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tribunadoplanalto.com.br Redação: [email protected] - Departamento Comercial: [email protected]Telefone: (62) 3226-4600 Concurso aborda questão crucial da adolescência ENTREVISTA /ÁLVARO CÁSSIO DOS SANTOS Durante palestra que realizou na Conferência Anual da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais, em Foz do Iguaçu (PR), o governador Marconi Perillo (PSDB), resumiu suas expectativas sobre o futuro do País dizendo- se otimista. “A partir de 2019 precisamos ter uma liderança forte, que tenha coragem de enfrentar os desafios dessa agenda moderna. Muita coisa está errada e precisa ser corrigida. Esse líder terá que ter coragem para enfrentar privilégios, enfrentar corporações, apresentar ao País uma agenda de redução dos gastos”, frisou, referindo-se à necessidade de aprovação das reformas em tramitação no Congresso Nacional. Página 6 FUTURO DO PAÍS “A partir de 2019 precisamos ter uma liderança forte”, diz Marconi R$ 2,00 GO I Â NIA, 11 A 17 DE JUNHO DE 2017 PAULO JOSÉ O tema da 18ª edição do Concurso de Redação Goiânia na Ponta do Lápis, “Como a internet tem interferido nas relações entre as pessoas?”, está despertando no aluno uma nova percepção sobre as relações no ambiente virtual, valorizando a ética e os relacionamentos interpessoais. Estudiosa do comportamento educacional, a psicóloga Maris Eliana ressalta que o concurso é uma oportunidade para a escola envolver o estudante com essa temática, para que possa compreender sobre o verdadeiro significado da relação humana. Página 5 Em entrevista exclusiva, o delegado-geral de Polícia Civil, Álvaro Cássio dos Santos, fala sobre o enfrentamento da criminalidade e o trabalho da instituição, que deverá contar com o reforço de 448 policiais civis aprovados em concurso em andamento, além de 43 papilo- scopistas. Ele comenta a redução da criminalidade nos primeiros cinco meses deste ano no Estado e os números do Atlas da Violência 2017, que indicam que, no período de 2005 a 2015, houve uma significativa elevação da taxa de homicídios em Goiás. Polícia Civil usa “repressão qualificada” para reduzir índices de criminalidade As paineiras de Goiânia Nesta época do ano, com o fim das chuvas, Goiânia floresce em branco com suas tradicionais paineiras. Bandos de periquitos fazem algazarra em árvores e chama atenção de goianienses. Reportagem conta uma pouco deste cenário na capital. Página 8 ANO 30 - Nº 1.584 Como havia sido planejado pelo prefeito Iris Rezende (PMDB), a primeira edição do Mutirão, promovida neste início do mês de junho na região Norte da Capital, realizou 48 mil atendimentos. O local recebeu milhares de moradores de aproximadamente 15 bairros. A iniciativa e a retomada de importantes obras, como a do BRT Norte-Sul, marcam o novo ritmo que o chefe do Executivo está imprimindo na gestão municipal. Passados os primeiros cinco meses, o momento atual é de se aproximar das bases que o elegeu pela terceira vez ao cargo. Página 3 Iris Rezende imprime novo ritmo à gestão Se as eleições estaduais tivessem início hoje, o PMDB teria o deputado federal Daniel Vilela como candidato ao governo de Goiás. É o que afirmam as lideranças do partido no estado. do. Se o nome do jovem parlamentar já era forte dentro da legenda, ganhou ainda mais espaço depois que Daniel Vilela saiu da lista de investigados do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin Página 4 Dentro do PMDB, Daniel Vilela se fortalece para 2018 FUNDADOR E DIRETOR-PRESIDENTE: SEBASTIÃO BARBOSA DA SILVA

FUTURO DO PAÍS “A partir de 2019 precisamos ter uma ...tribunadoplanalto.com.br/wp-content/uploads/2017/... · Todavia a instabilidade é a outra marca da democracia pós-1945

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Redação: [email protected] - Departamento Comercial: [email protected] – Telefone: (62) 3226-4600

Concurso aborda questãocrucial da adolescência

ENTREVISTA /ÁLVARO CÁSSIO DOS SANTOS

Durante palestra querealizou na ConferênciaAnual da União Nacionaldos Legisladores eLegislativos Estaduais,em Foz do Iguaçu (PR),

o governador MarconiPerillo (PSDB), resumiusuas expectativas sobreo futuro do País dizendo-se otimista. “A partir de2019 precisamos ter

uma liderança forte, quetenha coragem deenfrentar os desafiosdessa agenda moderna.Muita coisa está errada eprecisa ser corrigida.

Esse líder terá que tercoragem para enfrentarprivilégios, enfrentarcorporações, apresentarao País uma agenda deredução dos gastos”,

frisou, referindo-se ànecessidade deaprovação das reformasem tramitação noCongresso Nacional.Página 6

FUTURO DO PAÍS

“A partir de 2019 precisamos teruma liderança forte”, diz Marconi

R$ 2,00GO I Â NIA, 11 A 17 DE JUNHO DE 2017

PAULO JOSÉ

O tema da 18ª edição do Concurso de Redação Goiânia na Ponta doLápis, “Como a internet tem interferido nas relações entre aspessoas?”, está despertando no aluno uma nova percepção sobre asrelações no ambiente virtual, valorizando a ética e os relacionamentosinterpessoais. Estudiosa do comportamento educacional, a psicólogaMaris Eliana ressalta que o concurso é umaoportunidade para a escola envolver oestudante com essa temática, para quepossa compreender sobre o verdadeirosignificado da relação humana.

Página 5

Em entrevista exclusiva, o delegado-geral de Polícia Civil, Álvaro Cássio dos Santos, falasobre o enfrentamento da criminalidade e o trabalho da instituição, que deverá contar com oreforço de 448 policiais civis aprovados em concurso em andamento, além de 43 papilo-scopistas. Ele comenta a redução da criminalidade nos primeiros cinco meses deste ano noEstado e os números do Atlas da Violência 2017, que indicam que, no período de 2005 a2015, houve uma significativa elevação da taxa de homicídios em Goiás.

Polícia Civil usa “repressão qualificada”para reduzir índices de criminalidade

As paineiras de GoiâniaNesta época do ano, com o fimdas chuvas, Goiânia floresce embranco com suas tradicionais

paineiras. Bandos de periquitosfazem algazarra em árvores echama atenção de goianienses.

Reportagem conta uma poucodeste cenário na capital. Página 8

ANO 30 - Nº 1.584

Como havia sido planejadopelo prefeito Iris Rezende(PMDB), a primeira edição doMutirão, promovida nesteinício do mês de junho naregião Norte da Capital,realizou 48 mil atendimentos.

O local recebeu milhares demoradores deaproximadamente 15 bairros. A iniciativa e a retomada deimportantes obras, como a doBRT Norte-Sul, marcam onovo ritmo que o chefe do

Executivo está imprimindo nagestão municipal. Passados osprimeiros cinco meses, omomento atual é de seaproximar das bases que oelegeu pela terceira vez aocargo. Página 3

Iris Rezende imprimenovo ritmo à gestão

Se as eleições estaduais tivesseminício hoje, o PMDB teria odeputado federal Daniel Vilelacomo candidato ao governo deGoiás. É o que afirmam aslideranças do partido no estado.do. Se o nome do jovem

parlamentar já era forte dentroda legenda, ganhou ainda maisespaço depois que Daniel Vilelasaiu da lista de investigados doministro do Supremo TribunalFederal (STF), Edson FachinPágina 4

Dentro do PMDB,Daniel Vilela sefortalece para 2018

FUNDADOR E DIRETOR-PRESIDENTE: SEBASTIÃO BARBOSA DA SILVA

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2 GOIÂNIA, 11 A 17 DE JUNHO DE 2017

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Rua An tô nio de Mo ra is Ne to, 330, Setor Castelo Branco, Go i â nia - Go i ásCEP: 74.403-070 Fo ne: (62) 3226-4600

Edi ta do e im pres so porRede de Notícia Planalto Ltda-ME

Fun da do em 7 de ju lho de 1986

Di re tor de Pro du ção Cleyton Ataí des Bar bo sacleyton@tri bu na do pla nal to.com.br

Fun da dor e Di re tor-Pre si den teSe bas ti ão Bar bo sa da Sil vase bas ti ao@tri bu na do pla nal to.com.br

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Edi to r-Executivo

Daniela [email protected]

Manoel Messias [email protected]

Paulo José (Fotografia)[email protected]

Marcione Barreira

Fabiola Rodrigues [email protected]

Yago [email protected]

[email protected]é Deusmar Rodrigues

[email protected]

RepórteresFotografia

Diagramação

Opinião CENA URBANAFLAGRANTE DO DIA A DIA DA CAPITAL, ESTADO, BRASIL E MUNDO

CARTA AO LEITORMANTOVANI FERNANDES

MANOEL MESSIAS RODRIGUES – EDITOR EXECUTIVO

EscravidãoPós-modernidade à mesa. Um dos paradigmas mais

impressionantes de nossa atualidade está na ruptura dosprocessos de humanização e qualidade de vida. O mo-delo neoliberal de produtividade contra o de tempo. Oretorno de um modelo administrativo Taylorísta aliadoa psicose de nossos dias, megalomania e onipotência emum delírio, querer sucesso, status, alta produtividade eperformance a qualquer preço.

Pós-modernidade é demarcada pelo retorno da es-cravidão em jornadas de trabalho desumanas de mais de60 horas semanais , na ideologia neoliberal de homens-máquina, que jamais se cansam e que são capazes deproduzir 20 horas diárias, dormir quatro horas entre umemprego e outro e, caso não consiga tal produção, ga-nham a humilhação, chibatas, desemprego e o bani-mento social como incapazes, improdutivos ou inábeis.

O estado, recursos humanos e o delírio megaloma-níaco que jamais planeja delimitaram este cenário nomercado de consumo e a crise vindoura engendra hojeuma alta ansiedade social por uma vivencia produtivista,que diariamente é confrontada com nossa incapacidadee limitações. O paradigma do tempo de Kant dá vazãoao tempo do delírio e absurdo, o tempo do realismo dei-xado de lado na ruptura do tempo do delírio.

Nos anos 1990, quando era um traineei de recursoshumanos em uma multinacional, via em meus mentoresuma preocupação clara de manter o clima organizacio-nal, a qualidade de vida em uma empresa, a saúde doscolaboradores, visando evitar problemas judiciais e oturn over em uma corporação, o que elevaria em muitoos custos do processo de trabalho. O tempo perdido emrecrutar novos membros, selecionar, treinar até capacitaro novo colaborador para o trabalho. Existia uma tenta-tiva de humanização nos processos.

Com a entrada da década de 2010 os processos dehumanização são destituídos no capitalismo selvagem,nas idéias de jerico de altíssima produtividade diante de

um cenário de crise econômica mun-dial. Querer lucros exorbitantes den-tro de uma crise é, a meu ver, o ápice de umaincapacidade administrativa e gerencial, o distancia-mento da realidade, um mergulho na fantasia, delírio,psicose, megalomania e paranóia.

As ideias coletivas evidenciam a crise de valores: osadismo aparece de forma sombria e a persona ilimitadavira alvo das novas identidades alinhadas com este novomercado, que não respeita individualidades. O conceitode pessoa é destituído diante da barbárie e voltamos aoinício da era industrial, onde não existiam regras nem leistrabalhistas. Voltamos ao tempo da chibata.

Seria viável e de bom tom diminuir margem de lucropara se preservar o ambiente de trabalho, clima organi-zacional, sobreviver sem prejuízos de médio e longo pra-zos. Mas a moda agora é o imediatismo, o materialísmo,egoísmo e tornar o dinheiro e status em novas divinda-des, nas quais a voracidade evidencia que não há limites.O limite claro é a escravidão que torna o outro em umobjeto descartável.

Diariamente em meu consultório como psicólogo clí-nico recebo pessoas adoecidas e exaustas em alta ansie-dade por que tentam adequar-se a este formato novo desociedade, escravizando-se diante de uma estrutura quenão tem concerto.

Normal trabalhar em três empregos para tentarmanter um padrão de vida sujeitando-se a condições de-sumanas. Com a elevação do custo de vida, com altíssi-mas taxas de juros, vivenciamos a volatilidade e o ápiceda instabilidade agenciada.O sonho da distribuição derenda agora é pesadelo.

Como se respeitar neste cenário?

Jorge Antônio Monteiro de Lima, analista, pesqui-sador em saúde mental, psicólogo clínico, músico e mes-tre em Antropologia Social pela UFG.

A democracia titubeante do BrasilO Brasil tem um casamento conturbado, com longos momentos de rup-

tura, com a democracia. Após a fase democratizante mas turbulenta da Re-pública da Espada de 1889-1894, a República Velha conhece relativaestabilidade oligárquica dos coronéis e eleições a bico de pena, que após 1922entra em crise. Com frequência sofre o trauma dos estados de sítio, ante mo-vimentos armados contestatórios ou disputas intraoligárquicas que fogem aocontrole, para não falar da repressão a movimentos populares.

Apesar dos avanços, a Revolução de 1930 comandada por Getúlio Vargasnão efetiva sua plataforma de liberalização e moralização política. Vargas co-mandou o país por 15 anos, sem eleição. A ordem constitucional tardiamenteinstaurada com a Assembleia de 1934 dura apenas três anos. Segue-se em 37-45 a ditadura do Estado Novo, com Parlamento fechado, partidos banidos,uma Constituição outorgada e ainda assim desobedecida, censura, cárcerescheios, tortura.

A democratização de 1945 sofre o impulso externo da derrota do nazismo.Internamente não enfrenta maior resistência, até porque o antigo ditador aderea ela, decreta a anistia, convoca eleições gerais, legaliza os partidos. A seguir,o golpe de 29/10/45 e o empenho conservador do gen. Dutra impõem-lhe li-mites. O regime instituído pela Constituinte de 1946 é uma democracia for-mal.

Todavia a instabilidade é a outra marca da democracia pós-1945. Após ogolpe militar de 29/10/45, vêm os ensaios de 1954, 1955 e 1961, que se con-cretiza em 1964, com a derrubada pela força do presidente João Goulart. Pelaprimeira vez no Brasil, as Forças Armadas não se limitam a uma intervençãopontual. Assumem o poder político enquanto instituição, dando início a duasdécadas de tenebrosa ditadura.

Após a redemocratização de 1985, que se efetivou de fato nas eleições di-retas para presidente da República, somente em 1989, elegeu-se FernandoCollor de Melo, que não terminou o mandato, envolto em traquinagens. Após8 anos da Era Fernando Henrique Cardoso e estabilização econômica, o bra-sileiro elege Lula, em 2002, e o que se vê, a partir daí, são escândalos e escân-dalos, como o Mensalão, o Petrolão e desvios de bilhões de reais. Diante doagravamento econômico, a situação da presidente Dilma Roussef ficou insus-tentável e ela acabou sendo retirada do poder via impeachment, como Fer-nando Collor.

Se não bastasse, o vice de Dilma, Michel Temer, agora, está na cordabamba, novamente envolto em suspeitas de corrupção, e pode também serapeado do poder. Como se vê, o país ainda precisa aprender muito a convivercom a democracia, precisa fortalecê-la e, nesse sentido, cada cidadão tempapel fundamental, devendo participar e cobrar democracia em todas as ins-tâncias da vida social.

A Prefeitura assinou, semana passada, a ordem de serviço para instalação de 643 novos equipamentosde monitoramento do trânsito da Capital. Além da fiscalização do excesso de velocidade e do tráfego emlocais proibidos, os fotossensores vão ajudar no planejamento do trânsito, pois fazem a contagem deveículos que passam pelos pontos monitorados.

Dra. Cristina Lopes Afonso

A prevenção de queimadurase o papel de cada um

Pouca gente percebe o perigo a que o ser humanoestá exposto por causa do risco de queimaduras. Emcasa, no trabalho, no trânsito e em uma série de locais esituações, o corpo pode entrar em contato com calor,frio, substâncias químicas, descargas elétricas e atritoque destroem total ou parcialmente a pele, provocandoconsequências das mais graves, inclusive a morte. Nestemês, em que “os arraiais” e seus balões de gás se multi-plicam país afora e em que se lembra o Dia Nacional deLuta contra Queimaduras, 6 de junho, divulgar infor-mações sobre prevenção e tratamento é fundamental.

O ambiente doméstico oferece uma série de riscosque nem sempre são lembrados por pais, mães e res-ponsáveis. A manipulação de álcool, o fogão, o chu-veiro, o ferro de passar e aparelhos eletroeletrônicos,por exemplo, provocam combustão ou transmitem ele-tricidade, causando anualmente inúmeros acidentes.Por isso, investir na revisão e proteção das instalaçõese equipamentos e manter crianças distantes deles sãopassos dos mais importantes.

O trabalho também costuma fazer vítimas de quei-maduras, quando não são usados equipamentos deproteção, como óculos e filtro solar, ou não são segui-das regras de manipulação de substâncias superaque-cidas ou muito frias. Quantas vezes não vemostambém profissionais que atuam sobre duas rodas sequeimando em escapamentos de motos? Ou operado-res de várias áreas atingidos por descargas elétricas?Por isso, orientação e proteção nunca são demais.

E, nesta época, as tradicionais festas juninas, com-binadas com o ar seco do inverno, trazem a ameaça debalões e fogos de artifício que provocam queimaduras,amputações, incêndios e ameaçam até mesmo a segu-rança do espaço aéreo. Por que a beleza das quadrilhasnão pode ser revivida sem esses costumes que amea-çam os foliões e toda a vizinhança?

Há três décadas, desde que fui vítima de gravequeimadura e busquei formação no socorro e trata-mento de queimados, exerço o compromisso de reali-zar palestras em escolas, universidades, igrejas eassociações de todo tipo, alertando sobre prevenção eatendimento às vítimas. Diante de tantos acidentes, re-forço diariamente normas e dicas de proteção a quempossa me ouvir.

E é exatamente aos meus amigos, parentes, colabo-radores, conhecidos e seguidores nas redes sociais quepeço ajuda para multiplicar a política de prevenção dequeimaduras, para mim uma missão que pode salvartantas outras vítimas.

Queimaduras são muito mais comuns que se ima-gina. Seja por descuido, falta de conhecimento ou porinsistir no risco. Temos todos que rever nossos hábitos,readequar nossa postura, para que nosso cotidiano sejarepleto de cuidados que nos garantam nosso direitomais básico: a vida plena.

Dra. Cristina Lopes Afonso é vereadora por Goiâ-nia e fisioterapeuta.

Jorge Antônio Monteiro de Lima

ESFERA PÚBLICAESPAÇO PARA FOMENTAR O DEBATE, OS ARTIGOS PUBLICADOS NESTA SEÇÃO NÃO TRADUZEM NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DO JORNAL

PARTICIPE DA CRIAÇÃO DESTE ESPAÇO, ESCREVA PARA [email protected]

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Opinião CENA URBANAFLAGRANTE DO DIA A DIA DA CAPITAL, ESTADO, BRASIL E MUNDO

CARTA AO LEITORMANTOVANI FERNANDES

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EscravidãoPós-modernidade à mesa. Um dos paradigmas mais

impressionantes de nossa atualidade está na ruptura dosprocessos de humanização e qualidade de vida. O mo-delo neoliberal de produtividade contra o de tempo. Oretorno de um modelo administrativo Taylorísta aliadoa psicose de nossos dias, megalomania e onipotência emum delírio, querer sucesso, status, alta produtividade eperformance a qualquer preço.

Pós-modernidade é demarcada pelo retorno da es-cravidão em jornadas de trabalho desumanas de mais de60 horas semanais , na ideologia neoliberal de homens-máquina, que jamais se cansam e que são capazes deproduzir 20 horas diárias, dormir quatro horas entre umemprego e outro e, caso não consiga tal produção, ga-nham a humilhação, chibatas, desemprego e o bani-mento social como incapazes, improdutivos ou inábeis.

O estado, recursos humanos e o delírio megaloma-níaco que jamais planeja delimitaram este cenário nomercado de consumo e a crise vindoura engendra hojeuma alta ansiedade social por uma vivencia produtivista,que diariamente é confrontada com nossa incapacidadee limitações. O paradigma do tempo de Kant dá vazãoao tempo do delírio e absurdo, o tempo do realismo dei-xado de lado na ruptura do tempo do delírio.

Nos anos 1990, quando era um traineei de recursoshumanos em uma multinacional, via em meus mentoresuma preocupação clara de manter o clima organizacio-nal, a qualidade de vida em uma empresa, a saúde doscolaboradores, visando evitar problemas judiciais e oturn over em uma corporação, o que elevaria em muitoos custos do processo de trabalho. O tempo perdido emrecrutar novos membros, selecionar, treinar até capacitaro novo colaborador para o trabalho. Existia uma tenta-tiva de humanização nos processos.

Com a entrada da década de 2010 os processos dehumanização são destituídos no capitalismo selvagem,nas idéias de jerico de altíssima produtividade diante de

um cenário de crise econômica mun-dial. Querer lucros exorbitantes den-tro de uma crise é, a meu ver, o ápice de umaincapacidade administrativa e gerencial, o distancia-mento da realidade, um mergulho na fantasia, delírio,psicose, megalomania e paranóia.

As ideias coletivas evidenciam a crise de valores: osadismo aparece de forma sombria e a persona ilimitadavira alvo das novas identidades alinhadas com este novomercado, que não respeita individualidades. O conceitode pessoa é destituído diante da barbárie e voltamos aoinício da era industrial, onde não existiam regras nem leistrabalhistas. Voltamos ao tempo da chibata.

Seria viável e de bom tom diminuir margem de lucropara se preservar o ambiente de trabalho, clima organi-zacional, sobreviver sem prejuízos de médio e longo pra-zos. Mas a moda agora é o imediatismo, o materialísmo,egoísmo e tornar o dinheiro e status em novas divinda-des, nas quais a voracidade evidencia que não há limites.O limite claro é a escravidão que torna o outro em umobjeto descartável.

Diariamente em meu consultório como psicólogo clí-nico recebo pessoas adoecidas e exaustas em alta ansie-dade por que tentam adequar-se a este formato novo desociedade, escravizando-se diante de uma estrutura quenão tem concerto.

Normal trabalhar em três empregos para tentarmanter um padrão de vida sujeitando-se a condições de-sumanas. Com a elevação do custo de vida, com altíssi-mas taxas de juros, vivenciamos a volatilidade e o ápiceda instabilidade agenciada.O sonho da distribuição derenda agora é pesadelo.

Como se respeitar neste cenário?

Jorge Antônio Monteiro de Lima, analista, pesqui-sador em saúde mental, psicólogo clínico, músico e mes-tre em Antropologia Social pela UFG.

A democracia titubeante do BrasilO Brasil tem um casamento conturbado, com longos momentos de rup-

tura, com a democracia. Após a fase democratizante mas turbulenta da Re-pública da Espada de 1889-1894, a República Velha conhece relativaestabilidade oligárquica dos coronéis e eleições a bico de pena, que após 1922entra em crise. Com frequência sofre o trauma dos estados de sítio, ante mo-vimentos armados contestatórios ou disputas intraoligárquicas que fogem aocontrole, para não falar da repressão a movimentos populares.

Apesar dos avanços, a Revolução de 1930 comandada por Getúlio Vargasnão efetiva sua plataforma de liberalização e moralização política. Vargas co-mandou o país por 15 anos, sem eleição. A ordem constitucional tardiamenteinstaurada com a Assembleia de 1934 dura apenas três anos. Segue-se em 37-45 a ditadura do Estado Novo, com Parlamento fechado, partidos banidos,uma Constituição outorgada e ainda assim desobedecida, censura, cárcerescheios, tortura.

A democratização de 1945 sofre o impulso externo da derrota do nazismo.Internamente não enfrenta maior resistência, até porque o antigo ditador aderea ela, decreta a anistia, convoca eleições gerais, legaliza os partidos. A seguir,o golpe de 29/10/45 e o empenho conservador do gen. Dutra impõem-lhe li-mites. O regime instituído pela Constituinte de 1946 é uma democracia for-mal.

Todavia a instabilidade é a outra marca da democracia pós-1945. Após ogolpe militar de 29/10/45, vêm os ensaios de 1954, 1955 e 1961, que se con-cretiza em 1964, com a derrubada pela força do presidente João Goulart. Pelaprimeira vez no Brasil, as Forças Armadas não se limitam a uma intervençãopontual. Assumem o poder político enquanto instituição, dando início a duasdécadas de tenebrosa ditadura.

Após a redemocratização de 1985, que se efetivou de fato nas eleições di-retas para presidente da República, somente em 1989, elegeu-se FernandoCollor de Melo, que não terminou o mandato, envolto em traquinagens. Após8 anos da Era Fernando Henrique Cardoso e estabilização econômica, o bra-sileiro elege Lula, em 2002, e o que se vê, a partir daí, são escândalos e escân-dalos, como o Mensalão, o Petrolão e desvios de bilhões de reais. Diante doagravamento econômico, a situação da presidente Dilma Roussef ficou insus-tentável e ela acabou sendo retirada do poder via impeachment, como Fer-nando Collor.

Se não bastasse, o vice de Dilma, Michel Temer, agora, está na cordabamba, novamente envolto em suspeitas de corrupção, e pode também serapeado do poder. Como se vê, o país ainda precisa aprender muito a convivercom a democracia, precisa fortalecê-la e, nesse sentido, cada cidadão tempapel fundamental, devendo participar e cobrar democracia em todas as ins-tâncias da vida social.

A Prefeitura assinou, semana passada, a ordem de serviço para instalação de 643 novos equipamentosde monitoramento do trânsito da Capital. Além da fiscalização do excesso de velocidade e do tráfego emlocais proibidos, os fotossensores vão ajudar no planejamento do trânsito, pois fazem a contagem deveículos que passam pelos pontos monitorados.

Dra. Cristina Lopes Afonso

A prevenção de queimadurase o papel de cada um

Pouca gente percebe o perigo a que o ser humanoestá exposto por causa do risco de queimaduras. Emcasa, no trabalho, no trânsito e em uma série de locais esituações, o corpo pode entrar em contato com calor,frio, substâncias químicas, descargas elétricas e atritoque destroem total ou parcialmente a pele, provocandoconsequências das mais graves, inclusive a morte. Nestemês, em que “os arraiais” e seus balões de gás se multi-plicam país afora e em que se lembra o Dia Nacional deLuta contra Queimaduras, 6 de junho, divulgar infor-mações sobre prevenção e tratamento é fundamental.

O ambiente doméstico oferece uma série de riscosque nem sempre são lembrados por pais, mães e res-ponsáveis. A manipulação de álcool, o fogão, o chu-veiro, o ferro de passar e aparelhos eletroeletrônicos,por exemplo, provocam combustão ou transmitem ele-tricidade, causando anualmente inúmeros acidentes.Por isso, investir na revisão e proteção das instalaçõese equipamentos e manter crianças distantes deles sãopassos dos mais importantes.

O trabalho também costuma fazer vítimas de quei-maduras, quando não são usados equipamentos deproteção, como óculos e filtro solar, ou não são segui-das regras de manipulação de substâncias superaque-cidas ou muito frias. Quantas vezes não vemostambém profissionais que atuam sobre duas rodas sequeimando em escapamentos de motos? Ou operado-res de várias áreas atingidos por descargas elétricas?Por isso, orientação e proteção nunca são demais.

E, nesta época, as tradicionais festas juninas, com-binadas com o ar seco do inverno, trazem a ameaça debalões e fogos de artifício que provocam queimaduras,amputações, incêndios e ameaçam até mesmo a segu-rança do espaço aéreo. Por que a beleza das quadrilhasnão pode ser revivida sem esses costumes que amea-çam os foliões e toda a vizinhança?

Há três décadas, desde que fui vítima de gravequeimadura e busquei formação no socorro e trata-mento de queimados, exerço o compromisso de reali-zar palestras em escolas, universidades, igrejas eassociações de todo tipo, alertando sobre prevenção eatendimento às vítimas. Diante de tantos acidentes, re-forço diariamente normas e dicas de proteção a quempossa me ouvir.

E é exatamente aos meus amigos, parentes, colabo-radores, conhecidos e seguidores nas redes sociais quepeço ajuda para multiplicar a política de prevenção dequeimaduras, para mim uma missão que pode salvartantas outras vítimas.

Queimaduras são muito mais comuns que se ima-gina. Seja por descuido, falta de conhecimento ou porinsistir no risco. Temos todos que rever nossos hábitos,readequar nossa postura, para que nosso cotidiano sejarepleto de cuidados que nos garantam nosso direitomais básico: a vida plena.

Dra. Cristina Lopes Afonso é vereadora por Goiâ-nia e fisioterapeuta.

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POLÍTICA 3GOIÂNIA, 11 A 17 DE JUNHO DE 2017

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DiabetesPor iniciativa do vereador Delegado Eduar-

do Prado (PV), foi aprovada, em segunda e úl-tima votação em plenário, a Semana de Cons-cientização, Prevenção e Controle do Diabetes.A matéria segue para a sanção do prefeito IrisRezende. Após este ato, o evento passará a fa-zer parte do Calendário Oficial.

O dia Todo mês de novembro, a Prefeitura deverá

realizar campanhas educativas para informar econscientizar a população da importância daprevenção e controle do diabetes, além de pro-mover debates e palestras, especialmente den-tro das escolas. O Dia Mundial do Diabetes élembrado no dia 14 de novembro.

DadosUm levantamento realizado em novembro

de 2012, pelo Ministério da Saúde, apontouque o diabetes matou quatro vezes mais que aAids e superou também o número de mortosem acidades de trânsito no Brasil.

RÁPIDASEstá prevista para o próximo dia 30 de junho

nova greve geral dos trabalhadores....

A greve geral ocorrerá em todos os estadosbrasileiros e é uma iniciativa das entidades sin-dicais.

Setores empresarial e rural de Goiás tiveramaprovado recursos de R$ 236,7 milhões.

...Os recursos são oriundos do Fundo Consti-

tucional Centro-Oeste (FCO) e devem gerar cer-ca de 577 empregos.

GOIÂNIA

“Não possível que nós tenhamos julgadores que naeleição anterior tenham sido advogados das partes, dospartidos.”

Herman Benjamin, relator do processo que decorreu sobre a cassação da chapa Dilma-Temer

Ponto facultativoO governador Marconi Perillo determinou

ponto facultativo nas repartições públicas es-taduais na sexta-feira, 16, dia subsequente àcelebração de Corpus Christi. Entretanto, con-tinuam funcionando as unidades de saúde, depoliciamento civil e militar, de bombeiro mili-tar, arrecadação, fiscalização e Serviço Integra-do de Atendimento ao Cidadão “Vapt Vupt”.

OposiçãoA executiva do PMDB vai promover várias

reuniões nos próximos dias para discutir aseleições do ano que vem. Os deputados devempropor maior atenção à formação das chapasproporcionais, que significa grande aliado nointerior do estado. O deputado Daniel Vilela serecupera de uma cirurgia na coluna e deve darmaior atenção às reuniões depois da alta.

De olho no SenadoO deputado federal Pedro Chaves (PMDB)

está de olho numa das vagas destinada a Goiásno Senado. O deputado que exerce o quintomandato da Câmara federal pretende pleitearuma vaga na chapa majoritária do PMDB naseleições de 2018. Até aqui, a vaga não tem sidotão cobiçada e como ele é uma liderança res-peitada dentro do partido deve conseguir lugar.

Na tribunaO deputado estadual e líder do PSB, Diego

Sorgatto (PSB - foto), defendeu na última se-mana a aprovação de projeto de lei de sua au-toria que impede a colocação de radares ocul-tos nas rodovias estaduais de Goiás.

AmparoO parlamentar argumentou que o projeto

tem amparo legal no artigo 23, inciso XII, daConstituição Federal, que trata da competên-cia da União, Estados e Municípios para esta-belecer e implantar políticas de educação paraa segurança no trânsito.

Iris anuncia áreas dos primeirosDistritos AdministrativosO prefeito de Goiânia, Iris Rezende, anunciou na quinta-feira, 8, que duas áreas que estavam

cedidas para o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) retomarão para a gestão mu-nicipal para instalação dos primeiros Distritos Administrativos da Capital. As áreas foram ce-didas ao TJ-GO no início da década de 1990. Neste período, o Tribunal de Justiça construiu pré-dios nas áreas. Agora, o TJ-GO, após a construção do novo Fó-rum Cível, no Park Lozandes, região Leste da Capital, de-volve os imóveis para a Prefeitura de Goiânia. Durantea reunião, que ocorreu na sede do Tribunal de Justiça,Iris Rezende agradeceu o gesto do presidente do órgão,Gilberto Marques Filho. O desembargador disse queas áreas estão localizados no Jardim Guanabara e noJardim Formoso. “Nos espaços, o TJ-GO construiuprédios, agora, com o novo Fórum, os terrenos comos imóveis voltam para a administração muni-cipal”, afirmou. Em seguida, o presi-dente Gilberto Marques Filho ex-plicou que a Prefeitura deGoiânia teria direito a outrostrês terrenos. No entanto, oTJ-GO decidiu doar osimóveis para a Secreta-ria de Segurança e Ad-ministração Peniten-ciária de Goiás(SSPAP).

Exatamente como havia sidoplanejado pelo prefeito Iris Re-zende (PMDB), a primeira edi-ção do Mutirão, realizada no iní-cio deste mês de junho na regiãoNorte da Capital, realizou 48 milatendimentos. A iniciativa e a re-tomada de importantes obras,como a do BRT Norte-Sul, mar-cam o novo ritmo que o chefe doExecutivo está imprimindo nagestão municipal. Passados osprimeiros cinco meses, o mo-mento atual é de se aproximardas bases que o elegeu pela ter-ceira vez ao cargo.

Em uma grande estruturamontada na divisa dos setoresParque das Flores e MansõesGoianas, na Avenida Eurico Via-na, continuação da Avenida Ne-rópolis durante o Mutirão, a Pre-feitura de Goiânia levou uma sé-rie de serviços aos moradores daregião Norte. O local recebeu mi-lhares de moradores de aproxi-madamente 15 bairros. Além deserviços de infraestrutura, que fo-ram executadas no decorrer dasemana nas ruas e prédios públi-cos da região, os cidadãos foramatendidos em suas demandas,como emissão de documentos,atendimentos médicos, emissãode carteiras de trabalho, passa-porte para idosos, cartão de esta-cionamento para deficientes,

além de assistência e orientaçãojurídica para divórcios, pensãoalimentícia e agendamento paracasamentos.

Acompanhado da primeira-dama, Dona Íris, de secretários evereadores, Iris Rezende falou àpopulação emocionado com apresença da população que aten-deu o chamado para participarefetivamente da ação. “No Muti-rão o povo se encontra, conversa,sorri, se diverte e é atendido nassuas demandas, de modo que éuma grande festa solidária”, disseo prefeito. Até o final de 2017 de-vem ser realizados mais 15 muti-rões em diversas regiões de Goiâ-nia. “Além dos serviços, o objetivoé aproximar o povo da adminis-tração pública”, afirmou.

Os mutirões foram idealiza-dos por Iris Rezende ainda na dé-cada de 60, quando ele assumiupela primeira vez o executivo daCapital. O grande mutirão de

1983, que reuniu cerca de 20 milpessoas e construiu mil casas emum único dia, realizado por Irisquando ele era governador doEstado, foi considerado o maiormutirão da história humana. “Ainstituição Mutirão sintetiza o es-pírito participativo e solidário deum povo e, consequentemente,do poder público, quando por eleé convocado”, assinalou, salien-tando, em seguida, que enquantoadministrador público nuncaabriu mão das realizações dosmutirões. “É a oportunidade quetemos de nos colocar no meio dopovo para ouvir suas reclama-ções, suas demandas e suas rei-vindicações e, com a participaçãode todos, prestar os serviços al-mejados por essa população”,ressaltou Iris.

O prefeito lembrou, ainda,que os primeiros meses da admi-nistração foram de muito traba-lho e exigiu que ele atuasse mais

no seu gabinete, já que o equilí-brio das contas era primordialpara que a gestão tivesse condi-ções de prestar os serviços que apopulação tanto necessita. “Nãodescansei um dia sequer nessesprimeiros cinco meses de gestão.A situação exigia a minha integralatenção e todo trabalho realizadofoi no sentido de poder atender asdemandas da população numprazo mais curto possível. Deagora em diante nós vamos estarmais perto do povo. Não tenhodúvidas que logo Goiânia vai vol-tar a ser aquela cidade que todosquerem para si e suas famílias”,assegurou.

Iris comentou também sobrecomo o trabalho dos mutirões érealizado. “É o momento que aPrefeitura se encontra e entra emcontato com o povo. Cada secre-tário sente pessoalmente os pro-blemas que estão à espera de so-lução. Mutirão é isso! É o poder

público indo para junto das pes-soas, para o meio do povo parasentir seus problemas”, disse.

Ao lado de auxiliares, Iris Re-zende visitou os estandes, cum-primentou servidores, distribuiuabraços e assistiu apresentaçõesde alunos de escolas municipaisda região. Em seguida, o prefeitovisitou obras que estão sendorealizadas nas imediações, comoo recapeamento da Avenida Euri-co Viana. De lá, Iris seguiu para oParque Itália, localizado no Resi-dencial Itália e, juntamente comos alunos da Escola MunicipalAgripina Teixeira, deu início aoplantio de cerca de 300 mudas deespécies nativas do cerrado.

Atuação das secretariasHistoricamente, Iris Rezende

sempre pautou suas gestões comações coletivas. Na semana doMutirão da Região Norte, a pre-feitura anunciou a retomada darealização de casamentos comu-nitários. Somente durante a pri-meira edição dos mutirões, 80 ca-sais se inscreveram. A cerimôniadeve ser realizada em dezembropela Secretaria Municipal de As-sistência Social.No estande da Secretaria

Municipal da Saúde (SMS) maisde 18 mil atendimentos foramrealizados. Um consultório mó-vel com cerca de 40 m² concen-trou inúmeros serviços, comotestes oftalmológicos, e realizouexames de triagem para doençascrônicas. Para as pessoas dosgrupos prioritários que deixarampara última hora, uma sala devacinas ofereceu vacinas contra agripe.

Lideranças no MutirãoO Mutirão da região Norte

contou com a presença do presi-dente da Câmara Municipal deGoiânia, Andrey Azeredo, e maisnove vereadores. Ao lado dos se-

cretários e parlamentares, Iris Re-zende percorreu, durante os doisdias, toda a estrutura montada.No primeiro dia, Azeredo reali-zou teste glicêmico com técnicasde enfermagem do Centro deEducação Profissional (CEP)Zilma Carneiro e comentou so-bre a frente de serviços.

"Marca registrada das ges-tões de Iris Rezende, os Mutirõessão oportunidades valiosas deaproximar a população da Prefei-tura, dos secretários e dos verea-dores. As pessoas recebem servi-ços essenciais, vêem o trabalhoacontecendo em seus bairros efalam direta e pessoalmente co-nosco, elogiam, reclamam e dãosugestões", frisou.

Atende FácilNa semana do Mutirão da re-

gião Norte, a Atende Fácil come-morou um ano. Neste período, oíndice de aprovação da central derelacionamento presencial daPrefeitura de Goiânia chegou a99,87%, segundo a SecretariaMunicipal de Finanças (Sefin).Diante do alto índice de resolu-ção das demandas, o municípioplaneja agora instalar novas uni-dades na Capital. No período deum ano, conforme o levantamen-to, mais de 150 mil pessoas foramatendidas. De acordo com o titular da

Sefin, Oseias Pacheco, os meca-nismos que melhoram a vida dapopulação precisam ser expandi-dos e aperfeiçoados quando de-monstram resultados. “As boasideias sempre serão levadasadiante pela atual administração.A prova disso é que estamos estu-dando a de possibilidade de au-mentar o número unidades a fimde oferecer um serviço de quali-dade. Inclusive, a pasta já realizaum amplo estudo sobre a instala-ção das novas centrais de atendi-mento”, afirmou.

O início dos mutirões representa uma presença da prefeitura mais próxima da população,com realização de obras em todas as áreas

Não Vai Ter PsiuO presidente da Câmara de Goiânia, ve-

reador Andrey Azeredo (PMDB), esteve naúltima semana no Tribunal de Justiça deGoiás para celebrar parceria com o TJ nacampanha “Não Vai ter Psiu”. O próximoevento do projeto, que é uma iniciativa daCâmara, será realizado no Tribunal, dia 12 dejunho, às 14h.

Apoio à iniciativaaA parceria da Câmara com o TJ foi firm-

da através da coordenadoria Estadual daMulher em Situação de Violência Domésticae Familiar e Execução Penal do Estado deGoiás. Na oportunidade, a desembargadoraSandra Regina Teodoro Reis afirmou que ainiciativa conta com o total apoio do presi-dente do TJ, desembargador Gilberto Mar-ques Filho.

A campanhaA “Não Vai Ter Psiu!” é uma campanha

suprapartidária, mensal, aberta para a comu-nidade, voltada para a Região Metropolitana,idealizada pelo vereador Andrey Azeredo.

Iris imprime novo ritmo à gestãoSomente na primeiraedição do Mutirão,que atendeu 15bairros, a Prefeiturade Goiânia realizou48 mil atendimentos.Ação e retomada deimportantes obrasrepresentam avançoadministrativo

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POLÍTICA4 GO I Â NIA, 11 A 17 DE JUNHO DE 2017

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ELEIÇÕES 2018

Daniel consolida nome no PMDB

Marcione Barreira

Se as eleições estaduais ti-vessem início hoje, o PMDB te-ria o deputado federal DanielVilela como candidato ao gover-no de Goiás. É o que afirmamas lideranças do partido no esta-do. Se o nome do jovem parla-mentar já era forte dentro dalegenda, ganhou ainda mais es-paço depois que Daniel Vilelasaiu da lista de investigados doministro do Supremo TribunalFederal (STF), Edson Fachin.

Mais que um nome, oPMDB vê em Daniel alguémque pode incorporar o discursode renovação, o que não é vistono partido há, pelo menos, seteeleições. São 27 anos de corridaeleitoral para o governo do esta-do sempre com Iris Rezende ouMaguito Vilela encabeçando achapa da legenda. Das sete dis-putas, o PMDB ganhou apenasduas, em 1990 e 1994.

Apesar da capilaridade elei-toral e do carimbo da experiên-cia, pelo menos nessa eleição osdois – Maguito e Iris – terão pa-pel secundário em termos decandidatura. Segundo lideran-ças do interior, da Câmara e daAsembleia Legistlativa, eles se-rão “generais eleitorais” que da-rão credibilidade à campanhapeemedebista que pretende unira juventude e a experiência.

Apesar disso, há ainda o quedialogar com o senador Ronal-do Caiado. O líder do DEM é ti-do com peça fundamental noprocesso eleitoral, e o PMDBdeseja contar com o senador nu-ma futura composição. Entre-tanto, Caiado tem demonstradoclaramente que quer se candida-tar ao governo em 2018.

Dados os acontecimentosda política nos últimos anos,depois da operação Lava Jato,as lideranças do PMDB pare-cem estar mais flexíveis que ou-trora. Antes, não se falava emabrir mão da cabeça de chapapara apoiar um candidato deoutro partido. Agora, já há den-

tro da legenda julgamento deque, a depender dos fatos, issopode não ser o problema.

O partido sofria, até a últi-ma semana, com as maiores li-deranças da agremiação nalista de investigados da opera-ção Lava Jato. Com a redistri-buição do processo que envolveDaniel Vilela e Maguito Vilelapromovida pelo magistradoLuiz Edson Fachin, diminuiu apreocupação dos peemedebis-tas.

Agora, entretanto, se falaem unir as oposições no estadopara “acabar com o governo deMarconi Perillo”. Sob este as-pecto, se a responsabilidade de

unir for do PMDB, o partidoterá que fazer certo milagre pa-ra colocar DEM e PT, hoje naoposição, do mesmo lado nahistória. Os dois são comoágua e óleo, não se misturam.

Pelo discurso de alguns dospeemedebistas ouvidos pela re-portagem, o fato de querer der-rotar Marconi Perillo (PSDB) esua base aliada pode fazer issoacontecer. Basta convencer oPT e o DEM de que essa uniãoé fundamental para alcançar talfeito. Ainda não é de conheci-mento público o que o PT, de li-deranças renovadas, acha daideia. Em relação ao DEM, jáse sabe: não será fácil.

No discurso, o PMDB já temcomo certo um descarte: DanielVilela como cabeça de chapa eRonaldo Caiado com vice ou vi-ce-versa. Essa composição estáfora de cogitação. Com maisquatro anos de mandato no Se-nado, os peemedebistas nãovêem razão para isso. Quem ga-rante é o deputado federal PedroChaves (PMDB).

Umas da lideranças mais ex-perientes do partido, com vastaexperiência na Câmara federal –ele está no quinto mandato –,Pedro Chaves revela que o parti-do já definiu alguns dos rumosque pretende tomar. “O PMDBtem um pré-candidato que é oDaniel Vilela. Isso não muda notranscorrer desse ano”, garante

Chaves.Outra decisão o partido: Da-

niel não sairá candidato com Ro-naldo Caiado. Para PedroChaves, essa composição não fa-ria sentido. “No partido está de-finido também que o Daniel eCaiado não farão candidaturajuntos. Ou seja, sem chances deum ser vice do outro”, reforçou.

As lideranças do PMDB ava-liam que numa possível candida-tura de Daniel Vilela, RonaldoCaiado teria a mesma força casonão participe da chapa e só fizes-se uma espécie de “general elei-toral”, ao lado de Iris e Maguito.Com isso, abriria outra vaga navice do PMDB, o que garantiriaapoio de outro partido ao se ali-nhar com a oposição.

Composição comDaniel e Caiadoestá descartada

Depois de ter seu nome retirado da lista de investivados pelo ministro Fachin, deputadofederal Daniel ganhou novo fôlego e mais força para encabeçar chapa do PMDB em 2018

O prefeito de Goiânia, IrisRezende, ainda não deu nenhu-ma declaração sobre uma pos-sível candidatura ao governo,mas já surgem rumores de queele poderia estar entre os nomesdo partido para a sucessão esta-dual. Vislumbra-se que, no se-gundo semestre desde ano, aprefeitura alcance uma ótimasituação administrativa e isso,dizem os rumores, colocaria ovelho líder de volta à cena.

No entanto, a possibilidadeé descartada de forma veementepelos integrantes da legenda.

Até mesmo os chamados iristasdescartam a possibilidade. Lí-der do PMDB na AssembleiaLegislativa, José Nelto afirmaque o prefeito de Goiânia assu-miu um compromisso com a ci-dade e que não deve rompercom essa promessa. “A chancede uma candidatura do Iris aogoverno é zero. Ele assumiu umcompromisso com Goiânia”, fi-naliza.

O deputado estadual LívioLuciano (PMDB) também en-dossou o discurso de Nelto edescartou a possibilidade de Iris

ser candidato. Segundo ele,além de discutir nomes, o parti-do precisa se mobilizar para aviabilização de uma chapa pro-porcional que gere força aoPMDB no interior. “O partidoprecisa acelerar o processo.Buscar filiações de deputado fe-derais e estaduais”, alerta.

Para o deputado estadualWagner Siqueira (PMDB), nes-sa eleição cabe a Iris Rezendeser o grande líder como semprefoi. Wagner entende que o mo-mento é de Daniel Vilela ou Ro-naldo Caiado. “Não há

possibilidade de uma candida-tura de Iris Rezende. No entan-to, o prefeito será importante egrande na campanha, comosempre foi”, disse o deputado.

Uma das lideranças maisimportantes do PMDB no inte-rior do estado, Luiz Juvêncio(PMDB), ex-prefeito de Guapó,acredita que Iris precisa focarna prefeitura. “Iris é página vi-rada. Ele tem que tocar a prefei-tura de Goiânia. Ele vai ser umimportante 'general eleitoral' nacampanha. Não tem chance deser candidato”, acrescenta.

“Chance de Iris ser candidato é zero”, garantem peemedebistas

Diálogo não necessariamentenovo, a linguagem de união sem-pre esteve presente nas conversasque permeiam as eleições. É essediscurso que o PMDB integraaos outros. Dessa forma, segun-do avaliam os correligionários,vencer o arsenal eleitoral da basealiada ficaria menos difícil.

Por esta razão, a possibilida-de de apoio a Ronaldo Caiadonuma cabeça de chapa, o queantes era algo totalmente descar-tado, hoje não é. O discurso setransforma e acompanha o ritmode mudança da política. No inte-rior, a possibilidade de apoio doPMDB ao DEM enfrenta menosresistência. É o que diz Luiz Ju-vêncio, ex-prefeito de Guapó.

Para ele, o PMDB tem de ca-minhar junto ao DEM e não im-por dificuldade em nenhumacircunstância. Luiz lembra que aseleições de 2014 favoreceram Ro-naldo Caiado, o que mostrou êxi-to na união. Em 2016, na vitóriade Iris, também fico claro que osdois devem continuar juntos.

“Eu não teria problema al-gum em apoiar Ronaldo Caiado,mesmo que ele não esteja noPMDB. Nós temos um inimigo

em comum, que se chama Mar-coni Perillo. Temos que derrotaro governo. O PMDB tem que en-tender isso”, assegura Juvêncio.O ex-prefeito disse ainda queDaniel Vilela deve trabalhar maiso interior do estado para garantirapoios desde cedo.

Por outro lado, José Neltogarante que vai trabalhar paraunir as oposições. Segundo Nel-to, o deputado Pedro Chaves eele estão andando pelo interiorde Goiás para fortalecer o parti-do e que o PMDB está aberto àconversa. “Nós vamos fortalecera oposição. As alianças e as arti-culações políticas serão fortaleci-das”.

Para Wagner Siqueira, nestesentido, a possibilidade de apoiarCaiado existe, mas ele observaque neste momento não tem ra-zões para isso. “Sempre há pos-sibilidade. Mas hoje o nossocandidato é o Daniel. Não temporque apoiar Caiado nesse mo-mento”. Segundo Wagner, exis-tem pesquisas do partido quecolocam Daniel em posição rele-vante. “Está com mais de 20% deintenções. Então ele é o nossonome”, reforça.

Só a união podederrotar Marconi

José Nelto: “o prefeito Iris Rezendetem um compromisso com Goiânia”

Lívio Luciano: “PMDB precisa semobilizar e se fortalecer no interior”

Wagner Siqueira:•“momento agora éde Daniel Vilela ou Ronaldo Caiado”

Candidaturas de IrisRezende e MaguitoVilela para o governoestão descartadas.Hoje, no campooposicionista, osenador RonaldoCaiado é o úniconome que poderiabarrar Daniel

Luiz Juvêncio: PMDB tem que caminhar junto ao DEM enão impor dificuldade em nenhuma circunstância

Pedro Chaves: “o PMDB tem um pré-candidato que é oDaniel Vilela. Isso não muda no transcorrer desse ano”

FOTOS: PAULO JOSÉ

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PAULO JOSÉ

POLÍTICA 5GOIÂNIA, 11 A 17 DE JUNHO DE 2017

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ENTREVISTA / ÁLVARO CÁSSIO DOS SANTOS “Em Goiânia eAparecida, a políciaelucida 70% dosassassinatos”

“Combater acriminalidade équestão de educação,cultura, infraestrutura”A estrutura física das delegaciastem passado por melhorias, jáque em algumas cidadesfuncionam em casas adaptadas,ao lado de residências?Desde quando assumi a dire-

ção da Polícia Civil, temos pa-dronizado as delegacias e dadouma boa qualidade para as uni-dades policiais. A partir desseano, com o Programa EstadualDinheiro Direto nos Quartéis eDelegacias, padronizaremosmais 33 delegacias. Essa padro-nização é feita através de umacoordenação de Engenharia eArquitetura, para que os prédiosdeem melhores condições para otrabalho policial e atendimento àpopulação. Na medida em quesão reformadas, as delegaciasvão sendo também padroniza-das. Ano passado tivemos avan-ços significativos namodernização da estrutura dapolícia, com criação de pátios,retirada de presos de delegacias.

Esse programa estáfuncionando normalmente,apesar da contenção de gastosno Governo estadual?Este ano ainda não foi libe-

rado o recurso, mas estamosaguardando e a expectativa é deque seja liberado em breve parareformarmos mais 33 delegacias

e unidades prisionais de Goiás.Este ano, a previsão orçamentá-ria é de R$ 5 milhões.

O lançamento de programascomo Goiás Mais Competitivoe Goiás na Frente, que injetarecursos nos municípios, dealguma forma ajuda nacontenção da criminalidade?Com certeza. Tanto que o

Goiás Mais Competitivo temcomo foco as 21 cidades goianasmais violentas, onde está tendouma frente para melhorar a in-fraestrutura, contar com maiorpresença do Estado. Até hápouco tempo, a gente pensavaque a tarefa de combater a crimi-nalidade era só da polícia. Naverdade, nunca foi, não é. Com-bater a criminalidade é questãode educação, cultura, infraestru-tura, a cidade estar limpa, ilumi-nada. Tudo faz parte dasegurança pública.

A expectativa então é de que,havendo a retomada docrescimento econômico e derenda das famílias, haja reflexopositivo na segurança?Exatamente. O reaqueci-

mento da economia e conse-quente geração de emprego comcerteza refletirá na redução dacriminalidade.

“Nossa função é prender. Se o Judiciário solta e volta cometer crime, vamos prender novamente”Como está o trabalho defortalecimento da área deoperações especiais da PolíciaCivil, que tem sido utilizadacada vez mais para o enfrentar acriminalidade?Em maio, batemos todos os

recordes de operações: foramrealizadas, em todo o estado deGoiás, 473 operações, que trou-xeram resultados altamente posi-tivos com várias apreensões dearmas, recuperação de veículosfurtados e roubados, prisões. Issoapenas no mês de maio.

Isso requer toda umapreparação e logística, para quefuncione bem. A Polícia Civiltem inovado nessa questão?

Temos a Sala de Situação, emque o gerente de PlanejamentoOperacional acompanha emtempo real, online, todas as ope-rações realizadas em Goiás.Temos também – o que é umainovação que está sendo copiadapor alguns estados – a Sala deApoio Logístico, onde temos tudoque é necessário para a realizaçãode uma operação à disposição dopolicial. O policial não precisa viraqui para solicitar, pede pela in-ternet e aqui é liberado. Ele vemapenas para pegar o que for ne-cessário para garantir a qualidadeda operação. Isso agiliza e dámais qualidade ao trabalho de re-pressão, o que tem impacto na re-dução da criminalidade.

A questão da reincidênciacriminal, com presos sendoliberados pela Justiça antesmesmo da recuperação davítima do crime. Isso édesestímulo para o policial?Sempre motivo o policial

civil a prender, que é a nossafunção. Se o Poder Judiciáriosolta e o inidíviduo volta a come-ter um crime, vamos prendê-lode novo. Então, sempre motivoo policial a desenvolver seu tra-balho, que é de prender sempreocupar com a função do Mi-nistério Público, do Poder Judi-ciário. Isso não nos cabe. Porqueo Judiciário também tem que se-guir a legislação. Para mudar épreciso alterar a legislação.

A legislação penal brasileiraprecisa ser revista?Com certeza. O Código

Penal brasileiro, apesar de atua-lizações, é da década de 1940.Nosso secretário de SegurançaPública, Dr. Ricardo Balestreridefende, por exemplo, uma sele-ção de presos, com aquelesmenos perigosos, recuperáveis,sendo colocados em um local eaqueles de altíssima periculosi-dade sejam colocados num pre-sídio de segurança máxima. Issoporque esses que não têm recu-peração, ficando junto com pre-sos que têm recuperação,acabam contaminando os pre-sos que poderiam voltar ao con-vívio social.

Daniela Martins eManoel Messias Rodrigues

Tribuna do Planalto – Aestatística da Secretaria deSegurança Pública indica umasignificativa redução dacriminalidade em Goiás noscinco primeiros meses desteano. Já é possível “comemorar”essa redução?Álvaro Cássio dos Santos –

Com certeza, temos motivospara comemorar. De janeiro amaio de 2017 comparado com omesmo período de 2016, tivemosum decréscimo de 17% no crimede homicídio. É uma reduçãomuito significativa e é motivopara comemoração.

Essa redução ocorreu emdeterminadas regiões?Ocorreu, de modo geral, em

todo o estado, com destaquepara Goiânia, que acreditamosestá relacionado ao trabalho de-senvolvido pelo Dr. Douglas Pe-drosa, delegado titular daDelegacia de Investigação deHomicídios. Também tivemosuma grande redução em Apare-cida, através do trabalho doGrupo de Investigação de Ho-micídios daquele município.

Em contrapartida, o Atlas daViolência 2017, trazinformações consolidadas queindicam um aumento dehomicídios em Goiás entre2005 e 2015. Nesse período,enquanto no país o crescimentoda taxa de homicídios por 100mil habitantes foi de 10,6%, emGoiás o aumento foi de 73,6%.Como o sr. avalia essecrescimento?Realmente tivemos esse au-

mento, o que em parte pode estarrelacionado a questões estrutu-rais, crescimento da população,deterioração econômica do país,mas o fato é que desde março de2016, quando assumi a direçãoda Polícia Civil. Tivemos redu-ção no número de crimes graves,principalmente de homicídios,em todo estado, especialmenteGoiânia e Aparecida de Goiânia.

Essa diminuição mais recenteestá relacionada às ações dapolícia ou o crime dehomicídio, por suacomplexidade eimprevisibilidade, dificilmentese consegue prevenir?A Polícia Civil, de março de

2016 para cá, está trabalhandocom mais inteligência, usando aGerência de Operações de Inte-ligência, a Superintendência deOperação de Inteligência da Se-cretaria de Segurança Pública,que está trabalhando em con-junto. Além disso, há uma novadinâmica dada pela Delegacia deInvestigação de Homicídios, queé priorizar todo e qualquer ho-micídio, representando junto aoJudiciário pela prisão preventiva.Estamos fazendo uma repressãoqualificada, o que tem surtidoefeitos desejados e também esta-mos trabalhando de forma inte-grada com os demais órgãos da

Os números do Departamento deEstatística da Secretaria de SegurançaPública de Goiás mostram uma sensíveldiminuição da criminalidade em Goiásnos cinco primeiros meses deste ano, oque pode ser celebrado pela Polícia Civil,responsável pela investigação da maioriados crimes. O número de homicídios caiu17,6%, os estupros foram reduzidos em22,2% e as tentativas de homicídios estão31,6% menor. Além disso, os latrocíniosdespencaram 51,7%, os roubos emcomércios diminuíram 30,5% e os roubosde veículos baixaram 29,6%. Mas nemtudo são flores. Quando se debruça sobrea evolução do número de homicídios aolongo do tempo, descobre-se que emGoiás está se matando mais pessoas.Divulgado na semana passada, o Atlas daViolência 2017, um estudo do Institutode Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)

em parceria com o Fórum Brasileiro deSegurança Pública, indica que, noperíodo de 2005 a 2015, houve umasignificativa elevação da taxa dehomicídios em Goiás. Nesse período,enquanto no país o crescimento da taxade homicídios por 100 mil habitantes foide 10,6%, em Goiás o aumento foi de73,6%. Se em 2005, essa taxa era de26,1%, após aumentos sucessivos, em2015 atingiu 45,3% – bem distante, porexemplo de São Paulo, que no mesmoperíodo diminuiu essa taxa de 21,9% para12,2%, uma queda de 44%. A Tribunaentrevistou o delegado-geral de PolíciaCivil, Álvaro Cássio dos Santos, para falarsobre o enfrentamento da criminalidadee o trabalho da instituição, que deverácontar com o reforço de novos 448policiais civis aprovados em concurso emandamento, além de 43 papiloscopistas.

Polícia Civil usa “repressãoqualificada” parareduzir índices de criminalidade

segurança pública, principal-mente com a Polícia Militar.

Então, no caso específico derepressão a homicídio, a PolíciaCivil mudou sua forma deatuar, agindo antecipadamentequando percebe um sinal depossibilidade de ocorrer umcrime dessa natureza?Exatamente. Estamos traba-

lhando também em parceriacom o Poder Judiciário e o Mi-nistério Público, e estamos tra-balhando de forma integrada

também entre delegacias. Porexemplo: hoje a Delegacia deHomicídios trabalha em parceriacom a Denarc (Delegacia Esta-dual de Repressão a Narcóticos),porque sabemos que grandeparte dos crimes de homicídio épraticada em razão de desaven-ças no tráfico de drogas. Entãoa Denarc percebe essa disputaentre quadrilhas e que pode estardesencadeando homicídios; elafaz um relatório, repassa para aHomicídios e, a partir daí, asduas delegacias, mais a Inteli-

gência da Polícia Civil, começama trabalhar de forma integrada.O ano passado, por exemplo,desarticulamos duas quadrilhas,comandadas por Thiago Topetee Iterley, que vinham disputandoo tráfico de drogas em uma re-gião de Goiânia. No desmante-lamento dessas duas quadrilhas,desvendamos mais de 50 homi-cídios. Portanto, é uma repres-são qualificada, que evita novoscasos de crimes contra a vidaoriginados a partir do tráfico dedrogas.

“Repressão qualificada evita novoscasos de crimes contra a vidaoriginados a partir do tráfico”

Delegado-geralÁlvaro Cássio dosSantos: déficit depessoal é ogrande problemada Polícia Civil deGoiás

Em recente palestra, o secretáriode Segurança Pública de Goiás,Ricardo Balestreri, disse que noBrasil, em média, apenas 3%dos assassinatos são punidos,que “em 97% dos casos, mataralguém não corresponde anenhum tipo de pena”. Issodevido a vários fatores, comodesigualdades sociais,deficiências nas estruturas doestado e da polícia, doJudiciário… Não é um índicemuito baixo?A nossa realidade aqui em

Goiás é diferente. Na investiga-ção de crimes de homicídios emGoiás, tanto os investigados pelaDelegacia de Homicídios comoos investigados pelo Grupo deInvestigação de Homicídios deAparecida, principalmente dessasduas importantes cidades, o ín-dice de elucidação é superior a70%, o que é fenomenal em qual-quer parte do mundo.

Ainda segundo o secretário,sobre furtos e roubos, no Brasilsão apurados menos de 0,5%,ou seja, “99,5% dos casos nãosão sequer averiguados”, o queestaria relacionado com oelevado grau de pobreza degrande parte da população. Oenfrentamento aos crimes, alémde atacar causas estruturais,passa também pela implantaçãode um novo modelo de polícia?Na verdade, precisamos me-

lhorar os modelos já existentes,cada um tendo as condições ade-quadas para solucionar o pro-blema. A Polícia Militar tendo ascondições para fazer a prevençãocorretamente e a Polícia Civilcom condições adequadas paraapurar. Hoje o grande problemanosso é o elevado déficit de pes-soal. Mas temos uma notícia

boa: o concurso de agente e es-crivão de polícia, em andamento,já terminou e o resultado deve serhomologado [foi homologado nasexta-feira, dia 9] e já estamos lu-tando para nomear mais 448 po-liciais, o que vai trazer um alíviomuito grande para a Polícia Civile teremos condições de melhorarainda mais nossas investigações.

Hoje se discute a adoção dociclo completo na polícia, quealteraria o modelo de políciabrasileiro, que tem comocaracterística a existência deforças independentes, no casoPolícia Militar e Polícia Civil. Adiscussão indica uma unificaçãoda força policial. O que o sr.acha dessa proposta?A Polícia Civil tem mais de

200 anos de existência, a PolíciaMilitar em Goiás tem 157 anos.Temos que trabalhar de forma in-tegrada, mas hoje constitucional-mente temos de mostrar resultadopara a população, com o modeloque temos. Precisamos, como jádisse, de um aprimoramento decondições. Qualquer modelo domundo, se não tiver as condiçõesideais para fazer uma investiga-ção de qualidade, estará fadadoao insucesso. Então precisamos émelhorar o modelo já existente.

O déficit de pessoal na PolíciaCivil é um problema crônico.Esses novos 448 policiais serãosuficientes para melhorar oquadro ou apenas preencherãovagas, irão repor aposentados?Na verdade, já estamos lu-

tando e mostrando a necessidadede realização de outro concursode imediato. De qualquer forma,mais 448 policiais nos fará a di-ferença, nos dará condições deatender melhor a sociedade.

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PAULO JOSÉ

POLÍTICA 5GOIÂNIA, 11 A 17 DE JUNHO DE 2017

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ENTREVISTA / ÁLVARO CÁSSIO DOS SANTOS “Em Goiânia eAparecida, a políciaelucida 70% dosassassinatos”

“Combater acriminalidade équestão de educação,cultura, infraestrutura”A estrutura física das delegaciastem passado por melhorias, jáque em algumas cidadesfuncionam em casas adaptadas,ao lado de residências?Desde quando assumi a dire-

ção da Polícia Civil, temos pa-dronizado as delegacias e dadouma boa qualidade para as uni-dades policiais. A partir desseano, com o Programa EstadualDinheiro Direto nos Quartéis eDelegacias, padronizaremosmais 33 delegacias. Essa padro-nização é feita através de umacoordenação de Engenharia eArquitetura, para que os prédiosdeem melhores condições para otrabalho policial e atendimento àpopulação. Na medida em quesão reformadas, as delegaciasvão sendo também padroniza-das. Ano passado tivemos avan-ços significativos namodernização da estrutura dapolícia, com criação de pátios,retirada de presos de delegacias.

Esse programa estáfuncionando normalmente,apesar da contenção de gastosno Governo estadual?Este ano ainda não foi libe-

rado o recurso, mas estamosaguardando e a expectativa é deque seja liberado em breve parareformarmos mais 33 delegacias

e unidades prisionais de Goiás.Este ano, a previsão orçamentá-ria é de R$ 5 milhões.

O lançamento de programascomo Goiás Mais Competitivoe Goiás na Frente, que injetarecursos nos municípios, dealguma forma ajuda nacontenção da criminalidade?Com certeza. Tanto que o

Goiás Mais Competitivo temcomo foco as 21 cidades goianasmais violentas, onde está tendouma frente para melhorar a in-fraestrutura, contar com maiorpresença do Estado. Até hápouco tempo, a gente pensavaque a tarefa de combater a crimi-nalidade era só da polícia. Naverdade, nunca foi, não é. Com-bater a criminalidade é questãode educação, cultura, infraestru-tura, a cidade estar limpa, ilumi-nada. Tudo faz parte dasegurança pública.

A expectativa então é de que,havendo a retomada docrescimento econômico e derenda das famílias, haja reflexopositivo na segurança?Exatamente. O reaqueci-

mento da economia e conse-quente geração de emprego comcerteza refletirá na redução dacriminalidade.

“Nossa função é prender. Se o Judiciário solta e volta cometer crime, vamos prender novamente”Como está o trabalho defortalecimento da área deoperações especiais da PolíciaCivil, que tem sido utilizadacada vez mais para o enfrentar acriminalidade?Em maio, batemos todos os

recordes de operações: foramrealizadas, em todo o estado deGoiás, 473 operações, que trou-xeram resultados altamente posi-tivos com várias apreensões dearmas, recuperação de veículosfurtados e roubados, prisões. Issoapenas no mês de maio.

Isso requer toda umapreparação e logística, para quefuncione bem. A Polícia Civiltem inovado nessa questão?

Temos a Sala de Situação, emque o gerente de PlanejamentoOperacional acompanha emtempo real, online, todas as ope-rações realizadas em Goiás.Temos também – o que é umainovação que está sendo copiadapor alguns estados – a Sala deApoio Logístico, onde temos tudoque é necessário para a realizaçãode uma operação à disposição dopolicial. O policial não precisa viraqui para solicitar, pede pela in-ternet e aqui é liberado. Ele vemapenas para pegar o que for ne-cessário para garantir a qualidadeda operação. Isso agiliza e dámais qualidade ao trabalho de re-pressão, o que tem impacto na re-dução da criminalidade.

A questão da reincidênciacriminal, com presos sendoliberados pela Justiça antesmesmo da recuperação davítima do crime. Isso édesestímulo para o policial?Sempre motivo o policial

civil a prender, que é a nossafunção. Se o Poder Judiciáriosolta e o inidíviduo volta a come-ter um crime, vamos prendê-lode novo. Então, sempre motivoo policial a desenvolver seu tra-balho, que é de prender sempreocupar com a função do Mi-nistério Público, do Poder Judi-ciário. Isso não nos cabe. Porqueo Judiciário também tem que se-guir a legislação. Para mudar épreciso alterar a legislação.

A legislação penal brasileiraprecisa ser revista?Com certeza. O Código

Penal brasileiro, apesar de atua-lizações, é da década de 1940.Nosso secretário de SegurançaPública, Dr. Ricardo Balestreridefende, por exemplo, uma sele-ção de presos, com aquelesmenos perigosos, recuperáveis,sendo colocados em um local eaqueles de altíssima periculosi-dade sejam colocados num pre-sídio de segurança máxima. Issoporque esses que não têm recu-peração, ficando junto com pre-sos que têm recuperação,acabam contaminando os pre-sos que poderiam voltar ao con-vívio social.

Daniela Martins eManoel Messias Rodrigues

Tribuna do Planalto – Aestatística da Secretaria deSegurança Pública indica umasignificativa redução dacriminalidade em Goiás noscinco primeiros meses desteano. Já é possível “comemorar”essa redução?Álvaro Cássio dos Santos –

Com certeza, temos motivospara comemorar. De janeiro amaio de 2017 comparado com omesmo período de 2016, tivemosum decréscimo de 17% no crimede homicídio. É uma reduçãomuito significativa e é motivopara comemoração.

Essa redução ocorreu emdeterminadas regiões?Ocorreu, de modo geral, em

todo o estado, com destaquepara Goiânia, que acreditamosestá relacionado ao trabalho de-senvolvido pelo Dr. Douglas Pe-drosa, delegado titular daDelegacia de Investigação deHomicídios. Também tivemosuma grande redução em Apare-cida, através do trabalho doGrupo de Investigação de Ho-micídios daquele município.

Em contrapartida, o Atlas daViolência 2017, trazinformações consolidadas queindicam um aumento dehomicídios em Goiás entre2005 e 2015. Nesse período,enquanto no país o crescimentoda taxa de homicídios por 100mil habitantes foi de 10,6%, emGoiás o aumento foi de 73,6%.Como o sr. avalia essecrescimento?Realmente tivemos esse au-

mento, o que em parte pode estarrelacionado a questões estrutu-rais, crescimento da população,deterioração econômica do país,mas o fato é que desde março de2016, quando assumi a direçãoda Polícia Civil. Tivemos redu-ção no número de crimes graves,principalmente de homicídios,em todo estado, especialmenteGoiânia e Aparecida de Goiânia.

Essa diminuição mais recenteestá relacionada às ações dapolícia ou o crime dehomicídio, por suacomplexidade eimprevisibilidade, dificilmentese consegue prevenir?A Polícia Civil, de março de

2016 para cá, está trabalhandocom mais inteligência, usando aGerência de Operações de Inte-ligência, a Superintendência deOperação de Inteligência da Se-cretaria de Segurança Pública,que está trabalhando em con-junto. Além disso, há uma novadinâmica dada pela Delegacia deInvestigação de Homicídios, queé priorizar todo e qualquer ho-micídio, representando junto aoJudiciário pela prisão preventiva.Estamos fazendo uma repressãoqualificada, o que tem surtidoefeitos desejados e também esta-mos trabalhando de forma inte-grada com os demais órgãos da

Os números do Departamento deEstatística da Secretaria de SegurançaPública de Goiás mostram uma sensíveldiminuição da criminalidade em Goiásnos cinco primeiros meses deste ano, oque pode ser celebrado pela Polícia Civil,responsável pela investigação da maioriados crimes. O número de homicídios caiu17,6%, os estupros foram reduzidos em22,2% e as tentativas de homicídios estão31,6% menor. Além disso, os latrocíniosdespencaram 51,7%, os roubos emcomércios diminuíram 30,5% e os roubosde veículos baixaram 29,6%. Mas nemtudo são flores. Quando se debruça sobrea evolução do número de homicídios aolongo do tempo, descobre-se que emGoiás está se matando mais pessoas.Divulgado na semana passada, o Atlas daViolência 2017, um estudo do Institutode Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)

em parceria com o Fórum Brasileiro deSegurança Pública, indica que, noperíodo de 2005 a 2015, houve umasignificativa elevação da taxa dehomicídios em Goiás. Nesse período,enquanto no país o crescimento da taxade homicídios por 100 mil habitantes foide 10,6%, em Goiás o aumento foi de73,6%. Se em 2005, essa taxa era de26,1%, após aumentos sucessivos, em2015 atingiu 45,3% – bem distante, porexemplo de São Paulo, que no mesmoperíodo diminuiu essa taxa de 21,9% para12,2%, uma queda de 44%. A Tribunaentrevistou o delegado-geral de PolíciaCivil, Álvaro Cássio dos Santos, para falarsobre o enfrentamento da criminalidadee o trabalho da instituição, que deverácontar com o reforço de novos 448policiais civis aprovados em concurso emandamento, além de 43 papiloscopistas.

Polícia Civil usa “repressãoqualificada” parareduzir índices de criminalidade

segurança pública, principal-mente com a Polícia Militar.

Então, no caso específico derepressão a homicídio, a PolíciaCivil mudou sua forma deatuar, agindo antecipadamentequando percebe um sinal depossibilidade de ocorrer umcrime dessa natureza?Exatamente. Estamos traba-

lhando também em parceriacom o Poder Judiciário e o Mi-nistério Público, e estamos tra-balhando de forma integrada

também entre delegacias. Porexemplo: hoje a Delegacia deHomicídios trabalha em parceriacom a Denarc (Delegacia Esta-dual de Repressão a Narcóticos),porque sabemos que grandeparte dos crimes de homicídio épraticada em razão de desaven-ças no tráfico de drogas. Entãoa Denarc percebe essa disputaentre quadrilhas e que pode estardesencadeando homicídios; elafaz um relatório, repassa para aHomicídios e, a partir daí, asduas delegacias, mais a Inteli-

gência da Polícia Civil, começama trabalhar de forma integrada.O ano passado, por exemplo,desarticulamos duas quadrilhas,comandadas por Thiago Topetee Iterley, que vinham disputandoo tráfico de drogas em uma re-gião de Goiânia. No desmante-lamento dessas duas quadrilhas,desvendamos mais de 50 homi-cídios. Portanto, é uma repres-são qualificada, que evita novoscasos de crimes contra a vidaoriginados a partir do tráfico dedrogas.

“Repressão qualificada evita novoscasos de crimes contra a vidaoriginados a partir do tráfico”

Delegado-geralÁlvaro Cássio dosSantos: déficit depessoal é ogrande problemada Polícia Civil deGoiás

Em recente palestra, o secretáriode Segurança Pública de Goiás,Ricardo Balestreri, disse que noBrasil, em média, apenas 3%dos assassinatos são punidos,que “em 97% dos casos, mataralguém não corresponde anenhum tipo de pena”. Issodevido a vários fatores, comodesigualdades sociais,deficiências nas estruturas doestado e da polícia, doJudiciário… Não é um índicemuito baixo?A nossa realidade aqui em

Goiás é diferente. Na investiga-ção de crimes de homicídios emGoiás, tanto os investigados pelaDelegacia de Homicídios comoos investigados pelo Grupo deInvestigação de Homicídios deAparecida, principalmente dessasduas importantes cidades, o ín-dice de elucidação é superior a70%, o que é fenomenal em qual-quer parte do mundo.

Ainda segundo o secretário,sobre furtos e roubos, no Brasilsão apurados menos de 0,5%,ou seja, “99,5% dos casos nãosão sequer averiguados”, o queestaria relacionado com oelevado grau de pobreza degrande parte da população. Oenfrentamento aos crimes, alémde atacar causas estruturais,passa também pela implantaçãode um novo modelo de polícia?Na verdade, precisamos me-

lhorar os modelos já existentes,cada um tendo as condições ade-quadas para solucionar o pro-blema. A Polícia Militar tendo ascondições para fazer a prevençãocorretamente e a Polícia Civilcom condições adequadas paraapurar. Hoje o grande problemanosso é o elevado déficit de pes-soal. Mas temos uma notícia

boa: o concurso de agente e es-crivão de polícia, em andamento,já terminou e o resultado deve serhomologado [foi homologado nasexta-feira, dia 9] e já estamos lu-tando para nomear mais 448 po-liciais, o que vai trazer um alíviomuito grande para a Polícia Civile teremos condições de melhorarainda mais nossas investigações.

Hoje se discute a adoção dociclo completo na polícia, quealteraria o modelo de políciabrasileiro, que tem comocaracterística a existência deforças independentes, no casoPolícia Militar e Polícia Civil. Adiscussão indica uma unificaçãoda força policial. O que o sr.acha dessa proposta?A Polícia Civil tem mais de

200 anos de existência, a PolíciaMilitar em Goiás tem 157 anos.Temos que trabalhar de forma in-tegrada, mas hoje constitucional-mente temos de mostrar resultadopara a população, com o modeloque temos. Precisamos, como jádisse, de um aprimoramento decondições. Qualquer modelo domundo, se não tiver as condiçõesideais para fazer uma investiga-ção de qualidade, estará fadadoao insucesso. Então precisamos émelhorar o modelo já existente.

O déficit de pessoal na PolíciaCivil é um problema crônico.Esses novos 448 policiais serãosuficientes para melhorar oquadro ou apenas preencherãovagas, irão repor aposentados?Na verdade, já estamos lu-

tando e mostrando a necessidadede realização de outro concursode imediato. De qualquer forma,mais 448 policiais nos fará a di-ferença, nos dará condições deatender melhor a sociedade.

POLÍTICA6 GO I Â NIA, 11 A 17 DE JUNHO DE 2017

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“A partir de 2019 precisamos teruma liderança forte”, diz Marconi

FUTURO DO BRASIL

EDUARDO FERREIRA

Governador defendeo fim da estabilidadeno serviço público, oenfrentamento dosprivilégios e dascorporações e aredução dos gastos

Durante palestra que reali-zou na semana passada, dia 8,na Conferência Anual da UniãoNacional dos Legisladores e Le-gislativos Estaduais (Unale),realizada de 7 a 9 de junho, nacidade de Foz do Iguaçu, no Pa-raná, o governador Marconi Pe-rillo, após mais de duas horas deexplanações, considerações e de-bates, resumiu suas expectativassobre o futuro do País dizendo-se otimista. Considerou queapós o Governo Federal ter tidoa coragem para propor as refor-mas, criando uma agenda posi-tiva para o Brasil, aresponsabilidade maior agorarecairá sobre os ombros do líderque emergir das urnas no anoque vem.“A partir de 2019, observou

Marconi, precisamos ter uma li-derança forte, com coragem deenfrentar os desafios dessa agen-da moderna. Muita coisa está er-rada e precisa ser corrigida. Esselíder terá de ter coragem para en-frentar privilégios, enfrentar cor-porações, apresentar ao País umaagenda de redução dos gastos”.Marconi Perillo considera

que há hoje no Brasil muitas es-truturas desnecessárias, que con-somem bilhões de dólares todosos anos. “Isso vai ter que ser en-frentado se nós quisermos ter di-nheiro para fazer investimentos emelhorar a vida do povo”, acres-centou o governdor.Na defesa de algumas teses,

mencionou o fim da estabilidadeno serviço público. “Na iniciativaprivada as coisas funcionam bemporque se paga o salário pelo mé-rito. É muito ruim a gente ter quenivelar por baixo, ter que pagar omesmo salário para um bom epara um relapso”, observou.A 21ª Conferência Nacional

dos Legisladores e LegislativosEstaduais (CNLE), realizadaanualmente pela Unale reúne, es-te ano, o maior número de parla-mentares e entidades legislativas.Mais de 1.500 parlamentares, as-sessores legislativos, entidadesnacionais e internacionais partici-param do encontro.

Além de Marconi Perillo, fa-laram também os governadoresdo Paraná, Beto Richa; de SãoPaulo, Geraldo Alckmin; e doPiauí, Wellington Dias. O eventocontou também com a presençado ministro da Saúde, RicardoBarros.A Conferência tem como

abordagem principal “O Brasil esuas reformas”, aprofundandoas discussões sobre a relevânciado poder legislativo estadual, acrise nos estados e as soluções,as reformas política e trabalhista,além de outros temas de relevân-cia nacional e internacional.Com a finalidade de estabele-

cer um espaço de oportunidadespara a realização de palestras eprovocar o debate sobre temasincorporados às agendas regio-nais e nacionais, a 21ª CNLE fa-vorece a interlocução entre osparlamentos estaduais na discus-são de temas relevantes para ga-rantir o crescimento do país.Este intercâmbio de experiên-

cias proporciona aos participan-tes ampliar a sua área deconhecimento e melhorar as po-líticas públicas regionais cominovações e soluções adotadasfora de seus estados. O eventotambém oportuniza o encontrodas entidades vinculadas aos le-gislativos estaduais, para a atua-lização profissional e discussãode temas relacionados com assuas atividades funcionais.

Em Foz do Iguaçu, Marconi se disse “otimista” com o futuro e destacou necessidade de uma liderança forte para conduzir e enfrentar os desafios do Brasil

Sintonizado com a agendaeconômica do Brasil e do mun-do, o governador Marconi Peril-lo participou, dia 6, do 5° FórumBrasileiro da Indústria de Ali-mentos, evento organizado peloGrupo de Líderes Empresariais(LIDE), que reúne mais de 1,7mil empresários. Juntos, eles sãoresponsáveis por 52% do PIBnacional. Especialistas estiveramreunidos em Goiânia para discu-tir os caminhos do fortalecimen-to do ambiente de negócios noBrasil e no exterior, além do cres-cimento econômico e desenvol-vimento social.“Somos privilegiados de ter-

mos um governador que atraiuesse evento para Goiás, quecriou políticas econômicas quetêm atraído empresas para o Es-tado, gerando riquezas e empre-gos”, ressaltou o presidente doSindicato da Indústria de Fabri-cação de Etanol do Estado deGoiás (Sifaeg) e presidente doLIDE em Goiás, André Rocha.

Ele afirmou ainda que Goiás “éo segundo maior produtor dealimentos no país, atrás apenasde São Paulo”.Em entrevista, o governador

disse que tinha consciência de

que estavam ali, no 5° FórumBrasileiro da Indústria de Ali-mentos, para discutir “assuntosrelevantes para o futuro da in-dústria de alimentos, para a in-serção cada vez maior dos

produtos brasileiros no mercadointernacional e para a agregaçãode valor tecnológico à produção,que já é uma das mais modernasdo mundo".Em discurso a ex-ministros,

empresários e parlamentares,lembrou que Goiás é responsá-vel por “cerca de 20% dos ali-mentos produzidos no Brasil”.Ao rememorar os efeitos daOperação Carne Fraca, ressal-tou que sentiu-se profunda-mente “preocupado” com osrumos do agronegócio, mastranquilizou-se ao ver que ossetores do agronegócio e da in-dústria de alimentação agiramrápido.“Eu, particularmente, go-

vernador de um Estado produ-tor de alimentos e de carne, mepreocupei muito com todoaquele escândalo que, na mi-nha opinião, foi um exageromuito grande. O que me tran-quilizou foi a agilidade, a inte-ligência e a busca de unidadede esforços que levou à supera-ção da crise, o que demonstramaturidade das autoridadesbrasileiras e, principalmente,dos responsáveis pelo agrone-gócio no país” frisou.

ExportaçãoAo analisar o crescimento

da economia goiana e a am-pliação dos parceiros comer-ciais, Marconi pontuou que éurgente a ampliação dos par-ques industriais brasileiros pa-ra que seja agregado valor àmatéria-prima, o que contribuipara a geração de empregos. “Anossa ênfase tem que ser na in-dustrialização das nossas ma-térias-primas, como estáacontecendo na China”, obser-vou.“Goiás conseguiu expandir

o número de países com osquais faz negócios. Quando euentrei no governo eram 50 paí-ses, hoje são 150. Mas é preci-so investir ainda mais naindustrialização das nossas ri-quezas. Nós não podemos con-tinuar exportando apenascommodities. Temos que in-dustrializar esses produtosporque é aí que estão os em-pregos”, frisou.

Durante palestra na Unale,na semana passada, o governa-dor Marconi Perillo defendeuque seu partido, o PSDB, man-tenha sua aliança com o governodo presidente Michel Temer,apoiando as reformas em trami-tação na Câmara dos Deputa-dos. Marcioni afirmou que asreformas são necessárias paraque o Brasil volte a crescer.Segundo o governador, o

partido tem a responsabilidadede garantir que os avanços eco-nômicos possam ajudar a fazercom que os juros caiam aindamais, que a inflação diminua eque seja adotada uma boa polí-tica cambial.“Eu defendo que meu parti-

do apoie firmemente as refor-mas. É preciso apoiar aaprovação das reformas, primei-ro a previdenciária, depois a re-forma política porque é naestrutura política eleitoral e par-tidária que se encontra a raiz dacorrupção que deve ser extintadefinitivamente do Brasil”, ana-lisou Marconi.O governador pediu que haja

equilíbrio neste momento difícil.Disse defender que o partido

mantenha a aliança com o Go-verno Federal e, assim, de formadireta, estará apoiando as refor-mas e a agenda positiva, “quefez com que o Brasil, em umano, começasse a diminuir a in-flação de mais de 10% para me-nos de 4%. Fez com que os juroscaíssem de quase 15% para 10%e, pela primeira vez, desse sinalde que começa a sair da crise,com um PIB positivo”.Aprofundando sua análise

sobre a realidade econômica doPaís, o governador lembrou quea média de crescimento do PIB émensurada em dois anos – noanterior e no atual. No ano pas-sado, houve uma queda no PIBde 2,5%. A média agora foi de1%, o que, segundo o governa-dor, “significa que o País cresceu3,5% nos três primeiros meses.Descontando 2,5% do ano pas-sado, dá 1% que é o saldo positi-vo neste primeiro trimestre. Nósnão podemos jogar fora o que jáfoi conquistado”.Depois de lembrar que a Re-

forma Trabalhista já passou pelocrivo da Câmara dos Deputa-dos, Marconi falou sobre a ne-cessidade imperiosa de aprovar

a reforma da previdência.“Muita gente se equivocou

ou não estava bem informadocom os objetivos da reforma daprevidência. Ela é para combaterprivilégios. Hoje, 70% dos gastosda previdência no Brasil é paraum terço dos aposentados. Osoutros 70% têm um gasto pro-porcionalmente muito menor doque aqueles privilegiados”, sen-tenciou.Ao reafirmar que o Brasil

precisa resolver a questão daprevidência, Marcou enfatizouque em Goiás haverá um déficitprevidenciário neste ano de R$1,9 bilhão. Em quatro anos, pe-las projeções, serão R$ 8 bilhões.“Imagina o que seria possível

fazer na saúde, na segurança, naeducação, na infraestrutura comesses recursos?”, indagou.O governador voltou a la-

mentar que sete milhões de goia-nos trabalhem para pagaraposentadoria a 60 mil aposen-tados e pensionistas.“Defendemos o direito das

pessoas que se aposentaram.Mas é preciso corrigir. Se não fi-zermos nada, os estados vãoquebrar”, previu.

A par da crise que assola oPaís, Marconi Perillo informouaos parlamentares e convidados,reunidos em Foz de Iguaçu, queseu governo conseguiu estrutu-rar o maior programa de investi-mentos em curso no País,referindo-se ao “Goiás na Fren-te”. Para tanto, disse ter contadocom a ajuda da Assembleia Le-gislativa.“Temos a felicidade de ter

uma Assembleia Legislativamuito bem dirigida e conscientede seu papel em relação ao mo-mento crítico pelo qual passa oBrasil. Nós tivemos não só amaior recessão da história, mastambém uma grande depressãoque fez o Brasil ficar mais pobre10% neste período”, disse.Marconi recordou que a As-

sembleia Legislativa de Goiáscomeçou a ajudá-lo para o en-frentamento da crise ainda em2014, quando o governo previuas dificuldades vindouras. “Na-quele período nós reduzimos pa-ra dez o número de secretarias emais de seis mil o número defuncionários com o apoio im-prescindível da Assembleia”, ar-gumentou.

Governador defende que PSDBcontinue apoiando governo Temer

Especialistas discutem em Goiás o fortalecimento do ambiente de negócios

Durante o Fórum, Marconi salientou que é urgente a ampliação dos parques industriaisbrasileiros para agregar valor à matéria-prima e gerar mais empregos

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COMUNIDADES 7GOIÂNIA, 11 A 17 DE JUNHO DE 2017

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En tre em con ta to com es ta co lu na tam bém pe lo email: [email protected] ou car ta - Rua An tô nio de Mo ra is Ne to, 330, St. Castelo Branco, Go i â nia-Go i ás - CEP: 74.403-070

Goyazes Festival de FotografiaA primeira edição do Goyazes Festival de

Fotografia está com inscrições abertas para fo-tógrafos de todo país até 30 de junho. A ideia éselecionar dez profissionais que vão apresentarseus trabalhos numa exposição, em setembro eoutubro, na Vila Cultural Cora Coralina. Osvencedores das categorias estadual e nacionalvão receber um prêmio em dinheiro no valor deR$ 5 mil.O festival, que reunirá grandes nomes nacio-

nais da fotografia, é organizado pela WA Ima-gem e tem o financiamento do Fundo de Arte eCultura, da Secretaria de Educação, Cultura eEsporte de Goiás (Seduce). Confira o edital efaça inscrição pelo site: www.goyazes.art.br.

Mariana Ferrão fala sobre os desafios de ser mãe no século 21

Miguel Falabella delirante e divinamente engraçado Quando alguma

coisa está errada, Deustoma as devidas provi-dências. Dessa vez, oTodo-Poderoso decidevir à Terra pessoalmenteou quase isso. Cansadodos Dez Mandamentos ede toda a incerteza queeles vêm gerando à hu-manidade, o criadortoma forma através deMiguel Falabella parapropor novas leis e escla-recer qualquer mal-en-tendido a seu respeito.Este é o enredo de God, aclamada comédia da Broadway, com versão brasileira dirigida e

estrelada por Miguel Falabella. O espetáculo será apresentado em Anápolis no dia 22 de junho,às 21h, no teatro São Francisco; em Goiânia, nos dias 23, às 22h, e dia 24, às 21h, no teatroMadre Esperança Garrido. Vendas: originalingressos.com ou culturadoriso.com. Mais infor-mações pelos telefones: (62) 3212-3531 e (62) 4141-2270.

O namorado da minha namoradaEstrelado pelo publicitário, ator, comediante

e criador do blog Jacaré Banguela, Rodrigo Fer-nandes, o monólogo O namorado da minha na-morada será apresentado no Teatro Sesi, dia 16,às 20h. Com irreverência, versatilidade e humorácido, Rodrigo arranca risos da plateia com his-tórias inusitadas.O espetáculo escrito pelo ator e roteirista

americano Mike Birbiglia narra a trajetória deum comediante que coleciona fracassos com ca-samentos, beijos, parques de diversões e triân-gulos amorosos, como no dia em que conheceuo namorado da sua namorada. O texto foi adap-tado por Rodrigo Fernandes e tem direção deOscar Filho, do CQC. Informações: 3269-0800.

Feira de adoção de cães e gatosA S.O.S. Peludos de Goiânia promove uma

Feira de adoção de cães e gatos, dia 24, das 9 às15h, na Clínica Veterinária Dog Center. Todos osanimais são castrados, vacinados e vermifuga-dos. Taxa de adoção: R$ 20. A clínica fica naAvenida Paranaíba, 268, Centro.

Manhattan no Shopping CerradoUma loja que reúne moda urbana jovem, cal-

çados, acessórios, skates e artigos de tabacaria,além de abrigar estúdios de tatuagem e body pier-cing, foi inaugurada no Shopping Cerrado. Essaé a segunda unidade da marca Manhattan, quefoi criada na década de 1990, e oferece marcasconceituadas ligadas à cultura street e voltadaspara o segmento jovem, como Vans, DC Shoes eQuiksilver. O Shopping Cerrado (AvenidaAnhanguera, Setor Aeroviário) oferece estacio-namento gratuito.

Essa Fanta é GuaranáTem novidade na família

Fanta. A segunda maiormarca da Coca-Cola Brasillança Fanta Guaraná, o pri-meiro refrigerante que jáchega ao mercado com certi-ficação da origem do gua-raná 100% Amazonas.

Nova salaInstalado no Buena Vista Shopping novo

posto de serviço da Polícia Federal para a emis-são de Passaportes. A sala é ampla e exclusivapara este tipo de atendimento, que será feito poragendamento, de segunda à sexta-feira das 8 às20 horas. O espaço abriga maior número deatendentes, garante mais conforto e agilidadedos serviços prestados pela instituição dentro daconcepção do Vapt-Vupt.

A jornalista e apresentadora do programa BemEstar (Rede Globo), Mariana Ferrão, ministra apalestra Desafios de ser mãe no século XXI: equi-librando maternidade e profissão, no dia 1º dejulho, em Goiânia. O tema faz parte da progra-mação da II Conferência Internacional do BemEstar Infantil (CISBEI), evento que ocorrerá das8 às 18 horas, no Teatro Madre Esperança Gar-rido. Realizada pela Organização de Umbiguinhoa Umbigão, a CISBEI terá uma programação depalestras voltada para mães, pais e profissionaisda área infantil, como pediatras e psicólogos. Também estão confirmadas as palestras da

escritora e psicoterapeuta argentina, Laura Gut-man; da empresária, educadora e autora de livrosna área de educação financeira, Ana Paula Hor-nos; do pediatra brasileiro e autor de livros como

Quem cuidará das crianças, Dr. Martins Filho, eda Julyana Mendes, a ‘mãe de sete’, além de mesaredonda com a Sociedade Goiana de Pediatria.Mais informações e inscrições: www.instituto-suassuna.com

Feira de Beleza Fegobel+ Dias 18, 19 e 20 de junho, o Centro de Convenções de Goiânia se transformará no maior palco

de negócios, novidades e cursos relacionados ao mercado da beleza, com expectativa de mais 30 milvisitantes e mais de R$ 5 milhões em comercialização. Nos três dias de evento, 300 marcas vão exporprodutos e lançamentos e diversos profissionais de renome nacional e internacional se revezam paraministrar congressos, workshops e cursos gratuitos. A programação completa e valores dos congres-sos e cursos pode ser acessada pelo site www.fegobel.com.br.

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COMUNIDADES8 GOIÂNIA, 11 A 17 DE JUNHO DE 2017

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NATUREZA EMBELEZA CAPITAL

Nesta época do ano, com ofim das chuvas, Goiâniafloresce em branco comsuas trdicionais paineiras

Yago Sales

A fibra esbranquiçada voando lenta-mente descansa sobre os capôs dos carrose ilustra o asfalto e calçadas. Dona JúliaInácio, 74, se agacha e esfrega um poucode “algodão inútil” às mãos antes da pri-meira varrida na calçada em que funcionaa oficina do filho e uma lojinha de celula-res do neto no setor Pedro Ludovico, emGoiânia.

A família mora no andar de cima deum sobradinho descuidado, mas vetusto.É da pequena sacada que o marido cons-truiu depois de decidir deixar de mão Bra-sília e reencontrar as raízes goianas queela apalpa o peito, entre um seio e o ou-tro, e suspira.

Na sacada por pouco não cabe apenasa matriarca de seis filhos, oito netos e doisbisnetos. Eu tento me encaixar em umvão. Espremo-me para ver se, da cena queassistiríamos, consigo extrair alguma coi-sa perdida acontecendo nos cenários davida da natureza que sobrevive ao acin-zentado do concreto.

Dona Inácia se ajeita com seus 75 qui-los, rosto bochechudo, cabelos loiros comcorte social. Ela é muito séria e não rinunca, ou seria a tensão do dia em que elatem marcado um cateterismo? Ela temmedo de não voltar do exame, o mesmoque matara duas de suas irmãs. “Vamosmudar de assunto”, prefere.

De tanta saudade do marido, mortoantes de as paineiras florirem, décadasatrás, o coração dela ganha um aperto acada susto. Se um carro buzina, ela se es-picha no sofá de couro vermelho. Se umneto grita, ela sobressalta. Deu que tevede marcar com o cardiologista. E o medode morrer que a transformou, ainda mais,numa observadora diária da rua. Nãoapenas da rua.

O horário marcado para o espetáculo:

7 horas da manhã. O sol parece tímido, oazul atrelado com o branco movediço denuvens que apertam o céu. Ela explicavao segredo do café forte e doce quandouma gritaria explodiu de algum lugar. Ascortinas da vida se abrem. Ela diz que searrepia. Eu duvido e espio. Realmente, elaestá toda eriçada. De repente, uma alga-zarra de periquitos sobrepõe o cenário. Éa minha vez de arrepiar.

Angélica Sousa, 27, lá de baixo gritou:“A tosse vale a pena, dona Júlia”. Angélicaé uma das defensoras da permanência daspaineiras, vítimas de orquestração pararetirada por alguns “insensíveis e rabu-gentos moradores” por meio de abaixo-assinados. É que o fruto, que mais pareceum órgão como o coração de dona Júlia,dá um trabalhão. Quando maduro, seabre e solta a paina-sedosa, feita de fibrapouca resistente, que é carregada pelaventania da manhã.

Para dona Júlia, paina deixa a rua umparaíso, para outros moradores, comoseu Carlos Pires, 69, um inferno. “Vivotossindo”, conta, mas com uma carteirade Derby azul dentro do bolso da camisapálida entreaberta. E o cabelo de seu Car-los é tão branco que penso em compará-lo um pouco com aquela fibra. Desisto.Ele vê meu entusiasmo e geme: “vá escre-ver coisa positiva”.

O ambiente nesse período do ano, co-mo atesta o dentista Lúcio Albuquerque,34, “nos enche de nostalgia”. Ele não deixade correr à janela do consultório, abaixan-do a cortina de acrílico verde-maçã paraver os periquitos durante o dia. “Na fazen-da da família eram tantos. E eu corria commeus primos para recolher no ar aquelacoisa que parecia um algodão. E a gentefazia bolas de futebol com o que a gentepegava do chão”. Ele também suspira.

O bando de periquitos, para lá de umacentena, voa de paineira em paineira, embusca das sementes, de refúgio. Debu-lham os frutos, com bicos afiados e sono-ros, colorindo o solo de branco. E, ainda,continuam a perpetuar o reflorestamento.É que elas voam longe e levam consigo oembrião da árvore mais amada e maisodiada de Goiânia.

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quito

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