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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E TECNOLOGIA ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO EM EDIFÍCIO ESCOLAR COM ENFOQUE NAS INSTALAÇÕES DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO FERNANDA TICIANEL SCHRADER ORIENTADOR: PROFª Ms. LUCIANE CLEONICE DURANTE Cuiabá, MT Agosto de 2010

Fernanda Ticianel Schrader

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

    FACULDADE DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E TECNOLOGIA ESPECIALIZAO EM ENGENHARIA DE SEGURANA NO TRABALHO

    AVALIAO PS-OCUPAO EM EDIFCIO ESCOLAR COM ENFOQUE NAS INSTALAES DE SEGURANA CONTRA

    INCNDIO E PNICO

    FERNANDA TICIANEL SCHRADER

    ORIENTADOR: PROF Ms. LUCIANE CLEONICE DURANTE

    Cuiab, MT Agosto de 2010

  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

    FACULDADE DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E TECNOLOGIA ESPECIALIZAO EM ENGENHARIA DE SEGURANA NO TRABALHO

    AVALIAO PS-OCUPAO EM EDIFCIO ESCOLAR COM ENFOQUE NAS INSTALAES DE SEGURANA CONTRA

    INCNDIO E PNICO

    FERNANDA TICIANEL SCHRADER

    Monografia submetida Universidade Federal de Mato Grosso para obteno do Grau de Especialista em Engenharia de Segurana do Trabalho

    ORIENTADOR: PROF Ms. LUCIANE CLEONICE

    DURANTE

    Cuiab, MT Agosto de 2010

  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

    FACULDADE DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E TECNOLOGIA ESPECIALIZAO EM ENGENHARIA DE SEGURANA NO TRABALHO

    CERTIFICADO DE APROVAO

    Ttulo: AVALIAO PS-OCUPAO EM EDIFCIO ESCOLAR COM ENFOQUE NAS INSTALAES DE SEGURANA CONTRA INCNDIO E PNICO

    Aluno(a): FERNANDA TICIANEL SCHRADER

    Orientador(a): PROF Ms. LUCIANE CLEONICE DURANTE

    Aprovada em 31 de agosto de 2010

    Coordenador(a) do Curso: Prof Ms. Luciane Cleonice Durante

    Comisso Examinadora:

    _____________________________________________

    Orientador(a): Prof Ms. Luciane Cleonice Durante

    _____________________________________________

    Examinador(a) Interno: Prof Dr. Mrcio de Lara Pinto

    _____________________________________________

    Examinador(a) Externo

  • DEDICATRIA

    Aos meus pais Wilmar e Ftima e ao meu esposo Breno.

  • AGRADECIMENTOS

    A Deus pelo dom da Vida;

    Aos meus pais e irmos, Wilmar, Ftima, Lucas e Gabriela, pelo afeto, apoio, companheirismo e carinho em todos os momentos;

    Ao meu querido Breno, pela compreenso e incentivo;

    A minha querida orientadora e coordenadora do curso, Prof. Luciane Durante, pela ajuda, pelos ensinamentos, contribuio e amizade durante todo o curso;

    Aos meus colegas do curso de especializao em engenharia de segurana no trabalho em especial a Natlia, Ana Laura, Andra e Hermut, pela amizade e

    companheirismo;

    Aos tcnicos e professores do curso, pelos ensinamentos, formao, ajuda e contribuio.

  • SUMRIO

    LISTA DE FIGURAS ....................................................................................... iLISTA DE QUADROS ................................................................................... iiiLISTA DE TABELAS .................................................................................... ivLISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ...................................................... v

    RESUMO ........................................................................................................ vi1 INTRODUO ......................................................................................... 1

    1.1 PROBLEMTICA ............................................................................. 11.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................... 1

    1.3 OBJETIVOS ....................................................................................... 21.3.1 Objetivo Geral .............................................................................. 21.3.2 Objetivos Especficos ................................................................... 3

    1.4 APRESENTAO ............................................................................ 32 REVISO BIBLIOGRFICA .................................................................. 4

    2.1 AVALIAO PS-OCUPAO ..................................................... 42.1.1. Tcnicas da Avaliao Ps-Ocupao ......................................... 5

    2.2 SISTEMAS DE PREVENO E COMBATE INCNDIO ......... 62.2.1 Teoria do Fogo .............................................................................. 62.2.2 Sadas de Emergncia ................................................................... 82.2.3 Deteco e Alarme de Incndio .................................................. 102.2.4 Iluminao de Emergncia ......................................................... 102.2.5 Extintor de Incndio ................................................................... 122.2.6 Sinalizao de Emergncia ......................................................... 142.2.7 Hidrantes ..................................................................................... 152.2.8 Brigada de Incndio .................................................................... 17

    3 MATERIAIS E MTODOS .................................................................... 183.1 TIPO DA PESQUISA ...................................................................... 183.2 MATERIAIS .................................................................................... 18

    3.3 LOCAL DA PESQUISA .................................................................. 183.4 MTODO ......................................................................................... 20

    3.4.1 Variveis da Pesquisa ................................................................. 20

  • 4 APRESENTAO E ANLISE DOS RESULTADOS ........................ 234.1 CLASSIFICAO DA EDIFICAO ........................................... 234.2 APRESENTAO DOS PREVENTIVOS EXISTENTES ............ 25Legenda do preventivos em planta: ............................................................ 264.3 VERIFICAO DO ATENDIMENTO AS EXIGNCIAS ........... 33

    4.3.1 Acesso de viatura na edificao .................................................. 334.3.2 Sadas de emergncia .................................................................. 344.3.3 Brigada de incndio .................................................................... 354.3.4 Iluminao de emergncia .......................................................... 354.3.5 Alarme de incndio ..................................................................... 374.3.6 Sinalizao de emergncia .......................................................... 374.3.7 Extintores .................................................................................... 40

    4.3.8 Hidrantes e mangotinhos ............................................................ 424.4 MATRIZ DE DESEMPENHO ........................................................ 46

    5 CONCLUSO ......................................................................................... 496 BIBLIOGRAFIA ..................................................................................... 50

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    LISTA DE FIGURAS

    Figura 01: Tringulo do fogo ........................................................................... 7Figura 02 Elementos e componentes do sistema de hidrantes .................... 16Figura 03 Campus da UFMT ...................................................................... 19Figura 04 ICET e FAET .............................................................................. 19Figura 05 Matriz de desempenho e importncia ......................................... 21Figura 06 Implantao ................................................................................. 23Figura 07 Planta Baixa Bloco A e ampliao Bloco A_Pav. Trreo .......... 27

    Figura 08 Planta Baixa Bloco A e ampliao Bloco A_Pav. Superior ....... 28Figura 09 Planta Baixa Bloco B e C_Pav. Trreo ....................................... 29Figura 11 Planta Baixa Bloco D, E e F_Pav. Superior ............................... 31Figura 12 Planta Baixa Bloco F_3 Pavimento ........................................... 32

    Figura 13 Acessos para viaturas na edificao ............................................ 33Figura 14 Conjunto de bloco autnomo da circulao da ampliao do Bloco A .......................................................................................................... 36Figura 15 Luminria de emergncia com sinalizao de sada da escada da ampliao do Bloco A ............................................................................... 36Figura 16 Iluminao de emergncia no auditrio da FAET ...................... 36Figura 17 Luminria de emergncia no auditrio da FAET ....................... 37Figura 18 Sinalizao de equipamento no piso ........................................... 38Figura 19 Sinalizao vertical de equipamento ........................................... 38Figura 20 Falta de sinalizao para hidrante ............................................... 38Figura 21 Falta de sinalizao para extintor ................................................ 38Figura 22 Falta de sinalizao para hidrante e extintor ............................... 39Figura 23 Faces do pilar sem sinalizao .................................................... 39Figura 24 Sinalizao onde no h equipamento ........................................ 39Figura 25 Sinalizao onde no h equipamento ........................................ 39Figura 26 Material de limpeza junto ao extintor ......................................... 40Figura 27 Mobilirio em local de acesso ao extintor .................................. 40Figura 28 Fiao e lixeira no local do extintor ............................................ 41Figura 29 Entulho impedindo o acesso ao extintor ..................................... 41

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    Figura 30 Carteiras de aula no acesso ao extintor ....................................... 41Figura 31 Hidrante sem sinalizao ............................................................. 42Figura 32 Hidrante sem alarme e esguicho .................................................. 42Figura 33 Hidrante vazio .............................................................................. 43Figura 34 Hidrante sem sinalizao ............................................................. 43Figura 35 Hidrante sem manuteno ............................................................ 43Figura 36 Hidrante sem manuteno ............................................................ 44Figura 37 Hidrante dentro da sala de aula .................................................... 44Figura 38 Hidrante dentro da sala de prancheta ........................................... 44Figura 39 Hidrante sem acesso ..................................................................... 45Figura 40 Matriz de desempenho dos sistemas ........................................... 47

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    LISTA DE QUADROS

    Quadro 1 - Seleo do agente extintor segundo a classificao do fogo ....... 14Quadro 2 Classificao da edificao ......................................................... 24Quadro 3 Sadas e escadas de emergncia .................................................. 35Quadro 4 Etapas de implantao de adequao e melhorias do sistema de segurana contra incndio e pnico ................................................................ 48

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    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 Classificao do risco da edificao quanto carga de incndio ... 8Tabela 2 - Tipos de sistemas .......................................................................... 16Tabela 3 Preventivos existentes na edificao ............................................ 26Tabela 4 Avaliao de importncia e desempenho das variveis ............... 46

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    LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

    APO Avaliao ps-ocupao FAET Faculdade de Arquitetura, Engenharia e Tecnologia ICET Instituto de Cincias Exatas e da Terra PROPLAN Pr-Reitoria de Planejamento SDAI Sistema de deteco e alarme de incndio

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    RESUMO

    SCHRADER, Fernanda Ticianel: Avaliao ps-ocupao em edifcio escolar com enfoque nas instalaes de segurana contra incndio e pnico. Cuiab - MT, 2010. Monografia (Especializao) Faculdade de Arquitetura, Engenharia e Tecnologia, Universidade Federal de Mato Grosso.

    Este trabalho tem por objetivo elaborar uma Avaliao Ps-ocupao (APO) em edifcios escolares da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) com enfoque nas instalaes de segurana contra incndio e pnico. A metodologia utilizada neste estudo baseou-se nos pressupostos tericos da avaliao ps-ocupao e nos mtodos de avaliao do tipo tcnico-construtivo para a segurana contra incndio. A pesquisa foi realizada nos prdio que compem a Faculdade de Arquitetura, Engenharia e Tecnologia (FAET) e o Instituto de Cincias Exatas e da Terra (ICET) da UFMT e foi desenvolvida por meio de visitas tcnicas in loco e registro iconogrfico com o objetivo de levantar e avaliar os equipamentos e sistemas de preveno e combate a incndio existente na edificao em estudo. Para a avaliao das instalaes foram utilizados os parmetros de Mato Grosso (2005). Como ferramenta para elaborao de propostas de adequao e melhoria do sistema global de preveno e combate a incndio e pnico, utilizou-se o mtodo da matriz de importncia e desempenho no qual se definiu o grau de importncia e o grau de atendimento as exigncias da legislao para cada varivel do sistema. Como resultado dessa pesquisa, apresenta-se o levantamento tcnico dos preventivos por meio de plantas baixas dos pavimentos, a verificao e anlise do atendimento as exigncias normativas. A avaliao que se faz a de um sistema de segurana contra incndio e pnico deficiente e defasado, implicando a existncia de um risco alto em caso de sinistro tanto para os usurios da edificao quanto para todo o patrimnio fsico de instalaes, equipamento e acervos da faculdade e do instituto.

    Palavras-chave: segurana. avaliao ps-ocupao. incndio.

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    1 INTRODUO

    1.1 PROBLEMTICA

    Historicamente, as edificaes pblicas tendem a no atender a todos os requisitos normativos de preveno e combate a incndios. Nas edificaes que compem a UFMT no diferente. Tm-se edificaes antigas e novas e como as normas brasileiras de proteo contra incndio so muito recentes necessrio que haja uma adequao do sistema de segurana contra incndio e pnico desses edifcios.

    A problemtica dessa pesquisa desenvolve-se no contexto da ausncia de informaes de projeto de preveno e combate a incndio e de um levantamento tcnico das instalaes existentes no campus da UFMT e mais especificamente nas edificaes em estudo, os prdios da FAET do ICET.

    Os equipamentos e sistemas de preventivos existentes na edificao, que so aqum do necessrio, recebem pouca manuteno o que os torna pouco eficiente em caso de ocorrncia de sinistros. Para os sistemas que no so contemplados e que so necessrios em funo da classificao da edificao, no existem propostas de implantao. O no atendimento as leis de preveno contra incndio deixa a edificao e seus usurios vulnerveis a ocorrncia de sinistros que podem tomar propores ainda maiores quando no h alternativas de controle e combate a incndio. Vale ressaltar que a perda de patrimnio da faculdade e do instituto em caso de sinistros acarreta em perda de sistemas e equipamentos importantes para formao e ensino e ainda todo o acervo tcnico de ensino, pesquisas e produes cientficas.

    1.2 JUSTIFICATIVA

    A segurana, preveno e combate a incndio nas edificaes deve ser considerada ainda em fase de projeto, esta etapa definida como a de produo da edificao, na qual vrios problemas que possam surgir durante a fase de uso podem

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    ser previstos e resolvidos sem afetar a qualidade e durabilidade da edificao e suas instalaes de preveno e combate a incndios.

    Infelizmente essa no a realidade encontrada nos prdios da FAET e do ICET, tendo em visto o perodo de execuo da edificao. No entanto, necessrio que se faam adequaes no sistema existem e propostas de implantao de novos sistemas visando a segurana patrimonial da edificao bem como a segurana dos alunos, professores, tcnicos e usurios em geral que fazem uso do espao universitrio.

    Para isso, faz-se necessrio a realizao de um levantamento tcnico das instalaes e preventivos existentes e a elaborao de um diagnstico da situao da edificao, com base nas normas e leis de segurana vigentes. Com o levantamento e analise desses dados, possvel realizar um planejamento de implantao de adequaes e melhorias do sistema de preveno da FAET e do ICET.

    importante ressaltar que na FAET que os arquitetos, engenheiros e especialmente os engenheiros de segurana do trabalho so formados. Esses profissionais so responsveis pela qualidade dos projetos, tanto os projetos de arquitetura, que onde a segurana na edificao deve comear a ser desenvolvida, quanto os projetos de preveno e combate a incndio. Esses profissionais so responsveis tambm pela execuo dos sistemas previstos em projeto. Portanto, ter um ambiente de formao de profissionais adequado com a os padres normativos de suma importncia e necessidade.

    1.3 OBJETIVOS

    1.3.1 Objetivo Geral

    O objetivo geral desse estudo realizar uma avaliao ps-ocupao com enfoque nas instalaes de segurana e preveno contra incndio e pnico em um edifcio escolar.

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    1.3.2 Objetivos Especficos

    Apresentam-se como objetivos especficos: a) Realizar um levantamento das instalaes de preveno e combate

    incndio e pnico existentes nos edifcios da FAET e ICET. b) Verificar o atendimento das instalaes existentes s exigncias

    normativas vigentes;

    c) Elaborar propostas para implantao de adequaes e melhorias das instalaes existentes para cumprimento s normas vigentes.

    1.4 APRESENTAO

    Este trabalho est organizado em cinco captulos: o primeiro aborda a introduo com a problemtica, a justificativa e os objetivos; o segundo captulo traz a reviso bibliogrfica com os conceitos e metodologias da avaliao ps-ocupao e as definies dos sistemas de preveno e combate a incndio aplicveis edificao em estudo; o captulo trs descreve os materiais e mtodos utilizados no estudo; o quarto captulo apresenta e analisa os resultados obtidos com a pesquisa com as plantas baixas dos pavimentos e indicao e quantificao dos preventivos encontrados na edificao, com diagnstico e anlise do atendimento as exigncias normativas para a edificao e com propostas de implantao de adequaes e melhorias para o sistema de preveno e combate a incndio; finalmente no captulo cinco, as consideraes finais.

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    2 REVISO BIBLIOGRFICA

    2.1 AVALIAO PS-OCUPAO

    A necessidade de se avaliar o desempenho do ambiente construdo comeou a surgir nos pases desenvolvidos no perodo do ps-guerra com a construo de conjuntos habitacionais em larga escala que por suas caractersticas no satisfaziam as exigncias dos moradores. Ornstein (1992) define ambiente construdo como qualquer ambiente construdo, seja um edifcio, espao pblico, espao coberto ou descoberto, infra-estrutura urbana, uma cidade ou regio, independentemente da escala ou complexidade do espao.

    No fim da dcada de 60, surgiu nos Estados Unidos a rea de conhecimento chamada APO com o intuito de realizar uma avaliao global do edifcio levando em considerao a avaliao tcnica e o ponto de vista dos usurios. A partir dessa experincia, a idia de se avaliar o ambiente construdo se difundiu pelos pases desenvolvidos como Alemanha, Inglaterra e Japo e se consolidou do ponto de vista acadmico e no meio profissional. Na Amrica Latina, os estudos sobre o ambiente construdo tiveram incio em meados da dcada de 70, mas em menor escala que nos pases desenvolvidos. Porm, tanto nos pases desenvolvidos como nos em desenvolvimento, ainda h muito campo para estudar e analisar, principalmente no que diz respeito aos mtodos de avaliao de desempenho de edifcios que ainda so pouco desenvolvidos (ORNSTEIN, 1992).

    O ciclo do ambiente construdo pode ser divido em duas etapas: a primeira a de produo, na qual fazem parte as etapas do planejamento, de desenvolvimento de projetos e a construo do edifcio. Essa fase tem um tempo de durao curto e suas etapas j consagradas e conhecidas no setor da arquitetura e engenharia civil. A segunda fase a de uso, perodo este de longa durao, na qual o ambiente passa a assumir um papel social e sua eficincia avaliada segundo a satisfao do usurio (FERREIRA, 2004).

    No entanto, no Brasil o hbito de se avaliar os espaos no decorrer do uso ainda pouco difundido entre os profissionais da rea o que torna a viso sistmica do processo de produo e ocupao incompleta, uma vez que so poucas as

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    pesquisas voltadas para a anlise da segunda fase do ciclo. A no continuidade no processo de construo, ocupao, avaliao; a ausncia de uma anlise preventiva desde a fase de projeto; e a ocorrncia de repetio de falhas j ocorridas em projetos nos edifcios semelhantes por no ser levado em conta os problemas j ocorridos, faz com que haja uma reduo na vida til do edifcio (ORNSTEIN, 1992).

    2.1.1. Tcnicas da Avaliao Ps-Ocupao

    A metodologia da avaliao ps-ocupao tem como objeto central a anlise do uso dos ambientes construdos como a apropriao do espao, sua operao e conseqente manuteno. um sistema de anlise que objetiva determinar nveis de satisfao a partir de levantamentos realizados com os indivduos envolvidos na produo e no uso do ambiente.

    Ornstein (1992) apresenta mtodos e tcnicas para desenvolvimento da pesquisa aplicada como um dos meios para se avaliar sistematicamente ambientes construdos e para se criar procedimentos que estimulem o desenvolvimento de propostas que visem o bem estar do usurio. Os principais objetivos da APO so: promover a ao ou interveno que propicie a melhoria da qualidade de vida daqueles que usam o ambiente e produzir informaes na forma de banco de dados, gerar conhecimento sistematizado sobre o ambiente e as relaes ambiente e comportamento. Dessa forma, a APO um dos mecanismos mais eficientes de realimentao de projetos semelhantes e de controle de qualidade global do ambiente construdo no decorrer de sua vida til. (ORNSTEIN, 1992, p. 20).

    Preiser (1989) apud Ferreira (2004) propes trs nveis de APO, os quais se distinguem entre si pela profundidade com que a pesquisa desenvolvida, pela finalidade, pelos prazos e recursos disponveis. Dessa forma, os trs nveis propostos so:

    a) APO Indicativa de curto prazo: proporciona, atravs de rpidas visitas exploratrias do ambiente em questo e entrevistas selecionadas com usurio-chave, indicao dos principais aspectos positivos e negativos do objeto de estudo.

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    b) APO Investigativa ou de mdio prazo: trata-se do nvel anterior acrescido da explicao de critrios referenciais de desempenho.

    c) APO Diagnstico ou de longo prazo: define detalhadamente critrios de desempenho, utiliza tcnicas sofisticadas de medidas correlacionando aquelas fsicas, com as respostas dos usurios, tendo-se em mente a estrutura organizacional da entidade. Para tanto, exige recursos bem maiores do que os nveis anteriores.

    Segundo Ornstein (1991) a pesquisa de APO deve ser planejada e formulada previamente ao incio da atividade com o intuito de garantir um levantamento de dados adequado dos dados e o alcance das metas estabelecidas. A pesquisa pode ser divida em etapas de coleta ou levantamento de dados; diagnstico; recomendaes para o ambiente; e recomendaes para futuros projetos.

    2.2 SISTEMAS DE PREVENO E COMBATE INCNDIO

    A engenharia de segurana contra incndio tem como objetivo principal salvaguardar vidas e bens por meio de condies passivas e ativas que permitam minimizar ao extremo as possibilidades de ocorrncia de um incndio ou que possam controlar o fogo na fase mais incipiente. Com o objetivo de proteger as pessoas e o patrimnio, uma srie de medidas de proteo contra o fogo pode ser tomada na etapa de projeto e construo de um edifcio (BRENTANO, 2007).

    A proteo contra incndios divida segundo Camillo Jnior (2004) em preveno e extino. A preveno o conjunto de normas e aes adotadas na luta contra o fogo de forma a eliminar as possibilidades de sua ocorrncia. A extino visa eliminar o fogo por diversos processos usando taticamente os equipamentos de combate ao fogo.

    2.2.1 Teoria do Fogo

    O fogo uma reao qumica denominada combusto, que uma oxidao rpida entre o material combustvel e o oxignio do ar, provocada por uma fonte de

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    calor. O produto dessa reao luz e calor. Para que se inicie a reao qumica do fogo, deve haver simultaneamente a ocorrncia de trs elementos:

    a) Material combustvel: todo material que queima, pode ser slido, lquido e gasoso;

    b) Comburente (oxignio): o elemento ativador do fogo, que se combina com os vapores inflamveis dos combustveis e possibilita a expanso do fogo;

    c) Fonte de calor: a forma de energia, o elemento que d incio ao fogo e que faz o fogo se propagar.

    Esses trs elementos compem o tringulo do fogo (Figura 01) e para que haja a propagao do fogo deve haver condies para a reao em cadeia, que acontece quando os combustveis, aps iniciarem a combusto, geram mais calor e esse calor provoca o desprendimento de mais gases ou vapores combustveis, desenvolvendo uma reao em cadeia.

    Figura 01: Tringulo do fogo Fonte: Seito (2008)

    Os incndios so classificados de acordo com o tipo do material combustvel em quatro classes (BRASIL, 1993b):

    a) Fogo classe A fogo envolvendo materiais combustveis slidos, tais como: madeira, tecidos, papis, borrachas, plsticos termoestveis e outras fibras orgnicas, que queimam em superfcie e profundidade, deixando resduos.

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    b) Fogo classe B fogo envolvendo lquidos e/ou gases inflamveis ou combustveis, plsticos e graxas que se liquefazem por ao do calor e queimam somente em superfcie.

    c) Fogo classe C fogo envolvendo equipamentos e instalaes eltricas energizados.

    d) Fogo classe D fogo em metais combustveis, tais como magnsio, titnio, alumnio, zircnio, sdio, potssio e ltio.

    A classe de risco das edificaes determinado pela carga de incndio (MJ/m), ou seja, a quantidade de material combustvel por rea de piso do ambiente considerado ou ainda, a quantidade de calor que pode ser liberada, no caso de incndio, por unidade de rea do piso. So consideradas trs classes de risco em funo da carga de incndio, conforme Tabela 1.

    Tabela 1 Classificao do risco da edificao quanto carga de incndio RISO CARGA DE INCNDIO (MJ/m)

    Baixo At 300MJ/m

    Mdio Entre 300 e 1.200MJ/m

    Alto Acima de 1.200MJ/m

    Fonte: Seito (2008)

    2.2.2 Sadas de Emergncia

    O sistema de sada de emergncia de um edifcio deve proporcionar condies para que a populao possa abandonar a edificao em caso de incndio, completamente protegida em sua integridade fsica e permitir o fcil acesso de auxlio externo do corpo de bombeiro para o combate ao fogo e retirada da populao (BRASIL, 1993a).

    A construo do sistema de sadas de emergncia deve estar em condies de dar conforto mnimo e segurana ao usurio. pea fundamental no sucesso da retirada de pessoas de locais sinistrados. Em poucos segundos a pessoa submetida intensa carga fsica e emocional para qual normalmente no est preparada e a construo deve estar isenta de riscos (SEITO, 2008).

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    Brasil (1993a) define as condies gerais para o projeto das sadas de emergncia. A edificao deve ser classificada quanto sua ocupao, sua rea e quanto sua altura para adequado dimensionamento dos requisitos obrigatrios do projeto das sadas de emergncia.

    A sada de emergncia deve ser composta por acessos ou rotas de sadas horizontais e respectivas portas ou ao espao livre exterior nas edificaes trreas; escadas ou rampas; e descarga. As sadas de emergncia so dimensionadas em funo da populao da edificao. Os acessos devem permitir o escoamento fcil de todos os ocupantes do prdio, permanecer desobstrudos em todos os pavimentos, ter dimenses adequadas conforme clculo de dimensionamento, ter p-direito mnimo de 2,50 m, com exceo de obstculos representados por vigas, vergas de portas, e outros, cuja altura mnima livre deve ser de 2,00 m, ser sinalizados e iluminados com indicao clara do sentido da sada. Os acessos devem permanecer livres de quaisquer obstculos de forma permanente, mesmo quando o prdio esteja supostamente fora de uso (BRASIL, 1993a).

    As distncias mximas a serem percorridas para atingir um local seguro como espao livre exterior, rea de refgio, escada protegida ou prova de fumaa, tendo em vista o risco vida humana decorrente do fogo e da fumaa, devem considerar: o acrscimo de risco quando a fuga possvel em apenas um sentido, o acrscimo de risco em funo das caractersticas construtivas da edificao, a reduo de risco em caso de proteo por chuveiros automticos, e a reduo de risco pela facilidade de sadas em edificaes trreas (BRASIL, 1993a).

    Em qualquer edificao, os pavimentos sem sada em nvel para o espao livre exterior devem ser dotados de escadas, enclausuradas ou no, as quais devem: quando enclausuradas, ser constitudas com material incombustvel; quando no enclausuradas, alm da incombustibilidade, deve oferecer nos elementos estruturais resistncia ao fogo de no mnimo 2 horas; ter os pisos dos degraus e patamares revestidos com materiais resistentes propagao superficial de chama; ser dotados de guardas em seus lados abertos; ser dotadas de corrimos; atender a todos os pavimentos, acima e abaixo da descarga, mas terminando obrigatoriamente no piso desta, no podendo ter comunicao direta com outro lano na mesma prumada; ter os pisos com condies antiderrapantes (BRASIL, 1993a).

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    2.2.3 Deteco e Alarme de Incndio

    A proposta do sistema de deteco e alarme de incndio (SDAI) detectar o fogo em seu estgio inicial, a fim de possibilitar o abandono rpido e seguro dos ocupantes do edifcio e iniciar as aes de combate ao fogo, evitando assim a perda de vidas, do patrimnio e tambm evitar contaminao do meio ambiente. O SDAI constitudo por um conjunto de elementos planejadamente dispostos e adequadamente interligados para fornecer informaes de princpios de incndio, por meio de indicaes sonoras e visuais, e controlam os dispositivos de segurana e de combate automtico instalados no prdio (BRASIL, 1998).

    Brasil (1998) fixa as condies exigveis para elaborao de projetos, execuo de instalaes, operao e manuteno de sistemas de deteco e alarme de incndio. O SDAI constitudo basicamente por trs elementos, o primeiro elemento do sistema composto pelos detectores automticos de incndio que tm a funo de deteco do incndio; o segundo elemento o processando composto pelos acionadores manuais que possuem a funo detectar o sinal de incndio e enviar do local do fogo at a central de processamento ou central de alarme; o terceiro elemento do sistema o aviso ativado pela central por meio de sinalizao visual e/ou sonora, com o objetivo de alertar os ocupantes e tambm acionar dispositivos auxiliares para operao de outros sistemas de combate a incndio.

    A deteco de um incndio ocorre por intermdio dos fenmenos fsicos primrios e secundrios de uma combusto. Podemos citar como exemplos de fenmenos fsicos primrios a radiao visvel e invisvel do calor da chama aberta e a variao de temperatura do ambiente devido a um incndio e exemplos de fenmenos secundrios a produo de fumaa e fuligem (SEITO, 2008).

    2.2.4 Iluminao de Emergncia

    Quando o incndio ocorre em um edifcio, a dificuldade da visibilidade em corredores, escadas e passagens pode significar a diferena entre uma evacuao ordenada e o caos. O sistema de iluminao de emergncia complementa a viabilidade da sada dos ocupantes do edifcio, portanto no pode ser concebido

  • 11

    isoladamente dos demais sistemas de segurana da edificao. A iluminao de emergncia tem como funes permitir a evacuao segura de uma edificao e possibilitar a continuidade dos trabalhos que por sua natureza no podem sofrer soluo de continuao (SEITO, 2008).

    Brasil (1999) fixa as caractersticas mnimas exigveis para as funes a que se destina o sistema de iluminao de emergncia a ser instalado em edificaes, ou em outras reas fechadas sem iluminao natural. Os sistemas estabelecidos pela norma so do tipo: conjunto de blocos autnomos (instalao fixa); sistema centralizado com baterias; sistema centralizado com grupo motogerador; equipamentos portteis com a alimentao compatvel com o tempo de funcionamento garantido; sistema de iluminao fixa por elementos qumicos sem gerao de calor, atuado a distncia; e sistemas fluorescentes base de acumulao de energia de luz ou ativados por energia eltrica externa.

    A iluminao de emergncia obrigatria em todos os locais que proporcionam uma circulao vertical ou horizontal, de sadas para o exterior da edificao. O sistema de iluminao do ambiente deve garantir um nvel mnimo de iluminamento no piso de 5 lux em locais com desnvel e 3 lux em locais planos; deve permitir o reconhecimento de obstculos que possam dificultar a circulao, como grades, sadas, mudanas de direo, etc.; e no pode deixar sombras nos degraus das escadas ou obstculos. O sistema de iluminao por sinalizao deve assinalar todas as mudanas de direo, obstculos, sadas, escadas, etc. e no deve ser obstruda por anteparos ou arranjos decorativos. A funo da sinalizao deve ser assegurada por textos escritos e/ou smbolos grficos, reflexivos ou luminoso-transparentes (BRASIL, 1999).

    O projeto do sistema de iluminao de emergncia deve levar em considerao a falta ou falha de energia eltrica fornecida pela concessionria ou o desligamento voluntrio em caso de incndio na rea afetada. Deve indicar os pontos da instalao dos dispositivos de iluminao, com o tempo mnimo de funcionamento do sistema previsto nessas reas, em caso de planejamento da variao da autonomia de iluminao de emergncia em diferentes reas (SEITO, 2008).

  • 12

    2.2.5 Extintor de Incndio

    Os extintores portteis fazem parte do sistema bsico de segurana contra incndio em edificaes e devem ter como caractersticas principais a portabilidade, a facilidade de uso, o manejo e operao, e tem como objetivo o combate de princpio de incndio. A manuteno desses equipamentos juntamente com o treinamento de pessoas para seu uso fundamental para seu objetivo. Os princpios de incndios tm caractersticas diferentes em funo de sua origem eltrica ou no, e materiais combustveis envolvidos, o que exige o uso de agentes extintores apropriados para cada caso. Em funo disso h uma classificao dos extintores. Chama-se agente extintor a substncia que utilizada para preencher os extintores a qual definir o tipo de extintor. Capacidade extintora do extintor determina o poder de extino. Quanto ao transporte, os extintores podem ser portteis, no-portteis sobre-roda ou no-portteis estacionrio (SEITO, 2008).

    Brasil (1993b) fixa as condies exigveis para projeto e instalao de sistemas de proteo por extintores portteis e/ou sobre rodas. A norma se aplica a riscos isolados que necessitem de sistema de proteo por extintores portteis e/ou sobre rodas, para a salvaguarda de pessoas e bens materiais.

    A eficincia dos extintores funo de vrios fatores tais como: agente extintor, pois existem agentes adequados e com maior ou menor eficincia no combate a determinado princpio de incndio ou classe de fogo; alcance do jato do agente extintor que funo da presso interna e do orifcio de sada, que so caractersticas de cada extintor; durao de descarga ou tempo efetivo de descarga que funo da quantidade de agente extintor contido no extintor e da vazo do agente extintor; forma de descarga que pode ser jato concentrado ou jato em forma de nvoa; e operacionalidade j que o extintor deve ser de fcil manuseio e adequado ao tipo do material combustvel e energia desenvolvida pelo princpio de incndio (SEITO, 2008).

    Os extintores so classificados em funo do agente extintor que podem ser utilizados para uma ou mais classes de fogo. Os extintores podem ser caracterizados pelo agente extintor, sistema de ejeo, capacidade extintora, carga em volume e massa. Quanto ao agente extintor, este pode ser do tipo:

  • 13

    a) gua b) P para extino de incndio c) Espuma mecnica d) CO2. e) Halogenados Quanto ao sistema de ejeo do agente extintor, pode ser classificado em

    auto-ejeo, cujo agente extintor gasoso e mantido sob presso no recipiente; pressurizao direta, quando os extintores esto sob pressurizao permanente e caracterizam-se pelo emprego de somente um recipiente para o agente extintor e o gs expelente; e pressurizao indireta, quando os extintores so pressurizados por ocasio do uso e caracterizam-se pelo emprego de um recipiente para ao agente extintor e um cilindro para ao gs expelente.

    Quanto capacidade extintora, pode ser do tipo: a) Classe A - capacidade extintora 1-A, 2-A, 3-A, 4-A, 6-A, 10-A, 20-A, 30-

    A e 40-A. b) Classe B - capacidade extintora 1-B, 2-B, 5-B, 10-B, 20-B, 30-B, 40-B,

    60-B e 80-B, 120-B, 160-B, 240-B, 320-B, 480-B e 640-B. Os extintores portteis podem chegar a 120-B e os sobre-rodas podem chegar a 240-B.

    c) Classes C e D - no tm classificao, o ensaio do tipo passa ou no passa, ou seja, ou cumprem o requisito normativo de ensaio na sua totalidade ou no so classificados para o risco.

    Quanto carga em volume e em massa o extintor contendo um mesmo agente extintor pode ter massas ou volumes diferentes, porm sua classificao feita pela capacidade extintora.

    Para o projeto do sistema de proteo contra incndio por extintores, portteis e/ou sobre rodas, deve ser considerado a classe de risco a ser protegida e respectiva rea; a natureza do fogo a ser extinto; o agente extintor a ser utilizado; a capacidade extintora do extintor; a distncia mxima a ser percorrida. Para a seleo do agente extintor de acordo com a natureza do fogo, os agentes extintores devem ser selecionados conforme Quadro 1.

  • 14

    Quadro 1 - Seleo do agente extintor segundo a classificao do fogo

    CLASSE DE

    FOGO

    AGENTE EXTINTOR

    GUA ESPUMA MECNICA

    DIXIDO DE CARBONO

    (CO2) P BC P ABC HALOGE

    NADOS

    A A A NR NR A A

    B P A A A A A

    C P P A A A A

    D Deve ser verificada a compatibilidade entre o metal combustvel e o agente extintor

    (A) apropriado classe de fogo (NR) no recomendado classe de fogo (P) proibido classe de fogo Fonte: Seito (2008).

    Quanto a localizao dos extintores importante que estes estejam locados, pois ir permitir uma rpida interveno para cessar o processo da evoluo do incndio. Recomenda-se que: estejam facilmente visveis por meio de sinalizao; estejam distribudos para cobrir a rea protegida; sejam de fcil acesso levando-se em conta a portabilidade; no haja obstculos at o local de utilizao; estejam prximo aos locais de entrada e sada; no estejam atrs de portas de rotas de fuga; estejam protegidos de acidentes provocados pela movimentao de pessoas, veculos ou cargas; estejam protegidos de intempries e de ambientes agressivos com excesso de calor, atmosferas corrosivas, maresias, vento e poluio; e estejam protegidos contra vandalismo.

    2.2.6 Sinalizao de Emergncia

    A sinalizao de segurana contra incndio e pnico tem como objetivo reduzir o risco de ocorrncia de incndio, alertando para os riscos existentes, e garantir que sejam adotadas aes adequadas situao de risco, que orientem as aes de combate e facilitem a localizao dos equipamentos e das rotas de sada para abandono seguro da edificao em caso de incndio. A sinalizao de segurana contra incndio e pnico faz uso de smbolos, mensagens e cores definidos na ABNT NBR 13434-2 e instalados nas reas de risco (BRASIL, 2001, p.2)

    Brasil (2001) fixa os requisitos exigveis que devem ser satisfeitas pela instalao do sistema de sinalizao de segurana contra incndio e pnico em

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    edificaes. A sinalizao de segurana contra incndio e pnico classificada em sinalizao bsica e complementar.

    a) Sinalizao bsica: A sinalizao bsica constituda por quatro categorias, de acordo com a sua funo, tais como: sinalizao de proibio, cuja funo proibir ou coibir aes capazes de conduzir ao incio do incndio ou ao seu agravamento; sinalizao de alerta, cuja funo alertar para reas e materiais com potencial risco; sinalizao de orientao e salvamento, cuja funo indicar as rotas de sada e aes necessrias para o seu acesso; sinalizao de equipamentos de combate e alarme, cuja funo indicar a localizao e os tipos de equipamentos de combate a incndio disponveis.

    b) Sinalizao complementar: A sinalizao complementar composta por faixas de cor ou mensagens, devendo ser empregadas nas seguintes situaes: indicao continuada de rotas de sada; indicao de obstculos e riscos de utilizao das rotas de sada, como pilares, arestas de paredes, vigas etc.; mensagens escritas especficas que acompanham a sinalizao bsica, onde for necessria a complementao da mensagem dada pelo smbolo.

    Os diversos tipos de sinalizao de segurana contra incndio e pnico devem ser implantados em funo de caractersticas especficas de uso e dos riscos, bem como em funo de necessidades bsicas para a garantia da segurana contra incndio na edificao (BRASIL, 2001).

    2.2.7 Hidrantes

    O sistema de hidrantes um sistema fixo de combate a incndio que funciona sob comando e libera gua sobre o foco de incndio em vazo compatvel ao risco do local que visa proteger, de forma a extingui-lo ou control-lo em seu estgio inicial. Dessa forma, esse sistema possibilita o incio do combate ao incndio pelos usurios antes da chegada do corpo de bombeiros, alm de facilitar os servios dele quanto ao recalque de gua e, em especial, em edificaes altas (SEITO, 2008).

  • 16

    O sistema de hidrantes constitudo por tomadas de incndio, que so distribudas na edificao, nas quais podem haver uma ou duas sadas de gua. As tomadas de incndio so formadas por vlvulas angulares e com seus respectivos adaptadores e tampes. Elas podem estar abrigadas em caixa de incndio que j contm as mangueiras de hidrantes e esguichos, que so acopladas somente em caso de incndio (BRENTANO, 2007). O sistema de hidrantes organizado em trs subsistemas: reservao, pressurizao e comando (Figura 02).

    Figura 02 Elementos e componentes do sistema de hidrantes Fonte: Seito (2008)

    De acordo com Brasil (2000) os sistemas de hidrantes e de mangotinhos so classificados de acordo com o tipo de esguicho, dimetro e comprimento da mangueira, nmero de sadas e vazo no hidrante mais desfavorvel (Tabela 2).

    Tabela 2 - Tipos de sistemas

    TIPO ESGUICHO

    MANGUEIRAS

    SADAS VAZO L/min DIMETRO mm

    COMPRIMENTO MXIMO

    m

    1 Regulvel 25 ou 32 30 1 80 ou 100

    2 Jato compacto

    16 mm ou regulvel

    40 30 2 300

    3 Jato compacto

    25 mm ou regulvel

    65 30 2 300

    Fonte: Brasil (2000)

  • 17

    2.2.8 Brigada de Incndio

    A brigada de combate a incndio uma organizao formada pelos empregados da empresa, preparada e treinada para atuar com rapidez e eficincia em casos de princpio de incndio, operando os dispositivos de combate a incndio, dentro dos padres tcnicos essenciais (CAMILLO JNIOR, 2004).

    Seito (2008) classifica as brigadas de incndio em trs grupos: a) Brigadas de incndios: aquelas destinadas a combater princpios de

    incndios nas edificaes; so compostas de funcionrios treinados de diversos setores (ou de vrios andares) da empresa para a extino dos focos de incndio;

    b) Brigadas de abandono: aquelas destinadas a realizar a retirada da populao das edificaes; so compostas de funcionrios com treinamento especifico para o abandono de local. No fazem parte da brigada de incndio, pois, em uma situao de emergncia, devem deixar o local junto com a populao do prdio;

    c) Brigadas de emergncias: aquelas que, alm de combater princpios de incndios, realizam tambm a orientao para o abandono de local; so responsveis por sinistros e riscos de locais especficos, tais como inundaes, vazamentos de produtos perigosos, vazamentos de fornos, etc.

    As brigadas tambm podem ser divididas de acordo com o local de sua ocupao em: brigadas industriais; brigadas comerciais; brigadas residenciais; e no caso de prdios, existem exigncias especficas para as edificaes de acordo com a sua altura.

  • 18

    3 MATERIAIS E MTODOS

    3.1 TIPO DA PESQUISA

    Essa pesquisa tomou por referncia os pressupostos tericos da avaliao ps-ocupao e utilizou-se o mtodo de avaliao do tipo tcnico-construtivo para a segurana contra incndio.

    Foi desenvolvida uma pesquisa descritiva, quantitativa e analtica atravs de uma pesquisa bibliogrfica e documental, de levantamento de dados in loco e de anlise dos dados coletados com relao as legislaes vigentes.

    3.2 MATERIAIS

    Para anlise da conformidade das instalaes existentes na edificao foram utilizados os parmetros da lei de segurana contra incndio e pnico de Mato Grosso n 8.399 de 2005 (MATO GROSSO, 2005).

    Para realizao do levantamento tcnico das instalaes existentes na edificao e identificao do uso de cada ambiente foram utilizadas as plantas arquitetnicas existentes do prdio na PROPLAN (Pr-Reitoria de Planejamento).

    Utilizou-se mquina fotogrfica digital para realizao de um levantamento iconogrfico dos preventivos encontrados.

    3.3 LOCAL DA PESQUISA

    A pesquisa foi realizada no campus da UFMT de Cuiab (Figura 03) nos prdio que compem a FAET e o ICET dos quais fazem parte os departamentos dos cursos de Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Civil, Engenharia Eltrica, Engenharia Sanitria e Ambiental, Geologia, Matemtica, Fsica e Qumica (Figura 04).

  • 19

    Figura 03 Campus da UFMT Fonte: PROPLAN

    Figura 04 ICET e FAET

    Fonte: PROPLAN

  • 20

    3.4 MTODO

    A pesquisa foi desenvolvida por meio de visitas tcnicas in loco nas quais procurou-se levantar os dados relativos as variveis estabelecidas por norma e comparar com as respectivas exigncias. Realizou-se tambm um registro iconogrfico dos preventivos encontrados com o objetivo de registrar o estado fsico das instalaes, permitindo dessa forma, a realizao de anlises qualitativa do sistema.

    3.4.1 Variveis da Pesquisa

    Baseado nos parmetros de classificao da edificao quanto ocupao, altura e carga de incndio (MATO GROSSO, 2005), foram definidas as seguintes variveis para o sistema global de segurana contra incndio e pnico da edificao:

    a) Acesso de viatura na edificao b) Sada de emergncia c) Brigada de incndio d) Iluminao de emergncia e) Alarme de Incndio f) Sinalizao de emergncia g) Extintor de incndio h) Hidrantes Para cada varivel foram definidos dois atributos, um para avaliao de

    importncia e outro para avaliao de desempenho. Primeiramente definiu-se um grau de importncia da varivel frente ao sistema global de preveno e combate a incndio e pnico e aps o levantamento das instalaes definiu-se um grau de atendimento s exigncias da legislao. A avaliao de importncia de cada sistema frente ao sistema global de segurana contra incndio e pnico foi realizada para as caractersticas da edificao em estudo, podendo sofrer alteraes no caso de avaliao de outra edificao. Com esses atributos foi elaborada uma matriz de importncia e desempenho como mtodo para elaborao de um diagnstico e

  • 21

    apresentao de propostas e recomendaes de adequaes e melhorias para o sistema de preveno e combate a incndio e pnico encontrado na edificao.

    A matriz de importncia e desempenho utilizada nesse estudo uma ferramenta de anlise de pesquisa de marketing que combina informaes relativas s percepes de clientes e de valores concernentes importncia atribuda (ZEITHAML, 2003).

    A matriz representa o grau de importncia de cada varivel no eixo vertical, onde alta est na extremidade superior e baixa na extremidade inferior, e o grau de atendimento a legislao no eixo horizontal, onde alta est na extremidade direita e baixa na extremidade esquerda (Figura 05).

    Figura 05 Matriz de desempenho e importncia

    A zona hachurada do grfico indica a rea de maior alavancagem para as melhorias na qualidade do sistema onde a importncia alta e o desempenho baixo. Neste quadrante esto atributos que necessitam de melhorias mais amplas e de atendimento a curto prazo. No quadrante adjacente superior esto os atributos que devem ser implantados a mdio prazo, aqueles que apresentam um bom desempenho

  • 22

    e que so muito importantes para o sistema de segurana. Os dois quadrantes abaixo contm atributos que so menos importantes, entre os quais alguns apresentam bom desempenho, e que devem ento ser implantados a longo prazo, e outros com desempenho fraco, que devem ser implantados tambm a mdio prazo (ZEITHAML, 2003).

  • 23

    4 APRESENTAO E ANLISE DOS RESULTADOS

    4.1 CLASSIFICAO DA EDIFICAO

    A edificao em estudo composta pelos blocos A, B, C, D, E, F e ampliao do Bloco A. A edificao est implantada conforme Figura 06 com as respectivas distncias entre um bloco e outro. Possui uma rea til total de 17.606,30m e altura variada em funo da quantidade de pavimentos, sendo a maior altura de 11,39m, medida de piso a piso (da laje de cobertura), encontrada no Bloco F o qual possui trs pavimentos.

    A ocupao dos blocos est dividida em departamentos de ensino dos quais fazem parte as reas de estudo como: salas de aula, laboratrios, bibliotecas setoriais, salas de professores; reas administrativas como: salas de coordenao, secretarias, diretorias e departamentos; rea de apoio como: centros acadmicos, sanitrios, cantinas, almoxarifados, depsitos, circulao e reas de vivncia, conforme mostrado nas plantas baixas dos pavimentos (Figuras 7 a 12).

    Figura 06 Implantao

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    Com base nos parmetros de Mato Grosso (2005), a edificao foi classificada quanto a sua ocupao na diviso E-1, quanto a sua altura em tipo III e quanto a carga de incndio em risco baixo conforme mostrado no Quadro 2.

    Quadro 2 Classificao da edificao

    TABELA DESCRIO CLASSIFICAO 1 Classificao da edificao, instalaes e locais

    de risco quanto ocupao Diviso E-1

    (escola em geral) 2 Classificao da edificao quanto altura Tipo III

    (6,00m

  • 25

    4.2 APRESENTAO DOS PREVENTIVOS EXISTENTES

    Os preventivos e instalaes de preveno e combate a incndio levantados na edificao para verificao do atendimento as exigncias da legislao foram locados nas plantas baixas dos pavimentos (Figuras 7 a 12) para visualizao da disposio dos mesmos ao longo da edificao e especificados e quantificados na Tabela 3.

    No Bloco A, composto por dois pavimentos, foram encontrados unidades de hidrantes, extintores, sinalizao de equipamento e iluminao de emergncia. Na ampliao do Bloco A, composto tambm por dois pavimentos, foram encontrados apenas unidades de iluminao de emergncia. No Bloco B e C, compostos apenas de pavimentos trreo, foram levantados unidades de extintores e sinalizao de equipamentos. No Bloco D e E, com dois pavimentos cada um, foram encontrados unidades de extintores e sinalizao de equipamentos. Finalmente, no Bloco F, composto por trs pavimentos, foram levantados unidades de hidrantes, extintores e sinalizao de equipamentos (Tabela 3 e Figuras 07 a 12).

  • 26

    Tabela 3 Preventivos existentes na edificao

    LOCAL REA (m)

    PREVENTIVOS ENCONTRADOS

    Hidrante Sinaliz.

    de equip.

    Ilum. de

    emergn

    cia

    Extintor

    P

    Qumico H2O CO2

    Bloco A trreo 1767,73 1 6 4 3 - 4

    Bloco A 2pav. 1428,85 2 5 - 1 2 2

    Ampliao

    Bloco A trreo 519,44 - - 4 - -

    Ampliao

    Bloco A 2pav. 519,44 - - 3 - -

    Bloco B trreo 542,01 - 3 - - 1 2

    Bloco C trreo 2252,12 - 9 - 1 2 7

    Bloco D trreo 1344,60 - 2 - 5 - 3

    Bloco E trreo 1224,67 - 7 - - 2 5

    Bloco F trreo 1896,0 5 8 - 2 2 4

    Bloco D 2pav. 910,12 - - - - - -

    Bloco E 2pav. 1169,58 - 5 - 4 1 -

    Bloco F 2pav. 1961,69 5 6 - 4 1 1

    Bloco F 3pav. 2069,05 5 15 - 13 2 -

    Legenda do preventivos em planta:

  • 27

    Figura 07 Planta Baixa Bloco A e ampliao Bloco A_Pav. Trreo

  • 28

    Figura 08 Planta Baixa Bloco A e ampliao Bloco A_Pav. Superior

  • 29

    Figura 09 Planta Baixa Bloco B e C_Pav. Trreo

  • 30

    Figura 10 Planta Baixa Bloco D, E e F_Pav. Trreo

  • 31

    Figura 11 Planta Baixa Bloco D, E e F_Pav. Superior

  • 32

    Figura 12 Planta Baixa Bloco F_3 Pavimento

  • 33

    4.3 VERIFICAO DO ATENDIMENTO AS EXIGNCIAS

    4.3.1 Acesso de viatura na edificao

    No existe um plano definido para acesso de viaturas na edificao, porm o acesso poder ser feito por trs locais: pela entrada principal da edificao, em frente ao bloco A; pela entrada secundria, fundo do bloco F; e como os blocos so ligeiramente afastados entre si, ainda existe a possibilidade de um acesso lateral, entre os blocos C e D (Figura 13).

    Figura 13 Acessos para viaturas na edificao Fonte: Google Earth (2010)

  • 34

    4.3.2 Sadas de emergncia

    Todos os pavimentos da edificao esto ligados por meio de circulaes horizontais e escadas, porm no existe um sistema de sada de emergncia definido na edificao com iluminao de sada, rota de fuga e acesso fcil. Para a avaliao do sistema de sadas de emergncia necessrias para atender a edificao, considerou-se cada bloco separadamente em funo da rea do maior pavimento e altura da edificao.

    Para o Bloco A, como a rea do maior pavimento maior que 750m, necessrio que haja no mnimo duas escadas no enclausuradas. Encontrou-se duas escadas na frente e outra ao fundo, portanto atende os requisitos (ver Tabela 3, Figuras 07 e 08). Para a ampliao do bloco A, com rea do maior pavimento menor que 750m, faz-se necessrio uma escada no enclausurada conforme foi encontrado no local (ver Tabela 3, Figuras 07 e 08). Para o Bloco B, necessrio que haja uma nica sada de emergncia o que atendido, no entanto a distncia mxima percorrida no corredor deste Bloco superior a 30 metros, distncia no permitida pela legislao (ver Tabela 3 e Figura 09). Para o bloco C, com rea superior a 750m, necessrio haver duas sadas, requisito atendido, no entanto a distncia mxima percorrida at essas sadas tambm so superiores a 30 metros o que no permitido (ver Tabela 3 e Figura 09). Para os Blocos D e E, so necessrios duas escadas no enclausuradas para cada um. Existe uma escada no incio do D, uma entre os dois blocos e uma depois do Bloco E o que seria suficiente para atender os pavimentos se para ambos fosse considerado a escada do meio. No entanto a distncia mxima percorrida at as sadas tambm superior a 30 metros (ver Tabela 3 e Figuras 10 e 11). Para o Bloco F, em funo da altura da edificao necessrio que haja duas escadas enclausuras protegidas e que a distncia percorrida no seja superior a 30 metros. Este Bloco no atende a nenhum dos requisitos (ver Tabela 3 e Figuras 10, 11 e 12). Portanto, conclui-se que o sistema de sadas de emergncia necessita ser ampliado e melhorado (Quadro 3).

  • 35

    Quadro 3 Sadas e escadas de emergncia

    Bloco Sadas ou escadas necessrias Verificao da existncia

    na edificao Sadas Distncias

    Bloco A 2 escadas no enclausuradas A A

    Ampliao Bloco A 1 escada no enclausurada A A

    Bloco B 1 sada de emergncia A N

    Bloco C 2 sadas de emergncia A N

    Bloco D 2 escadas no enclausuradas A N

    Bloco E 2 escadas no enclausuradas A N

    Bloco F 2 escadas enclausuras protegidas N N

    A Atende ao requisito da lei N No atende ao requisito da lei

    4.3.3 Brigada de incndio

    No existe a formao de brigada de incndio na edificao.

    4.3.4 Iluminao de emergncia

    No existe um sistema de iluminao de emergncia consolidado na edificao. No entanto foi encontrado na circulao e na escada da ampliao do bloco A um conjunto de bloco autnomo (Figuras 14 e 15), e no auditrio da FAET foram encontradas quatro luminrias de emergncia (Figuras 16 e 17).

  • 36

    Figura 14 Conjunto de bloco autnomo da circulao da ampliao do Bloco A

    Figura 15 Luminria de emergncia com sinalizao de sada da escada da ampliao do Bloco A

    Figura 16 Iluminao de emergncia no auditrio da FAET

  • 37

    Figura 17 Luminria de emergncia no auditrio da FAET

    4.3.5 Alarme de incndio

    No existe sistema de alarme de incndio na edificao.

    4.3.6 Sinalizao de emergncia

    O sistema de sinalizao de emergncia da edificao insuficiente e no atende a todas as exigncias normativas. Para a sinalizao bsica, composta por sinalizao de proibio, de alerta, de orientao e salvamento e de equipamentos de combate a incndio, forma encontradas, para sinalizao de orientao e salvamento para rotas de sada, somente nas escadas da ampliao do Bloco A (Figura 15); e quanto sinalizao de equipamentos de combate, foram encontradas somente para os extintores de incndio (Figuras 18 e 19). Foram encontrados extintores e hidrantes sem sinalizao (Figuras 20, 21 e 22), com sinalizao fora de norma (Figura 23) e sinalizao em locais onde no existem equipamentos (Figuras 24 e 25).

  • 38

    Figura 18 Sinalizao de equipamento no piso

    Figura 19 Sinalizao vertical de equipamento

    Figura 20 Falta de sinalizao para hidrante

    Figura 21 Falta de sinalizao para extintor

  • 39

    Figura 22 Falta de sinalizao para hidrante e extintor

    Figura 23 Faces do pilar sem sinalizao

    Figura 24 Sinalizao onde no h equipamento

    Figura 25 Sinalizao onde no h equipamento

  • 40

    4.3.7 Extintores

    O sistema de proteo por extintores de incndio o mais utilizado na edificao. A maioria dos blocos possui unidades de extintores de vrios agentes com ressalva a ampliao do bloco A, tanto no pavimento inferior quanto o superior, e o 1 pavimento do bloco D, que no possuem nenhuma unidade. No entanto, mesmo para os pavimentos em que foram encontrados extintores, o sistema de proteo ainda falho, pois existem grandes reas nos pavimentos que no possuem unidades e grandes distncias entre uma unidade e outra, conforme verificado na distribuio dos mesmos em planta (Figuras 07 a 12).

    Quanto aos locais de instalao e acesso as unidades extintoras, foi encontrada uma srie de irregularidades e barreiras fsicas que impedem o manuseio dos mesmos em caso de incndio conforme mostrado nas Figuras 26 a 30.

    Figura 26 Material de limpeza junto ao extintor

    Figura 27 Mobilirio em local de acesso ao extintor

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    Figura 28 Fiao e lixeira no local do extintor

    Figura 29 Entulho impedindo o acesso ao extintor

    Figura 30 Carteiras de aula no acesso ao extintor

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    4.3.8 Hidrantes e mangotinhos

    O sistema existente na edificao do tipo hidrante, porm foi encontrado um sistema defasado e sem manuteno. S foi encontrado caixa de hidrante no bloco A e F conforme mostrado nas Figuras 07, 08, 10, 11 e 12. No entanto, todos os hidrantes encontrados esto sem sinalizao, sem alarme, no possuem todos os componentes dentro da caixa e no possuem nenhum tipo de manuteno (Figuras 31 a 36). Quanto localizao e acesso aos hidrantes, estes, na sua maioria, no esto localizados prximos aos acessos ou locais centrais e o acesso a muitos deles difcil ou at mesmo impossvel (Figuras 37, 38 e 39).

    Figura 31 Hidrante sem sinalizao

    Figura 32 Hidrante sem alarme e esguicho

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    Figura 33 Hidrante vazio

    Figura 34 Hidrante sem sinalizao

    Figura 35 Hidrante sem manuteno

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    Figura 36 Hidrante sem manuteno

    Figura 37 Hidrante dentro da sala de aula

    Figura 38 Hidrante dentro da sala de prancheta

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    Figura 39 Hidrante sem acesso

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    4.4 MATRIZ DE DESEMPENHO

    Para a elaborao do planejamento de adequao e melhoria do sistema de preveno e combate a incndio e pnico da FAET e ICET foi utilizado o mtodo da matriz de desempenho no qual foi avaliado o desempenho de cada sistema exigido por norma e atribudo um grau de importncia para cada varivel. A avaliao do grau de importncia de cada varivel frente ao sistema global de segurana e do desempenho de cada sistema encontrado na edificao perante as exigncias normativas foi feita pelo prprio pesquisador, portanto a avaliao subjetiva e os resultados poderiam ter sido diferentes no caso de outro avaliador.

    Foram atribudos s variveis um grau de importncia que varia de 1 a 8, onde 1 a varivel menos importante e 8 a mais importante. Para o desempenho do sistema encontrado na edificao foi atribudo uma nota para a avaliao do grau de desempenho, onde 0 representa um sistema inexistente ou ruim, 1 representa um sistema insuficiente, 2 um sistema irregular e 3 representa um sistema satisfatrio (Tabela 4).

    Tabela 4 Avaliao de importncia e desempenho das variveis

    Variveis Grau de

    Importncia Grau de

    desempenho

    a Acesso de viatura a edificao 1 3

    b Sada de emergncia 8 2

    c Brigada de incndio 2 0

    d Iluminao de emergncia 4 0

    e Alarme de incndio 7 0

    f Sinalizao de emergncia 6 0

    g Extintor de incndio 5 2

    h Hidrantes 3 1

    O resultado dessa avaliao foi plotado na matriz de desempenho dos sistemas conforme mostrado na Figura 40, onde o grau de importncia aparece no eixo vertical e o grau de desempenho aparece no eixo horizontal.

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    LEGENDA a Acesso de viatura a edificao;

    b Sada de emergncia;

    c Brigada de incndio;

    d Iluminao de emergncia; e Alarme de incndio;

    f Sinalizao de emergncia;

    g Extintor de incndio;

    h Hidrantes.

    Figura 40 Matriz de desempenho dos sistemas

    Com os resultados dos atributos obtidos pela avaliao da matriz de desempenho possvel diagnosticar e avaliar quais sistemas devem ser implantados a curto prazo e quais devem ser implantados a mdio e longo prazo. No quadrante vermelho esto os sistemas que devem ser melhorados imediatamente, vaiveis (e) e (f), por serem de grande importncia no sistema global e por no existirem na edificao. No quadrante amarelo superior esto os sistemas que devem ser

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    implantados melhorias a mdio prazo, (b) e (g), por serem de grande importncia mas no entanto terem um grau de desempenho na edificao alto. No quadrante amarelo inferior, tambm esto sistemas que devem receber melhorias a mdio prazo, os sistemas (c), (d) e (h) que embora tenham um desempenho baixo, o seu grau de desempenho tambm menor. Assim, no quadrante verde esto os sistemas que devem receber melhorias a longo prazo, o sistema (a), por ter um desempenho na edificao satisfatrio.

    Com esses resultados, possvel ento apresentar um diagnstico e recomendar implantao de melhorias e adequaes do sistema global de segurana contra incndio e pnico da FAET e do ICET divido em trs etapas de implantao em funo do resultado obtido na matriz. Na primeira etapa de melhoria devem fazer parte os sistemas de alarme de incndio e sinalizao de emergncia. Na segunda etapa, devem ser trabalhados os sistemas de sada de emergncia, de extintor de incndio, de iluminao de emergncia, hidrante e de brigada de incndio. Na terceira e ltima etapa deve ser melhorado o acesso de viaturas a edificao.

    Quadro 4 Etapas de implantao de adequao e melhorias do sistema de segurana contra incndio e pnico

    PLANEJAMENTO DE MELHORIAS

    Etapas de implantao Sistemas de preveno e combate a incndio

    1 Etapa Alarme de incndio Sinalizao de emergncia

    2 Etapa Sada de emergncia Extintor de incndio Iluminao de emergncia Hidrantes Brigada de incndio

    3 Etapa Acesso de viatura a edificao

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    5 CONCLUSO

    Atravs do levantamento dos preventivos e instalaes de segurana contra incndio e pnico da FAET e do ICET foi possvel realizar uma avaliao ps-ocupao da edificao em estudo com enfoque nas instalaes de combate e preveno a incndio.

    O que se verificou foi um sistema deficiente, defasado e insuficiente quanto s necessidades normativas. Conclui-se que o sistema encontrado no contribuir de forma eficaz, no caso de ocorrncia de sinistros, para o alerta e evacuao da populao da edificao, para o combate ao fogo e para a preservao do patrimnio existente.

    Por meio de elaborao de avaliao de desempenho e importncia obtida na matriz de desempenho e importncia, desenvolveu-se um quadro de recomendaes de implantao de adequaes e melhorias para o sistema global da edificao buscando qualificar, ordenar e viabilizar as intervenes necessrias para consolidao de um sistema eficaz.

    Como recomendao para novos trabalhos e estudos para viabilizar as intervenes necessrias para adequao do sistema de segurana contra incndio e pnico da FAET e ICET, sugere-se a elaborao do projeto de segurana contra incndio e pnico, elaborao de projeto de SPDA.

    Com o intuito de viabilizar a implantao de adequaes no sistema por etapa conforme sugerido nesse trabalho recomenda-se a realizao de um termo de ajuste de conduta da UFMT junto ao Corpo de Bombeiros de Mato Grosso que incorpore todos os edifcios do campus universitrio.

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    6 BIBLIOGRAFIA

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA

    DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO

    DECLARAO DE NO VIOLAO DE DIREITOS AUTORAIS DE TERCEIROS

    Eu, Fernanda Ticianel Schrader, CPF: 985.592.141-00, aluno do Curso de Especializao em Engenharia de Segurana do trabalho da Universidade Federal de Mato Grosso, declaro para os devidos fins que: a) a monografia intitulada: Avaliao ps-ocupao em edifcio escolar com enfoque nas instalaes de segurana contra incndio e pnico, de minha autoria, no viola os direitos autorais de terceiros, sejam eles pessoas fsicas ou jurdicas; b) que a monografia de concluso do curso de Especializao em Engenharia de Segurana do Trabalho ora submetida Banca composta pela Portaria no 139/FAET/2010 no constitui-se em reproduo de obra alheia, ainda com direitos autorais protegidos ou j em domnio pblico; c) que em havendo textos, tabelas e figuras transcritos de obras de terceiros com direitos autorais protegidos ou de domnio pblico tal como idias e conceitos de terceiros, mesmo que sejam encontrados na Internet, os mesmos esto com os devidos crditos aos autores originais e esto includas apenas com o intuito de deixar o trabalho autocontido; d) que os originais das autorizaes para incluso dos materiais do item c) emitidas pelos proprietrios dos direitos autorais, se for o caso, esto em meu poder; e) que tenho cincia das Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas descritas na Resoluo CNS N 196/1996 e da obrigao de cumprir as disposies previstas na Constituio Federativa do Brasil de 1988 e na legislao brasileira relativa violao de direitos autorais como Cdigo do Consumidor, Cdigo Civil e Cdigo Penal Brasileiro.

    Cuiab, 31 / 08 /2010 Assinatura:_____________________________________