado sobre rochas, geralmente em locais sombrios.É considerada uma relíquia florística, já que era bastante frequente nos períodos mais quentes e húmidos do Holoceno, e actualmente possui uma distribuição muito localizada e pontual, apenas nos Açores, no Ocidente de Espanha e no Noroeste de Portugal Continental

© AM

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Woodwardia radicans Feto-do-botão

Estatuto: Nativa da Macaronésia

Distribuição: Em todas as ilhas dos Açores, excepto Graciosa.

Sta. MariaS. MiguelTerceiraGraciosaS. JorgePicoFaialCorvoFlores

Nativas

Ocorrência

Descrição: Feto muito grande, até 2.50 m de comprimento, frequentemente com as frondes pendentes em taludes inclinados; soros oblongos distribuídos em duas filas ao longo de ambos os lados da nervura das pínulas.

Ecologia: Cresce geralmente acima dos 400 m mas acidentalmente pode descer ao 100 m. Em habitats húmidos, com escorrência permanente de água. Habitualmente na vertentes protegidas de ribeiras e crateras. Pode também aparecer em vertentes húmidas fortemente expostas, mas nessas condições de habitat os indivíduos surgem com menores dimensões.

© JT

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Osmunda regalis Feto-real

Estatuto: Nativa da Macaronésia

Distribuição: Em todas as ilhas dos Açores, excepto Graciosa.

Sta. MariaS. MiguelTerceiraGraciosaS. JorgePicoFaialCorvoFlores

Nativas

Ocorrência

Descrição: Feto entre 5-10 cm, com caule curto; folhas erectas, em tufos densos com esporos verdes e globosos.

Ecologia: Comum em encostas íngremes, em ravinas e florestas de cedro e por vezes em arribas costeiras entre 500-1000 m . Prefere zonas húmidas e ensombreadas. É um feto com distribuição na Macaronésia, embora a sua existência, em certas áreas, seja ameaçada pela drenagem de terrenos para a agricultura.

© JT

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Cryptomeria japónica Criptoméria

Estatuto: Nativa do Japão e China

Distribuição: Em todas as ilhas dos Açores.

Exóticas

Sta. MariaS. MiguelTerceiraGraciosaS. JorgePicoFaialCorvoFlores

Ocorrência

Descrição: Árvore piramidal, perene com ramos irregularmente verticilados, até 50 m, com casca castanho-avermelhada e folhas de 6-15 mm, encurvadas.

Ecologia: A Criptomeria é natural do Japão e foi introduzida e plantada para exploração florestal. Sendo uma espécie de rápido crescimento e com alguma utilidade para exploração de madeira, é massivamente cultivada em monocultura por todas as ilhas. Prefere solos húmidos e ricos em matéria orgânica, em áreas ensolaradas e temperaturas moderadas.

© AG

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Rhododendro indicum Azálea

Estatuto: Nativa do Japão

Distribuição: Nas ilhas de Santa Maria, São Miguel, Faial e Flores.

Exóticas

Sta. MariaS. MiguelTerceiraGraciosaS. JorgePicoFaialCorvoFlores

Ocorrência

Descrição: Arbusto perene, muito ramificado, até 3 m; folhas alternadas, entre 3-4 x 2 cm, agudas e ciliadas; flores solitárias ou em rácimos tipo umbela; corola vermelha a rosa, com 5 lobos, até 5 cm de diâmetro.

Ecologia: Escapada ornamental, bem estabelecida em algumas ravinas de altitude, em inclinações e em plantações de Criptomeria, entre 300-600 m. Preferem solos bem drenados e áreas frescas e ensombreadas, perto e debaixo de outras árvores. É facilmente encontrada com funções de sebe.

© AG

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Leycesteria formosa

Estatuto: Introduzida. Nativa da Índia e Ásia oriental

Distribuição: Ilha de São Miguel.

Exóticas

Sta. MariaS. MiguelTerceiraGraciosaS. JorgePicoFaialCorvoFlores

Ocorrência

Flor

Descrição: Arbusto dióico pequeno, entre 1.5-2.5 m; caule erecto e oco; folhas simples, ovadas e acuminadas, até 15 x 6 cm; flores pendentes; corola branca-rosada de 5 lobos, até 2 cm.

Ecologia: É uma planta nativa dos Himalaias e China, introduzida e escapada ornamental. Encontra-se facilmente em encostas e bermas da estrada, junto de plantações de Criptomeria, Incenso e florestas de louro, entre 500-800 m. Reproduz-se de forma vegetativa.

© JT

Page 27: Guia de Flora da ZPE

Hydrangea macrophylla Hortência

Estatuto: Nativa do Japão

Distribuição: Em todas as ilhas dos Açores.

Exóticas

Sta. MariaS. MiguelTerceiraGraciosaS. JorgePicoFaialCorvoFlores

Ocorrência

Descrição: Arbusto dióico, muito ramificado, até 3.5 m; caule numeroso, ascendente a erecto; folhas opostas, simples e ovadas; flores abundantes de 5 pétalas, geralmente azuis, estreitas e ovadas, até 4 mm.

Ecologia: Ornamental, naturalizada e invasora na maioria dos habitats até 1000 m, ausente apenas em zonas costeiras. Com as suas sebes floridas de azul e branco, constitui um dos elementos típicos da paisagem de algumas das ilhas, ao ponto desta espécie ter sido utilizada como imagem turística. Esta espécie é ainda usada com a tradicional função de sebe viva, na compartimentação de terrenos. Devido à sua habilidade competitiva, reproduzindo-se por semente e vegetativamente, escapa frequentemente colonizando pastagens, ravinas e crateras.

© AC

Page 28: Guia de Flora da ZPE

Polygonum capitatum Polígono

Estatuto: Introduzida. Nativa dos Himalaias

Distribuição: Em todas as ilhas dos Açores, excepto Graciosa e Corvo.

Exóticas

Sta. MariaS. MiguelTerceiraGraciosaS. JorgePicoFaialCorvoFlores

Ocorrência

Descrição: Caule pubescente, rastejante, com enraizamento nos nós formando uma esteira; folhas verde-avermelhadas, agudas, de 2-5 x 1-2.5 cm, com pêlos glandulares; flores brancas a rosa, com 5-10 mm de diâmetro.

Ecologia: Originária dos Himalaias e usada como ornamental, escapada de jardins, é uma planta bastante comum, especialmente em escoadas lávicas jovens e taludes, até 800 m. Facilmente forma como que tapetes no solo, tanto em áreas ensolaradas como ensombreadas.

© JT

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Clethra arborea Cletra, Verdenaz

Estatuto: Introduzida. Endémica da Madeira

Distribuição: Ilha de São Miguel

Invasoras

Sta. MariaS. MiguelTerceiraGraciosaS. JorgePicoFaialCorvoFlores

Ocorrência

Flor

Descrição: Arbusto ou árvore pequena, perene com galhos com pêlos, até 8 m; folhas simples, serruladas e acuminadas, até 15 x 5 cm; flores com 5 pétalas obovadas, brancas, até 8 x 5 mm; numerosas sementes.

Ecologia: Escapada ornamental, muito comum em florestas de louro, em ravinas e em encostas, entre 500-800 m. Espécie originária e pertencente à Floresta Laurissilva da Madeira, naturalizada e considerada uma espécie invasora na ilha de São Miguel, Açores. A madeira desta árvore já foi utilizada em carpintaria e marcenaria.

© JT

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Hedychium gardneranum Conteira ou Roca-da-velha

Estatuto: Introduzida. Nativa dos Himalaias e Nepal

Distribuição: Em todas as ilhas dos Açores

Invasoras

Sta. MariaS. MiguelTerceiraGraciosaS. JorgePicoFaialCorvoFlores

Ocorrência

Descrição: Com inflorescências de flores laranja-amareladas e caule simples, robusto, com folhas acuminadas, mais ou menos erecto.

Ecologia: Ocupa grande diversidade de habitats, desde as densas florestas de laurissilva, passando pelos matos baixos, até às zonas húmidas. A disseminação das sementes pelas aves e os fortes rizomas que apresenta tornam-na altamente competitiva distribuindo-se rapidamente e tornando-se dominante, principalmente em zonas degradadas onde foi destruída a integridade das comunidades nativas, tornando praticamente impossível a regeneração desses locais.

© JT

Page 31: Guia de Flora da ZPE

Pittosporum undulatum Incenso

Estatuto: Introduzida. Nativa da Austrália

Distribuição: Em todas as ilhas dos Açores

Invasoras

Sta. MariaS. MiguelTerceiraGraciosaS. JorgePicoFaialCorvoFlores

Ocorrência

Descrição: Árvore perene, até 25 m; folhas simples, até 15 x 4 cm, agudas, muito aromáticas, com margens onduladas; flores com pétalas brancas, entre 10-15 mm.

Ecologia: Ornamental, invasora e de propagação rápida, dominante em todas as ilhas, fortemente implantada, aos 50-650 m. Esta árvore tornou-se numa das maiores ameaças à vegetação natural dos Açores, eliminando por exemplo, de forma progressiva, as comunidades costeiras de Faia da terra. A sua dispersão agressiva e o facto de ter deixado de ser usada como combustível fez com que se misturasse facilmente nas florestas naturais e cobrisse vastas áreas de forma tão intensa que acabou transformando a paisagem açoriana em muitos locais.

© AG

Page 32: Guia de Flora da ZPE

Gunnera tinctoria Gunera ou Gigante

Estatuto: Introduzida. Nativa da América do Sul.

Distribuição: Ilha de São Miguel

Invasoras

Sta. MariaS. MiguelTerceiraGraciosaS. JorgePicoFaialCorvoFlores

Ocorrência

Descrição: Rizoma robusto, rastejante; folhas gigantes, serruladas nas margens, até 1.5 m; lamina cordada, até 2 m. Flores em panículas densas, muito ramificadas com 2 sépalas e 2 pétalas.

Ecologia: Escapada ornamental, extremamente invasiva em prados húmidos, ravinas e em encostas na região das Furnas, entre 500-700 m. O Gigante é uma planta originária do Chile, possui características que fazem dela uma espécie invasora, nomeadamente o seu poder de reprodução, já que cada planta pode produzir até 250 000 sementes, que posteriormente são dispersas naturalmente.

© JT

Page 33: Guia de Flora da ZPE

Acacia melonoxylon Acácia

Estatuto: Introduzida. Nativa da Austrália.

Distribuição: Em todas as ilhas dos Açores, excepto Corvo.

Invasoras

Sta. MariaS. MiguelTerceiraGraciosaS. JorgePicoFaialCorvoFlores

Ocorrência

Descrição: Árvore perene, até 25 m, com folhas jovens até 13 x 2 cm; flores pequenas, de um amarelo pálido e sementes evolvidas por funículo vermelho.

Ecologia: Espécie de crescimento rápido, perfeitamente naturalizada, que se propagando em ravinas e florestas até 700 m. Cultivada devido à sua madeira. A sua época de floração é entre Março e Maio. Não tem exigências quanto ao tipo de solo, mas prefere solos ácidos. É prejudicada em situações de seca e encontra-se isolada ou em grupo.

Page 34: Guia de Flora da ZPE

GlossárioEndémica - refere-se a a espécies e subespécies nativas de uma área biogeográfica e que está restrito a essa região.

Nativa - espécie que se encontra dentro da sua área de distribuição natural. O mesmo que indígena e autóctone.

Exótica - espécie que se fixa fora da sua área de distribuição natural, depois de ser transportada e introduzida pelo Homem, ultrapassando as barreiras biogeográficas. Uma espécie exótica pode ter carácter invasor ou não. O mesmo que alóctone ou introduzida.

Invasora - planta que se expande naturalmente, sem intervenção directa do Homem, em habitats naturais ou seminaturais, produzindo alterações significativas na composição, estrutura e funcionamento dos ecossistemas. Normalmente são espécies exóticas, mas também podem ser nativas. As invasoras têm capacidade para colonizar e substituir a vegetação existente anteriormente, num dado ecossistema.

Page 35: Guia de Flora da ZPE

Projecto Laurissilva Sustentável

LIFE 07 NAT/P/000630

O projecto Laurissilva Sustentável tem como objectivo a recuperação e a conservação da floresta de laurissilva nos Açores, um dos ecossistemas mais ameaçados, e do qual dependem diversas espécies endémicas da Macaronésia.

O projecto é uma parceria da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) com a Secretaria Regional do Ambiente e do Mar (SRAM) e a Câmara Municipal da Povoação, financiado pelo Programa Life+ da Comissão Europeia.

As acções do projecto Laurissilva Sustentável desenvolvem-se no sítio Pico da Vara / Ribeira do Guilherme da rede Natura 2000, área de distribuição do priolo (Pyrrhula murina), uma das espécies de aves mais ameaçadas da Europa.

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