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2 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas
Enquadramento
O presente Guia faz parte de um conjunto de recursos técnico-pedagógicos,
desenvolvidos por Ferreira & Seixas, Lda., no âmbito do Projecto “FORMAT –
Formadores em Máquinas e Tractores”, co-financiado pelo Estado Português e
pela União Europeia, através do POEFDS – Medida Recursos Didácticos.
O FORMAT é um sistema integrado de recursos de apoio à formação na área da
Mecanização Agrícola. Tem por finalidade, potenciar o desenvolvimento em
extensão e profundidade na área da Mecanização Agrícola, através da
apropriação, pelos formadores, das competências e tecnologias que lhes
permitam uma intervenção eficiente e competitiva neste mercado.
O FORMAT é apresentado em formato digital (DVD), integrando:
• Manuais Técnicos do Formador – Alfaias, Gestão do Parque de Máquinas
e Tractor.
• Guias de Exploração Pedagógica dos manuais técnicos
• Banco de Imagens e Vídeos – Alfaias, Gestão do Parque de Máquinas e
Tractor.
• Banco de Questões.
Índice
Finalidade
Destinatários
Estrutura do Guia
PARTE I – ORIENTAÇÕES GERAIS ............................................................................... 1
I. ORIENTAÇÕES GERAIS ............................................................................................ 3
1. Caracterização da formação ............................................................................... 3
2. Orientações Pedagógicas ................................................................................... 5
2.1. Metodologia................................................................................................. 5
2.2. Papel do/a Formando/a ............................................................................... 12
2.3. Papel e perfil do/a Formador/a ..................................................................... 13
2.4. Recursos necessários .................................................................................. 15
2.5. Orientações relativas à construção e adaptação de recursos ............................. 21
2.6. Sugestões complementares:.......................................................................... 22
3. Avaliação das Aprendizagens............................................................................ 23
3.1. Relembrar alguns conceitos ......................................................................... 23
3.2. Técnicas e instrumentos de avaliação ............................................................ 26
3.3. Orientações na (re)construção de instrumentos de avaliação ........................... 30
PARTE II – DESENVOLVIMENTO TEMÁTICO ................................................................. 33
II. DESENVOLVIMENTO TEMÁTICO................................................................................ 34
1. Plano geral de desenvolvimento dos temas......................................................... 35
2. Desenvolvimento Temático .............................................................................. 37
3. Apresentação dos Planos Temáticos .................................................................. 41
Plano Temático nº 1 – A mecanização agrícola.............................................. 41
Plano Temático nº 2 – A empresa agrícola ................................................... 41
Plano Temático nº 3 – O projecto de mecanização......................................... 47
Plano Temático nº 4 – Cálculo de custo de utilização das
máquinas agrícolas ................................................................................... 51
PARTE III - REFERÊNCIAS ...................................................................................... 59
1. Recursos complementares ............................................................................... 61
2. Referências – Sugestões de leitura complementar ............................................... 63
Referências Técnicas – bibliografia recomendada .......................................... 63
Referências Técnicas – sítios Internet .......................................................... 65
Referências no domínio pedagógico............................................................. 66
2 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas
Finalidade
Este guia destina-se a apoiar a actividade do/a formador/a de Mecanização
Agrícola, no domínio da Gestão do Parque de Máquinas, disponibilizando um
conjunto de orientações de natureza pedagógica, relativas à formação de activos
agrícolas, nomeadamente agricultores/as e empresários/as agrícolas, quer em
termos gerais, quer especificamente em relação a cada um dos módulos de
formação previstos.
Nesse sentido, o Guia incide sobre os seguintes aspectos:
• Planificação da formação;
• Métodos e técnicas a adoptar;
• Recursos pedagógicos a utilizar e sugestões de exploração e
adaptação;
• Tipos e instrumentos de avaliação a utilizar.
Em suma, o Guia visa contribuir para a melhoria da qualidade das intervenções
formativas, designadamente através de sugestões e recomendações que
permitam introduzir alguma uniformidade às práticas pedagógicas nesta área de
formação.
Destinatários
Formadores/as de Mecanização Agrícola (reconhecidos nessa qualidade pelo
Ministério de Agricultura, Desenvolvimento Rural e das Pescas).
Estrutura do Guia
O Guia está organizado em três partes.
A primeira parte orienta o/a formador/a na utilização do Guia, enquadrando a
formação de activos agrícolas, nomeadamente agricultores e empresários
agrícolas em Mecanização Agrícola – Gestão do Parque de Máquinas. Nesse
sentido, são apresentados os objectivos gerais e específicos, bem como a
estruturação da formação, em conformidade com o estabelecido para os Cursos
de Operador de Máquinas Agrícolas (COMAs), por parte do Ministério da
Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas.
Ainda nesta primeira parte, são disponibilizadas orientações pedagógicas, de
carácter genérico, sobre a metodologia pedagógica recomendada, papel do/a
formando/a, papel do/a formador/a e respectivo perfil, recursos didácticos
necessários; recomendações para a (re)construção de recursos de apoio à
formação (com base na disponibilização de componentes auxiliares, como o
Banco de Imagens e Manual Técnico do tema); orientações relativas à
metodologia de avaliação e construção de instrumentos de avaliação (com base
na disponibilização de um componente auxiliar, o Banco de Questões).
A segunda parte do Guia reúne um conjunto de orientações metodológicas
específicas, relativamente à formação de activos agrícolas, agricultores e
empresários agrícolas, na área temática da Gestão do Parque de Máquinas.
Descreve-se o plano geral de desenvolvimento dos temas (módulos/unidades).
Relativamente ao desenvolvimento temático, as orientações pedagógicas em
termos de planificação, metodologia e propostas de actividades / exercícios
formativos, são apresentadas sob a forma de planos temáticos. A cada módulo
de formação fez-se corresponder um Plano Temático, com a mesma designação.
Incluíram-se ainda orientações e sugestões em matéria de actividades /
exercícios de avaliação formativa e sumativa.
4 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas
A terceira e última parte do guia, integra a identificação e caracterização dos
recursos complementares desenvolvidos – Banco de Imagens, Manual Técnico e
Banco de Questões – que visam apoiar o formador na construção e adaptação de
materiais pedagógicos e instrumentos de avaliação. Inseriu-se ainda nesta parte
a identificação de referências bibliográficas, tanto de natureza técnica como
pedagógica, destinadas a contribuir para a actualização e aperfeiçoamento
permanente do/a formador/a.
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas 1
Parte I – Orientações Gerais
1. Caracterização da formação
2. Orientações pedagógicas:
2.1. Metodologias pedagógicas
2.2. Papel do/a formando/a
2.3. Papel e perfil do/a formador/a
2.4. Recursos necessários
2.5. Orientações relativas à construção e adaptação de recursos
2.6. Sugestões complementares
3. Avaliação das aprendizagens:
3.1. Relembrar alguns conceitos
3.2. Técnicas e instrumentos de avaliação
3.3. Orientações e sugestões para a (re)construção de
instrumentos de avaliação
Parte I – Orientações Gerais
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas 3
I. Orientações gerais
1. Caracterização da formação
Área de formação:
Mecanização Agrícola
Designação da formação específica:
Gestão do Parque de Máquinas.
Descrição:
A formação relativa à Gestão do Parque de Máquinas pode estar organizada sob
a forma de um módulo (no âmbito de um Curso mais abrangente) ou constituir
por si própria um curso, visando a aquisição de conhecimentos teóricos e
práticos que permitam ao formando elaborar, gerir e planear correctamente o
uso das máquinas e equipamentos que necessita na sua actividade, de acordo
com o previsto no programa do módulo ou acção.
Objectivos Gerais:
Capacitar os/as formandos/as com os conhecimentos teóricos e práticos na
gestão, racionalização, planeamento e elaboração dum projecto de mecanização,
ou simplesmente no melhor aproveitamento das máquinas e equipamentos de
que dispõem.
Objectivos Específicos:
O/A formador/a deve (re)definir os objectivos específicos para cada módulo em
consonância com o programa previsto, a duração do módulo ou acção, os
requisitos de entrada e as competências visadas no final da formação.
Na segunda parte do presente guia, em cada Plano Temático, são apresentadas
propostas de objectivos específicos para cada unidade de formação.
4 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas
Sequência dos Conteúdos Programáticos:
Em termos da estruturação dos conteúdos, a sequência recomendada é a
seguinte:
Unidade 1 – A Mecanização Agrícola
Unidade 2 – A Empresa Agrícola
Unidade 3 – O projecto de mecanização
Unidade 4 – Custos de utilização dos tractores e equipamentos agrícolas
Carga Horária
A duração do módulo ou curso é definida em função de um conjunto de
parâmetros, no momento da concepção do programa de formação. O mesmo
ocorre relativamente à carga horária específica das unidades de formação que
compõem o curso ou módulo.
O/A formador/a deverá sempre adequar a sua planificação, em função da carga
horária e dos objectivos específicos previstos, para cada unidade de formação.
Parte I – Orientações Gerais
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas 5
2. Orientações Pedagógicas
2.1. Metodologia
O método pedagógico é o meio ou processo de articulação da formação. Isto é, a
estratégia de articulação harmoniosa e construtiva entre os três elementos
intervenientes na relação pedagógica:
O “Saber”
O Formador O Formando
A escolha do método pedagógico a adoptar deve ter em atenção os seguintes
aspectos:
• os objectivos pedagógicos;
• o público-alvo (características, necessidades e expectativas);
• os meios disponíveis;
• as competências do formador.
A utilização de cada método pedagógico pressupõe o domínio das respectivas
“regras” específicas, por parte do formador. A organização da sessão, em termos
de estruturação dos conteúdos, momentos e actividades a realizar por
formandos e formador, tempos de aplicação, são alguns dos aspectos a ter em
conta na escolha e aplicação de cada método1 e da técnica pedagógica que mais
se adequa a cada situação concreta.
1 Na parte III do presente Guia são sugeridas referências bibliográficas específicas sobre Métodos e
Técnicas Pedagógicas.
6 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas
Método Activo
A utilização do método activo é a metodologia pedagógica que melhor se adequa
ao processo de ensino/aprendizagem da pessoa adulta, porque:
• a formação é centrada no formando (sendo este o protagonista do
processo de ensino/aprendizagem);
• pressupõe uma lógica de integração de saberes (isto é, as
experiências pessoais e profissionais anteriores, vivenciadas por cada
formando devem ser tidas em conta e valorizadas no processo de
ensino/ aprendizagem, contribuindo para a integração de novos
“saberes” – conhecimentos, capacidades e atitudes);
• o “saber” constitui um recurso que o formando tem de ser capaz de
mobilizar quando colocado perante um problema concreto (em
contexto);
• a actividade de aprendizagem faz-se através da resolução de
situações - problema (tão próximas quanto possível da realidade);
• o formador não é o detentor do “saber”, mas antes um facilitador de
situações de aprendizagem (isto é, um mediador do “saber”);
• os recursos didácticos constituem uma fonte de informação, mas não
encerram em si o “saber”;
• a avaliação assume a função de orientar, regular e certificar a
aprendizagem.
Neste contexto, as técnicas pedagógicas mais adequadas são as simulações,
jogos pedagógicos, estudos de caso e projectos. Trata-se de propor aos
formandos actividades de aprendizagem que, na prática, apelam à resolução de
situações - problema, tão semelhantes quanto possível às situações reais a que
o formando está sujeito na sua actividade profissional.
Parte I – Orientações Gerais
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas 7
A complexidade das situações propostas deve ter em conta e ser devidamente
adaptada às experiências anteriores dos formandos e às necessidades e
expectativas presentes, tendo também em atenção o tempo disponível.
Não é demais relembrar que as técnicas mencionadas requerem muito mais
tempo na aplicação, do que as técnicas associadas ao método expositivo ou
mesmo ao demonstrativo. Esta constitui uma das principais desvantagens da
aplicação do método activo. A outra principal desvantagem apontada a este
método, reside na necessidade do formador possuir competências na utilização
do mesmo e respectivas técnicas. De igual modo, constitui uma desvantagem
deste método, o facto de limitar a dimensão do grupo (não sendo adequado para
grupos grandes, isto é, com mais de 12 a 14 pessoas).
O facto de se considerar que o método activo é aquele que melhor potencia o
processo de aprendizagem da pessoa adulta, não exclui de modo algum a
utilização de outros métodos pedagógicos.
Utilização de outros métodos:
A combinação de diversos métodos e técnicas pedagógicas (desde que
adequadas aos objectivos e temáticas de formação, ao público-alvo, aos meios
disponíveis e às competências do formador) constitui uma forma de enriquecer a
formação, diversificando-a e tornando-a mais motivadora e envolvente para o
formando.
Método expositivo
Quando se trata da transmissão de informação, designadamente de natureza
técnica, o método expositivo é sem dúvida adequado. Como o próprio nome
indica, este método consiste na exposição oral de um assunto (tema), por parte
do formador, de modo estruturado, sendo o fluxo de informação unidireccional
(Formador Formandos).
8 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas
Este método apresenta inúmeras vantagens, das quais salientamos as seguintes:
• Requer poucos recursos, o que conjugado com facto de poder ser
utilizado com um grande número de formandos, o torna um método
económico;
• Permite a estruturação rigorosa da aprendizagem, o que facilita a
avaliação dos conhecimentos adquiridos;
• Aplica-se a um leque diversificado de conteúdos e situações formativas,
particularmente no domínio cognitivo;
• É aplicável em diversos contextos formativos e a grupos de destinatários
também diversificados;
• Permite uma grande liberdade de actuação ao formador, já que a
iniciativa e domínio da situação formativa depende quase exclusivamente
de si (estes aspectos podem ser gratificantes para o formador, que
canaliza para si a atenção dos formandos);
No entanto, o método expositivo apresenta também desvantagens, tais como:
• Não respeita os ritmos individuais, nem estimula a aprendizagem
autónoma e a iniciativa do formando;
• Não favorece a transferência do que é aprendido para situações
concretas e reais ou para novas situações;
• Não aproveita as potencialidades e sinergias de grupo;
• Não se adequa a determinadas situações de aprendizagem,
designadamente as relacionadas com o desenvolvimento de atitudes;
• Por si só, não integra no processo de aprendizagem as experiências e
vivências anteriores dos formandos;
• O sucesso da exposição está muito dependente do formador e da sua
capacidade de comunicação (dado que a comunicação é unilateral, do
formador para os formandos);
Parte I – Orientações Gerais
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas 9
• Não existe feedback global e contínuo da aprendizagem por parte dos
formandos (mesmo quando solicitado pelo formador);
• Pode ser desmotivante, uma vez que não suscita a participação do
formando;
No sentido de obviar algumas destas desvantagens, o formador pode utilizar
diversos recursos de apoio, quer suportando e ilustrando a parte expositiva, quer
estimulando a atenção do formando e fomentando a sua participação,
concretizando o mais possível os objectos de aprendizagem (este aspecto é
tratado com mais detalhe no ponto I.2.4).
A utilização do método expositivo deve ser “doseada”, de modo a ser eficaz. A
sua combinação com outros métodos, ao longo de uma mesma sessão, ajuda a
dinamizar a formação. Isso constitui (quase) sempre um factor de reforço da
atenção, participação e motivação do formando para a sua própria
aprendizagem.
Método interrogativo
O método interrogativo surge frequentemente combinado com a utilização do
método expositivo, embora a intervenção do formador, numa determinada
sessão, também possa ser integralmente suportada no primeiro.
Consiste na aplicação da técnicas das perguntas, isto é, na formulação de
questões (abertas, fechadas e de escolha orientada). O formador questiona
directamente cada um dos formandos, à medida que vai progredindo no tema,
estabelecendo-se uma relação bidireccional (formador <-> formando).
Aplica-se sobretudo em situações de controlo de conhecimentos previamente
adquiridos, permitindo uma maior sistematização dos mesmos. É igualmente
aplicável a situações de “descoberta” de determinadas situações ou realidades
que possam ter sido apreendidas de forma difusa ou pouco estruturada.
10 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas
Vantagens associadas a este método:
• Permite controlar conhecimentos adquiridos anteriormente, podendo ser
utilizado em qualquer momento de uma sessão de formação;
• Facilita a estruturação e sistematização dos conhecimentos já adquiridos;
• Estimula atitudes mais autónomas dos formandos;
• Permite obter feedback contínuo;
• Promove a participação do formando (mais do que o método expositivo),
em especial dos mais tímidos (porque o formador coloca as questões
directamente a cada formando); tal permite também recuperar a atenção
dos mais desatentos ou dispersos, bem como controlar melhor os mais
interventivos e aqueles que tendem a assumir um papel mais
“dominador” sobre o resto do grupo;
Como desvantagens, são normalmente apontadas a este método as seguintes:
• A iniciativa está sempre do lado do formador, o qual deve dominar
completamente a técnica das perguntas;
• Pode gerar, por parte dos formandos, algum desinteresse e cansaço se
não for combinado com outros métodos;
• Não permite a dinâmica de grupo, pelo que, tal como no método
expositivo, não aproveita o potencial e sinergias resultantes de
actividades grupais;
• Exige mais tempo do que o método expositivo.
Parte I – Orientações Gerais
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas 11
Método demonstrativo:
Este método é frequentemente utilizado para a aprendizagem de tarefas
manuais e de utilização de equipamentos, a partir da demonstração efectuada
pelo formador.
A aplicação do método é realizada por etapas ou fases sequenciais. Em cada
etapa executam-se as respectivas operações, só se avançando para a etapa
seguinte após a conclusão da anterior. A progressão é efectuada etapa a etapa.
Cabe ao formador garantir que todos os formandos avançam para a etapa
seguinte em simultâneo.
As principais vantagens associadas a este método são:
• Possibilita a transmissão de informação teórica e prática;
• Permite desenvolver competências no domínio psicomotor;
• Favorece a participação e responsabilização do formando (executando
actividades);
• Possibilita o trabalho em grupo, mas também a individualização da
aprendizagem;
• Permite (ao formador e ao formando) a verificação das aprendizagens
efectuadas, identificar eventuais dificuldades individuais, esclarecer
dúvidas e corrigir, estimulando e motivando para a aprendizagem;
No entanto, o método demonstrativo também apresenta algumas desvantagens,
entre as quais se salientam as seguintes:
• Requer grande disponibilidade de tempo, tanto na preparação, como na
demonstração e execução;
• Só deve ser aplicado em grupos de reduzida dimensão (10 a 12
elementos);
12 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas
• Exige a disponibilidade de equipamentos e outros recursos (materiais,
ferramentas, consumíveis, etc.) que recriem uma situação tão próxima
quanto possível da realidade concreta;
Em síntese, não existem métodos pedagógicos bons e maus. Cabe ao formador,
em função de um conjunto de factores (objectivos da formação, características
do público-alvo, tempo e outros recursos disponíveis, competências que possui)
adoptar o método que considera mais adequado a cada situação.
Em termos gerais e abstractos, a formação em Mecanização Agrícola, é propícia
à utilização métodos activos e demonstrativos baseados na experimentação e na
demonstração, respectivamente. Tal não impede a utilização complementar dos
métodos expositivo e interrogativo.
Em qualquer caso, devem ser adoptadas estratégias que permitam integrar as
experiências anteriores dos formandos, bem como promover a aquisição e
desenvolvimento de novos conhecimentos, aptidões/capacidades e atitudes
(recorrendo a técnicas de trabalho em grupo, estudos de caso, simulação de
situações, demonstrações, etc.).
A combinação dos diversos métodos e técnicas, permite fomentar a motivação e
participação do formando no processo de aprendizagem. Estimular a interacção
entre formandos, potencia a aprendizagem pelas sinergias de grupo que
proporciona.
2.2. Papel do/a Formando/a
O método pedagógico adoptado tem influência no papel do formando durante a
formação e, consequentemente, no processo de aprendizagem.
O método activo permite a aprendizagem individual e autónoma do formando,
que se apropria do “saber”, exprimindo-se, colocando dúvidas, experimentando,
estudando e analisando situações e agindo. É uma pedagogia aberta e evolutiva,
muito voltada para o concreto, articulando experiência e prática, integrando
todos os tipos de “saber”. A pessoa adulta é responsável pela sua própria
aprendizagem, isto é, pela conversão do “saber” em competência, quando o
mobiliza, integra e aplica em contexto.
Parte I – Orientações Gerais
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas 13
A utilização do método expositivo coloca o formando num papel passivo, pois
não suscita a sua participação. O fluxo de informação faz-se apenas num
sentido, sendo a actividade do formando pouco significativa. Frequentemente
mobiliza apenas as suas capacidades cognitivas (através de estímulos auditivos
e, eventualmente, visuais, caso o formador suporte a sua intervenção oral em
recursos visuais). O ritmo individual do formando não é tido em conta, nem o
seu património experiencial. Requer do formando o papel de se manter atento e
concentrado na exposição.
O método interrogativo apela a uma maior participação do formando (em
comparação com o método expositivo). Estabelece-se uma relação bidireccional
entre o formador e o formando, sendo que o papel do formando é sempre de
natureza reactiva (responder) a uma iniciativa do formador (que lhe coloca
directamente uma questão). De qualquer modo, neste método o formando tem
uma maior liberdade de expressão, sendo estimulado a intervir e a desenvolver
atitudes mais autónomas.
Em presença do método demonstrativo, o formando assume um papel mais
activo, em especial nos momentos em que executa a tarefa visada e objecto da
demonstração. A sua participação é mais estimulada e de forma mais directa,
contribuindo também para uma maior responsabilização do formando. Permite
ainda ao formando verificar os resultados da sua própria aprendizagem. A
utilização deste método também propicia uma maior interacção entre formandos
e apoio individualizado (por parte do formador) se se revelar necessário.
2.3. Papel e perfil do/a Formador/a
O papel do formador varia consoante o método pedagógicos adoptado.
Utilizando o método activo, o formador deve assumir-se como um facilitador e
mediador do processo de aprendizagem. Nesta lógica, a sua intervenção deve:
• ter em conta as experiências anteriores do formando;
• preparar e propor actividades de aprendizagem, situações - problema,
que o formando resolve, individualmente ou em grupo;
14 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas
• fomentar, no formando, a pesquisa e a construção do conhecimento;
• facultar o acesso a recursos (legislação, documentação técnica,
esquemas de funcionamento, casos práticos, etc.) e orientar a sua
utilização;
• apoiar os diversos formandos nas suas aprendizagens, de acordo com as
respectivas necessidades e solicitações (intervir de modo diferenciado e
individualizado);
• apoiar a estruturação de conhecimentos e capacidades, propiciando
momentos de sistematização e síntese;
• valorizar a avaliação, como elemento regulador da aprendizagem,
estabelecendo momentos de avaliação formativa;
• estimular a auto-reflexão e auto-análise, fazendo participar o formando
na sua própria avaliação;
A aplicação do método expositivo assenta essencialmente no completo
domínio do assunto, por parte do formador, e nas suas capacidades
comunicacionais. A diversidade de recursos utilizados durante a exposição,
contribui também para estimular a atenção, interesse e envolvimento do
formando.
No método interrogativo, o formador tem de desempenhar uma função activa.
Nesse aspecto, a utilização deste método é muito semelhante à do método
expositivo, pois a iniciativa é sempre do formador, o qual também controla todo
o processo. A utilização deste método em formação, requer que o formador
domine a técnica das perguntas e que a aplique nos momentos adequados,
combinando-a sempre que possível com outros métodos, no sentido de
minimizar as desvantagens do mesmo.
Utilizando o método demonstrativo, o papel do formador é variável ao longo
da aplicação (desenvolvimento) do mesmo. Assume um papel activo quando
explica e demonstra. Exerce uma função mais passiva, quando apoia na
execução da “tarefa” visada e quando observa o desempenho dos formandos.
Parte I – Orientações Gerais
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas 15
Retoma uma função activa quando dá feedback ao formando (evidenciando os
aspectos bem conseguidos e indicando aqueles que devem ser melhorados
naquilo que acaba de realizar).
A utilização deste método, requer, da parte do formador, o completo domínio da
execução da tarefa ou da utilização do equipamento, isto é do objecto da
demonstração, bem como das regras e equipamentos de segurança associados à
actividade concreta.
O formador deve igualmente ser capaz de distinguir o essencial do acessório, na
apresentação das explicações e na execução da demonstração. Tem ainda de
assegurar que todos os formandos avançam para a etapa seguinte
simultaneamente, podendo ser necessário algum apoio personalizado.
Finalmente, tem de saber comunicar de forma positiva os resultados alcançados
pelos formandos.
Perfil do/a formador/a
Além de dominar os conteúdos temáticos, quer em termos técnicos, quer em
termos de aplicação prática, o/a formador/a de Gestão do Parque de Máquinas
deve possuir formação pedagógica, experiência na formação de adultos (e em
particular, com públicos - alvo com baixas habilitações escolares).
2.4. Recursos necessários
Os meios ou recursos necessários são aqueles que possibilitam a execução da
formação.
Conforme referido anteriormente, a escassez ou indisponibilidade de meios pode
inviabilizar ou limitar a escolha dos métodos e técnicas pedagógicas a adoptar.
Deste modo, aconselhamos a prévia identificação dos meios ou recursos
disponíveis ou disponibilizáveis em tempo útil.
16 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas
Os meios ou recursos de apoio à formação podem ser agrupados em:
• Equipamentos (específicos da actividade – Ex: tractor, alfaias
agrícolas; e de apoio à formação – Ex: videoprojector);
• Materiais (ex: consumíveis, ferramentas e utensílios);
• Recursos pedagógicos (ex: manuais, livros, fotografias,
apresentações);
Equipamentos e recursos auxiliares:
O equipamento necessário à realização da formação depende dos objectivos
pedagógicos e, consequentemente, dos recursos que vão ser utilizados.
Tendo em conta a área de formação - Mecanização Agrícola, deverão ser
identificadas as máquinas agrícolas que irão ser utilizadas na formação, incluindo
os respectivos acessórios. Deve ainda prever-se o equipamento de protecção
individual específico para cada equipamento a utilizar (em condições de poder
ser utilizado e em quantidade suficiente para o número de pessoas, incluindo o
formador).
Caso pretenda utilizar apresentações digitais, a sala de formação deverá estar
ainda equipada com:
• Projector multimédia (videoprojector);
• Tela de projecção (ecrã; caso não esteja disponível, pode projectar no
quadro cerâmico ou numa parede branca e lisa);
• Computador (portátil ou fixo, com o software necessário às utilizações
pretendidas; e, se possível, com leitor de DVD e som);
Caso pretenda utilizar transparências, deverá dispor de:
• Retroprojector (e lâmpada suplente);
Parte I – Orientações Gerais
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas 17
Caso pretenda utilizar cassetes ou DVDs pedagógicos, deverá ainda dispor de:
• Televisão;
• Leitor de vídeo (para cassetes VHS) ou leitor de DVD (caso o computador não
possua esta drive);
Caso pretenda que os formandos imprimam trabalhos, o espaço de formação deverá
dispor também de:
• Impressora (e respectivos tinteiros);
Se estiver a prever efectuar simulações com gravação, deverá prever ainda:
• Câmara de filmar e tripé;
Além dos equipamentos já referidos, o espaço de formação deverá ter os
seguintes recursos auxiliares:
• Quadro branco ou cerâmico;
• Quadro de papel (flipchart);
• Eventualmente, poderá ser útil um quadro de afixação (cortiça);
Outros materiais:
Dependendo dos equipamentos que preveja utilizar na formação, é indispensável
prever antecipadamente os materiais que podem ser necessários,
designadamente:
• consumíveis (ex.: combustível, óleo de motor, produtos de limpeza,
luvas e máscaras de protecção descartáveis);
• utensílios e ferramentas de desgaste rápido (ex.: lanterna, chave de
fendas);
• peças e componentes (Ex: lastros, rodas);
18 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas
Se a formação for realizada em oficina, é possível que estes materiais se
encontrem disponíveis, mas é sempre aconselhável verificar antes.
Em princípio, será ainda necessário dispor de:
• Papel para escrita e para quadro rotafolio;
• Canetas e/ou lápis para os formandos;
• Marcadores para quadro cerâmico e para papel;
• Apagador (para quadro cerâmico);
Dependendo das actividades que tenciona realizar com os formandos, poderá
também ser útil dispor de:
• Cartolinas ou papel de cenário (em folhas ou em rolo);
• Canetas de feltro e/ou lápis de diversas cores;
• CDs ou DVDs (para gravação de trabalhos);
• Transparências (acetatos) para impressão;
• Cassetes de vídeo para a câmara de filmar;
• Material diverso de escritório (agrafadores, clipes, etc.)
Parte I – Orientações Gerais
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas 19
Recursos Pedagógicos:
Em termos gerais, o conjunto dos recursos pedagógicos organizados e utilizados
pelo formador (suportando a sua intervenção), visam promover a atenção,
interesse e motivação dos formandos, de modo a facilitar a aprendizagem.
Na formação em Mecanização Agrícola, os recursos mais utilizados são:
• Quadros ou painéis didácticos (para expor);
• Transparências (acetatos impressos ou escritos à mão, para projecção);
• Apresentações em suporte digital (para projecção);
Em formação, o ideal é ter o objecto real, mas quando tal não é possível,
podemos utilizar outros recursos que permitam ligar as aprendizagens às
realidades concretas.
Assim, a título meramente exemplificativo, podemos indicar os seguintes:
• Modelos e maquetas, com indicação da escala (ex: motor de explosão);
• Fotografias e desenhos de componentes e peças específicas de diversos
equipamentos utilizados na agricultura;
• Esquemas descritivos de processos específicos (ex: esquema de
funcionamento da embraiagem);
• Gráficos, tabelas e quadros auxiliares (para apresentação de dados e
indicadores úteis, ex: coeficiente de transformação de energia, nº de
horas de trabalho anual por culturas, );
• Recortes de artigos de jornal e de imprensa especializada;
Estes recursos podem ser utilizados como suporte às explicações do formador
(caso em que devem estar expostos ou ser projectáveis), mas também, noutros
momentos da formação, como suporte de actividades de natureza formativa e
em avaliações sumativas (exemplo: legendar uma figura).
20 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas
O mesmo recurso pode estar disponível em diferentes suportes e formatos
(digital, em painel ou quadro para expor, impresso em papel, plastificado ou
não, ...) e tamanhos (médio ou grande – A1 ou A2, para expor, devendo nesse
caso ser visíveis / legíveis por todos os formandos; pequeno - A4 ou A5 - para
trabalho individual ou em pequenos grupos).
Em princípio, a maioria dos recursos (dependendo do suporte em que estão
disponíveis) podem ser utilizados quer autonomamente, quer integrados noutros
recursos (Exemplo: inserção de fotografias e vídeos em apresentações digitais).
Parte I – Orientações Gerais
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas 21
2.5. Orientações relativas à construção e adaptação de recursos
Como referido anteriormente, o formador pode utilizar diversos tipos de recursos
na formação.
Grande parte destes recursos podem ser efectuados pelo formador (ex:
fotografias, esquemas, quadros), o que exige tempo e envolve custos.
Os livros e manuais técnicos, bem como a Internet, constituem também fontes
desse tipo de informação. No entanto, a mesma encontra-se dispersa e nem
sempre é fiável.
Neste contexto, o Banco de Imagens (desenvolvido no âmbito do conjunto de
recursos FORMAT e contido no presente DVD) destina-se a facilitar a pesquisa e
utilização de imagens (fotografias, desenhos e esquemas) em formato digital.
As imagens disponíveis podem ser visualizadas na aplicação ou editadas, através
de qualquer ferramenta de edição de imagem, existente no computador (Ex:
Paint (incluída no Windows e normalmente disponível por defeito), Corel Draw,
PhotoShop, Photo Editor). O formador pode gravar as imagens originais no seu
computador, para posterior utilização, quer para impressão (em papel ou em
transparências/acetatos), quer para inserção em apresentações digitais.
Os vídeos técnicos constituem outro recurso pedagógico, com os quais o
formador pode apoiar a formação (através da demonstração de situações reais
gravadas ou simuladas).
Progressivamente, o formador pode ir “alimentando” o seu Banco de Imagens e
Vídeos, com recursos criados ou seleccionados pelo próprio.
Os Manuais Técnicos, também disponíveis em suporte digital (ficheiros em txt
e em pdf), podem igualmente ser utilizados na construção de novos recursos,
por parte do formador. A partir dos conteúdos disponíveis, o formador pode
utilizá-los directamente ou, se necessário, adaptá-los a outros objectivos e
públicos - alvo específicos, estruturando-os e apresentando-os de modo
adequado aos fins a que se destinam. Pode igualmente enriquecer esses novos
materiais, com imagens ilustrativas dos conteúdos apresentados.
22 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas
2.6. Sugestões complementares:
A realização de visitas de estudo, designadamente a explorações agrícolas, pode
constituir uma boa forma de aproximar a aprendizagem da realidade concreta.
Em determinados contextos formativos, as visitas a feiras e exposições, museus,
instalações fabris e oficinas, podem igualmente constituir actividades de
aproximação às temáticas da formação.
Por fim, salientamos a Internet, pelo enorme manancial de informação a que se
pode ter acesso, a partir de qualquer local. As questões centrais são saber
localizar o material (utilizando referências pré-identificadas ou através de
motores de pesquisa) e avaliar a respectiva qualidade (em termos de fiabilidade,
validade técnico-científica e actualidade).
Parte I – Orientações Gerais
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas 23
3. Avaliação das Aprendizagens
3.1. Relembrar alguns conceitos ....
Avaliar significa julgar, medir, comparar, testar .... É algo que fazemos
continuamente em relação a pessoas e situações, estabelecendo relações com
base nos nossos sentidos, nos nossos conhecimentos e nas nossas experiências.
Na formação profissional, os objectos de avaliação devem ser:
• os formandos
• os formadores
• o programa (objectivos, conteúdos, percursos, etc.)
• a entidade formadora
• e o próprio sistema de avaliação
Enquanto formador, o seu principal objecto de avaliação são os formandos.
A avaliação das aprendizagens é o processo de recolha e tratamento de
informação sobre a aprendizagem dos formandos, que permita evidenciar as
competências adquiridas.
No entanto, convém salientar que avaliar não é sinónimo de classificar. A
classificação é uma extrapolação dos resultados da avaliação para uma escala de
valores, para permitir comparar resultados, colocando-o numa determinada
posição da escala. A avaliação das aprendizagens pode e deve ser mais
abrangente.
Na formação profissional, a avaliação cumpre três funções essenciais:
• Orientar – diagnosticar o ponto de partida dos formandos, em relação
aos objectivos planeados. Com base nessa avaliação, se necessário,
poderão ser efectuados ajustamentos nos objectivos, programas,
metodologias (adequando-os);
24 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas
• Regular – verificar a progressão da aprendizagem, ao longo do processo
formativo;
• Certificar – verificar, no final da formação, se o formando atingiu ou não
os objectivos previstos.
Quanto ao momento em que é efectuada, a avaliação pode ser:
Avaliação Diagnóstica:
A avaliação diagnóstica, também designada por avaliação inicial, destina-se a
posicionar o formando, face a novas aprendizagens, ou seja, determinar se o
formando possui certas aprendizagens anteriores que servirão de base à
formação (curso, módulo ou unidade) que vai iniciar.
Estas aprendizagens anteriores são denominados por pré-requisitos:
conhecimentos, atitudes e/ou aptidões indispensáveis à aquisição de outros que
deles dependem e que, sem eles, não é possível atingir os objectivos de
aprendizagem previstos.
Assim, a avaliação diagnóstica constitui um importante elemento de orientação
da formação e da própria aprendizagem pois permite, antes de iniciar uma nova
unidade, módulo ou curso, identificar os conhecimentos que os formandos já
possuem, detectar eventuais dificuldades (podendo prever situações de revisão
de determinadas matérias ou recuperação de alguns formandos), organizar os
formandos em grupos mais homogéneos, etc.
Avaliação Formativa:
A avaliação formativa ou contínua é realizada ao longo do processo de formação.
Permite, tanto ao formador, como ao formando, verificar os progressos da
aprendizagem, funcionando como uma bússola do processo de
ensino/aprendizagem.
A avaliação formativa incide sobre partes restritas da aprendizagem e é
efectuada em continuidade.
Parte I – Orientações Gerais
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas 25
Caso sejam identificadas dificuldades de aprendizagem, permite identificar as
causas e introduzir medidas correctivas (ao nível dos métodos e meios
utilizados, dos conteúdos, etc.) com vista a melhorar a aprendizagem.
Do ponto de vista do formando, a indicação regular sobre os seus progressos de
aprendizagem constitui ainda um factor de motivação.
Avaliação Sumativa:
A avaliação sumativa ou final, constitui o culminar do processo de formação.
Nesse momento, torna-se necessário verificar, de forma global, os resultados da
aprendizagem. É normalmente realizada, no final de uma etapa (módulo ou
conjunto de módulos) ou no final do curso.
Trata-se de verificar as competências adquiridas na formação, de modo a
concluir se os objectivos gerais da formação foram atingidos.
Objectividade da Avaliação
O mais importante em qualquer avaliação da aprendizagem é que ela seja
objectiva. No entanto, existem diversos factores que podem conduzir à
subjectividade da avaliação, distorcendo-a, tornando-a injusta e, por vezes,
pouco credível.
No sentido de tornar a avaliação (mais) objectiva, é indispensável a
determinação prévia de:
• objectivos de formação claros (estabelecidos com base na análise das
necessidades dos formandos);
• critérios de avaliação comuns, claros e rigorosos (estabelecidos e aceites
por todos os avaliadores).
26 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas
3.2. Técnicas e instrumentos de avaliação
As técnicas de avaliação são os processos através dos quais se obtêm os
elementos (informações) que permitem medir ou constatar, de forma eficaz, que
a aprendizagem se realizou.
Técnicas de Avaliação:
• Observação
• Formulação de Perguntas
• Medição
De seguida apresenta-se uma breve caracterização de cada uma destas técnicas,
bem como dos tipos de instrumentos normalmente utilizados.
Contudo, relembramos que, para uma utilização eficaz, as técnicas de avaliação
obedecem a regras. Além disso, cada técnica apresenta vantagens e
desvantagens. Caso tenha dúvidas ou pretenda aprofundar as suas
competências neste domínio, aconselhamos a consulta de algumas das
referências sobre avaliação, constantes da última parte deste Guia.
Técnica da Observação:
É uma das técnicas mais utilizada pelos formadores: observar os formandos
durante o processo de formação.
Embora esta técnica permita obter dados em todos os domínios do saber
(cognitivo, afectivo e psicomotor), é particularmente eficaz (senão mesmo
indispensável) no domínio psicomotor. Assume-se também como relevante na
avaliação das aprendizagens no domínio afectivo.
Instrumentos:
• Grelha ou Ficha de Observação - registo dos factos que vão ocorrendo
com interesse e relevantes para a avaliação.
• Lista de Ocorrências - elabora-se previamente uma lista dos
comportamentos que esperamos venham a ocorrer com uma
sequência prevista. Sempre que o comportamento se verifica
Parte I – Orientações Gerais
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas 27
assinala-se na lista, torna a observação mais fácil de registar e mais
objectiva.
• Escalas de Classificação – a criação de escalas permite registar e
atribuir um determinado grau de desempenho, numa escala
progressiva (ex: insuficiente – suficiente – bom – muito bom).
Formulação de Perguntas:
Esta técnica pode assumir duas formas, oral e escrita, sendo particularmente
adequada à obtenção de dados do domínio cognitivo.
Na avaliação oral as perguntas são formuladas e respondidas oralmente. Em
avaliação formativa, tal permite suscitar o interesse e a participação do
formando, bem como obter feedback imediato. Permite ainda o treino da
expressão oral.
Em termos de avaliação sumativa, formando a formando, a aplicação desta
técnica, além de morosa, revela-se mais favorável para formandos com maior
facilidade de expressão. Por outro lado, de modo a garantir condições de
igualdade e uniformidade da avaliação, pressupõe a realização das mesmas
perguntas a todos os formandos.
A avaliação escrita consiste em apresentar perguntas ou documentos escritos,
a que, o formando, deverá responder também por escrito. Permite obter dados
dos domínios afectivo (sob a forma de inquéritos) e cognitivo (sob a forma de
testes).
Instrumentos de avaliação escrita:
• Inquéritos: permitem apresentar questões escritas de, forma
sistemática, destinando-se sobretudo à recolha de dados no domínio
afectivo. São particularmente interessantes ao nível da avaliação
diagnóstica e dos pré-requisitos (selecção).
• Testes: destinam-se sobretudo à obtenção de dados do domínio
cognitivo.
28 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas
Produção (ou resposta aberta)
Produção Curta Produção Longa
Tipos de Testes
Selecção (ou resposta fechada)
Verdadeiro/Falso Completamento Emparelhamento Escolha Múltipla
Os testes de produção ou resposta aberta são caracterizados pelo extensão
da resposta solicitada ao formando. Assim, neste tipo de testes, pode ser
solicitada ao formando uma resposta curta (Exemplo: identificar a ferramenta
apresentada) ou de resposta longa (Exemplo: descrever as características do
motor do tipo A).
Nos testes de selecção, o formando, perante as perguntas, não tem de
produzir a resposta, mas sim seleccioná-la de entre as apresentadas. Os testes
de selecção, podem ser:
• Verdadeiro / Falso – consiste em apresentar afirmações que o formando
deverá identificar como verdadeiras ou falsas.
• Completamento – consiste em apresentar frases incompletas, devendo o
formando completar as mesmas, com palavras ou expressões, de modo a
que as mesmas façam sentido (no contexto da formação específica).
• Emparelhamento (também designados por testes de associação ou
correspondência) – perante dois conjuntos de elementos afins, o
formando deve fazer corresponder, cada um dos elementos do primeiro
grupo a um dos elementos do segundo, em função da afinidade entre os
mesmos.
• Escolha múltipla – consiste em apresentar diversas opções de resposta,
devendo o formando seleccionar a(s) correcta(s).
O Banco de Questões FORMAT foi construído, de modo a permitir exemplificar
todos os tipos de questões acima referidos.
Parte I – Orientações Gerais
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas 29
Técnica da Medição:
Como a própria designação indica, esta técnica consiste em medir o
“desempenho” do formando na execução de uma tarefa prática.
Em formação profissional, a aplicação desta técnica é indispensável para avaliar
a parte prática (sobretudo no domínio psicomotor), destinando-se a recolher
dados de natureza quantitativa (Ex: tempo de execução da tarefa; quantidade
de peças substituídas) e de natureza qualitativa (ou seja, qualidade do trabalho
realizado; ex: correcta colocação das peças, respeito pelas tolerâncias máximas,
cumprimento das regras de segurança).
Os instrumentos utilizados apresentam os diversos ítens que são objecto de
avaliação, sendo designados de acordo com a natureza dos dados recolhidos
para registo:
• Fichas de avaliação quantitativa
• Fichas de avaliação qualitativa
A avaliação de tarefas práticas requer quase sempre a combinação da técnica da
medição, com a observação. Frequentemente, recorre-se ainda à técnica das
perguntas, no sentido de complementar a obtenção de dados para a avaliação.
30 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas
3.3. Orientações e sugestões para a (re)construção de instrumentos de avaliação
A elaboração de instrumentos de avaliação deve ser cuidada e ter em atenção os
seguintes aspectos - chave:
• Adequar-se às características dos formandos e ao tipo de avaliação
visada (seleccionando a(s) técnica(s) e instrumentos mais ajustados a
cada situação concreta);
• A avaliação é efectuada em relação aos objectivos da formação, pelo que
a construção dos instrumentos deve começar pela identificação dos
objectivos a avaliar;
• Os instrumentos devem ser testados e validados;
• Tal como a avaliação em geral, os instrumentos devem ser objecto de
melhoria contínua;
Fases de elaboração de instrumentos de avaliação:
1ª Fase: Definir o tipo de avaliação pretendida (diagnóstica, formativa, sumativa) e
adequar os instrumentos à finalidade da avaliação, seleccionando os objectivos (gerais e
específicos) que vão ser avaliados.
2ª Fase: Conceber as questões de avaliação, prevendo as mesmas componentes que
foram definidas para os objectivos pedagógicos (comportamento observável, condições
de realização e critérios de êxito), de modo a garantir a correspondência entre o
“desempenho” avaliado e o “desempenho” previsto.
3ª Fase: Resolver as questões, isto é, criar a corrigenda, com as respostas - tipo
correctas.
Parte I – Orientações Gerais
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas 31
4ª Fase: Construir as tabelas de notação (cotação das questões), prevendo a cotação a
atribuir a cada resposta correcta. Caso tal esteja previsto (ou seja aceite), deverá
igualmente prever-se a penalização (ou desconto) a aplicar por cada resposta errada
(total ou parcialmente).
5ª Fase: Definir os níveis mínimos de aprendizagem aceites (reportando aos critérios
de êxito estabelecidos para os objectivos e contemplados nos instrumentos).
Teste e validação dos instrumentos:
Concluída a elaboração dos instrumentos estes devem ser testados, o que
permitirá identificar eventuais incorrecções e imprecisões, testar o grau de
dificuldade, o tempo necessário, etc. Com base nos resultados deste ensaio,
deverá proceder-se à respectiva correcção.
Um instrumento só deve ser validado quando possui qualidade, isto é, quando
reúne, pelo menos, as seguintes características:
Validade – o instrumento deve requerer do formando os mesmos
comportamentos que foram definidos nos objectivos e nas mesmas
condições;
Fidelidade – o instrumento deve medir com exactidão o que se pretende
e sempre o mesmo (em termos dos objectivos), independentemente do
momento ou circunstância em que é aplicado.
Objectividade – não devem existir dúvidas quanto aos critérios de êxito
na aplicação de um instrumento de avaliação. A subjectividade, deverá
ser minimizada, através de consenso entre avaliadores.
Diferencialidade – pressupõe que o instrumento não discrimina os
formandos (favorecendo uns e desfavorecendo outros, para os níveis
mínimos pré-definidos) e que o grau de dificuldade das diversas questões
é adequado aos objectivos de aprendizagem.
32 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas
Utilização do Banco de Questões:
O Banco de Questões FORMAT foi concebido tendo em conta os objectivos de
formação sugeridos nos Planos Temáticos. As questões estão organizadas por
tema.
A título exemplificativo, e embora com especial incidência no domínio cognitivo,
foram construídas questões de todos os tipos descritos no presente Guia, não só
com o objectivo de disponibilizar diversas questões já formuladas, mas,
sobretudo, visando facilitar a criação de novas perguntas.
Tendo em conta as orientações apresentadas neste ponto do Guia, relembramos
a necessidade de construir os instrumentos em função dos objectivos de
formação. Nesse sentido, numa situação concreta, deverá verificar a
compatibilidade entre as questões apresentadas no Banco de Questões e os
objectivos de aprendizagem visados para essa formação específica.
Por fim, não é de mais salientar a necessidade de proceder ao ensaio prévio dos
instrumentos, em especial quando os mesmos se destinam à avaliação sumativa.
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas 33
Parte II – Desenvolvimento Temático
1. Plano geral de desenvolvimento dos temas
2. Desenvolvimento temático
3. Apresentação dos Planos Temáticos
Plano Temático n.º 1 – A Mecanização Agrícola
Plano Temático n.º 2 – A Empresa Agrícola
Plano Temático n.º 3 – O Projecto de Mecanização
Plano Temático n.º 4 – Cálculo de Custo de Utilização das
Máquinas Agrícolas
34 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas
II. Desenvolvimento Temático
Esta parte do Guia reúne um conjunto de orientações metodológicas específicas
relativamente à formação de activos agrícolas, agricultores e empresários
agrícolas, na área temática da Gestão do Parque de Máquinas.
Descreve-se o plano geral de desenvolvimento dos temas (módulos/unidades),
apresentando-se, as orientações pedagógicas em termos de planificação,
metodologia e propostas de actividades / exercícios formativos, sob a forma de
planos temáticos. A cada módulo / unidade de formação fez-se corresponder um
Plano Temático, com a mesma designação.
Incluíram-se ainda orientações e sugestões em matéria de actividades /
exercícios de avaliação formativa e sumativa.
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas 35
1. Plano geral de desenvolvimento dos temas
O desenvolvimento dos temas foi organizado em consonância com a formação de
operadores de máquinas agrícolas.
Relativamente à Gestão do Parque de Máquinas os temas foram agrupados de
acordo com a estruturação da formação nesta área, organizando-se em módulos
ou unidades de formação. Para cada módulo ou unidade de formação é
apresentado um Plano Temático, com a mesma designação.
O Plano Temático é um instrumento que serve de orientação para a preparação
da intervenção formativa e que permite integrar de forma coerente os diversos
intervenientes no processo formativo. Este instrumento de trabalho do formador,
além de funcionar como “bússola” para o próprio, possibilita ainda uma análise
rápida e objectiva, sobre o conteúdo e a metodologia subjacente a cada uma das
intervenções pedagógicas, por parte dos outros elementos da equipa
pedagógica.
Em suma, o plano temático é um instrumento que permite:
• Orientar a preparação das sessões (pelo formador);
• Conferir uma maior objectividade e transparência à formação a
realizar;
• Coordenar as diversas intervenções pedagógicas;
• Facilitar o acompanhamento por parte da coordenação;
• Facilitar a avaliação das aprendizagens e da formação;
• Contribuir para uma maior uniformização das práticas pedagógicas,
nesta área de formação.
36 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas
Tendo por base as orientações e sugestões apresentadas no presente Guia, cabe
ao formador adaptá-las de acordo com os destinatários específicos, tendo em
conta diversos aspectos (importantes mas por vezes não considerados na
planificação da formação), tais como: grau de instrução, domínio da linguagem
escrita e oral, idade e género, experiência profissional dos participantes.
Estas informações deverão ser previamente recolhidas e fornecidas pela entidade
formadora. Contudo, se essas informações não estiverem disponíveis, pode
solicitar a outro colega (que o tenha antecedido) ou, ao limite, proceder a essa
recolha na sua primeira sessão com o grupo.
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas 37
2. Desenvolvimento Temático
Conforme se referiu anteriormente, na óptica da prática pedagógica, o Guia do
Formador reúne, para cada tema a trabalhar em formação, proposta e sugestões
relativas à planificação, orientações metodológicas e actividades / exercícios
formativos.
Nesse sentido, estruturaram-se os temas previstos, em planos temáticos,
apresentando em cada um, propostas e sugestões respeitantes ao conjunto de
aspectos mais relevantes em termos de intervenção pedagógica:
• Designação do tema
• Objectivos gerais
• Objectivos específicos
• Conteúdos temáticos
• Metodologia pedagógica
• Recursos necessários
• Avaliação aconselhada
Recordamos que os planos temáticos constituem orientações de carácter
meramente indicativo, a partir dos quais, o formador, pode construir o seu
próprio trabalho de planificação.
Outro aspecto importante a reter é que a utilização das sugestões apresentadas
deverá ser sempre adaptada às condições específicas de realização da formação,
aos objectivos previstos e às características do grupo concreto.
Por fim, aconselhamos vivamente o formador, a registar todos os elementos
relevantes sobre a utilização dos diversos recursos e técnicas sugeridos neste
guia (adaptações efectuadas, resultados obtidos, tempos de execução, reacções
observadas nos participantes, etc.). Estes registos revelam-se de grande
utilidade em aplicações futuras, constituindo ainda um importante elemento de
partilha com outros formadores.
38 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas
Na sua planificação da formação, é importante prever para o início de cada novo
módulo / unidade, a realização de uma actividade que permita diagnosticar o
ponto de partida dos formandos relativamente à temática concreta. Sugerimos
igualmente que solicite aos formandos a identificação das suas expectativas,
face à formação no tema em causa. Esses elementos devem ser devidamente
contemplados e integrados na sua planificação, adequando-a o mais possível às
reais necessidades dos formandos.
No início de cada novo módulo / unidade, apresente sempre os objectivos do
mesmo, aproveitando ainda para esclarecer a forma como o módulo/unidade
está organizado, que tipo de avaliação está previsto, em que momentos irá
ocorrer, bem como providenciar outras informações de interesse para o bom
funcionamento da formação (horários, intervalos, etc.).
Em cada sessão, deverá igualmente começar por explicitar os objectivos
previstos para a mesma.
Desenvolva a formação, de acordo com a planificação, mas tendo sempre em
atenção as reacções dos formandos e o ambiente em que decorre a formação.
Não hesite em alterar a planificação, se concluir que a mesma não está a
resultar, do ponto de vista da aprendizagem. Os sinais indiciadores de que algo
não está bem, podem ser diversos (formandos sonolentos, barulho de fundo,
movimentos nas cadeiras e com os materiais, discussões entre formandos, etc.).
É importante que esteja atento/a e saiba interpretar estes sinais. Por vezes, a
pausa ou intervalo podem ser suficientes para repor a atenção e participação dos
formandos.
No entanto, por vezes, estas manifestações revelam outros problemas
relacionados (ou não) com a formação. Questione-se sobre as razões
subjacentes, fale com colegas e reúna informação sobre acontecimentos ou
situações que tenham ocorrido ou que estejam a acontecer na altura. Não hesite
em questionar (directamente) o grupo, se não conseguir perceber o que se
passa. A frontalidade e objectividade no tratamento destas situações permite
clarificar o que está a acontecer, no sentido de implementar as medidas
necessárias à gestão e resolução de eventuais conflitos. Independentemente do
tipo de situação, seja assertivo/a e nunca tome partido em disputas entre
formandos. Caso se revele necessário, trate da situação individualmente, no final
da sessão.
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas 39
Enquanto formador/a, a sua função é facilitar a aprendizagem, o que pressupõe,
também, mediar conflitos (contribuindo para que exista um bom clima de
formação). Em qualquer circunstância, deverá sempre ter presente que a
autoridade e poder para controlar a situação de formação, são responsabilidade
sua e, nesse sentido, deverá utilizar os meios ao seu dispor para assegurar um
clima favorável à aprendizagem.
No final, deverá fazer um balanço da sessão. Efectue uma síntese dos conteúdos
trabalhados, relacionando-os com os objectivos da sessão. Para concluir, faça a
ligação entre a sessão finda e a(s) próxima(s), relembrando eventuais
compromissos previamente estabelecidos com o grupo (material necessário,
prazo para entrega de trabalhos, realização de actividades específicas, etc.),
identificando as temáticas a trabalhar e a sua relação com a formação já
realizada.
Recorde-se ainda que a sua planificação deve incluir os momentos de avaliação
(formativa e sumativa) programados. Informe os formandos sobre a forma e
momentos de avaliação. Organize o seu plano, de modo a permitir eventuais
“revisões” e esclarecimento de dúvidas na sessão anterior ou na própria sessão,
caso a actividade de avaliação ocupe apenas a segunda parte da sessão de
formação. Preveja uma breve pausa entre a conclusão da sessão de formação e
a realização da actividade de avaliação.
Por fim, relembramos a importância de dar feedback, aos formandos, quer
relativamente à progressão na aprendizagem (ao longo da formação), quer
sobre os resultados obtidos nas avaliações sumativas.
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas 41
3. Apresentação dos Planos Temáticos
Plano Temático n.º 1 – A Mecanização Agrícola
Plano Temático n.º 2 – A Empresa Agrícola
Plano Temático n.º 3 – O Projecto de Mecanização
Plano Temático n.º 4 – Cálculo de Custo de Utilização das
Máquinas Agrícolas
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas 43
4
OBJECTIVO GERAL:
Habilitar os formandos com conhecimentos ao nível da utilização do tractor
agrícola.
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS:
No final deste módulo / unidade, os formandos deverão ser capazes de:
• identificar e descrever as potencialidades de cada tipo de tractor e
equipamentos agrícolas e sua utilização;
• fazer uma breve resenha histórica sobre a evolução da mecanização
agrícola;
• caracterizar as diferentes formas de utilização comum das máquinas
agrícolas.
CONTEÚDOS TEMÁTICOS:
A evolução dos tractores agrícolas ao longo do tempo;
Tractor como instrumento de trabalho, como unidade transformadora de
potência;
Classificação e tipos de tractores agrícolas;
Utilização dos racional dos tractores e equipamentos agrícolas;
Formas de utilização comum das máquinas agrícolas, vantagens e
inconvenientes de cada forma;
O associativismo enquanto instrumento de utilização comum.
A MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA
PLANO TEMÁTICO N.º 1
44 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas
METODOLOGIA PEDAGÓGICA:
O formador deverá, em primeiro lugar, identificar os conhecimentos de base dos
formandos, bem como as suas expectativas.
Seguidamente deve apresentar os objectivos específicos da formação neste
tema. Em cada sessão, apresente também os objectivos previstos para a
mesma.
Dada a natureza teórica do tema, os métodos expositivo e interrogativo, são
normalmente os adoptados. Caso opte por utilizar estes métodos, assegure-se
de que tem recursos de apoio bem estruturados e suficientemente motivadores,
(de modo a cativar a atenção do formando, facilitando a aprendizagem),
designadamente apresentações digitais e vídeos técnicos.
Utilize esses mesmos recursos, se estiverem adaptados a esse fim, para colocar
os formandos num papel activo, explicando o que observam, analisando as
situações apresentadas e, eventualmente, relacionando-as com a própria
experiência anterior.
Tendo em conta que estes métodos (em especial o expositivo) podem ser pouco
estimulantes para os formandos, a planificação das sessões deverá prever a
combinação com outros métodos mais participativos. Por outro lado, a técnica
das perguntas também não deve ser utilizada de forma intensiva, pois torna-se
igualmente desmotivadora, apelando pouco à participação activa de todos os
membros do grupo.
A discussão conduzida, o debate e os trabalhos individuais e de grupo, deverão
ser intercalados com as apresentações teóricas, por forma a dinamizar a
participação e a interacção no grupo.
Alguns conteúdos prestam-se mais a actividades práticas, por parte dos
formandos, do que outras. Relativamente ao tema da Mecanização Agrícola,
alguns dos conteúdos propostos podem ser explorados pelos formandos
(individualmente ou em grupo), tornando a aprendizagem mais autónoma
(Exemplo: Evolução do tractor agrícola ao longo do tempo).
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas 45
Verifique previamente as fontes de informação disponibilizáveis aos formandos
para a realização deste tipo de pesquisas: livros e publicações técnicas,
legislação, acesso Internet (com eventual identificação prévia dos sítios mais
indicados, sobretudo se os formandos não tiverem experiência de utilização
deste recurso). Na eventualidade da formação coincidir com alguma exposição
ou feira sobre a temática da Mecanização Agrícola, pode antecipadamente
verificar se existem condições que permitam uma visita com o grupo. Nesse
caso, deverá prever actividades a realizar pelos formandos na sequência da
mesma.
Pode também prever actividades práticas (em grupos), com recurso a fotografias
representativas de alguns equipamentos agrícolas e da sua utilização.
Estruture as actividades a realizar pelos formandos. No início de cada actividade
prática, explicite claramente aos formandos o que se pretende, os meios que
podem utilizar, o tempo disponível, organização dos grupos, etc. Acompanhe a
execução, apoiando os grupos na resolução de eventuais dificuldades e
observando o desenvolvimento das actividades e os desempenhos dos diversos
formandos.
RECURSOS NECESSÁRIOS:
Para aplicar a metodologia sugerida, deverá dispor de:
• Projector multimédia;
• Computador;
• Tela de projecção;
• Quadro de papel (flipchart) e marcadores;
• TV e Leitor de vídeo (VHS ou DVD, consoante os vídeos a utilizar)
e dos seguintes recursos pedagógicos:
• Apresentações e/ou transparências sobre os temas;
• Quadros ou painéis didácticos;
46 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas
• Filmes (vídeos) técnicos de apoio;
• Livros, publicações e/ou fotografias sobre o tema da utilização comum
das máquinas agrícolas;
AVALIAÇÃO ACONSELHADA:
No decurso da formação, sugere-se a realização de avaliação formativa, com
base numa ou mais actividades práticas acima propostas.
No final do módulo / unidade, deverá ser realizada uma avaliação sumativa que
permita verificar a aprendizagem relativamente aos objectivos previstos.
O instrumento de avaliação pode ser um teste escrito (compostos por diferentes
tipos de perguntas) ou um trabalho prático.
Se optar por efectuar a avaliação sumativa, com base em actividades práticas
(Ex: trabalho individual, com ou sem apresentação oral), deverá construir fichas
ou grelhas de avaliação para o efeito.
Independentemente do tipo de instrumentos que pretenda utilizar, é importante
reter que, neste módulo/unidade, a avaliação deve incidir, essencialmente, sobre
os seguintes objectivos de aprendizagem:
• Identificar e descrever as potencialidades dos equipamentos agrícolas,
recorrendo a um exemplo real;
• Descrever, resumidamente, o processo de evolução dos tractores e
máquinas agrícolas;
• Identificar as formas de utilização comum das máquinas agrícolas e
descrever a forma de implementação de pelo menos uma dessas formas.
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas 47
OBJECTIVO GERAL:
Promover aos formandos a aquisição de conhecimentos ao nível da empresa
agrícola.
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS:
No final deste módulo / unidade, os formandos deverão ser capazes de:
• caracterizar a empresa agrícola e o seu planeamento;
• identificar os tipos de sistemas produtivos e relacionar a sua
implementação;
• descrever as diversas fases da gestão do sistema produtivo;
CONTEÚDOS TEMÁTICOS
Caracterização de uma exploração agrícola;
O Sistema produtivo; as vertentes de análise;
A Contabilidade agrícola, tipos e funcionamento;
A viabilidade técnica, económica e financeira de um sistema de produção;
O destino das produções agrícolas;
A implementação de um sistema de produção;
A avaliação e controlo de um sistema de produção;
A gestão do sistema de produção;
A determinação dos resultados económicos de um sistema de produção;
O planeamento de uma empresa agrícola.
A EMPRESA AGRÍCOLA
PLANO TEMÁTICO N.º 2
48 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas
METODOLOGIA PEDAGÓGICA:
A formação pode estar organizada em sessões teóricas e sessões práticas, bem
como prever sessões teórico-práticas.
No início da formação no tema, apresente os respectivos objectivos. Em cada
sessão, deverá identificar também os objectivos previstos para a mesma.
A componente mais teórica associada a este tema pode ser desenvolvida com
recurso ao método expositivo, suportado por apresentações digitais ou
transparências.
Contudo, neste tema é aconselhável prever actividades práticas que facilitem a
aprendizagem, designadamente nos aspectos relacionados com o planeamento
da empresa agrícola, sistemas produtivos e respectiva gestão.
Pode recorrer a estudos de caso com base nos quais os formandos efectuam a
respectiva análise.
Na impossibilidade de dispor de estudos de caso, pode simular algumas
situações específicas (relativas aos aspectos mais relevantes) que permitam aos
formandos reflectir (individualmente ou em grupo) e produzir sínteses dessa
mesma reflexão. Essas sínteses, podem depois ser partilhadas (oralmente) com
os restantes elementos. No final, cabe ao formador sistematizar as questões
centrais e as principais conclusões.
RECURSOS NECESSÁRIOS:
Para aplicar a metodologia sugerida, deverá dispor de:
• Projector multimédia;
• Computador;
• Tela de projecção;
• Quadro de papel (flipchart) e marcadores;
• TV e Leitor de vídeo (VHS ou DVD, consoante os vídeos a utilizar);
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas 49
dos seguintes recursos pedagógicos:
• Apresentações e/ou transparências sobre os temas;
• Quadros ou painéis didácticos;
• Filmes (vídeos) técnicos de apoio;
• Casos práticos (se disponíveis).
e, ainda, dos seguintes materiais de apoio à formação teórico-prática:
• Quadros estatísticos das condições edafo-climáticas da região em
causa;
• Tabelas diversas utilizadas em mecanização agrária;
• Máquinas de calcular;
• Outros materiais e consumíveis específicos para trabalhar o tema.
AVALIAÇÃO ACONSELHADA:
No decurso da formação, sugere-se a realização de avaliação formativa, com
base numa ou mais actividades práticas acima propostas.
No final do módulo / unidade, deverá ser realizada uma avaliação sumativa que
deverá permitir verificar a aprendizagem relativamente aos objectivos previstos.
Os instrumentos sugeridos para esta avaliação, podem ser teste escrito
(compostos por diferentes tipos de perguntas) ou um trabalho prático que
integre as diversas temáticas trabalhadas na formação.
Se optar por efectuar a avaliação sumativa, com base em actividades práticas
(Ex: trabalho individual, com ou sem apresentação oral), deverá construir fichas
ou grelhas de avaliação para o efeito.
50 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas
Independentemente do tipo de instrumentos que pretenda utilizar, é importante
referir que, neste módulo / unidade, a avaliação deve incidir, essencialmente,
sobre os seguintes objectivos de aprendizagem:
• identificar os requisitos necessários à caracterização de uma empresa
agrícola;
• enunciar os critérios de analise de um sistema produtivo, descrevendo
pelo menos um deles.
• descrever o processo de planeamento de uma empresa agrícola,
identificando, pelo menos, dois dos requisitos a ter em consideração.
• descrever as diversas fases da gestão do sistema produtivo, associado ao
planeamento da empresa agrícola.
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas 51
OBJECTIVO GERAL:
Os formandos deverão saber identificar e implementar as diversas fases de um
projecto de mecanização.
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS:
No final deste módulo / unidade, os formandos deverão ser capazes de:
• identificar as fases de planeamento da mecanização de uma empresa
agrícola;
• determinar a capacidade de trabalho de um sistema de mecanização;
• enunciar os critérios a ter em conta na escolha das máquinas.
CONTEÚDOS TEMÁTICOS:
Aspectos gerais da mecanização;
Planeamento da mecanização de uma empresa agrícola;
Rendimento de trabalho das máquinas agrícolas;
Capacidade efectiva de trabalho, capacidade de campo e eficiência de
trabalho;
Operações culturais;
Determinação das necessidades de tracção;
Factores que influenciam a eficiência das máquinas agrícolas;
Determinação do tempo disponível para cada operação mecanizada;
O PROJECTO DE MECANIZAÇÃO
PLANO TEMÁTICO N.º 3
52 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas
O dimensionamento e a escolha das máquinas e equipamentos;
As variáveis técnica, económica e financeira que influenciam a escolha
das máquinas.
Análise de diversos tipos de tabelas utilizadas;
O Projecto de mecanização agrícola, suas variáveis de elaboração.
METODOLOGIA PEDAGÓGICA:
Aconselha-se a que a formação seja estruturada com uma componente teórica e
uma componente prática.
No início do tema devem ser apresentados os respectivos objectivos, o mesmo
devendo ser efectuado em relação aos objectivos estabelecidos para cada
sessão.
O formador deve fazer uma abordagem geral da interacção dos diversos
aspectos do projecto de mecanização, tratando depois cada um dos temas de
forma autónoma.
A planificação das sessões, deverá pois prever a apresentação da componente
teórica, suportada por apresentações, vídeos, etc., seguindo-se uma
componente prática (Ex: realização de exercícios, individualmente ou em grupo)
durante a qual o formando aplica de imediato os conhecimentos adquiridos.
Neste tema, uma das formas de consolidar as aprendizagens é através da
elaboração de um projecto de mecanização. Assim, sugere-se a realização desta
actividade integradora, ou logo desde o início da unidade ou numa fase mais
avançada da formação. O trabalho é desenvolvido durante as sessões de
formação, com o acompanhamento do formador, o qual deverá orientar os
participantes e apoiar na resolução de eventuais dificuldades.
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas 53
RECURSOS NECESSÁRIOS:
Para aplicar a metodologia sugerida, deverá dispor de:
• Projector multimédia;
• Computador;
• Tela de projecção;
• Quadro de papel (flipchart) e marcadores;
• TV e Leitor de vídeo (VHS ou DVD, consoante os vídeos a utilizar)
• Material de apoio à formação teórico/prática.
e dos seguintes recursos pedagógicos:
• Apresentações digitais e/ou transparências;
• Quadros ou painéis didácticos;
• Filmes ou vídeos técnicos de apoio;
bem como dos seguintes materiais de apoio à formação teórico-prática:
• Quadros estatísticos das condições edafo-climáticas da região em causa;
• Tabelas diversas utilizadas em mecanização agrária;
• Máquinas de calcular;
• Outros materiais e consumíveis específicos.
54 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas
AVALIAÇÃO ACONSELHADA:
No decurso da formação, sugere-se a realização de avaliação formativa, com
base numa ou mais actividades práticas acima propostas.
No final do módulo / unidade, deverá ser realizada uma avaliação sumativa que
permita verificar a aprendizagem relativamente aos objectivos previstos.
Esta avaliação pode ser efectuada através de teste escrito (composto por
diversos tipos de perguntas) ou com base na elaboração de um projecto de
mecanização, o qual poderá ser ainda objecto de defesa.
Se optar por efectuar a avaliação sumativa, com base em actividades práticas
(Ex: trabalho individual, com ou sem apresentação oral), deverá construir fichas
ou grelhas de avaliação para o efeito.
Independentemente do tipo de instrumentos que pretenda utilizar, é importante
reter que, neste módulo / unidade, a avaliação deve incidir, essencialmente,
sobre os seguintes objectivos de aprendizagem:
• Caracterizar as diversas fases de um projecto de mecanização;
• determinar a capacidade de trabalho de um conjunto tractor + alfaia
agrícola;
• identificar os critérios a ter em consideração na escolha e
dimensionamento das máquinas e descrever, pelo menos, dois dos
requisitos a ter em consideração;
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas 55
OBJECTIVO GERAL:
Os formandos deverão ser capazes de determinar os custos de utilização de
máquinas agrícolas.
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS:
No final deste módulo / unidade, os formandos deverão ser capazes de:
• identificar a estrutura de custos associada ao custo horário de utilização
das máquinas agrícolas;
• calcular os custos de utilização de uma máquina agrícola;
• calcular o custo da mecanização duma operação cultural;
• determinar o peso do custo da mecanização de determinada cultura em
relação ao preço final do produto.
CONTEÚDOS TEMÁTICOS:
Definições técnicas;
Análise das tabelas e formulas a utilizar;
O conceito de custo de utilização dos tractores e equipamentos agrícolas;
Encargos fixos e encargos variáveis;
O custo horário de utilização: por equipamento; por conjunto tractor -
alfaia; por operação cultural; por actividade/cultura;
O custo total da mecanização por actividade/cultura;
CUSTOS DE UTILIZAÇÃO DE TRACTORES E EQUIPAMENTOS AGRÍCOLAS
PLANO TEMÁTICO N.º 4
56 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas
O custo da mecanização por unidade de produto duma dada cultura;
A influência da mecanização do custo final do produto;
A analise comparativa entre custos mecanizados e custos manuais de
uma cultura e seu peso no custo final do produto
METODOLOGIA PEDAGÓGICA:
Na primeira sessão deverão ser apresentados os objectivos da unidade e da
sessão. Em cada sessão subsequente, deverão ser também apresentados os
respectivos objectivos.
Ao longo da formação, devem ser intercaladas componentes teóricas e
componentes práticas.
A componente teórica, pode ser suportada pelo método expositivo, o que
permite a transmissão das informações de base técnica (Ex: forma de cálculo
dos custos de utilização), ou, eventualmente pela demonstração de algumas
operações (cálculos, caso a complexidade das mesmas o justifique). Em
qualquer dos casos, deve ser complementada com uma componente prática que,
através da aplicação em concreto, promoverá a efectiva aprendizagem (Ex:
exercícios de cálculo de custos de utilização de uma máquina agrícola).
A utilização do método interrogativo, em parte de algumas sessões pode
também permitir relembrar conceitos e outros aspectos relevantes, para a
introdução de novos temas ou aprofundamento dos anteriores.
Em qualquer das situações, sugere-se que a formação seja estruturada de modo
a permitir a resolução de exercícios, individualmente e/ou em grupo,
designadamente exercícios de cálculo dos custos de mecanização de uma cultura
e de determinação do peso do custo da mecanização no custo final do produto.
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas 57
RECURSOS NECESSÁRIOS:
Para aplicar a metodologia sugerida, deverá dispor de:
• Projector multimédia;
• Computador;
• Tela de projecção;
• Quadro de papel (flipchart) e marcadores;
• TV e Leitor de vídeo (VHS ou DVD, consoante os videmos a utilizar)
• Material de apoio à formação teórico/prática.
e dos seguintes recursos pedagógicos:
• Apresentações digitais e/ou transparências;
• Quadros ou painéis didácticos;
• Filmes ou vídeos técnicos de apoio;
• Casos práticos (se disponíveis);
bem como dos seguintes materiais de apoio à formação teórico-prática:
• Tabelas e quadros estatísticos da mecanização;
• Tabelas diversas utilizadas em mecanização agrária;
• Máquinas de calcular;
• Outros materiais e consumíveis específicos.
58 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas
AVALIAÇÃO ACONSELHADA:
No decurso da formação, sugere-se a realização de avaliação formativa, com
base numa ou mais actividades práticas acima propostas.
No final do módulo / unidade, deverá ser realizada uma avaliação sumativa que
permita verificar a aprendizagem relativamente aos objectivos previstos.
Esta avaliação pode ser efectuada através de teste escrito (composto por
diversos tipos de perguntas) ou com base na elaboração e apresentação de um
trabalho sobre custos de utilização das máquinas agrícolas numa cultura e o seu
peso no preço final do produto.
Se optar por efectuar a avaliação sumativa, com base em actividades práticas
(Ex: trabalho individual, com ou sem apresentação oral), deverá construir fichas
ou grelhas de avaliação para o efeito.
Independentemente do tipo de instrumentos que pretenda utilizar, é importante
reter que, neste módulo / unidade, a avaliação deve incidir, essencialmente,
sobre os seguintes objectivos de aprendizagem:
• identificar a estrutura de custos associada ao custo de utilização horário
das máquinas agrícolas.
• calcular o custo de utilização horária de um tractor agrícola;
• calcular o custo de utilização horária de um conjunto tractor + alfaia
agrícolas;
• calcular o custo da mecanização de uma operação cultural;
• calcular o custo da mecanização de uma cultura;
• determinar o peso do custo da mecanização de determinada cultura em
relação ao preço final do produto.
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas 59
Parte III – Referências
Parte III - Referências
Esta terceira e última parte do guia, integra a identificação e caracterização dos
recursos complementares desenvolvidos – Manual Técnico, Banco de Imagens,
Vídeos Técnicos de apoio e Banco de Questões – que visam apoiar o formador na
construção e adaptação de materiais pedagógicos e instrumentos de avaliação.
Inseriu-se, ainda nesta parte, a identificação de referências bibliográficas, tanto
de natureza técnica como pedagógica, destinadas a contribuir para a
actualização e aperfeiçoamento permanente do/a formador/a.
Parte III – Referências
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas 61
1. Recursos complementares
Conforme referido na introdução deste Manual, no âmbito do Projecto FORMAT,
foi concebido um conjunto integrado de recursos técnico - pedagógicos de apoio
à formação em Mecanização Agrícola, disponibilizados em DVD.
Especificamente sobre Gestão do Parque de Máquinas, o conjunto de recursos
desenvolvidos e disponibilizados, é o seguinte:
Manual Técnico do Formador – Gestão do Parque de Máquinas
Este manual contem a apresentação dos diversos conteúdos técnicos relativos ao
Parque de Máquinas e cuja estrutura modular é idêntica à dos Planos Temáticos
constantes do presente guia, contemplando as seguintes unidades formativas:
Unidade 1 – A Mecanização Agrícola
Unidade 2 – A Empresa Agrícola
Unidade 3 – O projecto de mecanização
Unidade 4 – Custos de utilização dos tractores e equipamentos agrícolas
Banco de Imagens:
Contem imagens alusivas à Gestão do Parque de Máquinas, que o formador pode
utilizar na preparação de recursos para as sessões de formação.
Pode recorrer a este Banco de imagens, para a produção de novos textos ou
apresentações de sua autoria, bem como para ilustrar conteúdos retirados do
manual técnico.
As imagens disponibilizadas podem também ser utilizadas na construção de
exercícios / actividades formativas e instrumentos de avaliação sumativa (para
comentar, completar, legendar, etc.).
62 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas
Banco de Questões:
Esta ferramenta inclui questões elaboradas tendo por base os objectivos
pedagógicos propostos nos planos temáticos, abrangendo os diversos conteúdos
técnicos relativos à Gestão do Parque de Máquinas.
O formador pode utilizar estas questões tanto para a construção de exercícios /
actividades formativas ou sumativas específicas (para cada tema) ou globais
(para a generalidade dos temas).
Os instrumentos de avaliação podem ainda ser construídos directamente pelo
formador, seleccionando, uma a uma, as questões que pretende incluir ou serem
gerados automaticamente pela aplicação.
Em suma, o formador pode utilizar as diversas componentes de cada um destes
recursos, autonomamente ou integrá-las na construção de recursos e
instrumentos da sua própria autoria.
Parte III – Referências
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas 63
2. Referências – Sugestões de leitura complementar
A actividade de formação requer a permanente actualização e aperfeiçoamento
por parte dos profissionais de formação.
Nesse sentido, incluímos nesta parte do Manual um conjunto de referências
bibliográficas (disponíveis em suporte papel ou na Internet) relativamente aos
temas abordados nesta formação.
Referências Técnicas – bibliografia recomendada
MOURÃO, Hernâni, Mecanização agrícola associativa, DGDRural, Divisão de
Documentação e Tratamento da Informação, Lisboa, 2001.
MOURÃO, Hernâni, Análise do livro do tractorista, DGPA, Direcção Geral do
Planeamento e Agricultura, Lisboa, 1987.
MENDONÇA, E. Arnaut, e Outro, Custo das principais tarefas agrícolas, IHERA,
Divisão de Mecanização Agrária, Lisboa, 1994-2004.
CORDEIRO, M. J. L., O parque de máquinas a adquirir para a exploração da
Herdade dos Lameirões, Junta de Colonização Interna, Lisboa, 1960.
SILVA, J. O., As máquinas na economia e produção agrícolas, Junta de
Colonização Interna, Lisboa, 1966.
IDRHa, Custo de Execução das Principais Tarefas Agrícolas, Lisboa, 1984.
BRIOSA, F., Glossário ilustrado de mecanização agrícola, Lisboa, 1984.
MENDONÇA, E. A., HENRIQUES, J.R. e CARNEIRO, J. B., Tempo de trabalho das
principais tarefas agrícolas, Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural
e das Pescas, Instituto de Hidráulica, Engenharia Rural e Ambiente, Divisão de
Mecanização Agrária, Lisboa 2000.
64 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas
HENRIQUES, J.R. e Carneiro, J. B., Análise dos encargos com a utilização das
máquinas agrícolas, Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das
Pescas, Instituto de Hidráulica, Engenharia Rural e Ambiente, Divisão de
Mecanização Agrária, Lisboa 2001.
WITNEY, B., Chossing & Usinh, Farm Machines, Longman Scientific & Technical,
NY 1988.
CARDOSO, M.J.M, Apontamentos de gestão de máquinas, Escola Superior
Agrária de Ponte de Lima, Ponte de Lima, 1995.
SANTOS, F, Considerações gerais sobre empresas agrícolas, Universidade de
Trás os Montes e Alto Douro, Vila Real, 1993.
AVILLEZ, F., ESTÁCIO, F., NEVES, M.,. Análise de projectos agrícolas no contexto
da política agrícola comum, Banco Pinto & Sotto Mayor, Lisboa, 1987
COSTA, F., A contabilidade e a gestão na empresa agrícola. DGPA. Lisboa, 1989
PEREIRA, M., GALVÃO, A., ESTÁCIO, F., ALMEIDA, R., Limiares de rendabilidade
da exploração agrícola numa região do Noroeste, Fundação Calouste Gulbenkian,
Lisboa, 1966
CERQUEIRA, J. M.C., Operações e máquinas, Clássica Editora, Lisboa 1989.
BASILIO, A., Gestão do parque de máquinas agrícolas, Pegões, 1998.
BARROS, H., GALVÃO, A., O capital de empresa em agricultura, Fundação
Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1964.
CNEEMA, Livre du Maitre, Tracteurs et Machines Agricoles, Tome 3, CNEEMA,
1974.
Parte III – Referências
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas 65
Referências Técnicas – sítios Internet
A titulo exemplificativo, mencionamos alguns sítios Internet, nomeadamente
portais de informação sobre mecanização agrária, nos quais o formador pode
recolher informação sobre diversos temas específicos.
As sugestões são as seguintes:
www.abolsamia.pt
www.isa.pt
http://home.utad.pt/~dfr/index2.html
www.agroportal.pt
www.min-agricultura.pt
www.apma.pt
Sugerimos ainda a utilização de motores de pesquisa (Google, Altavista, etc.)
para consultas complementares, quer de sítios de outras universidades que
versam esta temática no nosso país, quer ainda de sítios de origem brasileira
dedicados a esta temática.
66 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas
Referências no domínio pedagógico
Como referências no domínio pedagógico, mencionamos apenas alguns títulos,
que, no seu conjunto, abordam as diversas temáticas específicas relacionadas
com o desenvolvimento da formação.
Além de constituírem um elemento de consulta pontual, as obras indicadas
constituem referências de apoio ao aperfeiçoamento permanente do formador,
no plano pedagógico.
Referências (por ordem alfabética de autor):
ALVES, E., PÁSCOA, T., O Jogo em Formação. Colecção Abordagens Pedagógicas,
nº 8. CNS – Companhia Nacional de Serviços. Lisboa, 1999.
BAPTISTA, Carina, et alt., Recursos Técnico - Pedagógicos: Fichas de Bolso –
Apoio ao Profissional da Formação. INOFOR. Lisboa, 1999.
DE KETELE, Jean-Marie, et alt. Guia do Formador. Colecção Horizontes
Pedagógicos. Instituto Piaget. Lisboa, 1994.
EQUAL, Recursos Técnico - Pedagógicos & Práticas Bem Sucedidas. Colecção
Saber Fazer. Lisboa, 2003.
FERREIRA, P. Trindade, Guia do Animador – Animar uma Actividade de
Formação. Multinova União Livreira e Cultural. Lisboa, 1999.
IQF - Instituto para a Qualidade na Formação, Guia para a Avaliação da
Formação. Colecção Metodologias de formação – O ciclo Formativo. Lisboa, 1ª
Edição, Maio/2006.
IQF - Instituto para a Qualidade na Formação, Guia para a Concepção de Cursos
e Materiais Pedagógicos. Colecção Metodologias de Formação – O Ciclo
Formativo. 1ª Edição. Lisboa, Outubro/2004.
Parte III – Referências
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Gestão do Parque de Máquinas 67
LOPES, Teresa S., Concepção e Produção de Materiais para Auto-Estudo.
Colecção Referenciais de Formação Pedagógica Contínua de Formadores. IEFP –
Instituto de Emprego e Formação Profissional. Lisboa, Junho/2003.
SAMPAIO, José L.S., Avaliação na Formação Profissional – Técnicas e
Instrumentos. Colecção Formar Pedagogicamente. IEFP. Lisboa, 1997.
SILVA, M. Gabriela, Métodos e Técnicas Pedagógicas. Colecção Abordagens
Pedagógicas, nº 1. CNS – Companhia Nacional de Serviços. Lisboa, 1992
SILVA, M. Gabriela, Avaliação. Colecção Abordagens Pedagógicas, nº 2. CNS –
Companhia Nacional de Serviços. Lisboa, 1993.
TARRINHO, Abílio, O Formador: estatutos e Papeis. Colecção Abordagens
Pedagógicas, nº 7. CNS – Companhia Nacional de Serviços. Lisboa, 1997.
TIRA-PICOS, A., SAMPAIO, J., A Avaliação Pedagógica na Formação Profissional –
Técnicas e Instrumentos. Colecção Aprender. IEFP. Lisboa, 1990.
VIEIRA, Mª Lourdes, Definição de Objectivos de Formação. Colecção Aprender.
IEFP. Lisboa, Outubro 1992.