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presidente da UCB Assim, a economia se manteria ativa, mas não teríamos problemas nas cidades. Mas em verdade, o exemplos. mobilidade poderá mudar, ajudando as questões econômicas e ambientais de muitas delas. criminada numa sociedade onde o automóvel ainda é símbolo de prosperidade. prazo, respondendo, com a adoção de medidas corretas e interligadas, por 5% da mobilidade das • Chefe do projeto ETURB-BEL - Estudo de Transportes Urbanos da Região Metropolitana de
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do a gerar uma mobilidade especial para a bicicleta.
ba>> Diante da crise econômica mundial, explique o papel da bicicleta como solução de trans-
porte urbano.
miranda<< A bicicleta não pode ser colocada como panacéia dos transportes urbanos, como já foi
feito nos anos 70, no século passado. Não, a bicicleta pode cumprir um papel intermediário no curto
prazo, respondendo, com a adoção de medidas corretas e interligadas, por 5% da mobilidade das
pessoas nos grandes centros urbanos. No médio prazo, algumas cidades selecionadas e com mais
destaque poderão ter metas de 20% a 30% dos deslocamentos por bicicleta. Com isso, a matriz de
mobilidade poderá mudar, ajudando as questões econômicas e ambientais de muitas delas.
ba>> Quais são os passos a seguir para a criação de cidades mais “humanas”?
miranda<< Poderia citar o seguinte: a) mudar o padrão das viagens das pessoas; b) mudar o padrão
de organização de nossas comunidades, aproximando nossas exigências e locais de trabalho dos locais
de moradia; c) conter o crescimento das grandes cidades realizando importantes investimentos em cida-
des menores, transformando-as em cidades atrativas e amadas por seus habitantes; d) se possível,
promover um êxodo inverso, descongestionando os grandes centros, através da retirada de habitan-
tes para a formação de novas cidades em outros locais do território nacional; e) reconstruir as cida-
des através de mudança na forma organizacional das cidades, onde a administração deveria se fra-
cionar concedendo mais autonomia à gestão local, através da criação de gestores de bairros ou
regiões específicas da cidade; f) diminuir o uso do automóvel drasticamente, como já foi sugerido
na década de 80. O ideal seria que todos continuassem com seus carros mas não os usassem.
Assim, a economia se manteria ativa, mas não teríamos problemas nas cidades. Mas em verdade, o
ideal seria redirecionar o trabalhador brasileiro metalúrgico para outras atividades produtivas. Daqui
para frente ficará cada vez mais difícil atingir o mesmo patamar de produção de automóveis obtidos
no primeiro semestre de 2008.
ba>> Quais são os melhores modelos internacionais do uso da bicicleta?
miranda<< Houten, na Holanda, é um bom exemplo. A cidade foi inteiramente projetada para dar
prioridade para as bicicletas; mas Utrecht, também na Holan da, é fantástica. Munique também é
muito boa. Não conheço tantas cidades assim. Mas das que conheço, acho que estas três são bons
exemplos.
ba>> Na sua opinião, as pessoas evitam o uso da bicicleta por insegurança ou por discriminação?
miranda<< As duas coisas. A primeira está vinculada à falta de ações do poder público, principal-
mente no desprovimento de infraestrutura, gerando insegurança naqueles que gostariam de fazer uso
da bicicleta mas têm medo. No segundo caso, porque a bicicleta é por excelência o veículo da
comunidade mais carente. Bicicleta é hoje um transporte econômico e, como tal, acaba sendo dis-
criminada numa sociedade onde o automóvel ainda é símbolo de prosperidade.
• Chefe do projeto ETURB-BEL - Estudo de Transportes Urbanos da Região Metropolitana de
Belém (PA), de 1977 a 1981
• Chefe do projeto ETURB-CPM-PR Estudo de Transporte Urbano em Cidades de Porte Médio do
Paraná, de 1983 a 1986
• EBTU (Empresa Brasileira dos Transportes Urbanos), de 1986 até o final da empresa, em 1990
• Em 1999, foi contratado para fazer o manual do projeto cicloviário pelo GEIPOT, que foi
publicado em 2001. Depois, foi contratado pela FINATEC (Fundação de Empreendimentos
Científicos e Tecnológicos), da UnB (Universidade de Brasília)
• Atualmente, Miranda é consultor em Planejamento e Projetos Cicloviários e recém-eleito
presidente da UCB
IMPORTANTE: Conheça a história completa sobre o cicloativismo e políticas cicloviárias brasileirasclicando no link: http://www.escoladebicicleta.com.br/politica.html
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