View
220
Download
2
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Jornal de divulgação científica do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Citation preview
Jornal do Inpa
Manaus, Fevereiro/Março 2011 - Ano III - Ed.12 - ISSN 2175-0866 Distribuição Gratuita
56 anos
www.inpa.gov.br
A ciência a serviço da esperança
Morre menor filhote de peixe-boi já resgatado pelo Inpa
Jornalismo e Ciência buscam sincronia
A sustentabilidade de Belo Monte
Pesquisa científica para o combate à dengue
Pesquisa avalia a
cadeia da borracha em
Lábrea (AM)
Município não possui indústria para extração de borracha, somente trabalham com produção extrativista
Combatendo o câncer com cogumelos
Estudo revela que além de possuir um campo promissor, cogumelos podem auxiliar na cura da doença
Boa leitura
Pág. 02
Pág. 02
Pág. 02
Pág. 02
Pág. 04
Pág. 03 Pág. 05
Pág. 07
Estudo valoriza produção de brócolis em Presidente Figueiredo
Pesquisa revelou crescente viabilidade socioeconômica e ambiental do cultivo de brócolis para o Amazonas Pág. 08
Foto: Eduardo Gomes
Foto:Eduardo Gomes
Pesquisas sobre o pau-rosa compõem cartilha
Estudos realizados pelo Inpa ajudam no combate ao Aedes Aegypti. Um deles é a aplicação de uma substância para afastar os mosquitos de uma área vulnerável na época de chuva: a construção civil
Foto: Ariel Dotto BlindFoto: Edinaldo Lopes
Página 02 - Fevereiro/Março 2011
Chefe da Divisão de Comunicação Social: Tatiana Lima (MTB 4214/MG) - Editor Chefe: Eduardo Gomes - Repórteres: Aline Cardoso, Clarissa Bacellar, Daniel Jordano, Josiane Santos e Wallace Abreu Editoração Eletrônica: Flávio Ribeiro - Revisão: Josiane Santos - Secretário de Redação: Everton Martins. Fotos: Anselmo D`Affônseca, Daniel Jordano, Eduardo Gomes e Flavio Ribeiro Tiragem: 1000 - Edição 12 - Fevereiro/Março 2011 - ISSN 2175-0866.Produção: Divisão de Comunicação Social do Inpa/MCT.
+55 92 3643-3100 / 3104 [email protected] www.twitter.com/ascom_inpa
www.facebook.com/inpamct
Expediente Fale com a redação
Ministério daCiência e Tecnologia
Tome Ciência
O primeiro Encontro ConsCIÊNCIA,
promovido pela Divisão de Comunica-
ção Social (DCSO) do Instituto Nacio-
nal de Pesquisas da Amazônia
(Inpa/MCT), aconteceu no dia 29 de
março, no espaço Thiago de Mello da
Livraria Saraiva Megastore, no Manau-
ara Shopping
Os convidados foram o diretor do
Inpa, Adalberto Val, e os pesquisado-
res Wanderli Tadei e Joselita Santos,
que realizam pesquisas sobre dengue
no Instituto, tema do evento. Além dos
jornalistas Vandré Fonseca, da TV
Amazonas, e Josiane Santos, do Inpa.
A finalidade do encontro, é reunir
jornalistas, estudantes de jornalismo e
pesquisadores para debate sobrer o
jornalismo científico na região.
A construção da hidrelétrica de Belo
Monte (PA) foi tema de palestra
realizada no Instituto Nacional de Pes-
quisas da Amazônia (Inpa/MCT) no dia
25 de fevereiro. O evento aconteceu
em Manaus no auditório do Programa
de Pós-graduação em Biologia de
Água Doce e Pesca Interior (BADPI),
campus ll do Inpa, na Avenida André
Araújo, bairro Aleixo.
O palestra foi proferida pelo pesqui-
sador do Instituto Philip Fearnside.
Para ele, há várias questões que preci-
sam ser consideradas. “Existe a infor-
mação que Belo Monte será construída
pela necessidade da geração de ener-
gia, mas não é. A construção tem haver
com a indústria do alumínio onde a
energia elétrica é o seu principal insu-
mo”, disse.
A sustentabilidade de Belo Monte
O menor filhote do Projeto Peixe-boi
da Amazônia já resgatado pela Associ-
ação Amigos do Peixe Boi, (Ampa), não
resistiu a uma forte pneumonia, detec-
tada por um exame de raio-x, realizado
no dia 4 de março. Após o exame, o
animal teve uma parada cardíaca. O
médico veterinário do Instituto Nacio-
nal de Pesquisas da Amazônia
(Inpa/MCT), Anselmo d’Affonsesa,
tentou reanimá-lo, mas o animal não
resistiu.
O filhote fêmea de peixe-boi foi res-
gatado no dia 1, na Comunidade da
Eva no município de Silves, interior do
Amazonas. Em 2010, por meio de
incentivos do Programa Petrobras
Ambiental, a Ampa e o LMA/Inpa res-
gataram 13 animais, número recorde
na história do Projeto Peixe-boi.
Morre menor filhote de peixe-boi já resgatado pelo Inpa
Jornalismo e Ciência buscam sincronia
Boa leitura | Pau -Rosa
Séfora Antela Ilustração
A cartilha tem como público alvo as comunidades que têm interesse em fazer do pau-
rosa uma alternativa na geração de renda.
O pau-rosa (Aniba rosaeodora Ducke) é uma das espécies de árvores da Amazônia
mais visadas em caráter internacional pela sua utilização na indústria de cosméticos,
principalmente na perfumaria fina. Por isso, possui uma grande demanda por parte das
comunidades rurais, para usar o óleo extraído de seus galhos e folhas e produzir sabo-
netes, óleos perfumados, através de cooperativas. A publicação é da Editora do Institu-
to Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) com lançamento em breve.
A cartilha foi composta por quatro autores: Keuris Kelly Souza da Silva, mestranda
em Ciências de Florestas Tropicais (CFT/Inpa), Elisabete Brocki, pró-reitora de gradu-
ação da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e Gil Vieira, pesquisador da Coor-
denação de Pesquisa em Silvicultura Tropical (CPST/Inpa). O pesquisador responsá-
vel e também autor da cartilha é Paulo de Tarso Barbosa Sampaio também do
CPST/Inpa.
Foto: Tabajara Moreno
que é o nosso objetivo”, conclui.
Foram realizadas ainda palestras
sobre “Cogumelos funcionais e sua
importância na saúde humana”, pela
palestrante Arailde Fontes Urben da
Embrapa/Cenargem (DF) e sobre o
“Índice de qualidade para o cultivo de
cogumelos”, por Diego Cunha Zied, da
Universidade Estadual Paulista
(Unesp), seguida por uma
discussão sobre os temas.
Uma coletânia de resultados
Durante o encerramento do evento,
foi apresentado aos participantes um
livro, que recebeu o mesmo título que o
workshop: “Bioconversão de resíduos
lignocelulolíticos da Amazônia para o
cultivo de cogumelos comestíveis”,
lançado pela Editora do Inpa.
O livro é abrangente e conta com
uma grande variedade de trabalhos
Fevereiro/Março 2011 - Página 03Saúde - Divulga Ciência
Combatendo o câncer com cogumelos
Pesquisa revela que os cogumelos podem auxiliar na cura da doença
Aline CardosoDa Equipe do Divulga Ciência
O segundo dia do workshop “Biocon-
versão de resíduos lignocelulolíticos da
Amazônia para o cultivo de cogumelos
comestíveis” realizado no Instituto
Nacional de Pesquisas da Amazônia
(Inpa/MCT) trouxe palestra sobre as
propriedades medicinais dos cogume-
los.
A convidada Sascha Habu, do
laboratório de Bioprocessos da
Universidade Federal Tecnológica do
Paraná (UTPR). Ela expôs resultados
de seu trabalho, desenvolvido ao longo
de quatro anos, sobre as funcionalida-
des terapêuticas dos cogumelos com a
palestra “Atividade antioxidante e
antitumoral de macromicetos”.
Os experimentos foram feitos
utilizando quatro espécies de cogume-
los: cogumelo-do-sol (Agaricus
brasiliensis), cogumelo da lagarta
(Cordyceps sinensis), cogumelo
vermelho (Ganoderma lucidum) e
maitake (Grifola frondosa).
De acordo com Habu, é
importante desenvolver estudos
nessa área, pois “incentivará
futuras pesquisas de alunos e até
mesmo de outros profissionais na
busca pela descoberta de novas
substâncias naturais”, disse.
O estudo no ramo da saúde tem
grandes possibi l idades de
avanços visto que a medicina
atualmente não tem a preocupa-
ção apenas com o tratamento,
mas com a prevenção de doenças e o
câncer é uma das patologias que vem
crescendo mundialmente a cada ano.
“Esse campo é muito promissor com
os estudos dos cogumelos, ainda há
bastante a ser feito. Se a eficácia dos
biocompostos, alcançados com a
pesquisa, for comprovada, existirá a
real possibilidade de surgir medica-
mentos de fácil acesso à sociedade,
sobre o tema. “Inicialmente ele foi
concebido como se fossem anais do
workshop, mas ele é mais do que isso.
O livro tem todas as 14 apresentações
do evento, e conta também com
resumos de todos os trabalhos resul-
tantes do projeto CT-Amazônia,
resumos de teses, dissertações,
monografias, trabalhos científicos e
técnicas de cultivo, que estão anexo.
Essa obra é um resumo de toda a
produção científica realizada pelo
projeto”, comenta o pesquisa-
dor da Coordenação de
Pesquisas em Produtos
Florestais (CPPF), Basílio
Vianez.
A edição do livro foi financia-
da pelo projeto e pelo Instituto
Nac iona l de C iênc ia e
Tecnologia (INCT) Madeiras da
Amazônia, coordenado pelo
pesquisador do Inpa, Niro
Higuchi, e foi disponibilizado, primeira-
mente, aos participantes e palestrantes
do workshop. Os trabalhos foram
organizados pelas pesquisadoras do
Inpa e coordenadoras do evento, Maria
de Jesus C. Varejão e Ceci Sales
Campos, com o objetivo de divulgar as
pesquisas realizadas com cogumelos.
‘‘ ‘‘O evento reuniu pesquisadores, estudantes e interessados no cultivo de cogumes comestíveis
Clarissa BacellarDa Equipe do Divulga Ciência
É importante desenvolver estudos nesta área, pois
incetivará futuras pesquisas pela descoberta
de novas subtâncias
Foto: Eduardo Gomes
Página 04 - Fevereiro/Março 2011
Resíduos de bananeiras são favoráveis ao cultivo de cogumelos na região norte
O Grupo de Estudos Estratégicos Ama-
zônicos (GEEA) do Instituto Nacional de
Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) se
reuniu na manhã dessa quarta-feira (16)
com representantes de universidades,
instituições de pesquisa e cientistas para
debater questões de interesse estratégico
relacionadas à Amazônia.
A reunião é realizada desde 2001 e tem
alcançado resultados satisfatórios em
debates e ações no que diz respeito às
problemáticas enfrentadas pela nossa
região. De acordo com Geraldo Mendes,
secretário-executivo do GEEA, “a ciência
é uma atividade social com fins sociais,
entende-se que a socialização das infor-
mações deve ser encarada como uma
prioridade. Com ciência, a esperança se
torna completa”, disse.
O poeta amazonense Thiago de Mello
foi o convidado da reunião. Durante sua
palestra, o poeta traçou uma relação entre
ciência e a esperança, de forma poética e
crítica ao modelo atual do ‘fazer’ ciência.
“O avanço prodigioso da ciência não
pode estar a serviço do capitalismo e das
bolsas de valores do mundo. Esse avanço
deve ser norteado pelas virtudes e neces-
sidades dos valores humanos”, afirmou.
Educação
O diretor do Inpa, Adalberto Val, ressal-
tou, durante a palestra, a importância da
educação para que a disseminação do
conhecimento científico ocorra de modo
satisfatório e seja eficiente. Para isso, é
preciso que haja investimentos nessa área
e espaço na sociedade e na mídia para
esse tipo de proposta.
“A educação é fundamental para sociali-
zar a informação científica, sem isso não
há como transferir a informação que é
produzida dentro dos laboratórios e fazê-
la ser compreendida pelas massas. Essa é
a esperança do futuro”, disse.
A ciência a serviço da esperança
“A procura pelo conhecimento não acaba nunca” (Thiago de Mello)
Aline CardosoDa equipe do Divulga Ciência
A palestra “Avaliação da produ-
ção e das características bromatoló-
gicas de Pleutorus ostreatus
cultivado em resíduos de bananei-
ra”, ministrada por Cristiane Suely
Melo de Carvalho, teve o intuito de
revelar à comunidade que resíduos
processados de bananeira (folhas,
caule, pseudocaule e outros) foram
bastante proveitosos e que se
mostraram favoráveis para o cultivo
de cogumelos na região.
A palestra deu continuidade ao
w o r k s h o p d e c o g u m e l o s
comestíveis sediado no auditório da
Biblioteca do Instituto Nacional de
P e s q u i s a s d a A m a z ô n i a
(Inpa/MCT).
Segundo a pesquisadora, “os
cogumelos são macrofungos muito
apreciados na culinária, devido
várias características, como o sabor
agradável e alto valor nutricional,
podendo ser utilizado como comple-
mento na alimentação”, inclusive
dos manauaras. Os maiores
produtores são China e Estados
Unidos. Já no Brasil, não existem
dados concretos sobre a produção.
“Esse é um fungo que não exige
muito dos substratos e que se
adaptabem a variação de temperatu-
ra e umidade“, explica.
Carvalho é aluna de doutorado em
Biotecnologia da Universidade
Federal do Amazonas (Ufam) e
apresentou os resultados de um
experimento realizado com os fungos,
parte de sua dissertação em 2010.
Foram realizadas também mais
quatro palestras, ministradas por:
Rogério Eiji Hanada (Inpa); Lorena
V i e i r a B e n t o l i l a d e A g u i a r
(Inpa/Ufam); André Luiz Borborema
da Cunha (Inpa/Ufam) e Bazilio
Frasco Vianez (Inpa).
O ciclo de palestras, realizado pela
Coordenação de Pesquisas em
Produtos Florestais (CPPF/Inpa),
continuou no dia 25 de fevereiro,
dando prosseguimento às apresenta-
ções de pesquisadores e estudantes
do Inpa e de outras instituições de
pesquisas envolvidas no desenvolvi-
mento de cultivo de cogumelos
comestíveis.
Experimento revela que o uso de resíduos de bananeira são úteis na produção de cogumelos.
|Clarissa BacellarDa equipe do Divulga Ciência
Pesquisadora destacou o alto valor nutricional dos cogumelos que podem ser usados como complemento na alimentação
Foto: Eduardo Gomes
Pesquisa - Divulga Ciência
Fevereiro/Março 2011 - Página 05Economia - Divulga Ciência
Com o intuito de colaborar no
desenvolvimento da olericultura
(área da horticultura que abrange a
exploração de hortaliças) da Amazô-
nia, a Coordenação de Pesquisas em
Ciências Agronômicas (CPCA) do
Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia (Inpa/MCT) tem desenvol-
vido pesquisas adequadas às diver-
sas áreas do conhecimento agronô-
mico.
O engenheiro agrônomo Ariel Dotto
Blind, orientado por pesquisadores
do Inpa, realizou uma pesquisa sobre
a viabilidade socioeconômica e ambi-
ental da produção de brócolis para o
Amazonas. Blind é estudante de mes-
trado do Programa de Pós-
Graduação em Agricultura no Trópi-
co Úmido (PPG-ATU) do Inpa.
Os resultados da pesquisa
mostram que a produtividade
de plantios de brócolis (do
grupo ramoso) em função de
diferentes manejos é anima-
dora, e, portanto, está sendo
recomendado e usado por
agricultores familiares, no
município de Presidente Figuei-
redo, interior do Amazonas.
“A partir dos dados analisados, os
produtores familiares rurais se inte-
ressaram pelo plantio de brócolis em
função do cultivo ser simples e devido
o alto preço alcançado pela hortaliça
em Manaus. Hoje, existe a Cooperati-
va Agroindustrial Boa Esperança
(formada em abril de 2010) de produ-
tores de brócolis no ramal Boa Espe-
rança (Km 120 da BR 174), com pro-
dutividade cerca de 200 Kg semana-
is”, afirma o engenheiro.
Produção
O município se destaca por possuir
um grande potencial de produtividade
em função da altitude, do micro clima
da região, da ventilação constante
(importante para a produção de hortali-
ças), e da temperatura média anual
caracterizada em 26°C.
O potencial produtivo de hor-
taliças nessa região, também
tem sido alvo de discussões entre pes-
quisadores de diversas instituições.
“Partiu de uma iniciativa, uma tentativa
de produzir brócolis, porque não tem
segredo nenhum, é o mesmo sistema
de cultivo da couve. É possível ter
sucesso na implantação dessas cultu-
ras (plantios), que não são convencio-
nais na região, mas que têm viabilida-
de, pois não é necessário desmatar,
uma vez que se pode utilizar a mesma
área realizando rotação”, explica.
Segundo Blind, os orientadores e
pesquisadores do Inpa, especialistas
em olericultura, Hiroshi Noda e Danilo
Fernandes, o brócolis já faz parte da
dieta dos amazonenses e contribui na
geração de emprego e renda para pro-
dutores da região.
Blind afirma ainda que a produção
em Presidente Figueiredo tem sido
destinada a importantes consumidores
de Manaus, que manifestam preferên-
cia pelo consumo de hortaliças regio-
nais. “Não deixamos a desejar em qua-
lidade perante outras regiões produto-
ras brasileiras e nem para o que é
importado”, assegura.
O Brócolis
Em sua composição química são
encontrados boro, ácido fólico, com
destaque para seu elevado teor de
cálcio, que auxilia na formação de
ossos e dentes. Possui ainda outros
compostos ativos, onde podem ser
encontradas propriedades anticancerí-
genas, antioxidantes, antibacterianos,
antifúngicos e os carotenóides (que
apresentam atividades de pró-vitamina
A). Pesquisadores japoneses compro-
varam que os brotos de brócolis com-
batem a Helicobacter pylori, uma bac-
téria comum no estômago, conhecida
por causar úlceras, gastrite e câncer
gástrico.
| Clarissa BacellarDa equipe do Divulga Ciência
Produção de brócolis no município de Presidente Figueiredo valorizada após estudoPesquisa foi realizada por estudante orientado por pesquisadores do Inpa e revelou crescente viabili-dade socioeconômica e ambiental do cultivo de brócolis para o Amazonas
Foto: Ariel Dotto Blind
‘‘‘‘Não deixamos a desejar em qualidade perante
outras regiões produtoras brasileiras
Produção de brócolis em Presidente Figueiredo revela grande potencial de produtividade em função da altitude
Página 06 - Fevereiro/Março 2011 Pesquisa - Divulga Ciência
Pesquisa avalia e caracteriza a cadeia produtiva da borracha em Lábrea (AM)... ser impermeável foi a qualidade que primeiro chamou a atenção do mundo. Usar sapatos, capas de chuva, luvas
cirúrgicas, sutiãs e espartilhos, cintas e elásticos de múltiplos usos era fashion ter pelo menos uma parte do corpo
impermeável a chuvas e bactérias e moldar o corpo a estética do momento..(Poema de autoria de Aldísio Filgueiras)
Conforme o poema, a produção de
borracha no Amazonas trouxe uma
época de auge para o estado, um
momento de crescimento econômico e
social que ficou na história.
A pesquisa desenvolvida no Instituto
Nacional de Pesquisas da Amazônia
(Inpa/MCT) por Edinaldo Lopes de
Oliveira, estudante de mestrado do
Programa de Pós-Graduação em Agri-
cultura de Trópico Úmido (PPG-ATU),
que analisou e caracterizou todos os
elos pertencentes à cadeia produtiva
da borracha no município de Lábrea,
interior do Amazonas. O trabalho foi
orientado pela pesquisadora do Institu-
to Sônia Sena Alfaia.
O Governo do Estado por meio da
Secretária de Estado de Produção
Rural (Sepror) pretende reativar
alguns seringais com a finalidade
de fornecer látex para a indústria.
O estudo identificou que a
cadeia produtiva de borracha em
Lábrea é composta por seringuei-
ros, fornecedores de insumos,
comerciantes, regatões, agentes
governamentais (assisitência
técnica) e associações de serin-
gueiros. No município, não existe
indústria para extração de borra-
cha, somente trabalham com
produção extrativista.
“Primeiro avaliamos a cadeia que
identificou esses elos, como estão
funcionando e as formas que eles inte-
ragem; e no segundo momento nós
fizemos um levantamento da produ-
ção”, explica Oliveira.
Na avaliação e característica da
produção, foram entrevistados 50
seringueiros, um fornecedor de insu-
mos – que fornece material para extra-
ção da borracha, um técnico, duas
associações de seringueiros e três
comerciantes.
Resultados
A pesquisa iniciou em 2008 avalian-
do a produção de um ano de fabricação
(ano de corte da seringueira, normal-
mente, de maio a dezembro) de um
seringal. Nesse seringal, o pesquisa-
dor escolheu três colocações (área
que cada seringueiro utiliza fazendo
corte das árvores), e dentro de cada
colocação duas estradas e em cada
estrada dez plantas.
‘‘Podemos perceber que as plantas
são produtivas e que necessitam de
| Josiane SantosDa equipe do Divulga Ciência
um estudo melhor para desenvol-
vermos métodos para aumentar a
produção, essas plantas têm um
potencial produtivo muito grande
e estamos propondo um estudo
genético dessas plantas’’, conclu-
iu Oliveira.
A pesquisa concluiu que a cade-
ia produtiva da borracha no muni-
cípio de Lábrea é incompleta por
não existir o elo da indústria,
ausência de políticas públicas
exclusivas para a extração de borra-
cha, falta de kit seringa (400 tigelas,
duas facas de seringa, um balde e uma
lanterna) aos produtores, somadas à
ausência de assistência técnica exten-
são rural na atividade de extração do
látex são alguns dos entraves identifi-
cados no estudo. Outro ponto
considerado como entrave importante
encontrado para ativação da produção
de borracha é a ausência de documen-
to fundiário da terra.
O governo do Estado pretende reativar alguns seringais com o
objetivo de fornecer látex para indústria
Foto: Edinaldo Lopes
‘‘ ‘‘ Primeiro avaliamos a cadeia que identificou
esses elos, como estão funcionando e a forma
que eles interagem
‘‘ ‘‘Já fizemos o teste em um
edifício e houve uma redução no número de
mosquitos
Fevereiro/Março 2011 - Página 07Saúde - Divulga Ciência
Pesquisa científica para o combate à dengue
Estudos realizados pelo Inpa ajudam no combate ao Aedes Aegypti. Um deles é a aplicação de uma substância para afastar os mosquitos de uma área vulnerável na época de chuva: a construção civil
Os casos de Dengue no
Amazonas estão preocupando a
população e as autoridades. Já
foram registrados mais de 4 mil
casos em todo o Estado.
Ÿ A situação piora no período
chuvoso onde se formam mais
criadouros do mosquito, e é no canteiro
de obras que o inseto encontra um
ambiente mais favorável. Para evitar a
proliferação do Aedes Aegypti, o
Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia (Inpa/MCT) está realizando
um estudo nesses locais.
O pesquisador do Inpa, Wanderli
Tadei, explica que nas construções de
edifícios é necessário fazer o teste de
infiltração no futuro banheiro dos
apartamentos e para isso é despejada
certa quantidade de água. A área deve
ficar alagada por sete dias e é aí que
mora o perigo. “O primeiro morador
desses prédios é o mosquito transmis-
sor da dengue. Nessa fase os edifícios
acumulam água e sete dias é tempo
mais do que suficiente para o
desenvolvimento da larva”. Afirma.
Nova substância
Para resolver o problema, uma
substância (que está em processo de
patente) foi criada nos laboratórios do
Instituto. A técnica consiste em
adicionar a sustância à água usada na
obra o que, segundo Tadei, substitui o
uso de inseticidas, não permite a
proliferação do Aedes Aegypti e ainda
protege os trabalhadores da constru-
ção civil. “Nós desenvolvemos o
sistema onde água pode ser usada
normalmente para o teste de infiltra-
ção. A substância tem eficácia de 12
dias, já foi testada em laboratório e
estamos vendo sua viabilidade. Já
fizemos o teste em um edifício e houve
uma redução no número de mosqui-
tos”, enfatizou.
Além disso, há estudos do Instituto
que envolvem a análise de
resistência do mosquito a
inseticidas e a produção de novas
fórmulas de repelentes.
Conscientização
O pesquisador alerta a popula-
ção sobre os cuidados para evitar
a dengue. Medidas como tampar
caixas d’água, manter o quintal
limpo, verificar se as calhas não estão
acumulando água assim como os
vasos de plantas, ajudam no combate
à doença.
De acordo com Tadei, em caso de
sintomas como febre, dor de cabeça e
dores pelo corpo, por exemplo, a
pessoa deve procurar o serviço médico
imediatamente. “O diagnóstico da
doença é importante para o paciente e
para o serviço público, pois é a partir
disso que será feita a ação de comba-
te. Existem quatro tipos de dengue e o
mais grave é a hemorrágica que pode
levar a óbito. O paciente com suspeita
de dengue não pode ficar em casa”,
enfatizou.
| Daniel JordanoDa Equipe do Divulga Ciência
Foto: Eduardo Gomes
Pesquisas em laboratório garatem ações eficazes contra a dengue
Página 08 - Fevereiro/Março 2011
IV Oficina sobre gestão e manejo de pesca em terras indígenas
Evento realizado de 24 a 27 de março no Município de São Paulo de Olivença, interior do Amazonas
A IV Oficina sobre Gestão e Manejo
da Pesca nas Terras Indígenas Éware I
e Éware II organizada pelo Laboratório
de Manejo de Fauna (LMF) do Instituto
Nacional de Pesquisas da Amazônia
Desenvolvimento Regional do Estado
do Amazonas para o Zona Franca
Verde (Proderam) e Instituto de
Desenvolvimento Agropecuário do
Estado do Amazonas (IDAM) iniciou as
atividade com a realização de uma
reunião entre as lideranças da
Associação dos Caciques Indígenas
do Alto Solimões (ACISPO) e da
equipe técnica com a finalidade de
definir funções durante a realização do
evento.
A oficina realizou reuniões com
caciques, comunitários e lideranças
para apresentar os objetivos do projeto
e discutir as regras em uso, propor
novas regras para o manejo pesqueiro
e socializar informações sobre a pesca
na região, com o objetivo de promover
a integração de esforços para a gestão
e manejo da pesca nas terras indíge-
nas.
O evento teve como coordenador
Associação dos Caciques Indígenas do
Alto Solimões (ACISPO), no âmbito do
antigo Programa de Pesquisas em
P o l í t i c a s P ú b l i c a s e m Á r e a s
Estratégicas no Amazonas (PPOPE) da
Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado do Amazonas (Fapeam).
O projeto é patrocinado pelo
Programa de Desenvolvimento Regional
do Amazonas para o Zona Franca Verde
(PRODERAM) e é conduzido pela
equipe técnico-científica do Laboratório
de Manejo de Fauna(LMF/Inpa), que tem
o pesquisador George Henrique Rebelo
como líder.
geral técnico-científico o pesquisador
do Inpa, Jackson Pantoja Lima; como
colaborador, na coordenação de
grupos de trabalho, João Batista dos
Santos (LMF/Inpa) e contou ainda com
o palestrante Miguel Arantes, que fez
palestra sobre a “Importância do
Conselho no Manejo Pesqueiro Local
da Resex Auati-Paraná, região de
Fonte Boa”.
No dia 27 de março, foi realizado o
encerramento, uma plenária final com
constituição do conselho, definição de
agenda de traballho e encaminhamen-
tos, em português e Tikuna, com o
intérprete
Sobre as edições anteriores
A I Oficina sobre Gestão e Manejo da
Pesca nas Terras Indígenas Éware I e II
foi realizada entre 16 e 19 de março de
2009, em São Paulo de Olivença,
organizada em colaboração entre o
Laboratório de Manejo de Fauna do
Inpa, a antiga Fundação Estadual dos
Povos Ind ígenas (FEPI ) e a
Rafael Adércio Costódio,
técnico da Secretaria de Estado para
Povos Indígenas (SEIND).
Educação e Sociedade - Divulga Ciência
O evento mobilizou caciques comunitários e lideranças para discutir regras no manejo pesqueiro
Clarissa BacellarDa Equipe do Divulga Ciência
Foto: Acervo LMF
Foto: Acervo LMF