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PROPOSTA DE IMPLANTAÇÂO DE PLANO DE MANUTENÇÃO PARA OS TRANSFORMADORES DE UMA INSTITUIÇÃO PÚBLICA DE ENSINO SUPERIOR LOTADA NO MUNICÍPIO DE MOSSORÓ/RN Adriana Fonseca Mendes (UNP ) [email protected] Adricia Fonseca Mendes (UFERSA ) [email protected] Gemison Amaral de Oliveira (UFERSA ) [email protected] Liziane de Souza Morais (UFERSA ) [email protected] vanessa nogueira ribeiro (UFERSA ) [email protected] O aumento de instalações prediais e sistemas cada vez mais complexos e diversificados, bem como o desenvolvimento de novas técnicas de manutenção, têm exigido dos gestores de manutenção, uma postura profissional inovadora voltada para o atendimento dos objetivos de sua organização. Especificamente no âmbito das universidades, a ocorrência não rara de colapsos inerentes ao abastecimento de energia elétrica tem provocado à paralisação de atividades acadêmicas e sendo o transformador um dos principais componentes de um sistema de redes elétricas, acompanhar e monitorar as suas condições operativas, seu sistema isolante e as condições dos seus demais elementos são de grande importância para o aumento da confiabilidade e redução de custos operacionais. Nesse contexto, uma importante fonte de informação para os gestores de manutenção são os Planos de Manutenção, os quais visam representar o detalhamento da estratégia de manutenção assumida por uma organização. Diante do exposto, o objetivo do presente artigo consiste em propor um Plano de Manutenção para os transformadores de uma instituição pública de ensino superior, localizada em Mossoró/RN, haja vista que a mesma apresenta um cenário preocupante de inobservância aos aspectos relacionados às boas XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10 Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

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PROPOSTA DE IMPLANTAÇÂO DE PLANO DE

MANUTENÇÃO PARA OS TRANSFORMADORES

DE UMA INSTITUIÇÃO PÚBLICA DE ENSINO

SUPERIOR LOTADA NO MUNICÍPIO DE

MOSSORÓ/RN

Adriana Fonseca Mendes (UNP )

[email protected]

Adricia Fonseca Mendes (UFERSA )

[email protected]

Gemison Amaral de Oliveira (UFERSA )

[email protected]

Liziane de Souza Morais (UFERSA )

[email protected]

vanessa nogueira ribeiro (UFERSA )

[email protected]

O aumento de instalações prediais e sistemas cada vez mais complexos e

diversificados, bem como o desenvolvimento de novas técnicas de

manutenção, têm exigido dos gestores de manutenção, uma postura

profissional inovadora voltada para o atendimento dos objetivos de sua

organização. Especificamente no âmbito das universidades, a ocorrência não

rara de colapsos inerentes ao abastecimento de energia elétrica tem

provocado à paralisação de atividades acadêmicas e sendo o transformador

um dos principais componentes de um sistema de redes elétricas,

acompanhar e monitorar as suas condições operativas, seu sistema isolante e

as condições dos seus demais elementos são de grande importância para o

aumento da confiabilidade e redução de custos operacionais. Nesse contexto,

uma importante fonte de informação para os gestores de manutenção são os

Planos de Manutenção, os quais visam representar o detalhamento da

estratégia de manutenção assumida por uma organização. Diante do

exposto, o objetivo do presente artigo consiste em propor um Plano de

Manutenção para os transformadores de uma instituição pública de ensino

superior, localizada em Mossoró/RN, haja vista que a mesma apresenta um

cenário preocupante de inobservância aos aspectos relacionados às boas

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práticas de manutenção e segurança no trabalho, o que tem ocasionado

instabilidade no abastecimento de energia elétrica.

Palavras-chaves: Transformadores, plano de Manutenção, instituição de

ensino superior

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1. Introdução

Nos últimos anos os gestores de manutenção têm sido pressionados pelo atendimento de

novas demandas, motivadas principalmente pela existência de instalações prediais e sistemas

cada vez mais complexos e diversificados (VIEIRA, 2007).

Especificamente no âmbito das universidades, a ocorrência não rara de colapsos inerentes ao

abastecimento de energia elétrica tem levado à paralisação de atividades acadêmicas e, por

conseguinte, afetado negativamente uma parcela significativa da instituição.

De acordo com Souza (2008), quando se trata de sistema de redes elétricas, o transformador é

um dos principais componentes, isso devido a dois motivos. O primeiro se refere a sua

funcionalidade, já que este é o equipamento responsável por transportar energia elétrica,

alterando a tensão e corrente, mantendo a potência inalterada. O segundo está relacionado ao

seu alto custo de aquisição.

Nesse contexto, monitorar as condições operativas, sistema isolante e condições dos demais

elementos que compõem o transformador, é de grande importância para se obter os benefícios

da manutenção como: segurança melhorada, confiabilidade aumentada, qualidade maior,

custos de operações mais baixos, tempo de vida mais longo e valor residual mais alto

(SLACK, STUART e JOHNSTON, 2009; SOUZA, 2008).

Uma importante fonte de informação para os gestores de manutenção são os Planos de

Manutenção. Esses documentos de acordo com Morais et al. (2011) e Vieira (2007)

correspondem ao conjunto de informações necessárias para a orientação perfeita da atividade

de manutenção preventiva e preditiva, representando portanto o detalhamento da estratégia de

manutenção assumida por uma organização.

Nesse contexto, o presente artigo tem como objetivo geral a elaboração e proposição de

implantação de um plano de manutenção para os transformadores de uma instituição pública

de ensino superior localizada em Mossoró/RN, haja vista que na referida instituição

evidenciou-se a ausência de uma sistemática definida para a realização das atividades de

manutenção do sistema de redes elétricas contemplando Plano de Manutenção e capacitação

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da equipe de manutenção.

Assim, a estrutura do presente estudo, está organizada da seguinte forma: na seção 1, será

apresentada a introdução; na seção 2 será exposto o referencial teórico; A seção 3 delineará a

metodologia utilizada; na seção 4, serão descritas a análise e discussão dos resultados e na

seção 5 as considerações finais. A seção 6 compreenderá as referências bibliográficas.

2. Referencial teórico

2.1 Abordagens básicas da manutenção

Para Slack, Stuart e Johnston (2009), a manutenção consiste em um termo usado para abordar

a maneira pela qual as organizações procuram evitar falhas, cuidando de suas instalações

físicas e equipamentos. Para a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 1994),

manutenção é o conjunto de ações técnicas e administrativas combinadas, que buscam manter

ou recolocar um item em um estado no qual possa desempenhar uma função requerida.

Os tipos mais comuns de manutenções abordados pela literatura são: corretiva, preventiva e

preditiva. De acordo com Marçal (2004), as formas ou tipos de manutenção procuram

envolver a conservação, adequação, restauração, substituição e prevenção de equipamentos de

modo a alcançar os objetivos da função.

A manutenção corretiva, conforme abordado por Slack, Stuart e Johnston (2009), consiste em

permitir que as instalações continuem operando até quebrarem; de modo que o trabalho de

manutenção seja realizado somente após a falha ter ocorrido.

A manutenção preventiva segundo Carvalho (2010) consiste na redução de falhas ou queda do

desempenho do equipamento, através de um planejamento que contempla datas específicas e

em períodos pré-estabelecidos de tempo, assegurando a continuidade do funcionamento do

equipamento, parando apenas em consertos programados e facilitando o cumprimento de

programas de produção. Conforme afirma Viana (2012), esse tipo de manutenção pode

reduzir as paradas ocasionadas por quebra de equipamento, proporcionando maior controle

sobre a produtividade.

Segundo Nehls (2011) a manutenção preditiva consiste no acompanhamento de parâmetros

diversos, como vibrações, temperatura, ruído, pressão, análise do óleo, que permite que o

equipamento permaneça em operação por mais tempo, evitando a substituição prematura de

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peças e a troca antes que a falha ocorra. Conforme afirma Marçal (2004), a manutenção

preditiva apresenta como objetivos principais: impedir o aumento de danos, reduzir trabalho

de emergência não-planejado e estender o intervalo entre troca de peças.

De acordo com Slack, Stuart e Johnston (2009), a escolha do tipo de manutenção depende

crucialmente das circunstâncias. De modo que a estratégia de manutenção corretiva deverá ser

adotada quando a conseqüência da falha é pequena, quando a manutenção preventiva é

dispendiosa ou quando a falha não é previsível. Ao passo que a manutenção preventiva é

indicada quando o custo da falha é muito alto e quando a falha não é totalmente aleatória. Já a

manutenção preditiva deve ser utilizada quando a atividade ou o custo de manutenção são

consideravelmente dispendiosos.

2.2 Plano de Manutenção

Segundo Viana (2012) o Plano de Manutenção consiste em um conjunto de informações

necessárias à orientação perfeita da atividade de manutenção. Na prática, o plano de

manutenção representa o detalhamento da estratégia da manutenção assumida pela

organização, atuando na eliminação de intervenções desnecessárias e na otimização daquelas

que são realmente necessárias (MOUBRAY, 2002).

Segundo Souza (2008), planejar, programar e controlar a manutenção apresenta-se como uma

forma de evitar a ocorrência de eventuais problemas inerentes à manutenção, permitindo a

adequada aplicação dos recursos, com o intuito de garantir a disponibilidade do equipamento.

Referente aos resultados obtidos da otimização dos recursos, Fabro (2003) destaca alguns

dentre muitos, são eles: planejamento de recursos humanos; materiais com melhor qualidade e

menor custo; identificação de padrões de trabalho ainda não elaborados; diminuição de

trabalho desnecessário e preparação/coordenação de planos de produção.

3. Metodologia

O presente estudo apresenta-se como uma pesquisa bibliográfica e exploratória. De caráter

bibliográfico, pois, para a obtenção de maior conhecimento sobre o tema abordado, fez-se

necessária a pesquisa em materiais já publicados, tais como livros, artigos científicos, bem

como manuais referentes ao equipamento em questão, assim como técnicas de manutenção

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existentes (GIL, 1999). Depois do embasamento teórico necessário, procedeu-se com a coleta

de informações junto ao Setor de Infra-Estrutura (SIN), responsável dentre outras atribuições,

pela manutenção das instalações elétricas da instituição pública de ensino superior, universo

de pesquisa do presente estudo. Associadas as mencionadas coletas, as atividades de

manutenção também foram acompanhadas in loco, a fim de se conhecer melhor o

funcionamento da organização e a sistemática de manutenção dos transformadores adotada,

compreendida desde a abertura da Ordem de Serviço (OS) até o fechamento da mesma.

As informações acima supracitadas foram indispensáveis para a elaboração do Plano de

Manutenção para os transformadores. Depois de elaborado, o referido Plano foi discutido com

o responsável da SIN a fim de que o processo de implantação fosse iniciado.

4. Análise e discussão dos resultados

4.1 Cenário atual de manutenção dos transformadores

De acordo com estudo realizado por Medeiros et al. (2012), o crescimento da estrutura física

do campus da instituição estudada demanda a ampliação, de forma conjunta, do sistema

elétrico preexistente, bem como mudança na metodologia de trabalho e na qualificação dos

profissionais, tendo em vista o aumento da complexidade da instalação.

Atualmente na instituição de ensino estudada, a manutenção dos transformadores ainda é

corretiva. Dessa forma, os equipamentos permanecem em operação até que parem de

funcionar. Nos casos em que a falha do equipamento não é de conhecimento da equipe

técnica, é acionada uma empresa terceirizada de manutenção para realizar o serviço.

Por não haver na referida instituição, Planos de Manutenção para conduzir de forma

padronizada as atividades de manutenção, a mesma ocorre de forma aleatória, baseada

consideravelmente em informações tácitas em detrimento da documentada. Assim, a realidade

atual da instituição estudada mostra um cenário de inobservância aos aspectos relacionados às

boas práticas de manutenção e segurança no trabalho (MEDEIROS, et al. 2012).

4.1 Plano de Manutenção proposto

O escopo do Plano de Manutenção proposto compreenderá (i) o modelo de tagueamento dos

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transformadores; (ii) check-list de inspeção visual; (iii) fluxograma de realização das

atividades de manutenção e (iv) desenvolvimento de POP’s.

4.1.1 Tagueamento

O Tagueamento (Tag) é a localização de um mesmo tipo de equipamento dentro de uma

determinada área e por isso é considerado como base da organização da manutenção, pois

orienta a localização de processos e também de equipamentos para receber a manutenção

(SILVA, 2011; GARCIA VIANA, 2012).

A figura 1 logo abaixo, ilustra o modelo de tagueamento proposto para os transformadores da

instituição de ensino estudada.

Figura 1 – Modelo de Tag dos transformadores

Fonte: Autoria própria, 2014.

O tagueamento dos transformadores será composto por cinco níveis. O nível um, indicado por

duas letras, irá corresponder à qual cidade e campus o transformador pertence. Isso porque a

universidade estudada possui dois campus, leste e oeste. O nível dois indicará o setor do

campus; ao todo são cinco setores, diante disso, esse nível será representado por um único

número que pode variar entre 1 e 5. O nível 3 indicará a via na qual o transformador está

instalado. Esse nível é composto por dois números, que variam de 00 a 99. O quarto nível será

representado pela letra T, no caso específico dos transformadores. O quinto nível indicará a

posição do transformador na via; será composto por dois números, que variam inicialmente

entre 00 e 30, tendo em vista que é 30 a quantidade de transformadores em funcionamento na

instituição de ensino. Por convenção, o prédio da reitoria será considerado como referencial,

situado no setor 1, via 00 e a posição do transformador que fornece energia para o referido

prédio será 00. Assim, de acordo com a descrição realizada, o tagueamento ML100T00

apresentado na Figura 1, refere-se ao transformador localizado em Mossoró campus leste,

setor 1, via 00 e posição 00.

SIN – Superintendência de Infra-estrutura

TAGUEAMENTO: ML100T00

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4.1.2 Fluxograma da manutenção

Os fluxogramas desempenham função importante dentro das organizações, pois eles expõem

a maneira de forma detalhada e ordenada em que as atividades são realizadas (GERVÁSIO

VIEIRA, 2007 apud ROCHA, 1987).

Como já mencionado anteriormente na universidade estudada, não há uma sistemática

definida para a realização da atividade de manutenção dos transformadores. Assim através do

fluxograma da figura 2 é possível visualizar de maneira clara e sistêmica os procedimentos

propostos a serem adotados diante da severidade de cada problema a ser resolvido.

Figura 2 - Fluxograma das atividades de manutenção

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Fonte: Adaptado de Baldessar (2006)

Conforme a figura 2, é possível verificar que a abertura da OS, poderá ocorrer por intermédio

de quatro mecanismos distintos. O chamado refere-se às vias, presencial, telefone e e-mail. O

quarto mecanismo se refere à análise dos Check-lists, os quais serão discutidos no subitem

seguinte, utilizados nas inspeções visuais realizadas pela equipe técnica de manutenção.

No que se refere à diferença do tratamento entre a falha completa e as anormalidades, cujas

manutenções poderão ser programadas, consiste que, na ocorrência da primeira, a equipe de

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manutenção deverá de imediato ser deslocada para o setor de almoxarifado, enquanto que na

última, o recebimento do material necessário poderá ser aguardado.

Quanto ao Boletim de Requisição de Material (BRM), esse deverá ser emitido pelo

responsável da equipe de manutenção em todas as ocasiões em que houver a necessidade de

solicitação de material do almoxarifado.

De acordo com o Plano proposto, a OS de serviço deverá ser fechada somente após o

recebimento do feedback do usuário. Percepções de cortesia e rapidez no atendimento, por

exemplo, serão de suma importância para que conforme Souza Carvalho (2011), a

organização possa ajustar o comportamento do colaborador aos objetivos organizacionais ou

mantê-lo informado de que está agindo de acordo com a missão da organização.

Em última análise da figura 2, cabe destacar a importância de que sejam registrados os

procedimentos das atividades de manutenção realizadas. Isso permitirá a equipe técnica

embasar melhor o seu planejamento para execução da atividade de manutenção de um

específico transformador, através de uma espécie de banco de dados.

4.1.3 Check-list de inspeção visual

Uma inspeção visual, como o próprio nome exprime, é um exame visual do estado de

conservação dos equipamentos e instalações (BALDESSAR, 2006).

Recomendou-se a instituição, a adoção de uma lista de verificação (check-list), a qual deverá

ser preenchida pelo técnico responsável durante a vistoria do equipamento. O tagueamento,

especificamente, se constitui como uma das informações de extrema importância para um

adequado preenchimento do check-list, haja vista, que a referida informação trata da

localização do equipamento nos campus. As demais informações consideradas no modelo de

check-list proposto poderão ser visualizadas a seguir, na figura 3.

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Figura 3 – Modelo de Check-list para inspeção visual dos transformadores

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Fonte: Autoria própria, 2014.

De acordo com a Figura 3, os itens a serem verificados dos componentes dos transformadores,

são indicados pela presença do “X” (destacado em vermelho). Associados a cada um desses

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itens de verificação, estão à periodicidade (T indica trimestral e S semestral) em que a

inspeção visual deverá ocorrer e o estado atual em que se encontra o transformador no ato da

referida inspeção. Sugeriu-se que os campos referentes ao estado atual fossem preenchidos da

seguinte forma: “CN” para condições normais, “AL” para anormalidades leves, “AG”

indicando anormalidades graves e “FC” para falhas completas. É interessante destacar que

ambas as anormalidades e falhas, AL, AG e FC, deverão ser preconizadas pela equipe de

planejamento de manutenção, sendo que as designações leve, grave e completa, atuarão

necessariamente na criticidade do problema a ser resolvido pela equipe de manutenção.

4.1.4 Procedimentos Operacionais Padronizados

Recomendou-se ao responsável da SIN, a elaboração e implantação dos POP’s referentes às

atividades inerentes à manutenção dos transformadores. Conforme Duarte (2005), os POP’s

constituem a base para a garantia da padronização das tarefas dos colaboradores, o que

garante aos usuários, um serviço livre de variações indesejáveis na qualidade final do serviço.

Nesse contexto, os POP’s sugeridos objetivarão as boas práticas de manutenção, bem como a

segurança da equipe técnica durante a as atividades de manutenção.

Por simplificação, será discutida apenas uma técnica de manutenção preditiva. A saber,

medição de descargas parciais utilizando o método acústico. O POP a ela referente é ilustrado

na Figura 4. É importante destacar que para cada atividade de manutenção, deverá existir um

POP contemplando todos os procedimentos necessários para a sua execução.

Figura 4- POP para ensaio de emissão acústica nos transformadores

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Fonte: Autoria própria, 2014.

A medição de descargas parciais utilizando o método acústico permite que as descargas

tenham sua localização detectada antes que ocorram danos significativos, por meio de um

conjunto de sensores acústicos de alta freqüência acoplados a parte externa do tanque, os

quais são sensíveis aos sinais acústicos originários da estrutura (SOUZA, 2008). Além disso,

o referido método é aplicado com o transformador em operação, sendo esta uma de suas

principais vantagens (SOUZA, 2008).

5. Considerações finais

Verificou-se no decorrer deste artigo que para manter os transformadores funcionando em

condições ideais, de modo que paradas desnecessárias não venham a ocorrer interrompendo

atividades relevantes da instituição estudada, faz-se necessário a construção de um adequado

planejamento. Para isso, há a necessidade urgente de uma mudança na metodologia de

trabalho e na qualificação dos profissionais.

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Nesse contexto, o Plano de Manutenção se destaca, porque o mesmo visa planejar, programar

e controlar a manutenção, a fim de inibir eventuais desvios, que poderão acarretar diversos

prejuízos, não raras às vezes, imensuráveis. No Plano de Manutenção, cada uma de suas

partes integrantes, a saber, tagueamento, check-list de inspeção visual, fluxograma de

realização das atividades de manutenção e POP’s desempenham papéis fundamentais.

Referente ao tagueamento, este é responsável pela identificação e pronta localização do

transformador no sistema de redes elétricas. O check-list se configura como um documento de

extrema importância que contempla o estado atual dos componentes dos transformadores,

determinando a criticidade do problema a ser resolvido. Através do fluxograma de realização

das atividades de manutenção, é possível visualizar de modo rápido e simples o ordenamento

em que as mesmas deverão ocorrer. Em busca de padronizar as tarefas, a fim de assegurar a

qualidade dos serviços prestados, se destacam os POP’s.

Cabe ressaltar que para a efetividade da implantação do Plano de Manutenção proposto, faz-

se necessário que a equipe técnica seja bem treinada e qualificada para a execução de suas

tarefas, além de se tornar indispensável, o engajamento da mesma.

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