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GESTÃO DE CONTEÚDOS DIGITAIS NO FORMATO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM: CONSTRIBUIÇÕES À EDUCAÇÃO ONLINE Alex Melo da Silva (CESMAC-AL) [email protected] Ivanderson Pereira da Silva (UFAL) [email protected] RESUMO Neste ensaio, vamos discutir o conceito de Conteúdo Digital, Sistema de Gerenciamento de Aprendizagem e Sistema de Gerenciamento de Conteúdos de Aprendizagem Digitais voltados para a Gestão de conteúdos no formato de Objetos de Aprendizagem e incitar a reflexão acerca da necessidade de que tal gestão seja encarada não como uma etapa final da elaboração do curso, ou esteja restrita às ferramentas dos ambientes virtuais, mas que esta seja encarada como um processo que extrapola o momento do planejamento. Como objeto de estudo, este ensaio apresenta o projeto Fabrica Virtual, que foi uma experiência bastante positiva no tocante ao crescimento da pesquisa em Tecnologia da Informação e Comunicação aplicada a Educação no âmbito universitário. . Palavras-chave: Conteúdo Digital; Gestão de Conteúdos Digitais; Objetos de Aprendizagem 1. Introdução Ao longo da história da Educação a Distância (EAD) no Brasil, diferentes modelos de cursos e formatos de conteúdos permearam os cenários educacionais em questão. Para Palhares (2009, p. 48) “Assim como no mar onde não fica muito clara a separação entre as ondas, também na EAD, a onda seguinte não tem início no final da anterior, confundido-se uma com a outra”.

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GESTÃO DE CONTEÚDOS DIGITAIS NO FORMATO DE OBJETOS DE

APRENDIZAGEM: CONSTRIBUIÇÕES À EDUCAÇÃO ONLINE

Alex Melo da Silva (CESMAC-AL)

[email protected]

Ivanderson Pereira da Silva (UFAL)

[email protected]

RESUMO

Neste ensaio, vamos discutir o conceito de Conteúdo Digital, Sistema de Gerenciamento

de Aprendizagem e Sistema de Gerenciamento de Conteúdos de Aprendizagem Digitais

voltados para a Gestão de conteúdos no formato de Objetos de Aprendizagem e incitar a

reflexão acerca da necessidade de que tal gestão seja encarada não como uma etapa final

da elaboração do curso, ou esteja restrita às ferramentas dos ambientes virtuais, mas que

esta seja encarada como um processo que extrapola o momento do planejamento. Como

objeto de estudo, este ensaio apresenta o projeto Fabrica Virtual, que foi uma

experiência bastante positiva no tocante ao crescimento da pesquisa em Tecnologia da

Informação e Comunicação aplicada a Educação no âmbito universitário.

.

Palavras-chave: Conteúdo Digital; Gestão de Conteúdos Digitais; Objetos de

Aprendizagem

1. Introdução

Ao longo da história da Educação a Distância (EAD) no Brasil, diferentes

modelos de cursos e formatos de conteúdos permearam os cenários educacionais em

questão. Para Palhares (2009, p. 48) “Assim como no mar onde não fica muito clara a

separação entre as ondas, também na EAD, a onda seguinte não tem início no final da

anterior, confundido-se uma com a outra”.

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Neste sentido, o fato de ter havido períodos em que predominaram os cursos

por correspondência, posteriormente por rádio, por televisão, por satélite, por CD-ROM

e atualmente os cursos online ou semi-presenciais; não quer dizer que em quaisquer

destes modelos, a única alternativa para o material didático seja a do enfoque do veículo

midiático.

É possível e viável a combinação de diferentes formatos de conteúdos para a

composição do material didático dos cursos e com importante destaque para cursos

online. Para Lévy (1999, p. 157),

o ciberespaço suporta tecnologias intelectuais que amplificam, exteriorizam e

modificam numerosas funções cognitivas humanas: memória (bancos de

dados, hiperdocumentos, arquivos digitais de todos os tipos), imaginação

(simulações), percepção (sensores digitais, telepresença, realidades virtuais),

raciocínios (inteligência artificial, modelização de fenômenos complexos).

Desta forma, reduzir as inúmeras potencialidades do espaço virtual em função

de um único formato de conteúdo é reduzir as características do próprio ciberespaço.

Após o início da primeira década do século XXI, a internet e suas interfaces inauguram

um novo paradigma em termos comunicação e autoria.

Interfaces online que proporcionam a construção de páginas web, perfis

usuários e do próprio conteúdo que circula pela internet. Este movimento no qual o

conteúdo da Internet é alimentado por aqueles que fazem uso da rede, constitui um

modelo no qual o conteúdo emerge de baixo para cima (bottom-up), dos usuários para a

internet, e isto cria a possibilidade do sujeito que antes era passivo, a se constituir

enquanto autor.

Na visão de Marinho et al (2009, online), a web das interfaces colaborativas,

das interfaces que convidam os usuários a participar,

é a rede no tempo de uma Sociedade da Autoria, onde cada internauta se

torna, além de (co)autor ou (co)produtor, distribuidor de conteúdos,

compartilhando a sua produção com os demais indivíduos imersos em uma

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cibercultura. O internauta deixa de ser apenas um leitor isolado ou tão

somente um coletor de informações. Ele agora passa a colaborar na criação

de grandes repositórios de informações; tornam-se também semeador e

contribuindo para que uma riqueza cognitiva se estabeleça e se expanda em

um espaço cujo acesso é amplo, em tese possível a todos.

A partir de tais interfaces é possível não apenas compartilhar conteúdos, mas

produzi-los, debater sobre eles, comentar sobre as produções de outras pessoas. Neste

sentido, as interfaces da internet favorecem não só uma participação ativa, mas uma

formação autônoma e com autoria.

Diante deste cenário no qual a publicação de conteúdos a partir das interfaces

da internet cresce exponencialmente, se faz necessária a reflexão, a pesquisa e a

proposição de modelos de gestão dos conteúdos digitais que favoreçam o

aproveitamento e a recuperação destas produções em autoria individual e/ou coletiva

para a composição do material didático dos cursos online.

Neste ensaio, vamos discutir o conceito de Conteúdo Digital, Sistema de

Gerenciamento de Aprendizagem e Sistema de Gerenciamento de Conteúdos de

Aprendizagem Digitais voltados para a Gestão de conteúdos no formato de Objetos de

Aprendizagem e incitar a reflexão acerca da necessidade de que tal gestão seja encarada

não como uma etapa final, ou esteja restrita às ferramentas dos ambientes virtuais, mas

que esta seja encarada como um processo que extrapola o momento do planejamento.

2. O conteúdo Digital

Segundo o Content Management (2001), “conteúdo é, em essência, qualquer

tipo ou unidade de informação digital que é utilizada nas páginas dos websites. Ele pode

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ser texto, imagem, gráfico, vídeo, som ou, em outras palavras, qualquer coisa que é

possível de ser publicada em uma intra, inter ou externet1”.

Na EAD on-line, o conteúdo é o combustível que propulsiona a realização dos

cursos e viabiliza a aprendizagem a partir da medição pedagógica. Segundo Moore e

Kearsley (2008, p. 14), as fontes de conteúdo a ser ensinado e a responsabilidade por

decidir o que será ministrado em um programa educacional, são da instituição que

oferece o programa.

Isto não quer dizer que em todos os modelos de cursos online a única fonte de

conteúdos seja a instituição organizadora do curso, mas que nestas “organizações,

devem existir especialistas em conteúdo que por meio do estudo acadêmico - conhecem

o campo e a literatura, teoria, prática contemporânea e seus problemas” (idem).

Tal especialista, ou equipe de especialistas, é responsável por gerenciar o fluxo

e a disposição dos conteúdos bem como cuidar para que estes possam ser acessados,

publicados e recuperados a partir de mecanismos de busca eficientes.

Para isto, as equipes de gerenciamento de conteúdos nos cursos online se

valem de ferramentas de gerenciamento de conteúdos e de sistemas de gerenciamento

que favorecem seu trabalho e dinamizam a execução e o desenvolvimento do curso,

flexibilizando desta forma, a exigência de que o professor seja um especialista em

informática e tenha que dominar dos conhecimentos técnicos e lógicos dos algoritmos

de programação.

Segundo Moore e Kearsley (2008, p. 15), em um curso online, o conteúdo deve

ser “organizado em uma estrutura elaborada cuidadosamente, que tem por finalidade

torná-la o mais fácil possível para o aluno aprender”. Tal atividade não se constitui

1 Num computador externo à rede corporativa é possível o acesso aos conteúdos desta intranet com uma

conta de usuário previamente cadastrado para utilizar/gerenciar a rede a partir de um website/Portal.

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numa tarefa fácil e exige da equipe de profissionais habilidades de “como fazer o

melhor uso de cada tecnologia disponível” (idem).

Entretanto, no que tange à gestão dos conteúdos digitais, “embora existam

alguns especialistas em conteúdos que também possuem aptidões para elaboração de

instruções e outros que têm conhecimento de tecnologia, muitos poucos são igualmente

especialistas nestas três áreas” (MOORE e KEARLEY, 2008, p. 15). Desta forma, os

especialistas em conteúdos devem trabalhar em colaboração com profissionais da área

do ensino e profissionais da área de tecnologia visando otimizar a gestão dos conteúdos

e a estruturação do material didático nos cursos online.

3. CMS e LCMS

Para Pereira e Bax (2009), p. 03), Modelos de Gestão de Conteúdos Digitais,

ou Content Management System (CMS) surgiram em decorrência da “explosão do

conteúdo digital e da incapacidade dos especialistas em lidar com o crescente volume

de informações e a ineficiência na atualização de conteúdo”.

Para Maeda (2007), a expressão Sistema de Gerenciamento de Conteúdos

(SGC), deriva do inglês Content Management Systems (CMS), portais e intranets que

integram ferramentas necessárias para criar, gerenciar – editar e inserir – conteúdo em

tempo real, sem necessidade de programação de linhas de código. O objetivo é

estruturar e facilitar a criação, administração, distribuição, publicação e disponibilização

de informações e conteúdos.

A explosão da quantidade de informações cria a necessidade de sistemas que

minimizem o caos criado por esse contexto. Se faz necessário um conjunto de diretrizes

metodológicas que favoreçam a gestão destes conteúdos digitais que além de gerenciar

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o conteúdo organizando-o de maneira lógica e disponibilizando-o aos usuários de forma

clara, favoreça ainda a sua recuperação rápida e fiel.

O volume de informações e dados criados para o uso interno ou externo em

organizações de médio e grande porte é assustador. Relatórios são criados,

websites são publicados, documentos são produzidos, etc. Questões como

onde tudo isso será armazenado ou como estas informações serão recuperadas

são latentes nas organizações que precisam lidar com essa revolução. A

implantação de um sistema de gestão de conteúdos facilita a tarefa de

administrar os repositórios de conteúdos digitais. (PEREIRA e BAX, 2009, p.

04)

Do mesmo modo, nas organizações educacionais e com ênfase nas que

enfocam a Educação Online, poder recuperar o conteúdo desejado meio ao imenso

volume de informações disponíveis é não apenas necessário, mas decisivo para o

sucesso de um curso.

Portanto, é posto aos profissionais do Design Pedagógico (FILATRO, 2009), o

desafio de organizar/estruturar interfaces que favoreçam a recuperação dos conteúdos

por parte dos alunos. Fazendo deste exercício complexo, uma atividade de fácil

realização na qual a grande quantidade de conteúdos disponíveis não se constitui num

elemento negativo ao curso, mas que revela o amplo leque de possibilidades

pedagógicas e que reflete a organização deste.

Esta organização está intimamente relacionada com a forma com que é feita a

gestão dos conteúdos, a este respeito, Maeda (2007, p. 09), afirma que,

a expressão Gestão de Conteúdos é uma aplicação prática e pode ser definida

como um conjunto de processos que engloba o ciclo de vida completo de

toda a informação explícita. [...] Trata-se desta forma, de um processo que

vai da coleta à disseminação da informação digital, perpassando pela sua

sistematização e pelos controles de suas versões.

Assim, o entendimento de Gestão de Conteúdos transcende a simples

organização e disposição destes materiais; permeia a condução das atividades do curso e

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não se encerra no fim destas. Trata-se de um processo contínuo e não numa atividade

estanque.

Para auxiliar este processo, os Designers Pedagógicos e a equipe de

Tecnologia da Informação, se utilizam de sistemas e ferramentas específicas para a

gestão destes conteúdos. Para Kienbaum et al. (2006, p. 02), os Sistemas de Gestão de

Conteúdos Digitais mais modernos são genericamente conhecidos como Learning

Content Management Systems (LCMS).

Eles consistem na evolução de sistemas anteriormente denominados Learning

Management Systems (LMS), que são voltados para o gerenciamento das

atividades ligadas à administração de cursos, Os LCMS se distinguem dos

LMS pela adição de funcionalidades destinadas à construção e gestão de

conteúdo para aprendizagem.

Neste sentido os LCMS são uma evolução dos LMS. Enquanto os LSM

gerenciam apenas a parte administrativa dos cursos, os LCMS gerenciam além desta,

também a parte dos conteúdos do curso.

Filatro (2009) classifica os LMS como Sistemas de Gerenciamento da

Aprendizagem e os LCMS como Sistemas de Gerenciamento dos Conteúdos da

Aprendizagem. Enquanto que os principais objetivos do LMS são “centralizar e

simplificar a administração e a gestão dos programas educacionais” (FILATRO, 2009,

p. 119), os LCMS “são orientados a funcionalidades de criação de novos conteúdos,

captura de conhecimento, composição de conteúdos já existentes e armazenamento e

recuperação de conteúdos de aprendizagem” (p. 122).

No contexto da Educação Online, tais sistemas, devem estar presentes nos

Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA). A aplicação destes sistemas nos AVA se

justifica pela necessidade da,

aplicação de tecnologias que facilitem e agilizem o processo de estruturação e

construção do conteúdo é de extrema importância para os educadores, pois

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elas permitem ao professor organizar o seu material didático e evitam a

necessidade de que ele seja um especialista em informática e domine

ferramentas para edição e publicação de páginas na internet. Um outro

aspecto de grande relevância no desenvolvimento de sistemas deste tipo diz

respeito à construção de roteiros para orientar a navegação do conteúdo pelos

alunos, que permitam grande flexibilidade e até mesmo sua adaptabilidade, de

acordo com os diferentes perfis de usuários, e que proporcionem ao mesmo

tempo os controles necessários para o monitoramento das atividades

realizadas e o adequado gerenciamento do processo educacional.

(KIENBAUM et al. 2009, p. 02)

Com base nesta afirmação, que sintetiza a necessidade de que nos AVA sejam

incorporadas ferramentas que possibilitem a gestão de conteúdos digitais, podemos

identificar a importância de que cada estrutura de cursos possa dispor de pelo menos um

repositório de conteúdos digitais a partir do qual os documentos necessários ao curso

possam ser recuperados e publicados.

Para Pereira e Bax (2009, p. 04),

Documentos criados em um sistema de gestão de conteúdos podem ser

armazenados em uma base de dados central, representados por metadados2 e

recuperados através de palavras-chave. A implementação de níveis de

segurança garante que documentos considerados importantes não sejam

acessados por indivíduos não autorizados.

Tais formatos de repositórios e de conteúdos digitais têm sido amplamente

discutidos no contexto da Educação Online na perspectiva dos Objetos de

Aprendizagem (OA). No Brasil esta discussão se amplia a partir de 2004 quando é

lançado pelo MEC o projeto Fábrica Virtual no qual as universidades brasileiras são

desafiadas a compor grupos de pesquisa tendo por principal objetivo a construção de

conteúdos digitais autocontidos no formato de objetos de aprendizagem.

2 Dados que descrevem outros dados. Por exemplo: a ficha descritiva de um livro.

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3. Gestão de conteúdos no formato de Objetos de Aprendizagem

Os Objetos Virtuais de Aprendizagem podem ser compreendidos como

“qualquer recurso digital que possa ser reutilizado para o suporte ao ensino” (WILEY,

2000, p.3). Existe um consenso de que ele deve ter um propósito educacional bem

definido, um elemento que estimule a reflexão do estudante e que sua aplicação não se

restrinja a um único contexto (BETTIO, MARTINS, 2004).

Para Sá Filho e Machado (2003) são como recursos digitais que podem ser

reutilizados e combinados com outros objetos para formar um ambiente de aprendizado

rico e flexível. Longmire (2001) salienta que há diversos fatores que favorecem o uso

dos OA na área educacional como: flexibilidade, a facilidade para atualização, a

customização, interoperabilidade, o aumento do valor de um conhecimento e a

facilidade de indexação e procura.

Nesse contexto, flexibilidade deve ser entendida como caráter de se adequar

a diferentes ambientes e situações de vida do aluno que vai utilizá-lo, facilidade para

atualização é uma característica imprescindível que o OA deve possuir, pois se ele se

detiver a um único momento de utilização, muito provavelmente não será interessante

dispor de tanto tempo e dedicação para produzi-lo; customização ressalva o fato dos

objetos serem independentes a possibilidade de utilização e qualquer nível dependendo

apenas da proposta do professor, a Interoperabilidade seria a possibilidade de do OA se

comunicar com outras versões: a possibilidade de utilizar esses OA combinados uns

com os outros remetendo assim à próxima característica, o aumento do valor de um

conhecimento ou mesmo a construção desse conhecimento.

Podem ser classificados em simples e compostos, de acordo com os

diferentes recursos que foram utilizados para a formação do OA. Será simples, se

possuir apenas um tipo de mídia agregada, por exemplo, uma animação. Composto é

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aquele que integra diferentes formas de transmitir a informação, misturando texto com

imagens dinâmicas ou simulações.

Podem também ser usados em um determinado contexto e depois ser

reutilizados em contextos similares. Um OA tenta quebrar um determinado conteúdo

em pequenos pedaços, se propondo a abarcar a fatia mínima possível de um conceito;

isso se deve a que, quanto mais granular for esse objeto, maior a possibilidade dele ser

inserido em situações diversas e utilizado um maior número de vezes.

Os Objetos Virtuais de Aprendizagem visam à construção de conceitos

através de atividades exploratórias. Essas atividades interativas oferecem oportunidades

de exploração de fenômenos científicos e conceitos, que muitas vezes não são

explorados experimentalmente por sua inviabilidade ou inexistência de condições

financeiras ou de segurança. O acesso a esses recursos é feito através do Repositório de

Objetos de Aprendizagem (ROA).

Repositórios digitais servem para armazenar, gerenciar, produzir, publicar e

organizar conteúdos que podem ser pesquisados por meio de busca e acessados para

reutilização. Desta forma conteúdos de aprendizagem organizados no formato de AO

favorecem não apenas a criação de novas unidades de aprendizagem como também o

gerenciamento desta a partir da lógica dos repositórios.

4. Considerações Finais

Neste ensaio, apresentamos o conceito de Conteúdo Digital, Sistema de

Gerenciamento de Aprendizagem e Sistema de Gerenciamento de Conteúdos de

Aprendizagem Digitais voltados para a Gestão de conteúdos no formato de Objetos de

Aprendizagem.

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Ao longo deste texto, tentamos provocar a reflexão acerca da necessidade de que

tal gestão seja encarada não como uma etapa final, ou esteja restrita às ferramentas dos

ambientes virtuais, mas que esta seja encarada como um processo que extrapola o

momento do planejamento.

Não pretendemos aqui esgotar a discussão acerca do tema, mas apenas estimular

e evidenciar a necessidade de que a gestão dos conteúdos digitais sejam melhor

pensadas afim de potencializar e otimizar o uso e a recuperação de tais conteúdos.

O caso apresentado, o do projeto Fabrica Virtual, foi uma experiência bastante

positiva no tocante ao crescimento da pesquisa em Tecnologia da Informação e

Comunicação aplicada a Educação no âmbito universitário; mas poderia ter tido uma

maior repercussão e um maior impacto nas escolas da educação básica, caso o conceito

de gestão de conteúdos digitais tivesse sido mais amplo do que de fato foi.

A análise destes repositórios sob a ótica da gestão de conteúdos constitui um

primeiro e necessário apontamento para futuras pesquisas tendo em vista a necessidade

de evidenciar possíveis aspectos que possam ser melhorados e/ou revistos.

REFERÊNCIAS

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