Empatia e Dialogicidade

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    empatia e dialogicidade

    AS CONDIES FACILITADORAS BSICAS COMO PRINCPIOS DE MTODOFENOMENOLGICO EXISTENCIAL:

    II. A RELA O EMPTICA. Empatia e Dialog icidade

    Afon so H Lisbo a da Fonseca, Psiclogo.

    LABORATRIO DE PSICOLOGIA FENOMENOLGICO [email protected]

    AS CONDIES FACILITADORAS BSICAS COMO PRINCPIOS DE MTODOFENOMENOLGICO EXISTENCIAL:

    mailto:[email protected]:[email protected]
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    II. A RELA O EMPTICA. Emp atia e Dialogic idade.

    O objeto deve consumir-se para se tornarpresena,

    retornar ao elemento de onde veio para ser visto

    e vivido pelo homem como presente.(M. Buber)

    Quando se concebe a idia de empatia, no se observa, normalmente, a dimenso da dinmicade interao e de re-criao de diferenas entre os parceiros, inerente ao processo da relao emptica.Tem-se sempre em mente o esforo, a disposio, o gesto do terapeuta, no sentido de umacompreenso do como o cliente se percebe ou se sente no momento, como percebe o mundo que lhediz respeito e as suas relaes, da forma a mais acurada possvel.

    Naturalmente que a definio deste esforo, desta disposio e gesto do terapeuta, socomponentes fundamentais de um certo modo do que se pode entender como empatia. Limitado,entretanto, a esta perspectiva, este parece ser um modo grosseiro, e, pior que isto, um modo decompreenso passvel de gerar mal-entendidos que comprometem bsicamente o que se quer ter porempatia.

    O mais grave desses mal-entendidos que a limitao a este modo de formulao reflete umacerta concepo objetivista do outro, e (pasmem) uma certaconcepo objetivista de sua

    subjetividade! O que certamente um absurdo. Concebe-se frequentemente a empatia como umesforo cognitivo, inorgnica e artificialmente articulado afetividade do terapeuta. Este modo deconcepo perde o que existe de fundamental no processo da relao emptica. Na medida em que ocliente constitudo desta forma como objetode relao e de conhecimento.E, seguindo Buber, o que fundamental , exatamente, que o parceiro no seja objeto, mas vivido. Que o parceiro no seja,empiristicamente, entendido como um objeto autnomo, dissociado de mim, terapeuta.

    Esta pessoa do cliente, tal como me aparece na minha relao com ele, s existe como tal emfuno desta relao em que sou plo. O que me implica inextrincavelmente, nos nveisexistencialmente mais bsicos de mim mesmo, vivenciais, pr-reflexivos.

    O fundamental que o cliente no seja entendido como objeto de conhecimento abstrato, mas

    afirme-se e confirme-se na relao comigo como um parceiro efetiva e fenomenalmente vivido,dialogicamente, no confronto com, e privilegiamento de,sua alteridade viva,ativa e autnoma. Queele no objetificado, assepticamente, teorizado ou simplesmente conhecido reflexivamente, por esteseu parceiro num evento da vida, eventualmente terapeuta.

    Uma relao emptica objetivistaperde o valor de sua dimenso existencial, do seu poder deatuao e de trans-form-ao produtiva, tanto da existncia do cliente como da existncia do terapeuta.Ou seja, perde a referncia deste poder como seu sentido e condio de sua possibilidade. Maisimportante, transforma-se em sofisticado dispositivo de manipulao e de produo da subjetividadedo cliente. Para compreendermos e efetivarmos a relao emptica, interessante a preservao desteseu carter duplo, de transformao existencial tanto do cliente como do terapeuta.[1]

    Mais que isto, fundamental enfatizar que exatamente a interao pontual, sincrnica esintnica, desses processos simultneos e diferenciados de transformao existencial que se configuracomo relao emptica. Em momento algum, na efetiva relao emptica, o cliente (e muito menos o

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    terapeuta) objeto --de relao, de conhecimento ou de uso -- na medida em que o processo destarelao desdobra-se numa esfera vivencial, vivida, de relao entre[2]parceiros fenomenativos que,em momento algum, so circunscritos objetivamente. Os parceiros de relao esto fenomenal eexistencialmente implicados em seu processo relacional. De modo que nenhum dos dois isento dooutro ou de si mesmo, de modo a poder constituir o parceiro ou constituir-se a si prprio como objeto.

    O outro, portanto, na durao da relao emptica, sempre parceiro vivo e em devir, nadinmica fenomenolgico-existencial do encontro, co-participante, nunca objeto; nem mesmo deconhecimento.

    Com o outro, na empatia, a relao ontolgica, relao de totalidade de ser, existencialmenteprodutiva, nunca uma busca objetivista de conhecimento, muito menos um esforo de usodo parceiro,em nenhuma de suas modalidades -- homem nenhum meio para outro (Kant). De modo que aempatia , fundamentalmente, um processo existencial de dupla constituio. A empatia cria e recriaosi mesmodo terapeuta, ao mesmo tempo em que torna possvel a criao e recriao do cliente.

    O outro uma modificao do meu eu.(E. Husserl).Reside a muito do que se pode atribuir de valor teraputico relao emptica.

    Um equvoco comum quando se concebe vulgarmente a idia de empatia o de julgar que estaconsiste, atomsticamente, numa suposta apreenso do estado do outro. Quase como se o outro fosseum continentede cujo contedo eu quisesse e pudesse cognitivamente apropriar-me. , nesta visodistorcida da empatia, quase como se o outro fosse um recipiente de contedos psico-afetivos, dosquais eu me aproprio compreensiva (tolerante) e bondosamente, de um modo s vezes quaseque teleptico. O outro em questo , assim, um objeto(sem dvida nobre objeto, mas ainda objeto)de conhecimento, ou, no mximo, de relacionamento. Por mais que a este esforo cognoscente tente-se, mecanicamente, adicionar uma dimenso afetiva. O terapeuta , neste caso, por mais que o

    negue, neutro,por mais que represente ou simule um envolvimento com o cliente.Mecanicamente, o que o terapeuta parece s vezes tentar a reproduo cognitiva em si

    prprio do que ele imagina apreender do cliente como objeto de ateno.

    O que de fato ocorre, na apreenso que o terapeuta faz do cliente, um esboroamento dasdiferenas existentes e engendradas como processo dediferenciaoentre o terapeuta e o cliente, umareduo do conflito, potencialmente produtivo e criativo, entre alteridades. Terreno frtil este para

    potentes manipulaes por parte de terapeutas eventualmente incompetentes e dominadores.

    S existeEmpatiana relao fenomenal efetivamente vivida entre diferentes. Mais que isto,entre diferentes que privilegiam, que podem e querem fascinar-se pelas respectivas diferenas, e pelos

    fluxos dos processos destas. S existe empatia no fluxo de processos de diferenciao, que seengendram reciprocamente entre os parceiros em interao. A tenso da relao fugaz entrediferentes condio de possibilidade da empatia.

    Compreender o outroem sua particularidade , fundamental e inevitavelmente, relacionar-seefetivamente com o diferente, com a diferena, com configuraes de diferenas em fluxo, devir. Eisto exige, e s possvel, na medida em que, em me abrindo para a diferena do outro, efetivamentesou afetado por sua outridade, e me crio como diferente, dele e de mim mesmo, como diferena, comofluxos de diferena.

    De modo que a empatia no tem a ver com um tornar-se similar, igual, ao cliente, ou vice-versa. No tem a ver com uma reduo das diferenas entre eu e ele. Muito pelo contrrio, a empatia

    nutre-se fundamentalmente da diferena, configura-se basicamente como processo de diferenciao,no qual as diferenas se encontram, confrontam-se, e so recriadas, como diferenci/ao.

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    Paradoxalmente talvez, para um certo tipo de perspectiva, no isto que me distancia doparceiro de relao. Muito pelo contrrio: o processo da diferenciao ao longo da relao condiode possibilidade de uma relao de vnculos saudveis e fortes. Negar ou reduzir as diferenas, inviabilizar a possibilidade da relao, negar ou reduzir o outro e a mim mesmo, reduzir a

    possibilidade do ns: de um ns vitalizado e rico, de vnculos fortes, no de um ns confluente eamorfo. A negao da diferena do outro a primeira e a mais bsica impossibilidade da empatia, e darelao. A relao emptica desdobra-se exatamente a partir do interesse espontneo e ativo peladiferena do outro, que permite uma abertura para esle enquanto tal.

    Para o bom terapeuta, o cliente , sempre e sempre, inevitavelmente outro, e autnomo em suaoutridade. Mais que isto, o bom terapeuta privilegia o reconhecimento e a afirmao deste dado darealidade, e faz dele a fonte da criatividade, e a fora motriz, do processo da psicoterapia.

    Evidentemente que o terapeuta no pode relacionar-se com todos os possveis desta outridadedo cliente, nem mesmo acompanhar todos os fluxos de suas variaes. Da mesma forma que nem

    mesmo o prprio cliente pode dar-se conta em si dos matizes e fluxos, a cada momento, da outridadede si prprio. Mesmo que a cada momento esta se apresente sob formas de configuraessignificativas totalizadas. Mas, a cada momento, existe apossibilidadede abertura pontualdoterapeuta na relao com a particularidade desta outridade do cliente. Nos momentos em que efetiva-se esta possibilidade, terapeuta e cliente j no so simples objetos em relacionamento( Isso e Isso,como diria Buber), j no so um para o outro objetos de relao, de conhecimento, ou de uso, masso co-partcipes, co-laboradores em um processo relacional, sutilmente imprevisvel, que mobilizaem sua durao a constituio de suas respectivas conscincias vivenciais. Parceiros em um evento

    da vida(Buber). Relao imprevisvel, em particular, porque configura-se como momentoeminentemente plstico existencialmente, plasticidade qual nenhum dos dois parceiros imune, e qual nenhum dos dois pode controlar.

    A relao emptica , assim, fundamentalmente marcada pelo que Buber chamavadeDialogicidade.[3]

    O homem se torna EU na relao com o TU.[4]

    Da ser o momento emptico um momento eminentemente plstico de criao e recriao.Criao e recriao que afetam e implicam tanto ao cliente como ao terapeuta. Podemos dizer que sexiste empatia quando existe afetamento e implicao recprocos. Contaminao (pela outridade).Impregnao, no sentido gravdico (existencial) do termo.

    Arbitrariamente -- porque em realidade isto no tem esta ordem --, podemos tomar este pontocomo ponto de partida da relao emptica. esta impregnao, este emprenhamento, pela outridade

    do outro, os efeitos de uma certa vulnerabilizao e afetao por esta outridade, que permite aoterapeuta ser emptico.

    Usemos os termos de Buber.

    A efetivao da abertura do terapeuta*em relao com a outridade do cliente s possvel namedida em que, para si prprio, o terapeuta pode modificar-se, e ser tambm um outrodo que era. Aabertura efetiva do terapeuta para o cliente enquanto TU s possvel na medida em que o terapeutase recria o enquantoEU. O que marca e define o TU exatamente a sua diferena, a presena de suaoutridade, de sua alteridade: relacionar-se com o TU implica na atualizao de potencialidades, de

    possibilidades de ser, para estar-se altura (digamos) da relao com a sua novidade -- O outro uma modificao do meu eu (Husserl): e isto nada mais do que recriao do prprio EU.

    Para o cliente, naturalmente, o terapeuta tambm, sempre e sempre, inevitavelmente outro.

    Evidentemente que ele, cliente, tambm no pode dar-se conta de todos os possveis desta

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    outridade, nem acompanhar os fluxos de sua variao. Mas o cliente tambm pode abrir-seeventualmente para a atualidade da outridade do terapeuta, e com ele relacionar-se enquanto TU. Podevulnerabilizar-se e impregnar-se pela relao com a alteridade do terapeuta, e, ainda queautnomamente, recriar-se comoEU, na relao com ele.

    Ora, nos fluxos e contra-fluxos da relao teraputica, existe uma dimenso particular daobjetivao do TUdo terapeuta qual o cliente particularmente sensvel e vulnervel: o terapeuta

    pessoalmente afetado medida em que se abre para a relao com o cliente enquanto TU. Esteafetamento especfico, como vimos, implica de um modo particular, a recriao doEU do terapeuta.Recriao que se d pontual e especifica e necessariamente na relao com o cliente particular. a

    participao desteEU assim recriado na relao com o cliente, a sua objetivao, que configura-secomo o prprio ncleo do que chamamos de resposta e ao empticas do terapeuta. O cliente

    particularmente sensvel a esta forma de objetivao e do ser e estar do terapeuta. Desta formaparticular de ser do terapeuta que para ele efetivamente terapeuta como TU, como um outro quedialogicamente com ele se relaciona.

    Esta dita forma de objetivao, de ser e estar do terapeuta, cria-se, engendra-se, na relao

    especfica, particular, pontual e intransfervel com ele prprio (cliente).Num certo sentido, constitui-se como uma ressonncia do prprio ser do cliente, ainda que seja, sempre e sempre, inevitavelmenteoutro. Na verdade, uma incontrastvel confirmao[5]de seu (do cliente) prprio eu, da efetividadee existencial realidade deste.

    Na relao viva com o desafio deste TU que outro e que mesmo assim confirma-oefetivamente, o cliente pode recriar-se de modo efetivo, superando, sempre que possvel einteressante, o seu prpriostatus-quo.

    A empatia tem a ver, assim, com a oferta, com a objetivao por parte do terapeuta de uma

    dimenso fenomenolgico-existencial sua que elabora-se especificamente na relao com o cliente.Dimenso que exige expressar-se em seu lugar e tempo prprios, que a relao entre o cliente e oterapeuta particulares, na atualidade de um momento e lugar particulares.

    Esta dimenso configura-se inequivocamente como pertinente particularidade do terapeuta, asua outridade em relao ao e com o cliente. Engendra-se na relao particular com este, mas est forade seu controle, uma vez que elabora-se comoEUdo terapeuta. Nela no existe simetria com relaoao cliente, ou com relao a um estado seu, no existe aproximao redutora de diferenas, mas,

    basicamente, a reafirmao e a recriao delas. E isto bom, benigno, saudvel e produtivo, criativo,potencializador de vnculos saudveis.

    Ao apreender a particularidade do outro, o apreendidoj no guarda semelhana com o outro

    em questo. Intimamente articulado a ele, no obstante, elaborao do sujeito que apreende.Esta elaborao absolutamente idiossicrtica e envolve, inclusive, a imaginao, e em

    particular a responsabilidade do sujeito que apreende. Como observa Buber, os dados empricos daexperincia no nos oferecem o outro em sua particularidade e completude. necessrio uma vigorosa

    penetrao imaginria no outro, umafantasia do real, como chamava[6], para que possamosconfigur-lo em nossa conscincia. Uma fantasia que, como tal, imaginria, mas que no se pauta

    pelosilimitesda imaginao, mas amarra-se peculiaridade efetiva e imediata da atualidade do outroem inter/ao.

    De modo que a apreenso que tenho do outro no configura-se como similaridade do outro,representao do outro, em minha conscincia. Mas , em todos os momentos, elaborao minha.

    Constituda, oferecida, objetivada, como participao minha na relao: a particip/ao de umaproduo minha -- engendrada na relao com o outro -- que ao outro oferecida.

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    Evidentemente que todo este processo exige do cliente a preservao e a atualizao de umaabertura para a relao com o terapeuta enquanto TU. Num certo sentido, exige-se do cliente a mesmacapacidade e disposio deser emptico, para que possa ser a ele acessvel a empatia do terapeuta.

    Naturalmente que esta capacidade do cliente correlaciona-se necessariamente, no fluxo darelao emptica, com a capacidade do terapeuta de ser, para o cliente, simplesmente interessante, nosentido relacional e existencial do termo. Uma capacidade do terapeuta que tem um de seus pontosculminantes em sua condio de poder vulnerabilizar-se outridade peculiar, enquanto tal, do cliente,de ser por ela afetado e recriado, e de poder oferecer, objetivar, na relao com este, a efetividadedeste seu eu recriado.

    A empatia, portanto, ao contrrio do que se pode eventualmente pensar, vive da diferena, daarticulao e interao de diferenas, da relao de alteridades, que se afirmam e se recriam comoalteridades nos processos de sua interao.

    [1].Wood e OHara apontam para este carter da relao emptica. Cf. Rogers e outrosEM BUSCADE VIDA, So Paulo, Summus, 1984.[2]Cf. BUBER, Martin EU E TU, So Paulo, Summus, 1983. e DO DILOGO E DODIALGICO, So Paulo, Perspectiva, 1985.[3].op. cit.[4].BUBER, Martin, op. cit. p. .32.*Eventualmente usamos aqui os termos terapeuta e cliente, mas o processo da relaopodedesenvolver-se e efetivamente desenvolve-se entre quaisquer parceiros humanos.

    [5]cf. BUBER, Martin, DO DILOGO E DO DIALGICO. So Paulo, Perspectiva, 1982.

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