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FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA
TURMA - PDE/2012
Título: Alfabetização e leiturização de mapas no Ensino de Geografia
Autora: Adiles Demarco Bortolozzo
Escola de Atuação: Colégio Estadual Santo Agostinho Ensino Fundamental, Médio, Profissional e Normal.
Município da Escola: Palotina
Núcleo Regional de Educação: Toledo
Orientador: Dr Cleverson Alexsander Reolon
Instituição Superior: Unioeste – Universidade do Oeste do Paraná- Campus Marechal Cândido Rondon
Disciplina/Área: Geografia
Produção Didático-Pedagógica: Unidade Didática
Relação Interdisciplinar: Matemática
Público Alvo: 1º Ano do Ensino Médio
Localização: Rua General Rondon Nº 799 Palotina - Paraná
Resumo: Este trabalho tem como objetivo abordar as principais questões que orientam a linguagem cartográfica no ensino da Geografia. Portanto, serão apresentados temas e metodologias utilizadas neste conteúdo, que representam o aprendizado da linguagem cartográfica na disciplina de Geografia no ensino fundamental e médio das escolas da rede pública do Estado do Paraná. A cartografia como ferramenta do ensino de Geografia é a ciência da representação e do estudo da distribuição espacial dos fenômenos naturais e sociais por intermédio de signos que, possui uma linguagem própria de comunicação e de informação. Como a cartografia está relacionada às questões sociais, políticas, culturais e econômicas, seu conhecimento potencializa a capacidade de reflexão crítico-argumentativa, mobilizando a consciência sobre essas informações, como capacidade de criação especificamente humana. A observação, a percepção, a análise conceitual e síntese por meio da cartografia possibilita o conhecimento do
espaço geográfico. Um mapa, ou carta geográfica, é uma representação total ou parcial da superfície terrestre que serve para encantar o imaginário de um mundo desconhecido em várias idades, é uma viagem pelo mundo. Portanto é de fundamental importância, que o ensino da Geografia passe a ser percebido como um instrumento de descoberta de conhecimentos significativos, que estão inseridos na cartografia como representação gráfica do espaço e instrumento na construção do pensamento gráfico. É função da escola preparar o educando para compreender a organização espacial da sociedade, para isso é necessário que ele conheça as técnicas e instrumentos necessários para à representação gráfica dessa organização, que será feito através de estudos cartográficos de mapas.
Palavras-chave:
Ensino de Geografia; cartografia; recursos didáticos; mapas; cartogramas.
Formato do Material Didático Unidade Didática
Público Alvo
Estudantes do 1º Ano do Ensino Médio Colégio Estadual Santo Agostinho
SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
ADILES DEMARCO BORTOLOZZO
ALFABETIZAÇÃO E LEITURIZAÇÃO DE MAPAS NO ENSINO DE GEOGRAFIA
MARECHAL CÂNDIDO RONDON/PR
2012
ADILES DEMARCO BORTOLOZZO
ALFABETIZAÇÃO E LEITURIZAÇÃO DE MAPAS NO ENSINO DE GEOGRAFIA
Unidade Didático-Pedagógica apresentada como parte complementar do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE – da Secretaria Estadual de Educação do PR – SEED em parceria com a Universidade Estadual do Oeste do Paraná- UNIOESTE – Departamento de Geografia. Orientador: Prof. Dr. Cleverson Alexsander Reolon.
MARECHAL CÂNDIDO RONDON/PR
2012
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ........................................................................................................ 1
1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................. 3
1.1 O que é cartografia?................................................................................................ 3
1.2 Breve histórico da cartografia.................................................................................. 5
2.2 A CARTOGRAFIA COMO FERRAMENTA A O ENSINO DE GEOGRAFIA........ 14
2.1 Alfabetizações cartográfica.................................................................................... 14
2.2 A representação cartográfica................................................................................. 15
2.3 A cartografia no ensino de geografia ..................................................................... 16
3. ATIVIDADES DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS............................................................. 23
3.1 Desenvolvimento da primeira etapa: Noções gerais de cartografia....................... 24
3.2 Desenvolvimento da segunda etapa: Trabalhando com mapas ............................ 24
3.3 Desenvolvimento da terceira etapa: Comunicação por mapas.............................. 25
3.4 Desenvolvimento da quarta etapa: Cartografia por meio do Google Earth e o
Brasil. ..................................................................................................................... 26
3.5 Desenvolvimento da quinta etapa: Aprenda cartografia usando o Google Earth... 26
3.6 Desenvolvimento da sexta etapa: Cartograma: Climatologia precipitação
acumulada do Paraná............................................................................................ 27
3.7 Desenvolvimento da sexta etapa: Interpretação do cartograma densidade
demográfica do Brasil ............................................................................................ 28
REFERÊNCIAS........................................................................................................... 29
APÊNDICES ............................................................................................................... 31
APÊNDICE A - Noções gerais da cartografia .............................................................. 32
APÊNDICE B - Trabalhando com mapas .................................................................... 37
APÊNDICE C - Comunicação por mapas.................................................................... 39
APÊNDICE D - Cartografia por meio do Google Earth e o Brasil................................ 41
APÊNDICE E - Aprenda cartografia usando o Google Earth ...................................... 43
APÊNDICE F - Interpretação do cartograma – Climatologia de precipitação
acumulada do Paraná ........................................................................ 45
APÊNDICE G - Interpretação do cartograma densidade demográfica do Brasil ......... 48
APRESENTAÇÃO
A prática pedagógica nos mostra que os alunos têm grandes dificuldades na
leitura e compreensão de gráficos e mapas, diante dessa realidade propõe-se a
aprendizagem por meio da decodificação dos símbolos e convenções, através do
estudo cartográfico. A problemática se define, portanto, em torno do por que das
dificuldades de leitura e interpretação de mapas, por parte dos alunos de ensino
fundamental e médio.
Os fatos, as distâncias e as localizações geográficas devem ser precisos, a
posição em que se encontram deve considerar os pontos cardeais e colaterais. Usa-
se uma escala adequada para se reduzir as distâncias verdadeiras. Sugere-se que a
construção de mapas deve iniciar-se na educação infantil, através da alfabetização
cartográfica.
Observa-se no cotidiano do ensino da Geografia, que os alunos apresentam
significativas dificuldades para se apropriar dos saberes relacionados à cartografia,
bem como a pouca familiaridade que os alunos apresentam diante de mapas em
atividades relacionadas à interpretação dos mesmos, por não conseguir realizar a
associação desses com a vida em sociedade e reconhecer sua importância e
finalidade.
Assim, considera-se de fundamental importância resgatar a finalidade da
cartografia como ferramenta essencial para o ensino de Geografia, focando as
representações sociais e históricas como suporte para a compreensão do próprio
homem e sua relação com o processo de transformação da sociedade e da
natureza.
Aos saberes relacionados à cartografia, articulam-se as questões sociais,
políticas, culturais e econômicas, o que potencializa a capacidade de reflexão crítico-
argumentativa, a fim de mobilizar a consciência sobre o conhecimento como
princípio formativo e capacidade de criação especificamente humana. Nesta
perspectiva. Como firma: Castrogiovanni, (2009, p. 37).
A figura cartográfica é a representação simbólica de um espaço concreto, que emprega linguagem semiótica complexa: signos, projeções e escala. O próprio mapa compreende um signo. O mapa é um símbolo que representa o espaço geográfico, e sua codificação é que traduz em imagem o significado, o conteúdo.
2
Dessa forma, o ensino da cartografia pode incentivar ações ativas e
conscientes de aprendizagem, fazendo com que os alunos, individual ou
coletivamente, sejam capazes de se perceber como protagonistas no processo de
construção do espaço.
Ensinar Geografia, com apoio das ferramentas cartográficas, é ter a
oportunidade de dar vida às representações gráficas que muitas vezes são vistas
como meros traços nos mapas e demais representações do espaço geográfico.
Aprender a observar e analisar o mundo pela cartografia é uma oportunidade de
descoberta do próprio homem no espaço por ele produzido. A leitura de mapas é
uma leitura do próprio mundo, assim, sua aprendizagem é fundamental ao processo
de construção do conhecimento contextual, reflexivo e crítico.
3
1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1 O que é cartografia?
O espaço geográfico como objeto de estudo da Geografia é entendido como
o espaço produzido e apropriado pela sociedade no processo integrado à formação
do homem e da sociedade, considerando-se o movimento histórico como sendo um
passo importante para a significação desse saber no contexto educativo. Esse
pensar possibilita refletir sobre a importância, finalidade desse conhecimento no
processo de desenvolvimento humano de forma contextualizada, integrada ao
homem como sujeito social, histórico, cultural e político.
Segundo as DCE, fomentar o estudo sobre o espaço geográfico de forma
contextualizada requer, em princípio compreender que essa expressão está
integrada a um fundamento teórico que reflete posições filosóficas e políticas
distintas (PARANÁ, 2008). Além disso, faz-se necessário problematizar a
abrangência dos conteúdos articulados ao espaço geográfico considerando-se a
importância da reflexão crítico argumentativa na construção dos conceitos, com o
objetivo de desmistificar a ideia simplista ou inexistente.
É importante destacar que a representação do espaço geográfico está
intimamente associada à cartografia, pois essa, segundo Castrogiovanni (2000,
p.37), “é a representação simbólica de um espaço concreto, que emprega uma
linguagem semiótica complexo: signos, projeções e escalas”.
Assim, entende-se que a cartografia é uma forma de representação do
próprio mundo, por intermédio de signos que, de certo modo, possuem linguagem
própria de comunicação e informação. Nesse sentido, Francischett (2010, p. 69)
afirma que estudar a “cartografia enquanto parte integrante da Teoria do
Conhecimento é pressupor que ela é uma linguagem, é o meio em que surge e se
desenvolve todo pensamento sobre o espaço e tempo que perdura no processo
histórico”. Isso justifica a finalidade formativa da cartografia no contexto educacional,
pois está diretamente relacionada à capacidade de ensino e aprendizagem de
maneira contextualizada e crítica mobilizada pela condição epistêmica que
fundamenta a prática educativa.
Sendo a cartografia importante no mundo moderno, é fundamental que a
mesma seja compreendida na sua totalidade, para que o indivíduo, dessa forma,
4
tenha uma visão crítica do mundo, e é na escola que os conceitos cartográficos
devem ser ensinados.
Nos dias atuais, o estudo da cartografia é essencial para o ensino da
Geografia, tanto para o aluno atender as necessidades do seu cotidiano, quanto
para despertar a percepção do espaço no qual ele está inserido. A cartografia
proporciona ao educando o entendimento sobre as características físicas, sociais,
econômicas e humanas do lugar, bem como as transformações causadas pela ação
antrópica dos fenômenos naturais ao longo do tempo.
Segundo a Associação Cartográfica Internacional, (definição adotada pela
UNESCO em 1966) a cartografia seria:
[...] conjunto de estudos e operações científicas, artísticas e técnicas baseado nos resultados de observações diretas ou da análise de documentação, com vistas à elaboração e preparação de cartas, planos e outras formas de expressão ou representação de objetos, elementos, fenômenos, ambientes físicos e socioeconômicos, bem como sua utilização. ROCHA; WHITACKER 2011, p.11 e12.
Nessa perspectiva, o ensino da cartografia deve assegurar a articulação das
representações gráficas com o mundo real, que se movimenta pela dinâmica
histórico-social. Essa dinâmica exige um pensar crítico, reflexivo, capaz de mobilizar
a capacidade de observação da realidade na organização do espaço geográfico. É
fundamental que o ensino da cartografia seja atrelado ao contexto social, a fim de se
efetivar o sentido e significado das representações.
Assim sendo, a cartografia é uma ciência com representação precisa e
utilização dos seus produtos como documentos sobre o espaço representado. Em
outras palavras, consistiria, por um lado, uma técnica, por combinar metodologias e
instrumentos para elaboração das representações e, por outro, uma arte, por utilizar
diferentes formas de desenho e manifestações gráficas.
Conforme: Castrogiovanni, 2000, p. 38.
Cartografia é o conjunto de estudos e operações lógico-matemáticas, técnicas e artísticas que, a partir de observações diretas e da investigação de documentos e dados, intervém na construção de mapas, cartas, plantas e outras formas de representação, bem como no seu emprego pelo homem. Assim a cartografia é uma ciência, uma arte e uma técnica.
5
No dia a dia as representações cartográficas são muito utilizadas por guias
turísticos, material de divulgação de empreendimentos imobiliários, ilustração de
locais de notícias em mídia impressa, ou seja, os mapas estão presentes em toda a
sociedade. Quanto ao uso científico o mapa é um instrumento de síntese, que
algumas ciências (não só a Geografia) utilizam para a compreensão espacial do
fenômeno. Embora pareçam ações distintas o mapa como uso cotidiano e como uso
científico tem objetivo parecido de conhecer, controlar e dominar o espaço
representado.
Para se confeccionar um mapa é necessário o conhecimento físico
(natureza) e social do território representado. O mapa não manifesta o que se
observa no local, mas sim, seleciona pontos de maior relevância que serão
demonstrados. A escolha desses pontos torna o mapa vulnerável, uma vez que é
realizada em função dos objetivos de quem o fez. Quando nos propomos a estudar a
questão imobiliária observamos exemplos claros dos mapas nos quais os acessos a
equipamentos urbanos são pontos importantes para venda e que nos mapas
geralmente aparecem mais próximos do que realmente o são.
No entanto, a cartografia deve possibilitar ao aluno o entendimento do mapa
como instrumento fundamental para o estudo da Geografia, deve passar pela
construção teórica dos seus objetivos enquanto representação do espaço. Trabalhar
com cartografia na escola não envolve apenas contornar, demarcar, distinguir
projeções e calcular escalas, trabalhar com mapas exige a compreensão dos
símbolos e das suas escolhas, exige reconhecer projeções e saber por qual motivo
uma é mais utilizada que outra e principalmente, exige saber que o mapa não é uma
imagem do recorte espacial em questão e sim uma escolha de quem o fez baseado
em um conjunto de convenções previamente constituídas.
1.2 Breve histórico da cartografia
Para o entendimento da construção social e histórica, é fundamental o
conhecimento e a compreensão dos mapas e outras representações cartográficas.
Essa compreensão ajuda a desmistificar a técnica envolvida na produção
cartográfica e serve como um importante instrumento para se desenvolver o
processo de alfabetização cartográfica.
6
Assim, compreender a História da Cartografia possibilita mostrar de forma
sistematizada aos alunos a evolução e a influência de diversas culturas pela qual a
cartografia passou ao longo dos tempos.
Portanto, desde épocas bastante remotas a cartografia se apresenta como
meio de comunicação, anteriormente à invenção da escrita onde às informações
cartográficas serviam de base para a tomada de decisões e encontravam-se
soluções para os problemas políticos, sociais e econômicos. Por meio da cartografia
o homem procurou uma maneira de registrar sua passagem pelos lugares e
demarcar seus territórios, os mapas foram a principal forma de procedimento
utilizada.
Desde a formação das primeiras civilizações, a cartografia constituiu-se num
dos principais instrumentos usados pela humanidade para ampliar os espaços
territoriais e organizar sua ocupação. Os mapas foram tendo maior relevância
deixando de exercer apenas uma função prática. Ao apresentar os conhecimentos
sobre determinada região, impingiam um valor característico, representando o poder
e o domínio de determinados grupos.
Considerado como um dos mapas mais antigos que se tem notícia, Ga- Sur,
produzido pelos babilônios, por volta do ano 2500 a 4500 a.C. na Pré-História
representa a Mesopotâmia, o vale de um rio possivelmente o Eufrates (Figuras 1 e
2).
FIGURA 1 - Mapa Mesopotâmico de Ga-Sur
FONTE:<http://geoguia.blogspot.com.br/2010/02/historia-da-cartografia.html>
7
FIGURA 2 - A interpretação do mapa de Ga-Sur
FONTE:<http://geoguia.blogspot.com.br/2010/02/historia-da-cartografia.html>
Segundo os autores Rocha; Whitacker, 2011, p. 10.
As informações cartográficas constituem bases sobre as quais se podem tomar decisões e encontrar soluções para problemas socioeconômicos e técnicos e se constitui, assim, importante ferramenta para o planejamento e a gestão. Não é difícil, portanto, compreender que o conhecimento estratégico, como já apontou o geógrafo francês Yves Lacoste em seu livro A Geografia: isso serve, em primeiro lugar para fazer a guerra.
A Grécia muito colaborou para o desenvolvimento das ciências, da filosofia e
das artes em geral. No século VI a.C., suas expedições militares e de navegação,
estimularam os trabalhos de cosmógrafos, astrônomos e matemáticos, os primeiros
a buscar métodos científicos capazes de representar a superfície terrestre.
Boa parte das informações cartográficas da Antiguidade está resumida na
obra Geografia (oito livros), atribuída a Ptolomeu (90-168 d.C). No oitavo livro havia
um mapa onde o mundo era apresentado e o Oceano Índico era concebido como um
mar interior, limitado ao sul por um continente chamado "Terra Australis Incógnita",
além do que ele representava todas as áreas ecúmenas (termo de origem grega que
significa a área do planeta Terra que é ou apresenta condições para ser habitado).
O mapa de Ptolomeu descreve uma porção do espaço geográfico que
representa o sumário de toda a geografia. A característica do sistema de projeção
cônica representa o sistema de climas e a duração do dia mais longo (Figura 3 e 4).
8
FIGURA 3 - Terra Australis Incógnita
FONTE:<http://geoguia.blogspot.com.br/2010/02/historia-da-cartografia.html>
FIGURA 4 - Terra Australis Incógnita
FONTE:<http://geoguia.blogspot.com.br/2010/02/historia-da-cartografia.html>
Entre os mais admiráveis personagens, pode-se evidenciar Erastótenes de
Cirene (276–196 a.C.), filósofo, astrônomo, matemático da escola de Alexandria que
apresenta uma construção cartográfica pautada em observação e experiências,
cálculos bastante precisos, com base em seus conhecimentos em Geometria é
responsável pelo cálculo da circunferência da Terra. Cláudio Ptolomeu (90-168 d.C.),
astrônomo, matemático e geógrafo, considerado um dos marcos da cartografia
antiga, por que suas ideias influenciaram o mundo ocidental, foi considerado o autor
do primeiro Atlas Universal, difundiu o uso das coordenadas geográficas (latitude e
longitude) e as projeções cônicas.
9
Na área da cartografia os gregos possuíam um grande conhecimento
enquanto que os romanos utilizavam de técnicas bem primitivas e situavam Roma
como o centro do mundo. Seus mapas tinham como função para fins militares
administrativos e comerciais. Um dos mapas romanos mais famosos foi o Orbis
Terrarum.
Na Idade Média, os entendimentos religiosos motivaram grande parte da
cartografia produzida na Europa cristã. Os planisférios codificados são uma visão
peculiar que mistura conhecimentos geográficos, crenças religiosas e irregularidades
míticas. Os mais famosos conhecidos como cartas T-O. O mundo habitado (Terra
habitabilis), a divisão entre os três continentes conhecidos, Europa, Ásia e África, o
"T" representa a cruz é o símbolo da Santíssima Trindade, o "O" evoca a harmonia
um mundo fechado.
Observando o mapa T-O que representa a perfeição qualidade divina e a
simplicidade no Orbis Terrarum que impressionou vivamente a mentalidade dos
homens da Idade Média (Figura 5).
FIGURA 5 - T no O Orbis Terrarum
FONTE:<http://geoguia.blogspot.com.br/2010/02/historia-da-cartografia.html>
Durante o período da Idade Média de 476 a 1453 d.C a cartografia sofreu
uma estagnação, pois a divulgação da obra de Ptolomeu foi impedida no mundo
ocidental, influenciado pela Igreja Católica Romana. Nessa época, a razão cedeu
10
lugar ao dogma e as conquistas científicas foram substituídas por representações de
costumes religiosos.
O espaço que a cartografia se propõe a representar pode ser abordado de
diversos pontos de vista, sendo assim observe a figura 6 o mapa está representando
que a quase totalidade da Terra faz parte do Império Romano (Figura 6).
FIGURA 6 - Orbis Terrarum dos Romanos
FONTE:<http://geoguia.blogspot.com.br/2010/02/historia-da-cartografia.html>
A partir das Grandes Navegações, no final do século XV é que a civilização
europeia libertou-se dos limites do Mediterrâneo e das visões deixadas na
antiguidade. Nesse período a visão Antropocêntrica adquire autênticos contornos, e
o homem na busca incessante por riquezas passa a ter maior empenho na
cartografia, pois o interesse comercial passou a ser maior que a fé cristã. O mapa de
Frei Mauro elucida muito bem essa nova visão de mundo, pois em 1459 o mapa
criado por ele, coloca o "sul" no alto, devido aos grandes interesses comerciais nas
rotas das especiarias, ao longo do oceano Índico.
O grande avanço da cartografia se deu na Europa nos séculos XV e XVI,
período em que começaram a desenvolver as relações capitalistas. Com a
intensificação do comércio entre o Oriente e o Ocidente, estabelecendo o
desenvolvimento da navegação e consequentemente a grande necessidade dos
11
mapas. Houve a criação de novos instrumentos de orientação como: o mapa, a
bússola. Aparecem os Portulanos, mapas para navegar onde os navegantes
anotavam as direções e as distâncias entre os portos visitados, eles eram
representados não com os meridianos e paralelos, mas como uma rede de rosa dos
ventos entrelaçadas, representavam à costa dos continentes e o mar Mediterrâneo.
Com a invenção da imprensa, marco cultural do século XV, a cartografia teve
grande impulso, pois possibilitou e reprodução de mapas e permitiu sua maior
divulgação. Durante o imperialismo europeu os mapas foram muito importantes,
eram como se fossem armas, pois promoveram a política colonial.
Contudo, os mapas foram, durante muitos séculos, um privilégio da elite.
Somente os reis, nobres, alto clero grandes navegadores e amadores de expedições
tinham acesso a esse tipo de informação. Surge em 1570 o primeiro Atlas mundial
feito por Ortélio (1527-1598), o Theatrum Orbis Terrarum (o teatro da Terra). Em
1569 foi produzido o primeiro mapa-múndi com projeção Cilíndrica, produzido pelos
mais importantes cartógrafos da época, incluindo Mercator, que foi o primeiro a
utilizar a palavra Atlas para nomear uma coleção de mapas.
A cartografia holandesa atingiu seu auge no século XVII com a “Companhia
das Índias Orientais” e pelo governo holandês que concede o monopólio comercial.
Antes disso, os holandeses usavam os melhores mapas dos espanhóis e
portugueses.
No final do século XVIII com o surgimento da Revolução Industrial começa
os tempos modernos a cartografia teve um significativo avanço, com o aparecimento
de academias científicas dando início a cartografia moderna. O astrônomo francês
Cesar François Cassini Thury (1714-1784), elaborou a primeira série sistemática de
mapas topográficos para a França. No final do século XVIII e início do século XIX,
desenvolve-se a Cartografia Temática.
Por volta de 1901, no final do século XIX, com o avanço do imperialismo
houve a necessidade do inventário cartográfico. Com essa nova cartografia é
evidenciado o mapeamento do uso do solo: “O mapa topográfico foi sendo
enriquecido com acréscimos temáticos” (ROBISON, 1982 apud MARTINELLI, 2007,
p.10).
A Cartografia Tradicional, até meados do século XX, era vista como um meio
auxiliar da História da Geografia, das explorações e dos descobrimentos,
epistemologicamente dependente, nesse sentido, sob a ideia de servir para tornar os
12
documentos cartográficos compreensíveis a outros campos do conhecimento,
publicações de Atlas, publicações de catálogos e listas de mapas.
Ao ensino da Geografia no século XX foram impostos conteúdos pré-
definidos, dando prioridade a análise positivista, que obteve destaque nessa ciência,
como o estudo da Terra nos seus aspectos físicos, culturais, econômicos e políticos.
Sendo assim o mapa passa a ser trabalhado como figura ilustrativa na localização
dos lugares de interesse dos conteúdos trabalhados. A cartografia aparece
aparentemente separada da Geografia.
Constata-se, então, que a cartografia fica cada vez mais distante e o mapa
deixa de ser usado no ensino da Geografia, mesmo sendo necessário seu uso.
A partir de 1930, cartografia tradicional com a publicação de histórias gerais
da cartografia e a influência da revista internacional Imago Múndi coloca a
cartografia como disciplina acadêmica e como atividade independente da Geografia.
Os grandes avanços da História da Cartografia, como campo acadêmico próprio,
estariam, segundo Gomes (2004), relacionados ao crescimento da cartografia como
objeto de pesquisa e como atividade práticas independentes. A cartografia
acadêmica funcionou como um fermento intelectual, oferecendo novas bases
filosóficas e teóricas, além de uma gama de técnicas próprias para o estudo dos
mapas antigos. A ideia de se conceber os mapas como meios de comunicação é um
dos princípios dessa interação.
Em 1946, o Departamento de Geografia da USP desenvolveu um importante
papel no ensino da ciência geográfica. O IBGE contribuiu enormemente nesta área,
com a publicação que chegaram às principais cidades brasileiras como referencial
bibliográfico.
De 1950 a 1970, o ensino da Geografia no Brasil era conhecido como uma
Geografia descritiva ou tradicional. Na década de 1980 a Geografia sofre influência
marxista e inicia a década das transformações nos enfoques dos conteúdos de
Geografia.
Dando um enorme salto na história, podemos elucidar a cartografia no
mundo Bipolar, pois conhecer o território inimigo e "ganhar" novas áreas de
influência passa a ser fundamental. O mapa abaixo ilustra muito bem essa nova
visão da Guerra Fria. A representação de Logashkino, no deserto siberiano, passa a
ser uma grande incógnita, pois esconder essa cidade era essencial para os
soviéticos, pois lá era uma grande base militar.
13
O mapa Logashkino da figura 7 representa o deserto siberiano que Segundo
o geógrafo francês Yves Lacoste “a geografia serve, antes de tudo, para fazer a
guerra”. A cartografia é um instrumento de conhecimento, controle político e militar
dos territórios. Na antiga União Soviética, um Estado totalitário, mapas eram
considerados “saberes sensíveis”, sujeitos ao segredo e às técnicas de
contrainformação. Nessas imagens, extraídas de atlas soviéticos, a localização e a
situação de Logashkino mudam ao longo do tempo. Afinal onde fica Logashkino?
FIGURA 7 - Deserto Siberiano
FONTE:<http://geoguia.blogspot.com.br/2010/02/historia-da-cartografia.html>
Nos últimos vinte anos a Geografia Critica, no Brasil, apresentou grande
conhecimento.
Como afirma: Francischett, 2010, p. 34.
No Brasil, a retrospectiva histórica da Cartografia é um campo ainda pouco explorado nas pesquisas. A Cartografia tem passado por um profundo processo de renovação, tanto quanto nas contribuições metodológicas e epistemológicas. A maioria dos trabalhos sobre a História da Cartografia brasileira tem sido realizada por portugueses e com ênfase na Cartografia dos descobrimentos.
De 1999 para cá, a produção cientifica referente à Geografia Crítica, no
Brasil, surge intensamente em eventos e simpósios, tanto no Brasil como no exterior.
Sempre com um eixo temático voltado para o ensino e, na maior parte deles, a
Cartografia Escolar assumindo sua parcela de contribuição.
14
2.2 A CARTOGRAFIA COMO FERRAMENTA A O ENSINO DE GEOGRAFIA
2.1 Alfabetizações cartográfica
O mundo moderno é caracterizado por grandes mudanças que ocorrem em
ritmo acelerado, graças ao progresso das técnicas e tecnologias de transporte e
telecomunicações.
Com o desenvolvimento de grandes variedades e formas de comunicação
(TV, rádio, jornal, computador, Internet, satélites etc.), hoje as pessoas são
informadas de tudo o que acontece no mundo com uma rapidez extraordinária.
Todos os dias elas estão em contato com um importante instrumento que ajuda na
localização dos acontecimentos, a cartografia, ou seja, a leitura e compreensão dos
mapas que está no dia a dia. Quando um objeto é deixado em um lugar qualquer se
utiliza o mapa mental, ao localizarmos um fato em escala global, se utiliza um
planisfério ou globo terrestre.
Para tanto a decodificação, ou seja, a leitura do mapa é o principal processo
da alfabetização cartográfica. Alfabetizar não é apenas repetir, copiar, escrever,
alfabetizado é aquele que se apropria do símbolo e o utiliza para fazer as suas
criações, a sua cultura.
Quando se fala em alfabetizar entende-se a interpretação e domínio de
símbolos que possam ser utilizados em outras dimensões. A alfabetização
cartográfica refere-se ao processo de domínio e aprendizagem de uma linguagem
constituída de símbolos, de uma linguagem gráfica (a cartografia possui códigos e
símbolos definidos – convenções cartográficas). O processo de alfabetização
cartográfica compõe essa apropriação e interpretação dos símbolos cartográficos,
que podem oportunizar ao aluno a aplicabilidade posterior em leituras de mapas e
contextos espaço-temporais.
Para ler mapas o aluno precisa dominar o sistema semiótico da linguagem
cartográfica, o que não se trata apenas localizar um fenômeno ou objeto do espaço
geográfico. Ler mapas significa interpretar e, assim sendo, representar mentalmente
sua mensagem.
Para: Castrogiovanni, 2003, p. 34.
15
Ler mapas significa dominar o sistema semiótico da linguagem cartográfica. Não apenas é localizar um elemento cartográfico de qualquer fenômeno. O mapa é síntese. É uma representação codificada de um espaço real. Possui um sistema semiótico complexo. A informação contida nos mapas é transmitida através de uma linguagem que utiliza um sistema de signos (legenda), redução (escala) e projeção.
Assim, no processo de alfabetização, o aluno deve ser habilitado e incitado a
codificar, através de significados atribuídos às coisas da sua experiência e da sua
imaginação. As ações envolvidas nos processos de codificação e decodificação de
mapas devem ser propostas de forma a respeitar o desenvolvimento cognitivo da
criança, os estágios e evolução da sua percepção espacial (SILVA, 2004).
No entanto, não basta, à criança, desvendar o universo simbólico dos
mapas, é necessário criar condições para que o aluno seja um leitor crítico de
mapas, ser um leitor nada mais é do que a compreensão da linguagem cartográfica,
decodificando os símbolos através da legenda, utilizando cálculos para o uso da
escala e chegar às medidas reais do espaço representado no mapa.
Segundo: Almeida, 2008, p. 19.
O mapa é definido, em educação, como um recurso visual a que o professor deve recorrer para ensinar Geografia e que o aluno deve manipular para aprender os fenômenos geográficos; ele não é concebido como um meio de comunicação, nem uma linguagem que permite ao aluno expressar espacialmente um conjunto de fatos; não é apresentado ao aluno com uma solução alternativa de representação espacial de variáveis que possam ser manipuladas na tomada de decisões e na resolução de problemas.
Nesse contexto, o ensino de mapas e outras formas de representação da
informação espacial são importantes tarefas da escola. Entende-se que é função da
escola preparar o aluno para compreender a organização espacial da sociedade e
para isto é fundamental o conhecimento de técnicas e instrumentos necessários à
representação gráfica dessa organização.
2.2 A representação cartográfica
O globo terrestre é a maneira mais didática de representar a forma da
superfície terrestre, porém ele não permite que o observador tenha visão de toda a
superfície terrestre ao mesmo tempo, pois a forma esférica aceita que se veja um
dos lados e esconde o outro. É a forma mais importante de representar os
16
movimentos da Terra. Serve também para mostrar a alternância do dia e da noite e
as estações do ano. Ele é representado em escala pequena dos aspectos naturais e
artificiais de uma figura planetária, com finalidade ilustrativa e cultural.
O mapa é a representação no plano, geralmente em escala pequena, dos
aspectos naturais, geográficos, culturais e artificiais de uma área tomada na
superfície de uma figura planetária, delimitada por elementos físicos, político-
administrativos, destinada aos mais variados fins, culturais, ilustrativos e temáticos.
O mapa é uma reprodução codificada de um espaço real. A comunicação
contida nos mapas é transmitida por meio de uma linguagem que se utiliza um
sistema de signos (legenda), redução (escala) e projeção.
Compreender o título do mapa é o primeiro passo. Precisa-se saber o
espaço representado, espaços limites, suas informações. A legenda é essencial, pois
irá propiciar a decodificação, relacionando os significantes (símbolos) e os
significados (mensagem) dos signos representados.
A escala é fundamental, pois permite fazer o cálculo das distâncias e,
portanto uma série de comparações e interpretações.
A finalidade do mapa deve estar clara para a busca de generalizações, a fim
de adaptar o procedimento da representação para o espaço real.
Carta é a representação no plano, dos aspectos naturais e artificiais da
Terra, de escala média ou grande, subdividida em folhas constituídas por linhas
convencionais- paralelos e meridianos com a finalidade de possibilitar a avaliação de
pormenores, com grau de precisão compatível com a escala.
Planta consiste a representação cartográfica de uma área muito restrita. A
curvatura da Terra, neste caso, não precisa ser considerada, pois sua escala é
grande, fornecendo informações muito detalhadas.
O croqui é um desenho sem considerar fidedignidade escalar. É um desenho
a mão livre, um esboço de uma representação.
2.3 A cartografia no ensino de geografia
Inspirando-se claramente no obra miltoniana1, o Estado do Paraná, a partir
das diretrizes curriculares, adota como objeto de estudo da Geografia o espaço
1 Do geógrafo Milton Santos.
17
geográfico, compreendido como o espaço determinado e adequado pela sociedade,
composto pela inter-relação entre sistemas de objetos (naturais, culturais e técnicos)
e sistemas de ações (relações sociais, culturais, políticas e econômicas). De acordo
com a compreensão teórica adotada nas diretrizes curriculares, foram assinalados
os Conteúdos Estruturantes da Geografia para Educação Básica, considerando que
seu objeto de ensino é o espaço geográfico. Essa particularidade geográfica é
alcançada quando os conteúdos são particularizados e tratados sob o quadro teórico
conceitual de referência da disciplina.
Nestas Diretrizes Curriculares, os conteúdos estruturantes da Geografia são:
� Dimensão econômica do espaço geográfico;
� Dimensão política do espaço geográfico;
� Dimensão socioambiental do espaço geográfico;
� Dimensão demográfica e cultural do espaço geográfico.
De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná:
O uso da linguagem cartográfica, como recurso metodológico, é importante para compreender como os fenômenos se distribuem e se relacionam no espaço geográfico. Entretanto a linguagem cartográfica deve ser trabalhada ao longo da Educação Básica, como instrumento efetivo de leitura e análise de espaços próximos e distantes, conhecidos e desconhecidos. Desse modo, a cartografia não pode ser reduzida a um conteúdo pontual abordado somente num dos anos/ séries do Ensino Fundamental ou Médio (PARANÁ, 2008, p. 79).
Portanto, as propostas de reformulação da Geografia e da prática de ensino
têm importante papel a cumprir, o de levar a uma Geografia voltada aos interesses
das classes populares. Diante disso estudiosos alertam para as necessidades de se
considerar o saber e a realidade do aluno como referência de estudo do espaço
geográfico. Sendo assim o ensino de Geografia não deve ficar apenas na descrição
e enumeração dos fatos e dados, apenas dando prioridade aquilo que é visível e
observável. A Geografia ao contrário deve se adequar da compreensão do espaço
no seu todo.
Diante disso, torna-se necessária a utilização de conteúdos geográficos
reflexivos e indagadores para que possamos transformar o aluno em um cidadão
mais crítico, mais inquieto sobre as desigualdades sociais existentes no cotidiano do
aluno e também diante de inúmeras teorias e metodologias pedagógicas que
levaram a uma série de equívocos no ensino da Geografia.
18
As aulas de Geografia eram apenas uma listagem de conteúdos, baseadas
nos princípios da Geografia Crítica, partia daquilo que o aluno tinha acesso como os
noticiários, seu entorno, sem a reflexão do aluno, a metodologia era meramente
informativa. Atualmente, o grande desafio é trabalhar com essa Geografia, bastante
extensa em seus conteúdos, mas com grandes metas, deixar o aluno com grandes
questionamentos sobre a sociedade no qual ele está inserido e sobre todos os
temas trabalhados em sala de aula.
Portanto, a Geografia deve proporcionar ao aluno uma visão de inquietude
diante do que aí está, deve deixar de ser apenas informativa. Para que serve a
Geografia informativa?
Para alienar, como dizia Lacoste (1988). É fundamental conhecer o espaço
para que possamos dominar e organizar o território. Nessa perspectiva, para que o
estudo da Geografia seja um estudo de qualidade, devemos proporcionar situações
de aprendizagem que interajam o conteúdo formal da disciplina e os conhecimentos
do espaço vivido pelos alunos.
Nossa prática cotidiana, como professores de Geografia, nos remete à
análise do ensino da Geografia que fazemos e da geografia que queremos. Entre
outras características da ciência e da geografia estão à questão regional e os
recortes que a geografia faz no espaço, principalmente para ensinar essa disciplina.
Também além de se questionar a metodologia se questiona a legitimidade desta
ciência no ensino fundamental e no ensino médio.
Ao perguntarmos por que estudar Geografia? Poderíamos responder
Primeiro: para conhecer, obter conhecimentos e informações do mundo em que
vivemos. Segundo: que a geografia é uma ciência que estuda, analisa e explica o
espaço produzido pelo homem. Ao analisarmos as diferentes culturas e relações
sociais, procuramos entender e compreender suas causas. Terceira: é
instrumentalizar o aluno para fornecer-lhe condições para que possa realmente
construir sua cidadania. A geografia, como ciência social, tem um grande papel a
desempenhar neste aspecto.
Como ciência social, a Geografia deve levar em conta o aluno e a sociedade
na qual ele faz parte. Não pode ser desvinculada, alheia à sua realidade, não pode
ser uma geografia de temas soltos, de difícil compreensão, um amontoado de
assuntos fragmentados do espaço.
19
O estudo da geografia deve permitir que o aluno perceba que ele faz parte
do espaço e os fenômenos que ai estão são parte do trabalho e desenvolvimento
proporcionado pelo homem. O aluno deve estar inserido no processo que está
estudando. Ainda ensinamos a geografia que coloca o homem como um fato a mais
na paisagem, e não como um homem social e histórico.
O grande desafio que temos é tornar a geografia uma disciplina interessante,
que tenha a ver com o cotidiano do aluno, não apenas com informações e dados
distantes da sua realidade. É necessário que o aluno possa perceber que é parte
integrante do espaço natural com todas suas normas, leis e que o espaço é
constantemente transformado pelo homem.
Segundo: Castrogiovanni, 2003, p. 11.
Espaço geográfico entendido como aquele espaço fruto do trabalho humano na necessária e perpétua luta dos seres humanos pela sobrevivência. Nessa luta, o homem usa, destrói/constrói/ modifica a si e a natureza. O homem faz geografia à medida que se faz humano, ser social.
Para tanto, essa dinâmica do processo e construção do espaço deve ser
entendida pelo educando como um processo dinâmico, em constante transformação,
onde homem e natureza vivem de forma linear sem obstáculos e dificuldades,
criando um espaço organizado no lugar do espaço natural. Sendo assim, esta
produção nunca estará acabada, pronta, pois a natureza e o homem estão em
constantes transformações.
Assim, espaço é entendido como um produto histórico, reflexo das ações
sociais ao longo do tempo sobre um espaço físico, revelando as práticas sociais dos
diferentes grupos que vivem num determinado lugar, interagindo e construindo. Para
então proporcionar um estudo de qualidade em Geografia, devem ser propostas
situações de aprendizagem que interajam o conteúdo formal da disciplina e os
conhecimentos do espaço vivido dos alunos.
O espaço geográfico está associado a um conjunto de ideias e imagens que
são absorvidas pelo indivíduo através da vivência no espaço. Porque ensinar
cartografia na escola? Porque a escola instrumentaliza o indivíduo e interage na
maneira de criar as representações através do trabalho com mapas e da
aprendizagem do mapa e da sua linguagem.
20
Para trabalhar cartografia no ensino de Geografia necessita-se trabalhar um
dos temas próprios dos estudos geográficos: a noção de espaço.
De acordo com: Castrogiovanni, 2003, p. 40.
O espaço geográfico é constituído por formas materiais visíveis naturais e construídas pelos homens através das relações que se estabelecem. Estas relações caracterizam um lugar em certo tempo histórico e são objetivos de estudo da geografia. A noção de espaço geográfico não pode se ater somente à paisagem, mas deve buscar as causas e consequências da organização da Terra por parte de seus habitantes.
Ao longo de toda sua história, a cartografia sofreu grandes alterações quanto
a sua compreensão, sua área de abrangência, competência e progresso
tecnológico. Percebe-se uma visível evolução de acordo com suas definições. Mais
tarde, define-se a cartografia como arte, na qual o cartógrafo precisa se atentar com
a estética do mapa. Posteriormente, a cartografia passa a ser técnica onde a função
do cartógrafo ficou limitada à confecção de mapas.
A partir das décadas de 1970 e 1980 o enfoque da cartografia o passa a ser
a criação e o uso de mapas, assim sendo, a preocupação passa ser com o usuário
do mapa, com a mensagem transmitida e com a eficiência do mapa como meio de
comunicação.
De acordo com Simielli (2008, p.73) a partir da década de 1990 a
compreensão de que a cartografia deve se preocupar com o usuário do mapa ganha
corpo e “a comunicação cartográfica é analisada basicamente pelo tripé: cartógrafo,
mapa e usuário”.
Segundo: Castrogiovanni, 2003, p.31.
Os mapas não podem ser vistos apenas como a forma mais prática de comunicação e representação de orientação e compreensão política e social. Podem, inclusive, servir para dominar. Devem ser práticos e informativos, claros e precisos, fascinantes e surpreendentes.
Para que o mapa seja útil e possa cumprir sua tarefa os alunos precisam
saber ler e interpretar. Para tanto, é necessário que ele tenha domínio das técnicas
de representação cartográfica da linguagem especial da cartografia, uma
sensibilidade geográfica. A experiência com os mapas deve ser um aspecto de
probabilidade admirável de comunicação.
21
De acordo com: Francischett, 2010. p. 46. “O mapa ocupa um lugar de
destaque na Geografia porque é, ao mesmo tempo, instrumento de trabalho, registro
e armazenamento de informação, além de um modo de expressão e comunicação,
uma linguagem gráfica.”
O mapa é uma forma de comunicação, de linguagem e de reprodução que
faz parte da vida do ser humano desde que o mesmo, em seus grupos e
organizações mais remotas, identificou a importância de desenhar o espaço vivido.
Concepção muito próxima da fala da escrita para a história das sociedades. A
Geografia precisa ser trabalhada com os conteúdos próprios, visando envolver os
conceitos fundamentais como: localização, orientação, representação, paisagem,
lugar e território. Neste sentido, a cartografia torna-se importante instrumento para
este saber.
As relações e o conhecimento que conduzem à criança a construção da
noção de espaço, denominadas topológicas, projetivas e euclidianas, criaram
estratégias para que o ensino da cartografia fosse realizado, apontando o melhor
aproveitamento deste instrumento pelos alunos.
A teoria de Piaget e Inhelder (apud Castrogiovanni, 2000, p. 16-18) aborda
três tipos de relações espaciais que devem ser trabalhadas com a criança, são elas:
inicialmente a topológica mais importante, que vai até os 07 anos, aonde a criança
vai percebendo essas noções a partir do convívio com outras crianças. Nesta
relação topológica é que a criança constrói a percepção e a manipulação das
relações de: vizinhança, separação, ordem, envolvimento e continuidade, servindo
como ponto de partida para as noções representativas. Em segundo lugar, as
relações projetivas admitem a coordenação dos objetos entre si num sistema de
referência móvel. Primeiramente o ponto de referência está centrado na própria
criança, aos poucos é transferido para outras referências, ou seja, ocorre a
descentração que incide em compreender a posição e o movimento dos objetos
exterior, não mais em relação a si próprio, mas com relação a outros objetos. Nesta
relação, os objetos ou elementos são situados um em relação aos outros, direita e
esquerda, frente e atrás, em cima e embaixo e ao lado de. São noções fundamentais
que envolvem as relações projetivas. Em terceiro lugar, as euclidianas, consistindo o
estágio mais avançado. Nessas relações ocorrem as primeiras constatações de
grandeza e de forma pela criança, sendo organizadas em nível de inteligência
sensório-motora. Neste estágio, aprendem as relações métricas, os deslocamentos
22
e a colocação dos objetos coordenados entre si num sistema de coordenadas
(Scortegagna, 2004). Na organização e fundamentação da prática pedagógica, o
professor deve ter claras as etapas da construção do espaço para o aluno, bem
como seus objetivos ao ensinar cartografia.
23
3. ATIVIDADES DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS
Observa-se, no cotidiano do ensino da Geografia, que os alunos apresentam
significativas dificuldades para se apropriar dos saberes relacionados à cartografia,
por não conseguir realizar a associação desses com a vida em sociedade e
reconhecer sua importância e finalidade.
No entanto, a cartografia deve possibilitar ao aluno o entendimento do mapa
como instrumento fundamental para o estudo da Geografia, deve passar pela
construção teórica dos seus objetivos enquanto representação do espaço. Trabalhar
com cartografia na escola não envolve apenas contornar, demarcar, distinguir
projeções e calcular escalas, trabalhar com mapas exige a compreensão dos
símbolos e das suas escolhas, exige reconhecer projeções e saber por qual motivo
uma é mais utilizada que outra e principalmente, exige saber que o mapa não é uma
imagem do recorte espacial em questão e sim uma escolha de quem o fez baseado
em um conjunto de convenções previamente constituídas.
Para muitos, cartografia é um conceito visto como sem sentido e significado,
como um apêndice aos demais saberes relacionado à Geografia. Sendo assim,
passam pela escola sem se apropriarem desse conceito de maneira contextualizada
e articulada à vida social. Isso faz com que o conhecimento cartográfico seja um
objeto fragmentado no processo da formação humana, não fortalecendo a
importância do contexto formativo que se fundamenta na complexidade das relações
existentes na vida em sociedade.
Assim, considera-se de fundamental importância resgatar a finalidade da
cartografia, focando as representações sociais e históricas como suporte para a
compreensão do próprio homem e sua relação com o processo de transformação da
sociedade e da natureza.
Ao final deste trabalho espera-se que todos os objetivos inicialmente
propostos sejam atingidos:
• Identificar a importância dos mapas, a relação e o domínio da
linguagem cartográfica;
• Potencializar a capacidade de localização;
• Possibilitar o conhecimento geográfico na vida cotidiana;
• Compreender que o espaço geográfico é parte integrante da vida
humana e o homem sujeito do espaço;
24
• Investigar as dificuldades de aprendizagem no processo de
compreensão prático-teórica dos saberes geográfico.
3.1 Desenvolvimento da primeira etapa: Noções gerais de cartografia
Os conteúdos a serem apresentados pretendem corroborar com o processo
de ensino-aprendizagem, discutindo temas relevantes para o professor de
Geografia, no sentido de dar um enfoque no que se refere às noções de cartografia,
como: orientação, coordenadas geográficas, fusos horários, mapas, projeções
cartográficas e escalas. Tem como objetivos: entender os mapas e suas escalas,
bem como o porquê das mudanças de horários em todo mundo. Identificar as
coordenadas geográficas do nosso planeta; compreender o conceito de escala e sua
utilização para a representação cartográfica.
Sendo a cartografia importante no mundo moderno, é fundamental que a
mesma seja compreendida na sua totalidade, para que o indivíduo, dessa forma,
tenha uma visão crítica do mundo, e é na escola que os conceitos cartográficos
devem ser ensinados.
As atividades aqui propostas, detalhadas no Plano de Aula n. 1 (Apêndice
A), servirão para que o aluno possa se familiarizar com a linguagem cartográfica.
Nesta primeira etapa, será abordado o conteúdo referente à leitura de mapas, bem
como a importância da cartografia para o ensino da Geografia.. No final desta etapa
espera-se que o aluno tenha atingido os objetivos propostos e possa fazer a leitura
e análise de mapas ao longo das séries.
3.2 Desenvolvimento da segunda etapa: Trabalhando com mapas
Diante das dificuldades vivenciadas no cotidiano escolar em relação à
cartografia faz-se necessário o estudo dos mapas nas aulas de Geografia para
responder as indagações como: “onde estou?” ou “onde está tal objeto?” Assim, a
localização deve ser enfocada com exatidão e lealdade e a cartografia deve
possibilitar ao aluno o entendimento do mapa como instrumento fundamental para o
estudo da Geografia.
Para que os alunos possam se apropriar desses conhecimentos serão
propostos conteúdos que levem ao conhecimento por meio da produção de um
25
mapa livre da sala de aula, apresentar a importância das cores e o seu uso num
mapa, partir de mapas mudos para o aluno escrever as informações básicas
necessárias num mapa (escala, orientação, título, fonte e autor) e pintá-los.
De acordo com os objetivos propostos o aluno deverá desenvolver a
capacidade se orientar e localizar através de sistemas de referência e de outras
convenções mundialmente aceitas; estabelecer relações espaciais a partir de
diferentes fenômenos representados; produzir mapas simples a partir do uso de
convenções e referências, como escala orientação, legenda e fonte, entre outras;
desenvolver a capacidade de ler e interpretar mapas. Tais atividades são abordadas
no Plano de Aula n. 2 (Apêndice B).
3.3 Desenvolvimento da terceira etapa: Comunicação por mapas
Nos dias atuais, o estudo da cartografia é essencial para o ensino da
Geografia, tanto para o aluno atender as necessidades do seu cotidiano, quanto
para despertar a percepção do espaço no qual ele está inserido. A cartografia
proporciona ao educando o entendimento sobre as características físicas, sociais,
econômicas e humanas do lugar, bem como as transformações causadas pela ação
do homem e dos fenômenos naturais ao longo do tempo.
Nesta etapa, após o estudo e a interpretação de mapas que é objeto de
estudo desta Unidade Didática propõe-se o tema: Comunicação por mapas, e nela
serão abordados os seguintes assuntos: A linguagem cartográfica, e conhecimentos
teóricos sobre plantas e mapas, cuja finalidade é levar o aluno a criar elementos que
possam contribuir para o estudo sobre representação cartográfica. O esclarecimento
da linguagem cartográfica será explicitado através de aulas teóricas. Na etapa
seguinte será confeccionada a planta da sala de aula, onde os alunos usarão a
escala.
O objetivo a ser atingido será: compreender a leitura de um mapa, assim
como de uma planta no que se refere principalmente à questão de escala e de
localização e também aprender a traduzir as informações contidas nessa
representação. Esta atividade será contemplada no Plano de Aula n. 3 (Apêndice C).
No final desta atividade espera-se que o aluno tenha compreendido as informações
contidas nos mapas.
26
3.4 Desenvolvimento da quarta etapa: Cartografia por meio do Google Earth e o Brasil.
O ensino da cartografia deve assegurar a articulação das representações
gráficas com o mundo real, que se movimenta pela dinâmica histórico-social. Essa
dinâmica exige um pensar crítico, reflexivo, capaz de mobilizar a capacidade de
observação da realidade na organização do espaço geográfico. É fundamental que o
ensino da cartografia seja atrelado ao contexto social, a fim de se efetivar o sentido
e significado das representações.
Conforme proposto no Plano de Aula n. 4 (Apêndice D), nesta etapa os
alunos desenvolverão o tema cartografia por meio do Google Earth e o Brasil,
elencarão determinados assuntos relacionados com o Brasil como: posição
geográfica, clima, vegetação, economia e assuntos relacionados com a copa do
mundo de 2014 que será realizada no Brasil. Pesquisarão no Google Earth os
lugares onde os jogos serão realizados e procurarão levantar informações sobre o
assunto que está sendo estudado.
Os objetivos propostos serão: sensibilizar e promover a ampliação de
conhecimentos dos alunos do ensino Médio sobre cartografia com base no Google
Earth e o mapa do Brasil localizando as cidades onde os jogos da copa de 2014
serão realizados; promover a localização espacial por meio de representações
cartográficas; confrontar tipos de representações da superfície terrestre e descrever
suas finalidades; ampliar os conhecimentos sobre os aspectos geográficos,
econômicos e sociais do Brasil; expressão verbal da experiência. Espera-se que no
final desta atividade o aluno tenha compreendido que é fascinante estudar Geografia
usando as tecnologias como Google Earth.
3.5 Desenvolvimento da quinta etapa: Aprenda cartografia usando o Google Earth
Para o entendimento da construção social e histórica, é fundamental o
conhecimento e a compreensão dos mapas e outras representações cartográficas.
Essa compreensão ajuda a desmistificar a técnica envolvida na produção
cartográfica e serve como um importante instrumento para se desenvolver o
processo de alfabetização cartográfica.
27
Nas atividades aqui propostas os alunos deverão observar o trajeto da casa
até a escola, identificando pontos para a localização. Deverão transformar o que
observaram num croqui, cuidando para representar as referências. Na etapa
seguinte o desafio será encontrar a localização da escola com relação a alguns
pontos da cidade como: igreja, prefeitura, fórum, lago municipal entre outros.
Os objetivos que esta atividade pretende atingir são: desenvolver a noção
espacial e a representação cartográfica; comparar diferentes tipos de representação
da superfície terrestre: mapas, fotos de satélite. Esta atividade está sendo proposta
no Apêndice E, plano 5. Ao final, espera-se que o aluno tenha compreendido que a
Geografia faz parte do seu cotidiano.
3.6 Desenvolvimento da sexta etapa: Cartograma: Climatologia precipitação acumulada do Paraná
O ensino de mapas e outras formas de representação da informação
espacial são importantes tarefas da escola. “É função da escola preparar o aluno
para compreender a organização espacial da sociedade, exige o conhecimento de
técnicas e instrumentos necessários à representação gráfica dessa organização”
(FATIN, 2005, p. 88). Essa preparação dependerá das concepções que norteiam as
práticas educativas relacionadas ao ensino da cartografia. Portanto, é fundamental
pensar que “a produção de imagens é um mecanismo educativo presente nas
instâncias socioculturais”.
Conforme proposto no Plano de Aula n. 6 (Apêndice F), nesta etapa os
alunos desenvolverão o tema: Cartograma: climatologia precipitação acumulada do
Paraná abordarão assuntos relacionados às precipitações ocorridas no mês de
setembro, analisando os fatores que determinam as chuvas de uma região como:
relevo, clima, vegetação, massas de ar.
Os objetivos que esta atividade pretende atingir são: analisar o mapa das
precipitações do Paraná e relacionar as regiões do Paraná onde ocorrem mais e
menos chuvas. Ao final, espera-se que o aluno tenha compreendido a importância
da Geografia para seu dia a dia.
28
3.7 Desenvolvimento da sexta etapa: Interpretação do cartograma densidade demográfica do Brasil
Conforme Pontuschka (2009), os mapas servem para encantar o imaginário
de um mundo desconhecido em várias idades é uma viagem pelo mundo. É de
fundamental importância que o ensino da Geografia passe a ser percebido como um
instrumento de descoberta. Descoberta de conhecimentos significativos que estão
inseridos na cartografia como representação gráfica do espaço e instrumento na
construção do pensamento gráfico.
Conforme proposto no Plano de Aula n. 7 (Apêndice G), nesta etapa os
alunos desenvolverão o tema: interpretação do cartograma densidade demográfica
do Brasil elencarão determinados assuntos relacionados à distribuição da população
do Brasil, analisando os fatores que determinam os vazios demográficos em
algumas regiões do Brasil fazendo a comparação em relação a outras regiões onde
ocorre uma concentração muito elevada da população. Outra atividade proposta
será a de fazer a comparação dos cartogramas da indústria a da densidade
demográfica identificando problemas socias e urbanos do Brasil.
Os objetivos que esta atividade pretende atingir são: Analisar a distribuição
da população do Brasil, justificando os vazios demográficos; identificar os estados do
Brasil que possuem maior número de habitantes; comparar os cartogramas da
indústria e a densidade demográfica e relatar os problemas sociais e naturais
causados pela intensa industrialização e a urbanização. Ao final, espera-se que o
aluno tenha compreendido que a Geografia é fascinante.
29
REFERÊNCIAS
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30
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32
APÊNDICE A - Noções gerais da cartografia
PLANO DE AULA N.1
Docente: Adiles Demarco Bortolozzo
Escola: Colégio Estadual Santo Agostinho Ensino Fundamental, Médio, Profissional e
Normal.
Orientador: Dr Cleverson Alexsander Reolon
Ensino: Médio Turma: 1º Ano Nº de Alunos:
Tema: Cartografia Horas/Aula: 6 aulas
Objetivo Específico: Entender os mapas e suas escalas, bem como o porquê das
mudanças de horários em todo mundo. Identificar as coordenadas geográficas do nosso
planeta; compreender o conceito de escala e sua utilização para a representação
cartográfica.
Conteúdos: Noções gerais da cartografia
Encaminhamentos Metodológicos:
Orientar-se Orientar-se no espaço terrestre, sempre foi uma necessidade do ser
humano. Desde o início da humanidade, tinha a necessidade de traçar rotas comerciais,
rotas de navegação, e daí em diante as necessidades iam aumentando. Por isso, a
localização dos fenômenos geográficos sempre foi uma verdadeira necessidade ao
homem. Daí entra a cartografia. Cartografia é a ciência e arte que estuda como
preparar, organizar, elaborar e interpretar mapas ou cartas geográficas. Mapa é uma
imagem reduzida dos elementos que constituem certa superfície terrestre. Com um
pouco de imaginação e interpretação é possível ler e saber o que o mapa nos
apresenta.
Linhas astronômicas Filósofos gregos chegaram à conclusão de que a Terra é
redonda, a partir de observações astronômicas. Foram observados também, os navios
que desapareciam no mar em um horizonte uniformemente circular, essa observação
também deu base para essa ideia. Esse fato é responsável pela existência das
33
diferentes zonas climática s em nosso planeta; seguindo uma lógica: a inclinação com
que os raios solares incidem na superfície terrestre aumenta quando nos afastamos do
Equador, e, portanto, maior será a área aquecida pela mesma quantidade de energia, o
que torna as temperaturas mais baixas. A Terra é inclinada em relação ao seu próprio
eixo, seguindo a sua órbita ao redor do Sol. Essa inclinação e movimentação da Terra
trás consequências, como, por exemplo, as estações do ano. Por volta de 21 de
dezembro, ocorre o solstício de verão no hemisfério sul, pois nessa data ele está
recebendo os raios solares perpendicularmente ao Trópico de Capricórnio, e no
hemisfério norte está acontecendo o solstício de inverno. Após 6 meses, por volta de 21
de junho, as posições se invertem, já que o trópico de Câncer que recebe os raios
solares perpendicularmente, se tornando o centro da parte da Terra iluminada pelo Sol,
assim no hemisfério norte ocorre o solstício de verão.Entre os dias 21 e 23 de março ou
setembro ocorre o que chamamos de equinócio. É quando os raios solares incidem
sobre a superfície da Terra perpendicularmente ao Equador. Nessa situação se
caracteriza o início da primavera ou outono. Concluímos que, os raios solares incidem
perpendicularmente apenas nos trópicos do planeta. Outra consequência da inclinação
da Terra é a diferença do dia e da noite durante o ano. Em dias de solstício de verão, o
dia é mais longo e a noite mais curta; em solstícios de inverno temos o dia mais curto
que a noite. Nos dias de equinócio, tanto o dia como a noite tem a mesma duração em
qualquer parte do planeta, ou seja, 12 horas. Nos círculos polares, existem dias e noites
que duram meses. Isto é devido ao fato de que o polo, seja ele norte ou sul, só irá raiar
o dia à medida que o planeta for avançando em seu movimento de translação, e não de
rotação.
Coordenadas Geográficas
O nosso planeta é cortado por linhas imaginarias que tem como função localizar
qualquer lugar na superfície terrestre. Para isso, foram determinadas as coordenadas
geográficas, a latitude e longitude.
Latitude
É a distância, em graus, de qualquer lugar da superfície até o Equador, distância que
varia de 0 a 90° N ou S. Podemos a partir do Equador, traçar círculos paralelos
(imaginários), diminuindo de tamanho conforme se afastam para o norte ou para o sul.
34
Longitude
É a distância de qualquer lugar da superfície ao meridiano de Greenwich, variando de 0
a 180° para o leste ou para o oeste. Isto se dá, porque o meridiano 0° divide a Terra em
2 hemisférios, ocidental (oeste) e oriental (leste). O meridiano de 0° passa pelo
observatório astronômico de Greenwich, por isso o nome de meridiano de Greenwich.
Todos os meridianos tem o mesmo comprimento, pois se encontram nos polos. Se você
quer encontrar qualquer lugar em nosso planeta, pode fazer isso tendo as coordenadas
geográficas.
Fusos horários
O movimento de rotação da Terra gera o dia e a noite, e também a diferença de horário
nos diversos pontos longitudinais da Terra. O globo terrestre é dividido em 24 pontos
longitudinais. Cada ponto corresponde a 1 hora. Assim dividindo os 360° do globo, em
24 horas de duração o resultado é 15°, ou seja, a cada 15° que a Terra gira, passa-se 1
hora. Cada um dos 24 pontos longitudinais corresponde a um fuso horário. O meridiano
de Greenwich é o meridiano de referência, a partir dele se acertam os relógios, pode ser
horas a mais se nos direcionarmos para um fuso horário ao leste, ou horas a menos se
mudarmos a um fuso ao oeste. Isto ocorre porque a Terra gira de oeste para leste. Por
exemplo: a hora oficial do Brasil está atrasada 3 horas em relação a Greenwich.
Os mapas
Com a necessidade de se orientar na superfície da Terra, os homens elaboraram vários
tipos de mapas. O mapa é a mais antiga forma de comunicação, antes até mesmo da
escrita. Os mapas antigos ou medievais eram feitos sob a influência religiosa, por isso
tinha apenas representações idealizadas da Terra e do céu. Hoje os mapas são feitos
com base em fotos de satélite e processados pela informática, sendo bem mais
precisos. Representar todos os fenômenos físicos, políticos, econômicos e humanos em
um único mapa seria impossível. Por isso, há os mapas temáticos, nos quais se
representam apenas os temas que interessam ao usuário.
Projeção cartográfica
São artifícios e procedimentos usados para projetar o espaço terrestre em uma folha de
papel, dos fenômenos inscritos numa esfera, num plano de carta. De acordo com as
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propriedades geométricas apresentadas na relação globo-mapa, as projeções podem
ser conformes, equivalentes ou equidistantes. Dependendo da figura geométrica
empregada em sua construção podem ser: cilíndricas, cônicas e azimutais.
Projeção cilíndrica
Envolve a esfera terrestre em um cilindro de papel, serve para representar as regiões de
baixa latitude, já que apresenta paralelos e meridianos retos, deforma e exagera as
regiões polares.
Projeção cônica
São aquelas em que a figura geométrica onde será reproduzida tem a forma de um
cone, tem meridianos retos e paralelos curvos, usada para representar regiões de
latitudes médias.
Projeção azimutal
São aquelas em que a projeção é feita sobre um plano, têm paralelos em círculos
concêntricos e meridianos retos, bom para representar as regiões polares (de altas
latitudes). Os mapas ainda são classificados seguindo vários critérios:- Espécie:
celestes (planetas e constelações) terrestres (países, portos). - Escala: plantas comuns
(de escalas grandes) cartas topográficas (de escala média) mapas geográficos (de
escalas pequenas). - Para uso: didáticos e de interesse geral. – Para um fim ou
conteúdo: propriamente ditos físicos, biológicos, políticos de viação e estatísticas, e de
economia.
Escalas
È a relação entre as medidas do mapa e as medidas reais. A escala expressa o quanto
a realidade foi reduzida para se caber em um mapa. Sua representação pode ser de
dois tipos: numérica e gráfica.
Escala numérica
Sua apresentação é expressa através de uma fração ordinária. Exemplo: 1:25.000000 –
um por 25 milhões. Um mapa que tem essa escala indica que a distância real é 25
milhões de vezes maior do que no mapa. 1 cm tem 250 km no terreno.
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Escala gráfica
É representada através de um gráfico que já vem dividido em certa quantidade de
quilômetros. Exemplo: [------250------500------750m] a cada parte do mapa é equivalente
a 250 km no espaço representado.
Como usar a escala?
Adotando E=escala; D=distância da realidade; d= distância do mapa. Ex.
1) Num mapa do Brasil a escala é 1: 5000000, a distância no papel, em linha reta,
entre a cidade de São Paulo e Brasília é de aproximadamente16 cm. Qual é a distância
real entre as duas cidades?
E= 1: 5 000.000; logo 1 cm= 50kmD= 16 cm
Aplica-se a fórmula: D= d.E (ou d x E)
16 x 50 = D= 800 km.
Resposta: A distância real é 800 km aproximadamente.
Ex. 2) Invertendo o processo descobrimos a distância no mapa.
d= D: E = 800: 50 =
d= 16 cm
Ex.3) Para descobrir a escala basta dividir D por d.
D: d = 800: 16 = E= 50.
Ou seja, cada 1 cm equivale a 50km.Alguns mapas apresentam tanto escala gráfica
como numérica. Caso apresente escala gráfica, lembre-se que não há necessidade de
fazer cálculos.
Recursos Didáticos: Quadro, giz, globo terrestre e mapas.
Bibliografia:
MOREIRA, Igor. Espaço Geográfico Geografia Geral e do Brasil, Ensino Médio: São
Paulo: Editora Ática, 2002.
Disponível em: http://juliobattisti.com.br/tutoriais/arlindojunior/geografia002.asp. Acesso
12/11/2012.
37
APÊNDICE B - Trabalhando com mapas
PLANO DE AULA Nº 2
Docente: Adiles Demarco Bortolozzo
Escola: Colégio Estadual Santo Agostinho Ensino Fundamental, Médio, Profissional e
Normal.
Orientador: Dr Cleverson Alexsander Reolon
Ensino: Médio Turma: 1º Ano Nº de Alunos:
Tema: Trabalhando com mapas Horas/Aula: 3 aulas
Objetivos Específicos:
1) Desenvolver a capacidade dos alunos de se orientar e localizar através de sistemas
de referência e de outras convenções mundialmente aceitas;
2) Estabelecer relações espaciais a partir de diferentes fenômenos representados;
3) Produzir mapas simples a partir do uso de convenções e referências, como escala,
orientação, legenda e fonte, entre outras;
4) Desenvolver a capacidade de ler e interpretar mapas;
Conteúdos: Uso das cores do mapa
Encaminhamentos Metodológicos:
1) Propor a produção de um mapa livre da sala de aula. Em seguida, usando uma fita
métrica ou barbante, introduzir o conceito de escala;
2) Ler textos sobre cartografia, trabalhar os conceitos cartográficos ;
3) Apresentar as cores e os seus usos num mapa. Utilizar um Atlas para demonstrar a
maneira como as cores quentes e frias são usadas;
4) A partir de mapas mudos, pedir para o aluno escrever as informações básicas
necessárias num mapa (escala, orientação, título, fonte e autor) e pintá-los. Os mapas
utilizados devem, de preferência, corresponder aos temas que serão desenvolvidos
durante o ano, para que sejam objeto de análise e para valorizar sua importância;
5) Produzir textos a partir da observação dos mapas.
Recursos Didáticos: Mapa mudo, fita métrica, lápis de cor, quadro, giz.
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Avaliação:
1) A partir de mapas de diferentes escalas, calcular as distâncias a serem percorridas
entre duas localidades e o melhor trajeto a ser seguido. Nesta etapa, é o aluno fará uma
história de uma viagem imaginária ou descreve uma que ele tenha realmente feito;
2) Peça uma fotocópia de um trecho do guia de ruas da cidade, que deve ser colada no
centro de uma cartolina. Os alunos, então, devem tirar fotos de pontos de referência e
colá-las ao redor do guia, indicando sua localização no mapa;
3) Montar um mural com os mapas.
Bibliografia
VESENTINI, José William. Sociedade e Espaço: Geografia Geral. 41ª edição, São
Paulo, Editora Ática, 1999.:Disponível em: amorim.blogspot.com.br/2011/09/planos-de-
aula.html. Acesso 22 nov. 2012.
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APÊNDICE C - Comunicação por mapas
PLANO DE AULA Nº 3
Docente: Adiles Demarco Bortolozzo
Escola: Colégio Estadual Santo Agostinho Ensino Fundamental, Médio, Profissional e
Normal.
Orientador: Dr Cleverson Alexsander Reolon
Ensino: Médio Turma: 1º Ano Nº de Alunos:
Tema: Comunicação por mapas Horas/Aula: 3 aulas
Objetivos Específicos: Compreender a leitura de um mapa, assim como de uma planta
no que se refere principalmente à questão de escala e de localização e também
aprender a traduzir as informações contidas nessa representação.
Conteúdos: Localização e Orientação espacial
Encaminhamentos Metodológicos: A proposta deste plano de aula é para alunos do
1º ano do Ensino Médio, que equivale a três aulas de 45 minutos cada, com os
seguintes tópicos a serem discutidos: A linguagem Cartográfica, na qual, se fará uma
iniciação acerca da importância dos mapas para aprendizagem e compreensão do
espaço geográfico e ainda explicações teóricas sobre plantas, e mapas. Tudo isso será
explicado em uma aula de 45 minutos. Na segunda aula será realizada uma atividade
no qual os alunos confeccionarão uma planta da sala de aula, usando a escala. Essa
atividade será realizada em uma aula de 45 minutos, após terminarem a confecção do
mapa da sala os alunos farão a localização dos objetos: (móveis, quadro, porta,
janelas). A questão de orientação no espaço geográfico, pontos cardeais e a importância
da escala na representação cartográfica, em aula de 45 minutos. E por último, na
terceira aula, a aplicação de uma avaliação teórica. A aula a ser exposta contempla o
seguinte tema: Comunicação por mapas, e nela serão abordado os seguintes assuntos:
Primeira aula - A linguagem Cartográfica, e conhecimentos teóricos sobre plantas e
mapas cuja finalidade é levar o aluno a criar elementos preliminares sobre
representação cartográfica assim como noções para as atividades que serão realizadas
nas outras aulas. A elucidação da linguagem cartográfica será teórica. Na segunda aula,
40
os alunos representarão a sala de aula através da confecção de uma planta, com o uso
dos seguintes materiais: fita métrica, papel ofício e lápis. A planta como desenho do
espaço real, tem importância na assimilação e principalmente na visualização numa
escala relacionada à proporção do espaço geográfico. Essas atividades serão
realizadas em grupo, na própria sala de aula com a orientação do professor, com
duração de uma aula de 45 minutos cada. Os 20 minutos da primeira aula seriam para
explicações, com o objetivo de levar os alunos a entender e se orientar na construção
da planta. Feito isso os trabalhos, na terceira aula desse plano de aula é para
explanação baseando-se no próprio trabalho feito, (planta) pelo qual se explicará a
importância das escalas na representação e orientação do espaço geográfico. E por
fim desenhando uma rosa dos ventos no quadro, explicarão noções de pontos cardeais.
Recursos Didáticos: Livro didático, fita métrica, papel ofício e lápis.
Avaliação As perguntas dissertativas serão entregues pelo professor e elas estão
descritas abaixo:
1. Com base nas atividades anteriores, responda, com suas palavras, qual é a diferença
entre planta e mapa?
2. Por que é necessário indicar a direção norte nas plantas ou mapas?
3. Um de seus colegas está a leste em relação a você. Em qual posição ele estará em
relação a outro colega que está ao seu norte?
Referências:
SENE, Eustáquio de e MOREIRA, João Carlos. Trilhas de geografia – A geografia no
dia-a-dia: 5º série. São Paulo: Scipione, 2002.
SIMIELLI, Maria Elena. Primeiros mapas. 2º ed. São Paulo: Ática, 1993.
Disponível em: <img
src="http://bp3.blogger.com/_WmIyaZPESuQ/R9MYi3FzTJI/AAAAAAAAABI/40I5sE4dpf
c/S220/SL730288.JPG" width="35" height="26" class="photo" alt=""> acesso: 12
out.2012.
41
APÊNDICE D - Cartografia por meio do Google Earth e o Brasil
PLANO DE AULA N. 4
Docente: Adiles Demarco Bortolozzo
Escola: Colégio Estadual Santo Agostinho Ensino Fundamental, Médio, Profissional e
Normal.
Orientador: Dr Cleverson Alexsander Reolon
Ensino: Médio Turma: 1º Ano Nº de Alunos:
Tema: Cartografia por meio do Google
Earth e o Brasil.
Horas/Aula: 4 aulas
Objetivos Específicos:
Sensibilizar e promover a ampliação de conhecimentos dos alunos do ensino Médio
sobre cartografia com base no Google Earth e o mapa do Brasil localizando as cidades
onde os jogos da copa de 2014 serão realizados.
Promover a localização espacial por meio de representações cartográficas;
Confrontar tipos de representações da superfície terrestre e descrever suas finalidades;
Ampliar os conhecimentos sobre os aspectos geográficos, econômicos e sociais do
Brasil;
Expressão verbal da experiência.
Encaminhamentos Metodológicos:
• Utilizando o programa Google Earth os alunos poderão retomar os estudos de
cartografia e fazer conexão ao que foi estudado sobre o Brasil em aulas anteriores;
• Deixar os alunos livres num primeiro momento, para conhecer o programa do Google
Earth, pois é provável que alguns nunca tenham feito uso desse recurso;
• De acordo com o número de computadores disponíveis para o cumprimento das aulas,
o professoro deve dividir a turma em grupos;
• Como atividade, o professor pode distribuir figuras com os estádios de futebol onde
serão realizados os jogos da copa do mundo de 2014 com seus respectivos nomes
(podem ser encontrados em revistas, jornais e internet) e propor para que os alunos
42
localizem a região onde os mesmo estão sendo construído com o auxílio do programa
Google Earth;
• Posteriormente pedir aos alunos que descrevam o que observaram e interagir com os
colegas todas as informações levantadas.
Avaliação:
É importante ter certeza que os alunos estão preparados para interpretar as
representações cartográficas e consequentemente saber se orientar pelos diferentes
tipos de mapas, inclusive por meio de um mapa virtual. Salientando que a cartografia vai
enriquecer o estudo sobre o país sede da copa do mundo 2014.
Como avaliação os alunos em grupo separados por computador terão que relatar a
experiência por meio de relatório e junto elaborar um mapa de localização do Brasil.
O mapa de localização deve conter:
• Mapa do Brasil;
• As cidades onde os estádios de futebol estão sendo construídos distribuídos em suas
latitudes e longitudes;
• Informações sobre todas as regiões onde ficam os estádios.
Observação: a avaliação inicia com a pesquisa em sala de aula com o auxílio do
professor, mas terá que ser concluída em casa e entregue na seguinte aula.
Recursos Didáticos: Caderno, régua, lápis, imagens com os estádios de futebol da
copa do mundo, computador com acesso à internet e o programa Google Earth, mapa
do Brasil.
Referências: ALESSANDRI, Ana Fani Carlos (org.), Vários autores. A Geografia em
Sala de Aula. – São Paulo. Ed. Contexto. 1999.
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. São Paulo. Ed. Brasil S/A. 1996.
VESENTINI, José William. Sociedade e Espaço: Geografia Geral. 41ª edição, São
Paulo, Editora Ática, 1999.
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APÊNDICE E - Aprenda cartografia usando o Google Earth
PLANO DE AULA N. 5
Docente: Adiles Demarco Bortolozzo
Escola: Colégio Estadual Santo Agostinho Ensino Fundamental, Médio,
Profissional e Normal.
Orientador: Dr Cleverson Alexsander Reolon
Ensino: Médio Turma: 1º Ano Nº de Alunos:
Tema: Aprenda cartografia usando o
Google Earth Horas/Aula: 6 aulas
Objetivos Específicos:
Desenvolver a noção espacial e a representação cartográfica.
Comparar diferentes tipos de representação da superfície terrestre: mapas, fotos de
satélite.
Conteúdos: Cartografia. Localização espacial.
Recursos Didáticos: Papel, régua, lápis, computador com acesso à internet e o
programa Google Earth
Encaminhamentos Metodológicos: 1ª etapa Orientar os alunos para observar o trajeto
desde a casa até a escola, identificando pontos para a localização. Peça que
transformem a observação num croqui, cuidando para representar as referências.
2ª etapa Diante do computador dividir a turma em grupos e solicitar que explorem este
site:ww.guigeo-mapas.com. Explicar que o desafio é encontrar, entre os mapas
disponíveis, um que mostre a localização da escola. Orientar para comparar os croquis
com os mapas: os pontos de referência são os mesmos? Como são identificados?
Explique que os desenhos disponíveis são representações bidimensionais de espaços
tridimensionais, com símbolos, legendas e escala específicos.
3ª etapa Hora de visualizar a localização em imagem real. Abra o programa Google
Earth e convidar a turma a buscar uma imagem da escola. Siga o seguinte
procedimento: clique no botão "Mostrar a barra lateral" e em "Voar para". Digite "Brasil",
espere a imagem "voar" até o país. Introduza o nome da cidade Palotina e orientar os
estudantes a aproximar a imagem até o objetivo. Perguntar aos alunos o que estão
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vendo. É a mesma visão que temos ao caminhar pelas ruas? Leve-os a perceber que
imagens aéreas e de satélite são a real visualização da superfície no plano vertical.
4ª etapa Pedir para que os alunos comparem a imagem do Google Earth com o croqui
que eles haviam elaborado e observem o que querem acrescentar ou modificar.
Avaliação Verifique se os alunos compreendem as diferentes formas de representação
da superfície terrestre e se sabem se localizar em um mapa virtual. Para reforçar o
entendimento, repita a sequência de atividades com outros pontos significativos,
possibilitando que explorem os recursos de aproximação e distanciamento da visão no
Google Earth para desenvolver a noção de distância espacial desde o nível do bairro até
o planeta.
Bibliografia: sugestão extraída da Nova Escola
http://revistaescola.abril.com.br/geografia/pratica-pedagogica/ensine-cartografia-turma-
usando-google-earth-474725.shtml acesso 12/11/2012.
45
APÊNDICE F - Interpretação do cartograma – Climatologia de precipitação acumulada do Paraná
PLANO DE AULA Nº 6
Docente: Adiles Demarco Bortolozzo
Escola: Colégio Estadual Santo Agostinho Ensino Fundamental, Médio, Profissional e
Normal.
Orientador: Dr Cleverson Alexsander Reolon
Ensino: Médio Turma: 1º Ano Nº de Alunos:
Tema: Cartograma: climatologia
precipitação acumulada do Paraná
Horas/Aula: 3 aulas
Objetivos Específicos: Analisar o mapa das precipitações do Paraná e relacionar as
regiões do Paraná onde ocorrem mais chuvas.
Conteúdos: Interpretação do cartograma – Climatologia de Precipitação cumulada do
Paraná
Encaminhamentos Metodológicos:
1ª etapa Orientar os alunos para observar o mapa das precipitações do Paraná
identificando os locais, as regiões do Paraná onde ocorreu maior e menor quantidade de
chuva no mês de setembro, relacionar com os fatores como: o relevo, as massas de ar
e vegetação que determinam a chuva. ´
2ª etapa Identificar as variáveis representadas no mapa, as linhas curvas, denominadas
isoietas são os símbolos convencionais escolhidos para representar a variação espacial
da precipitação media anual. Cada isoieta (ISO= igual; ieta = precipitação) une os
pontos onde a precipitação media é a mesma. Para desenhar as isoietas, deve ser
escolhido arbitrariamente um intervalo igual que neste exemplo corresponde a 20 mm
de variação. O método utilizado par traçar as linhas isoietas é denominado interpolação.
As áreas compreendidas entre duas isoietas contíguas recebem aproximadamente uma
precipitação que varia entre os valores dessas isoietas que nesse caso é 20 mm.
3ª etapa O aluno deverá ter a noção da importância dos símbolos que os mapas
apresentam também se deve elucidar o valor dos estudos relacionado com o clima para
o desenvolvimento da agricultura, da economia baseado nos aspectos climáticos.
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Recursos Didáticos: Mapa do Paraná, quadro, giz, atlas.
Avaliação: Os alunos serão avaliados por meio de prova no final do trabalho.
1. Qual a variável representada no cartograma?
2. Esta variável apresenta variação temporal ou espacial?
3. Quais os símbolos utilizados para mostrar esta variação no mapa?
4. O que mostram as isoietas do cartograma?
5. Qual a unidade usada para a medida da variável?
6. Qual o valor do intervalo entre duas isoietas?
7. Compare este cartograma com um mapa de relevo do estado (Atlas) e responda qual
a relação que existe entre as variações do relevo e as precipitações?
8. As cidades de Palotina e Curitiba. Situam entre quais valores de precipitação média
anual?
Referências:
Disponível em: http://www.simepar.br/tempo/clima/parana/ond2000/ Acesso 22 nov.
2012.
Disponível
em:http://www.ufmt.br/cuiabano/3_Disciplinas/Georeferenciamento/Cartografia/
Acesso 22 nov. 2012.
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FIGURA 8 – Climatologia de Precipitação Acumulada (Set.2012)
FONTE http://www.simepar.br/tempo/clima/parana/ond2000
48
APÊNDICE G - Interpretação do cartograma densidade demográfica do Brasil
PLANO DE AULA Nº 7
Docente: Adiles Demarco Bortolozzo
Escola: Colégio Estadual Santo Agostinho Ensino Fundamental, Médio, Profissional e
Normal.
Orientador: Dr Cleverson Alexsander Reolon
Ensino: Médio Turma: 1º Ano Nº de Alunos:
Tema: Interpretação do cartograma Horas/Aula: 3 aulas
Objetivos Específicos: Analisar a distribuição da população do Brasil, justificando os
vazios demográficos; identificar os estados do Brasil que possuem maior número de
habitantes; comparar os cartogramas da indústria e a densidade demográfica e relatar
os problemas sociais e naturais causados pela intensa industrialização e a urbanização.
Conteúdos: Interpretação do cartograma densidade demográfica do Brasil
Encaminhamentos Metodológicos:
1ª Orientar os alunos para observar o cartograma da densidade demográfica do Brasil e
identificar os estados com maior número de pessoas, determinando os fatores que
levam estes estados terem grande número de habitantes.
2ª Etapa orientar para que os alunos façam a comparação entre o cartograma da
densidade demográfica e o cartograma da industrialização do Brasil, determinando as
causas e as consequências desta intensa urbanização.
3ª Etapa relacionar os problemas causados pela urbanização desordenada,
identificando o porquê desses problemas.
Cartogramas são mapas, em diferentes escalas. O cartograma introduz informações
sobre uma ou diversas variáveis de ordem física (vegetação, hidrografia, relevo e
outros) ou humana (população, limites políticos e outros). As representações das
variáveis no cartograma são sempre feitas através de cores símbolos
convencionalmente escolhidos e identificados em legenda anexa. O que realmente
interessa em um cartograma são as informações sobre a distribuição no espaço e/ ou
sobre a variação no tempo dos valores das variáveis representadas. O cartograma da
figura anexa nos informa da distribuição da população sobre o território brasileiro. O
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conceito de densidade demográfica expressa à quantidade de pessoas que habitam
cada quilômetro quadrado de superfície. Para obter este valor basta dividir o número de
habitantes pela área de Km² de um determinado local, ficando representado pela
unidade hab/Km². Neste cartograma, foram calculadas as densidades demográficas
correspondentes a cada unidade da Federação segundo os dados da sinopse do Censo
Demográfico de 2000. A densidade demográfica não representa com fidelidade a
distribuição real da população sobre a superfície, pois dentro de cada estado existem
áreas quase desabitadas e áreas com forte concentração de população. Assim a
densidade demográfica é uma aproximação de como se distribui espacialmente a
população de uma determinada área.
Recursos Didáticos: Mapa da densidade demográfica do Brasil, mapa da indústria do
Brasil, quadro, giz, atlas.
Avaliação: Os alunos responderão a estas perguntas que serão avaliadas no final do
trabalho.
1. Qual a variável representada no cartograma?
2. Quais informações fornecidas pelo Censo Demográfico que possibilitaram a
construção do cartograma?
3. Quais as unidades espaciais para as quais foram calculados os valores da variável
representada?
4. Estes símbolos indicam variação temporal ou espacial dos valores da variável
representada?
5. Com a ajuda de um mapa político do Brasil escreva sobre o cartograma os nomes
das unidades de Federação.
6. Compare agora o cartograma e a legenda. Escreva abaixo os nomes dos estados
com o mesmo intervalo de densidade demográfica. Assim:
Menos de 1 hab/Km²:
De 1 a 5 hab/Km²:
De 5 a 10 a hab/Km²:
De10 a 20 hab/Km²:
De 50 a 200hab/Km²:
De 100 a menos de 200 hab/Km²:
De 200 a mais hab/Km²:
DE 200 a 12911/Km²:
50
Bibliografia:
Disponível em:< http://www.infoescola.com/mapas/mapa-da-densidade-demografica-do-
brasil/>. Acesso 22 nov. 2012
Disponível em:
<http://www.ufmt.br/cuiabano/3Disciplinas/Georeferenciamento/Cartografia/>. Acesso 22
nov. 2012.
FIGURA 9 - Mapa da densidade demográfica do Brasil, segundo o Censo 2000.
FONTE: IBGE, 2012