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FINIFUNDO ACÇÕES INTERNACIONAIS
Fundo Mobiliário de Investimento Aberto
RELATÓRIO DE GESTÃO 2003 1. Envolvente Macroeconómica
Economia Internacional
A economia mundial confirmou em 2003 a recuperação iniciada um ano antes, com o
crescimento económico global a aumentar de 3,0 por cento em 2002 para 3,2 por cento em
2003, num contexto de elevada instabilidade geopolítica e redução dos fluxos comerciais. O
crescimento económico do conjunto das economias mais avançadas manteve-se inalterado
nos 1,8 por cento, enquanto que o crescimento dos países em desenvolvimento acelerou dos
4,6 por cento de 2002 para 5,0 por cento em 2003.
Projecções sobre a economia mundial (taxas de variação, em %) 2002 2003 2004
PIB Mundial 3,0 3,2 4,1
Economias Avançadas 1,8 1,8 2,9
Área Euro 0,9 0,5 1,9
EUA 2,4 2,6 3,9
América Latina -0,1 1,1 3,6
Países em Desenvolvimento 4,6 5,0 5,6
Volume do Comércio 3,2 2,9 5,5
Importações
Economias Avançadas 2,2 2,8 4,8
Países em Desenvolvimento 6,0 5,1 7,8
Exportações
Economias Avançadas 2,2 1,6 5,2
Países em Desenvolvimento 6,5 4,3 6,9
Preços no Consumidor
Economias Avançadas 1,5 1,8 1,3
Países em Desenvolvimento 5,3 5,9 4,9
Fonte: FMI, World Economic Outlook, Setembro de 2003
O primeiro semestre de 2003 foi caracterizado por novo abrandamento das principais
economias mundiais, particularmente na zona Euro, afectado pela instabilidade geopolítica,
cuja escalada de tensão conduziu, no final do primeiro trimestre, ao eclodir da guerra de uma
coligação internacional liderada pelos Estados Unidos da América (EUA) contra o Iraque. No
segundo trimestre, por seu turno, fizeram-se sentir os efeitos dos problemas relacionados com
o vírus da Síndrome Respiratória Aguda (SRA), que afectaram em particular uma das zonas
mais dinâmicas do globo, o Sudeste Asiático. A retoma da economia mundial confirmou-se
apenas no segundo semestre de 2003, com os EUA a mostrarem um surpreendente dinamismo
e a liderarem o crescimento económico global e correspondeu ao desanuviar das referidas
tensões geopolíticas, finda a guerra no Iraque, e à aplicação de pacotes de estímulo ao
crescimento económico, na generalidade dos países desenvolvidos.
Os EUA lideraram o processo de recuperação em curso, tendo atingido uma assinalável taxa
de crescimento trimestral anualizada de 8,2 por cento no terceiro trimestre de 2003,
beneficiando da conjugação favorável de baixas taxas de juro, agressivas campanhas
promocionais por parte dos concessionários automóveis e das reduções e devoluções de
impostos, ao abrigo do plano da administração Bush de incentivo ao crescimento económico.
Na zona Euro, a Alemanha, a Itália e a Holanda reentraram em recessão no primeiro semestre
de 2003, o que contribuiu para a estagnação da actividade no espaço euro durante esse
período e para o modesto crescimento de 0,5 por cento, no cômputo de 2003.
A confirmar o quadro de recuperação, as condições económicas melhoraram na generalidade
dos países em desenvolvimento e em transição, com a recuperação a chegar à América Latina,
num quadro de condições financeiras mais favoráveis.
As pressões inflacionistas mantiveram-se contidas a nível global, observando-se um aumento
do ritmo de crescimento dos preços no consumidor em 2003, que estará associado sobretudo
ao robustecimento da actividade económica e à subida do preço de algumas matérias-primas
chave, como seja o petróleo, que aumentou em média 15,2 por cento. Ainda assim, e num
contexto de excesso de capacidade instalada, as previsões apontam para uma nova redução da
inflação em 2004, num processo que poderá recolocar alguns países europeus, como a
Alemanha, perigosamente próximos da deflação.
Choques exógenos abalam recuperação
O clima de insegurança que se instalou no ocidente no pós 11 de Setembro de 2001
intensificou-se no final de 2002 e princípio de 2003, com o escalar do terrorismo e a ameaça
de uma nova guerra no Médio Oriente. Com o Mundo ainda a recuperar do rebentar da bolha
especulativa do sector das novas tecnologias, num contexto de sobreendividamento e de
excesso de capacidade produtiva instalada, esta intensificação dos riscos geopolíticos abalou a
debilitada confiança dos agentes económicos e as empresas ficaram mais renitentes em
investir e as famílias em realizar despesas importantes.
Adicionalmente, e enquanto se envidavam os últimos esforços para evitar uma intervenção
militar no Iraque, começaram a sentir-se os efeitos de uma nova ameaça a oriente, menos
mediática mas igualmente letal. O surto de pneumonia atípica, ou síndrome respiratória aguda
(SARS), começou provavelmente na província chinesa de Guandong e rapidamente se
propagou, criando o pânico no turismo e exportações dos países em que foram detectados
casos. O pico desta epidemia ocorreu antes do início das hostilidades no Iraque mas o seu
mediatismo permaneceu elevado durante todo o conflito, realçando o clima de insegurança.
Neste contexto, a quebra de confiança dos agentes económicos e a subida do preço do
petróleo surgem como naturais, num movimento capaz de pôr em risco a própria recuperação
económica e cuja face mais visível foi a quebra das cotações bolsistas e a descida das taxas de
juro de longo prazo. O preço do petróleo atingiu um máximo de cerca de 35 dólares por barril
em vésperas do início da guerra.
A tomada de Bagdade pelas forças norte-americanas, a 9 de Abril de 2003, marcou
psicologicamente o fim da guerra que opôs as forças coligadas lideradas pelos EUA ao
regime de Saddam e marcou um ponto de viragem na confiança dos agentes económicos.
Dissipadas as dúvidas quanto ao desfecho da guerra no Iraque, os índices das principais
bolsas norte-americanas e europeias iniciaram a recuperação, o que faria prever um recuo do
preço de petróleo para os níveis de referência da organização dos países exportadores de
petróleo (25 dólares por barril) e a menor apetência dos investidores por activos de refúgio,
como o ouro ou a dívida pública.
No entanto, e apesar de uma correcção inicial, o preço do petróleo acabou por manter-se em
níveis elevados durante a quase totalidade do ano, seja por questões ligadas às greves na
Venezuela e tumultos na Nigéria ou ao baixo nível de reservas e ao anúncio de redução da
produção por parte da OPEP.
O preço do ouro subiu substancialmente no decurso do ano, dado desempenhar um papel de
activo de refúgio em alturas de maior instabilidade económica e geopolítica, tais como as
acima descritas, em detrimento de activos de maior risco perceptível como as acções. O preço
do ouro subiu 74 dólares ou 21,6 por cento para 417,25 dólares por onça troy, atingindo um
máximo de mais de sete anos no último dia de 2003.
Preço do ouro e cotação do rand sul-africano
250
270
290
310
330
350
370
390
410
430
Jan02 Abr02 Jul02 Out02 Jan03 Abr03 Jul03 Out03
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
Ouro, USD / onça troy (eixo da esquerda)USD / ZAR (eixo da direita)
Fonte: Datastream
Outros factores pesaram no preço do ouro, sendo talvez a depreciação o dólar o mais
importante, pois o ouro é transaccionado nos mercados internacionais em dólares dos EUA,
moeda que este ano se depreciou significativamente face à maioria das divisas, ao que a
moeda da África do Sul, maior produtor de ouro, não foi excepção. O dólar depreciou-se 22,8
por cento face ao rand da África do Sul, influenciando decisivamente o preço do ouro.
Fed funds e refi em mínimos
Durante a primeira metade de 2003 as autoridades monetárias dos dois lados do Atlântico
tornaram a cortar as suas de taxas de intervenção, tendo a Reserva Federal norte-americana
descido apenas uma vez, em 25 pontos base, para 1 por cento, e o Banco Central Europeu
(BCE) procedido a dois cortes, num total acumulado de 75 pontos base, para 2 por cento.
O corrente ciclo de descida de taxas de juro conheceu o seu primeiro capítulo de 2003 em
Março, quando o BCE procedeu a um corte de 25 pontos base da sua taxa de cedência, para
2,5 por cento, em face do aumento da incerteza decorrente do agravar das tensões geopolíticas
globais e do abrandamento económico da zona euro. Nos meses que se seguiram o BCE viu-
se impotente para proceder a novos alívios da política monetária, pois a deterioração das
condições económicas foi acompanhada por uma tendência claramente descendente dos
preços, e apenas estava mandatado para promover a estabilidade de preços. No entanto, e à
medida que aumentavam os riscos de deflação, procedeu à clarificação da sua estratégia de
política monetária, com a flexibilização da interpretação do objectivo da estabilidade de
preços e um maior grau de discricionaridade na condução da mesma. Ou seja, com esta
clarificação o BCE ficou mandatado para activar a política monetária quando existirem
pressões deflacionistas, situação que não era possível no regime anterior.
Assim, o BCE cortou as suas taxas de intervenção, pela segunda vez em 2003, no dia 5 de
Junho, colocando a taxa de cedência regular de liquidez (“refi”) nos 2 por cento, o seu valor
mais baixo desde a entrada em funções do Sistema Europeu de Bancos Centrais (SEBC). Em
simultâneo, foram também reduzidas, na mesma magnitude, as taxas de juro aplicáveis à
facilidade permanente de liquidez e de depósito para, respectivamente, 3 por cento e 1 por
cento.
O Comité de Política Monetária (FOMC) da Reserva Federal dos EUA (Fed) procedeu ao
alívio da política monetária no dia 25 de Junho, com receio de que o moderado dinamismo
económico não fosse suficiente para afastar um cenário de deflação. Esta descida, a décima-
terceira nos últimos três anos, colocou o objectivo para a taxa overnight a que as autoridades
monetárias cedem liquidez às instituições de crédito num novo mínimo absoluto desde que foi
adoptado um objectivo para as taxas de juro, no distante ano de 1971. O actual nível de taxas
de intervenção só encontra paralelo na década de 60, quando a condução da política monetária
era pautada por objectivos ao nível do crédito bancário e a taxa de “fed funds” não era
considerada um indicador de relevância das condições do mercado monetário.
O ano da recuperação dos índices bolsistas
No decurso de 2003 podem ser identificados dois períodos distintos na evolução do mercado
accionista, separados pelo conflito armado no Iraque. Numa primeira fase, os índices
representativos das principais bolsas mundiais desceram à medida que cresciam as tensões no
Médio Oriente, tendo os mínimos do ano sido obtidos nas vésperas do início da guerra. Com
o fim da guerra, as expectativas dos agentes económicos elevaram-se e os índices bolsistas
iniciaram a recuperação, posteriormente reforçada pela consolidação da recuperação
económica em curso nos EUA e UE12.
Evolução de alguns índices de referência em 2003
31-Dez variação* valor variação* data valor variação* dataEUA
Dow Jones 10453,90 25,3 7524,06 -9,8 11-Mar 10453,90 25,3 31-DezNASDAQ 2003,37 50,0 1271,47 -4,8 11-Mar 2009,88 50,5 30-Dez
UE12CAC40 3557,90 16,1 2403,04 -21,6 12-Mar 3557,90 16,1 31-DezDAX30 3965,16 37,1 2202,96 -23,8 12-Mar 3965,16 37,1 30-DezEUROSTOXX50 2760,658 15,7 1849,639 -22,5 12-Mar 2760,658 15,7 31-DezIBEX35 7737,2 28,2 5452,4 -9,7 12-Mar 7760,4 28,5 29-DezMIB30 26715 11,8 20539 -14,0 12-Mar 27538 15,3 04-DezPSI20 6747,41 15,8 5218,66 -10,4 25-Fev 6747,41 15,8 31-Dez
EmergentesBOVESPA 22236 97,3 9994 -11,3 26-Fev 22236 97,3 30-DezHang Seng 12575,94 34,9 8409,01 -9,8 25-Abr 12594,42 35,1 12-DezISE100 18625,02 79,6 8893,00 -14,2 24-Mar 18625,02 79,6 31-DezMERVAL 1071,95 104,2 520,55 -0,8 02-Jan 1077,98 105,3 29-DezMSCI Russia ($) 461,107 70,3 250,082 -7,6 27-Jan 508,415 87,8 17-Out
OutrosFTSE100 4476,87 13,6 3287,04 -16,6 12-Mar 4476,87 13,6 31-DezMSCI World 778,600 22,8 562,372 -11,3 12-Mar 778,600 22,8 31-DezNIkkey225 10676,64 24,5 7607,88 -11,3 28-Abr 11161,71 30,1 20-Out
* Face a 31 de Dezembro de 2002, em %
2003 Mínimo do ano Máximo do ano
Fonte: Datastream, Reuters e; GESE
O índice NASDAQ valorizou-se 50 por cento em 2003 e ultrapassou a barreira psicológica
dos 2.000 pontos nos últimos dias de negociação do ano. O Dow Jones Industrial Average
fechou o ano nos 10.453,92 pontos, valorizando 25,3 por cento. O alemão DAX30 e o
IBEX35 de Espanha obtiveram os melhores desempenhos na Europa, com variações anuais de
37,1 e 28,2 por cento, respectivamente.
Portugal não foi excepção ao quadro animador que dominou os mercados a nível
internacional durante a segunda metade do ano. O índice PSI20, benchmark da praça
portuguesa, registou uma valorização de 15,8 por cento, para os 6.747,41 pontos em 2003.
Em 2002 o PSI20 registou uma desvalorização de 25,6 por cento, tendo fechado esse o ano
nos 5.824,7 pontos.
A maioria índices europeus atingiu o seu nível máximo nos últimos dias de negociação, com a
excepção do italiano MIB30, cujo máximo foi obtido no início de Dezembro. O desempenho
desta praça ficou marcado pelo anúncio de problemas financeiros da italiana Parmalat, que
culminaram na falência da empresa. Esta notícia repercutiu-se negativamente na praça
italiana, com o seu principal índice, o MIB30, a registar uma desvalorização 0,9 por cento no
mês de Dezembro e a reduzir a valorização acumulada no ano para os 11,8 por cento.
Taxas de juro sobem com retoma económica
A intensificação dos riscos geopolíticos, no início do ano, e a subsequente revisão em baixa
das expectativas de crescimento económico para 2003, num contexto de elevada estabilidade
de preços, levaram os investidores a procurar a segurança relativa das obrigações e a uma
acentuada valorização dos títulos de dívida pública. Esta tendência foi particularmente
evidente em vésperas do início da guerra no Iraque e, posteriormente, quando se acentuaram
os riscos de deflação a nível global (meses de Maio e Junho), períodos em que o movimento
de procura de qualidade decorrente da maior incerteza no mercado accionista levou os
investidores a procurarem refúgio em instrumentos financeiros com menor risco
percepcionado, como é o caso dos títulos de dívida pública, conduzindo a uma forte
valorização destes e a uma consequente queda das respectivas yields.
Evolução das yields a 10 anos (em %)
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
5,5
Jan Abr Jul Out Jan Abr Jul Out
USA - "treasuries" a 10 anos
Alemanha - "bund" a 10 anos
2003
Fonte: Datastream
Na segunda metade do ano, e com o sentimento mais optimista no segmento accionista e com
a redução dos riscos à actividade económica, assistiu-se a uma recomposição de carteira por
parte dos investidores e a um consequente desfazer parcial do movimento de procura de
qualidade, com as taxas de rentabilidade dos principais títulos de referência a estabilizarem
próximo dos máximos do ano.
Euro em máximos com queda do dólar
O elevado dinamismo económico evidenciado pelos EUA na segunda metade de 2003 ajudou
a agravar um dos desequilíbrios resultantes dos excessos da anterior expansão económica,
com a estimativa para o défice da balança de transacções correntes (BTC) em 2003 a superar
os 5 por cento. Por outro lado, o arrojado pacote fiscal de estímulo à actividade económica, da
administração Bush, ao promover o reembolso e a descida de impostos, colocou o défice
orçamental próximo dos 6 por cento, tornando numa memória distante os excedentes
orçamentais da administração Clinton. As lições da história mostram que, usualmente, há
lugar a uma crise cambial quando um país atinge défices gémeos na ordem dos 5 por cento.
Ainda assim, não podemos falar de um colapso ou crise do dólar, podemos sim falar de um
movimento de correcção do dólar.
A Reserva Federal dos EUA (Fed) publica actualmente três índices de referência de taxa de
câmbio efectiva nominal do dólar, ponderados pelo peso de cada divisa na balança comercial,
dos quais se destacam o índice “alargado” e o índice das “principais divisas”. O primeiro
mede a variação do valor externo do dólar face a um cabaz alargado de 26 divisas, enquanto
que o segundo é uma subdivisão que agrega apenas as sete principais divisas de referência.
De acordo com o primeiro, o “ITCEN-alargado”, o dólar perdeu cerca de 14 por cento do seu
valor face aos máximos, enquanto que, no segundo, o “ITCEN-principais divisas” esse valor
eleva-se para mais de 26 por cento. A razão para esta evolução díspar está obviamente, nas
relações económicas entre as diferentes economias e na forma como é conduzida a política
monetária. Por exemplo, o dólar tem aguentado muito melhor face às divisas asiáticas, ao que
não será indiferente os pegs ao dólar de países como Hong-Kong, Malásia e China, ou a
tentativa do Japão em manter estável o valor do iene. Por outro lado, a elevada integração
com o Canadá tem limitado o movimento de correcção face ao dólar canadiano, o mesmo se
aplicando ao peso mexicano, o qual também tem um peg face ao dólar.
Índice de taxa de câmbio efectiva nominal (ITCEN) do dólar
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
73 75 77 79 81 83 85 87 89 91 93 95 97 99 01 03
ITCEN - principais divisas
Correcção actual limitada quando comparada com a da
década de 80
Fonte: Fed
Ou seja, nem todos os países estão a suportar o ajuste do dólar na mesma magnitude. Ao não
haver um objectivo para a taxa de câmbio, a zona euro torna-se por excelência um dos países
que mais terá que suportar esse fardo. Numa perspectiva global, muito falta ainda para que se
conclua o ajustamento do dólar, o qual continua ainda acima dos mínimos da década de 1995.
Ou seja, o dólar poderá ainda depreciar-se bastante mais face ao euro, até que os
desequilíbrios externos dos EUA estejam corrigidos ou que os investidores recuperem a
confiança na nota verde.
Atentando ao ITCEN das principais divisas o dólar está cerca de 5 por cento acima dos
mínimos de 1995, ascendendo esse valor a 25 por cento tomando em consideração o ITCEN
alargado. Esta situação, em conjugação com a manutenção dos referidos desequilíbrios, leva
alguns economistas a considerarem que o dólar ainda terá que se depreciar mais (valores
oscilam em torno dos 10 por cento) para que a correcção tenha os efeitos desejados ao nível
da BTC. Dadas as características do euro, parece pois que a concretizar-se este cenário o dólar
ainda se poderá depreciar, pelo menos, 10 por cento face ao euro. Neste contexto, aumentam
as pressões para que o BCE desça as suas taxas de juro, aliviando a pressão ascendente do
euro e, por esta via, contrariar as pressões deflacionistas derivadas da quebra de preços dos
bens importados e ajudar o debilitado sector exportador.
2 - Fundo
Em 2003, o Finifundo Acções Internacionais, registou uma rendibilidade efectiva positiva de
23,85%.
89,94%
10,06%
Acções Outros Activos
ESTRUTURA DA CARTEIRA S/VLGF (*)
(*) Valor Liquido Global do Fundo
ALOCAÇÃO DOS ACTIVOS POR PAISES
R. Unido5,12%
Irlanda0,75%
Portugal7,14%
Finlandia3,60%
Outros2,07% Cash
7,99%
E.U.A.9,08%
Coreia do Sul0,45% Países Baixos
9,64%
França20,91%
Itália3,74%
Alemanha13,11%
Espanha14,83%
Argentina1,02%
China0,56%
O Valor Líquido Global do Fundo em 31 de Dezembro de 2003 era de 6.648.334,36 euros,
correspondentes a 1.776.511 Unidades de Participação e detidas por 626 participantes. O
valor da Unidade de Participação em 31 de Dezembro de 2003 cifrou-se em 3,7424 euros.
No que diz respeito a comissões, o fundo gerou 84.034,12 euros assim distribuidos:
Comissão de Gestão 63.032,33 euros
Comissão de Depositário 21.010,79 euros
Perspectivas de negócio
O Finifundo Acções Internacionais resultou da fusão, ocorrida em meados de 2003, de dois
fundos: o Finifundo Small Caps e o Finifundo Blue Chips, tendo este último incorporado o
primeiro, alterando de seguida a sua denominação.
A sua política de investimentos vai manter-se inalterada, i.e., o Finifundo Acções
Internacionais irá continuar a apostar nos principais mercados, sempre com uma grande
diversificação, e diminuto peso de cada acção no Valor Líquido Global do Fundo,
privilegiando os sectores em que a gestão pensa poder existir um maior potencial de subida.
Na vertente comercial, aguardamos com alguma expectativa a evolução dos mercados
bolsistas internacionais, e a confirmar-se a subida generalizada dos índices internacionais,
como todos os analistas não se têm furtado de afirmar, estamos confiantes num bom ano em
termos de volumes de subscrição, aliás, na linha dos últimos meses de 2003.
Lisboa, 31 de Janeiro de 2004
╟╒
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS MONETÁRIOS em 31 de DEZEMBRO de 2003(valores em euros)
OPERAÇÕES SOBRE AS UNIDADES DO FUNDO
RECEBIMENTOS:Subscrição de unidades de participação 3.791.639 0 … 3.791.639 0
PAGAMENTOS:Resgates de unidades de participação 1.771.720 0 Rendimentos pagos aos participantes… 1.771.720 0 Fluxo das operações sobre as unidades do fundo 2.019.919 0
OPERAÇÕES DA CARTEIRA DE TÍTULOS
RECEBIMENTOS:Venda de títulos 5.623.698 0 Reembolso de títulosResgates de unidades de participaçãoRendimento de títulos 45.515 0 Juros e proveitos similares recebidos 0 Vendas de títulos com acordo de recompra…Outros recebimentos relacionados com a carteira 5.669.213 0
PAGAMENTOS:Compra de títulos 7.258.587 0 Subscrição de unidades de participaçãoJuros e custos similares pagosVendas de títulos com acordo de recompraTaxas de Bolsa suportadas 1.022 0 Taxas de corretagem 32.977 0 Outras taxas e comisões 66 0 ….. 7.292.652 0 Outros pagamentos relacionados com a carteiraFluxo das operações da carteira de títulos -1.623.439 0
OPERAÇÕES A PRAZO E DE DIVISAS
RECEBIMENTOS:Juros e proveitos similares recebidosRecebimentos em operações cambiais 1.535.990 0 Recebimentos em operações de taxa de juroRecebimentos em operarações sobre cotaçõesMargem inicial em contratos futurosComissões em contratos de opçõesOutras comissões…Outros recebimentos op.a prazo e de divisas 1.535.990 0
PAGAMENTOS:Juros e custos similares pagosPagamentos em operações cambiais 1.503.763 0 Pagamentos em operações de taxa de juroPagamentos em operações sobre cotaçõesMargem inicial em contratos de futurosComissões em contratos de opções…Outros pagamentos op.a prazo e de divisas 1.503.763 0 Fluxo das operações a prazo e de divisas 32.227 0
DISCRIMINAÇÃO DOS FLUXOS 2003 2002
OPERAÇÕES GESTÃO CORRENTE
RECEBIMENTOS:Cobranças de crédito vencidoCompras com acordo de revendaJuros de depósitos bancários 2.075 0Juros de certificados de depósito…Outros recebimentos correntes 188.275 190.350 0 0
PAGAMENTOS:Comissão de gestão 53.274 0Comissão de depósito 17.758 0Despesas com crédito vencidoPag. Juros Disp./Empr 172 0Compras com acordo de revendaImpostos e taxas 9.694 0…..Outros pagamentos correntes 87.004 167.902 0 0Fluxo das operações de gestão corrente 22.448 0
OPERAÇÕES EVENTUAIS
RECEBIMENTOS:Ganhos extraordináriosGanhos imputáveis a exercícios anterioresRecuperação de incobráveis…..Outros recebimentos de operações eventuais
PAGAMENTOS:Perdas extraordináriasPerdas imputáveis a exercícios anteriores…..Outros pagamentos de operações eventuaisFluxo das operações eventuais 0 0
Saldo dos fluxos monetários do período…(A) 451.155 0
Disponibilidades no início do período…….(B) 236.128 0
Disponibilidades no fim do período….(C) = (B)+-(A) 687.283 0
DISCRIMINAÇÃO DOS FLUXOS 2003 2002
NOTA 2
(Valores em Euros)
Bolsa Fora Bolsa Bolsa Fora Bolsa Bolsa Fora bolsa
Dívida PúblicaFundos Públicos e EquiparadosObrigações DiversasAcções 7.136.836 5.559.863 12.696.699
Títulos de ParticipaçãoDireitos 24.059 14.938 38.997
Unidades de ParticipaçãoContratos de Futuros (a) 533.750 474.225 1.007.975
Contratos de Opções (b)
(a) Pelo Preço de Referência(b) Valor dos Prémios
SUBSCRIÇÕES E RESGATES(Valores em Euros)
NÚMERO DE PARTICIPANTES POR ESCALÃO (em 31/Dezembro/2003)
Até € 500Entre € 500 e € 2500Entre € 2500 e € 12500Entre € 12500 e € 50000Mais de € 50000
8620
Nº14
246260
VALOR COMISSÕES COBRADAS
Subscrições
Resgates
3.791.639 6.883
1.771.720 1.375
TRANSACÇÕES DE VALORES MOBILIÁRIOS NO PERÍODO
COMPRAS VENDAS TOTAL
NOTA 4
VALORIZAÇÃO DE ACTIVOS E INSTRUMENTOS FINANCEIROS COTADOS
VALORIZAÇÃO DE ACTIVOS E INSTRUMENTOS FINANCEIROS NÃO COTADOS
Relativamente aos critérios de valorização de activos e instrumentos derivados não cotados, a entidade gestora adopta ocritério que tem por base o preço, difundido através de meios de informação especializados.
Para a valorização dos activos cotados ou negociados em mercados regulamentados mas que não tenham sido objectode transacção nos 30 dias que antecedem a respectiva valorização, utiliza-se o critério de valorização de valoresmobiliários não cotados.
Os valores mobiliários nacionais são valorizados pela última cotação efectuada até ao momento de referência (17.00hrs).Os valores mobiliários transaccionados nos mercados internacionais em que, às 17.00 hrs. nacionais, ainda não tenhadecorrido metade do período de negociação desses respectivos mercados, serão valorizados aos preços de “fecho” dodia anterior. Se já tiver ocorrido mais de metade do período de negociação serão valorizados à cotação ou preçoverificado no momento de referência (17.00 hrs).
Tratando-se de valores em processo de admissão à cotação numa bolsa de valores ou num mercado regulamentado, aentidade gestora adopta o critério que tem por base a valorização de valores mobiliários da mesma espécie, emitidospelo mesma entidade e admitidos à cotação, tendo em conta as características de fungibilidade e liquidez entre asemissões.
O valor dos activos e instrumentos derivados cotados deve corresponder à última cotação efectuada ou preço de “fecho”praticado no mercado onde se encontram admitidos à negociação, reportados no momento de referência, difundidaspara o mercado através de meios de informação especializados, tais como Bloomberg, Reuters, Telerate, etc.
Encontrando-se admitidos à negociação em mais do que uma bolsa de valores ou mercado regulamentado o valor aconsiderar deve reflectir o último preço efectuado, ou preço de “fecho”, reportado no momento de referência, no mercadoque apresenta maior liquidez, frequência e regularidade de transacções.
Na impossibilidade da recolha dos respectivos preços, a entidade gestora recorre aos modelos de avaliaçãouniversalmente aceites, baseado na análise fundamental e assentes na metodologia dos fluxos de caixa descontados,para a valorização das obrigações e valores monetários. Relativamente aos instrumentos financeiros derivados, recorre-se aos métodos black scholes e binomial.
NOTA 14
NOTA 16
As Demonstrações Financeiras do Fundo não apresentam comparativos com o período homólogo, uma vez que aposição contabilística do Fundo, a 31 de Dezembro de 2003, resulta de uma fusão por incorporação, ocorrida no decursodo exercicio.Conforme expresso na Nota 1 (Capital do Fundo), o saldo inicial a 31 de Dezembro de 2002, assim como os movimentosde UP'S ocorridos até a data de incorporação (26 de Maio de 2003), correspondem a soma das operações do Fundoincorporante e incorporado.
O mapa de Fluxos de Caixa foi preparado tendo por base o somatório dos movimentos, do Fundo incorporante,ocorridos entre 31 de Dezembro de 2002 e a data de fusão. O saldo apresentado em 31 de Dezembro de 2002 não seapresenta comparável com o saldo inicial expresso na Nota 3 (Liquidez do Fundo), dado que este respeita ao somatórioda posição do Fundo incorporante e incorporado, à data de 31 de Dezembro de 2002.
Com base no Regulamento nº 21/99, art 5º , da CMVM, a exposição ao activo subjacente dos instrumentos financeirosderivados não ultrapassam os 10% do valor liquido global do fundo pelo que esta nota não é aplicável.A posição em aberto a 31 de Dezembro de 2003 era compradora em 5 contratos de Futuros DJ EURO STOXX da sérieMarço 2004 ao preço de referência de EUR 2.759,00 num total de 137.950 EUR. Esta posição corresponde a 2,07% dovalor liquido global do Fundo.
CERTIFICAÇÃO LEGAL DE CONTAS E RELATÓRIO DE AUDITORIA INTRODUÇÃO
1. Nos termos da legislação aplicável, apresentamos a Certificação Legal das
Contas e o Relatório de Auditoria sobre a informação financeira contida no
Relatório de Gestão e nas Demonstrações Financeiras do exercício findo em 31
de Dezembro de 2003, do FINIFUNDO ACÇÕES INTERNACIONAIS – FUNDO DE
INVESTIMENTO MOBILIÁRIO ABERTO, gerido pela Finivalor – Sociedade
Gestora de Fundos Mobiliários, S.A. as quais compreendem o Balanço em 31 de
Dezembro de 2003, (que evidencia um total de balanço de 6.683.750 euros e um
total de capital do Fundo de 6.648.335 euros, incluindo um resultado líquido de
815.615 euros), a Demonstração dos Resultados, a Demonstração dos Fluxos
Monetários do exercício findo naquela data e o correspondente Anexo.
RESPONSABILIDADES
2. É da responsabilidade do Conselho de Administração da Sociedade Gestora,
Finivalor – Sociedade Gestora de Fundos Mobiliários, S.A:
a) a preparação de demonstrações financeiras que apresentem de forma
verdadeira e apropriada a posição financeira do Fundo, o resultado das
suas operações e os fluxos de caixa;
b) a preparação de informação financeira de acordo com os princípios
contabilísticos geralmente aceites em Portugal para os Fundos de
Investimento Mobiliário, e que esta seja completa, verdadeira, actual,
clara, objectiva e lícita, conforme exigido pelo Código dos Valores
Mobiliários;
c) a adopção de políticas e critérios contabilísticos previstos na legislação
aplicável e no regulamento de gestão do Fundo;
d) a manutenção de um sistema de controlo interno apropriado;
e) a informação de qualquer facto relevante que tenha influenciado a
actividade, posição financeira ou resultados do Fundo;
f) a manutenção de um registo das transacções sobre valores mobiliários
cotados realizadas fora de bolsa; e
g) o ressarcimento e a divulgação dos prejuízos causados por erros ocorridos
no processo de valoração e divulgação do valor da unidade de participação
ou na imputação das operações de subscrição e resgate ao património do
Fundo, nos termos legais.
3. A nossa responsabilidade consiste em verificar a informação financeira contida
nos documentos de prestação de contas acima referidos, designadamente sobre
se é completa, verdadeira, actual, clara, objectiva e lícita, conforme exigido pelo
Código dos Valores Mobiliários, competindo-nos emitir um relatório
profissional e independente baseado no nosso exame. ÂMBITO
4. O exame a que procedemos foi efectuado de acordo com as Normas Técnicas e as Directrizes de Revisão/Auditoria da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas, as quais exigem que o mesmo seja planeado e executado com o objectivo de obter um grau de segurança aceitável sobre se as demonstrações financeiras estão isentas de distorções materialmente relevantes. Para tanto o referido exame incluiu:
- a verificação, numa base de amostragem, do suporte das quantias e
divulgações constantes das demonstrações financeiras; - a verificação da conformidade da composição do Fundo com as regras e
limites definidos no Regulamento de Gestão; - a apreciação sobre se é adequada a avaliação dos valores do Fundo; - a verificação, numa base de amostragem, do cumprimento dos critérios de
avaliação definidos no regulamento de gestão do Fundo; - a verificação do controlo e a apreciação de eventuais operações efectuadas
fora de bolsa; - a verificação da aplicabilidade do princípio da continuidade; - a apreciação sobre se é adequada, em termos globais, a apresentação das
demonstrações financeiras; - a apreciação se a informação financeira é completa, verdadeira, actual,
clara, objectiva e lícita; e
5 O nosso exame abrangeu ainda a verificação da concordância da informação
financeira constante do Relatório de Gestão com os restantes documentos de
prestação de contas.
6. Entendemos que o exame efectuado proporciona uma base aceitável para a
expressão da nossa opinião.
OPINIÃO
7. Em nossa opinião, a informação financeira contida nos documentos de prestação
de contas acima referidos apresenta de forma verdadeira e apropriada, em todos
os aspectos materialmente relevantes, a posição financeira do FINIFUNDO
ACÇÕES INTERNACIONAIS – FUNDO DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO ABERTO em 31 de Dezembro de 2003, o resultado das suas operações e os fluxos
monetários no exercício findo naquela data, em conformidade com os princípios
contabilísticos geralmente aceites em Portugal para os Fundos de Investimento
Mobiliário e a informação neles constante é completa, verdadeira, actual, clara,
objectiva e lícita.
ÊNFASE
8. Sem afectar a opinião expressa no parágrafo anterior, e conforme referido na
Nota 16 do Anexo, chamamos a atenção para o facto de que, em resultado da
fusão por incorporação dos fundos de investimento mobiliários Finifundo Blue
Chips (fundo incorporante) e FiniFundo Small Caps (fundo incorporado), da
qual resultou a alteração da denominação para Finifundo Acções Internacionais,
as demonstrações financeiras não apresentam comparativos com o período
homólogo anterior.
Lisboa, 9 de Fevereiro de 2004
ERNST & YOUNG AUDIT & ASSOCIADOS, SROC, S.A. Sociedade de Revisores Oficiais de Contas N.º 178
Representada por: Pedro Manuel Travassos de Carvalho (ROC n.º 634)