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FACULDADE FINOM PATOS DE MINAS
ANTONIO CARLOS PEREIRA
IMPORTÂNCIA DO SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA
INCÊNDIOS EM CASAS DE SHOWS
PATOS DE MINAS - MG
2017
ANTONIO CARLOS PEREIRA
IMPORTÂNCIA DO SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA
INCÊNDIOS EM CASAS DE SHOWS
Trabalho apresentado como requisito para aprovação na
Disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II,
ministrada no Curso de Engenharia Civil da Faculdade
FINOM – Patos de Minas.
Orientador: Prof. Esp. Éder Lopes do Couto
PATOS DE MINAS - MG
2017
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Inserir aqui a ficha gerada a partir do Sistema de Geração Automática de Fichas
Catalográficas, disponível no endereço da instituição
ANTONIO CARLOS PEREIRA
IMPORTÂNCIA DO SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS EM CASAS DE SHOWS
Trabalho de conclusão apresentado a Faculdade Finom Patos de Minas, como parte das exigências para a obtenção do título de graduação em Engenharia Civil.
Patos de Minas, __ de _______de _____.
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________
Prof. Esp. Éder Lopes do Couto
__________________________________________
Prof. Rafael Cavalcante Soto
__________________________________________
Prof. Msc. Álisse Cristina
Aos alunos e professores do Curso de
Engenharia Civil da Faculdade Finom de
Patos de Minas.
Agradeço a Deus pela dádiva da vida, saúde e proteção espiritual.
À Faculdade Finom de Patos de Minas, ao corpo docente, direção, administração e
colaboradores por promover o crescimento intelectual, abrir novos horizontes e
colaborar para a habilitação de um novo profissional na área da construção civil.
Ao meu orientador Prof. Esp. Éder Lopes do Couto, pela sua dedicação,
conhecimento dispensado para tratar do assunto, pelo incentivo e disposição em
colaborar para o desenvolvimento do projeto.
À minha esposa e filha pela compreensão, companheirismo, confiança, e apoio às
horas difíceis e corridas.
À minha família que sempre me apoiou em todas as minhas decisões e caminhadas.
E a todos os amigos que, direta ou indiretamente, lançaram mão do seu
conhecimento e contribuíram para minha formação profissional.
Que os vossos esforços desafiem as
impossibilidades, lembrai-vos de que as
grandes coisas do homem foram
conquistadas do que parecia impossível.
(Charles Chaplin)
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Triangulo do
fogo.................................................................................
15
Figura 2 – Projeto de incêndio salão de
festas.....................................................
30
Figura 3 – Legenda do projeto de incêndio do salão de
festas.......................
31
Figura 4 – Portas de saída dotadas de barra
antipânico...................................
34
Figura 5 – Luminária de
emergência..................................................................
36
Figura 6 – Disposição das
luminárias...................................................................
37
Figura 7 –Sinalização M-
1....................................................................................
38
Figura 8 – Sinalização de
saída............................................................................
39
Figura 9 – Sinalização de
orientação....................................................................
40
Figura 10 – Sinalização de
equipamentos............................................................
41
Figura 11 – Extintor de
incêndio...........................................................................
45
Figura 12 - Organograma de brigada de
incêndio.................................................
49
Figura 13 – Pesquisa de
campo...........................................................................
56
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Coloração da
chama.............................................................................
18
Tabela 2 – Medidas de proteção conforme tipo de edificação.............................. 25
Tabela 3– Classificação das edificações quanto a ocupação................................ 27
Tabela 4 – Dados para dimensionamento da
saída...............................................
32
Tabela 5 – Cálculo
populacional.............................................................................
33
Tabela 6– Cálculo da saída de
emergência............................................................
33
Tabela 7 – Classe de
incêndio................................................................................
42
Tabela 8 – Seleção do agente extintor conforme classe de incêndio.................... 42
Tabela 9 – Carga de
incêndio.................................................................................
44
Tabela 10 – Carga de incêndio em [MJ/m2] por subgrupos................................... 44
Tabela 11– Plano de intervenção de
incêndio........................................................
48
Tabela 12 – Brigada de
incêndio............................................................................
49
Tabela 13 – Classes de
materiais...........................................................................
51
Tabela 14 – Classificação de revestimento de piso............................................... 51
Tabela 15 – Quadro resumo de controle de materiais de acabamento................. 52
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CBMMG- Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
CF- Constituição Federal
CREA- Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura
IPT- Instituto de Pesquisas Tecnológicas
IT- Instrução Técnica
JICA- Japan International Cooperation Agency
MCILC - Manual de Combate a Incêndios em Local Confinado
NB- Norma Brasileira
NBR- Norma Brasileira De Regulamentação
NR- Norma Regulamentadora
PSCIP- Processo de Segurança Contra Incêndio e Pânico
LISTA DE ANEXOS
ANEXO A - AUTORIZAÇÃO..................................................................................... 67
ANEXO B - PLANILHA DE LEVANTAMENTO DE DADOS.................................... 68
ANEXO C - PLANO DE ABANDONO/FUGA........................................................... 72
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 12
2 INCÊNDIOS - ORIGEM........................................................................................... 14
2.1 Definição............................................................................................................ 15
2.2 Formas de propagação o fogo..........................................................................
16
2.3 Temperatura do fogo.........................................................................................
17
2.4 Formas de extinção do fogo..............................................................................
18
3 INCÊNDIOS EM EDIFICAÇÕES............................................................................
20
3.1 Regulamentação da proteção contra incêndios..............................................
21
3.2 Regulamentação no estado de Minas Gerais..................................................
22
3.3 Sistemas de proteção contra incêndio.............................................................
23
4 PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO DA EDIFICAÇÃO.......................................................................................................
26
4.1 Dados da edificação..........................................................................................
26
4.2 Sistema de proteção da edificação...................................................................
26
4.2.1 Saídas de emergência......................................................................................
28
4.2.2 Iluminação de emergência................................................................................
35
4.2.3 Sinalização de emergência...............................................................................
37
4.2.4 Extintores de incêndio.......................................................................................
41
4.2.4.1 Sistema de proteção por extintores da edificação.................................. 43
4.2.5 Plano de intervenção de incêndio.....................................................................
46
4.2.6 Brigada de incêndio..........................................................................................
46
4.2.6.1 Brigada de incêndio da casa de shows..........................................................
48
4.2.7 Controle de materiais de acabamento..............................................................
50
4.2.7.1 Controle de materiais de acabamento da casa de shows............................ 52
5 IMPORTÂNCIA DO SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO EM BOATES...............................................................................................................
54
5.1 Resultados obtidos na análise.........................................................................
56
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................... 58
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 60
APÊNDICE A - INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS......................................
65
12
1 INTRODUÇÃO
Em meio a tantos desastres ocorridos no Brasil e no mundo, surge a
necessidade de buscar conhecimento acerca de um tipo de acidente que mata
milhares de pessoas e sempre que este acontece, traz prejuízos e danos
irreparáveis à sociedade como um todo.
Segundo a Norma Brasileira de Regulamentação- NBR 13860 (1997, p. 07),
“incêndio é o fogo sem controle”. Os incêndios são conceituados por vários autores
como fogo descontrolado, que ao atingir algum material combustível produz a chama
que se propaga e irradia calor por todo o ambiente atingindo outros materiais e
tomando grandes e incontroláveis proporções, caso não se disponha de um sistema
de combate a incêndios na edificação, como extintores, sistema de hidrantes,
chuveiros automáticos, entre outros, para a atuação imediata ao início do foco.
Este trabalho direciona-se ao estudo do sistema de proteção contra incêndios
de uma casa de shows, visando analisar o sistema de proteção adotado, sua
eficiência, exigência em norma regulamentadora, métodos de elaboração do
sistema, detalhamento de instalação dos sistemas de proteção em
planta,conformidade com a norma, dimensionamento do sistema, influência na
operação do sistema por pessoa não habilitada, quantidade de público máxima
admitida no recinto, condições estruturais do prédio, entre outros relevantes para o
estudo.
De acordo com Goelzer e Lima, (2013, p. 20), “a antecipação de possíveis
riscos, com o objetivo de evitá-los, já na fase de concepção de qualquer local de
trabalho, é o ideal”. Contudo, isso só é possível de se concretizar, quando se
realizaum estudo prévio etraça-se o planejamento do que se pretende fazer.
Serão coletados procedimentos referentes à execução dessa medida de
proteção na edificação, tais como: projeto arquitetônico da edificação, de combate a
incêndio, normatécnica utilizada, cálculos exigidos, método utilizado para escolha do
sistema adequado, entre outros.
Para o entendimento do projeto de segurança elaborado para a edificação,
serão utilizadas obras já dedicadas ao assunto no Brasil, legislações estaduais e
federais que tratam da prevenção de incêndio e da segurança em edificações.
Esta pesquisa tem por objetivo analisar a importância do sistema de proteção
contra incêndios de uma casa de shows para os usuários, visto que estes locais
13
apresentam grande aglomeração de pessoas, e que quando estes acontecem
causam destruição do patrimônio e alto índice de mortalidade.
Especificamente, espera-se verificar se a casa de shows oferece, a seus
frequentadores, as condições mínimas de segurança contra incêndio exigidas pela
norma; analisar se os profissionais de segurança do local possuem qualificação
técnica referente a atuação em caso de emergência e verificar o conhecimento dos
usuários em relação aos sistemas de proteção contra incêndio.
14
2 INCÊNDIOS- ORIGEM
Desde os primórdios da humanidade o homem vem buscando conhecer e
dominar um dos elementos essenciais à sua sobrevivência: o fogo. Este era obtido
por formas bastante rudimentares como fricção de pedras e gravetos de madeira ao
qual se obtinha certo domínio, e era utilizado de acordo com suas necessidades,
como preparo de alimentos, aquecimento da água, etc.
A Prevenção e Combate a Incêndios surgiu já na pré-história, quando o homem começou a utilizar o fogo para as mais variadas atividades: aquecimento, preparo de alimentos, têmpera de metais, etc. Durante sua evolução, constatou-se que os seres humanos sempre tentaram dominar as forças da natureza. (GOMES, 2014, P. 14).
O homem buscava controlar o fogo para sua própria subsistência, no entanto
o fogo obtido através de raios e vulcões atingia grandes proporções, destruindo tudo
ao seu alcance, e este sempre foi um grande desafio durante milhares de anos, até
mesmo por se acreditar que os deuses se manifestavam por meio desse tipo de
fenômeno sendo, nesse sentido, bastante respeitado pelo homem.
O homem sempre quis dominar o fogo. Durante milhares de anos, ao bater uma pedra contra outra, gerava uma faísca que, junto a gravetos, iniciava uma fogueira. Ele controlava a ignição. Entretanto não controlava o fogo, que vinha de relâmpagos e vulcões. Esses fenômenos eram associados à ira dos deuses, verdadeiro castigo do céu. O próprio fogo era venerado na antiguidade.(SEITO, et. Al,2008, P. 09).
O fogo dominado pelo homem, passou a ser uma importante ferramenta para
o avanço da tecnologia, entretanto, devido a sua característica destruidora, e a
capacidade de oxidação imediata, ou seja, a capacidade de se produzir chama
através de diversas substâncias naturais, surgiu então a necessidade de se
conhecer suas características e comportamentos em relação aos diversos fatores
que o influenciam.
Com passar do tempo veio o crescimento das cidades e a prosperidade industrial, intensificou-se e concentrou-se muito o uso de fontes de energia, construiu-se cada vez mais alto e os riscos consequentes para a segurança nem sempre foram considerados. (PEREIRA, 2009, p. 110).
15
2.1 Definição
Para Seito et al (2008, p. 35), “apesar dos grandes avanços na ciência do
fogo, ainda não há consenso mundial para a definição de fogo”. A NBR-13860
(1997, p.06), traz em seu texto o conceito de que“o fogo é o processo de
combustãocaracterizado pela emissão de calor e luz”.
Segundo Brentano (2005, p. 39) “Para que haja a ocorrência do fogo é
preciso que haja a combinação simultânea de três elementos essenciais: material
combustível, comburente e uma fonte de calor, formando assim o triângulo do fogo”.
Assim sendo, para explicar os componentes da cadeia de combustão, foi
criada a teoria conhecida como Triângulo do Fogo, que consiste em uma figura
geométrica plana composta por três lados. Cada lado representa um elemento
essencial para que haja a chama: comburente, combustível e fonte de calor,
elementos estes que devem permanecer ligados entre si para que a reação
aconteça. Caso algum dos elementos se esgote o processo se extinguirá. A figura a
seguir ilustra o Triângulo do Fogo.
Figura 1 - Triângulo do Fogo
Fonte: Seito (2008)
Combustível é todo material capaz de produzir chamas, e alimentar o fogo
fazendo com que este se alastre por toda sua superfície de contrato. Os
combustíveis podem ser sólidos, líquidos e gasosos.
16
O combustível é toda a matéria suscetível de queima. É o elemento que alimenta o fogo e serve de campo para sua propagação. Os combustíveis podem ser sólidos (madeira, papel, etc.), líquidos (gasolina, álcool, etc.) ou gasosos (gás metano, gás liquefeito de petróleo (GLP), etc.).(BELTRAMI; STUMM, 2012, p. 18).
De acordo com Brentano (2005, p. 40) ” O comburente, geralmente o oxigênio
do ar, que é o agente químico que ativa e conserva a combustão combinando-se
com os gases ou vapores do combustível, formando uma mistura que é inflamável”.
Logo, o oxigênio é o elemento responsável por estabelecer a ligação entre o
combustível e a fonte de calor que provocará a reação em cadeia.
Conforme Silva (2011, p. 20) “Calor é uma forma de energia que provoca a
liberação de vapores dos materiais. O calor exerce influência fundamental tanto para
o início como para a manutenção da queima”. Essa fonte de calor pode ser obtida
através de uma chama, uma centelha elétrica, explosão, etc.
Ainda de acordo com Silva (2011, p. 20) “ Combustão (reação em cadeia) é
toda a reação química que há entre uma substância qualquer (combustível) e o
oxigênio do ar (comburente) na presença de uma fonte de calor”. Devido a essa
reação em cadeia, o Triângulo do Fogo passou a ser chamado de Tetraedro do
Fogo, devido ao fato de que os três elementos ligados entre si transferem calor de
molécula para molécula, produzindo uma combustão contínua até que algum
elemento se acabe.
2.2Formas de propagação do fogo
Quando acontece a ignição do fogo, dá-se início ao processo de propagação
das chamas ao qual irá influenciar diretamente na quantidade de reação produzida,
ou seja, quanto maior a condição de alastramento das chamas maior será a
proporção de combustível oxidado. Iniciado o processo de queima do combustível, a
transmissão da energia dar-se-á por condução, irradiação ou convecção.
De acordo com Neto (1995, p. 25) “O calor se propaga de três maneiras
distintas: condução, convecção e irradiação”.
Por condução, Neto Afirma que o fogo se propagará através do contato entre
as moléculas ou de material em material. Por irradiação a calorimetria é transmitida
através do espaço, sem o contato físico, apenas pelas ondas de calor. Já por
17
convecção uma massa gasosa se deslocará do local atingido pelas chamas em
direção a outros locais transportando uma quantidade de calor muito elevada,
fazendo com que os materiais combustíveis existentes alcancem seu ponto de
combustão originando assim um novo foco de incêndio.
2.3 Temperatura do fogo
Segundo Neto (1995, p. 27) “Os materiais, antes de combustão completa
passam por três fases de importância para entendimento do processo do incêndio”.
Estas fases são importantes para que se obtenha a chama, são elas: ponto de
fulgor, ponto de combustão e temperatura de ignição.
Ponto de fulgor é a temperatura mínima necessária para que o material
combustível desprenda gases inflamáveis que em contato com o oxigênio e na
presença de uma chama comece a se incendiar, porém a chama não se mantém
devido a quantidade de vapores liberados ser ainda muito pequena.
Já o ponto de combustão acontece como o ponto de fulgor, e a devido a
temperatura atingida ser maior, consequentemente a liberação dos gases
inflamáveis também será maior e suficiente para manter o fogo mesmo com a
retirada da fonte de ignição.
A temperatura de ignição é aquela em que os gases desprendidos do
combustível se incendeiam apenas pela presença de oxigênio, independentemente
de qualquer fonte de chama.
Segundo o Manual de Combate a Incêndios em Local Confinado- MCILC,
(2006, p.20) “ Quando um combustível se queima, este se submete a uma mudança
química resultando em 04 (quatro) produtos: fluidos (gases e líquidos), chama, calor
e fumaça”.
Os fluidos resultantes da queima do material são formados pela composição
química do combustível, a temperatura que o fogo atinge e a porcentagem de
oxigênio consumida na reação. Nos incêndios apesar de se atingir grande
calorimetria, apenas parte do carbono é oxidada e produz o monóxido de carbono
(CO), que, devido a sua abundancia, é o maior causador de morte por asfixia, além
dos outros gases produzidos na reação.
A chama produzida é radiante e apresenta coloração variável de acordo com
a temperatura, que aumenta conforme a quantidade de material combustível
18
disponível no ambiente. A tabela a seguir indica a coloração da chama de acordo
com a temperatura atingida.
Tabela 01 – Coloração da chama
Coloração Temperatura
Vermelho 500 ºC
Vermelho pálido 1000 ºC
Amarelo alaranjado 1200 ºC
Amarelo esbranquiçado 1300 ºC
Branco brilhante 1400 ºC
Fonte: MCILC (2006)
De Acordo com o MCILC, A fumaça é um dos produtos resultantes de uma
combustão incompleta, e é composta por dióxido de carbono (CO2), oxigênio (O2),
nitrogênio (N2), monóxido de carbono (CO), partículas de fuligem e outros produtos
liberados do material. Devido a sua temperatura elevada, tende a se movimentar no
sentido vertical para cima ou ser conduzida pela corrente de ar presente na
atmosfera.
Por conter diversas substâncias em sua composição, a fumaça é altamente
nociva ao ser humano, podemos citar como exemplo o monóxido de carbono (CO),
que é formado a partir da combustão de alguns materiais utilizados na construção
civil, e está presente em todos os incêndios. É obtido pela queima de materiais
combustíveis como madeira, tecidos, plásticos, líquidos inflamáveis, gases
combustíveis, etc.
Segundo Seito et al, (2008, p. 52) “A concentração máxima de monóxido de
carbono que uma pessoa pode se expor sem sentir seu efeito é de 50 ppm (parte
por milhão) ou 0,005%, em volume no ar”. Quantidades acima dessa porcentagem
podem causar dor de cabeça, náuseas, tonturas e até a morte.
2.4 Formas de extinção do fogo
19
Para que ocorra o fogo, é necessário que vários elementos estejam ligados
entre si por meio de uma reação em cadeia, como já vimos, esse processo é
denominado tetraedro do fogo. Para que se consiga quebrar essa reação e apagar a
chama produzida, basta se extinguir um dos componentes da reação, ou seja, se a
reação em cadeia do combustível, comburente e agente ígneo, tiver um único de
seus elementos retirados da cadeia a chama deixará de existir.
A quebra da reação pode acontecer de pela retirada de material combustível,
resfriamento e abafamento.
A retirada de material é a forma mais simples de se extinguir o incêndio, onde
o material que ainda não entrou em combustão é retirado e o fogo se extingue. O
resfriamento consiste em diminuir a temperatura do material, fazendo com que a
liberação dos gases inflamáveis seja reduzida ao ponto da combustão não se
manter devido ao baixo teor de gás combustível. O principal agente utilizado no
resfriamento é a água.
A água é o agente extintor que proporciona a melhor absorção de calor, sendo que o efeito extintor pode ser aumentado ou diminuído, conforme o estado em que é dirigida sobre o fogo. Pode agir quanto ao método de extinção por: resfriamento, abafamento e emulsificação. (SEITO, et al, 2008, p. 255).
Já o método de extinção por abafamento, resume-se em restringir o contato
do material combustível com o oxigênio, que conforme sua quantidade vai
diminuindo, a combustão vai se tornando mais lenta, ao ponto que abaixo de 8% de
oxigênio a reação não acontece.
20
3 INCÊNDIOS EM EDIFICAÇÕES
Apesar da engenharia de construção civil no Brasil adotar uma forma
construtiva que utiliza pouco material combustível, como a madeira, por exemplo, as
maiores incidências de incêndios acontecem em edificações.
As ocorrências, mais frequentes de incêndio, tanto pequenas como grandes, são nas edificações residenciais, sendo que alguns exemplos de início de ignição verificam-se em: vazamento de gás de botijões com explosões, curtos-circuitos em instalações elétricas por excesso de carga, manuseio de explosivos e outros produtos perigosos em locais não adequados, esquecimento de ferro de passar roupa, fogões e eletrodomésticos ligados, entre outros. (FERNANDES, 2010, p. 13).
A preocupação com relação aos incêndios em edificações já existe a muitas
décadas, porém os primeiros estudos direcionados ao assunto aconteceram
somente a partir da década de 70, com o apoio da Japan International Cooperation
Agency (JICA), foi implantado o laboratório de segurança contra incêndios no
Instituto de Pesquisas Tecnológicas- IPT em São Paulo, e um Laboratório de
Investigação Científica e Incêndio em Brasília- DF.
A implantação dos laboratórios se deu devido aos grandes incêndios
ocorridos na época que vitimaram milhares de pessoas e destruíram várias
edificações, como foi o caso do incêndio ocorrido em 24 de fevereiro de 1972, no
Edifício Andraus na cidade de São Paulo.
Segundo Negrisolo (2011, p. 45) “O primeiro grande incêndio em prédios
elevados ocorreu em 24 de fevereiro de 1972, no Edifício Andraus, na cidade de São
Paulo. Do incêndio resultaram 352 vítimas, sendo 16 mortos e 336 feridos”. Foi
necessário acontecer uma grande catástrofe para que as autoridades se atentassem
para a segurança contra incêndios no Brasil.
21
Na década de 70 iniciou-se no Brasil os primeiros estudos relativos à segurança contra incêndio, tendo sido implantado o laboratório de segurança contra incêndios no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) do Estado de São Paulo, patrocinado pela JICA - Japan International Cooperation Agency, que resultou em instalações de ensaios de fumaça e teste materiais frente ao fogo, sendo este uma referência em nível nacional. (FERNANDES, 2010, p. 12).
22
3.1Regulamentação da proteção contra incêndios
Foi a partir dos grandes desastres que as autoridades federais, estaduais e
municipais começaram a se manifestar com relação a forma de construção,
planejamento das cidades, reestruturação dos Corpos de Bombeiros e reformulação
da legislação.
Foram criados diversos comitês, simpósios e manifestações técnicas com o
intuito de se explanar e buscar soluções de como agir em tal situação e como se
evitá-la. Foi dado aos governantes dos Estados o poder de criação das suas
próprias diretrizes e normas para regulamentação da proteção contra incêndios.
Em 1974, foi a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), criou a
Norma Brasileira- NB 280, que trata de Saída de emergência em edifícios altos, e o
Ministério do Trabalho, visando uma adequação na segurança do trabalho criou a
Norma Regulamentadora NR-23 que trata da proteção contra incêndios em local de
trabalho.
Por ser recente a abordagem à prevenção de incêndios no país, muitas
edificações foram e ainda são construídas sem os parâmetros da legislação
brasileira, e por esse motivo cada estado, concomitante com o Plano Diretor de cada
município, elabora sua legislação de segurança, estabelecendo critérios a serem
observados na construção de edificações no Estado.
Conforme prevê a Constituição Federal- CF/88 em seu artigo 144, o Corpo de
Bombeiros é o órgão responsável pela segurança das edificações no que tange a
prevenção de incêndios.
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: I - polícia federal; II - polícia rodoviária federal; III - polícia ferroviária federal; IV - polícias civis; V - polícias militares e corpos de bombeiros militares. (CF/88, p. 93).
23
3.2 Regulamentação no estado de Minas Gerais
Fundamentando-se na Constituição do Estado de Minas Gerais, em
19/12/2001, o Executivo estadual sancionou a Lei 14.130/2001, a qual entrou em
vigor em 20/12/2001 com o principal objetivo de normatizar os quesitos sobre a
prevenção contra incêndio e pânico no Estado. Neste sentido, o artigo 1º da lei em
comento edita:
Art. 1º A prevenção e o combate a incêndio e pânico em edificação ou espaço destinado a uso coletivo no Estado serão feitos com a observância do disposto nesta lei. Parágrafo único: Consideram-se edificação ou espaço destinado a uso coletivo, para os fins desta lei, os edifícios ou espaços comerciais, industriais ou de prestação de serviços e os prédios de apartamentos residenciais (LEI 14.130/2001 p. 03).
Posteriormente, foi criado o Decreto 44.746 em 29 de fevereiro de 2008 para
regulamentar a Lei 14130/2001, com a finalidade de regulamentar a segurança
contra incêndio e pânico nas edificações e áreas de risco do Estado de Minas
Gerais. Consoante ao decreto são utilizadas várias Instruções Técnicas normativas
para explicar e exemplificar as diversas maneiras de apresentação dos sistemas de
proteção.
Por esta lei, todas as edificações de uso coletivo e fins comerciais no Estado
devem dispor-se de um sistema de proteção contra incêndios. Para atender as
exigências no que diz respeito a prevenção contra incêndio no Estado de Minas
Gerais, é necessário que o responsável/proprietário pela edificação elabore um
Processo de Segurança Contra Incêndio e Pânico (PSCIP).
Esse processo se resume em um conjunto de documentos elaborado por um
Responsável Técnico (Engenheiro Civil, Engenheiro de Segurança no Trabalho ou
Arquiteto), devidamente capacitado e com registro no Conselho Regional de
Engenharia e Arquitetura-CREA, que traz em sua composição o sistema de proteção
contra incêndios adotado para a edificação, de acordo com a legislação do Estado.
De acordo com Fernandes, (2005, p. 45) “A principal finalidade de um projeto
de proteção contra incêndio é limitar a extensão do fogo à menor área possível. É
preciso impedir que o fogo se propague de um ambiente para outro ou de andar
para andar”.
24
O projeto engloba várias medidas de proteção as quais são exigências da
norma, e cada edificação possui sua particularidade e um sistema preventivo próprio
conforme as características físicas e funcionais da edificação.
3.3 Sistemas de proteção contra incêndio
O sistema de proteção contra incêndios de uma edificação é composto por
diversas medidas de segurança, instaladas para assegurar a vida humana e o bem
material.
Medidas de proteção passivas são aquelas implementadas na edificação por
meio do projeto arquitetônico e de projetos complementares (hidráulico, elétrico,
etc.), com o objetivo de reduzir a possibilidade de ocorrência de incêndios, e caso
estes aconteçam, evitar sua propagação para outras edificações. Abaixo estão
descritos exemplos de medidas de proteção passivas e suas respectivas
características conforme Instrução Técnica (IT) 02- Terminologia da Proteção Contra
Incêndio e Pânico do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais-CBMMG:
• Afastamento entre edificações: é a distância ou a proteção entre uma edificação e
outra;
• Segurança estrutural das edificações: é a característica de resistência ao fogo dos
materiais construtivos por um determinado período de tempo;
• Compartimentações horizontais e verticais: é a disposição construtiva do prédio
afim de se impedir a propagação do incêndio nos sentidos horizontal e vertical;
• Controle da fumaça de incêndio; consiste em meios de extração da fumaça e do
calor do ambiente, estes meios podem ser por dutos de ventilação, portas,
janelas, etc.;
• Controle dos materiais de revestimento e acabamento: estabelece parâmetros
para utilização de materiais de acabamento e revestimento em edificações, afim
de se restringir a propagação das chamas e produção de fumaça;
• Saídas de emergência: propõe a elaboração de uma rota de saída eficiente e
eficaz aos usuários da edificação;
• Brigada de incêndio: equipe treinada para atuar em caso de emergência;
• Acesso das viaturas do corpo de bombeiros junto à edificação: local destinado ao
25
estacionamento de viaturas para a realização de manobras de combate a
incêndios.
Já as medidas de proteção ativas são os equipamentos que se dispõe à
edificação para extinção do foco, ou do incêndio propriamente dito, por meio manual
ou automático, ou controlá-lo até se extinguir por si só.
As medidas de proteção ativa vêm a complementar as medidas de proteção passiva, apresentadas ao longo deste texto, sendo compostas basicamente de equipamentos e instalações prediais que serão acionadas em caso de emergência, de forma manual ou automática, usualmente não exercendo nenhuma função em situação normal de funcionamento da edificação. (SEITO et al, 2008, p.30).
Segue a descrição das medidas de proteção ativas conforme a IT-02 e sua
respectiva classificação.
• Sistema de detecção e alarme de incêndio: sistema composto por um sinal sonoro audível em toda edificação, que indica um incêndio;
• Sistema de sinalização de emergência: referente a sinalização visual para orientação da população em relação a localização das medidas de proteção
ativas e saídas da edificação;
• Sistema de iluminação de emergência: iluminação destinada a clarear a parte interna do prédio em caso de falta de energia ou seu desligamento;
• Sistema de extintores de incêndio: recipiente cilíndrico e portátil, carregado com agentes (água, pó químico, gás carbônico), capaz de extinguir princípios de
incêndio.
• Sistema de hidrantes ou mangotinhos: sistema hidráulico composto de tubulação com água pressurizada utilizado para combater incêndios.
• Sistema de chuveiros automáticos (“sprinklers”): equipamentos instalados em uma tubulação de água, os quais possuem um dispositivo que se rompe com o
aquecimento da temperatura, liberando água em forma de chuveiro no local sob
seu raio de atuação.
• Sistema de gases limpos ou CO2: agentes extintores gasosos, inofensivos a natureza e a camada de ozônio, utilizados em locais com equipamentos
energizados onde não se deve utilizar água para combate ao incêndio.
26
A IT-01- Procedimentos Administrativos, classifica cada edificação
(residencial, comercial, hospitais, etc.) em grupos, cada grupo recebe uma sigla (A,
B, C, D, E, F, etc.), e de acordo com a área e altura do prédio, para cada grupo é
especificado um tipo de medida de proteção conforme tabela a seguir.
Tabela 02: Medidas de proteção conforme tipo de edificação
Fonte: Adaptado de CBMMG (2015).
27
4 PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO DA EDIFICAÇÃO
Mediante a autorização da engenheira civil Maria Cristina Tolentino Pereira,
CREA: 69385-D/MG, responsável pelo Projeto de Segurança Contra Incêndio e
Pânico da Boate Prime, situada na Avenida Marabá, 422,Alto Caiçaras, Patos de
Minas/MG, conforme documento em anexo, iremos analisar o projeto de segurança
da edificação em tela, afim de se verificar o sistema de proteção adotado, bem como
seu funcionamento, expondo a disposição dos equipamentos no prédio e o
embasamento legal para tal proposição.
4.1 Dados da edificação
Endereço: Avenida Marabá, 422,Alto Caiçaras, Patos de Minas/MG.
Área Construída: 575,34 m².
Quantidade de Pavimentos: 01
Destinação: Comercial
Ocupação Atual: Local de Reunião de Público/boate
Proprietário: Marcos Antônio De Brito Junior
Nome Fantasia: P C R R Brito Boate Prime
Responsável Técnico: Maria Cristina Tolentino Pereira
Tipo de Projeto: Projeto de Segurança Contra Incêndio e Pânico.
Área Protegida pelo Sistema de Segurança Contra Incêndio: 575,34 m².
4.2 Sistema de proteção da edificação
O PSCIPproposto para a edificação segue a normativa do Estado e o sistema
de proteção foi projetado de acordo com a tabela 02 da IT-01 apresentada
anteriormente, que descreve os procedimentos para elaboração do projeto e
dimensionamento das medidas de proteção contra incêndio de acordo com a
classificação de cada edificação.
Conforme o Decreto 44746/2008, e para fins de classificação da edificação
conforme exigências do Corpo de Bombeiros, foi utilizada a tabela de classificação
28
das edificações quanto a ocupação, que caracteriza o prédio destinado a eventos
como sendo local de reunião de público denominado “grupo F”, e subdivide o grupo
em local de diversão, que abrange boates, salões de baile, restaurantes dançantes e
casas de shows. Abaixo segue a referida tabela.
Tabela 03: Classificação das edificações quanto a ocupação
E-3 Espaço para cultura física
Locais de ensino e/ou práticas de artes marciais, ginásticas (artística, dança, musculação e outros) esportes coletivos (tênis, futebol e outros que não estejam incluídos em F-3), sauna, casas de fisioterapia e assemelhados.
E-4 Centro de treinamento profissional
Escolas profissionais em geral.
E-5 Pré-escola Creches, escolas maternais, jardins-de- infância.
E-6 Escola para portadores de deficiências
Escolas para excepcionais, deficientes visuais e auditivos e assemelhados.
F
Local de Reunião de
Público F-1
Local onde há objeto de valor inestimável.
Museus, centros de documentos históricos, bibliotecas e assemelhados.
F-2 Local religioso e velório. Igrejas, capelas, sinagogas, mesquitas, templos, cemitérios, crematórios, necrotérios, salas de funerais e assemelhados.
F-3 Centro esportivo e de exibição.
Estádios, ginásios e piscinas com arquibancadas, rodeios, autódromos, sambódromos, arenas em geral, pistas de patinação e assemelhados.
F-4 Estação e terminal de passageiro.
Estações rodoferroviárias e lacustre, portos, metrô, aeroportos, helipontos, estações de transbordo em geral e assemelhados.
F-5 Arte cênica.
Teatros em geral, cinemas, óperas, auditórios de estúdios de rádio e televisão e assemelhados.
F-6 Local de diversão. Boates, salões de baile, restaurantes dançantes e casas de show.
Fonte: Adaptado de CBMMG (2008).
29
Diante da classificação fornecida pelo Decreto e, de acordo com a Tabela 02
da IT- 01, o projeto elaborado possui o seguinte sistema de proteção:
• Saídas de emergência;
• Iluminação de emergência;
• Sinalização de emergência;
• Extintores de incêndio;
• Plano de intervenção de incêndio;
• Brigada de incêndio;
• Controle de materiais de acabamento.
4.2.1 Saídas de emergência
As portas da edificação não são somente parte da segurança do prédio físico,
também são muito importantes para a segurança da população existente no interior
do prédio, pois, caso haja algum acidente e seja necessário sair rapidamente, elas
devem estar livres para a passagem das pessoas.
Com relação ao projeto apresentado, as portas serão necessárias para traçar
uma rota de saída destinada a desocupação do prédio em caso de emergência.
Saída de emergência é o caminho contínuo, devidamente protegido, proporcionado por portas, corredores, halls, passagens externas, balcões, vestíbulos, escadas, rampas, ou outros dispositivos de saída ou combinações destes, a ser percorrido pelo usuário, em caso de incêndio, de qualquer ponto da edificação até atingir a via pública ou espaço aberto, protegido do incêndio, em comunicação com o logradouro. (FERNANDES, 2010, P. 36).
Conforme cita o autor, a saída destinada a saída de emergência, e o caminho
a ser percorrido pelo usuário, deve ser protegido e garantir a segurança de todos
que por ali transitam em caso de incêndio ou outra emergência.
Para que seja eficiente, a saída de emergência deve atender alguns critérios
de dimensionamento, os quais estão estabelecidos na NBR-9077/2001, que trata
das Saídas de Emergências em Edificações, e a IT-08- Saídas de Emergência em
Edificaçõesdo CBBMG.
30
Conforme a IT-08, a saída de emergência é composta por:
• Acesso;
• Rotas de saída horizontais;
• Escadas ou rampas;
• Descargas;
• Elevadores de emergência.
O sistema de saída de emergência da boate em tela é composto por: acesso,
rotas de saída horizontais e descargas.
Para o entendimento da nomenclatura específica de alguns componentes do
sistema de proteção, recorreremos a IT-02 que traz em seu texto as definições a
seguir.
Acesso: Caminho a ser percorrido pelos usuários do pavimento ou do setor,
constituindo a rota de saída horizontal (rota de fuga), para alcançar a escada ou
rampa, área de refúgio ou descarga para saída do recinto do evento.
Rotas de saída horizontais: Caminho contínuo proporcionado por portas,
corredores, “halls”, escadas, rampas ou outros dispositivos de saída ou
combinações destes, a ser percorrido pelo usuário, para acesso e descarga.
Descarga:Parte da saída de emergência de uma edificação que fica entre a
escada e o logradouro público ou área externa com acesso aeste.
Podemos verificar na planta abaixo a disposição da rota de saída de
emergência, bem como as portas utilizadas.
31
Figura 02- Projeto de incêndio salão de festas
Fonte: Pereira (2015)
32
Figura 03: Legenda do projeto de incêndio do salão de festas
Fonte: Pereira (2015).
De acordo com a IT 08 (2017, p. 04), “As saídas de emergência são
dimensionadas em função da população da edificação”. Isto é, a largura das
portas e rotas de saída devem ser suficientes para evacuação da população do
prédio. Essa largura é obtida através da seguinte fórmula da IT 08:
N=P/C
Onde:
N: número de unidades de passagem
P: População da edificação
C: Capacidade da unidade de passagem
33
O número de unidades de passagem segundo a IT 02(p. 19) ” largura mínima
para a passagem de uma fila de pessoas, fixada em 0,55 m”. A largura de 0,55m
corresponde a uma unidade de passagem, que é o espaço utilizado por uma pessoa
para passar em algum lugar.
A tabela da IT 08 a seguir é utilizada para se calcular através da quantidade
de pessoas que a edificação comporta, a quantidade de unidades de passagens
que deve ter as portas, os acessos e descargas, e as escadas e rampas.
Tabela 04 - Dados para dimensionamento da saída
Ocupação
População(A)
Capacidade da U de passagem
Grupo Divisão Acesso e descargas
Escadas e rampas Portas
A
A-1 e A-2 Duas pessoas por dormitório (C)
60 45 100 A-3 Duas pessoas por dormitório e uma pessoa por 4 m² de área de alojamento (D)
B - Uma pessoa por 15,0 m² de área (E) (G)
C - Uma pessoa por 3,0 m² de área (E) (J)
100 60 100 D - Uma pessoa por 7,0 m² de área (E) (L)
E
E-1 a E-4 Uma pessoa por 1,50 m² de área de sala de aula (F)
E-5 e E-6 Uma pessoa por 1,50 m² de área de sala de aula (F)
30 22 30
F
F-1 e F-10 Uma pessoa por 3,0 m²de área
100 75 100
F-2, F-5, F-8, F-9 e F-11 Uma pessoa por m²de área (E) (G)
F-3, F-6 e F-7 Duas pessoas por m² de área (E) (G) (1:0,5 m²)
F-4 Uma pessoa por 3,0 m²de área
Fonte: Adaptado de CBMMG (2017).
De posse dessas informações podemos verificar que o cálculo populacional
para o projeto em questão se deu conforme tabela a seguir retirada do Projeto de
Segurança Contra Incêndio e Pânico da edificação.
34
Tabela 05 -Cálculo populacional
Local Ocupação Quant. Pessoas/m²
Área utilizada m²
Total população
Salão 1 F-6 2 190,90 382 pessoas Salão 2 F-6 2 126,64 254 pessoas Escritório D-1 1/7m² 257,80 37 pessoas
Fonte: Pereira 2015
Para cada área do prédio (salão 1, salão 2, apoio) foi efetuado um cálculo que
indica a capacidade de pessoas do ambiente. Diante da capacidade de pessoas
encontrada, é possível calculara quantidade, em metros, de saída de emergência
exigida pela norma conforme tabela a seguir.
Tabela 06 - Cálculo da saída de emergência
Saídas de emergência Local Fórmula Cálculo Tamanho da
saída existente (m)
Salão 1 N= P/C N=382/100= 3,82> 4x0,55= 2,20 m
2,18
Salão 2 N= P/C N=254/100=2,54>3x0,55= 1,65 m
2,18
Fonte: Pereira (2015)
A partir daí chegou-se à conclusão de que a largura total de portas de saída
necessária para atender às exigências normativas do Corpo de Bombeiros para
saída de emergência seria de 3,65 metros.
Conforme apresentado no projeto, essa largura foi distribuída entre duas
portas de saída, ambas com 2,18 metros de largura, obedecendo o disposto na
tabela 06 da IT 08, que informa que edificações do grupo F/ F-6 com até 750 m² de
área e altura menor que 12m, deve ter no mínimo duas rotas de saída distintas, e
suas portas devem abrir no sentido do fluxo de saída de pessoas.Ainda informa que
as portas devem ser dotadas de um sistema de fechamento com barras antipânico.
Para as ocupações do grupo F com capacidade acima de 200 pessoas será obrigatória a instalação de barra antipânico nas portas de saídas de
35
emergência, conforme NBR 11785, das salas das rotas de saída, das portas de comunicação com os acessos às escadas e descargas. (IT 08, 2017, p. 08).
O sistema de barras antipânico é um dispositivo que permite o destravamento
da porta ao empurrá-la, ou seja, só será possível abrir a porta se esta for empurrada
no sentido do fluxo de saída.
A definição segundo a Norma Brasileira de regulamentação- NBR 11785/1997
“barra antipânico é um dispositivo de destravamento da folha de uma porta, na
posição fechada, acionada mediante pressão exercida no sentido de abertura, em
uma barra horizontal fixada na face da folha”. São classificadas em simples ou
dupla, caracterizadas pela quantidade de folhas de portas existentes, ou seja, se a
porta tiver uma única folha, logo será instalada uma única barra, se a porta tiver
duas folhas, então para cada folha será instalada uma barra.
Figura 04-Portas de saída dotadas de barra antipânico
Fonte: O autor(2017)
Analisando o projeto, verificou-se que existem duas portas de saída de
emergência, ambas estão dotadas do sistema de abertura por barras antipânico,
conforme exige- se na legislação.
36
4.2.2 Iluminação de emergência
A iluminação do ambiente deve ser projetada de forma a balizar o acesso ou
saída sem prejudicar a visão das pessoas, em quantidade suficiente para que estas
possam enxergar o que estiver a sua frente e ir em direção à porta de saída. É
importante lembrar que em casas de shows a iluminação faz parte do espetáculo
artístico, com jogos de luz coloridas que ficam intermitentes e variam sua
intensidade.
Cada ambiente possui um tipo de iluminação, que varia de acordo com sua
decoração.
Muita luz pode provocar grandes variações na pupila ocular e reduzir a acuidade visual, necessária para situações de emergência. Quando forem utilizados para iluminar um local de acesso ou saída, é importante que o facho luminoso venha sempre no mesmo sentido do fluxo do pessoal, ou seja, ilumine por trás, evitando assim o ofuscamento. (SEITO et al, 2008, p. 107).
A iluminação em uma casa noturna além de ser importante para a
caracterização do ambiente, influencia diretamente no comportamento do indivíduo,
sendo assim, indispensável para garantir a orientação das pessoas para a saída do
local. A quantidade de luz também influencia na estética do ambiente, e é projetada
de acordo com a decoração que se quer obter, além de levar em consideração
aspectos comportamentais do público.
A luz e iluminação podem mudar completamente uma cor então devem ser pensadas na fase da execução do projeto, pois a cor pode interferir diretamente no espaço então deve ser utilizada como ferramenta do projeto. As cores conforme a luz pode ser alterada. Em um projeto as cores podem alterar o humor das pessoas que ali estão, pois elas agem no subconsciente, influenciando no estado de espírito. (MARCOS; REIS; DOMINGOS, 2014, p. 139).
Sabe-se que em ambientes noturnos a iluminação é bastante reduzida para
criar um ambiente agradável, e isso em caso de emergência pode ser um fator
agravante no que diz respeito à mobilidade das pessoas no interior da edificação,
por isso é muito importante que se tenha um sistema de iluminação de emergência
37
eficiente, que na ausência de iluminação por algum problema este poderá ser fator
crucial para que as pessoas ali presentes consigam localizar as saídas.
O sistema de iluminação de emergência é um sistema independente, ligado à
rede de energia da edificação composto por um dispositivo tipo luminária de baixo
consumo de energia que possui em seu interior uma bateria, que ficará sempre
ligada a rede. Quando a rede por algum motivo não tiver corrente elétrica,
automaticamente a luminária funcionará, gerando claridade no ambiente.
Conforme a Instrução Técnica 13 do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais- IT
13, a distância máxima de um ponto de iluminação até o outro deve ser no máximo
de 15 metros, ou seja, a luminária tem poder de clareamento em um raio de 7,5
metros, desde que seja instalada a uma altura máxima de 2,5 metros.
Segundo a Norma Regulamentar Brasileira- NBR 10898, (1999, p. 02), ”
Iluminação de balizamento é Iluminação de sinalização com símbolos e/ou letras
que indicam a rota de saída que pode ser utilizada neste momento”.
Figura 5: Luminária de emergência
Fonte: O autor (2017)
No projeto em estudo, foram instalados diversos pontos de iluminação de
emergência de balizamento localizadas logo acima das portas de saída, e pontos de
aclaramento distribuídos no interior do salão em diversos locais como corredores,
banheiros, varanda, entre outros.
Para a concepção de quantas luminárias seriam necessárias para garantir o
clareamento eficiente da edificação é necessário saber a largura e o comprimento do
38
prédio, e ainda garantir que partes da edificação que ficam separadas por paredes
devem ser iluminadas. Assim sendo, foi verificado no projeto arquitetônico, que a
largura da construção é de 24 metros e o comprimento de 28 metros. A disposição
das luminárias de emergência é aleatória, obedecendo a distância entre elas
especificada em norma.
Figura 06: Disposição das luminárias
Fonte: O autor (2017)
4.2.3Sinalização de emergência
A sinalização de emergência é utilizada para orientar os ocupantes da
edificação quanto ao caminho a ser seguido até a saída, normalmente é utilizada
sem textos, apenas com figuras e símbolos, que são de fácil assimilação. Esta
sinalização tem características fotoluminescentes, ou seja, podem ser enxergadas
mesmo com baixa luminosidade.
A IT-15- Sinalização de Emergência, do CBMM, utilizada para a elaboração
do projeto de sinalização de emergência, traz a seguinte definição do sistema:
A sinalização de emergência tem como finalidade reduzir o risco de ocorrência de incêndio, alertando para os riscos existentes e garantir que
39
sejam adotadas ações adequadas à situação de risco, que orientem as ações de combate e facilitem a localização dos equipamentos e das rotas de saída para abandono seguro da edificação em caso de incêndio. (IT 15, 2008, p. 2).
É importante que em cada porta de saída, em cada equipamento de extinção
de incêndio (extintor, alarme, hidrante, etc.) se tenha uma placa indicando que ali
está um equipamento que pode auxiliar em caso de emergência. No projeto temos
que a sinalização utilizada segue a simbologia apresentada conforme a IT-15.
Conforme a referida instrução técnica, a entrada da edificação possui uma
placa com a descrição de todas as medidas de proteção da edificação denominada
M-1, conforme figura abaixo.
Figura 07-Sinalização M-1
Fonte: Pereira (2015)
Sobre as saídas, nas paredes indicando a rota de saída, nos corredores, a
sinalização utilizada é a sinalização de orientação e salvamento, que de acordo com
a IT 15 deve ser utilizada para indicar rotas de saída e o acesso à estas.
A sinalização de portas de saída de emergência deve ser localizada imediatamente acima das portas, no máximo a 0,10 m da verga, ou diretamente na folha da porta, centralizada a uma altura de 1,80 m medida do piso acabado à base da sinalização. (IT 08, 2005, p. 03).
40
Normalmente, a sinalização de orientação é instalada a 1,80 metros em
paredes e pilares, e nas portas esta é instalada logo acima da porta a uma altura de
mais ou menos 2,10 metros, pois conforme a o Guia de Acessibilidade em
Edificações do Conselho Regional de Engenharia de Minas Gerais- CREA, (2006, p.
31), “ As portas devem ter vão livre mínimo de 0,80m e altura mínima de 2,10m”.
Devido às portas possuírem uma altura mínima de 2,10m e também por questões
estéticas, as placas são instaladas logo acima das portas.
Figura 08: Sinalização de saída
Fonte: O autor (2017)
O fundo verde fotoluminescente é extremamente importante, pois segundo a
IT 15, ao baixar ou cessar totalmente a iluminação do ambiente, as placas com essa
característica podendo ser visualizadas por todos no interior da edificação.
De acordo com a IT-15, as placas de sinalização que indicam a rota de saída
da edificação não devem estar distantes mais que 15 metros uma da outra. Ainda, a
41
sinalização que indica locação de algum equipamento de proteção deve estar fixada
a uma altura de 1,80 metros, e sempre em local visível.
A sinalização de orientação das rotas de saída deve ser localizada de modo que à distância de percurso de qualquer ponto da rota de saída até a sinalização seja de, no máximo, 15 m. Adicionalmente, esta, também deve ser instalada, de forma que na direção de saída de qualquer ponto seja possível visualizar o ponto seguinte, respeitado o limite máximo de 30 m. A sinalização deve ser instalada de modo que a sua base esteja a 1,80 m do piso acabado. (IT 15, 2005, p. 03).
Devido a essa exigência normativa foram instaladas nove placas de
orientação no interior da boate, em locais estratégicos, visíveis, e seguindo a
distância máxima entre elas permitida pela norma. A sinalização utilizada está
descrita na figura abaixo.
Figura 09- Sinalização de orientação
Fonte: Pereira (2015)
42
Já a sinalização de equipamentos de combate a incêndio utilizada no prédio
foi somente a de extintores de incêndio, devido a característica do local exigir
apenas essa medida de proteção para o local, conforme tabela apresentada
anteriormente (tabela 02). Esse tipo de sinalização segundo a IT 15 deve ser
utilizado para mostrar o local onde está localizado o equipamento de combate ao
incêndio, devendo também estar afixada a altura de 1,80m logo acima do objeto.
Figura 10: Sinalização de equipamentos
Fonte: O autor (2017)
4.2.4 Extintores de incêndio
Conforme a NBR 12693 (1993, p. 12), “Extintor de incêndio é um Aparelho de
acionamento manual, constituído de recipiente e acessórios contendo o agente
extintor destinado a combater princípios de incêndio”. Esse recipiente contém em
seu interior um gás expelente ao qual acionado o gatilho provoca a expulsão do
agente extintor em direção ao fogo.
Ao ser utilizado logo no início do incêndio e por alguém que saiba utilizá-lo é
uma ferramenta eficaz no combate às chamas, eficácia esta que está intimamente
43
ligada ao tipo de agente extintor (pó químico, água, gás carbônico, etc.) e o material
combustível (madeira, papel, líquido inflamável, etc.) presente no ambiente ao qual
está se incendiando.
Na realidade, a rapidez de atuação é primordial, na medida em que o extintor só é eficaz no início de um incêndio. Com efeito, as quantidades do agente extintor, assim como o tempo de utilização, sãolimitadas. No entanto, o êxito da utilização do extintor depende dos seguintes fatores: • estar bem localizado, visível e em boas condições de funcionamento; • conter o agente extintor adequado para combater o incêndio; • ser utilizado na fase inicial do combate ao incêndio; • o operador conhecer previamente o seu modo de funcionamento e utilização. (GUERRA; COELHO; LEITÃO, 2006, p. 64).
Atualmente existem vários tipos de agentes extintores disponíveis, o que o
torna específico para cada tipo de material subdividido nas classes especificadas na
NBR 12693 conforme tabela abaixo.
Tabela 07 - Classe de incêndio
Classe Tipo de material Forma de propagação
Classe A
Materiais combustíveis sólidos, tais como madeiras, tecidos, papéis, borrachas, plásticos termoestáveis e outras fibras orgânicas;
Queimam em superfície e profundidade, deixando resíduos;
Classe B
Líquidos e/ou gases inflamáveis ou combustíveis, plásticos e graxas que se liquefazem por ação do calor;
Queimam somente em superfície;
Classe C Equipamentos e instalações elétricas energizados;
Conforme característica do material;
classe D: Metais combustíveis, tais como magnésio; titânio, zircônio, sódio, potássio e lítio;
Conforme característica do material;
Fonte: ABNT (2013).
Conhecendo as classes de incêndio, as quais caracterizam o tipo de material
e a forma que estes sofrem a oxidação pelo fogo, é possível então se empregar o
tipo de agente extintor adequado para o material, garantindo sua eficácia e
minimizando prejuízos decorrentes do seu uso.A seleção do agente extintor é
descrita na tabela abaixo conforme NBR 12693.
44
Tabela 08 - Seleção do agente extintor conforme classe de incêndio
Fonte: ABNT (2013).
Sendo:
Adequado à classe de fogo (A).
Não recomendado à classe de fogo (NR).
Proibido à classe de fogo (P).
Nota-se que existem vários tipos de extintores, constituídos de
componentes específicos para cada material combustível, e a grande maioria
possui restrição de aplicação em uma ou outra classe de material como por
exemplo, o extintor de água, este pode ser utilizado para se combater um
incêndio em material de classe A e não deve ser utilizado nas demais classes.
4.2.4.1 Sistema de proteção por extintores da edificação
O prédio em estudo possui um sistema de proteção por extintores,
referenciado conforme IT-16, eprojetados conforme a carga de incêndio para casas
de shows descrita da Instrução Técnica 09- Carga de Incêndio nas Edificações e
Áreas de Risco, conforme tabela abaixo.
Classe de fogo
Agenteextintor
Água Espumaquími
ca(3)
Espumamecânica
Gáscarbônico (CO2)
Pó B/C
Pó A/B/C
Hidrocarbonetos halogenados
A (A) (A) (A) (NR) (NR) (A) (A)
B (P) (A) (A) (A) (A) (A) (A)
C (P) (P) (P) (A) (A) (A) (A)
D Deve ser verificada a compatibilidade entre o metal combustível e o agente extintor
45
Tabela 09 - Carga de incêndio
CLASSIFICAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES E ÁREAS DE RISCO QUANTO À CARGA INCÊNDIO
Risco Carga de Incêndio [MJ/m2]
Baixo Até 300 [MJ/m2]
Médio Acima de 300 até 1200 [MJ/m2]
Alto Acima de 1200 [MJ/m2] Fonte: CBMMG (2008).
Logo, a classificação para casas de shows F-6 se dá conforme
tabelaabaixo:
Tabela 10 - Carga de incêndio em [MJ/m2] por subgrupos.
Serviços profissionais,
pessoais e técnicos
Agênciasbancárias D -2 300
Agências de correios D -1 400
Centraistelefônicas D -1 100
Cabeleireiros D -1 200
Copiadora D -1 400
Encadernadoras D -1 1000
Escritórios D -1 700
Estúdios de rádio ou de televisão ou de fotografia D -1 300
Laboratóriosquímicos D -4 500
Laboratórios (outros) D -4 300
Lavanderias D -3 300
Oficinaselétricas D -3 600
Oficinashidráulicasoumecânicas D -3 200
Pinturas D -3 500
Processamentos de dados D -1 400
Educacional e culturafísica
Academias de ginástica e similares E-3 300
Pré-escolas e similares E-5 300 Creches e similares E-5 300 Escolasemgeral E-1/E2/E4/E6 300
Locais de reunião de público
Bibliotecas F-1 2000
Cinemas, teatros e similares F-5 600
Circos e assemelhados F -7 500
Centros esportivos e de exibição F-3 150
46
Clubes sociais, boates e similares. F-6 600
Estações e terminais de passageiros F-4 200 Exposições F -10 Adotar Anexo B
Igrejas e templos F-2 200
Museus F-1 300
Restaurantes F-8 300
Fonte: Adaptado de CBMMG (2008). Pode-se verificar que a carga de incêndio para a casa de shows é de 600
megajoules [MJ], portanto combinando com a tabela 06, temos que se enquadra em
risco médio de possibilidade de incêndio.
Em seu interior, a edificação possui material combustível de classe A como:
papéis decorativos, mesas de plástico, cadeiras e mesas de madeira, Cortinas
decorativas de tecido, entre outros. Possui também equipamentos energizados
conforme classe C: equipamentos de som, iluminação, freezer, computadores, etc.
Logo, conforme o tipo de material combustível, e observadas as
especificações da tabela 05, foi adotado o extintor classe ABC, devido atender todas
as classes com eficiência e viabilidade de se poder dispor de materiais de diversas
classes em vários locais da edificação juntos ou separados e se poder utilizar
apenas um extintor para atender a todas as classes e ainda obedecendo o disposto
na IT 09.
Cada pavimento deve possuir no mínimo duas unidades extintoras, sendo uma para incêndio classe A e outra para incêndio classe B e C, ou uma unidade extintora de pó ABC, desde que atenda à distância máxima a ser percorrida e capacidade. Nas garagens de veículos automotores, é obrigatória a proteção por extintores tipo póABC. (IT 09, 2005, p.05)
Foram instaladas 08 unidades extintoras obedecendo a altura especificada de
no máximo 1,60 metros do piso, distanciamento máximo entre cada aparelho de 15
metros, e localizado à uma distância máxima de 5 metros da entrada/saída da
edificação, conforme consta na IT 09, e ainda,no palco, devido a utilização de
equipamentos de som de custo elevado, foi instalado um extintor de gás carbônico.
Figura 11: Extintor de incêndio
47
Fonte: O autor (2017)
Diante da confirmação das especificações normativas verificadas “in loco”, o
sistema de proteção por extintores da edificação atende a legislação Estadual no
que diz respeito à prevenção de incêndios.
4.2.5 Plano de intervenção de incêndio
O Plano de Intervenção de Incêndio é um estudo de todos os possíveis tipos
de emergência oriundos da utilização da edificação, sistematizando as formas de
atuação em caso de emergência, mapeando as áreas críticas da edificação,
buscando através de treinamentos e estratégias, dar maior agilidade ao atendimento
em caso de acidente.
O Plano de Intervenção de Incêndio consiste num planejamento prévio para a provável ocorrência de uma emergência e visa facilitar o reconhecimento da edificação por parte da população e das equipes de emergência, proporcionando sua utilização em simulados etreinamentos. (IT 11, 2005, p. 03).
O Plano de Intervenção de Incêndio do prédio foi elaborado com base na
tabela constante no anexo “A” da IT 11, descrevendo as principais características de
localização, os tipos de sistemas preventivos, os locais vulneráveis dentro da
edificação, os tipos de edificações circunvizinhas, os hospitais mais próximos, entre
outros conforme descrito na planilha de levantamento de dados.
Conforme informações descritas na planilha, observa-se que foram
levantados inúmeros dados sobre a edificação, expondo os riscos, os locais de
48
apoio, e várias outras informações que possibilitam traçar um plano de segurança
suficiente e adequado para uma situação de emergência que venha acontecer no
local. De posse das informações foi elaborado o Plano de Intervenção da Edificação
conforme consta em anexo.
4.2.6 Brigada de incêndio
O sistema de proteção da edificação por si só não garante que no caso de um
princípio de incêndio o mesmo será combatido e controlado. Por isso é necessário
que se disponha de profissionais capacitados para atuação em caso de emergência.
Nesse propósito cria-se um grupo de pessoas treinado, orientado e habilitado a agir
durante um incêndio ou alguma situação acidental. Esse grupo recebe o nome de
Brigada de Incêndio.
Brigada de incêndio é um grupo organizado de pessoas preferencialmente voluntárias ou indicadas, treinadas e capacitadas para atuar na prevenção e no combate ao princípio de incêndio, abandono de área e primeiros-socorros, dentro de uma área preestabelecida na planta. (NBR 14276, 2006, p. 06).
O brigadista a ser selecionado para a edificação deve conhecer a área em
que será sua atuação, por exemplo, se o brigadista trabalha na recepção do
estabelecimento, logo, deve conhecer as repartições do prédio próximas do
ambiente de trabalho. Outro exemplo, é se o brigadista trabalha como auxiliar de
escritório no terceiro pavimento da edificação, então este deverá conhecer todo o
ambiente do terceiro pavimento.
A IT-12, estabelece algumas atribuições aos brigadistas, definidas em ações
de prevenção e ações de emergência, que seguem abaixo.
Ações de prevenção: • avaliação dos riscosexistentes; • inspeção geral dos equipamentos de combate a incêndio; • inspeção geral das rotas de fuga; • elaboração de relatório das irregularidades encontradas; • encaminhamento do relatório aos setores competentes; • orientação à população fixa e flutuante; • exercíciossimulados.
49
• Ações de emergência: • identificação da situação; • alarme/abandono de área; • acionamento do Corpo de Bombeiros e/ou ajuda externa; • corte de energia; • primeirossocorros; • controle do pânico; • combate ao princípio de incêndio; • instrução de abandono de área com segurança; • recepção e orientação ao Corpo de Bombeiros; • preenchimento do formulário de registro de trabalho dos bombeiros; • encaminhamento do formulário ao Corpo de Bombeiros para atualização de dados estatísticos. (IT-12, 2005, p. 7).
As ações de prevenção são primordiais para o sucesso das ações de
emergência, com o conhecimento do local, avaliação dos riscos potenciais,
conhecimento do sistema preventivo da edificação, é possível atuar rapidamente no
controle de qualquer situação de incêndio e pânico.
4.2.6.1Brigada de incêndio da casa de shows
A Brigada de Incêndio da edificação foi elaborada conforme especificações da
legislação estadual, com base na IT-12, que especifica a quantidade mínima de
brigadistas para cada grupo de edificação, conforme tabela em anexo.
Tabela 11 - Plano de Intervenção de Incêndio.
Populaçãofixaporpavime
nto
Grupo Divisão Descrição Até 10 Acima de 10
F Local de Reunião Pública
F-1 Local onde há objeto de valor
inestimável
Faz parte da brigada de incêndio toda a população fixa
F-2 Local religioso e velório Faz parte da brigada de incêndio toda
a população fixa
F-3 Centro esportivo e de exibição Faz parte da brigada de incêndio toda
a população fixa
F-4 Estação e terminal de passageiro 60% 20%
F-5 Artecênica e auditório Faz parte da brigada de incêndio toda
a população fixa
F-6 Clube social e diversão Faz parte da brigada de incêndio toda
a população fixa
F-7 Construçãoprovisória Faz parte da brigada de incêndio toda
a população fixa
F-8 Local para refeição 60% 20%
50
F-9 Recreaçãopública 40% 10%
F-10 Exposição de objetos e animais Faz parte da brigada de incêndio toda
a população fixa
Fonte: Adaptado de CBMMG (2008).
Conforme a tabela acima, para os locais de reunião de público, subgrupo F-6,
toda a população fixa da edificação deverá obrigatoriamente fazer parte da brigada
de incêndio.
Conforme a NBR 14276 (2006,p. 07) “ população fixa é aquela que
permanece na edificação regularmente, considerando-se os turnos de trabalho e a
natureza da ocupação, bem como os terceiros nesta condição”. Logo segue abaixo a
tabela especificando a população fixa da edificação em tela.
Tabela 12 -Brigada de Incêndio
Nº do pavimento
População fixa do pavimento Número de brigadistas
1 Total de Funcionários 04
2
3
4
TOTAL
04
Fonte: Pereira (2015)
De forma a atender todos os setores da edificação, a brigada foi disposta
conforme organograma apresentado na figura a seguir:
Figura 12- Organograma de brigada de incêndio
LÍDER
BRIGADISTA
BRIGADISTA
BRIGADISTA
51
Fonte: Pereira (2015)
Existe um brigadista que obrigatoriamente será o responsável por comandar e
liderar as ações de todos os outros brigadistas. Vale ressaltar que, conforme
especifica na IT 12, os membros da brigada obrigatoriamente deverão ser
devidamente identificados, através de crachás, braceletes, brevês, coletes, entre
outros, para facilitar sua visualização em caso de real situação de emergência.
Sendo que a população fixa da edificação é de quatro pessoas e todas
possuem a certificação profissional de Brigadista de Incêndio, a edificação atende a
Legislação Estadual, com relação ao sistema de proteção da edificação por Brigada
de Incêndio.
4.2.7Controle de materiais de acabamento
O controle de materiais de acabamento consiste em realizar ensaios
laboratoriais afim de se verificar a resistência ao fogo de cada material utilizado no
revestimento, acabamento, impermeabilização, etc., utilizado no interior da
edificação.
De acordo com a IT 02, (2005, p.13), “Material de acabamento: Produtos ou
substâncias que, não fazendo parte da estrutura principal, são agregados à mesma
com fins de conforto, estética ou segurança”.Existem vários tipos de materiais de
acabamento, podendo ser classificados segundo a definição abaixo.
Material de revestimento: material empregado na superfície de elementos
construtivos das edificações, tanto em ambientes internos como externos, com
finalidade de atribuir características estéticas, de conforto, de durabilidade, etc.
Incluem-se pisos, forros, revestimentos têxteis (carpetes em pisos, paredes, dentre
outros), papéis de parede e as proteções térmicas dos elementos estruturais.
Material termo acústico: material empregado em isolamento térmico e/ou
acústico, como lã de vidro, isopores, vermiculite, vidros e outros.
52
As condições aplicáveis aos materiais empregados na construção se referem, basicamente, a sua reação ao fogo, o grau de combustibilidade e a emissão de gases tóxicos durante os processos de combustão. Os fabricantes devem indicar em seus produtos tais aspectos de comportamento ante o fogo. Os certificados de ensaio, emitidos por laboratórios idôneos, devem ser exigidos antes da aquisição de qualquer componente especificado preliminarmente. A ignifugação, quando houver, deve ser indicada em seus detalhes de aplicação e durabilidade. (NETO, 1995, p. 68).
Existem tratamentos químicos para que esses materiais apresentem uma boa
resistência às chamas, são os chamados infugnantes. Esses compostos retardantes
das chamas são aplicados aos materiais para reduzirem a velocidade da combustão.
É importante ressaltar que os agentes retardantes não tornam os materiais
incombustíveis, apenas aumentam o tempo de resistência contra as chamas,
reduzindo o risco de incêndios.
Um ignifugante é um produto ou composto de produtos químicos que podem ser incorporados a um material para prevenir sua ignição por uma pequena fonte de calor. Se o material se inflama, a ignifugação pode diminuir a velocidade de combustão. A ação deste tratamento, na realidade, se reduz a tornar mais difícil a combustão dos materiais exigindo um aumento da energia mínima necessária para a ignição. (NETO, 1995, p. 42).
Os materiais de acabamento e revestimento de paredes, teto, divisórias,
forros e similares são agrupadosem cinco classes conforme a tabela a seguir da IT
38.
Tabela 13 - Classes de materiais
Método de ensaioClasse Ip
(NBR 9442) Dm
(ASTM E 662)
A¹ - - B Ip ≤ 25
Dm ≤ 450 C 25 <Ip ≤ 75 D 75 <Ip ≤ 150 E 150 <Ip ≤ 400
Fonte:CBMMG (2008).
Segundo a NBR 9442 (1986, p. 04), “Ip é o índice de propagação superficial
da chama, e o Dm é a densidade específica ótica máxima”, ambos são obtidos em
53
testes e ensaios laboratoriais. O índice de propagação do fogo é responsável por
fornecer um parâmetro de comparação do crescimento do fogo para os ensaios do
comportamento dos materiais de revestimento quando são submetidos ao fogo.
Já os materiais de revestimento de piso são classificados conforme tabela a
seguir.
Tabela 14 - Classificação de revestimento de piso
Método de ensaioClasse FluxoCrítico (NBR 8660)
I¹ - II FluxoCrítico ≥ 0,5 W/cm²
III 0,5 W/cm² ≥ Fluxo Crítico ≥ 0,25 W/cm²
Fonte: CBMMG (2008).
Conforme IT 38 (p. 05), “ Fluxo crítico é o fluxo de energia necessário à
manutenção da frente de chama no corpo de prova”. Esse valor é especificado
através de ensaio em laboratório, com base na NBR 8660.
4.2.7.1Controle de materiais de acabamento da casa de shows
O Controle de Materiais de Acabamento da edificação foi realizado conforme
tabela a seguir.
Tabela 15 - Quadro resumo de controle de materiais de acabamento
QUADRO RESUMO DE CONTROLE DE MATERIAIS DE ACAMABENTO
AMBIENTE ELEMENTO
CONSTRUTIVO CLASSE ADOTADA
MATERIAL NORMAS DEENSAIO
Térreo e Mezanino
Piso CLASSE – I CONCRETO ARMADO Parâmetros da ISO 1182 e NBR 8660
Parede/divisórias CLASSE – III-A ALVENARIA Parâmetros da ISO 1182 e NBR 9442
Teto/forro CLASSE-II-A LAJE Parâmetros da ISO 1182 e NBR 9442
54
Cobertura CLASSE -IIA TELHA FIBROCIMENTO Parâmetros da ISO 1182 e NBR 9442
Isolamentotermoacústico Nãopossui Nãopossui Nãopossui
Fonte: Pereira (2015)
Ao analisarmos a tabela acima, podemos observar que os elementos
construtivos do piso, paredes, forro de teto, cobertura da edificação, não possuem
características inflamáveis. Não há também na edificação, materiais de isolamento
termo acústico, isso é um fator muito importante no controle dos riscos de incêndios,
visto que materiais de acabamento propensos a se incendiarem são os maiores
responsáveis pela propagação das chamas.
A maioria dos incêndios tem início através da ignição dos materiais trazidos para o interior do edifício e não nos agregados ao mesmo. Contudo, todos os materiais combustíveis presentes, sejam os trazidos para o interior do edifício, sejam os utilizados como acabamento/revestimento de tetos e paredes ou os incorporados aos sistemas construtivos, podem contribuir para o desenvolvimento do fogo. (MITIDIERI; IOSHIMOTO, 1998, p. 25).
Ainda conforme a IT 38, o responsável pela execução do controle de
materiais de acabamento deve emitir declaração de responsabilidade técnica
conforme anexo “A” disponível no final da referida IT, devendo ser assinada
garantindo que os materiais de acabamento estão de acordo com o projeto.
Finalizando a exposição acerca do Controle de Materiais de acabamento,
verificamos que o projeto apresentado, os documentos de referência, a declaração e
a verificação no local por meio de fotografias, fica comprovado que a execução do
Controle de materiais foi estabelecida conforme especifica a norma estadual.
55
5 IMPORTÂNCIA DO SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO EMBOATES
Muito já se ouviu falar em incêndios em boates, casas de shows, prédios
residenciais entre outros pelo mundo, e em todos eles o desastre foi imensurável,
centenas de pessoas perderam suas vidas e os patrimônios foram todos destruídos.
No Brasil, o incêndio no GranCircus Norte-Americano, instalado no Rio de
Janeiro em 1961 foi a primeira tragédia registrada em local de reunião de público. O
fogo ateado por um ex-funcionário do circo atingiu rapidamente a lona sobre mais de
3000 pessoas, as quais mais de 500 morreram e mais de 1000 ficaram feridas.
Em 1961 ocorreu a Tragédia do GranCircus Norte-Americano (RJ). Um ex-funcionário do Circo quis se vingar após ter sido demitido e, usando gasolina para colocar fogo na lona que, feita de uma composição com parafina, se incendiou caindo em cima das quase três mil pessoas que assistiam ao espetáculo. No local, 503 pessoas morreram, sendo que 70% das vítimas eram crianças, e mais de mil pessoas ficaram feridas. (JUCON; ALBUQUERQUE, 2013, p. 06).
O incêndio na casa de shows Canecão Mineiro em Belo Horizonte na data de
24 de novembro de 2001, vitimou 7 mortos e feriu mais de 300 pessoas. Segundo o
site globo.com, o fogo se deu após um artefato pirotécnico incendiar parte do forro
do teto que era fabricado em isopor e espuma.
A tragédia do Canecão Mineiro é, até hoje, considerada a maior de Belo Horizonte. O incêndio começou quando um integrante da banda Armadilha do Samba acendeu fogos de artifício no palco, por volta de duas horas da manhã. O teto feito de isopor e espuma rapidamente ficou em chamas. A casa não tinha saídas de emergência e nem alvará de funcionamento. (MENDES, 2013, p. 07).
Outro grande acontecimento parecido com o de Belo Horizonte, ocorreu na
boate Kiss no Rio Grande do Sul, na data de 28 de janeiro de 2013, quando um
artefato pirotécnico atingiu a espuma isolante acústico do teto, que se incendiou
rapidamente produzindo fumaça tóxica matando cerca de 242 pessoas e deixando
outras 130 feridas.
A catástrofe vitimou 242 pessoas e feriu ao menos 680. O incêndio ocorreu na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013 e teve seu início pelo acendimento de um artefato pirotécnico por um integrante de uma banda
56
que se apresentava na casa noturna. Além das péssimas condições de segurança, a imprudência ocasionou a morte de mais de duas centenas de pessoas. (ACOSTA, 2015, P. 14)
Diante dos vários incêndios ocorridos no Brasil, especificamente em casas de
shows, surge a necessidade de se verificar qual a importância de um sistema de
proteção contra incêndios para tal lugar, e saber se o público que frequenta esses
locais se importa em saber se o local oferece condições de segurança às pessoas
ali presentes, e em caso de emergência saibam como agir.
Para isso, fez se necessário realizar uma pesquisa de campo, com várias
pessoas que frequentam esse tipo de local de diversão, afim de se verificar as
seguintes informações:
1. Você sabe o que é um sistema de proteção contra incêndio e pânico?
2. Acha importante se dispor de equipamentos de segurança eficientes no combate
a um incêndio em uma boate?
3. Supondo-se que um incêndio comece próximo ao palco, na espuma de
isolamento acústico fixada em toda extensão do teto de uma boate, você teria
condições (capacitação técnica) para utilizar um extintor de incêndio?
4. Acha importante a presença de pessoal treinado e capacitado para atuação em
caso de emergência em boates?
5. Concorda que uma fiscalização eficaz por parte do Estado pode contribuir para a
diminuição dos incêndios em casas de shows?
O questionário proposto busca verificar se as pessoas frequentadoras de
boates se atentam para a segurança do local, e caso sejam vítimas de algum
incêndio, se estas possuem algum tipo de instrução para utilizarem o sistema de
proteção da edificação. Foram entrevistadas 30 pessoas de ambos os sexos e com
idades variadas, entre jovens que frequentam boates, pais que tem filhos jovens, e
através do questionário apresentado acima obtivemos o seguinte resultado descrito
no gráfico abaixo:
57
Figura 13 - Pesquisa de campo
Fonte: autor (2017).
5.1 Resultados obtidos na análise
Analisando o gráfico acima, encontrou-se alguns pontos positivos e outros
negativos no que tange a proteção das pessoas frequentadoras ou não das casas
de shows.
Com relação a pergunta 01, cerca de 56,67% das pessoas entrevistadas
desconhecem o que é um sistema de proteção contra incêndio e pânico. Esse
resultado mostra que existe uma grande deficiência com relação ao nível de
instrução sobre a prevenção de incêndios no Estado, seja ela por parte dos
legisladores, ou por parte do sistema de educação, que não aborda esse tipo de
informação nas escolas.
43,33%
56,67%
93,33%
6,67%
23,33%
76,67%
83,33%
16,67%
96,67%
3,33%
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
sim não sim não sim não sim não sim não
Pergunta 01 Pergunta 02 Pergunta 03 Pergunta 04 Pergunta 05
PESQUISA DE CAMPO
58
A pergunta 02, reforça a ideia de que os equipamentos de proteção são
essenciais para a segurança dos usuários. Mais de 93% das pessoas questionadas
concordam que é importante se ter em uma boate, medidas de proteção contra
incêndio. Com esse resultado, teve-se uma característica favorável à prevenção de
incêndios, embora todas as pessoas não concordem com a importância do sistema.
Já a pergunta 03 apresenta um dado desfavorável, que talvez seja um dos
motivos de tantas mortes em incêndios, principalmente em casas noturnas. Os
números mostram que mais de três quartos da população da pesquisa seriam
vítimas potenciais em um incêndio por não saber como proceder diante de uma
emergência.
As respostas obtidas na pergunta 04 faz-se concluir que, por desconhecer o
que é um sistema de proteção, e consequentemente não saber utilizar, as pessoas
entrevistadas acham muito importante que a edificação disponha de pessoal
instruído e habilitado a manusear os equipamentos de proteção. Apenas 16,67% das
pessoas discordam dessa proposição.
E, por fim, mais um tópico obteve resultado satisfatório, onde cerca de
96,67% dos entrevistados concordam que a intervenção do Estado por meio de
fiscalizações é muito importante para que os proprietários das edificações
comerciais e de prestação de serviços ofereçam uma proteção eficiente contra
incêndios aos seus consumidores.
59
60
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Acerca dos dados expostos, pode-se observar que a proteção contra
incêndios em edificações abrange várias áreas de atuação dos profissionais, sejam
eles engenheiros, empresas de revenda de materiais, laboratórios de ensaios,
órgãos públicos fiscalizadores e de normatização, agentes de segurança do
trabalho, entre outros, juntamente com a população, são os responsáveis por
garantir a preservação do patrimônio e da vida de todos na sociedade.
É indispensável que a população tenha conhecimento na área de prevenção
de incêndios para que possa atuar de forma efetiva em caso de incêndio,
manuseando corretamente os equipamentos de extinção garantindo sua
sobrevivência e colaborando para a sobrevivência de outras pessoas, além de
ajudar a proteger o patrimônio e impedir a propagação do fogo.
Embora seja muito recente a legislação de prevenção de incêndio no Estado,
estabelecida pela Lei 14130/2001, é bem elaborada, tendo como base as Normas
Brasileiras de Regulamentação, contando ainda com decretos, instruções técnicas,
portarias, circulares, o que contribui para que os profissionais que atuam na área de
prevenção de incêndios tenham uma vasta bibliografia a ser consultada na
elaboração dos projetos e possibilita ao Corpo de Bombeiros o embasamento legal
para deflagrar as fiscalizações nos estabelecimentos comerciais afim de se aplicar a
lei de segurança contra incêndios, fator essencial à redução dos riscos de incêndios.
O estudo do PSCIP da Boate Prime, apresenta como é importante a correta
aplicação da legislação, utilizando corretamente os parâmetros estabelecidos para
que se possa ter nas edificações um sistema de proteção eficiente, que sendo
projetado pelo responsável técnico adequadamente, vai contribuir para a
minimização do risco de incêndios e perdas de vidas e bens.
A pesquisa realizada propõe uma série de mudanças, que vão desde
mudanças no sistema de ensino das escolas, com a criação de disciplinas
direcionadas ao estudo da segurança contra incêndios, até a melhoria da legislação
de prevenção, em nível nacional, como por exemplo a unificação da legislação,
tornando- a mais atualizada e fácil de ser compreendida pelos elaboradores de
projetos.
Ainda se tratando da pesquisa, observa-se que a fiscalização é muito
importante para o cumprimento da lei por parte dos proprietários dos
61
estabelecimentos comerciais, principalmente da cidade de Patos de Minas/MG. Logo
espera-se que se intensifique a fiscalização na cidade principalmente nas casas de
shows para que os acidentes ocorridos no passado não se repitam, fazendo vítimas
na sociedade patense.
Os resultados obtidos com relação ao projeto estudado e a pesquisa
elaborada foram significativos e importantes para a o avanço das tecnologias e
melhorias nas condições de segurança das edificações, bem como um incentivo
para o melhoramento da norma de prevenção de incêndios.
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REFERÊNCIAS
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63
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67
APÊNDICE A – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
QUESTIONÁRIO
1. Você sabe o que é um sistema de proteção contra incêndio e pânico?
( ) sim ( ) não
2. Acha importante se dispor de equipamentos de segurança eficientes no combate
a um incêndio em uma boate?
( ) sim ( ) não
3. Supondo-se que um incêndio comece próximo ao palco, na espuma de
isolamento acústico fixada em toda extensão do teto de uma boate, você teria
condições (capacitação técnica) para utilizar um extintor de incêndio?
( ) sim ( ) não
4. Acha importante a presença de pessoal treinado e capacitado para atuação em
caso de emergência em boates?
( ) sim ( ) não
5. Concorda que uma fiscalização eficaz por parte do Estado pode contribuir para a
diminuição dos incêndios em casas de shows?
( ) sim ( ) não
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ANEXOS
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ANEXO A
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ANEXO B
PLANILHA DE LEVANTAMENTO DE DADOS
Ocupação: Local de Reunião de Público, F/ F-6
Endereço: Avenida Marabá, 422
Bairro: Alto Caiçaras
Proprietário: Marco Antônio De Brito Júnior
Número De Funcionários: 04
Horário De Funcionamento: Eventos a partir das 18:00 horas
População Fixa: 04 pessoas
População Flutuante: 673 Pessoas
Vias de acesso e pontos de referência: Avenida Marabá próximo ao Posto Caiçaras
Anexar planta baixa do prédio.
O prédio possibilita, junto ao leito carroçável ou no seu interior a utilização de viaturas ou equipamentos de Bombeiro:
(X) sim ( ) não
1 DADOS RELATIVOS A CONSTRUÇÃO DO IMÓVEL:
Área do terreno: 672,00m²
Área construída: 575,34m²
Altura da edificação: 4,50m
Distância em relação às edificações vizinhas:
Direita via pública: 7,00m
Esquerda via pública/residência: 7,00m
Frente via pública: 7,00m
Atrás via pública: 7,00m
Tipo de estrutura portante e de cobertura:
( X) concreto ( X) metálica ( ) madeira ( ) outras especificar:
Número de Pavimentos: 01
Material de acabamento das paredes: Alvenaria
71
Material de acabamento dos pisos: Cerâmico
Material da cobertura: Telha de fibrocimento
2 EQUIPAMENTOS E SISTEMA DE COMBATE A INCÊNDIO:
2.1 Hidrantes:
( ) simples ( ) duplo
( ) interno ( ) externo (x) não possui
Quantidade: Não possui
Localização: Não possui
Tipo (s) de mangueira (s) : ( ) 38 mm ( ) 63 mm
Obs.: colocar a quantidade entre os parênteses
Hidrante de recalque: ( ) Sim (x) Não
Hidrante público mais próximo da edificação: 100m
2.2 INSTALAÇÕES AUTOMÁTICAS:
Chuveiros automáticos ( ) sim ( x) não
Gás carbônico (CO2): ( ) sim (x ) não
Gases especiais: ( ) sim ( x ) não
Sistema de detecção de incêndio e alarme: ( ) sim ( x ) não
2.3 Bombas de recalque: ( ) elétrica ( ) óleo ( ) gasolina ( ) vapor
Sendo elétrica, há gerador para emergência: ( ) sim (x ) não
Localização do hidrante de recalque: Não tem
Qual o hidrante público mais próximo:100m
2.4 Reservatório de água para incêndio:
( ) subterrâneo ( ) elevado
Capacidade: m³
Capacidade Reservada para Incêndio: m³
Manancial natural ou artificial nas proximidades: Poço Artesiano
2.5 Pessoal treinado:
72
( ) Bombeiros profissionais
(X) Brigada de Incêndio
( ) Socorristas
- Responsável pela brigada: Arnaldo de Oliveira Júnior – Técnico de Segurança do Trabalho. Registro: 2899-1- TEM-MG
- Quantidade de brigadistas: Todos os funcionários fazem parte da brigada
- Período em que estão na edificação: todos os dias
2.6 SOCORROS EXTERNOS: LOCALIZAÇÃO E TEMPO RESPOSTA:
São 2km numa velocidade de 40km/hora = 5mim
Obs.: medir o deslocamento em velocidade moderada em situação normal de trânsito.
Bombeiros: aproximadamente 6.000m (4ªCia BM/SSCIP – Patos de Minas)
Centro de Saúde: Hospital Imaculada Conceição e hospital Regional: aproximadamente 3.500m
Hospital Nossa Senhora de Fátima aproximadamente: 1.500m
Hospital São Lucas aproximadamente: 2.100m
Hospital Vera Cruz: 4.500m
Corpo de Bombeiros (193): Endereço: Av. Professor Aristides Memória, 319, Jardim Paulistano, Patos de Minas/MG
Tempo-resposta: 10 minutos
Policiamento (190): Endereço: Avenida Comandante Vicente Torres, 450, Jardim Céu Azul, Patos de Minas/MG
Tempo-resposta: 10 minutos
Pronto Socorro (192):
Endereço: R. Major Gote, 1231, Centro, Patos de Minas/MG
Tempo-resposta: 10 minutos.
3 PONTOS CRÍTICOS DA EDIFICAÇÃO:
Assinalar na implantação: central de GLP, casa de bomba, outras que oferecer um risco maior.
a) Riscos Internos:
Equipamentos elétricos: Instalações elétricas e outros que utilizam de energia elétrica
Aglomeração de Pessoas: Pânico.
b) Riscos externos:
73
Origem natural: Sismo, descarga atmosféricas, etc.
Origem tecnológica: Sem proximidade com instalações perigosas
4 DADOS SOBRE O ABANDONO DE ÁREA
Quais as saídas de emergências? 02 Saídas de emergência pela Avenida Marabá
Há área de refúgio? Sim
Há comunicação com outras edificações? Não
Há pessoas com dificuldade para locomoção? Sim
Há pontos fixos para ancoragem de cordas? Não
A escada mecânica disponível na fração de bombeiros mais próxima alcança todos os pavimentos? Sim
Há rotas de fuga com iluminação de emergência? Sim
Há rotas de fuga sinalizadas? Sim
5 TIPO DE VIZINHANÇA:
Residencial e comercial.
Abastecimento de gás: ( ) GLP ( ) GN
6 POSSIBILIDADE DE ENCHENTE:
( ) Sim (X) Não
( ) Córrego ( ) Lagoa ( ) Outros
7 RESPONSÁVEL TÉCNICO
Nome: Maria Cristina Tolentino Pereira
Capacitação técnica (CREA): 69.385 D-MG
Telefone de contato:(34)38216701
8 SENTIDO DO VENTO PREDOMINANTE: Leste
9 FRAÇÃO DE BOMBEIROS MAIS PRÓXIMA:
Avenida Aristides Memória, 319, Jardim Paulistano, Patos de Minas/MG
Telefone: (34)3823-3583
74
ANEXO C
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