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1 ISSN 1679-0189 Ano CXV Edição 13 Domingo, 27.03.2016 R$ 3,20 Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901 Instituto Batista Carolina celebra 80 anos de existência Igrejas unidas para levar esperança Todos os anos, Igrejas de norte a sul do Brasil se unem para orar e ofertar em favor de Missões Mundiais, e este ano, em especial, a tarefa de levar esperança às nações está mobilizando cada vez mais gente para atender a esse chamado de Deus. Confira! (Página 11) Mantida pelos Batistas brasileiros e dirigido pela missionária da JMN, Adriana Dias, o IBC está localizado em Carolina, no Maranhão, e oferece bolsas de estudo integrais e parciais para crianças carentes da região. Atualmente são atendidas 290 crianças no Ensino Fundamental. (Página 07) Conheça um pouco mais da história de dona Joana, como era conhecida por seus alunos brasileiros. (Páginas 08 e 09) Joan Larie Sutton - A hinista e mestra de todos nós, os músicos brasileiros! Barra do Piraí - RJ sedia 5 a edição da Caminhada da Família Como acontece todo ano, no dia 10 de março, há uma festa na cidade de Barra do Piraí - RJ, pois nessa data comemora-se o aniversário do município, e como parte dos festejos, a família tem sido lembrada. (Página 13) OBSERVATÓRIO BATISTA LOURENÇO STELIO REGA Estudos sobre a Igreja - II Qual é a missão da Igreja? Para que existe a Igreja? Você já parou para pensar nessa pergunta? Será que os membros de sua Igreja sabem qual a finalidade da existência da Igreja? Esta questão é uma das mais importantes para o cristianismo, pois a sua resposta nos levará à resposta de outras questões também importantes, tais como: “Por que devo ser membro da Igreja?”. Confira o texto. (Página 15)

Edição 13 Domingo, 27.03.2016 R$ 3,20 Igrejas unidas para ... · Domingo, 27.03.2016 R$ 3,20 ... permanece, pois, é o mesmo ontem, hoje e eternamen-te, de acordo com Hebreus 13.8

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1o jornal batista – domingo, 27/03/16?????ISSN 1679-0189

Ano CXVEdição 13 Domingo, 27.03.2016R$ 3,20

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901

Instituto Batista Carolina celebra 80 anos de existência

Igrejas unidas para levar esperança

Todos os anos, Igrejas de norte a sul do Brasil se unem para orar e ofertar em favor de Missões Mundiais, e este ano, em especial, a tarefa de levar esperança às nações está mobilizando cada vez mais gente para atender a esse chamado de Deus. Confira!(Página 11)

Mantida pelos Batistas brasileiros e dirigido pela missionária da JMN, Adriana Dias, o IBC

está localizado em Carolina, no Maranhão, e oferece bolsas de estudo integrais e parciais para crianças carentes da região. Atualmente são atendidas 290 crianças no Ensino Fundamental. (Página 07)

Conheça um pouco mais da história de dona Joana, como era conhecida por seus alunos brasileiros. (Páginas 08 e 09)

Joan Larie Sutton - A hinista e mestra de todos nós, os

músicos brasileiros!

Barra do Piraí - RJ sedia 5a edição da Caminhada da Família

Como acontece todo ano, no dia 10 de março, há uma festa na cidade de Barra do Piraí - RJ, pois nessa data comemora-se o aniversário do município, e como parte dos festejos, a família tem sido lembrada. (Página 13)

OBSERVATÓRIO BATISTALOURENÇO STELIO REGA

Estudos sobre a Igreja - IIQual é a missão da Igreja? Para que existe a Igreja?

Você já parou para pensar nessa pergunta? Será que os membros de sua Igreja sabem qual a finalidade da existência da Igreja? Esta questão é uma das mais importantes para o cristianismo, pois a sua resposta nos levará à resposta de outras questões também importantes, tais como: “Por que devo ser membro da Igreja?”. Confira o texto. (Página 15)

2 o jornal batista – domingo, 27/03/16 reflexão

E D I T O R I A L

Páscoa: A verdadeira

liberdade

“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.Se, pois, o Filho vos liber-tar, verdadeiramente sereis livres” (Jo 8.32-36).

Vivemos neste do-mingo, dia 27 de março de 2016, a celebração da

Páscoa, que é celebrada em muitos países ao redor do mundo, principalmente, àqueles com influência do cristianismo. Etimologica-mente, o termo Páscoa se originou a partir do latim Pascha, que, por sua vez, deriva do hebraico Pessach/Pesach, que significa “A passagem”. Mas nem todos que celebram a Páscoa co-memoram o verdadeiro sig-nificado. A Páscoa instituída entre os judeus – Pessach - é comemorada pela conquista da liberdade dos hebreus, que viviam como escravos no Egito. Essa libertação

coincidiu com a Primavera, que ocorria no mês hebraico (nissan), que corresponde mais ou menos aos últimos dias de março e meados de abril. As comemorações fundiram-se com as tradi-ções religiosas de seu povo. Com vinda de Jesus Cristo ao mundo, a Páscoa teve significado ampliado, mas manteve o sentido de liber-dade. Se até o advento da vinda do Messias celebrava--se a liberdade do cativeiro egípcio, agora celebramos a verdadeira liberdade através ressurreição de Jesus Cristo, que venceu e quebrou o cativeiro da morte eterna, concedendo-nos liberdade.

Liberdade é definida nos dicionários como: “Facul-dade de cada um se decidir ou agir segundo a própria determinação; Poder de agir, no seio de uma sociedade organizada, segundo a pró-pria determinação, dentro

dos limites impostos por normas definidas; Supressão ou ausência de toda a opres-são considerada anormal, ilegítima, imoral, ou ainda, estado ou condição de ho-mem livre”. A liberdade é desejada por todos, ou seja, ninguém quer perder o di-reito de liberdade. Ninguém quer ser escravo de absolu-tamente nada, todavia, nem sempre esta é a realidade. Existem muitas pessoas que estão profundamente escra-vizadas simplesmente pelo desconhecimento da ver-dade. A falta da verdade é uma outra característica que todos nós rejeitamos, não ninguém que goste da falta da verdade. Jesus Cristo é a verdade que liberta, Jesus é a Verdade absoluta,

mas também a Verdade que liberta.

A inversão dos valores leva fatalmente o homem à es-cravidão e ele estará sempre

escravo da sua inverdade, terá que promover formas de sustentar sua inverdade. A Escravidão inicia-se com uma inverdade, veja o que aconteceu no início da cria-ção, relatado em Gênesis 3.1 (inversão de valores). Jesus Cristo é a Verdade que per-manece. Uma verdade que não permanece é uma ver-dade relativa, por isso Jesus é a verdade absoluta. Só Ele permanece, pois, é o mesmo ontem, hoje e eternamen-te, de acordo com Hebreus 13.8. Jesus Cristo oferece a possibilidade da verdadeira libertação da escravidão. É só permanecer em sues ensi-nos para conhecer a verdade de Deus. Pois Ele é o poder dinâmico que pode tornar livres todos os homens. Nos-so desafio é, neste dia e em todos os outros, anunciar Jesus Cristo, a verdade que liberta. Páscoa, verdadeira liberdade!

O JORNAL BATISTAÓrgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

Fundado em 10.01.1901INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189

PUBLICAÇÃO DOCONSELHO GERAL DA CBBFUNDADORW.E. EntzmingerPRESIDENTEVanderlei Batista MarinsDIRETOR GERALSócrates Oliveira de SouzaSECRETÁRIA DE REDAÇÃOPaloma Silva Furtado(Reg. Profissional - MTB 36263 - RJ)

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INTERINOS HISTÓRICOSZacarias Taylor (1904);A.L. Dunstan (1907);Salomão Ginsburg (1913 a 1914);L.T. Hites (1921 a 1922); eA.B. Christie (1923).

ARTE: OliverartelucasIMPRESSÃO: Jornal do Commércio

3o jornal batista – domingo, 27/03/16reflexão

bilhete de sorocabaJULIO OLIVEIRA SANCHES

Ao longo da histó-ria do cristianismo, Satanás conseguiu introduzir nas pra-

ticas cristãs muitos elemen-tos que empobreceram a es-sência da fé. A simplicidade do Evangelho pregado por Jesus recebeu conotações es-púrias, que não integravam, e tampouco, interagiam com os ensinos originais do Se-nhor. É difícil catalogar to-dos os elementos místicos e materialistas da fé cristã hoje. Na verdade, não temos mais o Evangelho genuíno pregado por Jesus em seu ministério. Muitos adoram a cruz em vez de prestar culto a Cristo Jesus. Outros por-tam crucifixos, desprezando a cruz e o túmulo vazios.

Um dos ensinos de Jesus que mais sofreu interferên-cia do inimigo é a Ceia do Senhor. Alguns a denomi-nam “Santa Ceia”, expressão estranha ao ensino de Jesus.

Seu significado bíblico hoje não é o mesmo proposto por Jesus ao instituí-la. Há os que participam dos elemen-tos da Ceia do Senhor, cren-do que pão e vinho possuem poderes miraculosos. Ao serem ingeridos conseguem liberar perdão, são curados de enfermidades. Santidade automática é gerada na vida do participante. Há os que recomendam a prática do jejum antes da participação para receber os elementos da Ceia. Esquecem os que assim creem e ensinam que o sacrifício de Cristo no cal-vário não precisa ser acresci-do de adereços especiais. O Sangue de Cristo é suficiente para o perdão dos pecados aos que se arrependem. A Ceia do Senhor não perdoa pecados e não possui poder miraculoso capaz de mudar a vida do participante.

A confusão maior se esta-belece quando os “cristãos”

confundem Ceia com a Pás-coa. Trazem para a Ceia o simbolismo que a Páscoa transmitia aos israelitas. A comemoração da Páscoa pelos cristãos chega a ser ridícula. Alguns mais afoitos enviam cartões, oferecem ovos de chocolate às crian-ças, acrescido do coelhinho. Dizem “Feliz Páscoa”, se-guindo o exemplo da socie-dade materialista e pagã.

O coelho entrou na Páscoa no final do século XVII com os alemães em substituição ao culto à deusa Ostara, deu-sa da fertilidade. Os confei-teiros franceses introduziram o ovo de chocolate durante o século XVIII. O comércio aproveitou a oportunidade para lucrar. Os denomina-dos cristãos, sem firmeza doutrinária e conhecimento bíblico, aderiram à imposi-ção do mercado, aceitando tais elementos como válidos para aos cultos.

Não há pecado no choco-late, nem em comer choco-late, mas há uma diferença mui grande quando cho-colate se torna objeto de culto.

Estabelecida a confusão e a fusão entre Páscoa e Ceia, ficou fácil para Satanás des-caracterizar o verdadeiro sig-nificado da Ceia do Senhor. A propaganda fala mais alto do que a fé simples. A Páscoa foi instituída no Egito, no início da história da nação israelita, para ce-lebrar a libertação do povo da escravidão egípcia. Seus ingredientes lembravam a amargura da escravidão. O sangue do cordeiro nas vergas das portas era a pro-teção dos primogênitos dos filhos de Israel. O cordeiro assado e o pão asmo (sem fermento) lembravam que o povo saiu às pressas do Egi-to. Não houve tempo para a fermentação.

Jesus celebrou a última Páscoa seguindo ao modelo do povo judeu. A partir desse momento nenhum seguidor de Jesus precisaria celebrar ou comemorar a Páscoa, de acordo com Lucas 22.15-18. Ao finalizar a celebração da Páscoa, Jesus instituiu a Ceia do Senhor, segundo Lucas 22.19-20, como memorial. Recomendou aos seus segui-dores que a partir daquele momento a cerimônia se repetiria em memória dEle. Jesus não recomendou que continuassem a celebrar a Páscoa. Recomendou a Ceia como memorial que anun-ciaria que Seu Corpo e seu sangue derramado na cruz nos liberta da escravidão do pecado.

Ao participar da Ceia, anun-ciamos que Jesus vai voltar. Até que venha (I Coríntios 11.26 e Mateus 26.29), não há feliz Páscoa para os sal-vos. Mas sim, Jesus voltará!

Celebramos a Ceia do senhor, não a Páscoa

4 o jornal batista – domingo, 27/03/16

GOTAS BÍBLICASNA ATUALIDADE

OLAVO FEIJÓ pastor, professor de Psicologia

A Ceia no Reino do Pai

reflexão

“Disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que, nesta mesma noite, antes que o galo cante, três vezes me negarás” (Mt 26.29)

Jesus Cristo fez da Sua última Ceia o anúncio solene da nossa intimida-de com Ele na eternidade

pós-ressurreição. “Eu lhes digo que, de agora em dian-te, não beberei deste furto da videira até aquele dia em que beberei o vinho novo com vocês, no Reino do Meu Pai” (Mt 26.29).

A última Ceia de Jesus com Seus discípulos nos ensina a comemorar o grande objetivo do Seu ministério terreno: O corpo, em que Ele esteve co-nosco, com o qual sofreu to-das as tribulações do mundo,

por amor de todos os Seus discípulos. O Messias na Terra foi tão “Deus conosco” quanto a realidade daquele pão, símbolo universal do sustento diário de nossa vida.

A Ceia, ainda, constitui promessa solenemente pro-fética: O poder incompreen-sível do Sangue de Jesus é a garantia de que nosso destino final é o “Reino de Meu Pai”. Nós, que aceitamos que Jesus é o Cristo, recebemos do Seu Espírito a capacitação de sermos “filhos de Deus” por toda a eternidade. Cada vez que, na celebração da Ceia, bebemos do cálice, vivemos antecipadamente a realidade da nossa ressurreição. É a singela e poderosa promessa de Jesus, na Sua última Ceia na Terra.

Alonso S. Gonçalves, pastor da Igreja Batista Central em Pariquera-Açu - SP

A mesa da comunhão é um dos temas centrais no Evan-gelho de Lucas. Te-

mos a mesa de Levi (o cobra-dor de impostos); a mesa do fariseu e a mulher pecadora; a mesa de Marta e Maria e tantas outras.

Mas a mesa principal em Lucas (capítulo 22) é a mesa da Páscoa, da Última Ceia. Há um paralelo entre a Pás-coa da mesa (dos discípulos) e a Páscoa do templo (dos sacerdotes). Ambos têm algo em comum, a Páscoa – A celebração do povo de Israel por conta da saída do Egito – mas têm também compre-ensões diferentes.

A Páscoa do Templo tem sacrifícios, tem comida em abundância. É sinônimo de alegria, de celebração. Há pessoas, a priori, consagradas por Deus para levar o povo à adoração e conduzir uma das festas mais importantes do povo de Israel, a Páscoa. Em outro cenário está Jesus e seus discípulos para comer a Páscoa em uma casa ao redor de uma mesa. Lucas coloca uma diferença peculiar aqui.

Há a Páscoa do Altar (sacer-dotes) e a Páscoa da mesa (discípulos). A Páscoa do Templo e a Páscoa da mesa há um contraste proposital colocado por Lucas – aliás, Lucas faz esse paralelo no capítulo um também, quando faz uma ponte entre o sacer-dote Zacarias, que recebe a visitação do Senhor (anjo) no Templo e duvida, e a moça camponesa (Maria) recebe a visitação do Senhor (anjo) em um casebre e aceita a mensa-gem. No capítulo 22, Lucas coloca a Páscoa do Templo (sacerdotes) com sua preo-cupação cerimonial, com sua santidade, com suas leis, seus sacrifícios. O Templo é um lugar onde os sacerdotes estão a serviço de Deus e a favor do povo, pelo menos deveria ser assim. Tudo isso é uma prerrogativa do Templo, da instituição. Está dentro da legalidade; está dentro da concepção teológica de Israel. Portanto, o Templo era o lugar (ou deveria ser) legíti-mo da celebração pascal.

Mas é no Templo que ocor-re a trama da traição em troca de dinheiro. Isso se dá porque o sistema religioso quando perde o seu propósito tenta eliminar qualquer ameaça a sua estrutura. A religião

quando institucionalizada, geralmente se preocupa em arrumar o altar, em preparar o sacrifício, mas também des-considera a vida, o ser huma-no quando pretende defender o sistema religioso. Em outras palavras, Lucas está dizendo: O Templo não serve mais para celebrar a Páscoa. Por outro lado ele está dizendo: não é mais um Templo, e sim uma casa; não é mais um altar e sim uma mesa; não é mais um sacrifício e sim um pão repartido; não são sacerdotes, mas sim irmãos.

É na mesa que os discípulos são testados; é na mesa que se descobre o traidor; somos testados na mesa, quando discutimos quem é o maior (vs. 24-27); na mesa só de-veria haver irmãos. Mateus e Marcos colocam essas pala-vras quando Jesus está indo para Jerusalém (Mt 20,25-28; Mc 10,42-45). Já Lucas colo-ca essas palavras na mesa, ou seja, na celebração da Páscoa.

Lucas está dizendo entre o altar e a mesa, a comuni-dade fica com a mesa; não é mais o sacrifício, agora é um pão; não são reis, agora são irmãos. Que tenhamos uma celebração da Páscoa em torno da mesa e não do altar.

Rogério Araújo (Rofa), escritor, jornalista e diácono da Igreja Batista Neves - São Gonçalo – RJ, colaborador de OJB

O que mais observa-mos por aí nestes dias em que se aproxima a Pás-

coa é a propaganda desen-freada de ovos de chocolate e de coelhinhos, sejam para comer ou de pelúcia. Mas será esse mesmo o sentido real da Páscoa ou seria ape-nas um apelo comercial em

Francisco Mancebo Reis, colaborador de OJB

Da incomparável glória, Jesus se despojou.Entrou, assim, na História e a vida nos doou.O Deus se fez humano a ao bem se dedicou.Ao mundo mau, profano, a vida ele doou.

Num serviço intenso, em nada se poupou.Como precioso incenso, a vida ele doou.Ovelhas sem pastor que o mundo desgarrouBuscou com grande amor e a vida ele doou.

Por fim, o seu suplício na cruz que suportou:Supremo sacrifício. A vida ele doou.Por nós ofertou a vida, por nós a retomou.Por ser Autor da vida, Jesus ressuscitou.

Louvemos ao Deus-Homem por essa doaçãoJamais por nós medida, tamanha ela é.Seu nome enalteçamos com ardor e fé.Acaso merecemos “Tão grande salvação”?

busca de lucro?Foi na “Festa da Páscoa”,

que já existia desde o Ve-lho Testamento, em um do-mingo, que Jesus Cristo res-suscitou como Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, para nos salvar. Ele morreu pelos nossos erros e sofreu por isso. Pagou com Seu sangue inocente a culpa de todos nós.

“Ora, havendo Jesus ressus-citado cedo no primeiro dia da semana, apareceu primei-ramente a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete

demônios”. (Mc 16.9). Ele voltou da morte para a vida unicamente pelos homens.

Assim, o sentido verdadeiro da Páscoa foi sendo modifica-do aos poucos, tirando Cristo e colocando coelhinhos e chocolates. Quase ninguém lembra mais o que é Páscoa devido a essas “modifica-ções”.

Cristo, o Cordeiro que mor-reu por você, que é a nossa Páscoa. Basta que o aceite-mos como Senhor e Salvador para que Ele entre em nosso coração.

Entre a mesa e o altar –

A Páscoa no Evangelho de

Lucas

Páscoa comercial

ou real?

Sublime doação

5o jornal batista – domingo, 27/03/16

6 o jornal batista – domingo, 27/03/16 reflexão

Leonardo César Inácio, membro da Igreja Batista Central do Rio da Prata - Campo Grande – RJ

“Pagar o pato” é uma expressão que significa q u e a l g u é m

arca com as consequências dos atos de outra pessoa. Ou seja, ocorre quando uma atitude nossa afeta o outro.

Gostaria de compartilhar com os amados leitores algo que Deus tem falado ao meu coração com relação ao con-texto citado acima. Será que existe alguém “pagando o pato” pelas atitudes relacio-nadas a nossa vida espiritual? Reflitamos.

A Bíblia diz o seguinte em Mateus: “Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescenta-das” (Mt 6.33). Jesus profere tais palavras em meio ao ensinamento sobre não an-darmos ansiosos em nosso dia a dia, pois a ansiedade evidencia falta de confiança e de fé que seremos agraciados caso busquemos ao Senhor

em primeiro lugar. Cristo chega a usar o exemplo do lírio, que não trabalha para se vestir, no entanto, nem mes-mo o rei Salomão vestiu-se com a beleza tal dos lírios.

É bem verdade que deve-mos perseguir nossos obje-tivos, ficar só esperando não dá. A fé nos chama à ação. Não confundamos as coi-sas. Não adianta querermos triunfar em uma prova sem estudarmos. Porém, qual-quer que seja nosso plano, Deus deve fazer parte dele, e devemos ter certeza de que não precisamos deixá-lO em segundo lugar para alcançar o objetivo.

Porém, o que temos visto em nossos dias é que se há a tal prova, por exemplo, é justamente o tempo de dedi-cação ao nosso Deus é que será “cortado”. A televisão e a internet dificilmente saem da nossa agenda para sobrar mais tempo para os estudos; já aquele tempinho de oração, de leitura da Bíblia, de parti-cipação em uma atividade da Igreja, aquele “cortamos” sem titubear. Aí fica a pergunta: “Quem pagou o pato”?

Manoel de Jesus The, pastor, colaborador de OJB

“Números” é o nome de um livro tão esquecido, e

tem tanto a ver com cada um de nós, servos e, ao mesmo tempo, filhos de Deus, que deveria ser lido e relido. O ensino é tão rico, que, lido no espírito de temor, antecipa a nós o retrato espiritual de cada cristão de nossos dias.

A mensagem de que aquele que não obedecer morrerá é muito séria e atual. Depois do todos os sinais que Deus

lhes dera, acusam a Moisés, e também a Deus, de ainda estarem no deserto. O único culpado de estarmos no de-serto, em termos espirituais, somos nós mesmos. Após Israel ser advertido do seu pecado, Deus dá instrução a Moisés, que envie Arão com o incensário no meio do povo, e dá o aviso: “A praga já começou”. Deus nunca deixa sua ira contra o pecado passar em branco.

O pecado nos cega a tal pon-to de não percebermos que somos pecadores. Os filhos de Israel confessam que não temiam a morte, pois afirmam:

Sendo bem sinceros com nossa consciência, normal-mente é isso que acontece. Infelizmente, sem generalizar, é claro, é o que temos visto. Quando o assunto é priorizar, nem sempre temos coloca-do Deus como a prioridade. Não deveria ser assim, amado leitor, pois Deus deve ser o centro da nossa vida, da nossa atenção, e não Aquele a arcar com as consequências da nos-sa “falta de tempo” - Ou seria “Má administração do nosso tempo?”. Como justificar não conseguirmos separar uma parte do nosso dia para busca ao Senhor? Aquele que nos criou e nos dá vida e tudo mais que necessitamos. Será que justamente Ele tem que “pagar o pato”?

A Bíblia diz que “Há tempo para todo o propósito debai-xo do céu (Ec 3.1). Sendo assim, haverá um tempo em que Deus nos pedirá contas sobre como conduzimos a vida que Ele nos deu. Às ve-zes, nos valemos de expres-sões como “Deus te aben-çoe” ou “Graças a Deus” para externar que acreditamos em Deus. Mas será que isso bas-

“Quem dera termos morrido!”, mas quando veio a praga, fo-ram tomados de terror! O que falamos a Deus e contra Deus é sempre uma hipocrisia.

A advertência de Moisés é um rico ensino a cada um de nós. Ele diz: “Se o Senhor se agradar de nós”. Se pudés-semos agradar ao Senhor, Ele não precisaria enviar Seu Filho. É profético o que ele fala. Jesus foi o único que o agradou. Ele tomou, como Arão, o incensário, e veio para nosso meio como inter-cessor. Ele ofereceu “sacrifí-cio de aroma suave”, como está escrito em Efésios 5.1;

ta? Não! Precisamos crer em Deus, e isso significa ir além. Significa descansar nEle e confiar em Sua vontade.

Significa aceitar e seguir a Sua Palavra, a Bíblia. E uma das muitas coisas que a Bíblia nos ensina é que devemos ter Jesus como nosso Senhor e Salvador. O que seria tê-lO como Senhor? Não seria en-tregar verdadeiramente nos-sas vidas em Suas mãos para sermos por Ele cuidados? Mas para isso precisamos ter fé nEle. Precisamos descansar e confiar em Sua provisão.

É tempo de deixarmos que Deus pare de “pagar o pato” pelas nossas escolhas. Um dia Ele pedirá contas de todos os nossos atos, de como usa-mos a vida que Ele nos deu. Não seria uma atitude sensata chamarmos a responsabili-dade para nós e, a partir daí, mudarmos nossa maneira de viver se ainda não o fizemos?

Vivemos em mundo de constante correria. Mas não podemos deixar que nossos muitos afazeres nos afastem do alvo correto: Jesus! Ele não pode “pagar o pato” pelas nossas decisões em termos de

jamais poderemos alcançar essa perfeição.

A queixa que Deus faz a Israel é a que ele pode fazer a nós, quando diz: “Apesar dos sinais”. Vendo a gravidade da situação, Moisés intercede por Israel. Que argumento ele apresenta. Só um ho-mem muito espiritual pode apresentar tal argumento. Ele demonstra preocupação pela Glória do Senhor. Somente um homem muito sábio, pie-doso, e ciente de quão mise-ricordioso é o Senhor poderia apresentar tal argumento.

O castigo até que foi suave. Arão, com seu incensário, an-

vida espiritual. Precisamos ter tempo para Jesus. É como li certa vez em um adesivo: “Não ter tempo para Deus é viver perdendo tempo”. Che-gará o momento em que cada um arcará com sua responsa-bilidade perante nosso Pai. Aí não haverá como passar para alguém as consequências de uma decisão nossa.

Não nos esqueçamos ja-mais: Deus é amor, é miseri-cordioso, e nos dá a chance de mudarmos a todo instante. Basta querermos. Basta, em oração, crendo, falar a Ele que desejamos ser novas cria-turas e, consequentemente, fazer e viver a Sua vontade para nós. Isso é confiar! Isso é fé! Isso é assumir a nossa responsabilidade e fazer a escolha correta.

Não deixemos Deus em segundo plano, não ande-mos ansiosos. Confiemos sim nEle, que nos ama, nos oferece de graça a vida eterna por meio de Seu Filho Jesus, e não merece “pagar o pato” por nossas escolhas equivo-cadas, ou seja, aquelas nas quais Ele não está presente.

Que o Senhor nos abençoe!

dou entre vivos e mortos, as-sim como Cristo andou neste mundo. Apesar dos sinais que fez, somente depois da ressurreição - A maior de to-das as manifestações da Gló-ria do Senhor - é que muitos creram. Aquela geração não entrou em Canaã, exceção feita a Josué e Calebe. Quem não vê a misericórdia e a gló-ria do Senhor, em Cristo, não entrará na Canaã Celestial. O livro de Números nos ensina que falta de fé é desprezo ao poder, e a misericórdia de Deus. Que seu rico ensino seja o alimento que tanto nossas almas precisam.

E aí, quem “paga o pato”?

Cuidando da glória

7o jornal batista – domingo, 27/03/16missões nacionais

Cumprindo o princí-pio de Compaixão e Graça da Visão de Igreja Multiplica-

dora, a Junta de Missões Na-cionais desenvolve o Projeto Novo Sorriso da Amazônia, que tem como finalidade implantar uma cultura de cuidado com a saúde bucal nas comunidades ribeirinhas.

O Projeto surgiu a partir da observação dos nossos mis-sionários e radicais que atuam na região. Eles notaram a pre-cariedade na saúde bucal das crianças, como, por exemplo, uma escova dental sendo usa-da por 14 pessoas da mesma família. Diante dessa situação, a gerência de Missões com a gerência de Ação Social da

Adriana Dias, missionária da JMN e diretora do IBC

Louvor, glórias e honra. Essa é a forma de des-crever o dia de cele-bração de aniversário

dos 80 anos do Instituto Batis-ta de Carolina (IBC). A progra-mação mostrou a grandeza do trabalho dos missionários que atuaram no Instituto Batista na cidade de Carolina.

Pela manhã realizamos uma Exposição com 80 anos de história do colégio: Fotos de diretores, professores, alunos e responsáveis foram expostos em um casarão da Junta que antes estava abandonado. O casarão se transformou em um grande centro histórico e surpreendeu e emocionou a muitos que se reconheceram como parte daquela história.

JMN, desenvolveram um pro-grama de educação, preven-ção e intervenção na saúde bucal das famílias ribeirinhas.

O Programa Novo Sorriso da Amazônia é desenvol-vido em quatro etapas: Ca-pacitação dos missionários por profissionais voluntários; orientação às famílias com palestras educativas e lúdi-cas; distribuição regularmen-te dos Kits para as famílias cadastradas no programa e a disponibilização de atendi-mentos odontológicos.

Alunos do Projeto Radical Amazônia terão as atividades como uma disciplina inserida na estrutura curricular do curso. Eles desenvolverão um plano de ação que será a

Durante a exposição, o Ins-tituto Batista de Carolina, foi presenteado com uma poesia escrita pelo escritor carolinen-se, João Falcão. A exposição foi encerrada com um almoço missionário que permitiu a co-munhão e angariou recursos para o IBC.

Na programação da noite, uma apoteose histórica que contou em 80 minutos, 80 anos de história. A apoteose foi narrada por professoras e alunos e teve a participação de todas as turmas que forma-ram coros falados, realizaram encenação de balé, cantaram o hino da escola e fizeram entrada de bandeiras. Um dos pontos marcantes dessa apote-ose foi a apresentação de um coro de 80 vozes que cantou a música “Jamais deixei o meu louvor” e representou a

próxima etapa do programa: Educar as Famílias. Os radi-cais Diago e Roni já estão ensinando às crianças, na comunidade de Mato Grosso. Na comunidade Moreira, no município de Codajás, o mis-sionário voluntário Gutem-berg e Raquel já colocaram o Projeto em prática, dando às famílias ribeirinhas a pers-pectiva de um novo sorriso.

Os dentistas André da Silva Matheus e Germana Ale-xandrino Matheus, da Igreja Batista no Jardim Odete, em Itaquaquecetuba - SP, no-meados como missionários voluntários da JMN, mobili-zarão os Batistas brasileiros nessa causa. Por meio de doação de Kits e profissionais

perseverança dos missioná-rios mesmo em meio às lutas. Em um segundo momento, o coro cantou um Medley de gratidão, exaltando a Deus.

A Palavra de Deus foi trazi-da pelo pastor Euzimar Nu-nes, presidente da Conven-ção Sul Maranhense. Vidas renderam-se ao Senhor.

Para finalizar o culto da noi-te, a Banda Promessas, da As-sembleia de Deus de Carolina nos abençoou com louvores que animaram a todos que

voluntários, as Igrejas Batistas poderão investir diretamente

alegremente celebraram os 80 anos do IBC.

Instituto Batista em Carolina é homenageado pela

Câmara de VereadoresO Instituto Batista Carolina

(IBC) recebeu uma homena-gem da Câmara de Vereado-res da cidade alusiva ao 80° aniversário da Instituição. Mantida pelos Batistas brasi-leiros e dirigido pela missio-nária da JMN, Adriana Dias, o IBC está localizado em Caro-

para que novos sorrisos nas-çam entre os ribeirinhos.

lina, no Maranhão, e oferece bolsas de estudo integrais e parciais para crianças caren-tes da região. Atualmente são atendidas 290 crianças no Ensino Fundamental.

Leia abaixo o texto do do-cumento emitido pela Câmara de Vereadores:

“Requeiro, ouvido o Ple-nário, na forma regimental, que esta Casa faça constar na Ata dos nossos trabalhos Legislativos um Voto de Fe-licitações ao INST (Instituto Batista de Carolina) por seu 80° aniversário de fundação. Esse Educandário por 80 anos vem dando sua contribuição para a educação carolinense, dentro de valores éticos e mo-rais dos mais altos padrões”.

Palácio Vereador “Celecino Carlos Pereira”,

08 de março de 2016.

Quanto vale um sorriso?Projeto da JMN promove saúde bucal às crianças ribeirinhas

Voluntários atendendo ribeirinhos

Crianças ribeirinhas com o kit de higiene bucal

Instituto Batista Carolina celebra 80 anos de existência

Criança ribeirinha escovando os dentes

Apresentação do Ballet Equipe de funcionários da IBC

8 o jornal batista – domingo, 27/03/16 notícias do brasil batista

Westh Ney Rodrigues Luz, professora da FABAT/ STBSB - Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, assessora da comissão executiva da AMBB, relatora da comissão de Assuntos, Base Bíblica e Organização do HCC e membro da Igreja Batista Itacuruçá - RJ

“O Cântico reflete a fé, as tradições, os valores, as pre-ferências, as doutrinas, os rumos e a espiritualidade de cada um de nós. Nosso cântico reflete quem somos e onde estamos, na peregri-nação cristã”. (Joan Sutton, 1991)

Joan Riffey Sutton Houston (26/07/1930 - 05/03/2016) Nasceu em Louisville, KY,

EUA e em 1935 veio para o Brasil (com 05 anos) acom-panhando os pais, que foram designados como missioná-rios da Junta de Richmond - John e Esther Rifley -, e que serviram em oito estados do Brasil. Seu pai foi diretor do Curso por Extensão do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, de 1938 a 1954. Sua mãe, dona Esther, além do trabalho na Igreja local no Rio de Janeiro, foi também autora e composito-ra para crianças trabalhando no Curso de Obreiras (mais tarde IBER, hoje CIEM). Estu-dou nos Colégios Batistas de Belo Horizonte e do Rio de Janeiro até o 2º grau, voltan-do para os EUA para estudar licenciatura em Violino e ba-charel em Letras e Literatura inglesa e francesa na Baylor University e mestrado em Música Sacra no Seminário Teológico Batista do Sul dos EUA.

Viúva bem jovem - com apenas um mês de casada com Stanley Johnson -, co-nheceu no curso de mestrado em Música Sacra o doce e amado professor John Boyd

Sutton (já nos braços do Pai) com quem ficou casada por 53 anos. Em 1959 volta para nosso país como missionária, após três anos de trabalho com seu esposo na Carolina do Norte (Hendersonville). Filha de missionários, cria-da nas cercanias do STBSB, volta, em 1961, para lecio-nar música no STBSB e, em 1963, junto com seu esposo, iniciam o Curso de Música Sacra do Seminário do Sul. John Edwin (1954), Laura (1957) e Cecília (1960, nas-cida no Brasil), são os três filhos amados deste casal de músicos/professores/missio-nários.

Edith Mulhond, no livro Notas Históricas do HCC (pág. 36) escreve: “Bem cedo revelou o seu talento musi-cal. Desde os seis anos es-tudou piano, adicionando, depois, o violino. Em seu ser-mão oficial no VI Congresso Nacional da Associação dos Músicos Batistas do Brasil, realizado em Fortaleza, CE, dona Joana recordou a sua formação espiritual e musi-cal. Realçou as suas experiên-cias nos corais da sua Igreja e escola, as capelas, os cultos, os orfeões. Sobretudo, ela se lembrou dos hinos, que ajudaram a formar esta líder que mais tarde teria forte influência na música sacra brasileira”.

Após 20 anos abençoa-dos no STBSB, em 1983, seguiu para outro campo missionário no Sul do Brasil, onde professor Boyd dirigiu o departamento de Música da Convenção Batista do Rio Grande do Sul. Lá, professora Joana continuou sua produ-ção musical como tradutora e assessora de Música da JUERP.

Muito cooperou com a As-sociação de Músicos Batistas do Brasil (AMBB) e, em 1987, foi designada pela Conven-ção Batista Brasileira (CBB) como a coordenadora do

Projeto HCC – que não era só mais um hinário, mas um projeto com cinco volumes para o auxílio às Igrejas Ba-tistas brasileiras, para apoio e uso no Culto Cristão: Um Hi-nário com harmonização em vozes SCTB; um com cifras para violão; um sem música e só com letra grandes; um facilitado com 80 hinos do HCC e com Notas Históri-cas sobre todos os hinos do HCC (autores, compositores, tradutores e arranjadores). Conviver com ela nas mesas lotadas de Hinários de diver-sos países e denominações, manuscritos, rascunhos, com sua disciplina, fé, perseveran-ça e metodologia de trabalho foi uma pós-graduação para todos da Comissão do Pro-jeto HCC. Nós, seus alunos (ex), sentíamos grande orgu-lho de sentar com a mestra em volta da mesa de traba-lho. Como aprendemos! Em Janeiro de 1991, entregou à denominação Batista brasi-leira (CBB) o Hinário para o Culto Cristão, sendo oradora oficial nesta mesma Assem-bleia (72º) sobre “Adoração, Oração e Ação”.

Em outubro de 1992, o amado casal missionário, nossos professores da déca-da de 70 e 80 (para quem estudou no STBSB), após tra-balhar, servindo durante 33 anos no Brasil, voltou à sua terra natal, onde em 1993, o professor Boyd assumiu o Ministério de Música da Igre-ja Batista de Shaw Creek. Lá em Hendersonville, Carolina do Norte, EUA continuaram a exercer com dignidade o que sempre fizeram neste nosso país – Servir. Após grande enfermidade, o Senhor Deus chamou para si, para seus braços nosso amado profes-sor Boyd.

Joan Sutton – compositora/autora – e tradutora (músicas para coros e para o ensino de Canto) tem sido conside-rada por muitos estudiosos

como dona de um vasto e importante patrimônio mu-sical sacro no Brasil (E isto é comprovado no material que doou para a mesma Univer-sidade que estudou, a Baylor University). Com todo seu material, - usado, criado e ensinado no Curso de Música do Seminário do Sul, no Rio de Janeiro – estão os ma-nuscritos pessoais, partituras (arranjos musicais e compo-sição), cantatas, papéis com anotações de aulas, materiais de ensino, coleções e outros itens por ela doado, foi en-tão criado na Biblioteca da Universidade a Coleção de Música Sacra Brasileira. Esta homenagem que a Baylor University fez, nos EUA, foi no dia 28 de outubro de 2010, e na ocasião do jantar solene, o ex-missionário e pioneiro na Música Sacra no Brasil, – Bill Icther – fez um discurso em homenagem à dona Joana, falando do Brasil. Perguntou Bill para dona Joana quanto tempo poderia dispor para falar, e ela respondeu: “No máximo 5 minutos”. Impossível isto, mas esta era a professora Joan - simples, humilde, direta e clara.

Dona Joana, como nós brasileiros a chamavam, era perfeita como tradutora - seu excelente dom -, e de uma simplicidade na escrita im-pressionante, além do seu conhecimento, bem, acho que por isto mesmo era as-sim. O interessante na vida da professora é que não guar-dava para si o que sabia, mas prodigamente repartia. Ela traduziu grandes obras como “O Messias”, de Handel; “Elias e Cristus”, de Mendels-sohn; “Réquiem”, de Brahms; “As Sete Últimas Palavras de Cristo na Cruz”, de Dubois; “Glória”, de Poulenc e “Ora-tório de Natal”, de Bach (1º cantata). Sua obra hinológica é vasta e está registrada em alguns hinários e também de forma avulsa.

Traduziu as cantatas de Na-tal - “Eis! A estrela” (Graham) e “Um menino nos nasceu” (Williams); de Páscoa - “Pela

manhã vem a alegria” (Dan-ner); Missionárias - “Maior amor” e “Eu Vos Envio” (Pe-terson) e “Testemunho” (Rey-nolds). Também cantata para adolescentes e jovens - “Es-cuta outra vez” (Burroughs) e “Boas novas” (Oldenburg). Celebração de Buryl Red fez um sucesso nos anos 70 como um dos primeiros mu-sicais feitos pelo país. Elas são dos anos 70 e foram pu-blicadas pela JUERP.

No HCC temos 52 contri-buições entre poesias, metri-ficação, músicas e traduções (33). “E Habitou entre nós” (SCTB) e “Presente de Natal” (infantil) são duas cantatas publicadas pela JUERP. A “Trilogia da Vida”, dedicada ao Coro Jovem de Itacuru-çá (Igreja Batista no Rio de Janeiro) não foi publicada e entreguei os manuscritos que tinha em meus arquivos quando da homenagem em Baylor. Além da música vo-cal (coro, solo), ela escreveu para violino e piano. Aliás, na Coleção de Música Sacra Brasileira, em Baylor Uni-versity, inaugurada por ela, estão todas as suas obras que valem uma busca minuciosa para registrarmos aqui no Brasil, para conhecimento dos alunos de hinologia.

No curso de Música, do Seminário do Sul, ela foi a nossa querida professora de coros graduados, hinologia, contraponto, harmonia, com-posição, arranjo, tradução,

Joan Larie Sutton - A hinista e mestra de todos nós, os músicos brasileiros!

9o jornal batista – domingo, 27/03/16notícias do brasil batista

forma e análise, violino, pia-no, órgão e foi também uma conselheira, uma mentora de quase todos que estão espalhados por este país na Educação e no Ministério de música. Muito dela está nos nossos corações, marcas em cada um que teve o pri-vilégio de estudar com ela. Sempre muito exigente, mas também muito competente. Os que não estudaram com ela receberam dos que tive-ram este privilégio, o jeito firme de encarar a Obra de Deus, o desejo de fazer um trabalho, bem feito e corre-to, a amabilidade, o sorriso suave, o esmero em procurar a excelência em tudo. Uma americana de alma brasileira.

Gostaria de lembrar um hino (480 HCC) de protesto que fez em 1965 – “Seguir a Cristo não é sacrifício” – no

primeiro período de férias nos EUA. Presente em grande assembleia ficava triste quan-do alguém ao abraçá-la dizia do sacrifício que sua família estava fazendo no campo missionário, e em resposta, então, ela compôs este hino em inglês e que foi traduzido em 1966. Foi o seu primeiro hino a ser publicado, en-trando na Coletânea “Vinde, Cantai” (1980). Foi também o hino oficial da União Femini-na Batista do Brasil em 1985. Diz ela: “Este hino expressa bem como sinto a chamada e a bênção suprema de obede-cer a Deus. Gosto muito do estribilho”.

Não nos promete honras nem riquezas,mas ele diz: Convosco eu estarei.Seguir a Cristo não é sa-crifício,

é triunfar com Deus, é ser feliz. (estrib. do Hino 480)

Joan Sutton deixa entre nós a sua linda prole, sua especial família: Três filhos - John Edwin, Laura e Cecí-lia. Cinco netos, filhos do John Edwin: Leslie Sutton Lewis, Lora Lynn Sutton, John Ryan Sutton, Matthew William Sutton; e Samantha Lee Anne Floyd, filha da Lau-ra. Deixa também dez bisne-tos: Alexis e Marcus Allison, Shelby, Peyton, e Annalynn Lewis, Madison, James, e William McSwain, e Ava e Grabriella Sutton. Em julho de 2013, aos 82 anos, casou com Reagan (Rick) Houston, e com este vieram também: Uma filha Lynn Houston Baskett, duas netas: Heather e Holly Baskett; e um bisne-to: Jameson Baskett.

Até 2014, dona Joana (nós sempre a chamávamos assim) foi membro ativo dos Joy Sin-gers – Cantores da Alegria - em Carolina Village, atuando na Capelania do Hospital e no Coro de Hendersonville. Seu filho John (Jes) Sutton escreveu: “...A vida dela é um exemplo do verdadeiro ministério de encorajamento. Ela tocou a vida de sua famí-lia, seus alunos, e amigos de uma tal forma que a influên-cia dela vive através deles. A Deus seja a glória!”.

Os cultos em Ação de Gra-ças por sua vida foram rea-lizados no dia 11/03/16 na Providence Baptist Chur-ch, Hendersonville e no dia 12/03/16 em Carolina Village, Hendersonville onde viveu por alguns anos e ser-viu ajudando e cantando no coro.

Gostaria que as gerações de hoje ou vindouras a tives-sem conhecido, e por isso não quero perder a oportu-nidade de escrever e deixar registrada a minha gratidão e de tantos irmãos que con-viveram com ela e que ainda hoje cantam seus hinos ou arranjos.

Ao Senhor seja a Glória e a honra por sua vida preciosa!

Referências:MULHOLLAND, Edi th

Brock. Notas históricas do Hinário para o Culto Cris-tão (HCC): Rio de Janeiro: JUERP, 2001

Hinário para o Culto Cris-tão. Rio de Janeiro: JUERP, 1991 p.vii (apresentação)

Dados fornecidos pelos fi-lhos John Sutton (Jes) e Laura Sutton Floyd e amigo Bill Icther.

Joan Larie Sutton - A hinista e mestra de todos nós, os músicos brasileiros!

“Gostaria de destacar lembranças das aulas de Harmonia e Contraponto, ou as aulas de Hinologia ou, principalmente, a orientação que ela nos dava em sua casa, quando levava os alunos do último ano para fazer traduções de músicas para uso de nossos coros e congregações. Falar de dona Joana é lembrar de sua garra e determinação em relação a qualidade e excelência que devemos ter no trabalho em nossas Igre-jas. É também falar na postura e elegância de uma grande mulher. Ela é um exemplo!” - Marilene Coelho, ex-aluna do STBSB e regente do Coro Novo Canto, da Igreja Batista Itacuruçá – RJ.

Depoimentos sobre Joan Sutton:

“...Fui aluna desta doce e gran-de mulher, Joan Sutton, nos anos 70, e pude traduzir muitos temas e letras de hinos do espanhol para o português (a seu pedido) e nem sabia que Deus iria um dia me chamar para ser missio-nária na Argentina, e isto me ajudou muito. (...) Tive a honra de ser sua aluna de Composição e aprendi muito. E uma das coisas que tenho bem nítido em minha memória foi quando me convidou para tomar um chá em sua casa ao saber que ao sair do Seminário eu iria me casar com o Eli, e me deu conselhos de como ser uma esposa amável e também como ser uma esposa de pastor que agrada a Deus. Que privilégio! Jamais esqueci esta atitude e muito contribuiu para minha vida matrimonial e de ministério. Fui aluna do seu amado esposo professor Boyd Sutton (de canto) e ainda posso ver seu rosto amável me ensi-nando com carinho (...) sinto-me gratificada ter conhecido esse casal maravilhoso”. - MM Ma-ria Cristina Correia, organista servindo em São Paulo.

“Dona Joana era muito simples. Tratava a todos com a mesma atenção, sem distinção de classe social. Era uma líder competente em todas as áreas em que atuava. Na Igreja, além de musicista (pianista, violinista e participante de corais), foi uma das melhores professoras de EBD que já tive (...) Era uma mulher de oração e sempre se preocupava com os membros doentes ou faltosos, indo visitá-los sempre que possível. Por sua influência, escrevi uma tese de doutorado sobre hinologia. Dona Joana gostava ainda de contribuir para a sociedade e, durante alguns anos, atuou como “spalla” (primeiro violino) da orquestra da PUC de Porto Alegre, trabalho esse completamente voluntário. Em 1992, quando o casal se aposentou e voltou para os EUA, nós, no Rio Grande do Sul, ficamos órfãos. O casal Sutton deixou marcas profundas de um trabalho muito responsável e competente por todo o estado. (...) Em 2014 falei ao telefone com dona Joana e ela me disse que pensava muito em nós aqui do Brasil, “Mais do que imaginávamos’”. Sou grata a Deus por tê-la conhecido. Sem dúvida alguma, dona Joana fez a história da música dos Batistas e evangélicos no Brasil ser elevada a um patamar memorável. Seremos eternamente devedores à obra dela em solo brasileiro”. - Doutora Denise Cordeiro de Souza Frederico, membro na Comissão do HCC.

“Dona Joana é uma pessoa de múltiplos talentos e, somada à fantástica experiência de tê-la como professora em diversas matérias, pude acompanhar de perto seu trabalho no Centro de Traduções do Curso de Música Sacra do STBSB, hoje inativo. Preocupada com a proliferação de diferentes tradu-ções para o mesmo hino e na falta de registro dos diversos trabalhos de tradução que eram produzidos nos Cursos de Música Sacra do Brasil, organizou o Centro de Traduções para servir como um acervo e referencial que ajudasse aos cursos dos outros seminários, bem como aos missionários e musicistas do Brasil e também do exterior. Esse acervo serviu, por muito tempo, como fonte para as publicações da JUERP na área da música, como centro de pesquisa e consulta de comissões de hinários de diferentes denominações. Ainda hoje podemos encontrar obras traduzidas que nunca foram publicadas por qualquer editora, mas que alguns ministros de música tiveram a oportunidade de conhecer e ensaiar seus coros”. - Professora Leila Gusmão, membro na subcomissão de textos do HCC e membro da Igreja Batista Itacuruçá – RJ.

“O Departamento de Música da JUERP, muito deve a esta irmã pela sua valiosa colaboração em muitas publicações. Ela foi a coordenadora da comissão que preparou o “Hinário para o Culto Cristão” e este hinário apresenta 52 contribui-ções dela: Oito letras, uma metrificação, 36 traduções, e sete músicas”. - Bill Ichter, missionário pioneiro na área musical no Brasil.

“Quando precisei parar o STBSB, faltando apenas um ano para a formatura (estava grávida de meu primeiro filho), dona Joana ficou triste, preocupada e, olhando nos meus olhos, disse: ‘Tenho medo que você não volte. Você não vai voltar’. Essa palavra ficou ecoando nos meus ouvidos e, após quatro anos, com os dois filhos já no maternal, vol-tei e foram momentos maravilhosos com essa educadora que olhava para nós como pessoas inteiras, totais. Tive o privilégio de caminhar mais tempo com a dona Joana após minha formatura quando participei da construção do grande Projeto do HCC durante alguns anos. Ela confiou em mim e me convidou para trabalhar como relatora da Comissão do HCC de assuntos, índices, bases bíblicas e organização. Foi meu maior prêmio esta convocação”. - Professora Westh Ney R. Luz, do STBSB/FABAT, relatora da subcomissão de Assuntos, Base Bíblica e Organização do HCC e membro da Igreja Batista Itacuruçá - RJ.

“A tristeza é inevitável, afinal é próprio da nossa humanidade sentir fundo a partida dos queridos. Mas o legado de dona Joana, não só o literário, mas também o emocional e, so-bretudo, o espiritual ajuda a pensar que este é um momento de glória para aquela que foi recebida pelo Senhor de braços abertos. (...) Quando vim para o Seminário com 17 anos, dona Joana praticamente me adotou. Ela e Boyd me chamaram para trabalhar com eles às tardes. Ao corrigir o português das traduções dela, mal sabia que tudo fazia parte do plano de Deus para a minha vida. Por isso e, só por isso, anos depois, quando a denominação deu a ela a tarefa de coordenar a produção do HCC, ela se lembrou de chamar seu antigo secretário para compor o grupo. Como aprendi com ela. Conselheira de primeira, ajudou--me a saltar as barras pesadas que a vida jogou na minha estrada. (...) Confiava em mim. Recomendou-me depois como professor de português para os missionários que vinham para o Rio. Difícil resumir em poucas linhas mais de 40 anos de impacto recebido por essa vida preciosa. Como disse David Hodges, outro ex-missionário que integrou com muita compe-tência a Comissão do HCC, ‘Ela estava preparada para nos deixar, mas nós não estávamos preparados para ficar sem ela’. Que o Senhor abençoe a memória dela entre nós!”. - João Soares Fonseca, pastor da Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro e membro da Subco-missão de textos do HCC).

10 o jornal batista – domingo, 27/03/16

11o jornal batista – domingo, 27/03/16missões mundiais

Willy Rangel – Redação de Missões Mundiais

Todos os anos, Igrejas de norte a sul do Bra-sil se unem para orar e ofertar em favor de

Missões Mundiais, e este ano, em especial, a tarefa de levar esperança às nações está mobilizando cada vez mais gente para atender a esse chamado de Deus.

Seja na abertura da Cam-panha “Leve Esperança”, na realização de eventos para levantamento de oferta, e até no envolvimento de colabo-radores da sede da JMM, no Rio de Janeiro, na promoção missionária em suas Igrejas, a constatação é uma só: Todos estão unidos para cumprir a Grande Comissão.

A Igreja Batista em Cotia - SP realizou a abertura da campanha de Missões Mun-diais no dia 06 de março.

“Nossas crianças tiveram participação com o cântico infantil, ‘Leve Esperança a Todos’, e toda a Igreja com o hino oficial”, conta Marcio Fuji, da IB Cotia. “Hoje já adotamos missionários em Moçambique, Chile e Filipi-nas. Assim, podemos colabo-rar com uma pequena parte e levar esperança”, acrescenta.

No Norte do Brasil, a ju-ventude da Igreja Batista Central de Macapá - AP realizou a primeira Noite Missionária Jovem, evento realizado no sábado, 05 de março, e que, segundo nos informou Aline Ramos, teve como objetivo despertar a Igreja para as grandes coisas que o Senhor tem feito por meio de Missões Mundiais através de apoio em oração, oferta e mobilização.

De acordo com Aline Ra-mos, foi uma imersão total no universo de Missões Mun-diais, com apresentação de materiais das campanhas da JMM desde 2010, leitura de cartas e oração pelos missio-nários, além da presença da

missionária Larissa Borges, atuante na África e que neste mês está no Brasil em perío-do de promoção e mobiliza-ção de Igrejas.

Larissa compartilhou seu testemunho de chamado, experiências transculturais, além de responder a pergun-tas dos jovens amapaenses.

A Primeira Igreja Batista de Sirinhaém - PE realizou um acampamento no qual enfatizou a Campanha Leve Esperança em um dos cultos.

“Passamos um pouco do trabalho de Missões Mun-diais, louvamos, oramos pe-los missionários que estão no campo, passamos as difi-culdades que eles sentem e incentivamos a igreja a orar e contribuir”, informa Euze Sueide França Santana, da PIB Sirinhaém.

A igreja sofredora foi lem-brada pela Primeira Igreja Batista em Itanhém - BA, no domingo, 13 de março, Dia de Oração por Missões Mundiais.

“Foi celebrado um culto nesse sentido, com orações, hinos, leitura bíblica, louvor, pregação e uma coreogra-fia”, conta Islândia Oliveira. “Cada irmã se vestiu com roupas típicas de um país di-ferente onde os desafios para nossos irmãos missionários são grandes”, acrescenta.

A Missão Batista de Jateí - MS fez a abertura da Cam-panha Leve Esperança com uma conferência missionária, segundo informa Josiane Ro-drigues Vieira Mota.

“Montamos barracas típi-cas. Foi uma bênção e vamos fazer mais eventos para ala-vancar a Campanha. Deus é fiel”, diz Josiane.

Mobilização voluntáriaOs colaboradores da sede

de Missões Mundiais tam-bém estão em ação mobili-zando suas Igrejas de forma espontânea. Eles falam com propriedade sobre projetos e missionários, uma vez que

“respiram” missões em seu dia a dia. Um exemplo é Ma-theus Vieira, que nos dias 12 e 13 de março ajudou a ju-ventude a promover um bazar missionário na Igreja Batista Betel em Mesquita - RJ.

“Foi com o objetivo de levantar uma oferta para o projeto Meninas da Índia, adotada pela classe de jo-vens. Através das doações realizadas por membros da Igreja, o bazar começou às 09h de sábado indo até 17h e se estendendo no domingo após os cultos”, conta Ma-theus. “Em um estande, as pessoas fizeram adoções de projetos e missionários, além de saber mais sobre a JMM”, completa.

Na Igreja Batista Memorial da Tijuca, no Rio de Janeiro - RJ, a colaboradora Julia-na Gonçalves falou sobre a importância das ofertas, enfatizando a confiança do trabalho que tem sido reali-zado e a participação ativa dos membros em se infor-mar e orar por missões. Julia-na também falou durante o acampamento de promotores de missões realizado em Rio Bonito – RJ, em fevereiro.

O colaborador Edgard Araújo, da Primeira Igreja Batista de Irajá, no Rio de Janeiro - RJ ajudou a mon-tar um estande de Missões Mundiais no domingo, 13 de março. E a esposa também o ajudou; ao final, eles auxi-liaram membros a enviarem ofertas para a JMM e outros no compromisso de ajudar a manter missionários e pro-jetos através do Programa de Adoção Missionária (PAM).

E como sua Igreja está cum-prindo a missão de levar es-perança às nações? Conte para a gente! Envie a foto ou vídeo da sua Igreja acompa-nhado de um breve relato para [email protected]. Confira também o álbum com fotos de outras Igrejas em www.facebook.com/mis-soesmundiais.

Igrejas unidas para levar esperança

12 o jornal batista – domingo, 27/03/16 notícias do brasil batista

Reinaldo Amorim, pastor da Igreja Batista Novo Prado, em Itamaraju-BA

A Igreja Batista Novo Prado, em Itama-raju-BA, realizou no sábado, dia 27

de fevereiro deste ano, nas ruas da cidade, um evange-lismo criativo. Levamos para as ruas placas imitando as de trânsito com mensagens, faixa e folhetos com a men-sagem da salvação.

Nosso alvo neste evangelis-

Erika Travassos, coordenadora de Comunicação da CBPE

No local funcionam um auditório para 120 pessoas, estúdio de rádio, ambiente

para reunião, redação jornalística e, em breve, um estúdio de TV.

A Convenção Batista de Per-nambuco (CBPE), cumprindo com a missão de expandir o Reino de Deus, tem avançado em seus projetos para a procla-mação do Evangelho de Cristo. Um bom exemplo disso foi a ampliação do edifício sede, no bairro da Boa Vista, no Recife.

Para oficializar a entrega, uma solenidade foi realizada em 30 de outubro de 2015, com a presença de pastores, líderes, seminaristas, membros organizacionais, familiares e

mo eram os motoristas, tanto da BR 101, que passa pela nossa cidade, como aqueles que estavam dirigindo dentro do local naquele dia. Apro-veitamos para falar do amor de Jesus para os pedestres da cidade também. Ficamos nas ruas e fomos para uma das praças mais movimentadas da cidade. Muitas pessoas receberam a palavra com coração aberto, elogiaram a iniciativa e levaram consigo os folhetos especialmente fei-tos para aquele evangelismo.

amigos, com destaques para a diretoria da CBPE, na pessoa do seu presidente, pastor Ema-nuel Alírio de Araújo; pastor Baruch da Silva Bento - presi-dente Emérito; a homenageada – professora Daisy Santos Cor-reia de Oliveira; pastor Van-derlei Marins – presidente da Convenção Batista Brasileira (CBB); pastor Adriano Borges – Junta de Missões Nacionais; e representantes das Instituições: Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil, Seminário de Educação Cristã e Colégio Americano Batista. A solenida-de foi dirigida pelo secretário Geral da CBPE, pastor João Marcos Florentino.

Sobre a ampliação do Edifício Batista

A obra teve início na gestão do pastor Ney Silva Ladeia,

Para as pessoas que partici-param daquela ação evange-lística ficou a experiência e o sentimento de dever cum-prido. Foram momentos mar-cados não só pelo trabalho de levar a Palavra de Deus, mas também pela diversão e comunhão uns com os outros que tivemos naquelas horas trabalhadas de forma direta para Jesus.

O Ide de Cristo em Mateus 28.19-20 precisa ser cum-prido, necessita ser realiza-do emergencialmente, não

sendo finalizada com o pastor Emanuel Alírio de Araújo. O edifício agora oferece melhores condições de desenvolvimento do trabalho e de acomodações.

Destaque para o auditório Daisy Santos Correia de Oli-veira, com capacidade para cerca de 120 pessoas. O local é pensado para a realização de cursos e conferências, para que Igrejas de todo o estado possam ter acesso a uma edu-cação cristã fiel e atualizada; e ainda as assembleias do conselho Geral da CBPE.

O prédio segue regras de acessibilidade. O espaço tam-bém foi pensado para viabi-lizar a produção dos meios

apenas nas regiões remotas de nosso país, mas também nas regiões onde cada Igreja está inserida. Não podemos afirmar que nossa cidade já está conquistada para Jesus só porque existem muitas Igrejas espalhadas pelas ruas do local, é preciso ainda tra-balhar, pois a corrupção está presente, as drogas conti-nuam viciando muitos, o álcool está destruindo muitas famílias e muitos outros pro-blemas sociais estão vivos, e só a Palavra de Cristo e seu

de comunicação. No local funciona um moderno estúdio de rádio, onde é gravado o programa “Voz Batista de Per-nambuco”. Para a produção audiovisual, um novo estúdio deve ser montado em breve. No espaço, uma redação tam-bém funciona para a produção do Jornal impresso “O Batista Pernambucano” e o geren-ciamento das redes sociais. A meta é fazer uma comuni-cação eficiente, utilizando as mais variadas mídias.

“Visando atender as macrodi-retrizes do planejamento estra-tégico 2011-2015, a Conven-ção decidiu ampliar a sua sede do Edifício Batista de Pernam-

Espírito conseguem derrubar todas essas correntes que prendem os homens no pe-cado. Por isso, não podemos esmorecer na tarefa de espa-lhar a Mensagem de Cristo. Não podemos paralisar fren-te as dificuldades do nosso tempo. Precisamos avançar e conquistar cada vez mais vidas para Jesus no bairro e na cidade onde as Igrejas estão fincadas. Avancemos então! Porque Jesus nos fez pescadores de homens, como diz o texto de Marcos1.17.

buco criando um espaço para capacitações e comunicação”, explica pastor João Marcos Florentino. “O objetivo final é melhorar e ampliar a integração entre a igreja, a Convenção e a sociedade, através dos meios de comunicação. E também, servindo as Igrejas dando a elas equipamentos e espaço, para que elas mesmas possam desenvolver a comunicação nas suas igrejas, usando os es-túdios e serviço que está sendo oferecido”, finaliza o secretário Geral.

A sede da Convenção Batis-ta de Pernambuco localiza-se na Rua Dom Bosco, 1308 - Boa Vista - Recife – PE.

Igreja Batista Novo Prado-BA realiza evangelismo nas ruas da cidade

Convenção de Pernambuco amplia sede e comunicação é priorizada

Fotos: Francisco Bonato e Acom/CBPE

13o jornal batista – domingo, 27/03/16ponto de vista

Ângela Ávila, ministério de Comunicação SIBBP

Tudo começou quan-do fo i d ivulgado pela TV que Barra do Piraí, no Rio de

Janeiro, está entre os mu-nicípios que tem um dos maiores índices de lares des-feitos, ou seja, a cada 10 casamentos, 05 terminam em separação, 50%, índice que preocupa os líderes re-ligiosos local.

Em uma tentativa de des-pertar a população para a seriedade do problema, pas-

Estevão Júlio, membro da Primeira Igreja Batista em Nova Aurora - RJ

Nos dias 27 e 28 de fevereiro, a Primeira Igreja Batista em Nova

Aurora - RJ comemorou o seu 65° aniversário. Organizada em 25 de fevereiro de 1951 é também a primeira Igreja cristã consolidada no bairro.

Toda a Igreja participou efetivamente da programação: Ministérios de louvor, coros feminino e masculino, minis-tério infantil, entre outros. A alegria estava estampada no rosto de cada um em partici-par de um momento tão sig-nificativo na história da Igreja.

Um momento muito espe-cial foi a palavra dada pelo diácono Benedito Brás, um dos membros fundadores da Igreja. Ele falou, com saudo-sismo, da sua juventude na mesma, a dificuldade para ir aos cultos, devido às péssi-mas condições das estradas e dos amigos que já dormem no Senhor.

Os preletores convidados foram o pastor Alexandre e a pastora Gleice, ambos da

tores e autoridades se uni-ram para alertar as famílias e, como em um só brado, levá-las à reflexão, por isso, toda a programação foi vol-tada para o tema, “Família eu Acredito”.

Como acontece todo ano, no dia 10 de março, há uma festa na cidade de Barra do Piraí - RJ, pois nessa data comemora-se o aniversário do município, e como parte dos festejos, a família tem sido lembrada.

Em 2012 aconteceu a pri-meira e, a partir de então, esse evento passou a fazer

Primeira Igreja Batista em Magé - RJ. Segundo o pas-tor, vivemos em um tempo “esquisito”, mas de oportu-nidade para a propagação do Evangelho. “Ir pra rua, evangelizar, ser resposta pra esta geração. Mesmo que as pessoas não queiram ouvir, temos que pregar. Enquanto estivermos aqui, Deus quer nos usar”, afirmou o pastor.

Em tempo de festa, ele tam-

parte do calendário oficial de Barra do Piraí, que esse ano completou 126 anos e, no segundo domingo, dia 13 de março, aconteceu a celebração.

A caminhada que tem como tema “Família eu acre-dito” é organizada pela co-missão de pastores de várias Igrejas evangélicas de Barra do Piraí e conta com a par-ticipação inúmeras pessoas, que entendem que família é ideia de Deus e buscam atra-vés de Jesus Cristo resgatar os princípios básicos desta instituição.

bém ressaltou a importância de lembrar-se de tudo o que aconteceu ao longo destes 65 anos. “É tempo de lembrar-mos o que Deus fez em nós e por nós. Refletir sobre a vida e sobre a caminhada”.

“O que é o Reino? De quem é o Reino?” Essas fo-ram as perguntas feitas pela pastora Gleice em sua pala-vra. Um dos textos usados para respondê-las foi o Salmo

A concentração foi no Lar-go da Feira, seguindo para a Praça Nilo Peçanha, onde louvores foram entoados ao Senhor com a participação do coral da Segunda Igreja Batista em Barra do Piraí - RJ e a orquestra da Igreja As-sembleia de Deus, seguido da meditação na Palavra de Deus, culminando com a participação do Ministério Sarando a Terra Ferida.

O pregador, pastor Marcos Batista, presidente da So-ciedade Bíblica do Brasil, a quem Deus usou trouxe uma mensagem poderosa baseada

145.13: “O Teu reino é um reino eterno; o Teu domínio dura por todas as gerações”.

No domingo pela manhã, a Igreja ofereceu um café da manhã para os seus membros, como uma singela homena-gem. Cada um deles contribuiu de maneira significativa para a história da Igreja até aqui.

Você deve estar se per-guntando: Ainda há o que fazer depois após 65 anos? A

no livro de Êxodo, onde rela-ta a luta de Joquebede para preservar a vida de seu filho Moisés, sendo ouvido por uma verdadeira multidão, que independente do grupo religioso ao qual pertence, saiu às ruas vestindo a camisa dizendo a uma só voz que família é plano de Deus.

O que aprendemos e vi-vemos nesse encontro é que hoje mais do que nunca te-mos que clamar ao Senhor pelas famílias de nossa cida-de, nosso estado, enfim, que Deus olhe pelas famílias do nosso país.

resposta é: Sim! Deus chama uma Igreja de servos, pes-soas transformadas e com atitude. Ao longo de sua história, a PIB em Nova Au-rora formou diversos pasto-res, educadores religiosos e ministros de música. Muitas vidas foram transformadas nesta casa de oração. A mis-são continua. O poder do Reino de Deus continuará nos transformando.

V Caminhada da Família é realizada em Barra do Piraí - RJ

PIB em Nova Aurora – RJ: 65 anos transformados pelo poder do Reino de Deus

14 o jornal batista – domingo, 27/03/16 ponto de vista

Essa afirmação paulina está na contramão do que temos visto hoje no ministério pastoral.

Ser ministro do Evangelho (há exceções à regra) se tor-nou status e um trabalho para quem não deu certo na vida secular. Homens despreparados, rasos, disper-sos, artificiais, interesseiros, frios, arrogantes e alguns até com boa oratória, fazendo muito barulho, mas sem con-teúdo de vida. Há aqueles que estão na crista da onda, mas enganado a si mesmos e ludibriando o povo incau-to. Temos visto os ministros do Evangelho apreciando o pódio em detrimento do chão ou húmus. Elementos arrogantes, disputando poli-ticamente lugares na deno-minação. Homens capazes de fazer as piores manobras para exercerem cargos, mas que não querem cargas. Estas são para os outros. Não que-rem ser servos, mas senhores. Influenciados pelo elitismo e pelo estilismo.

“Que os homens nos con-siderem ministros ou servos

de Cristo encarregados ou administradores, mordomos dos mistérios de Deus” (I Co 4.1). A palavra grega para mi-nistros ou servos é υπερετης (huperetes), isto é, “Auxiliar, alguém que presta serviços a outra pessoa”1; ministro, aju-dante, ‘assistente’, ‘súdito’, servo ou remador inferior, de terceira categoria”.2 Essa pa-lavra é muito forte e agressiva para boa parte dos ministros de hoje. Para muitos é um termo ofensivo. Choca com o triunfalismo e a prosperidade tão presentes e arrasadores no ministério pastoral. Há um personalismo estabe-lecendo o tom ministerial. Líderes ditadores, que não admitem posicionamentos contrários, ideias novas e outras contribuições perti-nentes. Eles se assentam no trono do autoritarismo. No

1 RIENECKER, Fritz. ROGERS, Cleon. CHAVE LINGUÍSTICA DO NOVO TESTAMENTO. São Paulo: Edições Vida Nova, 1ª. edição, 1985, p. 292. 2 TAYLOR, W. C. DICIONÁRIO DO NOVO TESTAMENTO GRE-GO. Rio de Janeiro: Juerp, 5ª. edi-ção, 1978, p. 232.

pódio da promoção pessoal, em uma posição de destaque. Apreciam ser ovacionados, reconhecidos e premiados. São homens com a volúpia do ter em detrimento do ser em Cristo Jesus.

Que os homens nos con-siderem ministros vivendo a simplicidade de Cristo. Ele nos ensinou a ser mansos e humildes de coração. O Mestre nos ensinou a perdoar e não perseguir os que nos ofendem, a amar os nossos inimigos e bendizer os que nos perseguem (Mateus 5.43-48). Em determinadas reuni-ões associacionais e conven-cionais fico impressionado com a bajulação, a tietagem e a busca pelo poder. São elementos que não querem largar o osso. Gostam de mandar, determinar e ma-nipular as pessoas. Eles não exercem autoridade, mas o autoritarismo.

Sejamos considerados mi-nistros, escravos, prontos para morrermos pelo Senhor (Atos 20.24). Que o Senhor e a Sua obra sejam mais pre-ciosos do que a nossa própria

vida. Que valorizemos as pessoas, os nossos encontros, a nossa comunhão, a nos-sa abençoada fraternidade cristã. Em uma formatura recente, um executivo de uma de nossas Organizações estava no celular o tempo todo. Quando não estava no celular, conversava com o outro executivo. É uma verdadeira falta de respeito, consideração, apreço, honra aos que estavam falando, aos formandos, ao auditório e, principalmente, ao Senhor. Há pessoas que são assim, absortas em si mesmas, des-qualificadas para a missão de liderar. Homens vazios, sem respeito e consideração pelos seus irmãos. Líderes que fazem acepção de pes-soas. Homens viciados em desatenção, em dispersão. O seu foco é outro. Mente e coração voltados para os in-teresses meramente pessoais.

Que sejamos encontrados fiéis, íntegros, corretos, puros em nossa liderança. Adminis-tradores comprometidos com o caráter de Cristo. Sejamos ministros, escravos, cheios

do amor do Pai, da Graça de Jesus Cristo, o Filho, e do poder do precioso Espírito Santo. Não usemos a nossa posição para sermos servi-dos, mas para servirmos às pessoas no amor de Cristo. Ele é o nosso modelo de servo (Mateus 20.28). Que a simplicidade de Cristo inun-de as nossas entranhas e, consequentemente, o minis-tério que recebemos dEle. Valorizemos as pessoas mais simples. Ouçamos as ovelhas de Cristo. Aprendamos com a Igreja, com os membros do Corpo vivo de Cristo. Sim, que os homens nos conside-rem apenas servos, humildes e mansos como o Sumo Pas-tor, que com amor incompa-rável, deu a Sua vida por nós. Que a Glória de Deus seja o centro do nosso ministé-rio. Que a nossa boca esteja no pó. Dia a dia peçamos misericórdia a Deus para o exercício do ministério que nos foi conferido por Cristo, o Senhor. Que os homens vejam Cristo em nós, a espe-rança da glória (Colossenses 1.27).

Que os homens nos considerem

ministros de Cristo

15o jornal batista – domingo, 27/03/16ponto de vista

Você já parou para pensar nessa pergun-ta? Será que os membros de sua Igreja sabem qual a finalidade da existência da Igreja? Esta questão é uma das mais im-

portantes para o cristianismo, pois a sua resposta nos levará à resposta de outras questões também importantes, tais como: “Por que devo ser membro da Igreja?” Por que devo trabalhar na Igreja?” O que devo esperar dela?”, etc.

Na Teologia, a resposta à nossa pergunta é des-coberta no estudo da missão da Igreja. É bom não confundir missão com missões. Missão tem a ver com a finalidade da existência da Igreja. Missões, com a obra missionária da Igreja.

Quando perguntamos a algum irmão qual a missão da Igreja, geralmente a resposta tem sido: A missão da Igreja é evangelizar o mundo perdido (fig 1). Dessa forma, o seu crescimento é medido numericamente. A vida da Igreja local, suas tarefas, enfim, sua mensagem acaba sendo direcionada neste enfoque, de apenas evangelizar o mundo perdido. Isto faz com que a compreensão da história humana comece com a queda (Gênesis 3) e não desde antes da fundação do mundo, no coração de Deus.

Figura 1 - Missão da Igreja para com o mundo

Analisando mais a fundo a Bíblia, poderemos concluir que a missão da Igreja é mais abran-gente, uma vez que a salvação é um meio para levar as pessoas de volta para o plano original de Deus para a criação, e não um fim em si mesma. Sendo assim, não podemos deixar de relacionar a finalidade da existência da Igreja com a finali-dade da nossa salvação. Para que fomos salvos? Só para possuirmos uma apólice de seguro contra o incêndio do inferno? A resposta é encontrada quando retornamos na história até a ocasião da criação para descobrirmos para que (finalidade) fomos criados.

Fomos criados para glorificar a Deus! (Isaías 43.7). A queda consistiu na declaração de inde-pendência e rebeldia do ser humano contra Deus, de modo a nos distanciarmos do propósito origi-nal para o qual fomos criados. Agora está “ca-rente” (melhor tradução do grego) da Glória de Deus (Romanos 3.23). A salvação, por inter-médio de Jesus Cristo,t em como finalidade nos recolocar de volta no estado original do qual nos desviamos em Adão.

Se é vontade de Deus que vivamos neste esta-do renovado de vida, é vontade de Deus tam-bém que ele se con-cretize coletivamente em nossa comunidade

eclesiástica e assim podemos concluir que a co-munidade dos salvos existe prioritariamente (como finalidade principal) para glorificar a Deus. (fig. 2).

Ora, glorificar a Deus inclui muito mais que adoração e louvor. E, sobre isso, já escrevi nesta Coluna que, em termos práticos e concretos, isso significa viver em comunhão e harmonia com Deus, comigo mesmo, com o próximo e com a natureza criada. Esse era o nosso papel na criação. Essa é a missão principal da Igreja.

Inclui vida submissa à Sua vontade, vida de ser-viço, de cooperação e convivência comunitária. Embora esse aspecto da vida seja desenvolvido pelo indivíduo, na somatória acaba envolvendo a própria comunidade e não é difícil deduzir que isso acabe requerendo constante manutenção. Desta forma, podemos concluir que a missão da Igreja inclui mais um aspecto que está diretamente relacionado com a sua própria vida de comunida-de (fig. 3).

Figura 3 - Missão da Igreja para consigo mesma

É a Igreja promovendo a sua própria manutenção e fortalecimento para que seus membros tenham uma vida equilibrada de glorificação a Deus, de autocrescimento (amar a si mesmo) e uma vida dedicada à comunidade (amar ao próximo), ao seu trabalho e desenvolvimento. Aqui está incluído a capacitação operacional dos crentes, a administra-ção, o ensino e pregação da Palavra, a assistência espiritual e material aos domésticos na fé (Gálatas 6.10), a manutenção da própria convivência ou comunhão entre os irmãos, o serviço (diakonia), etc. É isso que encontramos na Igreja do primeiro século (Atos 2.42-47; 4.32-35).

Desta forma, poderemos concluir que no con-junto a missão da Igreja em vez de única – evan-gelizar, por exemplo – é tríplice, é tridimensional É direcionada a Deus (missão principal), e, como missão consequente, direcionada a si mesma e direcionada ao mundo (fig. 4).

Figura 4 - Visão tridimensional da missão da igreja

Teologicamente, essa maneira tridimensional de encarar a missão da Igreja pode ser chamada de missão holística da Igreja. A expressão holística vem da palavra grega holos, que significa todo, inteiro. Essa visão holística representa uma visão integral da missão da Igreja, pois abrange outros aspectos e implicações que uma visão polarizada (parcial) deixa de lado. Infelizmente, conceito de missão integral acabou sendo reduzida à visão social, por isso, tenho preferido a expressão “missão integral ampla”.

Uma implicação sumamente prática da aceitação da missão holística da Igreja é a ampliação da vi-são ministerial, pois assim teremos na Igreja não apenas evangelistas, missionários, pastores e “lei-gos serviçais”. Desta forma, a Igreja terá um ciclo de atividades contínuas envolvendo diversas áreas de atuação, bem como uma descentralização ope-racional e, consequentemente, maior contingente de pessoas. Não é difícil concluir que o crescimen-to da Igreja será integral envolvendo diversas áreas e não apenas umas poucas, como evangelização, pregação, missões, ensino, etc. Veja a seguir uma tabela ilustrativa das atividades contínuas da Igre-ja. Compare-a com o gráfico a seguir:

OBSERVATÓRIO BATISTALOURENÇO STELIO REGA

Estudos sobre a Igreja - IIQual é a missão da Igreja? Para que existe a Igreja?

ATIVIDADES CONTÍNUAS DA IGREJA

Atividades Contínuas da Igreja Textos Exemplos de áreas ministeriais envolvidas

a. Adorar a Deus Atos 2.42ssI Coríntios 10.31

Música Sacra (diaconia, profecia, etc) – Pastoral

b. Admoestar aos crentes quanto à vontade de Deus Hebreus 10:25 Pregação – Ensino

c. Ensinar os crentes Mateus. 28.20 Ensino – Pastorald. Capacitar aos crentes para uma vida operacional frutífera Efésios 4.11-12 Ensino – Pastoral

e. Dar assistência a todos 1. Espiritualmente 2. Materialmente

Gálatas 6.1-10Pastoral – Aconselhamento (exercer misericórdia),Assistência Social – Diaconato

f. Promover comunhão ou convivência (no gr. koinonia) entre os crentes

Atos 2.42-47;4.32 Pastoral, exercer misericórdia

g. Administrar suas atividades Romanos 12.8I Coríntios 12.28 Administração, Diaconia

h. Proclamar o Evangelho aos não-crentes Mateus 28.19

Apostolado (missões)EvangelizaçãoTodos os crentes (como testemunhas - At. 1:8)

Figura 2 – Missão da Igreja para com Deus