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Eletroretinograma &
Potencial Evocado Visual
Eletroretinograma &
Potencial Evocado Visual
Clínica Médica – NeurodiagnósticoClínica Médica – Neurodiagnóstico
Bauru - 2008
José A Garbino
Apresentações
Dr. Josmar Sabage – Oftalmologista
Dr. Adriano de Paula Galesso - Neurologista
Apresentação
Prezados colegas:
Os avanços em estudos de tomografia de coherência óptica, microscopia eletrônica,biologia molecular e
eletrofisiologia veêm possibilitando um melhor conhecimento e avaliação da transdução visual. A eletrofisiologia ocular é um campo ao qual ainda não se empresta a devida ênfase nos cursos
de aperfeiçoamento em oftalmologia. Mas as respostas elétricas aos estimulos luminosos permitem
avaliar alterações e normalidades desde o epitélio pigmentar retiniano que envolve os fotorreceptores
até as células ganglionares edestas ao córtex calcariano. Esta aula, que tenho a honra de escrever a apresntação, permite o acesso a este privilegiado
neurodiagnóstico. Em nome do Instituto de Pesquisa Lauro de Souza Lima e como oftalmologista, ouso
parabenizar efusivamente o Professor José A. Garbino, por compartilhar sua longa experiência, seus sólidos e atualizados
conhecimentos com a classe médica.
Cordiais saudações
Josmar Sabage - Médico Oftalmologista
Apresentação
Prezados colegas:
Os estudos dos Potenciais evocados se apresentam como uma forma simples de avaliar as vias centrais de grande relevância em doenças da medula, do tronco e do encéfalo. O Potencial Evocado Visual (PEV) aqui exposto é um instrumento preciso para avaliar uma extensa via encefálica, parte do arsenal do neurologista que deve ser lembrada. Nas suspeitas de Esclerose Múltipla está incluida na rotina de investigação pelas Diretrizes existentes. Nas neurites ópticas tem se ainda a possibilidade de se diferenciar as retinopatias com a disponibilidade do Eletroretinograma por padrão reverso. Ambos os testes formam um screening básico de investigação eletrofisiológica da visão.Esta aula nos permite rever um método de avaliação de indicação precisa e essencial para o neurodiagnóstico avançado.
Saudações
Adriano de Paula Galesso - Médico Neurologista e Neurofisiologista
Sumário
1. Definições– Tipos de estímulos– Captação– Vias ópticas
2. Traçados normais – ER (PERG e com Flash)– PEV
3. Valores de referência - Clínica médica Neurodiagnóstico
4. Aplicação Clínica:– Esclerose múltipla, Neurite óptica, Glaucoma, Retinopatias e
causas não orgânicas
5. Achados anormais
Lista das abreviaturas
• ERG: Eletrorretinograma
• ER: Eletrorretinograma
• PERG: “pattern (padrão reverso) electroretinogram”
• PEV: potencial evocado visual
• LED: light-emitting diode
• PR: padrão reverso• DP: desvio padrão• NO: neurite óptica• SNC: sistema
nervoso central• EM: esclerose
múltipla
Definições
• Eletroretinograma (ERG/ER): a medida dos potenciais elétricos gerados pela retina quando estimulada pela luz
• Potencial evocado: resposta do sistema nervoso a estímulos específicos (tanto aos sensitivos e sensoriais quanto aos motores)
• Potencial evocado visual (PEV): resposta do sistema nervoso central, córtex visual, a estímulos visuais
www.wikipedia.org
Tipos de estímulos
• Padrão reverso: xadrez com diferentes tamanhos (diferentes ângulos de emissão da luz)
• Flash: Óculos com LED (light-emitting diode)
• Lâmpada estroboscópica
Tipos de estímulos usados na Clínica Médica: Neurodiagnóstico
• Padrão reverso (PR): para o potencial da retina Eletroretinograma (ER), Pattern electro retinogram (PERG) e para o PEV (Potencial evocado visual)
• Flash: para os pacientes com baixa acuidade visual e para os bebês
Vias ópticas avaliadas
1. Retina
2. Nervo óptico - córtex– Pré-quiasmática– Pós-quiasmática– Cortex: área visual
NEUROLOGIE, Encyclopédie Médico-Chirurgicale (Paris), 1993
ESTÍMULOS
luminosos
CAPTAÇÃO NO SCALP COM ELETRODOS DE SUPERFÍCIE - PEV
CAPTAÇÃO NA RETINA, COM ELTRODOS DE OURO NA CÓRNEA-CONJUNTIVA: ER (PERG)
NEUROLOGIE, Encyclopédie Médico-Chirurgicale (Paris), 1993
PERG normal obtido em Workshop do Moorfields Hospital – Londres, 2007
Captação com Eletrodo de ouro na córnea - conjuntiva
Clinical Electrophysiology of Vision Course, Moorfields Eye Hopstial, London, 2007
ER: normal
PEV: normal
PERG normal obtido na Clínica Médica - Neurodiagnóstico – Bauru, 2007
Eletroretinograma normal com eletrodos de superfície na pálpebra/
estímulos com Flash - Leds
Chiappa,1997Clínica MN- Bauru
CHIAPPA K. H. Evoked Potentials in Clinical Medicine. 3rd ed., Lippincott - Raven, Philadelphia-New York , 1997.
Potenciais Visuais normais com diferentes ângulos do padrão
reverso
Variação da amplitude e latência, podem ajudar a definir a presença de anormalidades. Usado como rotina da CNM realizar com dois padrões diferentes e compará-los
Padrão de normalidade da Clínica Neurodiagnóstico
• n = 26, idade: 38,08 média (20-53), fem: 14 e mas: 11
• P100 (padrão reverso xadrez <, ): 94,64 msDP: 4,78 Limite superior: 108,98 (3 DP)
• P100 (padrão reverso xadrez >): 96,09 msDP: 5,22 Limite superior: 111,72 (3 DP) e
• Variação (88,5 a 114,8 ms)
nota: realizado em um só olho, com distância e luminosidades da sala e do monitor mantidas, conforme normas da Sociedade Brasileira de Neurofisiologia Clínica (SBNC)
Padrão de normalidade da Clínica Médica:
NEURODIAGNÓSTICO
Outro Padrão de normalidade brasileiro: realizado com metodologia similar, com PR de dois diferentes ângulos – HU/FMUSP/SP com mesma distância e luminosidade semelhantes 1
1. Felgueira, RM & Guilhoto, LMFF. Estudo Normativo do Potencial Evocado Visual por Padrão Reverso. J Epilepsy Clin Neurophysiol 2005; 11(4):171-175.
Indicações clínicas do ER & PEV
• Definir anormalidades na via visual• Identificar o envolvimento subclínico • Sugerir o tipo de lesão patológica subjacente:
desmielinizante X axonal• Localizar a lesão da via visual (retina e nervo
óptico)• Monitorar longitudinalmente as neurites ópticas
(NO)• Prognóstico – no glaucoma (amplitude diminui
com a evolução – perda axonal)
Aplicação clínica
• Desmielinização das vias ópticas – Esclerose múltipla (mais sensível que o auditivo e o
somato-sensitivo – maior via no SNC, > 100ms)– Neurite óptica
• Axonal– Neurite óptica– Glaucoma– Amaurose pós-traumática
• Retinopatias• Amaurose fugaz – síndromes conversivas/ não
orgânicas
O papel do Eletroretinograma com padrão reverso (PERG)
HOLDER GE. Clinical visual electrophysiology: a practical overview. In: Clinical electrophysiology of vision Course, Moorfield Eye Hospital, 27 th – 30th, march, London, 2007
Neurite óptica/suspeita EM
MERO, fem, 51 a
ERG: presente
PEV: ausente
ER/ERG: Obtido com eletrodos de superfície na pálpebra inferior, por isso, apresentarem morfologia diferente.
Neurite ópticaMERO, fem, 51 a, suspeita EM? neurite óptica?
P 100 prolongado e PEV de baixa amplitude à Direita, unilateralmente
Neurite óptica isolada corroboradaMERO, fem, 51 a
Potencial evocado auditivo (tronco cerebral, acima) normal, não se evidenciando doença sistêmica, somente localizada no nervo óptico.
Casos clínicos - Esclerose múltipla
VMRS, fem, 39 a, clínica compatível, com queixa de distúrbio visual, Ressonância alterada compatível.
P100= 129 ms: ALTERADO
Esclerose múltipla
PTT, masc, 29 a, sem queixa de distúrbio visual, com clínica de distúrbio sensitivo em mmii, Ressonância alterada compatível.
Potencial da retina: normal P100= 124ms: AUMENTADO
Esclerose múltipla
• Alta prevalência: 30/100 000 (Inglaterra= 85/100 000)
• Baixa prevalência: 5/100 000 (Japão = 1,4/100 000)– População branca > negra e asiática
• Etiologia: – susceptibilidade genética– mecanismos autoimunes– infecções virais
Esclerose múltipla
• Não há teste específico: é o acometimento do SNC multifocal em momentos – polifásico - diferentes (ao menos 2 surtos)
• Sintomas e sinais oftalmológicos freqüêntes, no início da doença:– Neurite óptica – Diplopia (oftalmoplegia intranuclear)
• Gerais– Mielite– Ataxia apendicular (incoordenação e fraqueza)– Distúrbios sensitivos
Potencial Visual X RNM na EM
• PEV (95% ) + sensível que RNM (85% ): PEV deve ser utilizado para triagem (screening)
• PEV pode detectar alteração antes do quadro agudo de NO
• Os achados de ambos não são totalmente específicos, na RNM são mais inespecíficos
• RNM tem melhor correlação com prognóstico• RNM pode excluir NO atípicas, por compressão,
tumorais, p.ex.
PEV para acompanhamento de NOEm EM, caracterizando novo surto da doença
P100: 99,0 ms em 04/07/05 P100: 138,8 ms em 22/05/06
Piora da latência P100 e redução da amplitude do PEV
Retinopatia generalizada
P100 levemente aumentado D: 121,8 ms
Ausentes respostas
ao PERG lado D
Maculopatia
retinopatia
PERG alterada e PEV levemente alterado = Maculopatia com retinopatia generalizada
LPL: masc, 45 a
Finalmente: O PEV para demonstrar a ausência de comprometimento orgânico das vias ópticasJVG, fem, 13 a, com queixa de perdas episódicas da visão
Ausentes sinais de comprometimento orgânico: PEV (s) normais e simétricos
Clínica Médica – Neurodiagnósticofone (14) 3223 0991 - [email protected]
Entrar em contato conosco será um prazer, para ampliarmos a interação nessa área. Comentários, correções e sugestões serão benvindas.
José A Garbino – médico
Especialista em Neurofisiologia Clínica: Titular nas áreas de Eletroneuromiografia & Potenciais Evocados Corticais