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Educação e Filosofia Uberlândia, v. 25, n. 50, p. 749-756, jul./dez. 2011. ISSN 0102-6801 749 RESENHA GRACIANI, M. S. S. Pedagogia social de rua: análise e sistematização de uma experiência vivida. 5. ed. São Paulo: Cortez; Instituto Paulo Freire, 2005. Coleção Prospectiva. v. 4. Kássia Nunes da Silva * A obra intitulada, “Pedagogia social de rua: análise e sistematização de uma experiência vivida”, tem como autora Maria Stela Santos Graciani. Foi publicada no ano de 2005, em São Paulo, pela editora Cortez, pertencendo ao 4° volume da Coleção Prospectiva. O livro traz uma abordagem da Profª. Graciani sobre uma temática pedagógica com meninos de rua na busca de criar alternativas de construir o novo, isto é, um espaço de liberdade e responsabilidade que é edificado juntamente com os educadores. A presente obra está estruturada em cinco partes: prefácio, introdução, oito capítulos, conclusão e bibliografia, contendo um total de 326 páginas. Inicialmente a autora retrata sobre a situação econômica e social do Brasil, a qual apresenta um significativo crescimento da economia, aproximadamente 7% ao ano, com intensa concentração da renda, fazendo com que a maioria da população fique excluída do acesso aos bens oriundos do crescimento econômico. Neste sentido, têm-se no País índices sociais preocupantes como, a taxa de mortalidade infantil (crianças de até 5 anos) que atingiu 87/1000 no ano de 1987, segundo informações da United Nations Children’s Fund (UNICEF). Constata-se, portanto, que o crescimento econômico favorece apenas a camada rica da sociedade, excluindo a população pobre que permanece relegada às explorações de trabalho, bem como às péssimas condições de vida, em função dos baixos salários. Em decorrência disso, milhares de crianças e jovens se viram obrigados a trabalharem visando garantir o sustento mínimo das famílias. * Mestranda em Geografia pela UFU.E-mail: [email protected]

GRACIANI, M. S. S. Pedagogia Social Da Rua

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GRACIANI, M. S. S. Pedagogia Social Da Rua...

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Educao e Filosofa Uberlndia, v. 25, n. 50, p. 749-756, jul./dez. 2011. ISSN 0102-6801 749RESENHAGRACIANI, M. S. S. Pedagogia social de rua: anlise e sistematizao de uma experincia vivida. 5. ed. So Paulo: Cortez; Instituto Paulo Freire, 2005. Coleo Prospectiva. v. 4.Kssia Nunes da Silva*A obra intitulada, Pedagogia social de rua: anlise e sistematizao de uma experincia vivida, tem como autora Maria Stela Santos Graciani. Foipublicadanoanode2005,emSoPaulo,pelaeditoraCortez, pertencendo ao 4 volume da Coleo Prospectiva.O livro traz uma abordagem da Prof. Graciani sobre uma temtica pedaggica com meninos de rua na busca de criar alternativas de construir o novo, isto , um espao de liberdade e responsabilidade que edifcado juntamente com os educadores.Apresenteobraestestruturadaemcincopartes:prefcio, introduo, oito captulos, concluso e bibliografa, contendo um total de 326 pginas.Inicialmenteaautoraretratasobreasituaoeconmicaesocial doBrasil,aqualapresentaumsignifcativocrescimentodaeconomia, aproximadamente 7% ao ano, com intensa concentrao da renda, fazendo comqueamaioriadapopulaofqueexcludadoacessoaosbens oriundos do crescimento econmico. Neste sentido, tm-se no Pas ndices sociaispreocupantescomo,ataxademortalidadeinfantil(crianasde at5anos)queatingiu87/1000noanode1987,segundoinformaes da United Nations Childrens Fund (UNICEF). Constata-se, portanto, que ocrescimentoeconmicofavoreceapenasacamadaricadasociedade, excluindoapopulaopobrequepermanecerelegadasexploraesde trabalho, bem como s pssimas condies de vida, em funo dos baixos salrios.Emdecorrnciadisso,milharesdecrianasejovensseviram obrigados a trabalharem visando garantir o sustento mnimo das famlias. * Mestranda em Geografa pela UFU.E-mail: [email protected] e Filosofa Uberlndia, v. 25, n. 50, p. 749-756, jul./dez. 2011. ISSN 0102-6801 750O resultado observado nas estatsticas, que de um total de 16,7 milhes de crianas e jovens de dez a dezessete anos, quatro milhes deles trabalhavam no ano de 1986. A estrutura familiar sofre, portanto, um abalo, visto que, o trabalho precoce das crianas, levam-nas, muitas vezes a viver nas ruas, tornando estas um espao de reproduo da pobreza, ocasionando a mais dantesca marginalizao urbana (GRACIANI, 2005).Kowarick(1997)afrmaqueosprocessosdesegregaosocial eperiferizaosointensifcadospelocrescimentodasmetrpoles,por meio da expanso das reas perifricas, gerando problemas urbanos como difculdadesnoacessomoradia,ausnciadeserviospblicoscomo saneamentoetransporte,oqueprejudicaasobrevivnciadapopulao menos favorecida da sociedade.A presente obra tem como fnalidade promover refexes acerca das questesgeradorasdamarginalidadeurbana,compretensodedesvendar as possveis causas que produzem o distanciamento de parcela da populao aoacessoaosbenseservioscriadospelodesenvolvimentoeconmico. Para tanto, a partir de um projeto denominado Educadores Sociais de Rua, desenvolvido juntamente com a Universidade Catlica de So Paulo, fez-se um trabalho com crianas e jovens de rua do centro de So Paulo, procurando analisar e interpretar as consideraes feitas por eles no que tange pobreza urbana e s situaes vivenciadas por tais atores sociais. Com isso, pde-se perceber a fundamental importncia que a renda familiar detm, sendo fator determinanteparaomododevidadapopulao,umavezqueapoltica econmica concentradora instituda no Pas eleva os efeitos da pobreza, bem como das desigualdades econmicas e sociais da populao. Em relao ao exposto, Graciani (2005, p. 25) afrma que:Osefeitosdapobrezaaparecememformadecascataaose reproduzirem por geraes, numa perspectiva, seno de perpetuao, mas de multiplicao que se materializa nas formas e estilos de vida que assumem as sucessivas geraes de famlias pobres.Nestesentido,aautoravemexplicitaraimportnciadaprtica daEducaoPopularnatransformaodasociedade.Elaconsideraque esta prtica, que trabalha com o conhecimento contribui para a ampliao Educao e Filosofa Uberlndia, v. 25, n. 50, p. 749-756, jul./dez. 2011. ISSN 0102-6801 751deste, na medida em que os grupos populares dialogam entre si trocando experinciasdevida,delutaedesobrevivncianomeioemquevivem, auxiliando assim na construo do novo. No entanto, este conhecimento nodeveserapenastransmitidopelosEducadoresSociaisdeRuae assimilados pelas camadas populares, que devem ser entendidos aqui como sendo as crianas e adolescentes de rua, mas deve ser construdo por essa camada da sociedade, pois uma forma que esta populao tem de exercer seu poder de tomar decises que promovam transformaes sociais.A sistematizao da experincia educativa dos Educadores Sociais de Rua, realizada na dcada de 1980 com crianas e adolescentes de rua, contoucomoapoiodetcnicosespecializados,pedagogos,psiclogos, dentre outros profssionais da educao.Osprojetoseducacionaisquevigoravam,noatendiamas necessidadesdessacamadapopulare,sendoassim,comearamasurgir teoriascomoAPedagogiadoOprimidodePauloFreire(1981),que entravam em confronto com tais projetos, a fm de defender os interesses dessa populao excluda. As teorias de Paulo Freire em muito contriburam paraaquestodaeducao,vistoque,seustemasvoltadosparaa conscientizao e para o conhecimento estavam sempre relacionados com o processo de libertao. Sendo assim, a aproximao do conhecimento era facilitada, medida que o ser humano tomava conscincia de sua realidade histrica, produzindo assim o novo conhecimento que o permitia promover a transformao da realidade.A educao popular gratuita sempre foi tema de luta e manifestao dasclassespopulares,visandohomogeneizaraeducaoecombatero analfabetismo, sobretudo, dos jovens e adultos carentes e marginalizados. Em relao a isto, Brando (apud GRACIANI, 2005, p. 61 ) afrma que:Excludosdaescolaedefasadosdaeducao,sujeitosdasclasses popularessopranoseremregularmenteeducados,porque,em umasociedadecapitalistadependente,umaigualdadesocialde oportunidadesdeeducaoameaariaanecessidadepolticae econmica da desigualdade de oportunidades de participao na vida, no trabalho e no poder.Educao e Filosofa Uberlndia, v. 25, n. 50, p. 749-756, jul./dez. 2011. ISSN 0102-6801 752Nestesentido,observa-sequeaeducaovoltadaparaadultos analfabetos,nadamaisqueapenasumacompensaosimblicaque reafrmaaintensadesigualdadeeducacionalexistenteentreosnveis sociais do pas.De acordo com Graciani (2005), h uma necessidade de se teorizar as prticas da Educao Popular, buscando uma melhor compreenso sobre essa realidade. Segundo Graciani (2005, p. 69):[...] as refexes mais profundas sobre a educao popular nem sempre tiveram ao alcance da maioria dos grupos ou instancias base, seja pela questo de que a grande parte no entende a forma e a linguagem, seja porqueosespecialistasnodivulgamseustrabalhostericos,ano ser em congressos, seminrios ou livros, aos quais a maioria no tem acesso. Almdisso,almeja-setraarumametodologiaparaquea EducaoPopulartenhacapacidadedeauxiliaraspessoasaconstruir um conhecimento crtico da realidade para assim poderem transform-la. Estatransformaoconstitui-senalibertaodasociedadenoquetange desigualdade,injustia,exploraoeconmica,dominaopolticae dependncia cultural, a fm de satisfazer as necessidades sociais e constituir umasociedadejusta.Essatransformaodarealidadesomentepodeser efetivada, segundo Graciani (2005), por meio da prxis.Como j foi mencionado, o objetivo desta obra descobrir quais so as causas que condicionam meninos e meninas a viverem e sobreviverem na rua e dos recursos que a mesma oferece. Neste sentido, faz-se necessrio promover uma anlise da estrutura social em que vivem estas crianas, por meio do quadro socioeconmico a que so submetidas.OBrasilumpasregidopelosistemacapitalista,noqual,uma minoriaricadetentoradapropriedadeprivadadosmeiosdeproduo (capitalistas),promovemaacumulaodocapitalpormeiodoprocesso deexploraodaclassetrabalhadoraquerepresentaamaioriada populao.Issooriginaumadivisosocialdeclassesquecondicionaos 10% da populao mais pobre a sobreviverem com apenas 0,7% da renda total do Pas, enquanto 11,2% da renda distribuda entre a minoria rica Educao e Filosofa Uberlndia, v. 25, n. 50, p. 749-756, jul./dez. 2011. ISSN 0102-6801 753(GRACIANI,2005).Emfunodisso,crianaseadolescentesdeclasse baixa so obrigados a trabalhar informalmente na rua para complementar a renda familiar, sendo muitas vezes excludos da escola e, consequentemente do processo regular de formao profssional. Portanto, observa-se que a estruturasocialaqualsubmetidaestapopulaoexcluda,juntamente com a poltica social e econmica do pas, condicionam o modo de vida desta populao e consolida a diferenciao de padres sociais originado, sobretudo pelo sistema capitalista.Neste sentido, observa-se que as crianas que vivem na e da rua, so provenientes de famlias de classe muito baixa, na maioria das vezes sofamliasdesestruturadaseexcludassocial,poltica,econmicae culturalmente das relaes desenvolvidas na sociedade.Acredita-se que o jovem que sobrevive dos recursos oriundos da rua, possuiumacondutaantissocial,devidossuasatitudesdeagressividade erebeldia.Entretanto,Graciani(2005)demonstraalgunsapontamentos pertinentesquedevemseranalisados,noquetangeaessaposturada sociedade em relao ao menor de rua. Ela coloca que o comportamento hostil destas crianas e adolescentes, nada mais que o refexo produzido pelas condies impostas pela prpria sociedade, ou seja, a sociedade, na medida em que exclui os jovens de rua de seus direitos como cidados, est diretamente condicionando-os a este tipo de situao, em que eles tm que buscar novos modos de sobrevivncia. O assalto, roubo, prostituio e as drogas so os caminhos que a vida na rua lhes oferece.Aconstituiodeterritriossoprticascomunsemtodasas sociedades,inclusivenarua.Estesterritriosseconstroempormeiode espaosvividosporseresqueseorganizamsegundocomportamentos sociais e culturais semelhantes. Muitas vezes, as crianas de rua formam grupalizaes deste tipo como um instrumento de defesa e sobrevivncia, respeitandocertasregrasenormasdoslderesdoespao(territrio)a que pertencem.Naruaestesjovensestosempreembuscadeoportunidadesde sobrevivncia. Alguns conseguem um emprego no supermercado, construo civil ou fazem bicos vendendo doces nas esquinas ou trabalhando como fanelinhas.Noentanto,amaioriadascrianas,adolescentesejovens obrigada a realizar atividades como a prostituio, roubos, assaltos e trfco Educao e Filosofa Uberlndia, v. 25, n. 50, p. 749-756, jul./dez. 2011. ISSN 0102-6801 754de drogas. Alm disso, a violncia sofrida por esses menores de rua prejudica substancialmenteasituaodevivnciadestesjovens.Tantoaviolncia domstica, praticada dentro de casa pelos pais, que muitas vezes abusam das crianas por meio de trabalho forado, agresso fsica ou psicolgica, quanto aviolnciasocialsofridanarua,pormeiodaexcluso,marginalizaoe opressoperversa,sofatoresdeterminantesdeconvivnciasocialque condicionamestesjovensareproduzirestasprticas,matandounsaos outros,criandoassimumcrculoviciosodeviolncia,comoseamesma fosse uma ao natural do cotidiano.A ludicidade da criana de rua outro tema que Graciani retrata no livro. Ela aborda sobre a importncia de a criana ter contato com o mundo ldico, da brincadeira, da imaginao, para facilitar o processo de construo de sua identidade. As crianas de rua no deixam de brincar por no ter acesso aos brinquedos de alta tecnologia, pois, segundo Graciani (2005), as crianas de rua trabalham brincando e brincam trabalhando, ou seja, qualquer caixa de papelo encontrada na lixeira se transforma em um carrinho, assim como um chocolate que a criana est vendendo tambm pode se transformar em um carrinho pelas escadarias e corrimos das cidades.Nestesentido,humanecessidadedascrianasteremumtempo livrepararealizaratividadesldicas,paraqueasmesmasbusquem satisfazer suas necessidades de desenvolvimento corporal, da brincadeira, bem como do prazer ldico.DeacordocomGraciani,nasruashaformaodediversas grupalizaes, cada qual com suas particularidades, caractersticas e estilos prprios de vida. Em meio a isso, o Educador Social de Rua deve manter umaposturaderespeitodiantedessesgrupos,nabuscadedesenvolver aespedaggicasquesejamprogressistasecaminhemparaoprocesso de emancipao do educando. A ampliao do conhecimento dos meninos de rua um desafo que deve ser enfrentado pelos Educadores Sociais de Rua, os quais devem trabalhar o educando de modo que o mesmo aprenda a pensar, elaborar e criar conhecimentos crticos da realidade.O processo de abordagem s crianas e adolescentes de rua pelos EducadoresSociaisdeRuadeveocorrerdemaneiraautnticaesincera, sempredemonstrandoaverdadeesendocoerenteemsuaspalavrase atitudes. muito importante para o educador de rua conhecer o local em Educao e Filosofa Uberlndia, v. 25, n. 50, p. 749-756, jul./dez. 2011. ISSN 0102-6801 755queeleirdesenvolverumtrabalho,vistoque,omesmonoconhece arealidadederua,portanto,essencial,antesdeiniciaroprocessode abordagem dos jovens, a fase da observao.As crianas e adolescentes de rua criam um mundo de simbologias para facilitar sua sobrevivncia na rua, estes signos so de diversos tipos: gestos,expresses,posturadocorpo,toqueetc.Issoserveparaqueos jovensdeummesmogruposecomuniqueme,principalmenteutilizem estes signos como instrumento de defesa contra grupos rivais e, sobretudo contra os policiais, dos quais sofrem agresso constantemente.No que tange histria das polticas pblicas relacionadas criana eaoadolescentederuanoBrasil,tem-sequeinicialmenteestesjovens enquadradosnumacategoriademarginalidadesocial,osquaispossuam vrias carncias, tais como: carncia fsica, social, psquica, sendo incapaz de pensar, sentir e agir. Posteriormente, as crianas e adolescentes de rua passaram a ser caracterizados como menor, e as entidades voltadas para estacausasocialatendiamessesjovensdemaneiracompensatria,na tentativa de recuper-los para a vida em sociedade, mantendo um carter apenasassistencialistaecorrecional.Noentanto,estesdoisprojetosde assistnciaaosjovensqueforamapresentadosanteriormente,foram duramentecriticadosporintelectuaispornoatenderarealnecessidade das crianas e adolescentes de rua. Surge ento o Estatuto da Criana e do Adolescente (ECA) que estabelece, dentre outras, as seguintes diretrizes: programas de proteo aos direitos da criana e adolescente, bem como a interao das polticas bsicas com as polticas assistenciais.Nestesentido,GracianicolocaqueaPedagogiaSocialdeRua irdesaparecerquandoamesmaatingirseuobjetivo,isto,erradicar completamente as crianas e adolescentes de rua. Para isso, deve haver uma mudana estrutural no sistema econmico vigente no Pas, proporcionando assimmelhordistribuioderenda,propiciandomaioresinvestimentos para diminuir a misria, a pobreza e o desemprego.Em relao questo chave: possvel educar na rua?, Graciani afrmaqueunnimeaconcordnciaequecompletamentepossvel promover a educao de jovens na rua, a partir da Pedagogia Social de Rua.Estaobraseestabelececomoumimportantesubsdiopara agentes do setor social que se dedicam a promover assistncia a crianas Educao e Filosofa Uberlndia, v. 25, n. 50, p. 749-756, jul./dez. 2011. ISSN 0102-6801 756eadolescentesquesoexcludosdasociedadeesevemmargemdos setores social, poltico, econmico e cultural do Pas. A prtica educativa da Pedagogia Social de Rua propicia condies para que os jovens apreendam econtextualizematransformaodesuasrealidades,criandocondies para a construo de uma nova realidade, por meio de um processo contnuo e permanente de edifcao do conhecimento.MariaStelaSantosGracianigraduadaemPedagogiapela PontifciaUniversidadeCatlicadeSoPaulo,em1970.Temmestrado emCinciasSociais(1980)pelamesmaUniversidadeedoutoradoem Educao pela Universidade de So Paulo (1996). professora e atua nas reas de Criana e Adolescente, Segurana Pblica e Polticas Pblicas em Educao e Meio Ambiente.Data de registro: 16/10/2009Data de aceite: 09/04/2010