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Uma revisão bibliográfica sobre Eficiência Alimentar e Parâmetros Ruminais.
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE
CAMPUS GUARAPUAVA
SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
THOMER DURMAN
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO
NUTRIÇÃO ANIMAL
EFICIÊNCIA ALIMENTAR E PARÂMETROS RUMINAIS
GUARAPUAVA
2012
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE – UNICENTRO
CAMPUS DE GUARAPUAVA
SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO
NUTRIÇÃO ANIMAL
EFICIÊNCIA ALIMENTAR E PARÂMETROS RUMINAIS
Autor: Thomer Durman
Orientador: Prof. Dr. Mikael Neumann
Relatório apresentado, como parte das exigências para
a conclusão do CURSO DE GRADUAÇÃO EM
MEDICINA VETERINÁRIA
GUARAPUAVA-PR
Outubro de 2012
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE – UNICENTRO
CAMPUS DE GUARAPUAVA
SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO
NUTRIÇÃO ANIMAL
EFICIÊNCIA ALIMENTAR E PARÂMETROS RUMINAIS
Autor: Thomer Durman
Orientador: Prof. Dr. Mikael Neumann
APROVADO, 31 de Outubro de 2012.
________________________________________
Prof.ª Dra. Margarete Kimie Falbo
_________________________________________
Prof. MSc. Marlon Richard Hilário da Silva
_________________________________________
Prof. Dr. Mikael Neumann
(Orientador)
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE – UNICENTRO
CAMPUS DE GUARAPUAVA
SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO
NUTRIÇÃO ANIMAL
EFICIÊNCIA ALIMENTAR E PARÂMETROS RUMINAIS
Eu Mikael Neumann estou ciente das informações contidas neste Relatório de Estágio
Supervisionado e concordo com o que foi redigido pelo acadêmico Thomer Durman.
ÚLTIMA CORREÇÃO, 7 de Novembro de 2012.
_______________________________
Prof. Orientador Dr. Mikael Neumann
ii
FOLHA DE IDENTIFICAÇÃO
LOCAL DE ESTÁGIO: Agricultural Research Organization (ARO), Volcani Center –
Ministry of Agriculture and Rural Development - Israel
SUPERVISOR: PhD. Itzhak Mizrahi.
PERÍODO: 01/09/2011 A 16/02/2012
CARGA HORÁRIA: 880 horas.
iii
Aos meus pais, Marcelo e Solânia Durman, que em nenhum
momento mediram esforços para a realização desse sonho.
iv
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, pelo apoio e dedicação para que esta conquista tornar-se
possível, e pelos ensinamentos que me foram passados, formando-me pessoalmente,
profissionalmente e socialmente.
Aos familiares, amigos e a todas as pessoas que me acompanharam e
participaram de toda a minha trajetória de formação.
Ao professor Mikael Neumann, por me orientar e me acompanhar durante o todo
período acadêmico, por todas as oportunidades que me concedeu e pelos ensinamentos
pessoais e profissionais.
A todos os professores pelos ensinamentos e pelo apoio para que este sonho se
tornasse possível, agradeço à Profª Margarete Kimie Falbo, pela atenção, dedicação e
apoio dentro e fora do laboratório. Agradeço ao Prof. Adriano de Oliveira Torres
Carrasco, que não mediu esforços para me apoiar e me auxiliar na concessão da
permissão de saída para estágio curricular.
A toda a equipe do Agricultural Research Organization - Volcani Center, por
me receber, pelos ensinamentos e pela atenção e amizade durante o período de estágio,
em especial à Itzhak Mizrahi, que me possibilitou realizar este sonho.
v
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural – Localidade do
instituto.............................................................................................................................2
Figura 2: Comparação de perfis PCR-DGGE de metanogênicas para diferentes grupos
de CAR............................................................................................................................20
Figura 3: Câmara de anaerobiose....................................................................................26
vi
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Microorganismos mais proeminentes do rúmen..............................................13
Tabela 2: Primers PCR utilizados para quantificação de espécies de microorganismos
ruminais por PCRq..........................................................................................................16
Tabela 3: Efeito fenotípico de CAR na população microbiana ruminal.........................17
Tabela 4: Efeito fenotípico da dieta na população microbiana ruminal.........................18
Tabela 5: Caracterização da fermentação ruminal em animais diferindo em conversão
alimentar residual (CAR)................................................................................................21
SUMÁRIO
1 JUSTIFICATIVA DO ESTÁGIO...............................................................................1
2 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO................................................................2
3 CONCLUSÕES DO ESTÁGIO..................................................................................4
4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS...........................................................................5
5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA: EFICIÊNCIA ALIMENTAR E PARÂMETROS
RUMINAIS......................................................................................................................7
5.1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................7
5.2 EFICIÊNCIA ALIMENTAR......................................................................................8
5.3 PARÂMETROS RUMINAIS...................................................................................12
6 DISCUSSÃO...............................................................................................................23
7 CONCLUSÃO............................................................................................................27
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................29
2
1 JUSTIFICATIVA DE ESTÁGIO
A crescente necessidade da produção de alimentos para suprir a demanda
populacional, assim como da exigência produtiva animal, para produções elevadas
quantitativa e qualitativamente, fez com que os estudos voltados à área de produção
animal tenham ganhado incentivos ao longo do tempo. Com isso diversas pesquisas têm
avaliado os animais com o intuito de promover melhora nos índices produtivos. Sendo a
produção de carne e de leite as mais estudadas e avaliadas. A bovinocultura de leite tem
se intensificado nos últimos anos devido principalmente a mudanças na melhora da
genética, nutrição e no manejo dos animais. Israel, tem se destacado a nível mundial na
eficiência produtiva deste alimento, atingindo desempenhos médios individuais de
11,667 kg de leite por ano e possuindo a maior produção por vaca por ano do mundo
(ISRAELI DAIRY BOARD, 2010). Assim, o presente trabalho buscou avaliar vacas
holandesas dentro de um sistema de produção de leite, com o intuito de identificar
animais com maior eficiência alimentar, correlacionando a mesma aos parâmetros
ruminais.
O estágio curricular, exigido para formação no curso de Medicina Veterinária,
possibilita acompanhar a rotina de trabalho e a conciliação com o conhecimento
adquirido no decorrer do curso de graduação, sendo de grande importância na formação
profissional, pessoal e social do acadêmico.
3
2 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO
O estágio curricular foi desenvolvido no Agricultural Research Organization
(ARO), Volcani Center – Ministry of Agriculture and Rural Development (Figura 1).
Situado na cidade de Beit-Dagan – Israel, a organização leva consigo o nome do
fundador Yitzhak Elazari Volcani, sendo dividido em sete institutos, distribuídos por
todo território nacional e alberga o Banco Nacional de Gene para Lavouras Agrícolas.
Desenvolve atividades e mantem estações de pesquisa nas áreas de lavoura, horticultura,
ciência animal, proteção vegetal, solo e água, engenharia agrícola e tecnologia e
armazenamento de produtos agrícolas. Assim como mantem relações com institutos
envolvidos na promoção de boas práticas agrícolas e aumentos na produção agrícola, e
em particular com organização FAO – Food and Agriculture Organization.
Figura 1: Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural – Localidade do instituto.
4
As atividades foram realizados no Setor de Ciência Animal, na sub-unidade do
Departamento de Ciências de Ruminantes. O departamento conta com uma equipe de
pesquisadores que busca, por meio de experimentos científicos e pesquisas de campo,
aprimorar a produção de carne e leite, trabalhando com gado leiteiro, gado de corte e
ovinos. Possui dentro do departamento uma fazenda experimental e laboratórios bem
equipados para manipulação de amostras.
5
3 CONCLUSÕES DO ESTÁGIO
Durante o período de estágio foi possível acompanhar a rotina de um
experimento de pesquisa voltado à produção animal, aperfeiçoando habilidades técnicas
e conhecimentos gerados durante o período de graduação, sendo de grande valia para
formação acadêmica técnica e socialmente, quanto as responsabilidades e disciplina
exigida pela profissão.
Tendo sido realizado em Israel, no Instituto Volcani do Ministério da
Agricultura e Desenvolvimento Rural de Israel, um local o qual disponibilizou acesso a
equipamentos modernos e uma equipe qualificada o que auxiliou na qualidade do
aprendizado e na conduta do estágio.
Os estagiários, sempre sob supervisão de um profissional responsável, têm a
liberdade de realizar as coletas das amostras dos animais, assim como o processamento
das mesmas em laboratório. Tendo participação também na análise e interpretação dos
resultados obtidos e em todas as condutas adotadas no decorrer do período
experimental.
O estágio curricular é indispensável na graduação do curso de Medicina
Veterinária pela experiência e enriquecimento profissional, pessoal e social gerado ao
aluno. Assim como, demonstrar a importância da profissão sob o ponto de vista ético e
social.
6
4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
Durante o período compreendido entre o dia primeiro de setembro de 2011 e
dezesseis de fevereiro de 2012 foram desenvolvidas atividades relacionadas ao
experimento de pesquisa sobre a eficiência alimentar e parâmetros ruminais de vacas
holandesas, as quais envolveram a manipulação de amostras de sangue, fezes, leite e
líquido ruminal, como também amostras da dieta. Bem como o desenvolvimento de
programas estatísticos para identificação e seleção de animais com maior ou menor
eficiência dentro do rebanho.
Com relação à avaliação da eficiência alimentar, foram realizadas análises
computadorizadas dos dados obtidos a campo. Utilizaram-se os parâmetros conhecidos
como Consumo Alimentar Residual (CAR) e Conversão Alimentar (CA), que avaliam a
eficiência da conversão do alimento em produto final pelo animal, com ênfase na
quantidade necessária da dieta. Considerando paralelamente aspectos do animal, como
peso corporal, mudanças no escore corporal no decorrer do período experimental, teores
de proteína, gordura e lactose do leite, teor de matéria seca da dieta e consumo de
matéria seca. Fatores estes que podem atuar afetando a eficiência dos animais. Foi feita
a interpretação do programa estatístico, o qual gera o CAR em valor numérico a partir
dos dados do animal e da dieta e através do uso de regressão estatística, utilizando o
peso metabólico do animal (peso vivo0,75
), consumo de matéria seca e energia retida,
que é o somatório da energia proveniente do leite e das mudanças nas condições de
escore corporal (Mcal/dia). Foram assim, selecionadas as vacas utilizadas no
experimento para colheita das amostras. Sendo selecionadas as cinco vacas menos
eficientes e as cinco mais eficientes de cada grupo, com base nos valores de CAR,
7
interpretando valores menores de CAR como vacas mais eficientes e valores de CAR
maiores como vacas menos eficientes.
Foram coletadas diversas amostras para avaliação dos animais. As amostras de
sangue foram colhidas com o decorrer da mudança dos animais de grupos e foram
utilizadas para extração do DNA, para posterior utilização de marcadores moleculares
do gene da leptina, para averiguar se este causa alguma variação dentre os animais. Em
relação às amostras de fezes, foram realizados análises de digestibilidade in vivo. Com
as amostras de líquido ruminal foram realizadas análises de digestibilidade in vitro, bem
como extração de DNA para uso de técnicas moleculares de reação em cadeia
polimerase (PCR), composição microbiológica de ambiente ruminal e sequênciamento
do material genético. Também foi realizado análises de produção de metano in vitro
com as amostras. Assim como avaliação dos ácidos graxos voláteis presentes no líquido
ruminal. As amostras de leite foram utilizadas para mensuração de proteína, gordura e
lactose, sendo essas variáveis importantes para avaliação da distribuição da energia
proveniente da dieta no produto. Do produto final da reação de digestibilidade in vitro,
foram feitas análises de fibra em detergente neutro (FDN).
Outra atividade realizada semanalmente foi a apresentação de um assunto ligado
ao experimento de pesquisa em forma de palestra, bem como discussão de artigos
científicos referentes ao projeto, com o objetivo de elucidar os participantes quanto ao
tema, bem como promover o enriquecimento do conhecimento na referida área de
pesquisa.
Durante o período de acompanhamento do experimento no estágio foram
acompanhados 5 grupos, com períodos variados de tempo com aproximadamente 20
animais cada grupo, totalizando 100 vacas analisadas no período de acompanhamento.
8
5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA: EFICIÊNCIA ALIMENTAR E PARÂMETROS
RUMINAIS
5.1 INTRODUÇÃO
A produção de carne e leite vem ao longo do tempo, sendo cada vez mais
exigida em termos de produção quantitativa e qualitativa. Tanto pela necessidade de
produção de alimento, pela expansão populacional, exigências de mercado, assim como
forma de tornar o sistema de produção mais lucrativo por parte do produtor. Assim
várias metodologias têm sido aplicadas aos sistemas para que venha a melhorar a
produção atual. Podendo-se citar os programas de melhoramento genético, bem como os
programas de seleção do rebanho, a procura de manter apenas animais mais produtivos
dentro da propriedade, a fim de atingir limiares maiores de produção.
O rebanho bovino brasileiro destaca-se quantitativamente a nível mundial,
possuindo o maior rebanho comercial do mundo, contando com 209,541 milhões de
cabeças de bovinos segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE,
2010), estes sendo divididos em rebanhos de corte e leite. Contando com a ordenha
anual de aproximadamente 22 milhões de vacas e com a produção de aproximadamente
vinte milhões de toneladas de carne ao ano (IBGE, 2010). O avanço dessa produção nos
últimos anos é devido ao aumento no consumo per capita do produto, que em algumas
áreas do Brasil chega a 80,8 kg, o dobro que a vinte e cinco anos, assim como pelo
aumento da população, resultando em uma produção de carne multiplicada por quatro
em relação aos anos anteriores, produzindo 11% da carne dos paises em
desenvolvimento e 7% da produção mundial (FAO, 2009).
À medida que a pecuária brasileira se encaminha para um mercado cada vez
mais exigente em relação à qualidade da carne e leite bovino, assim como pelo alto
consumo, há a necessidade da adaptação e adesão de práticas na produção destes
9
produtos por parte dos produtores para atender a tais demandas. Em função destas
perspectivas de produção, as pesquisas científicas na área de nutrição animal passaram
não só a estudar o valor nutritivo dos alimentos como também os processos fisiológicos
e metabólicos que ocorrem nos animais e consequentemente o efeito destes sob a
produção e a qualidade do produto final ofertado aos consumidores.
O conhecimento do metabolismo, especialmente aplicado aos ruminantes, tem
mudado ao menos em várias seções da agricultura nos últimos 100 anos. Os efeitos na
produtividade do animal têm sido mediados na maioria das vezes pela aplicação da
nutrição. Com o aumento do conhecimento na genética, criação e práticas de manejo
têm-se obtido maiores produtividades, porém a nutrição também tem sido um
componente importante significativamente, além de ser estimado como o componente
de maior custo no sistema de produção (LINDSAY, 2006). Assim, concordando com
Carberry et al., (2012) se faz importante identificar os animais mais eficientes dentro de
um sistema de produção, pois os mesmos apresentam menores custos de produção assim
como menor impacto ambiental.
5.2 EFICIÊNCIA ALIMENTAR
A alimentação dos animais representa dentro de uma propriedade, praticamente
metade dos custos de produção na maioria dos sistemas produtivos pecuários, portanto a
melhora na eficiência alimentar deveria ser considerada em todos os sistemas de criação
de animais. A eficiência alimentar pode se definir quanto à eficácia da utilização da
ingesta como fonte de nutrientes para atividades de metabolismo e de produção, a qual
geralmente é avaliada pela proporção do consumo alimentar e da produção do animal,
apresenta dificuldades no seu aperfeiçoamento, tanto pela dificuldade de mensurar
individualmente os animais, como também pelos problemas inerentes com a seleção
pela relação das medidas (KENNEDY et al., 1993).
10
Conversão alimentar é a relação entre a quantidade de alimento ingerido e o
ganho de peso ou produção leiteira. Porém para Ribeiro (2010), essa medida popular de
eficiência, no entanto, é correlacionada de forma negativa com ganho de peso pós-
desmama, com o peso aos 12 meses e com o tamanho de animais adultos. Logo, a
seleção de animais com melhor conversão alimentar pode resultar no aumento de
tamanho dos animais do rebanho a longo prazo. Esse aumento corresponde também ao
aumento no requerimento de energia para mantença, elevando-se ainda mais o custo de
produção de carne ao longo do tempo. Assim, novas metodologias aplicadas na
avaliação do desempenho dos animais em relação à eficiência alimentar vêm surgindo e
estudos vêm sendo desenvolvidos. Dentro aos métodos de mensuração, o consumo
alimentar residual se destaca pela melhor aplicabilidade e maior acurácia.
Um novo conceito identificado inicialmente na década de 60 e que começou a
receber grande atenção da comunidade cientifica nos últimos anos oferece uma nova
forma de se avaliar eficiência alimentar. O consumo alimentar residual (CAR) é
geralmente mensurado em um período de 70 dias, no qual o consumo é avaliado
individualmente em currais individuais com o auxílio de cochos acoplados com
balanças ou pelo recolhimento das sobras para mensurar quanto do fornecido foi
consumido pelo animal. O consumo alimentar residual, pode ser interpretado como a
diferença entre o consumo alimentar real e o consumo estimado, o qual é baseado nos
requerimentos para produção (leite, ovos, ganho de peso, etc.) e a mantença (peso
corporal, sinais vitais, gestação, etc.) (KENNEDY et al., 1993). O CAR é então
calculado computando-se a diferença entre o consumo alimentar observado e o consumo
estimado (ambos em kg/dia), levando-se em conta ajustes para peso metabólico e ganho
de peso e produção (RIBEIRO, 2010). Assim sendo, animais mais eficientes têm um
CAR negativo (consumo observado menor do que o predito para a produção observada)
11
e os menos eficientes têm um CAR positivo (consumo observado maior do que o
predito). Dentro do CAR, a medida da variação do consumo alimentar é avaliada ao
longo do tempo experimental, e a mesma é utilizada para identificação de animais
eficientes, ou seja, que com menor consumo apresentam um desempenho maior ou o
mesmo de animais que consomem mais.
Pesquisas recentes demonstram que há considerável variabilidade entre animais
para consumo alimentar. Isto ocorre mesmo quando o consumo é corrigido para peso e
taxa de crescimento. Por isso, o CAR, ao considerar as variações ocoridas, tem a
característica alternativa de maior acurácia para mensurar de eficiência alimentar.
Assim pode-se dizer que o método de avaliação do consumo alimentar residual, que
pode ser definido como a diferença do consumo observado e o consumo estimado, é
mais preciso que o método comumente utilizado de conversão alimentar, que se baseia
apenas em dados quantitativos de consumo e produção (ALMEIDA, 2005).
O entendimento do CAR envolve também conhecer os fatores ligados ao mesmo
e a maneira com a qual podem vir a interferir com os valores de consumo alimentar
residual de cada animal. Assim como o grau de interferência de cada fator que pode
variar o resultado final. Dentre esses, cinco processos fisiológicos têm destaque na
variação deste método de avaliação da eficiência alimentar. Sendo esses: consumo de
alimento; digestão do alimento; metabolismo (anabolismo e catabolismo associados à
variação da composição corporal); atividade física; e termorregulação (HERD e
ARTHUR, 2008). Segundo os mesmos autores, o consumo alimentar está associado aos
requerimentos de mantença de ruminantes, uma vez que, quando há o aumento no
consumo, a quantidade de energia gasta para digestão do alimento também aumenta, em
partes por causa do aumento de tamanho dos órgãos do sistema digestor e um aumento
na energia gasta pelos próprios tecidos. Já em relação à digestão dos alimentos, sabe-se
12
que quando há um aumento no consumo alimentar relacionado à mantença, a digestão
do alimento tende a diminuir, devido principalmente à quantidade de alimento ingerido.
Considerando que, segundo Richardson e Herd (2004), animais com menores valores de
CAR (animais eficientes) estão associados a melhores níveis de digestabilidade do
alimento no rúmen, embora este parâmetro não seja significativamente uma fonte de
variação para a CAR. Em relação à composição corporal e o metabolismo, leva-se em
consideração que a deposição do mesmo peso em tecidos e em gordura tem diferentes
custos energéticos para o animal. Sendo que, a eficiência no uso de nutrientes para
ganho de gordura está na faixa de 70 a 95%, e para tecidos, aproximadamente de 40 a
50%. Assim, qualquer variação na composição de ganho e na composição corporal pode
influenciar na eficiência aparente da utilização de nutrientes. Conjuntamente com outros
fatores variantes, como variações genéticas na produção de calor, eficiência energética
mitocondrial, variações nas concentrações de leptina, dentre outros. A atividade física
como fonte de variação também tem sido reportada, devido a que as variações na
produção de calor e energia disponível para mantença e crescimento, ocorrem devido a
diferenças no gasto energético associado a diferentes atividades, tais como alimentação,
ruminação e locomoção. Já em relação à termorregulação, pode-se observar
interferências envolvendo este fator, devido a que a principal via de perda energética em
ruminantes é a perda de calor evaporativa, que ocorre pela troca de calor nos pulmões e
conchas nasais. Assim tem se relatado estudos em ratos voltados a correlacionar a
frequência respiratória e as variações observadas no CAR, porém com pouca
abrangência nos estudos voltados aos ruminantes envolvendo este fator. Sendo estimado
em geral que, a produção de calor dos processos metabólicos, composição corporal e
atividades físicas implicam em 73% da variação observada no CAR. Sendo esses devido
ao metabolismo tecidual e estresse (37%), digestibilidade (10%), aumento calórico e
13
fermentação (9%), atividade física (9%), condição corporal (5%) e padrão de
alimentação (2%) (HERD e ARTHUR, 2008).
5.3 PARÂMETROS RUMINAIS
O sucesso alimentar dos ruminantes pode ser largamente explicado pela
habilidade destes animais em digerir materiais fibrosos, o fato de estes possuírem
microorganismos que produzem enzimas que degradam fibra dá a eles uma vantagem
competitiva em relação aos outros animais na natureza (RUSSEL et al., 1993).
O estudo da dinâmica ruminal indica como a dieta e outros fatores alteram os
parâmetros de fermentação, e assim, avalia as necessidades do rebanho e as possíveis
alterações do manejo nutricional. O padrão de fermentação é um indicativo do potencial
do valor nutricional do alimento em promover melhores desempenhos. Os parâmetros
de pH, amônia e ácidos graxos voláteis produzidos e absorvidos são indicadores do
ambiente ruminal. A estimativa de valores de consumo e digestibilidade indicam a
eficiência de utilização do alimento (BALDWIN e ALLISON, 1983).
Considerando a grande importância do entendimento da dinâmica ruminal sobre
o processo digestivo dos ruminantes, se faz importante a mensuração do pH ruminal,
das concentrações de ácidos graxos voláteis, do nitrogênio amoniacal no rúmen,
mensurar e avaliar a degradabilidade do material ofertado, bem como a composição do
mesmo antes e após a digestão do alimento pelos animais. Assim como se deve ter
ciência das reações químicas de ocorrência no ambiente ruminal e dos organismos que
lá habitam e se interagem (VAN SOEST, 1994). Baldwin e Allison (1983) listam os
microorganismos de maior proeminência no rúmen, bem como os substratos e produtos
provenientes da atuação desses no ambiente ruminal, os mesmos estão apresentados na
Tabela 1.
14
Tabela 1 – Microorganismos mais proeminentes do rúmen
Espécies microbianas % do total
isolado
Substrato
secundárioa
Produtos em
cultura mistab
Requerimento
nutricionalc
Celulolíticas
Bacteróides
succinogenes 5 a 9 AM, P A, S, CO2
AGVR, V,
NH3, biotina,
PAB
Ruminococcus albus 3 a 5 A, H2, CO2 AGVR, NH3,
biotina, PAB
Ruminococcus
flavefacients 3 a 5 A, S, H2, CO2
AGVR, NH3,
biotina, PAB
Amilo e Dextrinolíticas
Bacteroides amylophilus 1 a 10 P, PR A, S, CO2 NH3
Streptococcus bovis 0 a 20 AS, PR A, L, CO2(H2) AA, biotina
Succinimonas
amylolytica 1 a 3 A, S, CO2 AGVR
Succinivibrio
dextrinosolvens 1 a 13 P
A, S, L,
CO2(H2) AA
Sacarolíticas
Bacteroides ruminicola 10 a 19 AM, P, PR A, P, CO2(H2) AGVR
Butyrivibrio fibrisolvens 8 a 12 HC, AM,
PR
A, B, L,
CO2(H2)
AGVR, NH3,
AA, biotina,
ácido fólico,
piridoxal
Megasphera elsdenii 0 a 1 L, PR A, P, B, V, H2,
CO2 AA
Selenomonas
ruminantium 4 a 12 AM, L
A, P, L, H2,
CO2 AGVR, MET
Utilizadoras de
Hidrogênio
Methanobrevibacter spp. 0 a 1 CH4 AGVR, NH3
Vibrio succionogenes 0 a 1 S, NH3 NH3
Protozoários
Isotricha, Epidinium, AM, AS A, B, L, H2,
CO2
células
bacterianas
Entodinium sp. AM A, P, B, L,
CO2(H2)
Somatório 40 a 75 FONTE: Adaptado de Baldwin e Allison (1983).
ªCódificação para substratos é AM para amido, P para pectina, PR para proteína, AS para açucares
solúveis, HC para holocelulose e L para lactato. bCodificação para produtos é A para acetato, P para propionato, B para butirato, V para valerato e ácidos
graxos de cadeia longa e L para lactato. H2, CO2 indicam organismos com hidrogenase e produzem
hidrogênio, enquanto CO2, (H2) indica organismos produzindo formato que é convertido em CO2 + H2 por
outro organismo. Codificação de S para succionato que é convertido em propionato e CO2 por outro
organismo em cultura mista. cCodificação para nutrientes é AGVR para ácidos graxos voláteis ( cadeia ramificada) C4-C5, V para
valerato, AA para aminoácidos, MET para metionina e PAB para para-aminobenzoato.
15
O avanço das pesquisas, do conhecimento e da tecnologia aplicada à área de
produção animal, possibilitou que diversas ferramentas se aplicassem para que se
tornasse possível realizar uma análise mais aprofundada do rebanho. Dentre elas,
destaca-se a utilização da identificação dos microorganismos presentes no ambiente
ruminal utilizando métodos advindos da biologia molecular, caracterizando a flora do
rúmen pelo material genético individual dos microorganismos ali presentes. Técnicas de
biologia molecular, baseadas na análise dos ácidos nucléicos são cada vez mais usadas
para a caracterização de comunidades microbianas complexas, sem a etapa de cultivo in
vitro, a qual foi muito utilizada para contagem de microorganismos ruminais (bactérias,
Archaea, protozoários e fungos), porém tal técnica foi superada pela nova tecnologia
aplicada. A qual também tem importância para a obtenção de culturas puras de
microorganismos ainda desconhecidos ou de cepas de referência, fundamentais para o
desenvolvimento e validação das metodologias moleculares, para estudos fisiológicos,
assim como para o suprimento de DNA e RNA genômicos a serem analisados quanto à
sua expressão gênica (MCSWEENEY apud BERCHIELLI et al., 2006). O fundamento
das técnicas moleculares para estudos da ecologia microbiana é a analise de seqüências
16S/18Sr DNA. Essa técnica possibilita a classificação em bases filogenéticas que, por
sua vez, permite a enumeração e identificação de membros de uma determinada
microbiota. Segundo Lindsay (2006) a biologia molecular aplicada ao rúmen tem
resultado em três principais linhas de pesquisa. Primeiramente, vários genes de
microorganismos do rúmen tem sido clonados, com ênfase nos genes de interesse
relacionados a enzimas degradadoras de polissacarídeos. Secundariamente, análises de
espécies ruminais tem sido expandidas, contando com banco de dados espécie-
específico. Tais sequências são de disponibilidade gratuita na internet (por exemplo,
genebank). Essas informações são essenciais para a elaboração de novas sondas e
16
sequências iniciadoras (primers) para reações em cadeia polimerase (polymerase chain
reaction, PCR). Terciariamente, tentativas de modificação de determinadas bactérias do
rúmen tem sido aplicadas nas linhas de pesquisa, com o objetivo de ampliar os índices
de digestão.
A técnica de PCR em tempo real constitui o método principal para a
quantificação de bactérias ruminais. Pares de primers vêm sendo publicados para a
detecção de bactérias ruminais, por exemplo, Anaerovibrio lipolytica, Butyrivibrio
fibrisolvens, Eubacterium ruminantium, Prevotella albenbacter, P. brevis, P. bryantii,
P. ruminicola, Ruminobacter amylophilus, Selenomonas ruminantium, Streptococcus
bovis, Succinivibrio dextrinisolvens, Treponema bryantii, Genus Prevotella, bem como
isolamento de metanogênicas, utilizando a técnica de PCR quantativo (LI et al., 2011;
ZHOU et al., 2010). Carberry et al., (2012) em experimento utilizando a biologia
molecular aplicada ao ambiente ruminal, demonstra alguns microorganismos que
podem ser identificados e quantificados utilizando a técnica PCRq (PCR quantitativa),
bem como os primers utilizados para a realização da técnica. Dentre eles, 16S V3,
Entodinium, Fibrobacter succionogenes, fungos anaeróbicos em geral, Prevotella spp.,
protozoários, Ruminococcus albus e Ruminococcus flavefaciens. Assim como a
seqüência correspondente de cada organismo, a subunidade do gene e tamanho do
produto em pares de base (pb). Os mesmos estão listados na Tabela 2.
17
Tabela 2 – Primers PCR utilizados para quantificação de espécies de microorganismos
ruminais por PCRq.
Primer (5´-3´)
Taxonomia
alvo
SU
rRNAa
Sequência
Reverso
Tamanho do
produto (pb)
16S V3b 16S CCTACGGGAGG
CAGCAG
ATTACCGCGGCTG
CTGG
194
Entodinium 18S GAGCTAATACAT
GCTAAGGC
CCCTCACTACAAT
CGAGATTTAAGG
317
Fibrobacter
succinogenes
16S GTTCGGAATTAC
TGGGCGTAAA
CGCCTGCCCCTGA
ACTATC
121
Fungos
anaeróbicos em
geral
18S GAGGAAGTAAA
AGTCGTAACAAG
GTTTC
CAAATTCACAAAG
GGTAGGATGATT
120
Prevotella spp. 16S GGTTCTGAGAGG
AAGGTCCCC
TCCTGCACGCTACT
TGGCTG
121
Prevotella
brevis
16S GGTTTCCTTGAG
TGTATTCGACGT
C
CTTTCGCTTGGCCG
CTG
219
Protozoários 18S GCTTTCGWTGGT
AGTGTATT
CTTGCCCTCYAATC
GTWCT
223
Ruminococcus
albus
16S TGTTAACAGAGG
GAAGCAAAGCA
TGCAGCCTACAAT
CCGAACTAA
75
Ruminococcus
flavefaciens
16S CGAACGGAGAT
AATTTGAGTTTA
CTTAGG
CGGTCTCTGTATGT
TATGAGGTATTAC
C
132
FONTE: Adaptado de Carberry (2012). a SU rRNA, subunidade do gene alvo do rRNA
b Primer usado para normalização do PCRq.
A técnica supracitada vem sendo utilizada conjuntamente com demais métodos
para que se possa buscar uma correlação entre a população presente no rúmen e o
parâmetro ou referencial a ser estudado. Assim, utilizando desta ferramenta se tem
procurado correlacionar a eficiência alimentar com o perfil microbiológico da flora
ruminal. Um dos parâmetros estudados é o CAR, o qual tem se difundido nos rebanhos
de corte e recentemente tem sido aplicado também ao gado leiteiro. Assim procura-se
entender as mudanças populacionais no rúmen que ocorrem entre animais mais, ou
menos eficientes na utilização da ingesta. Carberry et al., (2012) realizaram
experimentalmente a identificação e quantificação de alguns microorganismos ruminais,
assim como avaliou as mudanças que ocorrem em animais com níveis de CAR
18
diferentes, bem como utilizando diferentes dietas. Os resultados obtidos revelaram o
efeito do CAR no perfil bacteriano, o qual foi influenciado pela dieta, sendo a
associação entre o grupo CAR e o perfil PCR de desnaturação em gradiente gel
eletroforese (PCR-DGGE) mais forte na dieta com alto nível de forragem. PCRq
demonstrou que a abundancia de Prevotella sp. foi maior (P<0.0001) em animais
ineficientes. Uma maior (P<0.0001) abundancia de Entodinium e Prevotella spp. e
menor abundancia (P<0.0001) de Fibrobacter succinogenes foram observadas em
animais que receberam dieta com baixo nível de forragem. Portanto, diferenças na
microflora ruminal podem contribuir na eficiência do animal hospedeiro, entretanto
essas diferenças podem ser moduladas também pela dieta ofertada. Os dados obtidos
estão apresentados nas Tabelas 3 e 4.
Tabela 3 – Efeito fenotípico de CAR na população microbiana ruminal.
Proporçãoª
CAR Significânciab
Organismo A B EPD
Entodinium 0,01 0,01 0,04 NS
Fibrobacter succinogenes 0,05 0,05 0,013 NS
Fungos anaeróbicos em geral 0,02 0,01 0,012 NS
Gênero Prevotella 0,49 0,42 0,065 0,05
Prevotella brevis 0,03 0,03 0,08 NS
Protozoários 0,01 0,01 0,003 NS
Ruminococcus albus 0,01 0,01 0,002 NS
Ruminococcus flavefaciens 0,001 0,001 0,0001 NS FONTE: Adaptado de Carberry et al., (2012).
ª Microorganismos foram mensurados como a proporção do gene 16S rRNA bacteriano do rúmen total
estimado. A, alta; B, baixa; EPD, erro padrão da diferença. b Valores de significância para dados transformados foram determinados. CAR, consumo alimentar
residual; NS, não significativo (P>0,05).
19
Tabela 4 – Efeito fenotípico da dieta na população microbiana ruminal.
Proporçãoª
Dieta Significânciab
Organismo AF BF EPD
Entodinium 0,01 0,02 0,004 <0,0001
Fibrobacter succinogenes 0,09 0,02 0,013 <0,0001
Fungos anaeróbicos em geral 0,01 0,02 0,012 NS
Gênero Prevotella 0,19 0,72 0,065 <0,0001
Prevotella brevis 0,02 0,04 0,008 NS
Protozoários 0,01 0,02 0,003 NS
Ruminococcus albus 0,01 0,01 0,002 NS
Ruminococcus flavefaciens 0,001 0,001 0,0001 NS FONTE: Adaptado de Carberry et al., (2012).
ª Microorganismos foram mensurados como a proporção do gene 16S rRNA bacteriano do rúmen total
estimado. AF, alta fibra; B, baixa fibra; EPD, erro padrão da diferença. b Valores de significância para dados transformados foram determinados. NS, não significativo (P>0,05).
Os estudos do ambiente ruminal utilizando-se de técnicas da biologia molecular
também se aplicam quanto a identificação de microorganismos metanogênicos
(Archaeas), ou seja, produtores de metano, os quais utilizam de vias metanogênicas para
manter a pressão parcial de hidrogênio baixa e facilitar a digestão de fibra no rúmen,
convertendo hidrogênio conjuntamente com gás carbônico em gás metano, podendo este
ser mensurado em litros/kg de peso vivo através de técnicas in vitro ou a campo com
aparelhagem adequada (ZHOU et al., 2010). Entretanto, segundo Johnson e Johnson
(1995), mesmo que necessária no animal, a emissão de metano representa grande perda
de energia proveniente da dieta, assim como engloba grade proporção da emissão de
gases do efeito estufa no meio agrícola. Assim, vários estudos com enfoque nos
microorganismos metanogênicos, tiveram por objetivo determinar a composição das
espécies envolvidas e desenvolver estratégias para reduzir a produção de metano em
ruminantes. Bem como novas linhas de pesquisas estão procurando entender o impacto
das metanogênicas na biologia do animal hospedeiro. Como demonstram Hegarty et al.,
(2007) demonstrando que bovinos de corte confinados, com maior eficiência alimentar,
designados animais eficientes, produzem em volta de 20% de gás metano, o qual é
mensurado em litros/kg de peso vivo, a menos do que animais com menor eficiência
20
alimentar, designados ineficientes. Assim como avaliaram Nkrumah et al. (2006),
correlacionando a produção de metano com o consumo alimentar residual.
Demonstrando que o CAR está correlacionado com a produção diária de metano e a
energia perdida como metano (r = 0,44; P<0,05). A produção de metano foi 28 e 24%
menor em animais com baixo CAR comparados com animais com CAR alto e mediano
respectivamente. Experimentos de pesquisa com uso da biologia molecular voltados a
analise dos efeitos do consumo alimentar residual e de diferentes dietas na comunidade
metanogênica dos animais hospedeiros tem sido realizados. Encontrando-se diferenças
dentre os animais com CAR distinta, assim como variando conforme a dieta utilizada.
As diferenças nas comunidades observadas por Zhou et al., (2010) foram que os perfis
PCR-DGGE das metanogênicas detectadas foi mais fortemente afetadas pela dieta, e a
maior diferença padrão da comunidade continha predominantemente
Methanobrevibacter ruminantium NT7 com dieta de baixa energia e
Methanobrevibacter smithii, Methanobrevibacter sp. AbM4, e/ou M. ruminantium NT7
com dieta com alta energia. Para cada dieta, o padrão PCR-DGGE metanogênico foi
mais fortemente associado com a eficiência alimentar do animal hospedeiro. Uma visão
geral das diferenças observadas estão ilustradas na Figura 2.
21
Figura 2: Comparação de perfis PCR-DGGE de metanogênicas para diferentes grupos de CAR.
Codificação do índice superior de (A) para animais com CAR baixo, (B) para animais com CAR mediano
e (C) para animais com CAR alto. Os números a direita indicam a dieta utilizada (1, dieta com baixa
energia; 2, dieta com alta energia). FONTE: Zhou et al., 2010.
A avaliação dos parâmetros ruminais, com ênfase na mensuração do pH ruminal
e da concentração de ácidos graxos voláteis (AGV) também tem grande importância na
determinação da eficiência alimentar dos animais. Pois, segundo Berchielli et al., (2006)
quase que a totalidade dos AGV produzidos pelo processo de fermentativo ruminal é
absorvida passivamente através do epitélio rúmen-retículo, omaso e abomaso, sendo o
rúmenretículo responsável pela maior porção do total absorvido dos AGV. Sendo esta
absorção pelo epitélio ruminal essencial para evitar o acúmulo desses, o que pode levar
a acidose ruminal (PELEGRINO, 2008). Para Lawrence et al., (2011) a queda de pH
pode alterar a produção de ácidos graxos voláteis levando à queda no consumo,
causando menor síntese de leite e mudança na sua composição. Sendo que, o pH
ruminal está relacionado de forma negativa com a concentração ruminal de AGV. Pois
quando o pH ruminal é alto, a absorção é reduzida.
22
Além do pH a taxa de absorção dos AGV é influenciada pelo tamanho da cadeia
dos ácidos individuais, portanto ácidos de cadeia maior são absorvidos mais
rapidamente (butírico>propiônico>acético), 2/3 do ácido acético é absorvido e oxidado,
e o restante usado em processos metabólicos assim como a lipogênese. A remoção de
ácidos graxos voláteis ocorre por dois processos sendo que cerca de 50% são removidos
por absorção pela parede do órgão e o restante passa para o omaso juntamente com a
fase fluída ruminal e são absorvidos antes do duodeno (PETERS et al., 1990). Metade
do ácido propiônico absorvido é convertido em glicose e o ácido butírico é amplamente
convertido a corpos cetônicos no epitélio ruminal (OLIVEIRA et al., 2005).
A conversão alimentar residual pode também ser correlacionada com os
parâmetros supracitados. Como demonstram Lawrence et al., (2011) em estudo
comparativo ilustrado na Tabela 5.
Tabela 5 – Caracterização da fermentação ruminal em animais diferindo em conversão
alimentar residual (CAR).
CAR
Parâmetro avaliado Alto Médio Baixo
N° de animais 24 25 24
pH ruminal 6,84 6,81 6,82
AGV totais, mmol/L 85,2 82,6 79,9
Proporção molar, mmol/mol de AGV
Ácido acético 683 673 671
Ácido propiônico 189
198
202
Ácido butírico 104 104 103
Ácido valerico 24 26 27
Proporção Acetato:Propionato 3,66
3,42
3,33
FONTE: Adaptado de Lawrence et al., (2011).
Outro parâmetro a ser avaliado na mensuração da eficiência alimentar de um
animal é a determinação da digestibilidade, a qual se apresenta em diferentes métodos
como o método in vivo, in situ e in vitro. O objetivo do método in vivo é obter de forma
acurada a quantidade de alimento fornecido e a quantidade excretada em determinado
período de tempo, assim, a digestibilidade da matéria seca pode ser obtida pela
23
diferença da matéria seca ingerida pela matéria seca excretada, dividindo o valor obtido
pela matéria seca ingerida, multiplicando-a por cem, obtendo-se assim o valor da
digestibilidade em porcentagem. Já o método in situ, propicia uma estimativa rápida e
simples da degradação dos nutrientes no rúmen, além de permitir o acompanhamento da
degradação ao longo do tempo. Baseia-se no desaparecimento da amostra de alimento
acondicionada em sacos de material sintético, e incubados no rúmen de animais
canulados para este fim. O método in vitro, visa representar o processo de digestão que
ocorre no rúmen, abomaso e intestino (BERCHIELLI et al., 2006). Estes métodos
descritos para determinação da digestibilidade da matéria seca pelos ruminantes têm
sido amplamente utilizados para determinar a qualidade de diversas forragens, porém,
as pesquisas visando comparar a digestibilidade do alimento com os diferentes níveis de
eficiência alimentar dos animais ainda não tem se consolidado, necessitando de novos
estudos.
Atualmente contamos com a existência de uma grande variabilidade de opções
para realização de estudos em nutrição animal. Devendo-se levar em consideração quais
os parâmetros a serem mensurados, para que as questões sejam elucidadas, e qual
metodologia, entre as várias existentes, melhor se aplica para que os resultados sejam
obtidos. Sendo a escolha da metodologia, do delineamento experimental e tratamento
estatístico dos dados, determinantes para o sucesso do trabalho e confiabilidade dos
resultados (BERCHIELLI et al., 2006).
24
6 DISCUSSÃO
O referido experimento de pesquisa deste trabalho encontra-se em andamento e
os resultados não estão concluídos. Desta forma, os mesmos encontram-se confidenciais
até que os dados sejam conclusivos e devidamente publicados.
As análises realizadas no Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural de
Israel, no Setor de Ciência Animal, na subunidade do Departamento de Ciências de
Ruminantes, demonstram alta efetividade na mensuração de parâmetros ruminais assim
como na identificação de animais superiores em eficiência alimentar. Fazendo-se
extremamente importante o conhecimento e aplicabilidade de cada técnica realizada na
mensuração dos parâmetros ruminais, uma vez que, erros de aplicação de métodos e
protocolos podem gerar resultados errôneos e de baixa confiabilidade dentro de uma
pesquisa científica.
O método de identificação de ruminantes com superioridade em eficiência
alimentar por meio da mensuração do consumo alimentar residual, demonstrou-se eficaz
e de grande valia para selecionar os animais que participaram da coleta de amostras
(animais com baixo CAR, denominados animais eficientes e animais com alto CAR,
denominados ineficientes). Os cálculos foram baseados nas equações propostas pelo
National Research Council (2001). Assim como utilizado por Claro et al., (2012) em
trabalho de pesquisa visando a mensuração do consumo alimentar residual.
A colheita do líquido ruminal procedeu-se com a utilização de sonda orogástrica,
a qual segundo ZILIO et al., (2008) apresenta grande vantagem no que diz respeito a
analise de uma grande quantidade de animais, bem como o custo do material e a
desnecessidade de intervenção cirúrgica, comparativamente ao uso de fístula ruminal.
As amostras foram coletadas em frascos estéreis e preenchidos com CO2, para que as
25
condições de anaerobiose fossem mantidas. Parte do material coletado (100 ml) por
animal, foi encaminhado para extração do material genético. A técnica se procede
inicialmente com a quebra física em partículas menores por intermédio de um
liquidificador preenchido por CO2 e sequencialmente a amostra é colocada em contato
com gelo, uma vez que baixas temperaturas facilitam o desprendimento das bactérias às
partículas fibrosas. A amostra então é centrifugada em velocidade de 6000g por 20
minutos, fazendo com que a esta alta velocidade de rotação, partículas de baixo peso
(microorganismos) se depositem no fundo do recipiente e o sobrenadante é então
descartado e solução tampão de extração de DNA é adicionada ao pellet formado. Após
incubação em sala refrigerada por uma hora, uma nova centrifugação de baixa rotação
(500g) é realizada por 15 minutos, utilizando-se então o sobrenadante formado, uma vez
que em baixas rotações, partículas de baixo peso não se depositam no fundo. O material
é colocado, com passagem através de gaze em um novo recipiente, o qual é submetido a
uma nova centrifugação de alta rotação (6000g) e então o material que se deposita é
adicionado a mais solução tampão de extração na proporção de 4:1(solução tampão de
extração:amostra). Sendo este procedimento chamado de pré-tratamento. A extração do
DNA microbiano das amostras procede sequência em duas etapas. A primeira é a de lise
celular, que é realizada pela adição de 1mL do material proveniente do pré-tratamento
em 1mL de solução tampão de lise (500 mM NaCl, 50 mM Tris-HCl, pH 8.0, 50 mM
EDTA e 4% SDS) e 0,4 g. de esferas estéreis de zircônia. O material então é processado
para homogeneizar e lisar as estruturas celulares e na sequência é incubado em banho-
maria a 70°C e então centrifugado a 16000g por 15 minutos, e o sobrenadante é
transferido a um tubo Eppendorf®. A segunda etapa é a de precipitação dos ácidos
nucléicos, que se baseia na adição de solução que se ligue aos mesmos, fazendo com
que o peso molecular aumente e permita precipitação. Assim, 200μL de 10M de amônio
26
acetato é adicionado a amostra, seguindo para centrifugação por 10 minutos a 16000g.
Na sequência, se adiciona isopropanol em proporção de 1:1 ao sobrenadante obtido, o
qual passa por uma nova centrifugação em mesma velocidade. Se mantém apenas o
material depositado no fundo e o mesmo é lavado com etanol 70%, removendo-o por
inversão do tubo em papel e incubação em placa aquecida a 50°C. O material é então
adicionado a 100μL de solução TE (Tris-EDTA) e separado em duas alíquotas, as quais
passam por centrifugação a 500g e retira-se então o sobrenadante, este passa por
checagem da concentração de DNA e armazenados a -20°C. Este método relatado foi
adaptado da técnica proposta por Zhongtang e Morrison (2004), e apresentou alta
efetividade na extração de material genético de amostras de líquido ruminal, para
sequencialmente ser analisada utilizando biotecnias moleculares.
A técnica de PCR procedeu-se no padrão de realização, assim como indicada por
Zhou et al., (2010) demonstrando-se eficaz na utilização do material genético para fins
de caracterização da população microbiana ruminal.
As amostras de líquido ruminal encaminhadas para mensuração das
concentrações de ácidos graxos voláteis, foram processadas através de análises de
cromatografia gasosa (CG), utilizando o equipamento TELEDYNE TEKMAR® HT
3
Autosampler, seguindo mesmo padrão utilizado por Filípek e Dvořák (2009). A CG
também foi utilizada para a mensuração da produção de metano in vitro, de acordo com
o método utilizado por Hegarty et al. (2007). Para que se mantivessem as condições
encontradas no ambiente ruminal, todas as amostras para estes fins foram manipuladas
em ambiente anaeróbico, dentro de uma câmara de anaerobiose, ilustrada na Figura 3.
27
Figura 3 – Câmara de anaerobiose
As análises de digestão in vitro se basearam na técnica proposta por Tilley e
Terry (1963). Dividindo-se em duas etapas, sendo a primeira, o contato de 10mL de
amostra de líquido ruminal e 40mL de solução tampão com 0,5g da mesma dieta
oferecida para os animais, a qual foi previamente mantida em estufa de ar forçado até
atingir peso constante e então moída. A primeira etapa de incubação foi realizada em
dois períodos de tempo diferentes de 24 e 48 horas. A segunda etapa, consistiu
inicialmente com a centrifugação da amostra a 900rpm e sucção do sobrenadante com
auxílio de uma bomba de vácuo, seguida de incubação com solução ácida (HCl) e
pepsina (SIGMA-ALDRICH®), pelos mesmos períodos de tempo e finalizando-se com
uma nova precipitação da amostra, lavagem com água destilada, para que a pepsina pare
de agir sobre a amostra e então secagem da mesma para sequente pesagem. O método
instituído foi efetivo para a simulação in vitro da digestão in vivo.
28
7 CONCLUSÃO
A avaliação da eficiência alimentar dos animais e dos parâmetros ruminais
mostra-se de extrema importância na identificação de animais superiores e assim atingir
maiores limiares de produção quantitativa e qualitativamente.
Quanto ao uso do consumo alimentar residual, demonstraram-se enormes
benefícios potenciais na seleção de animais com eficiência superior, embora seja
necessário o desenvolvimento de mais pesquisas sobre o uso do CAR em rebanhos
leiteiros. O uso do mesmo na bovinocultura de corte apresenta vários pontos positivos,
mas os pontos negativos devem ser cuidadosamente avaliados, pois não podemos pensar
em prejudicar a qualidade da carne ou a taxa reprodutiva dos animais. A seleção para
animais mais eficientes pode alterar a composição do ganho, com seleção indireta para
carcaças mais magras. Uma metodologia que avalia acabamento, como o ultra-som,
impediria estes efeitos.
O presente estudo demonstrou as possíveis análises que são de importância na
avaliação de todos os fatores envolvidos com o metabolismo ruminal. Assim como da
relação dos mesmos com a eficiência alimentar. Constatando-se ser possível selecionar
animais superiores no uso da dieta ofertada num rebanho a partir das presentes
avaliações, baseando-se em estudos anteriores envolvendo estes parâmetros.
A execução pretensiosa das técnicas envolvidas na mensuração dos parâmetros
ruminais, as quais seguiram as metodologias envolvidas em estudos anteriores,
demonstrou-se essencial para que um experimento de pesquisa traga resultados
conclusivos e satisfatórios, bem como apresentar alta confiabilidade, uma vez que, os
estudos experimentais servem de base cientifica para as medidas realizadas a nível de
29
sistema produtivo comercial. Garantindo bons resultados aos produtores e incremento
no desenvolvimento da cultura.
30
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