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Empresa do esquema tem contrato federal Trump incita assassinato de governadores Pág. 6 Arce vence no primeiro turno eleição presidencial na Bolívia Senador cofrinho é acusado de pivô da corrupção em RR Então vice-líder do governo escondeu 15 mil nas nádegas senador Chico Rodri- gues tinha muitos lu- gares para guardar o dinheiro que ele diz ser honesto. Mas resolveu colocar nas nádegas para driblar a Polícia Federal. O esconderijo do então vice-lí- der do governo virou uma certa marca do padrão moral desse governo, onde tem ministro que defende estuprador de criança, deputada pastora da base do governo que mata o marido após sair da casa de swing, ministro do meio am- biente que mistura produto tóxico na água usada contra incêndio florestal e uma cole- ção de outras depravações. P. 3 21 a 27 de Outubro de 2020 ANO XXX - Nº 3.779 Para Orlando, alta rejeição a Bolsonaro em SP , 48% a 27%, serve de aviso Luis Arce (foto) venceu já no primeiro turno as eleições presidenciais da Bolívia. “Re- cuperamos a democracia”, afirmou Arce, candidato do Movimento ao Socialismo. Apesar do resultado oficial ainda demorar para sair, a vitória da oposição foi reco- nhecida pela presidente de fato do país, Jeanine Áñez. “O Sr. Arce e o Sr. Choquehuanca venceram a eleição. Felicito aos vencedores e peço que go- vernem pensando na Bolívia e na democracia”, disse. Os números das projeções são: Arce (52,2%), Mesa (31,5%), Fernando Camacho, (14,1%), Hyun Chung (1,6%) e Felicia- no Mamani (0,4%). Página 7 O desemprego no Brasil bateu recorde atingindo 14 milhões de pessoas na quarta semana de setembro, segundo a PNAD COVID19, divulgada pelo IBGE. Foi o maior núme- ro de desempregados verifica- do desde o início da pesquisa semanal na primeira semana de maio, quando 9,8 milhões de trabalhadores estavam desempregados. Página 2 Novo recorde: 14 milhões de desempregados O ministro do Meio Am- biente, Ricardo Salles, usou e defendeu o uso de um produto tóxico dissolvido na água usa- da para combater incêndios. O produto contém sulfato de amônia, que “danifica e mata folhas se ficar exposto por tempo demasiado”. O Ibama informou que suspendeu a compra de retardantes quí- micos para queimadas. Pág. 4 Ministro Salles mistura produto tóxico na água anti queimadas Nas bancas toda quarta e sexta-feira 1 REAL BRASIL Caso Robinho: estuprador diz que se sente como Bolsonaro Após ter seu contrato com o Santos suspenso, devido à condenação a nove anos de pri- são por estupro coletivo contra uma jovem na Itália, o jogador atacou a Rede Globo, que di- vulgou a sentença judicial. P. 4 O governador de São Pau- lo, João Doria, afirmou que a vacina CononaVac, desenvol- vida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Institutto Butantan, é a que está em estágio mais avan- çado entre todas as que es- tão em produção no mundo. “Os primeiros resultados do estudo clínico comprovam que, entre todas as vacinas, a Coronavac é a mais segura e a “Vacina que a China e o Butantan desenvolvem é neste momento a mais segura do mundo”, diz Doria que apresenta melhores índi- ces e mais promissores. É, de fato, a vacina mais avançada neste momento”, declarou. O governo do estado divulgou na segunda-feira os resultados dos testes da Coronavac com 9.000 voluntários no país. De acordo com Dimas Covas, diretor do Butantan, a vacina teve poucos efeitos colaterais e os resultados no Brasil com- provam a sua segurança. P. 4 As candidaturas que resolveram aderir ao bol- sonarismo, Russomanno e Márcio França, não esta- vam contando com a forte rejeição a Bolsonaro que a pesquisa Ibope encontrou na cidade. “As pesquisas já mostram que a maioria do povo está contra o seu go- verno”, afirmou Orlando Silva, candidato a prefeito da capital paulista, comen- tando o resultado. Pág. 3 Twitter Twitter Senado Federal Reprodução

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Empresa do esquema tem contrato federal

Trump incita assassinato de governadoresPág. 6

Arce vence no primeiro turno eleição presidencial na Bolívia

Senador cofrinho é acusado de pivô da corrupção em RR

Então vice-líder do governo escondeu 15 mil nas nádegas

senador Chico Rodri-gues tinha muitos lu-gares para guardar o dinheiro que ele diz ser honesto. Mas resolveu colocar nas nádegas para driblar a Polícia Federal.

O esconderijo do então vice-lí-der do governo virou uma certa marca do padrão moral desse

governo, onde tem ministro que defende estuprador de criança, deputada pastora da base do governo que mata o marido após sair da casa de swing, ministro do meio am-biente que mistura produto tóxico na água usada contra incêndio florestal e uma cole-ção de outras depravações. P. 3

21 a 27 de Outubro de 2020ANO XXX - Nº 3.779

Para Orlando, alta rejeição a Bolsonaro em SP, 48% a 27%,serve de aviso

Luis Arce (foto) venceu já no primeiro turno as eleições presidenciais da Bolívia. “Re-cuperamos a democracia”, afirmou Arce, candidato do Movimento ao Socialismo. Apesar do resultado oficial ainda demorar para sair, a vitória da oposição foi reco-nhecida pela presidente de fato do país, Jeanine Áñez. “O Sr. Arce e o Sr. Choquehuanca venceram a eleição. Felicito aos vencedores e peço que go-vernem pensando na Bolívia e na democracia”, disse. Os números das projeções são: Arce (52,2%), Mesa (31,5%), Fernando Camacho, (14,1%), Hyun Chung (1,6%) e Felicia-no Mamani (0,4%). Página 7

O desemprego no Brasil bateu recorde atingindo 14 milhões de pessoas na quarta semana de setembro, segundo a PNAD COVID19, divulgada pelo IBGE. Foi o maior núme-ro de desempregados verifica-do desde o início da pesquisa semanal na primeira semana de maio, quando 9,8 milhões de trabalhadores estavam desempregados. Página 2

Novo recorde: 14 milhões dedesempregados

O ministro do Meio Am-biente, Ricardo Salles, usou e defendeu o uso de um produto tóxico dissolvido na água usa-da para combater incêndios. O produto contém sulfato de amônia, que “danifica e mata folhas se ficar exposto por tempo demasiado”. O Ibama informou que suspendeu a compra de retardantes quí-micos para queimadas. Pág. 4

Ministro Salles mistura produto tóxico na água anti queimadas

Nas bancas toda quarta e sexta-feira

1REAL

BRASIL

Caso Robinho: estuprador diz que se sente

como BolsonaroApós ter seu contrato com

o Santos suspenso, devido à condenação a nove anos de pri-são por estupro coletivo contra uma jovem na Itália, o jogador atacou a Rede Globo, que di-vulgou a sentença judicial. P. 4

O governador de São Pau-lo, João Doria, afirmou que a vacina CononaVac, desenvol-vida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Institutto Butantan, é a que está em estágio mais avan-çado entre todas as que es-tão em produção no mundo. “Os primeiros resultados do estudo clínico comprovam que, entre todas as vacinas, a Coronavac é a mais segura e a

“Vacina que a China e o Butantan desenvolvem é neste momento amais segura do mundo”, diz Doria

que apresenta melhores índi-ces e mais promissores. É, de fato, a vacina mais avançada neste momento”, declarou. O governo do estado divulgou na segunda-feira os resultados dos testes da Coronavac com 9.000 voluntários no país. De acordo com Dimas Covas, diretor do Butantan, a vacina teve poucos efeitos colaterais e os resultados no Brasil com-provam a sua segurança. P. 4

As candidaturas que resolveram aderir ao bol-sonarismo, Russomanno e Márcio França, não esta-vam contando com a forte rejeição a Bolsonaro que a pesquisa Ibope encontrou na cidade. “As pesquisas já mostram que a maioria do povo está contra o seu go-verno”, afirmou Orlando Silva, candidato a prefeito da capital paulista, comen-tando o resultado. Pág. 3

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2 POLÍTICA/ECONOMIA 21 A 27 DE OUTUBRO DE 2020HP

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Em cinco meses, mais de 4 milhões de trabalhadores ficaram sem emprego diante da pandemia

IBGE: desemprego bate recorde e atinge 14 milhões de brasileiros

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SBPC e mais de 90 entidades defendem recursos para CT&I Em carta a parlamentares, entidades alertam que a redução continuada de recursos para o setor terá consequências graves para toda a sociedade

Comércio bilateral entre Brasil e EUA é o pior dos últimos 11 anos

Bolsonaro e Trump. Foto: Isac Nóbrega/PR

25,6 milhões de pessoas gostariam de trabalhar e não encontram emprego

Governo libera importação de soja e milho, mas não garante queda nos preços

O desemprego no Brasil bateu re-corde atingindo 14 milhões de pessoas

na quarta semana de se-tembro, segundo a PNAD COVID19, divulgada hoje (16) pelo IBGE. Foi o maior número de desempregados verificado desde o início da pesquisa semanal na primei-ra semana de maio, quando 9,8 milhões de trabalhado-res estavam desempregados.

Em cinco meses, mais de 4 milhões de brasileiros entraram para a fila do desemprego diante da pan-demia da Covid-19. Entre a primeira semana de maio e a penúltima de setembro, o número de desempregados no país aumentou em 43%. Na comparação com a ter-ceira semana de setembro, o número de desempregados cresceu em cerca de 700 mil.

A taxa de desocupação passou de 10,5% na primei-ra semana de maio para 14,4% na terceira semana de setembro (20-26). Segun-do o IBGE, esta é a última divulgação da PNAD CO-VID19 semanal. A última pesquisa mensal do IBGE foi em julho, quando regis-trou taxa recorde de 13,8%, com mais de 13,1 milhões de brasileiros.

Com a flexibilização das medidas de distanciamento social e a retomada das ati-vidades econômicas, somada ao fim do auxílio emergencial, economistas alertam que sem investimentos públicos e programas de geração de emprego e renda o número de desempregados no final do ano será ainda maior.

SITUAÇÃO DRAMÁTICA“Essa verdadeira e dra-

mática dimensão do desem-prego tende a escancarar-se tão logo vença o seguro-desemprego e termine a renda emergencial. Não era inevitável que se chegasse a esse ponto. Na raiz dessa tragédia, está o fechamento de milhares de empresas, a maioria de pequeno porte”, afirmou o economista Nil-son Araújo de Souza, ao HP.

Segundo o IBGE, 716 mil empresas já haviam fechado as portas temporária ou definitivamente, isto é, uma em cada quatro empresas, desde o início da pandemia

até a primeira quinzena de junho. “Isso ocorreu porque, além de haver retardado as medidas de socorro às empresas, o governo adotou um pacote creditício que, além de insuficiente, não chegou às empresas, par-ticularmente às menores”, ressaltou o professor Nilson.

“Para agravar uma situa-ção já dramática, o governo ameaça com um brutal ar-rocho fiscal para o ano que vem, justamente quando esse drama do desemprego estará mais escancarado: sob a alegação de que tem que cumprir a lei do teto de gastos, a famigerada emen-da 95, a previsão da equipe de Guedes na proposta or-çamentária para 2021 é de que as despesas primárias do governo sejam de apenas 20% do PIB, contra 28% neste ano. Isso significa um brutal corte no investimen-to e nas demais despesas discricionárias. Com fortes efeitos recessivos e mais desemprego. Qualquer go-verno sério e minimamente comprometido com o País, em lugar de submeter-se a essa excrecência fiscal, aproveitaria o fato de ela haver sido suspensa pela Lei de Calamidade Pública, durante o período de pande-mia, para revogá-la de vez e assim abrir espaço para o investimento na retomada do crescimento e na geração de emprego”, defendeu o economista Nilson Araújo de Souza.

A população ocupada ficou em 83 milhões (48,7%) na penúltima semana de setembro. Na primeira se-mana de maio (49,4%), esse contingente era de cerca de 83,9 milhões. O menor con-tingente de ocupados havia sido registrado na primeira semana de julho, com 81,1 milhões de trabalhadores.

A população fora da força de trabalho (que não estava trabalhando nem procurava por trabalho) era de 73,4 mi-lhões de pessoas, mantendo-se estável frente à semana anterior (73,6 milhões) e à semana de 3 a 9 de maio (76,2 milhões). Segundo o IBGE, nessa população, 25,6 milhões de pessoas (ou 34,8% da população fora da força de trabalho) disseram que gostariam de trabalhar.

Sob protestos, governo do GDF acelera a privatização da CEB

Sob alegação de combater o aumento dos preços da soja e do milho, o governo decidiu na sexta-feira (17) reduzir para zero as alíquotas de importação dos produtos para países fora do Mercosul, visto que para a Argentina e outros países do bloco a taxa zero é uma regra. A mesma justificativa foi dada para zerar a importação do arroz no início de setembro.

As tarifas até então em vigor eram de 8% para soja e para o milho. A do arroz era de 12 %. Para a soja a medida será válida até 15 de janeiro de 2021. O corte de 8% para zero na taxa de importação do milho permanecerá em vigor até 31 de março de 2021. Não há menção sobre simplesmente aumentar as importações dentro do pró-prio Mercosul.

Os EUA podem ser um beneficiário da medida, ainda que Flávio França da Da-tagro, consultoria agrícola independente, avalie em entrevista ao Canal Rural que as importações não deverão trazer os produ-tos a preços inferiores aos que estão sendo praticados, especialmente de lá.

É escandaloso o país estar entre os maiores produtores de soja e milho, como também de arroz, e ficar na dependência da importação desses produtos, a preços de especulação, para dar o que comer para seus cidadãos.

Ocorre que, com o aumento da procura por esses produtos no mercado interna-cional, especialmente da China, os preços desses produtos deram um salto. No caso do Brasil, combinado com a valorização do dólar frente ao real, a exportação dos mesmos ficou extremamente vantajosa, e fez com que as Trading desse mercado colocassem rapidamente a soja e o milho no mercado internacional, reduzindo a oferta para consumidores, para o setor de prote-ína animal e outras indústrias no Brasil.

Pelas mesmas razões, a importação desses produtos não terá condições de re-duzir os preços no mercado interno, pois o crescimento da demanda internacional e a desvalorização do real que atuaram favo-recendo as exportações atuam no sentido contrário na importação.

Em meio à pandemia, ao desemprego e todas dificuldades enfrentadas pelos brasi-leiros, nesse momento tão difícil, só faltava agora a carestia na cesta básica.

O governo, através da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), não informou quanto e onde há estoques que poderiam servir de reguladores do mercado. A ministra Tereza Cristina da Agricultura chegou a afirmar na TV que eles existiam, que não haveria problemas de desabastecimento.

No entanto, no início de setembro, por-tanto antes da redução das taxas agora anunciada, Guilherme Bastos, presidente da companhia, declarou à Reuters acre-ditar que retirada da tarifa para países fora do Mercosul seria uma boa prática para administrar a disparada de preços de produtos agrícolas consumidos no mercado interno e exportados, como a soja e milho, trazendo mais competitividade e equilíbrio aos preços.

Com vimos, as importações não vão baixar os preços da soja e do milho.

Mas Bastos não tinha mais nada a de-clarar pelo governo. Contrário às políticas de estoques reguladores, preços mínimos, entre outras, para impedir essas oscilações especulativas de preços e garantir seguran-ça alimentar, Bolsonaro já declarara não ter nada o que fazer.

“Não vamos interferir no mercado de jeito nenhum, não existe canetaço para resolver o problema da economia”, afir-mou. Ou seja, o que Bolsonaro disse tex-tualmente, em uma live, realizada na noite em 10 de setembro, ainda sobre o aumento de preços do arroz, que simplesmente “se dane a população”. (https://horadopovo.com.br/bolsonaro-diz-que-explosao-do-pre-co-do-arroz-nao-e-problema-dele/)

J.AMARO

Valor das trocas comerciais no acumulado de janeiro a setembro de 2020 desabou 25,1% em relação ao mesmo período do ano anterior

O comércio bilateral entre Brasil e Estados Unidos de janeiro a se-tembro deste ano regis-trou o pior resultado dos últimos 11 anos, segundo o “Monitor de Comércio Brasil-Estados Unidos” da Câmara Americana de Comércio no Brasil (Am-cham). O valor das trocas comerciais no acumulado do ano até setembro foi de US$ 33,4 bilhões, uma redução de 25,1% em re-lação ao mesmo período de 2019.

“A contração de um quarto da corrente de co-mércio entre Brasil e Es-tados Unidos é um golpe duro no comércio bilate-ral, sendo o pior resultado para o período desde a crise econômica de 2009”, afirma o vice-presidente executivo da Amcham, Abrão Neto.

No acumulado do ano, as exportações brasilei-ras para os EUA caíram 31,5% em comparação com igual período de 2019, alcançando o total de US$ 15,2 bilhões. É o menor valor para o período desde 2010, aponta o estudo.

“Foram sete bilhões de dólares a menos em exportações. Como o perfil do comércio bilateral é composto principalmente por produtos de maior va-lor agregado, a atual crise econômica atingiu em cheio nossas exportações

para os Estados Unidos. A taxa de queda foi quatro vezes maior do que a redu-ção das exportações totais do Brasil para o mundo”, diz Abrão.

Por outro lado, as im-portações brasileiras vin-das dos Estados Unidos despencaram no terceiro trimestre, com redução de 41,6% em relação a 2019. Entre janeiro e setembro de 2020, as importações totalizaram US$ 18,3 bilhões, uma queda de 18,8%.

DÉFICIT

Como resultado do en-colhimento das expor-tações e importações, a tendência é que o Brasil registre o maior déficit comercial com os Estados Unidos dos últimos cinco ou seis anos, aponta o documento. No acumu-

lado dos nove primeiros meses do ano, a balança comercial está favorável aos norte-americanos em US$ 3,1 bilhões.

É o maior déficit bila-teral do Brasil no período, atrás apenas da Alemanha (-US$ 3,5bilhões).

Os Estados Unidos se-guem como o segundo par-ceiro comercial do Brasil (12,3% do total de suas trocas com o mundo), atrás da China que se mantém em 1º lugar, ten-do aumentado sua fatia para 28,8%, diz o Monitor.

Esses resultados re-velam que a política de Bolsonaro de alinhamento automático a Trump e de submissão aos interesses do governo americano não trouxeram nenhum benefício para o Brasil. O que eles mostram é que esta política é lesiva aos interesses nacionais.

A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e mais de uma centena de en-tidades científicas, universida-des públicas e comunitárias e instituições de pesquisa, enca-minharam nesta quinta-feira, 16 de outubro, Dia da Ciência e Tecnologia, uma carta aos parlamentares em defesa de mais recursos para o setor no Orçamento da União de 2021.

“O orçamento de 2021 para CT&I Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) é elemento estratégico para o desenvol-vimento econômico e social e para a soberania do País. A re-dução continuada de recursos para CT&I terá consequências graves não apenas no funcio-namento das instituições de pesquisa e universidades, no sucateamento de laboratórios e no êxodo de pesquisado-res, mas produzirá impactos negativos na sociedade, na indústria, na economia, na saúde e na qualidade de vida dos brasileiros. Na situação de grave crise sanitária, social e econômica na qual o País se encontra é fundamental que o orçamento acompanhe o que está sendo feito em todos os países desenvolvidos e destine mais recursos para a CT&I”, defendem as entidades.

Segundo o documento, com os cortes previstos na propos-ta orçamentária para 2021 (PLOA 2021), se aprovada, os

recursos discricionários para o Ministério da Ciência, Tec-nologia e Inovações (MCTI) – orçamento sem as despesas obrigatórias e a Reserva de Contingência – serão 34% me-nores do que em 2020, apenas R$ 2,7 bilhões. Isso significa menos de um terço do valor de uma década atrás.

“Os recursos para o CNPq caíram em 8,3% em relação ao orçamento de 2020, sendo que 60,5% destes recursos estão condicionados. Para fomento à pesquisa – recursos necessá-rios para grupos de pesquisa, laboratórios, insumos básicos, viagens, editais para novos projetos, o CNPq tem previsto para 2021 um valor baixíssi-mo, R$ 22 milhões, cerca de 18% de seu valor em 2019. O orçamento da Capes está 28% abaixo daquele definido na LOA de 2019, passando de R$ 4,2 bilhões para R$ 3,0 bilhões, sendo que 33,5% deles estão condicionados à quebra de Regra de Ouro. Os recursos para as bolsas de Pós-gradu-ação diminuíram 10% e os de bolsas destinadas à programas relacionados com a Educação Básica caíram 28% em relação ao orçamento aprovado para 2020. Os orçamentos das despesas discricionárias das universidades e dos institu-tos federais, que vêm caindo desde 2016, foram reduzidos em 17,5% e 16,5%, respec-

tivamente, em comparação com a LOA 2020. Cerca de 55% e 58% destes recursos, respectivamente, estão condi-cionados”, diz a carta.

Segundo as entidades, “a Reserva de Contingência do Fundo Nacional de Desenvol-vimento Científico e Tecno-lógico (FNDCT) tem R$ 4,8 bilhões previstos no PLOA 2021, que são absolutamente necessários para ajudar a recompor os recursos para a CT&I. Isto significa que 90% dos recursos que o FNDCT (FINEP) teria para apor-tes não reembolsáveis estão contingenciados! E eles são essenciais para o apoio à pes-quisa científica e tecnológica e inovação em universidades comunitárias e públicas, insti-tuições, parques tecnológicos, pequenas e médias empresas (via, por exemplo, subvenção econômica), etc. Este desvio dos recursos do FNDCT para a Reserva de Contingência não se justifica de nenhum modo, uma vez que eles estão sendo destinados para outras finalidades, determinadas pela equipe econômica, que não o apoio às atividades de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), como previsto na legislação que criou os Fundos Setoriais”. Veja matéria completa no site: https://horadopovo.com.br/sbp-c-e-mais-de-90-entidades-defen-dem-recursos-para-cti-em-2021/

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territó-rios (TJDFT) indeferiu, no dia 11 de outubro, a ação ajuizada pelo Sindicato dos Urbanitários (STIU-DF), que pedia a suspensão da Assem-bleia Geral Extraordinária, e manteve a assembleia no dia 13 de outubro que aprovou a privatização da Compa-nhia Energética de Brasília (CEB). O valor mínimo para a venda é de aproximada-mente R$ 1,4 bilhão.

Para o senador Izalci Lu-cas (PSDB-DF), a CEB “não é deficitária” como diz o go-vernador do DF, Ibaneis Ro-cha. “O preço anunciado para privatizar uma das melhores distribuidoras de energia do país é uma verdadeira pe-chincha. É equivalente ao de um Airbus A380-800. Só um dos terrenos que a CEB tem vale mais do que o GDF está cobrando pela companhia”.

“A CEB é lucrativa, não deficitária como ele diz. Nos últimos anos, só não deu lucro em 2018 porque o GDF deu calote e não pagou as dívidas com a empresa. Mesmo assim, o lucro acu-mulado nos últimos cinco anos chega aos R$ 115 mi-lhões. Só no ano passado, foi de R$ 42 milhões”, afirmou o senador Izalci, em artigo publicado no Correio Bra-ziliense.

Em agosto do ano passa-do, o governador Ibaneis Ro-cha assinou um contrato com o Banco Nacional de Desen-volvimento Social (BNDES) para assessorar o processo de privatização da CEB. Na época, Ibaneis argumentou que entregar a companhia

para o setor privado geraria um aumento de recursos dis-poníveis em caixa e tornaria a prestação de serviço “mais eficaz” e “de melhor qualida-de” ao consumidor.

Para o presidente do Insti-tuto João Goulart e dirigente do PCdoB, João Vicente Goulart, “a venda da CEB é um saqueio e uma tomada do patrimônio público, construí-da com anos de contribuições de dinheiro da população do Distrito Federal”. João Vi-cente considerou a atitude do governador um “estelionato eleitoral” e lembrou a campa-nha de Ibaneis em 2018 que assumiu o compromisso de não privatizar a CEB.

“Vou deixar bem claro a todos que no meu governo não se fala em privatização em nada! Nem na CEB, nem na CAESB [A Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal], nem no BRB [Banco de Brasília], nenhuma empresa públi-ca. Nós vamos valorizar e melhorar todas elas. Quem está plantando essas ‘fakes’ [notícias falsas] certamente é quem quer privatizar”, disse Ibaneis na época.

Além de assumir em sua propaganda eleitoral que seu governo não iria privatizar, Ibaneis também assinou um documento perante o Sindicato dos Urbanitários, onde se comprometeu em manter a CEB como empresa pública.

Veja matéria completa no site do HP: https://horado-povo.com.br/sob-protestos-governo-do-df-acelera-pri-vatizacao-da-lucrativa-e-efi-ciente-ceb/

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3POLÍTICA/ECONOMIA21 A 27 DE OUTUBRO DE 2020 HP

Vice-líder de Bolsonaro está envolvido em desvios em RR

Organização chefiada pelo senador Chico Rodrigues direcionava licitações. Entre as empresas beneficiadas estão a Haiplan, a Quantum, a Nova Médica Comércio e Serviços de Produtos Hospitalares e PHM Produtos Médicos Hospitalares

Ibope: alta rejeição a Bolsonaro em SP. ‘Aos poucos, vai caindo a máscara’, disse Orlando Silva

O senador que escondeu R$ 15 mil nas nádegas e foi flagrado pela PF

Major Olimpio: “Bolsonaro é o responsável pelo sistema que facilita a corrupção”

AFPOrlando Silva (PCdoB), candidato a prefeito

Ibama informa que suspendeu compra de retardantes nocivos que Salles defendeu

João Campos dispara na liderança em Recife: 33%

Reprodução

Durante as investiga-ções sobre os desvios de recursos públicos pelo senador bolsona-

rista, Chico Rodrigues (DEM--RR), que escondeu parte do dinheiro na cueca, a Polícia Federal descobriu que o gover-no de Roraima firmou contra-to com a empresa Quantum Empreendimentos em Saúde no valor de R$ 3,2 milhões para aquisição de kits de de-tecção da Covid-19.

De acordo com a PF, cada kit custou R$ 161, gerando um sobrepreço no contrato no valor de R$ 956 mil, com base em preços médios praticados no mesmo período no Amazo-nas, Paraíba e Mato Grosso.

EMPRESA DO MARIDO DA ASSESSORA

Coincidentemente, a Quantum tinha como representante Jean Frank Padilha Lobato, apontado pela Polícia Federal como “operador” do senador Chico Rodrigues em uma ou-tra investigação, relacionada a desvios no Distrito Sanitá-rio Especial Indígena Leste (DSEI-Leste). Jean Frank Padilha Lobato é casado com Samara de Araújo Xaud, as-sessora do senador.

Em maio deste ano, a Quan-tum assinou, segundo a re-vista Crusué, um contrato de 1,39 milhão de reais com o Ministério da Saúde, para fornecimento de cilindros de oxigênio para o Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami. Na decisão que autorizou as buscas na casa do senador, o ministro Luís Ro-berto Barroso, do STF, cita a existência de um outro inqué-rito, de relatoria da ministra Carmen Lúcia, que investiga uma organização criminosa atuante no distrito sanitário para desviar dinheiro público.

“A autoridade policial apon-ta a existência de possíveis vínculos entre o Senador Chi-co Rodrigues e a Quantum Empreendimentos em Saúde, já que Roger Henrique Pimen-tel, cunhado de sua assesso-ra, casada com Jean Frank, também é um dos sócios da empresa desde 20.02.2020”, disse o ministro Luiz Roberto Barroso em sua decisão para investigar o senador.

DINHEIRO ERA LIBERADO E

EMPRESÁRIOS APARECIAM PARA PRESSIONAR

“De acordo com os investi-gadores, após parlamentares determinarem a aplicação de recursos da Covid-19 no estado, empresários do setor pressionavam técnicos da Secretaria de Saúde para direcionar licitações benefi-ciando empresas com ligação direta, ou indireta, com o senador Chico Rodrigues”, aponta o ministro Luiz ro-berto Barroso.

“Também há contatos entre Jean Frank e Francisvaldo Paixão, técnico do Setor de Urgências da Secretaria de Saúde, a respeito da PHM Pro-dutos Médicos Hospitalares Ltda., outra das empresas con-tratadas pelo Governo de Ro-raima que estariam, de acordo com a Controladoria Geral da União (CGU), praticando sobrepreço – o que indica que o suposto esquema ilícito pode envolver diversas empresas”, descreveu o ministro do STF.

O senador também atuou em conjunto com o então secretário de Saúde de Ro-raima, Francisco Monteiro, e empresários para desviar recursos para a compra de testes rápidos a partir de emendas parlamentares. A operação referia-se à licitação direcionada comandada pelo ex-coordenador e diretor da Coordenação Geral de Urgên-cia e Emergência na Secreta-ria de Saúde de Roraima no início de 2020, Francisvaldo Paixão.

SENADOR COBRAVA DA SECRETARIA OS

CONTRATOS COM OS

“AMIGOS”Conforme mensagens anali-

sadas pela PF, o senador ques-tionou o Coordenador Geral da Urgência e Emergência, Francisvaldo Paixão, sobre pagamentos a representantes da Haiplan, que também é apontada pelos policiais como favorecida pelo esquema de desvios de recursos na saúde de Roraima.

“Igualmente se ressalta a circunstância de que o ins-trumento firmado com a Hai-plan Construções, Comércio e Serviços Ltda. não derivou de nova licitação específica, mas de aditivação de contra-to firmado em 2014, quando o Senador Chico Rodrigues era Governador do Estado”, prossegue o ministro Barroso.

Outra empresa investiga-da por fraudes em Roraima, a Haiplan Construções, tem ligação com o senador do di-nheiro na cueca por meio de um sobrinho dele. Também em maio deste ano, a empre-sa assinou um contrato por dispensa de licitação com a Universidade Federal de Roraima, no valor de 929 mil reais, para fornecer equipa-mentos de proteção individu-al, os EPIs, como aventais, máscaras e luvas.

O senador bolsonarista, que aparece num vídeo ao lado de Bolsonaro, tecendo loas ao presidente por sua demagogia anticorrupção, era membro da Comissão Mista do Congresso Nacional, criada para acompa-nhar a aplicação dos recursos e execução orçamentária des-tinada à Covid-19. Segundo investigadores, o senador tinha o poder de destinar recursos, e como integrante da Comissão Mista, também poderia encobrir eventuais malfeitos no ato da fiscaliza-ção das verbas públicas.

SENADOR TINHA PODER DE LIBERAÇÃO EM

BRASÍLIA“Em síntese, portanto, há

indícios de que o Senador Chico Rodrigues tenha se uti-lizado da influência política inerente à sua função pública para favorecer, no âmbito de contratos celebrados pela Se-cretaria de Saúde de Roraima, empresas privadas a ele liga-das, direta ou indiretamente, desviando dinheiro destinado ao combate ao Covid-19”, disse o ministro Luís Roberto Bar-roso no pedido de afastamento do parlamentar.

O ministro do Supremo ainda complementou: “como mencionado, o Senador man-teve pessoalmente, via aplica-tivo de mensagens, contatos suspeitos com denunciante responsável por contratos no órgão de saúde estadual, havendo indícios de que teria exercido seu poder político para obter a exoneração e a nomeação de Secretários Estaduais da Saúde, determi-nar a renovação de contratos administrativos sem licitação e ordenar a realização de pagamentos a empresas a ele, direta ou indiretamente, vinculadas”.

De acordo com as investi-gações da Polícia Federal, o governo federal destinou, ao todo, R$ 49 milhões para o enfrentamento da pandemia em Roraima.

Segundo depoimento pres-tado por Francisvaldo Paixão, uma organização criminosa atuava na Secretaria de Saúde de Roraima e tinha ramifica-ções no Congresso Nacional.

Essa organização criminosa seria responsável por direcio-nar contratos emergenciais em saúde principalmente a partir da aquisição de kits de testes rápidos e para a aquisição de aparelhos de ar-condicionado. Entre as empresas benefi-ciadas, além da Quantum, estariam a Nova Médica Co-mércio e Serviços de Produtos Hospitalares e PHM Produtos Médicos Hospitalares.

Em SP, 48% (ruim/péssimo) contra 27% (bom/ótimo). “As pesquisas já mostram que a maioria do povo está contra o seu governo”, disse Orlando

A primeira rodada de pesquisas realizadas pelo Ibope em 25 capitais apontou que na capital de São Paulo a rejeição ao governo de Bolsonaro chega a 48% dos entrevistados que acham o governo ruim ou péssimo, contra apenas 27% que o consideram ótimo ou bom.

A capital paulista é vítima da política econômica de Bolsonaro e Paulo Guedes, onde o desemprego e o fechamento de em-presas estão nas alturas, agravados pelas dificuldades provocadas pela pandemia, e do abandono do governo federal que, como disse o prefeito Bruno Covas (PSDB), virou as costas para São Paulo.

Este índice, 27%, é o máximo que foi al-cançado pelo candidato bolsonarista de São Paulo, Celso Russomanno (Republicanos). No momento, ele já caiu para 25%.

O deputado Orlando Silva (PCdoB), candi-dato a prefeito de São Paulo, afirmou ao HP, no sábado (17), ao comentar o resultado da pesquisa Ibope, que “aos poucos vai caindo a máscara do governo Bolsonaro”. “As pes-quisas já mostram que a maioria do povo está contra o seu governo”, disse o deputado.

Para Orlando, “este é um governo antipo-vo, que avança uma agenda que tira direitos dos trabalhadores. Um governo que é antipa-triótico, que submete os interesses do Brasil às orientações dos americanos, um governo que é antidemocrático, que sistematicamente expressou seu viés autoritário”.

“Este é um governo antipovo, que avança uma agenda que tira direitos dos trabalha-dores”, disse Orlando

O candidato Orlando Silva destacou ain-da que o governo Bolsonaro “é um governo corrupto”. Ele lembrou ainda que “amigos de Bolsonaro, a família dele, a cada dia ocu-pam mais espaços nas páginas dos jornais que bem poderiam ser páginas policiais”, afirmou.

Segundo o deputado e aspirante à prefei-tura paulistana, “está se criando as condições para a construção de uma frente ampla para derrotar este embuste que assumiu a presi-dência da República”.

“Amigos de Bolsonaro, a família dele, a cada dia ocupam mais espaços nas páginas dos jornais que bem poderiam ser páginas policiais”, lembrou.

Uma pesquisa recente do Datafolha sobre a influência do atual presidente e do ex-presidente Lula nas eleições municipais deste ano já mostrava o que o Ibope concluiu agora sobre Bolsonaro. O Datafolha apontou que os dois políticos atrapalhavam mais do que ajudavam os seus candidatos.

Mas, o que mais chamou a atenção no estudo do Datafolha foi a forte rejeição dos eleitores de São Paulo a Jair Bolsonaro. Na pesquisa, 63% dos eleitores consultados dis-seram que não votam de jeito nenhum num candidato que Bolsonaro indicasse. Só 16% responderam que votariam com certeza num candidato apoiado por ele e 18% disseram que talvez votassem.

O Datafolha mostrou que 54% dos entre-vistados responderam que não votariam de jeito nenhum num candidato sugerido ou apoiado por Lula. 21% disseram que votariam com certeza num candidato indicado por ele e 23% responderam que talvez votassem.

SÉRGIO CRUZ

O candidato a prefei-to João Campos (PSB) avançou 10 pontos per-centuais e atingiu 33% das intenções de voto para a Prefeitura do Recife, aponta a pes-quisa Ibope divulgada nesta quinta-feira (15). O candidato vence em todos os cenários previstos para o se-gundo turno.

O segundo lugar, M e n d o n ç a F i l h o (DEM), caiu um pon-to, descendo de 19% no começo de outubro para 18% agora.

A candidata do PT, Marília Arraes, estag-nou nos 14%. Ela é seguida pela Delegada Patrícia (Podemos), que tem 13%.

Claud ia R ibe i -ro (PSTU), Coro-nel Feitosa (PSC), Marco Aurélio Meu Amigo (PRTB) e Car-los (PSL) estão com 1% das intenções de voto. Charbel (Novo) e Thiago Santos (UP) não atingiram 1%, enquanto Victor Assis (PCO) não foi citado.

14% dos entrevis-tados disseram que vão votar branco ou

nulo e 3% não sabem ou não quiseram res-ponder.

Veja a pesquisa Ibope:

J o ã o C a m p o s (PSB): 33%

Mendonça Filho (DEM): 18%

Maríl ia Arraes (PT): 14%

Delegada Patrícia (Podemos): 13%

C o m p a r a ç ã o com a pesquisa anterior do Ibope, divulgada no dia 7 de outubro:

João Campos foi de 23% para 33%

Mendonça Filho caiu de 19% para 18%

Marília Arraes se manteve em 14 %

Delegada Patrícia foi de 11% para 13%

Claudia Ribeiro se manteve em 1%

Coronel Feitosa se manteve em 1%

Marco Aurélio Meu Amigo se manteve em 1%

Carlos saiu de 0% para 1%

Branco/nulo: saiu de 22% para 14%

Não sabe/não res-pondeu: saiu de 7% para 3%

O senador Major Olim-pio (PSL-SP) afirmou que Jair Bolsonaro é respon-sável por um esquema de distribuição de verbas en-tre senadores que “facilita corrupção”, como no caso do vice-líder do governo, Chico Rodrigues (DEM--RR), que tentou esconder dinheiro entre as nádegas ao ser flagrado em opera-ção da Polícia Federal.

Segundo Olimpio, o governo Bolsonaro dis-tribuiu emendas parla-mentares entre senadores para ganhar apoio na Casa. Os senadores deve-riam apenas dizer que o dinheiro era para comba-ter a Covid-19.

“Aí alguém diz que pode mandar para onde quiser, em um ano elei-toral, sem processo lici-tatório convencional, fa-cilita muito. Pegar verba destinada ao combate do coronavírus e fazer uso político-partidário para mim é criminoso”, comen-tou Olimpio em entrevista ao UOL.

“O governo me ofere-ceu, como ofereceu para muitos senadores, R$ 30 milhões de verba da Co-vid-19. O governo dizia que eu deveria colocar apenas a destinação: Co-vid-19”.

“O responsável por essa distribuição de recur-sos tem nome, sobrenome e endereço: Jair Messias Bolsonaro, Palácio do Pla-nalto, Praça dos Três Po-deres”, denunciou Major Olimpio.

“Não adianta tentar falar ‘ai, eu tirei o senador de vice-líder’, ‘ai, eu nun-ca soube disso’. Quem cria um sistema perigoso dessa forma está sujeito a ter desfechos infelizes dessa natureza. É um sistema

que facilita a corrupção”, apontou.

“É uma porta aberta e o presidente tem respon-sabilidade nisso. Quem propôs isso foi o governo. Não foram os senadores correr atrás do governo, foi o governo que correu atrás dos senadores. É a operação me engana que eu gosto”, prosseguiu.

“O governo estava bus-cando apoio no Senado às custas da verba da Covid, ao melhor estilo ‘toma-lá--dá-cá’. Isso aconteceu no final de maio. No começo de julho já pagaram esses recursos, foi para onde os senadores quisessem”, disse.

EMENDA SEM CRITÉRIOS

“O governo me ofere-ceu, como ofereceu para muitos senadores, R$ 30 milhões de verba da Co-vid-19. O governo dizia que eu deveria colocar apenas a destinação: Co-vid-19”, relatou o senador.

“É uma porta aberta e o presidente tem respon-sabilidade nisso. Quem propôs isso foi o governo. Não foram os senadores correr atrás do governo, foi o governo que correu atrás dos senadores. É a operação me engana que eu gosto”, prosseguiu.

“Eu falei: mas não tem aqueles critérios técnicos do Ministério da Saúde, relativos a número de óbitos, número de leitos de UTI, número de conta-minados? Responderam: ‘Não, senador, pra onde o sr. quiser mandar o di-nheiro será enviado em 30 dias’”, explicou Major Olimpio.

“Eu perguntei: isso é para todos os senadores? Responderam: ‘Claro que não’. Eu disse que não

aceitaria. Esperei dar o trigésimo dia e comecei a denunciar”, continuou.

“Lógico que isso é um facilitador da corrupção. Imagina só: ofereceram R$ 30 milhões a fundo perdido, num momento de pandemia, sem precisar fazer processo licitatório formal”, afirmou.

“Então, teve municí-pio que quase não teve caso de Covid e recebeu R$ 6 milhões em emen-das. Isso tudo está em processo de apuração. Foi um caminho aber-to perigosamente para a destinação de R$ 30 milhões sem seguir re-quisitos do Ministério da Saúde e sim para ser mandado para onde o senador quisesse. Esse dinheiro representa o dobro da verba que tem cada senador em um ano”, relatou.

“Lógico que isso é um facilitador da corrupção. Imagina só: ofereceram R$ 30 milhões a fundo perdido, num momen-to de pandemia, sem precisar fazer processo licitatório formal”

Major Olimpio, que apoiou Bolsonaro em sua eleição em 2018, rompeu com o governo por conta das sucessivas denúncias de corrupção e da briga de Jair com os dirigentes do PSL.

Em agosto, quando Jair Bolsonaro declarou que pensava em voltar para o partido, depois do fracasso na criação do Aliança pelo Brasil, Major Olimpio se po-sicionou contra. “Se a maioria tiver vergonha na cara, não aceita! Se o PSL quiser mesmo lutar contra a corrupção, não é com Bolsonaro”, disse.

O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) informou que suspendeu a compra de retardantes químicos para queimadas, que foram defendidos pelo ministro do Meio Ambien-te, Ricardo Salles, e podem causar contaminação na população.

O Ibama respondeu a uma ação movida pelos moradores de Cavalcante (GO), que são contra a utilização da substância.

Sob ordens e super-visão de Ricardo Salles, o FireLimit foi utilizado na Chapada dos Veadei-ros (GO).

A população da região protestou contra o uso desses produtos químicos no combate ao fogo.

O governo de Goiás informou em nota que “não há nenhuma regula-mentação sobre o referido produto químico em Goiás; que não foi consultado sobre sua utilização; e que não é autorizado o uso do mesmo dentro da Área de Proteção Ambiental do Pouso Alto, de gestão sob responsabilidade do governo goiano”.

Ricardo Salles agrediu e chamou de “maconheiros” os moradores que protesta-ram e disse que a opinião deles não tinha importân-cia nenhuma. E rebateu o governo goiano nas redes

sociais dizendo que, em Parques Nacionais, quem tem que autorizar esse tipo de ação é o ICMBio.

O ministro do Meio Ambiente comemorou o uso e postou imagens em suas redes sociais com o produto lançado na região e sobrevoou a Chapada, declarando que o fogo tinha acabado na localidade.

Um relatório realizado pelo próprio Ibama em 2018 não recomenda sua utilização. Segundo o Pre-vfogo, Centro do Ibama de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais, “não é possível evidenciar se ca-beria o uso de retardantes que possuam esses com-ponentes em áreas como o Pantanal, Terra Indígena Xingu ou Parque Indígena Araguaia, que possuem relativa abundância de água”.

“O mesmo questiona-mento é válido para áreas de Caatinga ou Cerrado com baixa disponibilidade hídrica”, diz o estudo.

O produto contém sul-fato de amônia, que “da-nifica e mata folhas se ficar exposto por tempo demasiado”.

“Desta forma, não é possível definir qual o limite seguro para que o retardante não cause mais dano do que o fogo em uma floresta, como,

por exemplo, quando o incêndio é superficial e não atinge a copa das árvores”, prossegue.

“Retardantes de longa duração podem ser mais tóxicos na presença de ra-diação UV-B e água. Assim, não é possível assegurar o uso desses produtos na Amazônia ou Cerrado, com a intensidade de radiação solar diária recebida no país”, continua o Prevfogo.

O responsável pela re-alização dos relatórios, Gabriel Zacharias, ex-co-ordenador do Prevfogo, foi demitido dez dias depois de ter alertado para os riscos da utilização do produto.

Logo em seguida, o Pre-vfogo mudou a sua avalia-ção e o Ibama comprou a substância.

O presidente do Insti-tuto Brasileiro de Proteção Ambiental, Carlos Bocuhy, afirma que “o retardante de chama é um produto tóxico, tanto que ele, por um período de 30 dias depois da aplicação, [con-tamina e] você não pode beber da água da região. Então esse cuidado, essa quarentena que se sub-mete a área demonstra a periculosidade do produto, que leva um tempo para que ele seja neutralizado no ambiente”.

Íntegra do texto em www.horadopovo.com.br

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4 POLÍTICA/ECONOMIA HP 21 A 27 DE OUTUBRO DE 2020

O resultado dos ensaios clínicos com a vacina chinesa CoronaVac testam em 9 mil pes-

soas no Brasil comprovou a segurança do imunizante. O anúncio foi feito nesta segun-da-feira (19) pelo governador de São Paulo, João Doria, e pela equipe do Instituto Bu-tantan.

“Os primeiros resultados dos estudos clínicos realizados no Brasil comprovam que, entre todas as vacinas testa-das no país, a CoronaVac é a mais segura, a que apresenta os melhores e mais promis-sores índices no Brasil. É, de fato, a vacina mais avançada neste momento”, declarou o governador.

Segundo Doria, a vacina de-senvolvida em parceria com o Butantan foi a que apresentou menor índice de efeitos ad-versos e melhores resultados até o presente momento. “A vacina do Butantan foi a que apresentou menor índice de efeitos adversos e melhores resultados até o presente mo-mento”, disse o governador.

Os resultados dos testes de segurança da vacina serão enviados à ANVISA para o início do processo de registro do imunizante. Segundo o governo de SP, as conclusões dos testes de imunização de-verão ser apresentadas entre novembro e dezembro.

Os testes da 3ª fase da vacina contra o coronavírus do laboratório chinês Sinovac Biotech, em parceria com o Instituto Butantan, começa-ram no dia 21 de julho.

Na primeira dose, 19% rela-taram ter tido dor no local da aplicação e 15% dor de cabeça. Na segunda dose, 19% tiveram dor no local da aplicação, 10% dor de cabeça e 4% fadiga. Só 0,1% dos voluntários apresen-tou febre baixa.

Segundo o governo de São Paulo, os estudos foram feitos com profissionais que atuam na área de saúde, no atendi-mento a pacientes com Co-vid-19. Eles estão recebendo acompanhamento em 16 cen-tros de pesquisa, distribuídos por sete Estados e em Brasília.

Nesta última etapa, inicia-da neste mês de outubro, os testes também foram amplia-dos para voluntários idosos, gestantes e portadores de comorbidades.

“As outras reações foram insignificantes do ponto de vista estatístico. O mais fre-quente foi dor de cabeça, que pode ter relação com vacina ou não. Os outros sintomas fo-ram muito baixos”. “A vacina Butantan é a mais segura em termos de efeitos colaterais. É a vacina mais segura neste momento não só no Brasil, mas no mundo”, afirmou Dimas Covas, Diretor do Ins-tituto Butantan.

Segundo Dimas Covas, os dados são semelhantes ao apresentado por estudos realizados na China, no qual 94,7% dos mais de 50 mil voluntários que participam de teste não apresentaram efeito adverso.

“As manifestações clínicas adversas são muito leves, não tivemos nenhuma manifesta-ção clínica que tenha exigido uma atenção médica maior. Então, é um perfil de segu-rança muito apropriado. Nós aguardamos o fim dessa fase de estudos, obviamente que é um estudo clínico que ainda demanda outras fases, princi-palmente a fase de eficácia, e que nós aguardamos aí até o fim do ano que possa ocorrer a demonstração da eficácia para que a nossa Anvisa possa re-gistrar a nossa vacina”, disse diretor.

“Nós estamos caminhando aqui no Brasil muito rapida-mente nesse estudo clínico. Nós já concluímos aí quase já 12 mil vacinações [feitas em nove mil voluntários] e as ma-nifestações clínicas adversas são muito leves, não tivemos nenhuma manifestação cli-nica que tenha exigido uma atenção médica maior. Então é

um perfil de segurança muito apropriado”, disse Dimas Co-vas nesta segunda.

A previsão do governo de iniciar a campanha de vaci-nação contra a covid-19 em dezembro em São Paulo pode atrasar. “As perspectivas são otimistas, mas não podemos dar data precisa de quando isso vai acontecer. Esperamos que até o final desse ano”, declarou Dimas Covas.

Questionado se é possível dizer que a vacina começará no dia 15 de dezembro como anunciado anteriormente, Covas respondeu: “Não. Não creio”.

VACINA PARA TODOS OS BRASILEIROS

Doria negocia com o go-verno Bolsonaro para que a CoronaVac receba verba fede-ral para ser distribuída pelo SUS. Mas o governo federal tem postergado o apoio ao imunizante.

No último dia 14, o Mi-nistério da Saúde fez a apre-sentação do cronograma de vacinação contra a Covid-19 no país, que vai começar em abril de 2021 e apenas a vaci-na de Oxford, que está sendo desenvolvida em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em acordo firmado pelo governo federal estava no planejamento deixando de lado a vacina do laboratório chinês com o Instituto Bu-tantan.

Após o anúncio da pasta, o Conselho Nacional dos Se-cretários Estaduais de Saúde (Conass) enviou uma carta ao ministro Eduardo Pazzuello para que a Coronavac seja incluída no cronograma, sob temor de que o imunizante não esteja sendo considerado para a distribuição nacional por questões políticas, uma vez que Bolsonaro vê Doria como um inimigo político.

O governador de São Paulo já prometeu que toda a popu-lação do estado vai receber a vacina contra a Covid-19. Ele disse que há um “plano alternativo” para o estado de SP, caso não haja acordo com o governo federal para a distribuição nacional.

Nesta quarta (21), Doria terá uma reunião com o minis-tro de Saúde para tentar avan-çar na parceria para produção e distribuição da vacina.

PAZ, AMOR E VACINADiferente de Doria, Bolso-

naro disse a apoiadores que o governo federal não vai tornar a vacina contra a Co-vid-19 obrigatória e reforçou que a decisão cabe a ele e ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.

Sem citar o nome de Doria, que afirmou que tornará obri-gatório o imunizante contra a Covid-19 para a população de SP, Bolsonaro disse que tem “um governador que está se intitulando o médico do Brasil”.

Em resposta, Doria afir-mou: “Quero agradecer o pre-sidente Bolsonaro me qualifi-cando como médico do Brasil. Agradeço o presidente porque eu confio nos médicos e ontem [domingo] foi o Dia do Médico. Portanto, qualquer referência a mim como médico, ainda que não seja médico, só me distin-gue porque acredito na medi-cina e nos médicos”, afirmou o governador em coletiva, no Palácio dos Bandeirantes.

Doria disse ainda que o Brasil precisa “mais do que nunca de paz, amor e vacina para salvar os brasileiros”. “Como eu sou a favor da paz, do amor e da vida, eu entendo que a vacina deve ser aplicada a todos os brasileiros”, res-pondeu, ao ser questionado sobre a declaração de Bolso-naro de que o governo federal não obrigará a população a tomar a vacina.

O governador ressaltou que não está em uma corrida elei-toral, se referindo à disputa presidencial de 2022. “Nós estamos em uma corrida pela vida. Eu estarei do lado dos médicos que querem salvar vidas”, acrescentou.

Marina reage ao ataque racista de Sérgio Camargo

Com Covid-19, Jorge Aragão segue internado na UTI no Rio de Janeiro

Testes em voluntários comprovam a segurança da vacina CoronaVacResultados iniciais da terceira fase de testes, realizada pelo Instituto Butantan em voluntários de todo o Brasil

apontaram os menores índices adversos da vacinaEx-senadora Marina Silva (REDE)

“A CoronaVac é a mais segura, a que apresenta os melhores e mais promissores índices no Brasil”, afirmou Doria ao apresentar resultados

A assessoria do cantor e compositor Jorge Aragão confirmou que o sambista está reagindo bem ao tratamento da pneumonia viral, causada pela novo coronavírus. O cantor está internado desde o dia 13 de outubro em um hospital particular do Rio de Janeiro.

“A assessoria do cantor e compositor Jorge Aragão confirma que ele deu en-trada no hospital, no dia 13 de outubro, sendo diagnosticado com pneumonia viral, Covid-19. Ele apresenta um quadro estável, boa resposta ao tratamento clí-nico e segue consciente, com previsão de alta nos próximos dias. Jorge agradece ao carinho de todos e em breve estará apto para cumprir a agenda de shows”, infor-mou o assessor, que também garantiu que o cantor está bem e estável.

Na tarde de domingo (18), o hospital também emitiu uma nota afirmando que o cantor se encontrava na UTI. “O paciente Jorge Aragão da Cruz foi admi-tido em nosso hospital em 13 de outubro com quadro de pneumonia viral Covid-19. Desde então, encontra-se em unidade de terapia intensiva sob monitorização con-tínua e cuidados específicos para a con-dição clínica, apresentando boa resposta ao tratamento. Ainda não há previsão de alta da UTI”, informou o comunicado divulgado pelo hospital e assinado por Paulo Henrique Ribeiro Bloise, Diretor Médico do Hospital Unimed-Rio.

O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, usou as redes sociais para anunciar que excluiu o nome da ex-senadora e ex-ministra do Meio Am-biente Marina Silva da lista de Persona-lidades Negras da instituição.

Segundo Sérgio Camargo, a ex--candidata à Presidência da República, uma das principais líderes ambientalis-tas do país, foi excluída da lista porque “não tem contribuição relevante para a população negra do Brasil”.

“Disputar eleições não é mérito. O ambientalismo dela vem sendo questio-nado e não é o foco das ações da insti-tuição”, escreveu o racista no Twitter. Segundo ele, Marina Silva “autodeclara--se negra por conveniência política”.

Sérgio Camargo também atacou os deputados David Miranda e Talíria Petrone (ambos do PSOL-RJ), o ex--deputado Jean Wyllys e a cantora Preta Gil, que para ele, declaram-se negros “por conveniência”.

“Não é um caso isolado. Jean Willys, Talíria Petrone, David Miranda (branco) e Preta Gil também são pretos por conve-niência. Posar de ‘vítima’ e de ‘oprimido’ rende dividendos eleitorais e, em alguns casos, financeiros”, disse.

Horas depois, o bolsonarista fez no-vos ataques contra Marina e afirmou que a exclusão do seu nome foi feita considerando os critérios de “decência, dignidade, reputação ilibada, relevância histórico-cultural e mérito do homena-geado”. “Eram escolhas políticas q (sic) não refletem a verdadeira história do negro”, disse.

Sergio Camargo também afirmou que nada justifica que um político seja homenageado em vida pela fundação.

A ex-senadora foi às redes sociais se manifestar sobre as declarações de Ca-margo. “Temos que encarar isso com a altivez de quem sabe que a história não é feita por aqueles que têm uma visão autoritária e que eventualmente estão no poder, mas por aqueles que persistem na democracia e nos valores da civiliza-ção”, disse Marina.

Agradecendo pelas “inúmeras mensa-gens de solidariedade e apoio”, Marina disse: “Quem julga o valor da contribui-ção de uma pessoa à sociedade é a própria sociedade e a sabedoria da história. To-das as pessoas excluídas não o foram por serem irrelevantes, mas exatamente pela importância das causas que defendem”.

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verno d

e SP

Jogador teve seu contrato suspenso após divulgação da sentença na corte italiana

Assessoria diz que quadro do cantor é estável

Evento de Caetano em apoio a Manuela D’Ávila é legal, aponta parecer do MPE

O Ministério Público Eleitoral (MPE) se mos-trou favorável à realiza-ção do evento fechada do músico Caetano Veloso para angariar fundos para campanha de Ma-nuela D’Ávila (PCdoB) à prefeitura de Porto Ale-gre. Ao acolher recurso da Coligação Movimen-to Muda Porto Alegre (PCdoB e PT), o MPE apontou que o evento não se trata de um “sho-wmício”, evento público ou gratuito, proibido pela legislação eleitoral desde 2006.

Segundo o procurador José Osmar Punes, da Procuradoria Regional Eleitoral no Rio Grande do Sul, a live não contará com a presença de can-didatos, com ingressos sendo cobrados a R$ 30. “Nesse aspecto, não se caracteriza, o even-to questionado, como showmício, não estando vedada a sua realização uma vez que a legisla-ção eleitoral permite a arrecadação de campa-nha mediante a comer-cialização de bens e/ou serviços ou em virtude de doações”, assinalou.

O parecer do MPE foi emitido neste domingo, 18. O processo foi mar-cado para ser julgado

nesta quinta-feira, 22, no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS). “A sentença merece refor-ma, pois, ao contrário do que consignado no deci-sum, o evento objeto da presente representação não pode ser equiparado a showmício”, emendou Punes.

Na semana passada, o juiz da 161ª Zona Elei-toral, Leandro Figueira Martins, havia suspendido o evento por considerá-lo inadequado à legislação eleitoral. Anteriormen-te, o magistrado já tinha determinado a retirada dos links que promoviam o espetáculo nas redes sociais. A ação na Justiça foi provocada pelo candi-

dato Gustavo Paim (PP), adversário da candidata na corrida eleitoral em Porto Alegre. Impedido pela Justiça Eleitoral de realizar a live, Caetano criticou a decisão judicial e cantou para homenage-ar Manuela.

Pelas redes sociais, Caetano Veloso havia anunciado o show para o dia 7 de novembro a fim de destinar recursos da comercialização de ingressos online para as campanhas de Manuela e de Guilherme Boulos (PSOL), em São Paulo. O espetáculo está marcado para ocorrer na plata-forma de lives showIn.tv apenas para quem possuir os ingressos.

Estuprador Robinho diz que se sente como Bolsonaro e ataca a imprensa

Após ter seu contrato com o Santos suspenso de-vido à condenação a nove anos de prisão por estupro coletivo contra uma jovem na Itália, o jogador Robinho fez ataques à Rede Globo, que divulgou a sentença judicial do caso, e disse se sentir “como Bolsonaro”.

Em áudio divulgado nas redes sociais na sexta-feira (16), após as transcrições das conversas do atacante sobre o estupro serem divulgadas, Robinho se diz perseguido pela Globo como Bolsonaro e classifica a emissora como “do demônio”.

“Vocês viram o que eles [Globo] fizeram com o Bol-sonaro antes da eleição? Os ataques que eles fizeram? Falaram que ele era isso e aquilo, que era racista, que era fascista, que era assassino... Quanto mais eles batiam no Bolsonaro, mais ele crescia. Estou em paz, de coração, não estou preocupado com eles. O bem sempre vence e a verdade vai aparecer. São pessoas usadas pelo demô-nio, a gente como é a TV Globo, é uma emissora do demônio. É só você ver as novelas, as programações... Então estou em paz. Que se cumpra o propósito de Deus na minha vida. Vou meter gol neles. Vou meter

a camisa quando eu meter gol: ‘Globo lixo. Bolsonaro tem razão’””, disse.

A advogada de Robinho, Marisa Alija, confirmou a veracidade do áudio.

Ao responsabilizar a imprensa pela exposição do crime do qual foi con-denado, Robinho mos-tra o seu real caráter. O criminoso, não se refere à vítima, ou demonstra qualquer empatia pelas mulheres. Assim como agem os bolsonaristas, Robinho dissemina o ódio - em nome de Deus - e esbraveja contra os que expuseram o seu crime.

De fato, existem muitas semelhanças entre o acusa-

do de estupro e Bolsonaro.Após a divulgação das

transcrições da sentença, quatro jornalistas tiveram seus números pessoais va-zados e foram ameaçadosc por defensores de Robinho. Rodrigo Capelo e Carlos Cereto, do SporTV, e Marília Ruiz, comentarista da Band, estão entre os jocrnalistas atingidos. Porém, as amea-ças mais sérias aconteceram com Ana Thaís Matos.

O número pessoal da jornalista foi colocado em grupos do Whatsapp que apoiavam a contratação do jogador. A comentarista re-cebeu ligações e mensagens com ameaças e teve que desativar sua conta.

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Segundo procurador, evento de Caetano Veloso não pode ser classificado como showmício

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5GERAL21 A 27 DE OUTUBRO DE 2020 HP

Suspensão de contratos e redução salarial poderão ser prorrogadas até 31 de dezembro

‘Correios são referência e não um produto a ser entregue à iniciativa privada’, diz Figueiredo O programa que

permite que em-presas suspen-dam contratos

de trabalho e reduzam jornadas e salários foi prorrogado pelo governo até dezembro. O chamado Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda foi criado em abril em razão da pande-mia da Covid-19 e já foi estendido por duas vezes.

Por conta da medida, desde abril, 9,7 milhões de trabalhadores for-mais tiveram redução de jornada e salário ou suspensão do contrato de trabalho, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempre-gados (Caged).

Após quase seis meses da implementação da medida, nenhuma outra medida de recuperação econômica foi implemen-tada pelo governo, que se limitou a precarizar direitos dos trabalha-dores e oferecer linhas de crédito que nunca chegaram para boa parte das empresas que tenta-ram se manter durante a crise.

Enquanto o ministro da economia, Paulo Gue-des, afirma que a eco-nomia cresce, a nota do Planalto para justificar a prorrogação da medida afirma que, “diante do cenário atual de crise so-cial e econômica, e com a permanência de medidas

restritivas de isolamento social, faz-se necessária a prorrogação, mais uma vez, do prazo máximo de validade dos acordos”.

O que poderia parecer contraditório, na verda-de, não é, tendo em vista todas as tentativas feitas pelo governo desde a posse de Bolsonaro de ar-rochar os trabalhadores, tirar direitos adquiridos e rasgar a CLT. O que se vê com essa prorrogação é apenas mais uma mano-bra da equipe econômica nesse sentido: aproveitar a pandemia para imple-mentar o que eles sempre quiseram.

O programa permite que as empresas cortem integralmente os salá-rios dos funcionários e reduzam a jornada em até 100%, sem, no en-tanto, demitir o traba-lhador. Ao governo cabe compensar os valores com base no valor total que os trabalhadores receberiam do seguro-de-semprego.

Mas os próprios dados sobre os acordos feitos entre empresas e empre-gados revelam que não são essas ações que vão resolver ou amenizar a crise econômica do país, a situação das empresas ou dos trabalhadores, visto que, diante dos efeitos da pandemia e da inér-cia do governo, muitas empresas simplesmente fecharam as portas.

Bolsonaro prorroga programa que permite corte de salários

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Cortes nos salários afetaram 9,7 milhões de trabalhadores desde abril

O deputado federal André Figueire-do (PDT-CE) se pronunciou contra a privatização da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT-Correios) na semana passada (14/10), quando o governo anunciou que encaminhará ao Congresso projeto de lei que prevê a en-trega da empresa.

“Temos que lamentar que o ministro das Comunicações [Fábio Faria], em vez de defender essa empresa centenária, que está presente em todos os 5570 mu-nicípios do país, com mais de 100 mil trabalhadores, em vez de fazer uma ges-tão para ter uma empresa cada vez mais rentável, busque entregar ela nas mãos da iniciativa privada”, disse o deputado.

“Quando fui ministro fiz um estudo, transformado em projeto de lei, que fazia dos Correios o operador preferencial de logística da administração direta do país. Isso daria aos Correios uma rentabilidade inigualável”.

“Na contramão disso, o atual governo quer fazer um estudo, gastando dinheiro público de forma ilegal e imoral, para transformar os Correios públicos num produto para ser entregue à iniciativa privada”.

“Como líder da oposição, estaremos na trincheira de luta conta a privatiza-ção dos Correios, porque os Correios são uma grande referência para o país. Não aceitaremos privatizações descabidas”.

“Todos os trabalhadores dos Correios podem ter a convicção de que estaremos nas ruas, no Congresso Nacional, onde quer que seja para impedir esse crime de lesa pátria. Não aceitaremos que os ven-dilhões do país possam fazer dos Correios mais uma mercadoria”, concluiu André Figueiredo.

O pronunciamento foi reproduzido no portal do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de São Paulo (Sintect-SP), que denunciou o plano do governo de “desmonte e destruição dos serviços dos Correios”.

“O país presencia ataques sem pre-cedentes aos serviços e aos servidores públicos e estatais que exigem resistência da categoria e de todos os trabalhadores”.

“Os Correios estão entre as principais vítimas desse movimento destruidor, vin-do de um governo de extrema-direita que age em favor das grandes corporações, desmontando a estrutura estatal para entregar o mercado postal para que elas o explorem e com ele lucrarem”, denuncia o Sindicato.

Governo pretende acabar com aumento real do piso salarial da educação básica

O governo Bolsonaro pretende usar a regula-mentação do Fundo de Manutenção e Desenvolvi-mento da Educação Básica (Fundeb) para alterar a lei 11.738/2008, que trata do piso salarial nacional dos professores da educação básica da rede pública. O objetivo do governo é que o reajuste do piso seja es-tabelecido pela inflação, eliminando o ganho real garantido pela legislação.

A lei atual vincula o reajuste anual do piso do professor à variação do valor por aluno dos anos iniciais do ensino funda-mental urbano do Fundeb, o que reflete em aumentos acima da inflação. Se essa regra estivesse valendo, o reajuste em 2019 seria de 4,6% e não os 12,84%, quando o piso chegou a R$ 2.886,24.

A nova lei do Fundeb foi promulgada pelo Con-gresso Nacional em agosto, e ela garante o aumento gradual da participação da União no fundo. Com

isso, amplia-se também o investimento por aluno e, consequentemente, o piso salarial do professor.

No entanto, para o go-verno, a medida provocará “impacto negativo” nas contas do governo: “Maior complementação da União e a nova distribuição de re-cursos elevarão significati-vamente o valor anual por aluno mínimo recebido, o que impactarão o piso em cerca de 15,4% ao ano nos próximos seis anos”, diz justificativa do governo.

Apesar de tentar sabo-tar o aumento dos profes-sores, no Dia do Professor (15), o governo fez propa-ganda nas redes sociais com o aumento deste ano, em que buscava capitalizar o “maior reajuste salarial para professores da educa-ção básica desde 2012”, diz mensagem da Secretaria de Comunicação. Aumento garantido pela lei de 2008 e não por benevolência do governo.

A professora da Univer-sidade de Brasília (UnB),

Catarina de Almeida San-tos, da Campanha Nacio-nal pelo Direito à Edu-cação, ressalta que “os estudos, em todo mundo, mostram a importância do professor na garantia do ensino e aprendizagem. O professor precisa ter remu-neração condizente para se dedicar à carreira, não precisar correr para outra escola, ter tempo para for-mação continuada”.

Para Heleno Araújo, da CNTE (Confederação Na-cional dos Trabalhadores em Educação), qualquer reformulação deve obser-var o Plano Nacional de Educação. A meta prevê equiparação salarial dos professores à média de profissionais com a mesma titulação.

“Tem que ter ganho real, se não nunca che-garemos à equiparação”, diz. “Estamos dispostos a discutir, não adianta para nós ter lei sem aplicação”. Em abril de 2019, oito es-tados não cumpriam o piso, segundo a CNTE.

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Governo quer vincular reajuste apenas à inflação, impedindo aumento real

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MPT denuncia JBS por “grave omissão” no combate à Covid-19

A Procurador ia do Ministério Público do Trabalho (MPT) de Cha-pecó, em Santa Catarina, informou na terça-feira (13) que ingressou com uma ação civil pública contra a JBS pedindo R$ 15 milhões em indeni-zação por danos morais coletivo. A ação se deve pela omissão da empresa em adotar medidas de proteção aos trabalha-dores contra a Covid-19 nos abatedouros de aves e suínos que possui em Itapiranga, no oeste do estado.

Segundo a Procura-doria, este é o 18º ajui-zamento contra o grupo JBS no país. Em maio, o MPT já havia pedido indenização em favor dos trabalhadores da empresa na cidade de Ipumirim.

Além da indenização, o MPT pede a testagem de todos os empregados, implantação efetiva de medidas de vigilância, afastamento de trabalha-dores do grupo de risco, troca diária de máscaras, distanciamento mínimo na produção, refeitórios e vestiários.

Em investigação, o MPT constatou “grave omissão” da empresa na compra de testes para identificar funcionários com Covid-19 como es-tratégia de bloqueio de transmissão da doença. Segundo o Projeto Na-cional de Frigoríficos do MPT, que participou da investigação, todos os exames nos traba-lhadores foram realiza-dos exclusivamente pelo

Sistema Único de Saúde (SUS).

Além disso, o MPT de-nuncia que houve retorno antecipado de trabalha-dores sintomáticos sem realização de testes, além da demora ou ausência do afastamento de 144 empregados do frigorífi-co, dos quais 51 testaram positivo para Covid-19 nas duas unidades da empresa. Mais de 200 servidores foram afasta-dos por período inferior a 14 dias.

Um trabalhador de 44 anos morreu vítima da doença em 9 de agosto.

As investigações apon-tam ainda para o não afastamento de trabalha-dores com sintomas com-patíveis com Covid-19 em 181 casos na unidade de suínos, além de 222 no setor de aves.

Para o MPT a conduta da empresa é “temerária ao voluntariamente op-tar pela manutenção de trabalhadores que apre-sentam sintomas com-patíveis com a Covid-19 em atividade, pondo em risco a saúde de todos os demais trabalhadores”.

Foi constatada a falta de distanciamento míni-mo nos setores produti-vos e não fornecimento de máscaras adequadas para o trabalho.

De acordo com levan-tamento epidemiológico realizado pelo MPT, na unidade de aves em Itapi-ranga foram confirmados 342 casos entre os 3.700 empregados. Na unidade de suínos, dos 818 tra-balhadores 100 foram infectados.

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Bradesco demite 500 e bancários fazem protestoBancários protestaram

em várias regiões de São Paulo esta semana, após o Bradesco demitir mais de 500 funcionários em todo o país – a maioria na Grande São Paulo -, e anunciar que vai continuar com os cortes.

Segundo o Sindicato dos Bancários e Finan-ciários de São Paulo, as demissões aconteceram em diversos departamentos, como nas áreas de recursos humanos, e também nas agências.

“O banco assumiu um compromisso de que não haveria demissões, mas voltou atrás. E, além disso, ainda anunciou o fecha-mento de 500 agências”, afirmou o diretor do sindi-cato Thiago Lopes.

Para Lopes, não há jus-tificativa para essas demis-sões em plena pandemia, já que “o banco lucrou R$7,6 bilhões no primeiro semes-tre de 2020”.

No protesto que reuniu bancários portando faixas e cartazes na quarta-feira (14), no centro de São Paulo, o dirigente sindical afirmou que a luta vai con-

tinuar cada vez mais for-te. “Não vamos nos calar e vamos continuar nas ruas e nas redes protestando e dizendo para o banco: não às demissões!”

Para a secretária-geral do sindicato, Neiva Ri-beiro, “além da demissão de pais e mães de família, precisamos informar aos clientes que eles serão prejudicados com o fe-chamento de agências e sem trabalhadores para prestarem um serviço de qualidade. Também é preciso conversar com os comerciantes, pois eles

também serão prejudica-dos. Fechando agências próximas, o comércio dei-xará de ganhar sem uma economia local. Com isso, todos perdem”, afirmou.

Assim como o Bradesco, Itaú e Santander, mesmo lucrando em meio à crise econômica e sanitária, já demitiram durante esse período e anunciaram novos cortes.

Levantamento do sin-dicato indica que desde o início da pandemia, ao menos 2.000 bancários foram demitidos em cerca de 12 bancos.

R e a g i n d o m a i s uma vez à tentativa de alguns parlamen-tares do Congresso de incluir os atuais servidores públicos na reforma adminis-trativa, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, afirmou que essa proposta “vai gerar um litígio”.

“No meu ponto de vista, vai gerar um litígio, uma judicia-lização da matéria, e nós vamos acabar não chegando a lugar nenhum”, disse Maia em entrevista à rádio CNN.

A p r o p o s t a f o i a p r e s e n t a d a p o r parlamentares que integram a Frente Parlamentar Mista da Reforma Adminis-trativa, e consegue ser ainda pior do que o texto encaminhado pelo governo ao Con-gresso Nacional, que vem sendo contesta-do pelas entidades da categoria e diversos setores sociais.

A proposta do go-verno, que não inclui os atuais servido-res, prevê mudanças como o fim da esta-

bilidade, a permis-são para contratos temporários no se-tor público, a não obrigatoriedade de concursos públicos e perda substancial de direitos do funciona-lismo.

Segundo o presi-dente da Câmara, a proposta do grupo de parlamentares “é muito mais ampla”, o que dificultaria a tramitação da refor-ma administrativa na Casa.

“O nosso proble-ma em si não é o pas-sado, mas construir um futuro de melhor qualidade na admi-nistração pública”, disse Maia.

Rodrigo Maia pon-derou ainda que é muito difícil que a reforma adminis-trativa seja votada ainda este ano no Congresso. Segundo ele, existem outras prioridades, como a PEC Emergencial. “Acho que fora essa urgência e a reforma tributária, de fato é muito difícil que mais alguma coisa ande”, afirmou.

Maia rejeita proposta de incluir atuais servidores em reforma

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INTERNACIONAL 21 A 27 DE OUTUBRO DE 2020HP6

Nature é a 3ª revista científica dos EUA a declarar apoio a Joe Biden

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Com 6 casos de Covid-19, cidade chinesa de Qingdao realiza nove milhões de testes

Premiê da Nova Zelândia é reeleita após vencer Covid tendo a ciência por base

“Biden é única opção por acreditar na ciência”

Milicianos exibem armas de grosso calibre diante do Capitólio no Michigan

Trump incitou e milícias planejaram assassinar governador da Virgínia

Patrick Semansky/AP

Governo argentino apresenta Plano Gás para alcançar a autossuficiência energética

Com testagem em massa, Ardern debelou a pandemia

Depois que Trump incitou seguidores a “libertar Michigan, Virgínia e Minnesota”, governados por democratas, milícias planejaram sequestrar e matar a governadora do Michigan e o da Virgínia, Northam

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AP

Os milicianos de extre-ma direita que pla-nejaram sequestrar e assassinar a governa-

dora do Michigan, Gretchen Whitmer, presos na semana passada, também discutiram o assassinato do governador democrata de Virgínia, Ralph Northan. A revelação foi feita pelo agente especial do FBI, Ri-chard Trask, ao tribunal federal que investiga o caso.

Virgínia, ao lado de Michi-gan e, ainda, de Minnesota, fizeram parte da célebre con-vocação de Trump de abril a “libertar” Estados que pratica-vam uma política de contenção da pandemia de Covid, que ele dizia ser só “uma gripe co-mum”. “Libertem Michigan”; “Libertem Virginia”, “Libertem Minnesota”, tuitara, então, sucessivamente, Trump.

O ataque ao governador Northan esteve em pauta numa reunião realizada pelos mili-cianos em junho, em Dublin, no estado de Ohio, segundo o agente Trask.

FIGURINHAS CARIMBADASÀ medida que as investiga-

ções avançam, surgem novos indícios das ligações desses milicianos com trumpistas de carteirinha.

Como registrou a CNN, figurinhas carimbadas do trumpismo vêm defendendo abertamente os milicianos, ale-gando que o que eles estavam planejando era tudo “legal”. O xerife do condado de Barry, Dar Leaf, da Associação de Xerifes Constitucionais e Oficiais da Paz (AXCOP), disse cinicamen-te que “muitas pessoas estão zangadas com a governadora e querem que ela seja presa”.

A AXCOP é uma associa-ção fundada pelo ex-xerife do Arizona, Joe Arpaio, conhecido pelo racismo e por perseguir imigrantes. Condenado por desacato a um tribunal, ele recebeu perdão presidencial de Trump em 2017.

“Então, [os milicianos] esta-vam tentando prendê-la ou foi uma tentativa de sequestro?”, questionou Leaf. Ele insistiu que “em Michigan, se for um crime, você ainda pode fazer uma prisão por crime” e acrescentou que não seria por estar “em um cargo eleito que está isento dessa prisão” – como se a criminosa fosse a governadora, e não os fascistas. “Eu tenho que olhar por esse ângulo”, asseverou.

Leaf admitiu ter participado de comícios com dois dos réus, Michael e William Null, [foram fotografados juntos] e defendeu as milícias. “Bem, você olha a própria mídia e as origens da mi-lícia. Eles têm mais legitimidade neste país do que as agências que os prenderam”, enfatizou. Em 2016, a AXCORP premiou Leaf como o “Xerife do Ano”

Outro membro proemi-nente da AXCOP, é o ex-xerife do condado de Milwaukee, David Clarke, um negro que virou sensação na Convenção Republicana de 2016 por sua adesão a Trump, de quem é desde então notório porta-voz nos círculos policiais.

O ex-xerife viajou para Michigan em abril para se dirigir a uma aglomeração de milicianos contrários às medidas contra a Covid, con-forme relatou o jornal Urban Milwaukee, que perguntou no título da matéria: “será que David Clarke inspirou a milícia de Michigan?”.

De acordo com o artigo, “em meados de abril, quando os manifestantes se reuniram em Lansing para pedir resis-tência às restrições à pande-mia postas em prática por Whitmer, Clarke foi o orador principal.” Vários dos conspi-radores agora presos estavam presentes no “comício”.

Em setembro, quando o diretor do FBI, Christopher Wray, testemunhou perante o Congresso que o principal peri-go doméstico eram as milícias de extrema direita, apoplético, o “Xerife do Ano de 2013’, David Clarke, exigiu sua demissão nas redes sociais, acusando-o de minimizar a ameaça da “esquerda radical”. “É dever do FBI abordar essa ameaça terrorista e sufocá-la”, afirmou ainda Clarke, repetindo o es-pantalho acenado por Trump. “Estes são os Estados Unidos da

América. Será que vamos ficar parados enquanto os terroristas correm soltos nas nossas ruas ?! Isso é o que os americanos estão perguntando enquanto o diretor do FBI, Christopher Wray, parece estar dormindo enquanto os terroristas atacam mais uma vez em uma grande cidade dos EUA.”

LOJA DE ARMAS Outro foco das investigações é a

loja de armas Huron Valley Guns, que contratou em fevereiro o ex-soldado do exército Paul Edward Bellar, que está sendo acusado de cumprir o papel de “sargento” nos Wolverine Watchmen, por seus conhecimentos específicos sobre armas de fogo e treinamento tático. Ele foi preso na semana passada na Carolina do Sul.

O proprietário da Huron, Ed Swadish, é um feroz apoiador de Trump e opositor de Whitmer, com conexões com as forças policiais, a força anti-imigração (ICE, na sigla em inglês) e o Partido Republicano.

A prisão de Bellar acabou estra-gando um comício que iria ocorrer na Huron, com a presença do filho de Trump, Eric. O proprietário, pelo Facebook, responsabilizou Whitmer pelo percalço: “A governadora iria acusar o governo [Trump] de en-viar seu filho para uma instalação onde terroristas trabalham e trei-nam.” Oficialmente, a campanha de Trump passou a considerar o local “pequeno”.

Conforme registros públicos, a Huron Valley Guns foi favore-cida com contratos de dezenas de milhares de dólares para treinar policiais e oficiais anti-imigração de toda a região no campo de tiro da empresa. Outro contrato é de treino de policiais designados para o Depar-tamento de Assuntos de Veteranos.

As instalações da Huron in-cluem, ainda, restaurante e salão de banquete, local utilizado para arrecadação de fundos para os candidatos republicanos. Também é cenário de reuniões de associações de policiais de cunho extremista.

Entre as figuras flagradas nes-ses regabofes, estão a deputada esta-dual republicana Kathy Crawford, o xerife do condado de Oakland, Mike Bouchard, e o deputado esta-dual republicano de Milford, Matt Maddock.

Maddock é fundador da Coa-lizão Conservadora do Michigan, que financiou as aglomerações de gente empunhando armas de grosso calibre, adeptas do contágio de rebanho. Note-se que Michigan chegou a ser o terceiro pior Estado em matéria de infectados e mortos do coronavírus. Já sua esposa, Meshawn, atua no conselho con-sultivo da campanha de Trump em Michigan e é líder da organização “Mulheres por Trump”.

Segundo uma denúncia de 2017 da revista Rolling Stone, a AXCOP “compartilha a gestão e os membros do conselho com os ‘Oath Keepers’” – esta, outra alentada organização paramili-tar norte-americana.

A Associação de Xerifes tem ainda um diretor operacional, Sam Bushman, que é apresenta-dor de um programa de rádio de extrema direita que atende pelo nome de ‘Mesa Redonda da Li-berdade’. Nos meses anteriores à eleição de 2016, Bushman en-trevistou dois filhos de Trump, Donald Jr e Eric, o faz-tudo Roger Stone, o ex-diretor da CIA James Woosley e, claro, o “Xerife do Ano” Clarke.

O programa de Bushman também distribui um programa do negacionista do Holocausto, o neonazista norte-americano James Edwards. O programa de Edwards é exibido no Storm-front, site abertamente nazista.

Os ‘Wolverine Watchen” não são a única milícia merecedora dos acenos trumpistas. A con-vocação de Trump aos ‘Proud Boys’ para que “recuassem e ficassem de prontidão”, feita durante o tumultuado primeiro debate com Biden, chamou no-vamente a atenção sobre a defe-rência de Trump para com essa escória. Há ainda os ‘Patriotas Que Rezam’ e muitos outros.

A mídia tem denunciado que Roger Stone – a quem Trump perdoou em julho – tem se dedicado a estreitar os laços com os Proud Boys e com o deli-rante QAnon, cujos integrantes acham que o presidente bilioná-rio chefia uma cruzada contra uma seita satânica de pedófilos, que agem em conluio com os democratas e com Hollywood.

São “gente boa” e que “gos-tam de mim”, já disse Trump a repórteres. Foi ele também que asseverou haver “gente boa” dos dois lados, quando em 2017 manifestantes nazistas em Charllotesville atropelaram e mataram uma manifestante antifascista.

Leia matéria na íntegra em : www.horadovo.com.br

A premiê da Nova Zelân-dia, Jacinda Arden, foi recon-duzida à direção do país neste sábado (17). Com a vitória, a trabalhista foi reeleita premiê com 49% dos votos enquanto que sua opositora, Judith Collins, do partido Nacional ficou com 27%. Nas eleições parlamentares, a expectati-va, no domingo, era de que o partido de Ardern estabeleça maioria com 64 das 120 ca-deiras do parlamento neoze-landês.

A ex-primeira-ministra tra-balhista, Helen Clark, saudou a vitória destacando o trabalho “extraordinário” de Ardern.

O principal feito, que foi definidor para a vitória de Ardern, foi a capacidade de unir o povo em torno das reco-mendações dos cientistas locais e, com isso, conseguir fazer da Nova Zelândia um dos mais vitoriosos países na luta contra a pandemia do Covid-19.

Quando, em 8 de junho, a Nova Zelândia foi denomina-da livre da pandemia, tinham ocorrido 1.154 casos e 22 mor-tes desde o primeiro infectado e, com isso, se pôde retomar as atividades econômicas no país de 5 milhões de habitantes.

As medidas tomadas para eliminar a doença foram acompanhadas de perto pelo Ministério da Saúde local. Ne-nhuma decisão foi tomada ao acaso, mas sempre com base nos especialistas do governo.

A Nova Zelândia tinha 102 casos confirmados e nenhu-ma morte quando o governo decretou, em 23 de março, a quarentena no país. Empresas de segmentos não essenciais foram fechadas, as aglome-rações e viagens domésticas, proibidas. Somente os filhos de trabalhadores de serviços essenciais tiveram mantido o acesso às escolas. No dia 25 de março a orientação foi reforçar o distanciamento social proibindo até os serviços de delivery de comida.

Em 20 de março as frontei-ras foram fechadas, exceção feita aos residentes e cidadãos de volta. Todos eles eram enca-minhados a instalações super-visionadas pelo governo para uma quarentena de 14 dias.

Procedeu-se, ato contínuo, a uma testagem em massa. Foram 300 mil testes aplicados neste período (para efeito de comparação, até a data em que a doença foi considerada contida no país, 6% da população foi tes-tada. Na mesma data, o Brasil havia realizado testes em 0,5% de sua população).

Além do constante fluxo de informações sobre o andamento da pandemia à população, foi também montado uma ampla operação de rastreamento de contatos. O que se passou a fazer foi mapear, isolar e, testar, todas as pessoas que tiveram contato com um paciente ou alguém com suspeita de ter contraído o vírus.

Criou-se até um aplicativo, no qual os cidadãos registram os lugares que visitaram por meio de QR Codes instala-dos em edifícios públicos e privados. Mesmo com uma pequena recidiva posterior ao período sem casos, o número de mortos no país ficou em 25. A Suécia, com o dobro da população neozelandesa e que adotou nenhuma medida, chamando isso de “estratégia de imunidade de rebanho”, expondo principalmente os mais velhos à doença no in-terior dos asilos, registrou, no mesmo período, em que a Nova Zelândia se declarava livre da doença, 44.730 mil casos e 4.659 mortes.

Emocionada, Ardern agra-deceu aos eleitores, destacando que as eleições não devem ser “fator de divisão. As pessoas não devem se separar” e con-

clamou à unidade nacional para superar as dificuldades geradas pela pandemia.

Naquilo que foi considera-do referência crítica ao estilo Trump de governor destacou: “Vivemos em um mundo po-larizado, onde mais gente tem perdido a habilidade de enxer-gar o ponto de vista dos demais. Isso não é o que nós somos.”

“Em um tempo de crise, a Nova Zelândia demonstrou que, com a unidade buscamos o antídoto contra a incerteza e a ansiedade”, acrescentou.

Ela iniciou seu pronun-ciamento em maori, a língua dos indígenas locais. “Eu não consigo imaginar um povo que pudesse me dar mais orgulho e vontade de trabalhar para este país”, enfatizou.

Entre as prioridades de sua campanha, o fomento de mora-dia accessível e o fim da pobreza infantil. No primeiro mandato, elevou o salário mínimo, estabe-leceu dispensa de trabalho para os pais quando tivessem filhos e medidas para beneficiar os mais pobres.

Sua opositora, Collins – ba-seou sua campanha em tentar empanar o sucesso de Ardern, criticando suas medidas contra o coronavírus e para buscar a recuperação econômica, ao invés de apresentar suas pro-postas de governo.

Ardern responsabilizou a ausência de maioria absoluta no parlamento para o fato de algumas de suas promessas de campanha não terem sido cum-pridas, em especial a taxação de ganhos de capital.

A cidade portuária de Qing-dao, na província de Shandong, no leste da China, informou que testará toda a sua popula-ção – mais de 9 milhões de pes-soas – para o Covid-19, depois das autoridades terem detecta-do seis doentes assintomáticos num hospital designado para tratar viajantes oriundos do ex-terior com resultados positivos.

A Comissão de Saúde da China informou que o país diagnosticou 13 casos de Co-vid-19, entre os quais os seis de Qingdao, nas últimas 24 horas, pondo fim a 57 dias consecuti-vos sem infecções domésticas.

Os sete casos restantes, todos importados, foram diagnostica-dos no município de Xangai (les-te) e províncias de Guangdong (sudeste), Mongólia Interior (noroeste) e Sichuan (centro).

O teste cobrirá a cidade em cinco dias, e mais de um milhão de amostras já foram coletadas.Caso assintomático foi o de um

motorista de táxi cuja esposa trabalhava no hospital e também estava infectada, informaram confirmando o acompanhamen-to minucioso da doença.

O Hospital Qingdao Chest foi bloqueado, bem como o departamento de emergência de seu hospital central, visi-tado pelo taxista. Prédios que abrigam indivíduos infectados também foram fechados como parte das medidas de contenção de vírus da cidade. Todos os contatos próximos foram colo-cados em quarentena e estão sob observação. A comunidade de Loushanhou, onde o hospi-tal de tórax está localizado, foi designada como área de risco médio para o coronavírus.

A Comissão Nacional de Saúde da China enviou um grupo de trabalho a Qingdao para orientar o controle da epidemia de COVID-19.

As novas infecções surgiram logo depois que a China comple-

tou seu feriado de comemoração dos 71 Anos de fundação da República Popular, durante o qual milhões de pessoas viajaram pelo país e no exterior. De acordo com a Administração de Cultura e Turismo de Qingdao, a cidade recebeu um total de 4,48 milhões de viajantes durante o feriado.

Uma exposição comercial e de investimentos em Qingdao organizada pela Organização de Cooperação de Xangai pro-gramada para fim de semana de 16 a 18 de outubro foi adiada devido à necessidade de preven-ção da epidemia COVID-19, disseram os organizadores.

Parte da razão pela qual há pouquíssimos casos de trans-missão local do vírus na China é esse implacável esforço no rastreamento de possíveis ca-sos, com isolamento daqueles sob suspeita.

Leia matéria na íntegra em: www.horadopovo.com.br

Citando os ataques de Trump “a tantas ins-tituições valiosas”, a revista científica Nature é a mais recente das destacadas publicações científicas a manifestar apoio ao candidato democrata, Joe Biden para a Casa Branca.

Antes da Nature, a Scientific American e a New England já haviam se manifestado no mesmo sentido.

É a primeira vez que tais revistas tomam partido em uma disputa eleitoral norte-ame-ricana.

A Nature afirma, em editorial de seu Conse-lho Diretor, divulgado no dia 10, que “desafios como o combate para vencer a pandemia do Covid-19, o enfrentamento do aquecimento global e a ameaça advinda das armas nucleares são globais e urgentes”.

A indicação de Biden toma por base “o histó-rico vergonhoso de intervenção governamental em instituições de saúde e de ciências”, que, se mantidas, acabarão por danificar a confiança do público nestas instituições.

Para a revista, o governo Trump pecou em não adotar, desde cedo, medidas como rastreio abrangente dos contatos dos infectados e de não implementar um amplo programa de testes. Também destaca o desdém de Trump pelas orientações do Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), cujo principal diretor Athony Fauci foi alvo de ataques por parte do chefe da Casa Branca.

Em contraste, diz a revista, Biden se com-prometeu em reintegrar os Estados Unidos nos Acordos do Clima de Paris e de investir em energia renovável, assim como em respostas planificadas à Covid-19, com base no aconse-lhamento do CDC.

“Joe Biden, o oponente de Trump na eleição presidencial do próximo mês, é a melhor espe-rança da nação para que se comece a reparar o dano à ciência e à verdade, Uma esperança resultante de suas políticas e seu histórico de liderança demonstrada em mandato, tanto como ex-vice-presidente como senador”, de-clara o editorial.

“Deve-se dar a Joe Biden uma oportunidade de restaurar a confiança na verdade, na evidên-cia, na ciência e nas instituições, na democra-cia, para curar uma nação dividida e começar a tarefa urgente de reconstruir”, prossegue.

Esta mobilização acontece um mês depois da realizada pela Scientific American que também endossou Biden, no primeiro apoio a um candidato a presidente em seus 175 anos de história.

“Vamos entregar à Argentina o gás que os argentinos necessitam para viver e as indústrias para produzir. Vamos vol-tar a pôr de pé um país que tinha ficado muito machucado”, assinalou o presidente Alberto Fer-nández no lançamento do Plano Gás realizado desde a jazida Vaca Muerta, na província de Neuquén, na Patagônia, centro da pro-dução de gás e petróleo no país, na quinta-feira, 15.

Destacou que o obje-tivo do governo é conse-guir que as importações fiquem para trás “para que todos estejamos mais tranquilos e tenhamos o gás que precisamos”. Fernandez exortou a “re-construir a YPF” para que “viva mais forte que nunca”, criticando a situ-ação durante o governo Macri.

“Este plano supõe que a YPF levante seu voo, permitirá fazer um investimento de 1 bilhão e 800 milhões de dólares nos próximos três anos; significa mais trabalho para garantir que a Ar-gentina tenha o gás que necessite”, detalhou.

Equivalente à nossa Petrobrás, a YPF [Jazidas Petrolíferas Fiscais] tinha sido privatizada nos anos 90 durante o governo de Carlos Menem e entre-gue ao grupo espanhol Repsol. Hoje é novamente argentina, fruto de uma nacionalização realizada em 2012, durante o gover-no de Cristina Kirchner. Macri a deixou sem ne-nhum orçamento, nem capacidade de produção.

“YPF é a bandeira argentina em matéria energética e a necessita-mos mais viva e forte que nunca”, insistiu o presi-dente durante o evento.

O objetivo do Plano é incentivar o crescimento da produção de gás nos próximos anos. Junto com o estímulo à produ-ção, a iniciativa buscará acentuar a integração das pequenas e médias indús-trias com a produção e

prospecção nas reservas, incorporando mais valor agregado nacional e a criação de novos postos de trabalho.

O depósito de Vaca Muerta se estende por mais de 30.000 km2 na Patagônia, entre as províncias de Neuquén, Río Negro, La Pampa e Mendoza. Agora, indicou o presidente, chegou o momento de “começar a pôr ordem em meio à crise mundial que a pandemia de Covid-19 tem gerado”. “Por isso estamos aqui, no coração da energia do país, em Vaca Muerta, pro-víncia que dá à Argentina mais de 50% do gás que consome”, ressaltou.

“Temos passado qua-tro anos muito difíceis na Argentina, onde parece ter-se vivido a metáfora do esquecimento, onde alguns se esqueceram do povo, que teve de pagar aumentos siderais de tari-fas, enquanto a produção de gás declinava”, disse o presidente ao denunciar a política energética de Macri. “Algo não anda bem, vamos corrigir as coisas e fazer de uma vez e para sempre a Argentina que merecemos”, afirmou.

Durante o ato, Fer-nández destacou a im-portância que teve o congelamento de tarifas durante a pandemia para que “os argentinos em meio a semelhante crise não tivessem que sofrer pelo risco de ficar sem gás. Isso fez com que a tarifa não aumentasse 79%, que era o que estava previsto pelas regras do governo anterior”. A medida de congelamento das contas de gás, eletricidade e água foi tomada em dezembro do ano passado e vale até 31 de outubro. Ainda não foi anunciado se será prorrogada.

“Pensar que os ar-gentinos tenhamos o gás suficiente produzido na Argentina é uma enorme tranquilidade. Por isso há que destacar que isto não é um gasto, é um investi-mento”, acrescentou.

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INTERNACIONAL21 A 27 DE OUTUBRO DE 2020 HP

‘Vamos unir a Bolívia’, conclama Arce ao ser eleito presidente

Arce, ex-ministro da Economia, festeja viória na sede da campanha em La Paz

Trump nega socorro federal solicitado pela Califórnia assolada pelas chamas

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“Um presidente negar apoio à Califórnia em chamas é algo muito além da vergonha”,

denuncia o metereologista Eric Holthaus

Estudantes tailandeses seguem nas ruas exigindo “Fora Prayut, abaixo a ditadura!”

China controla Covid e seu PIB cresce 4,9% no 3º trimestre

José Bustani denuncia manipulação sobre armas químicas contra a Síria

Mesmo sem o resultado oficial, todos os envolvidos na eleição reconheceram de pronto a vitória de Luis Arce, que resgatou agora a maioria liderada pelo MAS, sobretudo por ter reconhecido de público o erro político de Evo ao desrespeitar o resultado do referendo com sua 4ª candidatura

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“Recuperamos a de-mocracia”, afirmou o candidato do Mo-vimento ao Socialis-

mo, Luis Arce, quando as sondagens de boca de urna lhe davam mais de 20% de vantagem sobre o segundo colocado, Carlos Mesa.

Diante dos números e do andar da contagem dos votos, a presidente de fato da Bolívia, Jeanine Áñez, apoiadora dos candidatos do regime que se estabe-leceu com sua autoprocla-mação como presidente, reconheceu a vitória de Arce: “Ainda não temos o cômputo oficial, mas com os dados com os quais con-tamos, o Sr. Arce e o Sr. Choquehuanca venceram a eleição. Felicito aos vence-dores e peço que governem pensando na Bolívia e na democracia”.

O candidato Carlos Mesa também reconheceu que “houve um claro ven-cedor nas eleições deste do-mingo, que foi Luis Arce”.

Pela lei eleitoral bolivia-na, vence no primeiro tur-no o candidato que obtiver mais de 40% dos votos e ao menos 10% de vantagem sobre segundo colocado. Ou alcançar mais de 50%, como o candidato do MAS conseguiu agora.

As sondagens oferecem o seguinte resultado: Arce (52,2%), Mesa (31,5%), Fer-nando Camacho, (14,1%), Hyun Chung (1,6%) e Feli-ciano Mamani (0,4%).

“Todos nós bolivianos demos um passo importan-te: recuperamos a democra-cia, sobretudo recuperamos a esperança”, afirmou o ex-ministro da Economia na sede de sua campanha, em La Paz, assim que a son-dagem apontou sua vitória.

UNIDADE NACIONALArce acrescentou que

tanto ele, como seu vice, David Choquehuanca, têm o compromisso de governar para todos os bolivianos.

“Vamos construir um governo de unidade na-cional, vamos construir a unidade de nosso país. Em toda esta jornada estamos recuperando a certeza, que é muito importante, no povo boliviano para poder-mos desenvolver todo tipo de atividades econômicas”, destacou Arce.

Ao declarar a vitória, Arce apresentou os seis compromissos para a re-tomada do crescimento econômico da Bolívia.

1. A industrialização com substituição de im-portações com base em créditos, empréstimos e incentivos fiscais. “Serão utilizadas todas as fer-ramentas que permitam impulsionar as indústrias que substituam produtos importados, dinamizem o mercado e utilizem maior quantidade de insumos nacionais.

2. Combustíveis eco-lógicos – programa para desenvolver o diesel eco-lógico de segunda geração para elevar a redução da importação e melhorar a balança de pagamento. As empresas que cuidarão da coleta, transporte e proces-samento serão estimuladas a gerar empregos.

3. Geração de emprego. “Serão dados incentivos às empresas privadas que criem e mantenham postos de trabalho, em especial de mulheres e jovens”.

4. Fortalecimento da ati-

vidade agropecuária. “Ob-jetivo é garantir a seguran-ça alimentar com sobera-

nia. Vamos impulsionar a produção de alimentos, fundamentalmente aqueles que ainda são importados”. Também se impulsionará a indústria de fertilizantes.

5. Plano diretor de in-dustrialização do lítio. “Impulso a 41 indústrias conexas a esse mineral e a exploração das jazidas”.

6. Gestão fiscal respon-sável. “O ponto central des-te eixo é a renegociação do pagamento de juros e capi-tal da dívida externa com a finalidade de orientar estes recursos para a reconstru-ção da economia mediante o investimento público, motor da economia”.

“Temos que agradecer a toda a militância, compar-tilhamos esta campanha com muitas organizações, desde o militante das fi-leiras até o nosso chefe de campanha em nível nacio-nal. É preciso agradecer a todos os que contribuíram, aportaram e à comunidade internacional por seguirem e pelo acompanhamento; aos observadores que fize-ram a gentileza de escutar nossas preocupações pela forma como se estava le-vando a cabo o processo eleitoral”, assinalou.

O presidente da OEA, Luis Almagro, também re-conheceu a vitória de Arce: “O povo se expressou nas urnas” e desejou sucesso ao presidente eleito: “Êxito em seus trabalhos futuros. Através da democracia saberão forjar um futuro brilhante para seu país”.

RESPEITAR REFERENDOS

Em entrevista ao jor-nal O Globo, em agosto, quando perguntado sobre as lições que o MAS apren-deu com o erro de Evo ao candidatar-se a mais uma reeleição após o referendo ter dito não, o candidato Arce declarou que “enten-demos que a candidatura a uma nova reeleição por parte de Evo estava no marco legal constitucional, mas reconhecemos que ela gerou no país uma linha política muito dura, que abriu espaço ao golpe de Estado de novembro.

A lição aprendida é que é preciso respeitar o que digam os referendos e o que diga o povo boliviano, mas também esperamos que assim façam os partidos que vão estar na disputa eleitoral”.

APURAÇÃO LENTADe acordo com projeções

das empresas Jubileo e Tu voto cuenta, Luis Arce sai vitorioso em cinco dos nove departamentos (Estados).

O partido de Carlos Mesa ganhou em três departa-mentos, enquanto que Cre-emos de Camacho, de ex-trema direita, só conseguiu ser o primeiro colocado em Santa Cruz, com 44,3%; Arce conseguiu 36,9% e Mesa 17,5%.

Como já haviam adianta-do algumas pesquisas, Arce obteve uma grande vitória em La Paz com 67% dos votos, em Oruro com 66%, em Potosí com 56,6%, em Cochabamba com 60,3%.

Até o meio dia de se-gunda-feira, a contagem de votos do Tribunal Supremo Eleitoral tinha 7,66% das atas computadas, marcan-do uma grande lentidão no processo.

Segundo esses dados pre-liminares, o Senado ficaria composto por 19 senadores do MAS (a metade mais um) 13 para CC e quatro para Creemos, segundo o jornal boliviano Página Siete.

O Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 4,9% no terceiro trimestre (julho, agosto e setembro) em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados do Departamento Nacional de Estatísticas (DNE) divulgados na segunda-feira (19).

Este resultado enterra a cínica - e falsa - polêmica repetida à exaustão por negacio-nistas, como Bolsonaro, de que para “salvar a economia” não se deve fazer nada contra a pandemia, o que na prática significa deixar as pessoas morrerem para garantir fictícios empregos aos sobreviventes.

A recuperação econômica do país se acelerou no terceiro trimestre à medida em que as atividades se normalizaram em meio ao controle em todo o país do novo coronavírus e aos esforços abrangentes do governo para estimular a demanda e o consumo, mostraram os dados oficiais.

Para superar o impacto do COVID-19 na economia do país e na sociedade, o go-verno implementou uma série de medidas, incluindo mais gastos fiscais, redução de impostos e cortes nas taxas de empréstimos e depósitos compulsórios dos bancos para estabilizar o crescimento e o emprego.

Com a epidemia amplamente controlada, fábricas e escolas foram reabertas e econo-mia do país retoma suas atividades normais.

No terceiro trimestre, os principais indicadores voltaram ao patamar positivo, com a produção industrial crescendo 5,8% e as vendas no varejo registrando a pri-meira expansão trimestral deste ano, com alta anual de 0,9%. A renda disponível per capita aumentou 0,6% nos primeiros nove meses, em comparação com uma queda de 1,3% no primeiro semestre

“Vendo as tendências dos principais indicadores, a prevenção epidêmica e a recuperação econômica da China estão na vanguarda do mundo, o que mostra a forte resiliência e vitalidade da economia”, disse Liu Aihua, porta-voz do DNE.

Liu alertou que apesar das melhorias gerais, a base para uma recuperação sus-tentável requer mais consolidação devido às incertezas globais e ao desempenho desigual em casa.

“No geral, a China tem a base, as condi-ções e a confiança para manter a tendência atual no quarto trimestre e no ano inteiro”, acrescentou Liu.

Segundo o último relatório do World Economic Outlook divulgado em 13 de outubro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) projetou que a economia da China crescerá 1,9 % em 2020, 0,9 ponto percen-tual acima da previsão do FMI em junho, tornando-se a única grande economia que terá um crescimento positivo este ano.

Já a economia global, segundo o mesmo relatório, deve sofrer um tombo de 4,4% neste ano. Para os Estados Unidos, a proje-ção é de uma queda de 4,3% em 2020. Para a Alemanha, a previsão é de um tombo de 6%. E para o Reino Unido o FMI estima uma retração de 9,8%.

“É uma atitude sádica e depravada”, denunciou o Comitê de Segurança da Assembleia Legislativa da Califórnia diante da nega-tiva de Trump em prestar a assistência requerida pelo governador do Estado, o democrata Gavin Newsom.

A Califórnia tem sido danificada por incêndios que têm destruído várias áreas de reservas particu-larmente no entorno de Los Angeles e nas proximidades de Santa Bárbara.

“Que um presidente no exercício do mandato – seja de que partido for – negue a seus cidadãos assistência no momento de sua maior necessidade, em meio a um literal inferno de fogo que corre para dentro de cidades dos Estados Unidos, é além da vergonha”, afirmou o me-teorologista Eric Holthaus.

“É simplesmente inacre-ditável. Ele tem que cair fora”, acrescentou.

A negativa de Trump veio depois dele, por repeti-das vezes, negar a gravida-de dos incêndios incontro-lados que assolaram a Cali-fórnia nos recentes meses e tentar atribuir ao governo local a responsabilidade pelas chamas devido a um “mal manejo florestal”.

Segundo o jornal Los An-

geles Times, a assistência pedida pelo governo local inclui apoio ao combate ao fogo e ajuda na recupera-ção das áreas devastadas através do Estado.

Em uma região no in-terior do Condado (mu-nicípio) de Madera, por exemplo, o fogo continua.

Na carta à Casa Bran-ca, em que o governador Newson requisitou ofi-cialmente a assistência federal, ele expressou que “quando mais demorar para que a Califórnia e suas comunidades se recu-perem, tanto mais severo, devastador e irreversível

será o impacto sobre a eco-nomia do Estado”.

De acordo com o governo californiano, pelo menos 1.000 residências foram des-truídas pelo fogo. “A assis-tência federal é crítica para apoiar a recuperação física e econômica da Califórnia”, escreveu ainda Newson.

O deputado federal californiano, democra-ta Ted Lieu requisitou do Departamento de Se-gurança dos EUA uma investigação para deter-minar oficialmente se a negativa de Trump seria uma vindita à maioria opositora do Estado.

“Fora Prayut!, Abaixo a ditadura!” Pelo quinto dia consecutivo, milhares de ma-nifestantes voltaram às ruas na Tailândia no domingo (18) para exigir a renúncia do pri-meiro-ministro e ex-chefe da junta militar, Prayut Chan-O-Cha, uma nova constituição e a reforma da monarquia.

Exigindo democracia e fazendo o gesto de três dedos do filme ‘Jogos Vorazes’ que se tornou símbolo dos pro-testos, os manifestantes – em grande parte, estudantes -, mantiveram a pressão pelo fim do regime instituído em 2014 pelo golpe de estado chefiado pelo general Prayut e apoiado pelos EUA.

A principal manifestação foi na capital, Bangcoc, mas foram realizados atos em uma dezena de províncias, inclusive em Chiang Mai, um destino turístico popular no norte da Tailândia.

Os protestos também contam com a adesão de antigos integrantes dos cha-mados ‘camisas vermelhas’, ligados ao deposto, em 2006, primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, desde então no exílio. O golpe de 2014 derrubou a irmã dele.

O chefe da junta mili-tar, general Prayut, no ano passado virou “primeiro-ministro” em eleições frau-dulentas. A constituição foi alterada para possibilitar a metamorfose, em um refe-rendo em que era proibido fazer campanha contra.

Os protestos começaram em março nas universidades

e se ampliaram desde julho. Eles clamam pela dissolução do atual parlamento, para que seja substituído por outro que represente efeti-vamente o conjunto do país.

A oposição também exige a libertação dos presos e a liberdade de expressão. Na sexta-feira, a polícia fez uso de canhões de jato de água contra os manifestantes pela primei-ra vez. No sábado, apesar da interrupção, pelo governo, do sistema de transportes, os estudantes se reuniram em vários pontos da capital.

Além da crise política, o país também está mer-gulhado na recessão, em decorrência da pandemia que afetou especialmente o turismo, e há milhões de de-sempregados. A Tailândia é conhecida por seus golpes de estado: doze, desde a abolição da monarquia ab-soluta em 1932.

Não tem havido comen-tários do palácio real so-bre os protestos, mas o rei Maha Vajiralongkorn disse através da televisão que a Tailândia “precisa de um povo que ame o país e a instituição da monarquia”. Ele não esclareceu se tinha planos para eleger outro povo para sua monarquia.

A reforma da opulenta monarquia tailandesa era considerado um assunto tabu no país até recente-mente. Em agosto, os ma-nifestantes aprovaram dez propostas para minorar o arbítrio da realeza, que se exacerbou sob o golpe e des-

de que o velho rei faleceu em 2016 e foi substituído pelo filho, Maha Vajiralongkorn.

De quem se diz ter consoli-dado os laços com os golpistas de 2014 e ampliado o controle sobre os ativos da coroa.

Segundo a oposição, em 2018 o Departamento de Propriedades da Coroa (CBP), que gere os bens da monarquia, transferiude-zenas de bilhões de dólares diretamente para o rei.

Incluindo participações no maior banco do país, o SCB – que costuma ser chamado ironicamente de ‘pote de ouro do feudalismo’ – e num dos principais grupos industriais tailandeses, o SCG.

Líderes oposicionistas têm criticado a investida da monarquia sobre o mercado acionário: “o rei agora virou jogador no mercado”.

Também advertem que a interferência do rei no mun-do dos negócios é “antiética”, por ser “dinheiro dos contri-buintes”. Cadê a “transpa-rência?”, questionam.

O regime também joga à vontade com a carta da ‘defesa da monarquia’, que invoca sempre que pode para ameaçar manifestantes com até prisão perpétua.

Um incidente em que um pequeno grupo de oposicionis-tas saudou a comitiva da rainha Suthida com os três dedos e o ‘abaixo a ditadura’ na quarta-feira passada, foi usado para prender manifestantes por violarem a lei “lesa-majestade”.Leia mais em www.horadopovo.com.br

A questão da ma-nipulação, pelos pa-íses ocidentais, da Organização para a Proibição de Armas Químicas, que veio à tona no ano passado quando inspetores da organização respon-sáveis pelo trabalho de campo em Douma, na Síria, denunciaram que suas conclusões haviam sido ignoradas ou adulteradas, voltou à tona no Conselho de Segurança da ONU no dia 6 de outubro, com o veto, de parte dos EUA, pela primeira vez na história do organismo, de um convidado, no caso o brasileiro José Bustani, primeiro di-retor-geral da OPAQ.

Bustani, que foi der-rubado do cargo em 2002 por complô mon-tado por Washington, por atrapalhar os planos de invasão do Iraque ao convidar o país árabe a aceitar inspeções, era convidado da presidên-cia rotativa do Conselho neste mês de outubro, que cabe à Rússia, e a reunião tinha o objetivo de discutir o chamado ‘dossiê químico da Síria’, principalmente Douma.

Proibir o ex-diretor geral da OPAQ de falar foi uma “vergonha e desgraça”, denunciou o embaixador russo Vas-sili Nebenzia. “O que aconteceu agora é uma prova mais triste de que as delegações ocidentais temem a verdade incô-moda”, acrescentou.

A Rússia divulgou em sua página na ONU a declaração de Bus-tani na íntegra. Vota-ram com Washington a França e o Reino Uni-dos (aliás, cúmplices no ataque ilegal à Síria), mais Bélgica, Alema-nha e Estônia. Sob o

pretexto do “ataque de Douma’ e à revelia da Carta da ONU, o regi-me Trump, mais Ma-cron e May, bombarde-aram a Síria com uma enxurrada de mísseis (sucateados pela defesa antiaérea propiciada pelos russos).

Na semana ante-rior, o Conselho havia ouvido o professor do Massachussetts Ins-titute of Tecnology e expert em armas, Ted Postol, e o inspetor da OPAQ que comandou a investigação in loco em Douma, e cujas descobertas foram cen-suradas e adulteradas, Ian Henderson.

O motivo da par-ticipação de Bustani era fazer um apelo ao atual diretor, Fernando Arias, para que ouvisse os inspetores cuja de-núncia se tornou públi-ca e, ao mesmo tempo, advertir que “a inde-pendência, imparciali-dade e profissionalismo de parte do trabalho da organização está sendo seriamente compro-metida, possivelmente sob pressão de alguns Estados membros.”

Memorando inter-no dos inspetores que foram ao local, e que foi vazado, revela que os recipientes com gás cloro provavelmente foram colocados no local do “ataque” e não despejados do céu pela ‘aviação síria’.

O que foi excluído do relatório final, do qual fo-ram afastados os investi-gadores originais, e uma autoridade da OPAQ ordenou a remoção “de todos os vestígios” da opinião divergente, de acordo com o WikiLeaks

Leia matéria completa emwww.horadopovo.com.br

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Dr. Eduardo Costa: Vacina Sinovac/Butantan é a nossa maior esperança

ESPECIAL

“Não temos conhecimento dos termos do acordo estabelecido, mas algumas coisas indicam que foi uma opção melhor do ponto de vista da segurança da vacina, por sercom o vírus inativado. Os dados dos testes

da China comprovam isso e o próprio estudo que o Butantan conduz no Brasil, segundo seus dirigentes, também já demonstrou isso”

O Instituto Butantan, em São Paulo, que assinou convênio com o laboratório chinês Sinovac para desenvolvimento e produção de vacina contra a COVID-19 (foto: reprodução/vídeo)

o último dia 7, o jornal britânico Financial Times revelou deta-lhes sobre o acordo, assinado pelo governo Bolsonaro, usando o Ministério da Saúde e a Fiocruz, com a multinacional Astra-Zeneca, para desen-

volvimento e aquisição de uma vacina contra a COVID-19.

Esse acordo, formalizado no Memorando de Entendi-mento entre a Fiocruz e a AstraZeneca, estabeleceu “a elevada quantia que o Brasil pagará para testar e desenvol-ver industrialmente o produto (USD 127 milhões), incluindo pouco mais de 30 milhões de doses e depois 2,30 US dólares por dose para outros 70 mi-lhões de doses (USD 161 mi-lhões) mesmo que não haja sucesso” (v. HP 20/07/2020, Vacinas à vista? Coopera-ção ou concorrência?).

Ou seja, a Fiocruz se com-prometeu a pagar quase US$ 300 milhões por uma vacina que ainda não existe, mesmo que ela seja um fracasso.

O que o artigo do Finan-cial Times acrescentou, no último dia 7, foi que, pelo Memorando:

1) O valor total do acor-do é de mais de US$ 300 milhões.

2) Quem determina o fim da pandemia – isto é, até quando valem os preços do acordo – é a AstraZeneca. Este “fim da pandemia” é determinado, pelo acor-do, em 1º de julho de 2021 e somente poderia ser adiado se “a AstraZeneca, atuando de boa fé, consi-derar que a pandemia de COVID-19 não acabou” (cf. Financial Times, Astra-Zeneca vaccine document shows limit of no-profit pledge, 07/10/2020).

A partir da declaração uni-lateral de que a pandemia acabou, a AstraZeneca pode aumentar os preços das do-ses de vacina que vende-rá (ou venderia) ao Brasil (observação do Financial Times: “Porém, os casos de COVID-19, globalmente, não mostram sinais de redução”).

No dia seguinte ao artigo do Financial Times, Jamil Chade, em sua coluna no UOL, revelou mais detalhes do acordo do governo Bolsona-ro com a AstraZeneca (v. Jamil Chade, Acordo revela que AstraZeneca impôs restri-ções ao Brasil na vacina da covid, UOL, 08/10/2020):

3) A AstraZeneca mantém a patente da vacina e o poder de estabelecer seu preço.

4) Confirmando que o Bra-sil é obrigado a pagar, mesmo que a vacina seja um fracasso, o Memorando estabelece que os pagamentos “não são reembolsáveis na hipótese de resultados negativos na pesquisa clinica”.

5) O acordo estabelece que o “pagamento pela transferência de knowhow (conhecimento) de produ-ção de produto acabado é não-reembolsável”.

6) O Memorando proí-be que o Brasil – ou seja, a Fiocruz – envie vacinas para outros países.

7) O Memorando deter-mina que haverá, ainda, um acordo confidencial so-bre pagamento de royal-

ties à AstraZeneca.A reação internacional a

esse Memorando – assinado pelo governo Bolsonaro, usan-do a Fiocruz – variou entre a perplexidade e a indignação.

“O custo futuro de qual-quer vacina aprovada é uma questão controversa depois que grupos farmacêuticos, incluindo a AstraZeneca, re-ceberam centenas de milhões de dólares em dinheiro públi-co para acelerar o desenvol-vimento. Algumas empresas disseram desde o início que só podem desenvolver a vaci-na com fins lucrativos”, diz o Financial Times na matéria que citamos acima.

A questão é especialmente sensível no caso da AstraZe-neca, pois essa multinacio-nal, além dos mais de US$ 300 milhões que sugou do governo Bolsonaro – isto é, dos recursos do Brasil – também “recebeu grandes quantias de dinheiro público para desenvolver sua vacina e garantir pedidos futuros, incluindo pelo menos US$ 1 bilhão dos Estados Unidos” (cf. FT, artigo citado).

Tanto a AstraZeneca quanto a Universidade de Oxford recusaram responder às perguntas do Financial Times , que entrevistou, também, sobre o assunto, al-guns especialistas em Saúde Pública. Por exemplo:

“Apesar de toda a conversa sobre a necessidade da vacina Covid-19 ser um ‘bem público global’, parece que são as empresas farmacêuticas que determinam, em ne-gócios secretos, quem vai conseguir acesso à vacina e quando”, declarou Ellen’t Hoen, diretora da Medicines Law & Policy, uma entidade sem fins lucrativos, que luta por maior acesso da população a medicamentos.

Especificamente sobre o Memorando Bolsonaro/AstraZeneca, disse Manuel Martin, consultor de inovação médica e política de acesso da Médicos Sem Fronteiras, que ele estabelece “um nível inaceitável de controle so-bre uma vacina desenvol-vida com fundos públicos. Contar com medidas voluntá-rias de empresas farmacêuti-cas para garantir o acesso, é um erro de consequências fatais” (cf. FT, artigo cit., grifos nossos).

Apesar disso, o governo Bolsonaro vem sonegando recursos – muito menores que aqueles despendidos com a AstraZeneca – ao convênio es-tabelecido pelo governo de São Paulo, através do Instituto Butantan, com o laboratório chinês Sinovac, para desen-volvimento e aquisição de uma vacina muito mais promissora contra a COVID-19 (v. HP 14/09/2020, Doria cobra aporte federal para produ-ção de vacina: “Não é hora de vacilação”).

O governo Bolsonaro até

mesmo excluiu a vacina do Sinovac/Butantan do crono-grama de vacinação (v. HP 15/10/2020, Desejamos a vacina para todos os bra-sileiros, diz Doria frente à omissão do governo sobre a CoronaVac).

Como disse uma colunista: “Não satisfeito em relevar a obrigatoriedade de tomar a va-cina, Jair Bolsonaro não acha fundamental uma vacina para acabar a pandemia, mas que a ‘sua’ vacina chegue antes da ‘dele’ – a do governador João Doria. Seria só mesquinho, não fosse odioso” (v. Eliane Cantanhêde, Dói na alma, OESP 16/10/2020).

São sobre essas questões, que ouvimos o professor e epi-demiologista Eduardo Costa, nesse fim de semana, que nos respondeu por escrito:

“Em primeiro lugar não posso negar que estou cons-trangido como brasileiro e como um servidor da Fiocruz com esse negócio degradante firmado. E julgo que tenho autoridade para dizer isso, tanto técnica quanto por ser um ex-dirigente de secretaria nacional do MS e de instituto da Fiocruz que lidou com negociações com multinacio-nais. Eu jamais assinaria ou avalizaria um acordo nesses termos.”

“Aliás, já no dia 30 de janeiro deste ano publiquei um comen-

tário no Facebook que pode ser reproduzido ipsis litteris:

“Fiz parte durante um ano do CEPI [Coalition for Epide-mic Preparedness Inovation, isto é, Coalizão para Ino-vações na Preparação para Epidemias] por indicação de Paulo Buss. Fui destituído e substituído pela FIOCRUZ na gestão Nísia para dar o as-sento ao novo Vice-presidente Krieger. Defendi como ponto de partida a cooperação e não competição por novas vacinas sem o ranço das propriedades industriais. Usei o exemplo da Erradicação da Varíola. Um sucesso devido à genero-sa contribuição da ex-União Soviética, que desenvolveu a liofilização da vacina e entre-gou ao mundo, além de doar um bilhão de doses para a campanha. Afirmei isso tudo por escrito. E propus que as boas práticas de saúde pública fossem explicitadas contendo o eixo da ética social.

“E recebi o confortante apoio de seu Coordenador*, além de uns narizes torcidos.

“Fico feliz hoje de ver por esse texto** que o gesto da Chi-na, que imediatamente apontei como inovador, na direção dessa ética social, produziu os efeitos que esperávamos.

“E o CEPI pode agora con-tribuir melhor.

“O importante é não deixar que a ‘Big Pharma’ manobre para se apoderar do resultado dessa nova agenda de coope-ração internacional na saúde.

“O mundo tem jeito! Depen-de de nós!

Eduardo Costa, 30/01/2020”

* Jon-Arn Roetingen.** A matéria que comenta-

va era de O Globo com decla-rarão do presidente da China sobre seu compromisso em tornar acessíveis as vacinas que fossem desenvolvidas por seu país.

“Naqueles dias eu sabia que a partir da distribuição

entre laboratórios do mundo (inclusive a Fiocruz) do código genético do SARS-CoV-2, uma corrida para testes diagnósti-cos e vacina estava iniciada. Era o momento em que pre-cisávamos de um reforço na defesa de soberania e justiça social para que as patentes não viessem a criar abismos entre países e povos ricos e pobres, como aliás foi logo admitido pela própria OMS.

“E sabia que tínhamos um governo que desprezava nossas lutas pela saúde e era declaradamente entreguista.

“Mas confiava que na Fio-cruz podíamos continuar essa luta no espaço democrático que ainda está preservado.

“Enfim, apesar de declara-ções preocupantes do repre-sentante da AstraZenica no Congresso Nacional, eu tinha esperança que a Fiocruz segui-ria a linha da cooperação no ambiente da pandemia, algo já recomendado até pela OMS, e que seria constrangedor para a própria AstraZenica fazer de modo abusivo! Mas agora fomos surpreendidos por um acordo draconiano, que nos submeteu aos desígnios de uma multi com uma vacina ainda problemática. Tudo nos faz duvidar se houve qualquer estudo de prospecção tecnoló-gica para escolher esta, ante tantas outras vacinas em desenvolvimento avançado.

Ainda esperamos justifi-cativas mais sólidas da pre-sidência da Fiocruz, ou um recuo da AstraZenic, face à repercussão mundial que o caso está tendo.”

A Hora do Povo perguntou ainda o que achava do acordo da Sinovac com o Instituto Butantan.

“Como já escrevi em ar-tigos assinados e publicados online aqui no HP e em ou-tros sites, não temos conheci-mento dos termos do acordo estabelecido, mas algumas coisas indicam que foi uma opção melhor do ponto de

vista da segurança da vacina, por ser com o vírus inativado.

“Os dados dos testes da China comprovam isso e o próprio estudo que o Butan-tan conduz no Brasil, segundo seus dirigentes, também já demonstrou isso. A dúvida técnica é a duração da imuni-dade. Mas na situação de hoje, mesmo que seja curta, de dois anos, digamos, já será muito importante para proteger os mais velhos, e que apresentam comorbidades, e para o uso em contenção de surtos localiza-dos, detectados pela vigilância epidemiológica.

“O Butantan já esclareceu que não pagará royalties pela vacina. Mas não disse se terá que pagar qualquer valor pela transferência de tecnologia e nada sobre o preço de cada dose na fase de importação (as primei-ras 50 ou 60 milhões de doses).

“Ainda assim, conhecendo o que o Presidente da China afirmou, na Assembleia Mun-dial da Saúde, e na Assembleia Geral da ONU, não esperamos um acordo draconiano.

“Mais do que nunca o acor-do do Butantan com a Sinovac é nossa esperança imediata.

“O apoio e defesa da ini-ciativa do Instituto Butantan é importante para que possa fazer os investimentos rápi-dos para produzir localmente e aumentar sua capacidade produtiva. É óbvio que a China tem muito a vacinar em casa e em outros países, o Governo federal deve pro-mover parcerias produtivas para que outros laboratórios públicos, inclusive a Fiocruz, e mesmo privados, possam produzir o volume necessário e, se possível, exportar para outros países latino-america-nos. Tudo dentro do espírito de cooperação.”

“PS: nesse espírito, eu mesmo já me voluntariei para participar do teste dessa vaci-na no Instituto Vital Brazil, mas não fui chamado. Renovo minha disposição.”

Professor e epidemiologistaEduardo Costa