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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA PORTA DOS FUNDOS: O FENÔMENO TRANSMÍDIA NO BRASIL Por: Nathália de Castro Macêdo Orientador Prof. Jorge Vieira Rio de Janeiro 2014 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

PORTA DOS FUNDOS: O FENÔMENO

TRANSMÍDIA NO BRASIL

Por: Nathália de Castro Macêdo

Orientador

Prof. Jorge Vieira

Rio de Janeiro

2014

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

PORTA DOS FUNDOS: O FENÔMENO

TRANSMÍDIA NO BRASIL

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Comunicação Empresarial.

Por: Nathália de Castro Macêdo

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AGRADECIMENTOS

à minha família e aos professores com

os quais tive o prazer de aprender

durante o curso de Comunicação

Empresarial.

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DEDICATÓRIA

Dedico aos meus pais Carlos e Moema, e

ao meu namorado Léo.

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RESUMO

O advento da internet não só transformou a vida da sociedade

contemporânea em multiconectada e multimidiática, mas também, possibilitou

a flexibilidade e criatividade na forma de produzir entretenimento, projetos

empreendedores e ações de marketing. A evolução do YouTube de site de

compartilhamento para o grande agregador de ideias audiovisuais inovadoras,

fez surgir vários grupos de profissionais dedicados em produzir conteúdo

específico para esta nova mídia. Um dos exemplos mais conhecidos é o

coletivo de humor Porta dos Fundos, que com o sucesso instantâneo se tornou

um fenômeno transmídia. Aliada à transmídia temos outras formas de negócios

digitais que estimulam à criação de conteúdo colaborativo, o financiamento

coletivo de projetos e ativação de campanhas estratégicas de divulgação de

marcas e produtos. Saber como tais processos funcionam é importante para o

público conhecer o que está consumindo, além de entender como esta nova

economia digital está se formando e aquecendo os mercados de comunicação

e empresarial.

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METODOLOGIA

O trabalho foi feito através da pesquisa exploratória de artigos,

entrevistas e livros que giram sobre o tema da nova economia criativa digital,

tais como: transmídia, marketing viral, crowdfunding e crowdsourcing.

A bibliografia básica utilizada auxiliou na identificação dos novos

modelos de negócios digitais e como eles se entrelaçam ao marketing

contemporâneo. Para desenvolver a temática o estudo se baseou em

publicações de grandes nomes do mercado da transmídia como Jeff Gomez,

profissional pioneiro da narrativa transmídia e fundador da Starlight Runner,

produtora que desenvolveu projetos transmídia para filmes como Avatar e

Piratas do Caribe, além de grandes marcas como Disney, Coca-Cola,

Microsoft, Fox e Mattel.

Outra bibliografia presente no estudo é o livro “Cultura da

Convergência”, de Henry Jenkins, que analisa o universo da convergência sob

os conceitos da convergência midiática, da cultura participativa e da

inteligência coletiva. Jenkis é um dos principais pensadores do impacto das

novas tecnologias em nossas vidas, tendo estado à frente do programa de

Estudos de Mídia Comparada do Instituto de Tecnologia de Massachusetts

durantes 16 anos.

Para dissertar sobre a viralização de conteúdo serviram como base: a

obra “Viral Loop”, do jornalista americano Adam Penenberg, que mostra como

o crescimento viral transformou o YouTube, o Facebook e Twitter em gigantes

e converteu audiência em receita. E o livro “Buzz – a era do marketing viral”,

dos autores Marian Salzman, Ira Matathia e Ann O'Reilly, três bem-sucedidos

especialistas mundiais em fórmulas eficazes de marketing.

Até a conclusão do trabalho, também foram utilizados relatórios de

pesquisas, artigos, anotações pessoais de palestras e matérias relacionados

ao tema e a problemática da monografia.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Os Novos Modelos de Negócios no Meio 10

Digital

CAPÍTULO II - Os Novos Modelos de Negócios como 17

Estratégias de Marketing

CAPÍTULO III - O Boom do Porta dos Fundos como 23

Fenômeno Transmídia

CAPÍTULO IV - Ações de Crowdfunding e Crowdsourcing 33

CONCLUSÃO 40

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 43

BIBLIOGRAFIA CITADA 47

ÍNDICE 49

FOLHA DE AVALIAÇÃO 51

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INTRODUÇÃO

Muito já se foi discutido sobre até que ponto é importante a influência da

internet sobre as pessoas seja no âmbito pessoal ou profissional. Esse debate

evolui e hoje discutimos o seu poder na esfera dos meios de comunicação e

empresarial.

A penetração digital impacta o mercado a e sociedade ao ampliar o

papel das novas tecnologias e plataformas que alimentam o crescimento de

ricas possibilidades de estratégias de marketing. Surgem inovadores projetos e

ações de comunicação que utilizam novos modelos de negócio como a

transmídia, o marketing viral o crowdfunding e o crowdsoucirng.

Tal assunto vinha sendo debatido e estudado desde o começo dos anos

2000, por profissionais de comunicação norte americanos, responsáveis pela

maioria das publicações do ramo. Na atualidade brasileira é amplamente

abordado em palestras e seminários ligados aos conteúdos audiovisuais, à

indústria da televisão e às mídias digitais, como o Rio Content Market e a

exposição Virei Viral, que aconteceram no início do ano. A questão também

rende boas pautas para matérias jornalísticas, porém falta expandi-la para

livros especializados.

Aproveitando este cenário em ebulição, a presente monografia é um

estudo detalhado e aprofundado sobre a fórmula de sucesso do fenômeno da

web Porta dos Fundos, considerando a problemática de como a internet pode

atuar no financiamento de um projeto transmídia.

A pesquisa parte do pressuposto do alcance da internet em se

transformar num ponto catalisador de receita para projetos transmidiáticos, e

se aprofunda na análise de outras contribuições que esse meio pode trazer,

tais como divulgação de campanhas e estímulo à criação de conteúdo

colaborativo.

Veremos se é possível afirmar que atualmente as fórmulas mais bem

sucedidas de projetos se mostram na viralização de conteúdo para atração de

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patrocinadores ou na utilização de crowdfunding visando o financiamento

colaborativo.

Partindo desta hipótese o projeto avalia iniciativas bem sucedidas com

abordagem transmídia cujo ponto de inicial seja o universo virtual, tendo como

foco central o trabalho desenvolvido pelo coletivo de humor Porta dos Fundos.

Nos capítulos iniciais são identificados os novos modelos de negócio

digitais e como eles se entrelaçam ao marketing contemporâneo. O

desenvolvimento da problemática da monografia culmina nas avaliações do

boom do fenômeno transmídia escolhido como estudo, e nas observações de

cases de ações envolvendo o crowdfunding e crowdsourcing.

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CAPÍTULO I

OS NOVOS MODELOS DE NEGÓGIOS NO MEIO

DIGITAL

O modo como as pessoas se comportam na sociedade seja consumindo

bens, informações, cultura ou entretenimento vem sofrendo profundas

mudanças devido à disseminação das novas tecnologias.

Na era da ¹economia criativa digital podemos identificar inúmeras

fórmulas de projetos que obtiveram sucesso graças ao poder da internet.

Quem nunca clicou em algum vídeo compartilhado por um amigo no

Facebook? E depois mais e mais pessoas estão compartilhando o mesmo

conteúdo. E se você não tomou conhecimento do vídeo pela internet ou por

alguma rede social, provavelmente chegará até você pelo boca a boca ou até

mesmo zapeando pela televisão.

Mas nenhum projeto se torna bem sucedido do nada. Quem assiste ao

vídeo como um mero espectador não imagina que até chegar a você foi feito

um trabalho muito bem pensado. E o ato de milhares de pessoas estarem

compartilhando e falando do vídeo pode ser o pontapé inicial de uma boa

estratégia de marketing.

O que para nós espectadores é uma forma de entretenimento, para os

produtores de mídia pode servir como uma forma não só de mostrar o seu

trabalho, mas também, de lucrar financeiramente ou até mesmo de conseguir

viabilizar seu projeto.

¹A economia criativa é uma abordagem holística e multidisciplinar, lidando com a interface

entre economia, cultura e tecnologia, centrada na predominância de produtos e serviços com

conteúdo criativo, valor cultural e objetivos de mercado, resultante de uma mudança gradual

de paradigma. DUISENBERG apud REIS, 2008, p. 24.

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Antes de começarmos a entender como a internet pode atuar no

financiamento e geração de receita, é preciso conhecer as formas de projeto

que estão em ascensão atualmente. São elas: a transmídia, o marketing viral

ou viralização de conteúdo, o crowdfunding e o crowdsourcing.

1.1 - A transmídia

Podemos definir a transmídia (também podemos utilizar os termos

narrativa transmídia ou transmedia storyltelling) como a habilidade de contar

histórias que compõem um único e rico universo. Cada história deve ser

autossuficiente e contada através de múltiplos canais de mídia. Vamos supor o

cinema como um meio. A história é introduzida através de um filme e pode ser

ampliada para outros meios, como séries de televisão, hotsites, blogs, games,

quadrinhos, animações, etc.

Não há como dizer em que ano teve início as narrativas transmídia,

afinal a própria Bíblia pode ser considerada uma, já que traz em si a

construção de um universo complexo, onde diversas histórias se desenvolvem.

Elas possuem diversos elementos que hoje utilizamos para a concepção de

uma nova série animada para a TV, por exemplo.

O fundador da Starlight Runner a define como a arte de transmitir

mensagens de temas ou histórias para o grande público através do uso

inteligente e bem planejado de múltiplas plataformas (AYRES apud GOMEZ,

2010).

Para que um projeto seja considerado transmidiático deve conter as

seguintes características.

Multiplicidade sobre continuidade

Construção de mundos

Serialidade

Mixagem de conteúdo

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Cada mídia deve fazer tudo o que faz de melhor

Cada parte deve ser autossuficiente em seus próprios termos

Não deve ser redundante ou contraditório

Atração de vários públicos por meio de diferentes abordagens, em

diferentes mídias

Co-criação (forma de levar um produto e/ou serviço ao mercado)

Formação de comunidades – une pessoas e lhe dá algo para fazer.

Na comparação da Coordenadora do MBA de Marketing da HSM

Educação, Martha Gabriel, é como se tudo fosse uma orquestra, onde você

tem uma sinfonia maior, mas cada instrumento toca uma partitura diferente a

fim de compor o todo.

1.2 - O marketing viral

O exemplo dado no início do capítulo sobre o vídeo que você acaba

tomando conhecimento por conta da rápida disseminação e compartilhamento

dele na web, é um exemplo de marketing viral ou viralização de conteúdo. É a

divulgação de algum acontecimento a milhares de pessoas em pouco tempo, e

com a proliferação das mídias digitais este tempo se reduz cada vez mais,

possibilitando uma velocidade muito maior de passar os conteúdos que mais

lhe agradam. Sua forma mais tradicional e antiga está no famoso boca a boca.

Para Adam Penenberg as mensagens virais não são grandes novidades:

“O vídeo viral tem vários precursores semelhantes e o

conceito de curadoria coletiva é utilizado há milhares de

anos, ele apenas não tinha um sistema de propulsão tão

sofisticado como se tem hoje em dia. No início ele era

verbal, com fofocas e informações disseminadas entre

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uma pessoa e outra” (PENENBERG, ADAM, Viral Loop,

2010, p.114).

1.3 - O crowdfunding e crowdsourcing

Ambos são conceitos novos que apareceram graças à internet para unir

pessoas interessadas em ações coletivas.

O crowdsourcing é um modelo de produção que utiliza a inteligência e

os conhecimentos coletivos e voluntários espalhados pela internet para

resolver problemas, criar conteúdo e soluções ou desenvolver novas

tecnologias. Derivado do inglês, crowd significa multidão e sourcing

terceirização, a ideia é transmitir os problemas a um grupo sob a forma de

convite direto ou indireto para soluções.

Um famoso exemplo é o Wikipedia, uma grande enciclopédia virtual

coletiva e livre alimentada por seus usuários, na qual qualquer artigo pode ser

modificado, ampliado e transcrito por voluntários do mundo inteiro. Até mesmo

o YouTube, o maior site de compartilhamento de vídeo, é caracterizado como

um crowdsourcing, afinal todo o conteúdo é produzido por seus usuários.

Outro exemplo já bastante conhecido são os sites de compra coletiva.

Neles a empresa parceira só paga ao site quando as ofertas atingirem um

número mínimo de participantes. Para que um certo comprador obtenha o

desconto de oferecido, é necessário que um número determinado de

compradores se interessem pelo produto para que aquela compra seja

efetuada.

A difusão das ações de crowdsourcing, sejam elas com colaboração de

conteúdos ou até mesmo em compras coletivas, são realizadas pela

viralização do conteúdo nas redes sociais. Um amigo indica e a informação vai

se propagando entre os conhecidos dos conhecidos.

Já o crowfunding é uma mobilização online para arrecadar fundos para

uma causa, como a produção de uma série, videoclipes, DVDS, etc. É um

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financiamento coletivo criado pela rede, visando o retorno daquilo que

investiram para além da criação de algo novo. De forma mais informal é uma

“vaquinha virtual”. Muitos projetos que seguem este modelo oferecem

recompensas (se os realizadores representam uma banda musical podem ser

oferecidos CDs, DVDs, blusas...) para aqueles que ajudaram. Sua maior

utilização é na área do entretenimento.

Uma das principais plataformas de crowdfunding do Brasil, a Catarse

juntamente com Chorus (empresa de pesquisa com foco em projetos ligados a

cultura e sociedade) realizaram uma 2pesquisa entre agosto e outubro de 2013

para apresentar o retrato do financiamento coletivo no país através do perfil de

quem colabora com o crowdfunding e também dos empreendedores que

utilizam o modelo.

A pesquisa foi divulgada em janeiro de 2014 e teve um total de 3.336

respostas. Ela serve para entender o crescimento do crowdfunding. Numa

análise geral do perfil dos apoiadores com base na coleta podemos dizer que:

são funcionários de empresa privada na área de Comunicação e Jornalismo e

ganham até ganham até R$6.000,00 por mês; buscam informação

preferencialmente em sites, portais de notícias e mídias sociais como

Facebook e Twitter; conhecem o financiamento coletivo há mais de dois anos e

já apoiaram de dois a cinco projetos; possuem mais interesse em apoiar

projetos artísticos e culturais independentes; valorizam uma empresa que

apoia projetos via financiamento coletivo; consideram a identificação com a

causa como fator mais importante na hora de apoiar um projeto; são contra a

participação do governo no financiamento coletivo; julgam a transparência

fundamental para decidir sobre o apoio a um projeto; apreciam a qualidade da

apresentação do projeto na hora de apoiar e consideram as recompensas

decisivas para definir o valor do apoio.

Neste estudo vamos analisar a transmídia em conjunto com os demais

formatos, destacando o coletivo de humor Porta dos Fundos como um dos

projetos transmídia brasileiro mais bem sucedidos.

2 A pesquisa na íntegra está disponibilizada no site http://pesquisa.catarse.me/

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A transmídia, a viralização de conteúdo, o crowdfunfing e o

crowdsourcing estão intrinsicamente ligados tanto aos meios tradicionais de

mídia como a televisão quanto aos avanços nas mais novas formas de

consumir conteúdo através da internet.

A web invadiu o espaço da TV e mudou o comportamento dos

telespectadores, anunciantes e produtores. Como analisa a pesquisadora do

livro Cultura da Convergência, Daiana Sigiliano:

“A forte presença dos aplicativos de segunda tela, que

oferecem conteúdo extra durante a exibição da série e a

Social TV, que traz de volta o espectador para frente da

TV no horário marcado e leva os comentários que antes

eram restritos ao sofá da sala para as redes sociais

modificaram o mercado e a forma de se assistir televisão,

uma vez que os comentários são feitos aqui e agora e

trocados com pessoas ao redor do mundo e não somente

com as pessoas ao seu lado no sofá. É fato que a

convergência, apesar de ainda em desenvolvimento, veio

para ficar e modificar o modo como o telespectador (que

cada vez mais deixa de ser só espectador) se relaciona

com o produto midiático”. (SIGILIANO apud COELHO,

2013,”Os seriados na realidade transmídia”).

Os profissionais que possuem alguma relação com a TV agora

trabalham levando em consideração o impacto da convergência e a

“obrigação” em se adaptar. Segundo o jornalista Mike Antonucci (2003), citado

por Jenkins (Cultura da Convergência, 2009, p. 148), a narrativa transmídia

não é somente uma “narrativa inteligente”, e sim uma espécie de “marketing

inteligente”, (JENKINS, 2009), porque com um maior número de mídias, o

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telespectador assíduo de produtos sente a necessidade de consumir cada vez

mais, gerando mais lucro para produtoras e marcas.

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CAPÍTULO II

OS NOVOS MODELOS DE NEGÓGIOS COMO

ESTRATÉGIAS DE MARKETING

Estamos vivendo a ³cultura da participação e da 4convergência dos

meios de comunicação que aliadas incitam o espectador a ser

simultaneamente participante, ou seja, o público que ir além, achar novas

possibilidades e experiências com as histórias. Segundo Jeff Gomez as

pessoas não querem assistir a mesma história em diferentes plataformas. Elas

querem aprofundar-se nela para descobrir mais conteúdo.

Nesse contexto as empresas precisaram inovar para envolver o seu

público alvo. É aí que entra a transmídia e quando combinada com o marketing

viral, o crowdfunding ou o corwdsourcing se transforma em uma valiosa

ferramenta de marketing.

2.1 - A transmídia na construção de marcas

O objetivo da transmídia como ferramenta de marketing é atrair a

atenção das pessoas por meio de coisas que elas gostam, como histórias e

jogos. Um dos artifícios da narrativa é identificar qual história a marca vai

querer contar e em quais plataformas isso vai acontecer, de maneira que cada

canal contribua com uma parte da história.

3 É o fluxo de conteúdos através de múltiplas plataformas de mídias, à cooperação dos

públicos pelos meios de comunicação, que vão a quase qualquer parte em busca de

experiências de entretenimento que desejam. Envolve transformações tecnológicas,

mercadológicas, culturais e sociais. JENKIS, HENRY, 2009, p. 29 4 Cultura em que fãs e outros consumidores são convidados a participar ativamente da criação

e da circulação de novos conteúdos. JENKIS, HENRY, 2009, p. 378.

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A transmídia tem o poder de construir, reconstruir e aproximar as

marcas junto ao seu público através de um marketing bastante inteligente. “O

conteúdo transmídia não apenas promove o produto: ele se torna parte do

produto” (ASKWITH apud AYRES, 2010).

Qual a finalidade de contar histórias transmidiáticas?

Lançamento de um produto aguardado com ansiedade

Motivar a base de fãs

Criar engajamento profundo com o público

Integrar os canais de comunicação

Reduzir a redundância (repetição de conteúdo) entre os canais

Produzir conteúdo colaborativo (co-criação).

2.2 - O marketing inteligente do viral

A partir do momento em que as empresa começam a utilizar a

viralização de conteúdo de forma estratégica entra em cena o buzz marketing.

É importante ter em mente que o conteúdo a ser espalhado precisa ser bom,

pois levando em consideração o conceito de organização coletiva, é o público

quem decide o que é bom e passa as informações para outros.

“O buzz marketing consiste em criar um boca a boca

positivo em torno de um produto transformando

consumidores selecionados em veículos espontâneos de

mensagem. Esta, a seguir, espalha-se em círculos

concêntricos, dos geradores de tendências ao público

consumidor. Não se trata de gritar a todo mundo, mas de

sussurrar às pessoas certas. O processo de buzz

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marketing ilustra a metáfora do vírus: inoculação (de um

produto), incubação (uso do produto pelos poucos

consumidores inicialmente inoculados), disseminação e

infecção (trânsito do produto). Baseia-se na valorização

dos consumidores selecionados, que se orgulham desse

papel”. (SALZMAN MARIAN, MATATHIA IRA e O’REILLY

ANN, Buzz – a era do marketing viral, 2003, p.15).

O buzz marketing tem conseguido atingir o consumidor efetivamente

devido à forma de comunicação que ele utiliza, integrando-se ao dia a dia do

consumidor ao invés de invadir sua vida com a propaganda tradicional. Essa

técnica encontra grande força nas redes sociais, que possibilitam uma chance

valiosa de interação entre a empresa e o consumidor. Para isso é preciso que

a empresa tenha pleno conhecimento acerca de seu consumidor para que as

ações on-line atinjam o público alvo de forma positiva, gerando a multiplicação

espontânea de informação.

Para gerar um buzz eficiente é preciso apresentar uma ideia que possa

ser capaz de se espalhar rapidamente. É a ideia certa, para as pessoas certas

na hora certa.

2.3 - As estratégias do crowdfunding e crowdsourcing

A estratégica do crowdfunding está na possibilidade de financiar

projetos de forma independente sem apelo comercial. O modelo vai se

mostrando uma ferramenta inovadora e eficiente para captar recursos para

projetos que sem o crowdfunding seriam inviáveis de se concretizar. É por isso

que esta ferramenta tem o objetivo de fomentar a diversidade e,

principalmente, as novas perspectivas de jovens empreendedores.

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Já o cowdsourcing pode ser utilizado para divulgação de campanhas

e/ou produtos, oferecendo soluções baratas e, muitas vezes, melhor

aperfeiçoada do que aquelas fornecidas pela individualidade do profissional.

Os dois modelos precisam reunir uma comunidade de pessoas que

possuam perfis e gostos similares. Se usados corretamente podem gerar

novas ideias, encurtar o tempo de busca e desenvolvimento, e ainda diminuir

os custos.

Por envolver dinheiro dos apoiadores a estratégia no crowdfunding é um

pouco mais delicada. O projeto precisa ser transparente para conseguir o

apoio das pessoas certas. Além disso, é preciso utilizar as seguintes etapas

para que a campanha de financiamento seja bem sucedida.

Etapa 1: Ignição de projetos

É o pontapé inicial que depende de amigos, parentes e pessoas próximas

dispostas a ajudar. Eles são os apoiadores mais relevantes para a ignição de

um projeto e para o estímulo psicológico inicial de uma campanha. De acordo

com a pesquisa do Catarse, representam 55% a 80% dos recursos que serão

captados por um realizador.

Etapa 2: Realização de projetos

Nesta etapa estão as pessoas atingidas pelas recomendações daquelas

representantes da primeira etapa. É o momento de perceber se o projeto é

viável, pois ainda é possível conseguir mais contribuições. O como falar sobre

o projeto é de extrema importância aqui, afinal quanto mais distantes as

pessoas estão de um acesso direto ao realizador, mais necessidade sentem

de assegurar a credibilidade da iniciativa proposta, por isso é preciso

transparência e uma comunicação clara. Projetos do ramo de entretenimento

ou de famosos têm uma facilidade maior de conseguir a divulgação em mídias

de massa e até mesmo a confiança das pessoas.

Etapa 3: Interesse público

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Fase conhecida como “cair nas graças do povo”, expandindo a rede de

influência do projeto. Esta etapa é ainda mais importante para projetos de

grande porte, que, além disso, precisam da exposição na mídia, ter um bom

discurso, mostrar a credibilidade do realizador e fazer uma boa comunicação

sobre os objetivos do projeto.

Um projeto pode ser só transmídia ou conter todos os formatos citados,

que se combinados adequadamente junto com uma estratégia bem definida

tornam-se uma potente forma de marketing, tão desejada por várias marcas.

Produtores de conteúdo, publicitários, social medias, em suma, os

profissionais atuais de mídia estão aos poucos percebendo que a internet

pode trazer excelentes contribuições para projetos transmídia, tais como

divulgação, ativação de campanhas e estímulo à criação de conteúdo

colaborativo.

Fruto da internet, a interatividade permite que criem uma relação mais

amistosa e centrada em nichos de consumidores que deixaram de ser simples

espectadores para se tornarem co-produtores de produtos e serviços,

criadores e compartilhadores de conteúdo. É nesse momento que as empresas

têm chances de engajar mais clientes, pois o conteúdo criado pelo usuário é

altamente personalizado e a interação por meio de redes sociais possibilita à

empresa oferecer experiências positivas para os clientes, tornando-os clientes

evangelistas.

Estes clientes evangelistas são os 5 lovemarks da 6economia afetiva na

visão de Henry Jenkins:

5 Lovemarks é um termo cunhado por Kevin Roberts, CEO mundial da Saatchi & Saatchi, para

se referir às empresas que provocam um investimento emocional tão forte por parte dos

consumidores, que acabam conquistando uma fidelidade além da razão. JENKIS, HENRY,

2009,p.382. 6 Economia afetiva é o novo discurso em marketing e pesquisa de marcas que enfatiza o

envolvimento emocional dos consumidores com a marca como uma motivação fundamental

em suas decisões de compra. JENKIS, HENRY, 2009, p. 379.

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“A nova economia afetiva incentiva as empresas a

transformar as marcas naquilo que uma pessoa do meio

da indústria chama de lovemarks e a tornar imprecisa a

fronteira entre conteúdos de entretenimento e mensagens

publicitárias. Segundo a lógica da economia afetiva, o

consumidor ideal é ativo, comprometido emocionalmente

e parte de uma rede social. Ver o anúncio ou comprar o

produto já não basta; a empresa convida o público para

entrar na comunidade da marca”. (JENKIS, HENRY,

2009, p. 48).

A criação de uma lovemark deve destacar as relações emocionais e

duradouras com seus clientes. Quando o amor e o respeito envolvem os

consumidores, eles tendem a se tornar não só os mais fiéis à marca, mas

também divulgadores essenciais. O like de um amigo no Facebook, indicando

uma marca ou produto, vale tanto ou mais que um comercial de TV.

O consumidor que admira uma marca além da razão, geralmente gasta

o que for preciso para adquirir o produto e assim se sentir pertencente ao

universo da marca. Alguns exemplos de grandes lovemarks são a Coca-Cola,

Havaianas, Harley Davidson, Apple e Nike.

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CAPÍTULO III

O BOOM DO PORTA DOS FUNDOS COMO FENÔMENO

TRANSMÍDIA

O canal do Youtube Porta dos Fundos foi criado em agosto de 2012, em

parceria com o site de humor Kibe Loco e a produtora Fondo Filmes. No

elenco estão Gregório Duvivier, Fábio Porchat, Clarice Falcão, Letícia Lima,

Antonio Pedro Tabet, Rafael Infante, Júlia Rabello, Luis Lobianco, Marcos

Veras, Marcus Majella, Gabriel Totoro, Gustavo Chagas e João Vicente de

Castro, que ao longo da produção dos vídeos se dividem nas funções de

humoristas, roteiristas e diretores.

Atualmente o canal publica três vídeos por semana sobre crônicas do

dia a dia usando o humor de maneira bem informal. As produções são autorais

e se apresentam no formato de esquetes (histórias curtas). O boom do projeto

foi com o vídeo Fast Food, que ironizava o atendimento dos restaurantes

Spoleto. Surpreendendo, a rede de fast food passou a usar o viral como

publicidade: o vídeo foi renomeado como Spoleto e a equipe foi contratada

para produzir mais dois vídeos publicitários para o restaurante.

Segundo dados divulgados pelo Youtube no final de 2013, os vídeos do

Porta dos Fundos entraram na lista dos mais populares considerando o

número de visualizações, o índice de compartilhamentos, buscas e

comentários. Ainda segundo os dados, foi o canal brasileiro que mais que mais

rápido conquistou o público, com cerca de 2 milhões de acessos diários. Na

categoria comédia é o quinto maior canal do mundo e 18º na categoria geral.

O Porta dos Fundos estourou devido ao seu vídeo Spoleto que se

tornou viral. A partir daí mais e mais pessoas foram conhecendo o projeto, se

inscrevendo no canal e assistindo a todos os vídeos postados até alcançar o

sucesso.

O canal do ao longo desses anos foi se multiplicando em diferentes

plataformas. Até o momento são elas:

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24

O canal denominado Fundos da Porta. Nele são publicados os erros de

gravação e making of de cada produção.

Games e aplicativos dispostos para download para celulares Android,

Windows Phone e Iphone. Tantos os games como os aplicativos giram

em torno de personagens que ficaram marcados nos vídeos mais

populares.

Loja virtual onde são ofertadas camisas e acessórios remetendo as

frases e personagens que ficaram mais marcados.

DVD contendo as primeiras 28 esquetes do grupo.

Livro contendo 37 roteiros, fotos exclusivas e comentários dos autores,

além disso, em cada capítulo há um 7QR Code, que leva ao link do

vídeo no YouTube.

O grupo ainda vai lançar um filme no que vem e em maio assinou contrato

com a emissora de TV a cabo Fox para a produção de um seriado inicialmente

de 12 episódios com previsão de exibição também para 2015.

Após o boom e o rápido crescimento viral o Porta dos Fundos continua

mantendo o sucesso, com especiais sazonais como o programa especial de

Natal, satirizando figuras bíblicas da data; os vídeos que foram divulgados aos

sábados somente durante a Copa do Mundo, fazendo piadas com os clichês

típicos do torneio mundial. Já nos meses de agosto e outubro os vídeos

especiais terão como tema as eleições.

7 É um código de barras em 2D que pode ser escaneado pela maioria dos aparelhos celulares

que têm câmera fotográfica. Esse código, após a decodificação, passa a ser um trecho de

texto em link que irá redirecionar o acesso ao conteúdo publicado em algum site. Está

bastante presente em ações de marketing.

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Outro exemplo mais engajado é a websérie Viral, exibida em quatro

episódios, em parceria com o Grupo Abril na campanha Atitude Abril- Aids, que

mostrou de forma debochada o preconceito e a ignorância que muitas pessoas

tem em relação ao assunto.

Por mais que manter um projeto na internet seja mais barato e prático se

comparado com um grande canal de TV, é possível ganhar dinheiro fazendo

humor na web como o Porta dos Fundos. E talvez o grande responsável por

essa nova economia criativa digital seja o YouTube.

3.1- A economia digital do YouTube

Fundado em 2005 pelos criadores do 8PayPal e comprado no ano

seguinte pelo gigante Google, o YouTube tornou-se o maior site de

compartilhamento de vídeos criado por seus usuários, onde bilhões de

pessoas descobrem e compartilham vídeos originais e os assistem. Atua como

uma plataforma de distribuição para criadores de conteúdo original e para

grandes e pequenos anunciantes. Ainda oferece um fórum para as pessoas se

conectarem, informarem e inspirarem outras por todo o mundo.

Muito além disso, o YouTube pode ser considerado hoje em dia como

uma nova forma de cultura participativa. Esse grande centro de distribuição de

conteúdo imediato, é vital para as mídias alternativas ao romper com as

operações das mídias de massa comerciais.

A participação no site acontece em três etapas: produção, seleção e

distribuição, unindo produtores de diversos segmentos, agências

governamentais, grupos ativistas, instituições educacionais, organizações sem

fins lucrativos, comunidades de fãs, etc. Todos com o mesmo propósito de

espalhar alguma mensagem.

8 Sistema que permite a transferência de dinheiro entre indivíduos ou negociantes usando um

endereço de e-mail, evitando assim métodos tradicionais como cheques e boleto bancário.

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“O YouTube representa o encontro entre uma série de

comunidades alternativas diversas, cada uma delas

produzindo mídia independente há algum tempo, mas

agora reunidas por esse portal compartilhado. Ao fornecer

um canal de distribuição de conteúdo de mídia amador e

semiprofissional, o YouTube estimula novas atividades de

expressão” JENKIS, HENRY, 2009, p. 348).

Nessa nova cultura participativa o portal é uma mídia espalhável que

também funciona como uma rede social, onde as pessoas podem compartilhar

o conteúdo em outras redes sociais.

O YouTube como uma empresa de viral loop de expansão bem sucecida

(PENENBERG, 2010 p. 59) tem como principais características a gratuidade

(os usuários consomem um produto gratuitamente) e a tecnologia

organizacional (as empresas não criam o conteúdo e sim seus usuários. Elas

apenas organizam).

O advento de novas ferramentas de produção e canais de distribuição

derrubou barreiras de entrada não só no mercado de ideias, mas também no

de publicidade.

Grandes anunciantes já perceberam o poder da internet e se renovaram

para ganhar novas mídias. Os tradicionais anúncios televisivos ganharam

novos formatos para entrar na internet.

Qualquer usuário comum do YouTube percebe o quanto o número de

anúncios no site aumentou nos últimos anos. Os principais formatos que

geram receita tanto para anunciantes quanto para autores de canal se dividem

em:

InStream Ads: Propaganda com duração de 15 e 20 segundos que o

usuário é obrigado a assistir antes do vídeo que ele quer assistir (pré-

roll), durante o vídeo (mid-roll) ou no fim (post-roll). Há também a opção

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da propaganda com duração maior na qual o usuário pode ignorar o

vídeo promocional depois de assisti-lo durante cinco segundos.

InVideo Ads: aparecem sob a forma de uma pequena faixa semi-

transparente, colocada sobre o vídeo. O clique na propaganda direciona

o usuário para a página do anúncio.

No próprio site, o YouTube dedica uma área para anunciantes na qual lista

as vantagens de anunciar em sua rede:

- Pague somente quando seu anúncio é assistido: Com os anúncios em vídeo,

você só paga quando alguém opta por assistir a seu anúncio, ou seja, você

não gasta com pessoas que não estão interessadas no seu negócio.

- Chegue até seu cliente ideal: Concentre-se nas pessoas certas de acordo

com sua localização, seus interesses e quem elas são. Por exemplo: homens

de 18 a 34 anos da cidade de São Paulo ou mulheres que gostam de viajar.

- Conquiste fãs e interessados: Seus anúncios podem gerar compartilhamentos

de vídeos, novas inscrições para um canal, além de abrir oportunidades de

comunicação com seus clientes.

- Presença multiplataforma: Seus clientes acessam conteúdos a partir de

vários dispositivos. No smartphone, tablet ou computador, seus anúncios em

vídeo podem alcançar seu público. 25% de todas as visualizações no YouTube

são feitas de um dispositivo móvel.

www.youtube.com/yt/advertise/pt-BR/why-it-works.html

A rede também fornece para produtores de conteúdo uma ampla

geração de receita através do número de visualizações de vídeos e através

das propagandas acima listadas introduzidas durante o vídeo.

A economia motivada pelo YouTube gera lucratividade para ele próprio

e para os usuários produtores de conteúdo. Atualmente os números que

formam as estatísticas do portal são os seguintes:

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Número de visualizações:

Mais de um bilhão de usuários únicos visitam o site todos os meses; mais de

seis bilhões de horas de vídeo são assistidas por mês, ou seja, quase uma

hora para cada pessoa do planeta; cem horas de vídeo são enviadas a cada

minuto; 80% do tráfego vêm de fora dos EUA; está está localizado em 61

países e 61 idiomas; de acordo com a 9Nielsen, atinge mais adultos dos EUA

entre 18 e 34 anos do que qualquer outra rede a cabo; milhões de novas

inscrições todos os dias; o número de pessoas que se inscrevem todos os dias

é mais que o triplo do ano passado; o número de inscrições diárias aumentou

mais de quatro vezes desde o ano passado.

Programa de parceria do YouTube:

Há mais de um milhão de criadores de mais de 30 países em todo o mundo

gerando receita com os vídeos; milhares de canais geram valores de seis

dígitos por ano.

Monetização:

Milhares de anunciantes usam o In-stream; há mais de um milhão de

anunciantes que utilizam as plataformas de anúncios do Google, os quais, na

maioria, são pequenas empresas.

Celular e dispositivos:

Celular e dispositivos móveis são responsáveis por quase 40% do tempo de

exibição mundial do YouTube; está disponível em centenas de milhões de

dispositivos.

9 Empresa que oferece uma variedade de informações em pesquisas de mercado, usando

metodologias próprias. No Brasil é responsável pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e

Estatística, o IBOPE.

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Content ID:

Responsável por avaliar se os vídeos estão dentro das regras de copyright. A

ferramenta foi criada pelo Google para analisar as produções em busca de

trechos de obras audiovisuais protegidas por direitos autorais. As gravadoras e

estúdios de cinema enviam cópias de suas obras originais e o sistema compara

inúmeros trechos com o que está sendo compartilhado na rede para encontrar

cópias ilegais no site.

O Content ID verifica mais de 400 anos de vídeo todos os dias; mais de cinco

mil parceiros usam a ferramenta, inclusive grandes emissoras de TV dos EUA,

estúdios de cinema e gravadoras; há mais de 25 milhões de arquivos de

referência em seu banco de dados; esse número está entre um dos mais

abrangentes do mundo; gerou centenas de milhões de dólares para parceiros.

Estatística disponível em: http://www.youtube.com/yt/press/pt-BR/statistics.html

3.2 - O lucro por trás do humor

O Porta dos Fundos como um dos principais grupos de humor já

consolidado na web desfruta da receita de anúncios e do alto número de

visualizações da grande gama de vídeos que o canal possui.

Não há fonte que indique o quanto o canal lucra com as visualizações,

porém segundo a gerente de parcerias do YouTube para a América Latina,

Bibiana Leite, em entrevista a 10Folha de São Paulo, revela que vídeos que

viram hit como “Gangman Style” (o clipe musical mais assistido em 2013

segundo a retrospectiva anual do YouTube), conseguem faturar mais de US$ 1

milhão por ano.

10 Entrevista presente na matéria “Brasileiros ganham mais dinheiro no YouTube” publicada no

site da Folha de São Paulo em 9 de junho de 2013.

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O grupo começou sem apelo a nenhum patrocinador, mas com a rápida

viralização do seu primeiro vídeo tudo começou a mudar. Surgiu a primeira

parceria com o Spoleto e a partir daí não era somente a viralização do

conteúdo. O buzz marketing entra em cena como estratégia para que as

marcas divulguem seus produtos através de parcerias com o canal.

Hoje o Porta dos Fundos gera receitas através de parcerias com

grandes marcas através da produção de webséries específicas para cada uma,

ou vídeos isolados de merchandising. Algumas marcas que apostaram no

humor do Porta dos Fundos como estratégia de marketing foram a Fiat,

Dorflex, Visa, Vivo, LG, Itaipava e BIS.

Estas grandes marcas perceberam que foi preciso redefinir a estratégia

de marketing para a web e apostaram no uso no humor para conquistar

resultados no meio digital e engajar o seu público.

“Os publicitários criativos concluíram que a melhor

maneira de introduzir mensagens na vida das pessoas é

disfarça-las de qualquer coisa, menos de anúncios.

Chamaremos a isso a síndrome do isto não é um

comercial, para parafrasear 11Magritte” (SALZMAN

MARIAN, MATATHIA IRA e O’REILLY ANN, Buzz – a era

do marketing viral, 2003, p.148).

11 Em 1929, o pintor surrealista belga René Magritte apresentou publicamente e

provocativamente a sua obra "A Traição das Imagens". Na tela está pintado um cachimbo, por

baixo do qual se pode ler em jeito de legenda "isto não é um cachimbo". Aparentemente, é

uma contradição. Mas, se nos dispormos a refletir sobre a figura e o significado da frase,

conseguimos entender o que o artista pretendia. Gerar dúvidas sobre aquilo que já estamos

tão convencidos. Claro que aquilo realmente não é um cachimbo, mas sim uma representação

imagética deste. E assim, começamos a questionar o mundo e o que já nos pareciam coisas

certas e impassíveis de novas interpretações.

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Outra fonte de receita são os vídeos de propaganda do YouTube

(InStream Ads e InVideo Ads). 12Um dos diretores do Porta do Fundos, Ian SBF

diz sem revelar o valor que o lucro do canal com os anúncios nos vídeos paga

as mais altas contas da empresa.

Ele ainda diz que a receita gerada pelos pré-roll cobre o aluguel do

prédio da empresa no Rio de Janeiro e mais 30 funcionários com carteira

assinada e ganhando bem.

O canal que possui mais de 8 milhões de inscritos e supera a faixa de

um milhão de views gera um lucro total através do YouTube em torno de U$

305 mil por mês, de acordo com o relatório da empresa de monitoramento e

estáticas Social Blade divulgado em janeiro de 2014

Por último há o lucro com o licenciamento de produtos por e-commerce.

Em sua loja virtual são vendidas blusas, acessórios, DVD e livro do grupo.

De olho no crescimento de canais no YouTube do Brasil, o ator e

comediante Felipe Neto (criador dos canais de humor Não faz sentido e do

extinto Parafernalha), criou há menos de um ano a Paramaker, a primeira

network nacional especializada em canais de entretenimento do YouTube

destinada aos videomakers brasileiros.

A Paramaker tem como objetivo incentivar este mercado no Brasil, gerar

mais profissionais, elevar a qualidade deste conteúdo e assim estreitar o

relacionamento entre as agências de marketing e os canais, trazendo mais

anunciantes e mais profissionalismo para que este cenário em evolução cresça

forte e estabelecido.

12 Entrevista presente na matéria “Brasileiros ganham mais dinheiro no YouTube” publicada no

site da Folha de São Paulo em 9 de junho de 2013.

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Quando algum canal independente passa a integrar a Paramaker, ele

precisa fazer vídeos regularmente para ser monetizado, seguindo o padrão do

YouTube, como por exemplo, o uso de músicas com direitos autorais. Ou seja,

a Paramaker presta assessoria para profissionalizar as produções dos seus

clientes, resolvendo toda a parte burocrática. No caso de uso da trilha sonora

em vídeo, é oferecido um banco de músicas com todos os direitos já pagos.

A network ainda disponibiliza diversos vídeos para quem deseja se

especializar nesse ramo, com dicas que vão desde direitos autorais até

concepção de roteiros criativos. Tudo discutido no formato de bate papo com

convidados envolvidos em produções de conteúdo no YouTube, que dividem

suas experiências sobre os desafios, dificuldades e vantagens de trabalhar

com a maior plataforma de compartilhamento de vídeos do mundo.

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CAPÍTULO IV

AÇÕES DE CROWDFUNFING E CROWDSOURCING

Diferentemente do Porta dos Fundos, há outras empresas e/ou pessoas

que utilizam a internet através do crowdfunding para que determinado projeto

transmídia possa ser viabilizado e se tornar conhecido pelo público

4.1 - Case Bike Lovers

O projeto transmídia Bike Lovers foi concebido pela produtora carioca

mobCONTENT, especialista em contar novas formas de histórias e distribuir os

conteúdos na internet, na TV, em operadoras de celular, no Netflix, etc.

Bike Lovers é um projeto transmídia que retrata a bicicleta como estilo de

vida. O projeto envolve uma série de TV, um site e um aplicativo mobile

colaborativo de mapeamento de ciclistas urbanos disponível para Android e

iOS.

A primeira parte do projeto incluiu um crowdfunding para financiar o

desenvolvimento do aplicativo chamado Itenere, que consiste em mapear por

onde os ciclistas de todo o país passam e não encontram ciclovias. O objetivo

é fazer um mapa cicloviário para orientar não só os ciclistas, mas também o

governo, e ajudá-lo a identificar pontos que necessitam de infraestrutura para

as bicicletas. Os ciclistas vão passando pelos lugares e registrando no

aplicativo, entrando em cena o crowdsourcing do projeto. É, portanto, uma

ferramenta de uso por múltiplos personagens, e contínuo. Os locais com maior

circulação de ciclistas ficam em destaque no aplicativo e no site.

O crowdfunding para o Itenere utilizou a plataforma de captação

Benfeitoria, hospedando a campanha no site benfeitoria.com durante todo o

mês de agosto de 2013. A meta de arrecadação de R$13.000 foi atingida no

período estipulado e todos aqueles que participaram do financiamento

ganharam prêmios, na maioria acessórios personalizados para bicicleta.

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A captação de recursos bem sucedida foi consequência de estratégias

bem definidas de marketing tais como: a divulgação orgânica (forma de

distribuição online não paga) e espontânea da comunidade de bikers; comprar

de mídia no Facebook para promover o post de chamada para o crowdfunding

e e-mail marketing para a rede de contatos da mobCONTENT. Para completar

a campanha a produtora fez um vídeo para divulgar o aplicativo e o

crowdfunding, que foi circulado na TV e na internet.

Desde janeiro deste ano o aplicativo já vem sendo utilizado e a

comunidade de ciclistas envolvida possuem metas individuais e coletivas para

auxiliar no abastecimento do conteúdo do app. As metas atingidas podem ser

trocadas por prêmios.

O site do projeto se dedicou ao e-commerce, com a criação de uma loja

virtual, comercializando acessórios, kits promocionais, componentes,

manutenção e utilidades para os adeptos da bicicleta.

A fase final do Bike Lovers é a série de TV com personagens/usuários do

aplicativo Itenere, que será exibida na TV paga pelo canal Curta. Atualmente

ela segue em fase de pré-produção sem data prevista para estreia.

4.1.1 - A mobCONTENT e o amadurecimento de projetos transmidiáticos

Destinada ao desenvolvimento de projetos com narrativas transmídias, a

empresa vem ganhando espaço no mercado das velhas e novas mídias, onde

os usuários estão sempre buscando novas experiências. Seus projetos contem

uma abordagem inovadora sobre assuntos tradicionais.

A produtora teve projetos selecionados nos principais eventos do

segmento no mundo, como o Pixel Market (Reino Unido), Sunny Side of The

Doc (França) e Lab Transmídia - RioContentMarket 2012 e 2013 (Brasil).

No seu portifólio há outros projetos que são modelos de produto

transmídia aliado à estratégia da inteligência coletiva do crowdsourcing.

Alguns exemplos são:

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Polissonorum

Aplicativo de narrativas georreferenciadas em áudio que conta aspectos

históricos, culturais e sociais de determinada região. Ao acessar uma das

plataformas do projeto, o usuário pode escolher escutar e compartilhar

pequenas narrativas ou experimentações sonoras relacionadas ao lugar onde

se encontra.

Pequeno Almanaque de Prendas e Miudezas

O encontro entre Eloísa, designer e artesã com outros artesãos dá

origem a um episódio da série Pequeno Almanaque de Prendas e Miudezas,

que mostra o vínculo afetivo estabelecido entre os personagens e evidencia a

troca de conhecimentos entre aluna e professor. Enquanto o processo de

pesquisa é mostrado numa série de TV, o resultado final é compilado num livro

físico com capa artesanal e tem o suporte de um aplicativo de realidade

aumentada que produz animações sobre as ilustrações da publicação.

Garagem Maker

Baseada na cultura do faça você mesmo, a série Garagem Maker vai

além da TV, se multiplicando em uma plataforma onde as pessoas podem se

reunir para criar, compartilhar ideias e conhecimento na busca por soluções

criativas para o dia a dia ou novas maneiras de interação com a cidade. A

cada episódio, os engenheiros e designers residentes da garagem-laboratório

se encontram com músicos, artistas, chefes, artesãos, dentre outros na busca

por ideias originais.

Rio Antigamente

Utilizando a realidade aumentada o aplicativo desenvolvido para os

sistemas iOS e Android tem como objetivo oferecer aos usuários o resgate do

passado e da evolução urbana no Rio de Janeiro. Fotos antigas da cidade se

sobrepõem no local em que ela foi tirada. As imagens são de autoria de

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fotógrafos da cidade e explora o recurso de geolocalização do celular para

situar de forma precisa a localização do registro.

3AM

Através do crowdsourcing os usuários do aplicativo e do site do projeto

vão construindo suas histórias coletivamente, que depois se transformam em

várias animações com cenários e biografias dos personagens. Com o

desenvolvimento dessas informações as pessoas deverão escrever mais e

mais histórias.

4.2 - Case Fiat Mio

Neste caso temos a grande marca automotiva Fiat utilizando o

crowdsourcing para engajar e fidelizar seus clientes através de suas próprias

ideias.

Em 2009 a empresa convidou seus consumidores para darem ideias

sobre o conceito delas do que seria o carro do futuro, lançando o projeto Fiat

Mio com o slogan “Um carro para chamar de seu”.

A iniciativa superou o número de 17 mil participantes de todo o mundo e

mais de 11 mil sugestóes foram enviadas para o site www.fiatmio.cc. Após

muito estudo e coleta de dados a empresa construiu o primeiro carro

colaborativo chamado de Fiat Concept Car III, ou FCC3, baseado nos sonhos

e necessidades dos consumidores que sugeriram desde a concepção do

design até a escolha dos materiais. O FCC3 ficou exposto durante os meses

de outubro e novembro no 26º Salão Internacional do Automóvel de São

Paulo.

A Fiat também disponibilizou na internet vídeos com os bastidores da

fabricação do FCC3, com entrevistas de executivos, engenheiros, funcionários

e responsáveis.

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Desenvolvido por uma plataforma aberta que utiliza licenças 13creative

commons, a concepção do carro junto aos internautas representou uma quebra

de paradigma principalmente na indústria automotiva onde os segredos podem

significar muitos pontos percentuais de 14market share.

4.3 - Case Mil Casmurros

Um outro exemplo que soube utilizar a internet como uma ferramenta de

divulgação é o projeto Mil Casmurros. Neste caso uma grande empresa, a

Rede Globo, utilizou o crowdsourcing para divulgar a minissérie Capitu,

exibida em 2008.

Inspirada no livro Dom Casmurro de Machado de Assis, o Projeto Mil

Casmurros como estratégia de divulgação foi baseado em uma leitura coletiva

e colaborativa da obra. Dividindo-a em mil pequenas partes, as pessoas foram

convidadas a registrar os trechos da história em vídeo. Era só escolher um dos

trechos disponíveis e gravar. Os vídeos podiam ser compartilhados em blogs e

redes sociais.

A ação que contou com a participação de internautas e atores do canal,

ganhou o prêmio Leão de Relações Públicas no Festival de Publicidade de

Cannes de 2009, na categoria Novas Mídias, o primeiro da Rede Globo na

modalidade.

13 Creative Commons (CC) é uma entidade sem fins lucrativos criada para permitir maior

flexibilidade na utilização de obras protegidas por direitos autorais. A ideia é fazer com que um

autor/criador possa permitir o uso mais amplo de seus materiais por terceiros, sem que estes o

façam infringindo as leis de proteção à propriedade intelectual. 14 Market Share é a participação de mercado, a fatia ou quota de mercado que uma empresa

tem no seu segmento ou de um determinado produto. O Market Share serve para avaliar a

força e as dificuldades de uma empresa, além da aceitação dos seus produtos.

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4.3.1 - A transmídia nas telenovelas

Posteriormente o canal continuou investindo aos poucos em ações de

transmídia para divulgar suas novelas, como em 2009 em Viver a Vida. Na

trama a personagem Luciana, uma paraplégica vivida pela atriz Aline Moraes,

escrevia o blog “Sonhos de Luciana”. O blog estava dentro do site da emissora

e seu conteúdo podia ser acessado por todos os telespectadores.

Mas as ações de interação entre web e TV propostas pelo canal teve o

seu sucesso histórico em Cheias de Charma, na qual as empregadas

domésticas Penha (Taís Araújo), Rosário (Leandra Leal) e Cida (Isabelle

Drummond) ficaram conhecidas quando um clipe musical protagonizado pelas

três foi parar na internet. O clipe “Vida de Empreguete” antes de aparecer na

TV, foi lançado no site oficial da novela e em 24h, recebeu 4 milhões de

cliques. A música virou hit, e ao se espalhar pelas redes sociais, se tornou

mais um viral da internet. Além disso, vários internautas gravavam suas

versões como paródia e jogavam na rede, potencializando ainda mais o

sucesso.

O autor de Cheias de Charme, Filipe Miguez promoveu uma outra ação

de transmídia na sua atual novela Geração Brasil. Como o folhetim ficou nove

capítulos sem ir ao ar devido aos jogos da Copa do Mundo, o autor teve que

pensar em algo para continuar atraindo a atenção dos telespectadores durante

esse intervalo, buscando atingir a população crescente de usuários de

smartphones. A jogada se baseou na criação de um reality show fictício dentro

da trama, onde os personagens criaram um aplicativo que deveria se tornar um

sucesso (dentro e fora da história) durante os dias sem exibição. Os

personagens lançavam um desafio por dia, como por exemplo, fazer uma

determinada dança. Os usuários tinham que baixar o aplicativo e enviar suas

imitações e/ou versões gravadas, mostradas no site da novela, nos comerciais

do canal e na retomada da novela após o intervalo. A proposta do autor teve

um alto índice de aceitação, tendo cerca de 700 mil pessoas fazendo o

download do aplicativo.

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Neste ano a Globo vêm investindo mais pesado em ações deste tipo,

principalmente após o lançamento do seu portal de entretenimento GShow. O

site se tornou uma extensão da experiência da TV ao criar novos universos e

conteúdo. Um exemplo mais recente é a websérie “Lembranças do Irajá”.

Disponível apenas no GShow a websérie mostra histórias com os personagens

do seriado Pé na Cova (exibido pela Globo às terças-feiras) na juventude.

Não foi só a Globo, mas todas as grandes redes de televisão mundiais

tiveram que se adaptar para atrair a atenção dos telespectadoras, que agora,

em sua maioria, são multiconectados e querem interagir, debater e participar

da programação. O sofá em que as famílias se reuniam para assistir TV agora

se estende aos smartphones, tablets e computadores.

Nesse novo cenário os canais televisivos lançaram mão da segunda tela,

expandindo o conteúdo da TV para os meios eletrônicos, seja através de

ações de transmídia, ou mostrando e debatendo os comentários do Twitter

feitos pelos telespectadores simultaneamente num programa ao vivo ou

acrescentando conteúdos inéditos nos sites dos programas e novelas,

estimulando cada vez mais a participação desses multiconectados.

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CONCLUSÃO

As tecnologias digitais impulsionam ações de marketing cada vez mais

inovadoras com a utilização da transmídia, do buz marketing e com a

colaboração voluntária presente no crowdfunding e crowsourcing. Estes novos

modelos de negócio da economia criativa digital possibilitam ricas formas de

experiências que fomentam as ações das marcas/empresas junto ao público-

alvo.

Produzir boas narrativas transmidiáticas não é tão simples, porque

contar histórias exige alguns conhecimentos que normalmente apenas certos

profissionais da literatura e do cinema possuem. Porém, no marketing não é

preciso apenas contar uma história envolvente, tem que incluir todos os

valores da marca para atrair os consumidores. Outro fator vital para a

produção da narrativa transmídia é dominar as várias plataformas.

Então para trabalhar com transmídia o profissional tem que entender de

narrativa, design e tecnologia, além de ser criativo e conseguir trabalhar num

ritmo bastante acelerado. Outros problemas também podem acontecer como

em alguns casos em que as narrativas transmídia promovem elas mesmas, em

vez da marca, ou quando a marca não consegue se beneficiar da criação

dessas narrativas. Se isso acontece a empresa pode não conseguir a

fidelidade do consumidor, provocando o desinteresse e o fracasso da marca.

Apesar do seu crescimento e da vantagem de ser uma ferramenta de

marketing barata, imediata e direta, o buzz marketing ainda não é amplamente

aceito no mercado. Muitos anunciantes temem em adotar esse tipo de ação

pela dificuldade em quantificar com precisão o impacto do boca a boca. Há a

possibilidade de ver sua repercussão na imprensa, blogs e redes sociais, mas

é impossível calcular quantas pessoas foram atingidas pelo buzz marketing, o

que é possível calcular utilizando as mídias tradicionais.

O mercado de transmídia no Brasil ainda está engatinhando, mas todos

já perceberam que é uma estratégia importante e sabendo utilizá-la

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corretamente junto a um bom buzz marketing é possível gerar mais

atratividade, mais aceitação do público e gerar mais efeitos positivos na hora

de comunicar.

Já a inteligência coletiva do crowdfunding reduz bastante os gastos de

uma empresa ao substituir especialistas profissionais por amadores talentosos,

ampliando o alcance do produto ou serviço no mercado. Porém justamente

pela utilização de profissionais amadores há quem diga que coloca em dúvida

a credibilidade das informações, como no caso da Wikipedia, onde qualquer

pessoa pode inserir artigos com dados não corretos.

O financiamento coletivo virtual também pode gerar dúvidas quanto a

sua credibilidade, por isso os utilizadores do crowdfunding devem apostar na

transparência do projeto, assim como numa ótima campanha de divulgação. O

modelo vem ganhando espaço no mercado juvenil de empreendedores por ser

uma forma mais barata de viabilizar projetos inovadores.

Embora haja certas controvérsias o crescimento exponencial desses

modelos no mundo dos negócios vem se tornando uma poderosa ferramenta

utilizada hoje por empresas de todos os tipos. Por isso, podemos afirmar que

atualmente as fórmulas mais bem sucedidas de projetos se mostram na

viralização de conteúdo para atração de patrocinadores ou na utilização de

crowdfunding visando o financiamento colaborativo.

Seja uma empresa de pequeno ou médio porte ou até gigantes como a

Fiat e a Rede Globo, há diversos casos de sucesso envolvendo projetos e

ações que aproveitaram os já citados modelos de negócio para divulgar um

produto ou serviço. Divulgação esta que acaba estimulando a participação do

consumidor/telespectador multiconectado, fazendo com que ele se sinta parte

do “negócio”.

Não há como falar em economia criativa digital sem mencionar o

YouTube, que se tornou algo muito além de um site de compartilhamento. O

YouTube criou sua própria capitalização ao unir os interesses de diversas

comunidades: videomakers amadores almejando o sucesso, produtores de

conteúdo (atores, roteiristas, humoristas, etc) visando o sucesso e a

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profissionalização do seu trabalho, e grandes marcas buscando parcerias com

os canais mais populares da rede para divulgar seus produtos e assim,

conquistar e fidelizar consumidores.

O Porta dos Fundos, um dos canais mais populares no YouTube soube

aproveitar sabiamente o cenário midiático atual. O grupo formado em sua

maioria por atores e roteiristas ampliaram todo o conteúdo do canal para

várias outras plataformas como games, livro, DVD e e-commerce, tornando-os

um dos grandes fenômenos de transmídia nacional.

As ações promovidas pelo coletivo de humor além de conquistar mais

fãs também atraiu a atenção de várias marcas conhecidas em busca de

parceria. O boom do Porta dos Fundos e as parcerias fechadas com grandes

empresas foram os pontos decisivos para que seja considerado um dos canais

mais lucrativos.

Além disso, há outras formas que geram lucro para o grupo. Uma delas

é por meio dos anúncios comerciais (InStream ads e InVideo ads) gerados

pelo YouTube que são adicionados em vídeos mais populares. A outra é a

monetização da audiência através da quantidade de visualizações de seus

conteúdos. Toda vez que alguém assiste um de seus vídeos faz gerar uma

receita. E falando em Porta dos Fundos isso significa milhões de visualizações

por vídeo.

Graças à internet e o avanço dos meios digitais hoje em dia é possível

produzir entretenimento além da TV, anunciar produtos e serviços de um jeito

bem mais econômico, criativo e com um alcance maior e mais segmentado. É

possível viabilizar projetos sem possuir um capital inicial e gerar conteúdo para

um determinado negócio com o auxílio coletivo e voluntário. Ou seja, é

possível criar e lucrar muito bem com os novos modelos de negócios da era

digital.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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maio 2014.

9 - ANDRADE, João. Crowdsourcing e crowdfunding.

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15 - Mil Casmurros. Disponível em:

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16 - Rede Globo ganha Leão em Cannes com Mil Casmurros, ação de Capitu.

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18 - Crowdsourcing: Novo modelo de negócios no meio digital. Disponível em:

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19 - Apostila Instituto Infnet: Mídias Sociais: Planejamento, execução e análise.

1ªed, Rio de Janeiro: Didatix Educacional e Editorial, 2013.

20 - PROGRAMA NA MORAL. LAVIGNE, JOSÉ . Rio de Janeiro: Rede Globo, 17

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21 - CHEVRAND, Michele; FERREIRA, Marcos. Painel Caso Bike Lovers: Uso de

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Disponível em:

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BIBLIOGRAFIA CITADA

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9 - PRASS, Ronaldo. Entenda o que são os QR Codes, códigos lidos pelos

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12 - GUTIERREZ, Felipe. Brasileiros ganham mais dinheiro no YouTube. Folha

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< http://classificados.folha.uol.com.br/negocios/2013/06/1291837-brasileiros-

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13 - Top 100 Youtubers in Brazil by Subscribed. Estatística realizada pela

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16 de julho 2014.

14 - Magritte oferece um novo olhar ao mundo. Disponível em:

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15 - O que é Market Share. Disponível em:

< http://www.significados.com.br/market-share/> Acesso em: 22 de julho 2014.

16 - O que é Creative Commons e por que usá-la? Disponível em:

< http://www.infowester.com/creativecommons.php>. Acesso em: 22 de julho

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17 - Nielsen Company. Disponível em:

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em: <http://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2014/02/o-que-e-o-sistema-

contentid-entenda.html>. Acesso em: 29 de julho 2014

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

OS NOVOS MODELOS DE NEGÓCIOS 10

NO MEIO DIGITAL

1.1 – A transmídia 11

1.2 – O marketing viral 12

1.3 – O crowdfunding e crowdsourcing 13

CAPÍTULO II

OS NOVOS MODELOS DE NEGÓCIOS 17

COMO ESTRATÉGIAS DE MARKETING

2.1 – A transmídia na construção de marcas 17

2.2 – O marketing inteligente do viral 18

2.3 – As estratégias do crowdfunding e crowdsourcing 19

CAPÍTULO III

O BOOM DO PORTA DOS FUNDOS COMO 23

FENÔMENO TRANSMÍDIA

3.1 – A economia digital do Youtube 25

3.2 – O lucro por trás do humor 29

CAPÍTULO IV

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AÇÕES DE CROWDFUNDING E CROWDSOURCING 33

4. 1 – Case Bike Lovers 33

4.1.1– A mobCONTENT e o amadurecimento 34

de projetos transmidiáticos

4. 2 – Case Fiat Mio 36

4.3 – Case Mil Casmurros 37

4.3.1 – A transmídia nas telenovelas 38

CONCLUSÃO 40

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 43

BIBLIOGRAFIA CITADA 47

ÍNDICE 49

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

Título da Monografia: PORTA DOS FUNDOS: O FENÔMENO TRANSMÍDIA

NO BRASIL

Autor: NATHÁLIA DE CASTRO MACÊDO

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito: