Dissertação Serpentes

Embed Size (px)

Citation preview

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    1/103

    RODRIGO ROVERI SCARTOZZONI

    Morfologia de serpentes aquáticas neotropicais:um estudo comparativo

    São Paulo

    2005

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    2/103

    RODRIGO ROVERI SCARTOZZONI

    Morfologia de serpentes aquáticas neotropicais:um estudo comparativo

    Dissertação apresentada ao Instituto deBiociências da Universidade de São Paulo,

     para a obtenção de Título de Mestre emCiências, na área de Ecologia.

    Orientador: Prof. Dr. Marcio Roberto Costa

    Martins

    São Paulo

    2005

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    3/103

    FICHA CATALOGRÁFICA

    Scartozzoni, Rodrigo RoveriR 287m Morfologia de serpentes aquáticas neotropicais: um estudo

    comparativo / Rodrigo Roveri Scartozzoni. -- São Paulo:R. R. Scartozzoni, 2005.

    p. 102: il.

    Dissertação (Mestrado) – Universidade de SãoPaulo, Instituto de Biociências, Depto. de Ecologia,2005.

    1. Serpentes - Morfologia 2. Ambiente - Uso

    I. Universidade de São Paulo. Instituto de Biociências.Departamento de Ecologia. II. Título.

    LC : QL 666.o6 

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    4/103

    FOLHA DE APROVAÇÃO

    SCARTOZZONI, Rodrigo RoveriMorfologia de serpentes aquáticas neotropicais: um estudo comparativo

    Dissertação apresentada ao Instituto de Biociências daUniversidade de São Paulo, para a obtenção de Títulode Mestre em Ciências, na área de Ecologia.

    Aprovado em:

    Banca Examinadora

    Prof. Dr. ___________________________________________________________Instituição: ________________________ Assinatura: _________________________

    Prof. Dr. ___________________________________________________________Instituição: ________________________ Assinatura: _________________________

    Prof. Dr. ___________________________________________________________Instituição: ________________________ Assinatura: _________________________

    Prof. Dr. ___________________________________________________________Instituição: ________________________ Assinatura: _________________________

    Prof. Dr. ___________________________________________________________Instituição: ________________________ Assinatura: _________________________

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    5/103

     

    Dedico este trabalho aos meus pais,Augusto e Cecília, pelo amor, dedicaçãoe apoio necessários durante todos esses

    anos.

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    6/103

    AGRADECIMENTOS

    Ao Marcio Martins, pela orientação e por ter confiado em minha capacidade de trabalho.

    À Fundação de Amparo a Pesquisa no Estado de São Paulo (FAPESP), pelo financiamentodeste trabalho por meio da concessão de bolsa de estudo.

    Ao Otavio Marques, pela co-orientação, amizade, encorajamento constante e exemplo profissional.

    À Selma Maria de Almeida-Santos, pela amizade e por me abrir os olhos à ciência.

    À Maria da Graça Salomão, pela amizade e apoio constantes.

    Ao Ricardo Sawaya, pelas críticas e sugestões às versões preliminares da dissertação e pelasdiscussões a cerca de análises comparativas e estatísticas.

    Ao Hebert Ferrarezzi, pelas críticas ao longo do trabalho e pelas várias discussões a cerca desistemática filogenética.

    Ao Wilson Fernandes e Francisco Luis Franco, pela permissão para utilização da coleção doInstituto Butantan, bem como das dependências do Laboratório de Herpetologia.

    Ao Hussam Zaher, Ronaldo Fernandes e Júlio César de Moura-Leite, por permitirem o examede exemplares preservados sobre seus cuidados.

    Ao Valdir José Germano, pela amizade e apoio constante ao trabalho de coleção.

    A Maria Inês Conte, bibliotecária do Instituto de Biociências da USP, pela revisão da bibliografia deste trabalho.

    Ao Antonio Carlos Ribeiro da Costa, pelos desenhos desta dissertação.

    A todos os colegas pesquisadores que gentilmente forneceram informações sobre atividade deserpentes na natureza: Miguel Trefaut Rodrigues, Ricardo Sawaya, Otavio Marques, MarcioMartins, Cristiano Nogueira, Donizete Pereira, Ricardo Kawashita Ribeiro, Marcos Di-Bernardo, Christine Strüssmann, Hebert Ferrarezzi, Giuseppe Puorto, Francisco Luis Franco eRenato Moraes.

    A todos os colegas do Laboratório de Herpetologia, em especial a Darina, Dona Maria, DonaVera, Mariza, Antonio Carlos Ribeiro da Costa, Einat, Alessandra, Adriana, Lílian, Myriam,Ricardo, Herbert, Lígia, Leonardo, Karina, Maryanne, Einat, Cláudio, Joãozinho, Murilo,Fátima, Fausto, Renato, Kiko, Cristina, Fernanda, Marcelo, Antonio Carlos, Zé Pedro, Eladio,Amauri, Marlene, Carlinhos, Wilson, Fátima Furtado, Silvia, Mariza...

    A todos os colegas do LabVert, em especial ao Beto, Tozetti, Cínthia, Cristiano, Elaine eCarlos.

    À Rita, pela paciência, cooperação e amor.

    Ao meu irmão Adriano, pela amizade e apoio constante.

    E finalmente, minha gratidão a todos os que, direta ou indiretamente, contribuíram para arealização deste trabalho.

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    7/103

     

    “Ninguém ignora tudo, ninguém sabetudo. Por isso, aprenderemos

    sempre”.

    Paulo Freire

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    8/103

    RESUMO

    SCARTOZZONI, R. R. Morfologia de serpentes aquáticas neotropicais: um estudo

    comparativo. 2005. 102 f. Dissertação (Mestrado) – Instituto de Biociências. Universidade deSão Paulo, São Paulo, 2005.

    O tipo de ambiente utilizado influencia fortemente a evolução da morfologia em vertebrados.Este estudo verifica a relação entre a morfologia e o uso do ambiente aquático em 37 espéciesde serpentes neotropicais pertencentes às subfamílias Boinae, Elapinae e Xenodontinae. Avariação da forma relativa do corpo, dentro de cada subfamília, foi verificada por análise decomponentes principais (ACP). Diferenças no tamanho e forma do corpo foram testadas,dentro de cada subfamília, por análises de variância e covariância. As informações de uso doambiente, bem como as variáveis de tamanho e forma relativa do corpo foram otimizadas emhipóteses filogenéticas das subfamílias e as relações entre elas analisadas por meio de

    contrastes independentes. Serpentes aquáticas das diferentes linhagens tenderam a possuir osolhos e as narinas posicionadas na região dorso-anterior da cabeça. Também apresentaramredução na largura da escama ventral e são espécies mais robustas em relação a serpentes queutilizam outros ambientes. Serpentes semi-aquáticas do gênero  Hydrodynastes  e algumasespécies aquáticas do gênero  Liophis  não apresentaram tais modificações, provavelmentedevido a restrições filogenéticas. Entre os Xenodontinae, depois de eliminado o efeito dafilogenia sobre as variáveis, correlações positivas e significativas foram encontradas entre ouso do ambiente e forma do corpo. Reconstruções dos estados ancestrais indicam que osancestrais hipotéticos das serpentes analisadas eram terrícolas (Boinae e Xenodontinae) oufossóreos (Elapinae) e não apresentavam as modificações associadas ao hábito aquático. Ocomprimento do corpo e o tamanho da cabeça não parecem estar relacionados ao uso do

    ambiente aquático, mas sim a outros fatores ecológicos (e.g., alimentação). O comprimento dacauda e o diâmetro do olho parecem estar relacionados ao uso de outros ambientes (e.g.,arborícola ou fossóreo) ou a táticas defensivas, como no caso do comprimento da cauda. Nasespécies estudadas de Xenodontinae, o hábito aquático não parece ter levado a modificaçõesna fecundidade e espaço ocupado pela ninhada na cavidade abdominal das fêmeas,diferentemente do observado para outras serpentes.

    Palavras-Chave: Morfologia. Serpentes. Uso do hábitat.

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    9/103

    ABSTRACT

    SCARTOZZONI, R. R. Morphology of aquatic Neotropical snakes: a comparative study. 

    2005. 102 f. Dissertação (Mestrado) – Instituto de Biociências. Universidade de São Paulo,São Paulo, 2005.

    The use of habitat is thought to strongly influence morphological evolution in vertebrates. Weexplored the relationships of morphology with the use of aquatic habitats in 37 species of

     Neotropical snakes belonging to the Boinae, Elapinae and Xenodontinae. Variation in bodyform within each subfamily was explored by principal components analysis (PCA).Differences in body size and body form were tested within each subfamily by variance andcovariance analyses. The information on habitat use, as well as the body size and body formvariables were optimized in a phylogenetic hypothesis of the subfamilies, and relationshipsamong them were explored by independent contrasts. Aquatic snakes in different lineages

    tend to posses the eyes and nostrils displaced towards the anterodorsal region of the head.They also present reduction in the width of ventral scales, and are stouter than species that useother habitats. Semi-aquatic snakes of the genus  Hydrodynastes and some aquatic species ofthe genus  Liophis do not present these trends, probably because of phylogenetic constraints.Within the Xenodontinae, after removing the phylogenetic effects of the variables,significantly and positive correlations were found between habitat use and body form.Reconstruction of character states indicated that the ancestors of the each subfamily wereterrestrial (Boinae and Xenodontinae) or fossorial (Elapinae) and did not present themorphological changes associated with aquatic habits. Body size and head form seem not tohave any relationships with aquatic habits, but to others ecological features (e.g., feeding).Tail length and the eye diameter seem to be related to others habits (e.g., arboreal or fossorial)

    or to defensive tactics. In the xenodontines studied here, aquatic habits seem not to have leadto changes in fecundity and clutch position in the abdominal cavity of females, as observed inother snake lineages.

    Keywords: Morphology. Snakes. Habitat use.

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    10/103

    SUMÁRIO

    1  INTRODUÇÃO  10-13

    2  OBJETIVOS  143  MATERIAIS E MÉTODOS  15

    3.1 Caracterização do uso do ambiente 15-16

    3.2 Dados Biométricos 16

    3.3  Análise dos dados 17

    3.3.1  Análises estatísticas 17-18

    3.3.2  Análises comparativas 19

    3.3.2.1  Otimização de caracteres 19

    3.3.2.2 Contrastes independentes 19-20

    3.3.2.3 Hipóteses filogenéticas 20-22

    4 RESULTADOS  23

    4.1 Uso do ambiente 23-24

    4.2 Biometria 25

    4.2.1 Tamanho do corpo 25-27

    4.2.2 Forma do corpo 28-57

    4.2.3 Posição e espaço ocupado pela ninhada e fecundidade 58-63

    4.3 Análises comparativas 64-79

    5 DISCUSSÃO  80-88

    6  CONCLUSÕES  89-90

    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS  91-98

    APÊNDICE  99-102

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    11/103

      10 

    1 - INTRODUÇÃO

    A subordem Serpentes agrupa cerca de 2.700 espécies, distribuídas em

    aproximadamente 18 famílias (GREENE, 1997; POUGH et al., 1998). É um dos grupos de maior

    sucesso dentre os vertebrados. Uma evidência desse sucesso é a variedade de hábitats

    ocupados pelas espécies, que apenas não ocorrem nas regiões polares devido às restrições

    impostas pelo clima (GREENE, 1997). As serpentes também podem exibir grande diversidade

    quanto ao tipo de ambiente utilizado (macrohábitat, cf.  CADLE;  GREENE, 1993). Assim, as

    espécies podem ser terrícolas, arborícolas, fossóreas, criptozóicas ou aquáticas, porém muitas

    serpentes podem utilizar mais que um ambiente quando ativas (CADLE;  GREENE, 1993;

    MARTINS, 1993; MARTINS; OLIVEIRA, 1999).

    O uso do ambiente e suas implicações físicas podem influenciar fortemente a evolução

    da forma do corpo em diversos grupos de vertebrados (ver K OHLSDORF; GARLAND;  NAVAS,

    2001; LOSOS, 1990; MACRINI; IRSCHICK ; LOSOS, 2003; MILES; R ICKLEFS, 1984; MOERMOND,

    1979; WIKRAMANAYAKE, 1990). Síndromes morfológicas relacionadas ao uso de

    determinados ambientes também evoluíram em diferentes linhagens de serpentes (ver CADLE; 

    GREENE, 1993; MARTINS et al., 2001). Espécies terrícolas possuem tamanho de corpo variado

    e morfologia generalizada, porém modificações importantes ocorreram em serpentes que

    utilizam outros ambientes (CADLE; GREENE, 1993).

    Serpentes de hábitos subterrâneos (fossóreas) geralmente apresentam modificações

    relacionadas ao decréscimo da fricção e que permitem a escavação de túneis em solo

    compacto (GREENE, 1997). Essas espécies tendem a apresentar cabeças menores e compactas,

    quase indistintas do resto do corpo, fusão e/ou redução do número de escamas da cabeça,

    olhos pequenos e caudas curtas (MARX; R ABB, 1972; SAVITZKY, 1983).

    O ambiente arbóreo também pode impor restrições às serpentes, principalmente

    devido à irregularidade e descontinuidade do substrato (LILLYWHITE;  HENDERSON, 1993).

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    12/103

      11 

    Serpentes arborícolas tendem a apresentar menor robustez, corpo delgado e comprimido

    lateralmente, caudas compridas (muitas vezes preênsil), olhos grandes e o centro de gravidade

    deslocado para a região posterior do corpo (LILLYWHITE; HENDERSON, 1993; MARTINS et al.,

    2001). A coloração verde também é freqüente entre essas espécies (LILLYWHITE; HENDERSON,

    1993).

    Muitas serpentes são especializadas ao uso do ambiente aquático, inclusive o marinho

    (GREENE, 1997). Essas espécies geralmente possuem os olhos e as narinas posicionadas no

    dorso da cabeça, bem como válvulas nasais que impedem a entrada de água quandosubmersas (CADLE;  GREENE, 1993;  GREENE, 1997). Muitos elapídeos marinhos e alguns

    colubrídeos aquáticos possuem a cauda achatada lateralmente (em algumas espécies o corpo

    também é achatado), em forma de remo, para facilitar a natação (GREENE, 1997). O

    investimento reprodutivo em algumas serpentes aquáticas também parece ser preterido em

    favor da locomoção, pois suas ninhadas tendem a ser menores, ocupando posição mais

    anterior no corpo da fêmea em comparação a espécies terrícolas (SHINE, 1988).

    Entretanto, mudanças morfológicas associadas ao uso do ambiente, particularmente

    entre as serpentes da região neotropical, ainda são pouco conhecidas (CADLE; GREENE, 1993).

    Além disso, essas mudanças são geralmente interpretadas sem que sejam consideradas as

    relações filogenéticas entre espécies e linhagens abordadas (e.g., GUYER ; DONNELLY, 1990; 

    K AUFMAN; GIBBONS, 1975; VITT; VANGILDER , 1983).

    A interpretação da evolução do uso do ambiente e da variação morfológica à luz do

    conhecimento filogenético é passo importante para o melhor entendimento das relações

    adaptativas entre uso do ambiente e forma do corpo (BROOKS;  MCLENNAN,  1991,  2002; 

    HARVEY;  PAGEL, 1991). Desta forma, é possível a interpretação de características

    morfológicas similares em espécies de diferentes linhagens, mas que ocupam o mesmo tipo de

    ambiente, como possíveis evidências de adaptação (sensu  CODDINGTON, 1988) ao tipo de

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    13/103

      12 

    ambiente utilizado. Por outro lado, características morfológicas similares entre espécies

     próximas na filogenia, mas que ocupam ambientes distintos, podem ser interpretadas como

    resultado de restrições filogenéticas e/ou independência do caráter em relação às pressões

    ambientais (cf. BROOKS; MCLENNAN, 1991, 2002; HARVEY; PAGEL, 1991).

    A região neotropical apresenta uma fauna de serpentes extremamente diversificada,

    com representantes de várias famílias. A família Boidae, basal entre as serpentes

    macrostomata, inclui as subfamílias Erycinae e Boinae (K LUGE, 1991). A subfamília Boinae

     possui cinco gêneros, sendo que quatro ocorrem na região neotropical (K LUGE, 1991):  Boa,

    Corallus, Epicrates e  Eunectes. Embora não seja grupo muito diverso, seus integrantes

    apresentam grande variação morfológica e ecológica, incluindo o tipo de ambiente utilizado

    (ver GREENE, 1997; HENDERSON et al., 1995; MURPHY; HENDERSON, 1997).

    A família Colubridae é a mais diversificada entre os Colubroidea, que inclui outras

    três famílias (Elapidae, Viperidae e Atractaspididae; FERRAREZZI, 1994). Quatro subfamílias

    de colubrídeos ocorrem na região neotropical: Natricinae, Colubrinae, Dipsadinae e

    Xenodontinae (FERRAREZZI, 1994). O grande número de espécies, bem como a grande

    diversidade morfológica e ecológica de seus integrantes, são características marcantes de

    Xenodontinae (ver CADLE;  GREENE,  1993;  MARQUES;  SAZIMA,  2004;  MARTINS;  OLIVEIRA, 

    1999).

    A família Elapidae inclui cinco subfamílias. A subfamília Elapinae apresenta cinco

    gêneros dos quais apenas dois ( Micrurus e  Micruroides) são exclusivos na região neotropical

    (SLOWINSKI, 1995). O gênero  Micrurus, embora seja composto por grande número de

    espécies (ver CAMPBELL;  LAMAR , 2004), apresenta pouca variação quanto ao uso do

    ambiente; a maioria das espécies é terrícola e/ou fossórea e apenas um representante ( M.

    surinamensis) é aquático (R OZE, 1996).

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    14/103

      13 

    A grande diversidade ecológica e morfológica das serpentes neotropicais, aliada ao

    conhecimento de suas relações filogenéticas (e.g., FERRAREZZI, 1993; K LUGE, 1991; PINOU et

    al., 2004; SLOWINSKI, 1995; VIDAL et al., 2000), representam grande potencial para o estudo

    das relações adaptativas entre uso do ambiente e morfologia. No presente trabalho foram

    estudadas 37 espécies de serpentes neotropicais, pertencentes às subfamílias Boinae, Elapinae

    e Xenodontinae. Esses grupos foram escolhidos por apresentarem espécies aquáticas e/ou

    semi-aquáticas e por terem suas relações filogenéticas bem estabelecidas. Buscou-se

    descrever e comparar o uso do ambiente e a morfologia dessas espécies a partir de exemplares preservados em coleções e de informações obtidas na literatura ou cedidas por outros

     pesquisadores.

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    15/103

      14 

    2 - OBJETIVOS

    O presente estudo teve como objetivos:

    1 - verificar a existência de diferenças quanto à freqüência de utilização do ambiente

    aquático entre as espécies, dentro de cada grupo analisado.

    2 - verificar a existência de diferenças na morfologia (tamanho e forma do corpo)

    entre as espécies, dentro de cada grupo analisado.

    3 - verificar se a evolução no uso do ambiente aquático foi acompanhada por

    modificações na morfologia das serpentes analisadas.

    4 - verificar se a evolução no uso do ambiente aquático foi acompanhada por

    modificações na fecundidade e posição da ninhada nas fêmeas analisadas.

    5 - desvendar possíveis agentes seletivos que levaram a modificações na morfologia,

    fecundidade e posição da ninhada nas serpentes aquáticas analisadas.

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    16/103

      15 

    3 - MATERIAIS E MÉTODOS

    Para analisar a influência do uso do ambiente no tamanho e forma do corpo em

    serpentes neotropicais, foram examinados 1.056 indivíduos pertencentes a 37 espécies das

    subfamílias Boinae, Elapinae e Xenodontinae (ver Apêndice). Dados biométricos foram

    obtidos de espécimes preservados das coleções do Instituto Butantan (IB), Museu de Zoologia

    da Universidade de São Paulo (MZUSP), Museu de História Natural Capão da Imbuia

    (MHNCI), Museu Nacional do Rio de Janeiro (MN).

    3.1 Caracterização do uso do ambiente

    As informações de uso do ambiente para as espécies analisadas foram cedidas por

    outros pesquisadores ou obtidas de trabalhos sobre ecologia e história natural de serpentes

    (e.g., BEEBE,  1946;  BERNARDE;  K OKUBUM; MARQUES, 2000a; BIZERRA, 1998; CUNHA; 

     NASCIMENTO;  ÁVILA-PIRES, 1985; DIXON;  SOINI, 1977; DUELLMAN, 1978; FORD;  FORD,

    2002; GOMES, 1918; JORGE DA SILVA, 1993; LEMA;  DEIQUES,  1992;  MARQUES,  1998; 

    MARQUES;  SAZIMA,  2004;  MARQUES;  SOUZA,  1992;  MARTINS,  1994;  MARTINS;  OLIVEIRA, 

    1999; PLATT, 1969; PORTO; CARAMASCHI, 1988; SAWAYA, 2004; SAZIMA; ABE, 1991; SAZIMA; 

    MARTINS,  1990;  SAZIMA;  STRÜSSMANN,  1990;  STRÜSSMANN,  1992;  VANZOLINI,  1986;  VITT, 

    1996; ZIMMERMAN; R ODRIGUES, 1990).

    Espécies em que mais de 50% dos indivíduos encontrados na natureza estavam dentro

    de corpos d’água foram consideradas aquáticas. Aquelas em que 20%-50% dos indivíduos

    estavam dentro d’água foram classificadas como semi-aquáticas (ver procedimento

    semelhante em MARTINS et al., 2001). O número de indivíduos de uma espécie encontrados

    nas margens de corpos d’água foi dividido por dois e acrescentado ao número de indivíduos

    encontrados dentro e fora d’água no cálculo das porcentagens acima citadas. Esse

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    17/103

      16 

     procedimento foi adotado considerando a probabilidade de 50% de chances de o indivíduo

    entrar na água.

    3.2 Dados Biométricos

    Para cada indivíduo foram obtidas as seguintes medidas: (1) comprimento rostro-

    cloacal (CRC); (2) distância entre os olhos (IO); (3) distância entre o rostro e os olhos (RO);

    (4) distância entre as narinas (IN); (5) distância entre o rostro e as narinas (RN); (6) diâmetro

    dos olhos; (7) comprimento da cabeça (Ccab); (8) largura da cabeça (Lcab); (9) altura dacabeça (Acab); (10) comprimento da cauda (CC); (11) massa do corpo (M); (12)

    circunferência do corpo (Circ); e (13) largura da escama ventral (Lev).

    Dados de fecundidade, posição e espaço ocupado pela ninhada no corpo das fêmeas

    (cf. SHINE, 1988) também foram obtidos. Nas fêmeas com ovos ou embriões nos ovidutos

    foram medidos: (14) comprimento anterior à ninhada (CAN, distância entre o rostro e o

     primeiro embrião ou ovo); (15) comprimento da ninhada (CN, extensão da ninhada no ventre

    da fêmea); (16) comprimento posterior à ninhada (CPN, distância entre o último ovo ou

    embrião e a cloaca); (17) fecundidade (número de ovos ou embriões nos ovidutos).

    Os comprimentos rostro-cloacal, da cauda e as medidas de posição e espaço ocupado

     pela ninhada foram obtidas utilizando régua milimetrada com precisão de 0,5 mm. As

    medidas do posicionamento dos olhos e narinas, o diâmetro dos olhos, o comprimento, a

    largura e a altura da cabeça foram obtidas com auxílio de paquímetro digital com precisão de

    0,1 mm. Para obter a massa do corpo foram usados dinamômetros portáteis Pesola®  com

     precisão de 0,1 ou 0,5 g. A circunferência do corpo e a largura da escama ventral foram

    obtidas na região mediana do CRC, com auxílio de fita métrica ou fio flexível (cf. POUGH; 

    GROVES, 1983), com precisão de 0.5 mm.

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    18/103

      17 

    3.3 Análise dos dados

    Todas as amostras foram constituídas de indivíduos adultos, para evitar problemas

    relacionados a mudanças ontogenéticas na forma do corpo (ver K ING, 1999). Esse

     procedimento não foi feito para os Boinae, pois espécimes adultos são raros em coleções.

    Machos de serpentes tendem a apresentar caudas maiores que fêmeas, devido principalmente

    à presença do hemipênis e de seus músculos retratores (ver K ING, 1989; SHINE, 1994a). Dessa

    forma, a inclusão de machos pode introduzir ruídos nas análises de comprimento da cauda e

    massa do corpo, já que a massa de uma serpente também inclui a massa de sua cauda (cf.MARTINS et al., 2001). Portanto, foram utilizadas apenas fêmeas nas análises dessas variáveis.

     Nas análises de massa e circunferência do corpo, foram excluídas as fêmeas com folículos

    vitelogênicos, ovos ou embriões. A massa do corpo também foi tomada após drenagem do

    excesso do líquido preservativo e retirada de presas do estômago, quando presentes (cf.

    MARTINS et al., 2001).

    3.3.1 Análises estatísticas

    A variação da forma do corpo entre espécies, dentro de cada grupo analisado, foi

    verificada por análise de componentes principais (ACP; MANLY, 1994) utilizando o programa

    MVSP versão 3.1 (K OVACH, 1999). Nessa análise foram usados os resíduos das regressões

    lineares entre as variáveis em estudo (dependentes) e as variáveis estimadoras do tamanho do

    corpo (independentes), incluindo todas as espécies. Os resíduos foram usados para eliminar a

    influência do tamanho do corpo sobre as variáveis estudadas (cf. LOSOS,  1990;  MACRINI; 

    IRSCHICK ; LOSOS, 2003; MARTINS et al., 2001), as quais passaram a ser consideradas variáveis

    relativas da forma do corpo.

    As distâncias relativas entre as narinas, entre os olhos, entre o rostro e as narinas, entre

    o rostro e os olhos, e o diâmetro relativo do olho, foram obtidas a partir das regressões com o

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    19/103

      18 

    Ccab. O comprimento, largura e altura relativa da cabeça foram obtidos a partir das regressões

    com o comprimento do tronco (TR = CRC–Ccab). A massa relativa do corpo e a largura

    relativa da escama ventral foram obtidas a partir das regressões com o comprimento total (CT

    = CRC+CC) e circunferência do corpo, respectivamente. As variáveis relativas de

    comprimento da cauda e circunferência do corpo foram obtidas a partir das regressões com o

    CRC.

    Diferenças no tamanho do corpo (CRC) foram testadas, entre espécies e entre aquelas

    de diferentes hábitos, dentro de cada grupo analisado, por análise de variância. Diferenças naforma do corpo foram testadas (a partir dos dados brutos) entre espécies e entre aquelas de

    diferentes hábitos, dentro de cada grupo analisado, por análise de covariância. Nessa análise,

     para as distâncias entre as narinas, entre os olhos, entre o rostro e as narinas, entre o rostro e

    os olhos, e para o diâmetro do olho, a covariável foi o Ccab; o comprimento, largura e altura

    da cabeça tiveram como covariável o TR; a massa do corpo teve como covariável o CT; para

    a largura da escama ventral, a covariável foi o Circ; o comprimento da cauda e a

    circunferência do corpo tiveram como covariável o CRC.

    As razões entre as medidas de posição e espaço ocupado pela ninhada (ver acima) e o

    CRC das fêmeas foram calculadas para permitir comparações com informações disponíveis na

    literatura (ver SHINE, 1988). Diferenças nessas variáveis foram testadas (a partir dos dados

     brutos, incluindo fecundidade) entre espécies de diferentes hábitos, dentro de cada grupo

    analisado, por análise de covariância. Essas medidas tiveram como covariável o CRC.

     Nas comparações múltiplas, foram realizados testes post-hoc para detectar quais

    grupos diferiam entre si. Todas as análises foram baseadas em Zar (1999) e executadas no

     programa Statistica (STATSOFT, 1998). Os valores de todas as variáveis foram previamente

    transformados para o seu logaritmo natural (de forma a linearizar as relações e diminuir as

    variâncias) e as diferenças consideradas significativas quando P < 0,05.

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    20/103

      19 

    3.3.2 Análises comparativas

     Nas análises comparativas descritas a seguir, o menor valor médio obtido para os

    resíduos calculados de cada variável (ver procedimento para o cálculo dos resíduos acima) foi

    acrescentado aos valores médios de resíduos calculados para cada espécie. Esse procedimento

    foi adotado para evitar valores médios de resíduos negativos nas otimizações de caracteres e

    cálculo dos contrastes filogenéticos.

    3.3.2.1 Otimização de caracteresAs informações de uso do ambiente (freqüência de uso do ambiente aquático),

    tamanho e forma relativa do corpo (resíduos das regressões) foram otimizadas em hipóteses

    filogenéticas (cf. FARRIS, 1970; ver figuras 1, 2 e 3), por parcimônia linear, no programa

    Mesquite (MADDISON;  MADDISON, 2004). Na otimização, as topologias dos cladogramas

    foram usadas como variáveis independentes, a partir das quais foram descritas a seqüência e

    direção das transformações dos caracteres e detectados os estados ancestrais nos ramos

    intermediários de cada linhagem (cf. BROOKS;  MCLENNAN, 1991, 2002). A partir da

    otimização de caracteres é possível distinguir similaridades decorrentes de convergências

    adaptativas daquelas devidas a restrições filogenéticas (BROOKS; MCLENNAN, 1991, 2002).

    3.3.2.2 Contrastes independentes

    As relações entre uso do ambiente, tamanho e forma relativa do corpo, também foram

    exploradas com o uso de contrastes independentes (cf. FELSENSTEIN, 1985), gerados no

    módulo PDAP (MIDFORD; GARLAND; MADDISON, 2003) para o programa Mesquite. O cálculo

    dos contrastes elimina o efeito da filogenia sobre as variáveis (DINIZ-FILHO, 2000). Os

    contrastes para espécies irmãs e ramos intermediários na filogenia (ver FELSENSTEIN, 1985)

     podem ser considerados pontos independentes em termos estatísticos e utilizados para analisar

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    21/103

      20 

    a correlação evolutiva intrínseca entre caracteres quantitativos (MARTINS; GARLAND, 1991). A

    relação entre os contrastes de uso do ambiente e aqueles do tamanho e forma relativa do corpo

    foram analisados utilizando correlações lineares de Pearson. Para o cálculo dos contrastes,

    todos os ramos da filogenia foram ajustados para o valor 1 (cf. GARLAND;  HARVEY;  IVES,

    1992).

    Os contrastes independentes foram calculados apenas para as espécies (e seus

    ancestrais) de Xenodontinae devido o tamanho amostral permitir uma correlação correta (ver

    DINIZ-FILHO, 2000).

    3.3.2.3 Hipóteses filogenéticas

    As hipóteses filogenéticas utilizadas para interpretar e discutir a evolução do uso do

    ambiente, tamanho e forma relativa do corpo nas serpentes estudadas são derivadas das

    análises cladísticas mais detalhadas e completas para essas espécies. As relações entre os

    Boinae neotropicais (Figura 1) foram adaptadas de Kluge (1991), um dos estudos mais

    abrangentes sobre a filogenia deste grupo, com dados morfológicos. As relações entre as

    espécies de Elapinae (Figura 2) foram adaptadas de Jorge da Silva e Sites (2001), com dados

    moleculares, e Slowinski (1995), baseado em dados morfológicos e imunológicos.

    As relações entre grupos supragenéricos de Xenodontinae (Figura 3) foram adaptadas

    de Ferrarezzi (1993), com dados morfológicos, as quais são congruentes com o estudo de

    Vidal et al. (2000), baseado em dados moleculares. As relações entre gêneros e espécies de

    Hydropsini foram adaptadas de estudo cladístico preliminar, baseado na morfologia do

    hemipênis (P. M. S. NUNES, informação pessoal). O monofiletismo dos gêneros desta tribo é

    corroborado por Zaher (1999), também com dados morfológicos.

    O monofiletismo de Tachymenini é corroborado por Ferrarezzi (1994) e Franco

    (1999), baseados em dados morfológicos, e por Pinou et al. (2004) e Vidal et al. (2000), com

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    22/103

      21 

    dados moleculares. As relações entre os gêneros e espécies dessa tribo foram adaptadas de

    Franco (1999). As relações entre os representantes de Pseudoboini analisados foram

    adaptadas dos estudos de Pinou et al. (2004), Vidal et al. (2000) e Zaher (1994). A posição do

    gênero Hydrodynastes como grupo irmão dos Pseudoboini também é corroborada por Pinou

    et al. (2004), Vidal et al. (2000) e Zaher (1994 e 1999). Não foi possível a quantificação do

    uso do ambiente para  Hydrodynastes bicinctus  e, por isso, esta espécie não foi incluída no

    cladograma utilizado nas análises comparativas.

    Os Xenodontini também constituem um grupo monofilético (FERRAREZZI,  1994; 

    MOURA-LEITE,  2001;  PINOU  et al., 2004; VIDAL  et al., 2000). As relações entre os

    representantes dessa tribo foram adaptadas do estudo de Moura-Leite (2001), baseado em

    dados morfológicos.

    A condição de Sordellina punctata  como integrante de Hydropsini (GANDOLFI; 

    BARBIERI, 1996) e a posição dos Elapomorphini como grupo irmão dessas serpentes ainda não

    estão bem definidas (cf. FRANCO, 1999). Além disso, Pinou et al. (2004) e Vidal et al. (2000)

    não incluem essas espécies em suas análises. Por isso, S. punctata,  Elapomorphus

    quinquelineatus, Phalotris mertensi  e  Apostolepis assimilis  não foram incluídas no

    cladograma utilizado nas análises comparativas.

    Os estudos de Cadle (1984a, b, 1985, 1988), Kelly, Barker e Villet (2003), Pinou et al.

    (2004) e Vidal et al. (2000) suportam a posição dos Dipsadinae (xenodontíneos centro-

    americanos, sensu CADLE, 1984b) como grupo irmão dos Xenodontinae (xenodontíneos sul-

    americanos, sensu  CADLE, 1984a). De acordo com esses autores, os xenodontíneos norte-

    americanos (aqui representado por Heterodon platyrhinus) compõem o grupo irmão do clado

    formado por Dipsadinae + Xenodontinae (sul-americanos). Com isso,  Heterodon platyrhinus 

    (xenodontíneo norte-americano) e  Leptodeira annulata  (Dipsadinae) foram utilizadas como

    grupo externo nas otimizações em Xenodontinae.

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    23/103

      22 

    Figura 1. Hipótese filogenética usada parainterpretar e discutir a evolução do uso doambiente, tamanho e forma relativa do corponas espécies de Boinae analisadas (ver procedimento para sua construção no texto).

    Figura 2. Hipótese filogenética usada parainterpretar e discutir a evolução do uso doambiente, tamanho e forma relativa do corponas espécies de Elapinae analisadas (ver procedimento para sua construção no texto).

    Figura 3. Hipótese filogenética usada para interpretar e discutir a evolução do uso do ambiente,tamanho e forma relativa do corpo nas espécies de Xenodontinae analisadas (ver procedimento para

    sua construção no texto).

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    24/103

      23 

    4 - RESULTADOS

    4.1 Uso do ambiente

    As espécies analisadas diferiram em relação à freqüência e tipo de ambiente utilizado

    (Tabela 1; ver critérios de classificação nos Métodos). Dentre as espécies que utilizam o

    ambiente aquático com maior freqüência estão um Boinae ( Eunectes murinus), um Elapinae

    ( Micrurus surinamensis) e 12 representantes de Xenodontinae (todos os Hydropsini,  Liophis

    miliaris,  L. cobella,  L. frenata,  Gomesophis brasiliensis e Ptychophis flavovirgatus). Dentre

    as semi-aquáticas estão os xenodontíneos Hydrodynastes gigas e Sordellina punctata. A única

    informação disponível para  Hydrodynastes bicinctus é a de um indivíduo encontrado dentro

    d’água. Devido à informação ser baseada em um único indivíduo, essa espécie foi considerada

    a priori como sendo semi-aquática. Não foi possível a quantificação do uso do ambiente para

     Elapomorphus quinquelineatus.

    Tabela 1. Proporção de indivíduos encontrados no ambiente aquático (PA) e ambiente predominantemente utilizado (AP) para as serpentes estudadas. O número de espécies está indicadoentre parênteses. Abreviações: A = aquático; AR = arborícola; SA = semi-aquático; F = fossóreo; T =terrícola. Abreviações em letras minúsculas denotam menor importância dentro da categoria. 

    Grupos/Espécies PA AP Referências para uso do ambienteBoinae

     Boa constrictor   0,00 (13) T Cunha, Nascimento e Ávila-Pires (1985), Martins e

    Oliveira (1999), Sawaya (2004), Strüssmann (1992) Epicrates cenchria  0,00 (27) T Beebe (1946), Cunha, Nascimento e Ávila-Pires (1985),

    Duellman (1978), Zimmerman e Rodrigues (1990)Corallus hortulanus 0,00 (14) AR Marques (1998), Martins e Oliveira (1999)

     Eunectes murinus  0,66 (9) A Dixon e Soini (1986), Martins e Oliveira (1999)

    Elapinae Micrurus corallinus 0,00 (21) F Marques (1998), observação pessoal M. frontalis 0,00 (6) F Sawaya (2004), Sazima e Abe (1991) M. lemniscatus 0,07 (27) F Dixon e Soini (1986), Duellman (1978), Martins e

    Oliveira (1999), Sazima e Abe (1991), Vanzolini (1986) M. surinamensis 0,81 (11) A Duellman (1978), Martins e Oliveira (1999)

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    25/103

      24 

    XenodontinaeHydropsini

     Helicops modestus 0,94 (17) A Sawaya (2004), Sazima e Martins (1990), Sazima eStrüssmann (1990), D. Pereira (informação pessoal)

     H. carinicaudus 0,70 (5) A Marques (1998), Marques e Sazima (2004) H. infrataeniatus 0,77 (26) A M. Di-Bernardo (informação pessoal) H. angulatus 0,99 (88) A Beebe (1946), Duellman (1978), Martins e Oliveira

    (1999), Vanzolini (1986) H. polylepis 0,83 (6) A Dixon e Soini (1986), C. Strüssmann (informação

     pessoal), C. Nogueira (informação pessoal) Hydrops triangularis 0,95 (19) A Beebe (1946), Dixon e Soini (1986), Ford e Ford (2002),

    Martins e Oliveira (1999), Vanzolini (1986)Pseudoeryx plicatilis 0,75 (8) A Dixon e Soini (1986), C. Strüssmann (informação

     pessoal), R. A. K. Ribeiro (informação pessoal), M. T.Rodrigues (informação pessoal)

    Elapomorphini

     Elapomorphus quinquelineatus - -Phalotris mertensi 0,00 (7) F Sawaya (2004) Apostolepis assimilis 0,00 (5) F H. Ferrarezzi (informação pessoal), observação pessoal

    TachymeniniThamnodynastes strigatus 0,07 (30) T, ar Bernarde, Kokubum e Marques (2000), Bizerra (1998)Tomodon dorsatus 0,00 (45) T Bizerra (1998), Marques (1998)Gomesophis brasiliensis 0,66 (6) A Gomes (1918), M. T. Rodrigues (informação pessoal)Ptychophis flavovirgatus 0,82 (11) A Lema e Deiques (1992), Porto e Caramaschi (1988)

    Xenodontini Liophis frenata 0,87 (8) A G. Puorto (informação pessoal), H. Ferrarezzi

    (informação pessoal) L. cobella 0,71 (7) A Duellman (1978), Ford e Ford (2002), M. T. Rodrigues

    (informação pessoal) L. miliaris 0,68 (19) A Marques (1998), Marques e Sazima (2004), Marques e

    Souza (1992) L. poecilogyrus 0,00 (51) T Sawaya (2004), Strüssmann (1992) L. reginae 0,00 (28) T Duellman (1978), Martins e Oliveira (1999) Xenodon neuwiedii 0,00 (42) T Marques (1998) Erythrolamprus aesculapii 0,00 (31) T Dixon e Soini (1986), Duellman (1978), Marques (1998),

    Sazima e Abe (1991), Zimmerman e Rodrigues (1990)PseudoboiniOxyrhopus guibei 0,00 (50) T Sawaya (2004), Sazima e Abe (1990)Pseudoboa nigra 0,00 (7) T Strüssmann (1992)Clelia quimi 0,00 (3) T Franco, Marques e Puorto (1997)

    Outros Xenodontinae Heterodon platirhinos 0,00 (11) T Platt (1969)Sordellina punctata 0,31 (13) SA D. Pereira (informação pessoal), R. A. Moraes

    (informação pessoal) Hydrodynastes gigas 0,47 (46) SA Strüssmann (1992), O. A. V. Marques (informação

     pessoal) H. bicinctus 1,00 (1) SA M. Martins (informação pessoal), M. T. Rodrigues

    (informação pessoal)

    Dipsadinae Leptodeira annulata 0,00 (36) T, ar Vitt (1996)

    Continuação da Tabela 1.

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    26/103

      25 

    4.2 Biometria

    4.2.1 Tamanho do corpo

    O tamanho médio do corpo foi variável (Tabela 2 e Figura 4) e significativamente

    diferente entre espécies e entre aquelas com diferentes hábitos (uso do ambiente) dentro de

    Elapinae e Xenodontinae (Tabela 3). Dentro de cada tribo de Xenodontinae, o tamanho do

    corpo também foi significativamente diferente entre espécies e entre aquelas com diferentes

    hábitos, exceto para representantes terrícolas e aquáticos de Xenodontini (Tabela 3). As

    espécies de Boinae não foram incluídas nessas análises devido às amostras serem

    constituídas de indivíduos imaturos.

    Dentro de algumas linhagens, algumas serpentes aquáticas tenderam a apresentar

    menor tamanho corporal (e.g., Elapinae e Tachymenini; Figura 4). Entretanto, dentre os

    Hydropsini, embora as espécies de  Helicops  e  Hydrops triangularis  apresentem tamanho

     pequeno ou médio, Pseudoeryx plicatilis está entre as maiores espécies analisadas. Entre os

    representantes semi-aquáticos, as espécies de  Hydrodynastes  foram as maiores analisadas

    dentro da amostra, enquanto que Sordellina punctata apresentou tamanho de corpo próximo

    ao encontrado para as menores Helicops.

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    27/103

      26 

    Tabela 2. Comprimento rostro-cloacal médio (CRCm) e desvio-padrão (DP) para as espécies deserpentes estudadas. O número de espécies está indicado entre parênteses. O CRC foi tomado emmilímetros. * = serpentes imaturas.

    Grupos/Espécies CRCm DPBoinae Boa constrictor * 741,4 (23) 304 Epicrates cenchria* 695,2 (28) 324Corallus hortulanus 1399 (21) 258

     Eunectes murinus* 1.178,4 (25) 371Elapinae

     Micrurus corallinus 702,8 (22) 106 M. frontalis 777 (32) 119 M. lemniscatus 982 (35) 245 M. surinamensis 683 (24) 202

    Xenodontinae

    Hydropsini Helicops modestus 401,3 (27) 57 H. carinicaudus 655,8 (34) 127 H. infrataeniatus 510,8 (29) 107 H. angulatus 484 (23) 74 H. polylepis 539,7 (17) 169 Hydrops triangularis 542,3 (20) 107Pseudoeryx plicatilis 775,2 (13) 312

    Elapomorphini Elapomorphus quinquelineatus 661 (29) 106Phalotris mertensi 943 (29) 199

     Apostolepis assimilis 518,9 (30) 73

    TachymeniniThamnodynastes strigatus 501 (33) 84Tomodon dorsatus 491,2 (28) 64Gomesophis brasiliensis 350,2 (40) 58Ptychophis flavovirgatus 340,8 (28) 74

    Xenodontini Liophis frenata 619,3 (31) 146 L. cobella 477,4 (30) 80 L. miliaris 659 (32) 151 L. poecilogyrus 489 (30) 95 L. reginae 527,1 (39) 79

     Xenodon neuwiedii 566,5 (18) 55 Erythrolamprus aesculapii 739,2 (30) 90Pseudoboini

    Oxyrhopus guibei 866,9 (34) 144Pseudoboa nigra 882,1 (35) 127Clelia quimi 809,3 (33) 149

    Outros Xenodontinae Heterodon platirhinos 445 (14) 96Sordellina punctata 414,9 (31) 89

     Hydrodynastes gigas 1.346,4 (33) 276 H. bicinctus 1.113,7 (22) 262

    Dipsadinae

     Leptodeira annulata 540,4 (29) 113

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    28/103

      27 

    Figura 4. Variação do comprimento rostro-cloacal nas espécies analisadas (exceto representantes deBoinae). Linhas dentro das caixas = médias; caixas = desvios-padrão; barras verticais = valoresmínimos e máximos. Acima de cada espécie é indicado o tipo de ambiente utilizado: A = aquático; SA= semi-aquático; F = fossóreo; T = terrícola. Abreviações: Hmod  =  Helicops modestus, Hinf   =  H.infrataeniatus, Hcar = H. carinicaudus, Hang = H. angulatus, Hpol = H. polylepis, Ppli = Pseudoeryx plicatilis,Hytr = Hydrops triangularis, Spun = Sordellina punctata, Aass = Apostolepis assimilis, Equi = Elapomorphusquinquelineatus, Pmer = Phalotris mertensi, Gbra = Gomesophis brasiliensis, Pfla = Ptychophis flavovirgatus,Tdor = Tomodon dorsatus, Tstr = Thamnodynastes strigatus, Lcob = Liophis cobella, Lfre = L. frenata, Lmil =

     L. miliaris, Lpoe =  L. poecilogyrus, Lreg =  L. reginae, Eaes =  Erythrolamprus aesculapii, Xnew =  Xenodonneuwiedii, Hydg =  Hydrodynastes gigas, Hydb =  H. bicinctus, Ogui = Oxyrhopus guibei, Pnig = Pseudoboanigra, Cqui  = Clelia quimi, Hpla  =  Heterodon platyrhinus, Lann  =  Leptodeira annulata, Msur  =  Micrurussurinamensis, Mlem = M. lemniscatus, Mfro = M. frontalis, Mcor = M. corallinus. 

    Tabela 3. Resultados da análise de variância para as comparações de tamanho do corpo (CRC) entreespécies e entre espécies de hábitos distintos (aquático, terrícola e/ou semi-aquático) em cada grupoanalisado.

    Grupos comparados df N F PElapinae

    Espécies 3 90 15,01

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    29/103

      28 

    4.2.2 Forma do corpo

    Os resultados da análise de componentes principais (Tabelas 4 e 5, Figura 5) sobre as

    12 variáveis relativas da forma do corpo (resíduos das regressões; ver Métodos) ilustram

    diferenças entre as espécies de Boinae. Da variação total dos dados (12 eixos), os dois

     primeiros eixos (componentes principais) explicam 81,91% da variância (Tabela 4). O eixo 1

    (56,82% da variância), ilustra um gradiente relacionado principalmente ao aumento no

    diâmetro do olho, no comprimento da cauda, na largura da escama ventral (sentido dos

    valores positivos), no tamanho da cabeça (comprimento, largura e altura) e robustez (massa e

    circunferência do corpo) (sentido dos valores negativos). O eixo 2 (25,09% da variância)

    ilustra um gradiente relacionado principalmente ao aumento das distâncias entre os olhos,

    entre as narinas, entre o rostro e as narinas e entre o rostro e os olhos no sentido dos valores

    negativos (Tabela 5 e Figura 5).

     Boa constrictor   e  Eunectes murinus  se destacam por apresentarem maior robustez e

    tamanho relativo da cabeça.  Eunectes murinus  ainda difere das demais por apresentar as

    narinas e os olhos relativamente mais próximos entre si, no dorso da cabeça, menor diâmetro

    do olho e escama ventral mais estreita. Corallus hortulanus  se destaca por apresentar,

     principalmente, cauda relativamente longa e menor robustez.

    Tabela 4. Autovalores e porcentagens da variância explicada e acumulada pelos primeiros setecomponentes principais (eixos 1 a 7) da Análise de Componentes Principais (ACP) para as 12variáveis relativas da forma do corpo entre as espécies de Boinae.

    Eixo 1 Eixo 2 Eixo 3 Eixo 4 Eixo 5 Eixo 6 Eixo 7Autovalores 6,82 3,01 0,59 0,54 0,31 0,21 0,15Porcentagem 56,82 25,09 4,90 4,46 2,57 1,73 1,25Porcentagem acumulada 56,82 81,91 86,81 91,28 93,85 95,58 96,83

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    30/103

      29 

    Tabela 5. Autovetores dos primeiros sete componentes principais (eixos 1 a 7) da Análise deComponentes Principais (ACP) para as 12 variáveis relativas da forma do corpo entre as espécies deBoinae. Valores em negrito indicam os autovetores mais importantes para os dois primeiros eixos (1 e2). Abreviações: IN = distância entre as narinas, RN = entre o rostro e as narinas, IO = entre os olhos, RO =entre o rostro e os olhos, Olho = diâmetro dos olhos, Ccab = comprimento da cabeça, Lcab = largura da cabeça,Acab = altura da cabeça, CC = comprimento da cauda, M = massa do corpo, Lev = largura da escama ventral,Circ = circunferência do corpo.

    Caracteres Eixo 1 Eixo 2 Eixo 3 Eixo 4 Eixo 5 Eixo 6 Eixo 7IN 0,21 -0,45 0,18 -0,06 -0,02 -0,27 -0,17RN -0,14 -0,44 -0,11 0,54 0,53 0,39 0,17IO 0,11 -0,52 0,05 0,18 -0,35 -0,23 -0,13RO 0,24 -0,41 -0,06 -0,14 -0,14 0,03 0,11Olho 0,32 0,05 0,64 -0,08 0,18 0,21 0,39Ccab -0,35 -0,06 -0,06 -0,31 -0,16 0,48 -0,22Lcab -0,32 -0,18 0,21 0,08 -0,56 0,40 0,16Acab -0,32 -0,13 0,49 -0,12 0,33 -0,07 -0,60CC 0,29 0,25 0,42 0,30 -0,21 0,20 -0,18M -0,36 -0,05 0,16 -0,23 0,13 -0,19 0,26Lev 0,30 -0,21 -0,09 -0,62 0,17 0,29 0,08Circ -0,35 -0,07 0,22 -0,06 -0,06 -0,36 0,46

    Figura 5. Diagrama de ordenação (“biplot”) dos indivíduos (pontos) e espécies de Boinae analisadas

    em relação a 12 variáveis relativas da forma do corpo (resíduos de regressão; setas) ao longo do 1o

     e 2o

     eixos da análise de componentes principais (ACP). As abreviações das variáveis (setas) são as mesmasda Tabela 5. Abreviações das espécies: Chor = Corallus hortulanus, Emur = Eunectes murinus, Ecen = Epicrates cenchria, Bcon = Boa constrictor . Escala dos vetores = 1.0.

    -0.6

    -0.4

    -0.2

    0

    0.2

    0.4

    0.6

    -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6

    Chor Emur Ecen Bcon

    RN

    IOIN

    RO

    Olho

    Lev

    Ccab

     AcabLcab

    CC

    M

    Circ

    Eixo 2

    Eixo 1

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    31/103

      30 

    Diferenças na forma relativa do corpo entre as espécies de Elapinae também são

    ilustradas pelos resultados da análise de componentes principais (Tabelas 6 e 7 e Figura 6).

    Da variação total dos dados (12 eixos), os dois primeiros eixos (componentes principais)

    explicam 63,79% da variância (Tabela 6). O eixo 1 (43,7% da variância), ilustra um gradiente

    relacionado principalmente ao aumento na distância entre o rostro e as narinas (sentido dos

    valores positivos), no tamanho da cabeça, no comprimento da cauda e na robustez (sentido

    dos valores negativos). O eixo 2 (20,09% da variância) ilustra um gradiente relacionado

     principalmente ao aumento nas distâncias entre os olhos, entre as narinas, entre o rostro e os

    olhos, no diâmetro do olho e na largura da escama ventral no sentido dos valores positivos

    (Tabela 7 e Figura 6).

    As três espécies fossóreas apresentaram forma do corpo semelhante.  Micrurus

    surinamensis se destaca principalmente por apresentar maior robustez e maiores tamanhos

    relativos de cauda e cabeça. Também é espécie que apresenta as narinas e os olhos

    relativamente mais próximos entre si, no dorso da cabeça.

    Tabela 6. Autovalores e porcentagens da variância explicada e acumulada pelos primeiros setecomponentes principais (eixos 1 a 7) da Análise de Componentes Principais (ACP) para as 12variáveis relativas da forma do corpo entre espécies de Elapinae. 

    Eixo 1 Eixo 2 Eixo 3 Eixo 4 Eixo 5 Eixo 6 Eixo 7Autovalores 5,24 2,41 1,24 0,83 0,71 0,44 0,35Porcentagem 43,70 20,09 10,36 6,92 5,88 3,65 2,90Porcentagem acumulada 43,70 63,79 74,15 81,07 86,95 90,60 93,50

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    32/103

      31 

    Tabela 7. Autovetores dos primeiros sete componentes principais (eixos 1 a 7) da Análise deComponentes Principais (ACP) para as 12 variáveis relativas da forma do corpo entre espécies deElapinae. Valores em negrito indicam os autovetores mais importantes para os dois primeiros eixos (1e 2). As abreviações das variáveis são as mesmas da Tabela 5.

    Caracteres Eixo 1 Eixo 2 Eixo 3 Eixo 4 Eixo 5 Eixo 6 Eixo 7IN 0,22 0,44 -0,13 0,07 0,43 0,05 -0,34RN 0,28 0,22 -0,25 0,36 0,11 -0,66 0,41IO 0,14 0,53 0,11 0,04 0,24 0,43 -0,05RO 0,04 0,37 -0,34 0,27 -0,77 0,16 -0,14Olho -0,09 0,39 0,14 -0,71 -0,21 -0,46 -0,18Ccab -0,39 0,09 0,23 0,11 -0,07 0,06 0,30Lcab -0,40 0,09 0,05 0,18 -0,03 0,05 -0,03Acab -0,40 0,14 -0,02 0,08 0,06 0,00 0,07CC -0,34 -0,15 -0,15 0,30 0,13 -0,32 -0,69M -0,35 0,17 -0,33 -0,08 0,18 0,04 0,18

    Lev -0,06 0,25 0,72 0,34 -0,05 -0,20 -0,00Circ -0,36 0,17 -0,26 -0,12 0,18 -0,01 0,24

    Figura 6. Diagrama de ordenação (“biplot”) dos indivíduos (pontos) e espécies de Elapinae analisadas

    em relação a 12 variáveis relativas da forma do corpo (resíduos de regressão; setas) ao longo do 1o e 2o eixos da análise de componentes principais (ACP). As abreviações das espécies são as mesmas daFigura 4. As abreviações das variáveis (setas) são as mesmas da Tabela 5. Escala dos vetores = 1.0.

    -0.6

    -0.4

    -0.2

    0

    0.2

    0.4

    0.6

    -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6

    Mcor Mlem Msur Mfro

    IO

    INRO

    RN

    CC

    MCirc

     AcabCcab

    Lcab

    Lev

    Olho

    Eixo 2

    Eixo 1

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    33/103

      32 

    Os resultados da análise de componentes principais (Tabelas 8 e 9) sobre as 12

    variáveis relativas ilustram diferenças na forma relativa do corpo entre espécies (Figura 7),

    grupos filogenéticos (Figura 8) e grupos de espécies (quanto ao uso do ambiente) de

    Xenodontinae (Figura 9). Nas figuras 8 e 9 os pontos relativos aos indivíduos não estão

    representados. Da variação total dos dados (12 eixos), os dois primeiros eixos (componentes

     principais) explicam 72,34% da variância (Tabela 8). O eixo 1 (45,87% da variância), ilustra

    um gradiente relacionado principalmente ao aumento no tamanho da cabeça, no comprimento

    da cauda e na robustez no sentido dos valores negativos. O eixo 2 (26,47% da variância)

    ilustra um gradiente relacionado principalmente ao aumento das distâncias entre as narinas,

    entre os olhos, entre o rostro e as narinas, entre o rostro e os olhos, no diâmetro do olho e na

    largura da escama ventral no sentido dos valores positivos (Tabela 9 e Figuras 7, 8 e 9).

    Pelo menos quatro grupos de espécies apresentaram características próprias de

    morfologia. Em um dos grupos estão as serpentes fossóreas de Elapomorphini, com cabeça e

    cauda relativamente pequena e menor massa, circunferência do corpo e diâmetro relativo do

    olho (Figuras 7, 8 e 9).

    Outro grupo comporta as espécies aquáticas de Hydropsini, com as narinas e os olhos

    relativamente mais próximos entre si e em posição mais anterior no dorso da cabeça (Figuras

    7 e 8). Em relação à maioria das outras espécies, essas serpentes também apresentaram maior

    robustez e tamanho relativo da cabeça, bem como menor largura relativa da escama ventral. Hydrops triangularis ficou em posição intermediária entre as outras espécies de Hydropsini e

    os representantes de Elapomorphini (Figura 7). Gomesophis brasiliensis  e Ptychophis

     flavovirgatus  (aquáticas) também apresentam as narinas e os olhos relativamente mais

     próximos entre si, maior robustez e menor largura relativa da escama ventral, diferindo dos

    representantes terrícolas de Tachymenini (Figura 7).

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    34/103

      33 

    Um terceiro grupo comporta as espécies terrícolas, aquáticas e a semi-aquática

    (Sordellina punctata) com morfologia generalizada, incluindo os representantes de

    Pseudoboini e Xenodontini (Figuras 7, 8 e 9).

    O último grupo inclui as duas espécies de Hydrodynastes, Thamnodynastes strigatus e

     Heterodon platyrhinus, com cabeça maior e maior robustez relativa em comparação às

    espécies terrícolas, aquáticas e a semi-aquática mencionada acima (Figuras 7, 8 e 9).

    Tabela 8. Autovalores e porcentagens da variância explicada e acumulada pelos primeiros setecomponentes principais (eixos 1 a 7) da Análise de Componentes Principais (ACP) para as 12variáveis relativas de forma do corpo entre espécies de Xenodontinae.

    Eixo 1 Eixo 2 Eixo 3 Eixo 4 Eixo 5 Eixo 6 Eixo 7Autovalores 5,50 3,18 1,10 0,68 0,46 0,31 0,28Porcentagem 45,87 26,47 9,18 5,63 3,84 2,54 2,31Porcentagem acumulada 45,87 72,34 81,52 87,15 90,98 93,52 95,83

    Tabela 9. Autovetores dos primeiros sete componentes principais (eixos 1 a 7) da Análise deComponentes Principais (ACP) para as 12 variáveis relativas de forma do corpo entre espécies deXenodontinae. Valores em negrito indicam os autovetores mais importantes para os dois primeiroseixos (1 e 2). As abreviações das variáveis são as mesmas da Tabela 5. 

    Caracteres Eixo 1 Eixo 2 Eixo 3 Eixo 4 Eixo 5 Eixo 6 Eixo 7IN 0,31 0,34 0,12 0,03 -0,13 0,09 0,07RN 0,25 0,35 0,30 0,11 0,11 -0,12 -0,73IO 0,26 0,31 0,31 -0,26 -0,32 0,42 0,40RO 0,22 0,41 -0,06 -0,32 -0,11 -0,45 0,01Olho -0,05 0,37 -0,50 -0,36 0,59 0,35 -0,03Ccab -0,37 0,22 0,00 0,27 -0,12 0,16 -0,17Lcab -0,37 0,20 0,08 0,10 -0,22 0,31 -0,06Acab -0,36 0,25 0,13 0,07 -0,04 0,22 -0,11CC -0,28 0,22 -0,46 -0,12 -0,45 -0,35 0,01M -0,31 0,11 0,47 -0,08 0,47 -0,30 0,33Lev 0,14 0,37 -0,19 0,72 0,16 -0,16 0,38Circ -0,36 0,15 0,23 -0,24 -0,04 -0,26 0,05

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    35/103

      34 

    Figura 7. Diagrama de ordenação (“biplot”) dos indivíduos (pontos) e espécies de Xenodontinaeanalisadas em relação a 12 variáveis relativas de forma do corpo (resíduos de regressão; setas) aolongo do 1o e 2o eixos da análise de componentes principais (ACP). As abreviações das espécies são asmesmas da Figura 4. As abreviações das variáveis (setas) são as mesmas da Tabela 5. Escala dosvetores = 0.5.

    -0.25

    -0.2

    -0.15

    -0.1

    -0.05

    0

    0.05

    0.1

    0.15

    0.2

    0.25

    -0.25 -0.2 -0.15 -0.1 -0.05 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25

     Aass Pmer Equi Hmod Hcar Hinf Hang Hpol Hytr Ppli Spun Cqui Pnig Ogui Hydb

    Hydg Tstr Tdor Pfla Gbra Xnew Eaes Lreg Lpoe Lmil Lcob Lfre Lann Hpla

    LevRO

    RN   IO

    IN

    Olho

    CC Acab

    Ccab

    Lcab

    Circ

    M

    Eixo 1

    Eixo 2

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    36/103

      35 

    Figura 8. Diagrama de ordenação (“biplot”) dos grupos filogenéticos (polígonos) de Xenodontinae emrelação a 12 variáveis relativas de forma do corpo (resíduos de regressão; setas) ao longo do 1o e 2o eixos da análise de componentes principais (ACP). ▬▬  = Hydropsini; ... = Elapomorphini; --- =Tachymenini; ▬  . ▬  = Pseudoboini; ▬▬-  = Xenodontini; ... =  Hydrodynastes; --- =  Heterodon

     platyrhinus; ▬▬  =  Leptodeira annulata; ▬  .. ▬  = Sordellina punctata. As abreviações dasvariáveis (setas) são as mesmas da Tabela 5. Escala dos vetores = 0.5.

    -0.25

    -0.2

    -0.15

    -0.1

    -0.05

    0

    0.05

    0.1

    0.15

    0.2

    0.25

    -0.25 -0.2 -0.15 -0.1 -0.05 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25

    Lev

    RO

    RN IOIN

    Olho

    CC

     Acab

    Ccab

    LcabCirc

    M

    Eixo 2

    Eixo 1

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    37/103

      36 

    Figura 9. Diagrama de ordenação (“biplot”) dos grupos ecológicos (tipo de ambiente utilizado; polígonos) de Xenodontinae em relação a 12 variáveis relativas de forma do corpo (resíduos deregressão; setas) ao longo do 1o  e 2o  eixos da análise de componentes principais (ACP). ▬▬  =serpentes aquáticas; .... = serpentes fossóreas; ▬▬ = serpentes terrícolas; --- = Serpentes semi-aquáticas.As abreviações das variáveis (setas) são as mesmas da Tabela 5. Escala dos vetores = 0.5.

    -0.25

    -0.2

    -0.15

    -0.1

    -0.05

    0

    0.05

    0.1

    0.15

    0.2

    0.25

    -0.25 -0.2 -0.15 -0.1 -0.05 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25

    Lev

    RO

    RN IOIN

    Olho

    CC Acab

    Ccab

    LcabCirc

    M

    Eixo 2

    Eixo 1

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    38/103

      37 

    As distribuições das 12 variáveis relativas da forma do corpo entre as espécies de

    Boinae estão ilustradas nas figuras 10 a 13. A análise de covariância detectou diferenças

    significativas entre espécies e entre aquelas de diferentes hábitos (uso do ambiente) para todas

    as variáveis (Tabelas 10 a 21). As distâncias entre as narinas, entre os olhos, entre o rostro e

    as narinas, entre o rostro e os olhos e a largura da escama ventral são significativamente

    menores em  Eunectes murinus. Boa constrictor  e Eunectes murinus não diferiram quanto ao

    tamanho da cabeça (comprimento, largura e altura) ou robustez (massa e circunferência).

    Corallus hortulanus  apresentou menor cabeça e robustez.  Eunectes  murinus  e  Epicrates

    cenchria não diferiram em relação ao diâmetro do olho e comprimento da cauda. A cauda e o

    diâmetro do olho são significativamente maiores em Corallus hortulanus e menores em Boa

    constrictor .

    Para as espécies de Elapinae, as distribuições das 12 variáveis relativas da forma do

    corpo estão ilustradas nas figuras 14 a 17. Diferenças significativas entre espécies e entre

    aquelas de diferentes hábitos foram encontradas para a maioria das variáveis (Tabelas 10 a

    21).  Micrurus surinamensis apresentou menores distâncias entre as narinas, entre os olhos e

    entre o rostro e as narinas. A distância entre o rostro e os olhos não diferiu entre as espécies

    ou entre espécies de diferentes hábitos. A largura da escama ventral e o diâmetro do olho,

    embora sejam distintas entre espécies, não diferiram significativamente entre a espécie

    aquática e as fossóreas. Micrurus surinamensis diferiu significativamente das outras espéciesem relação à robustez, tamanho de cabeça e comprimento de cauda.

    A forma do corpo também diferiu entre as espécies de Xenodontinae analisadas. Para

    essas espécies, as distribuições das 12 variáveis relativas da forma do corpo estão ilustradas

    nas figuras 18 a 21. Os resultados das análises de covariância, nas comparações entre espécies

    e entre espécies de diferentes hábitos, revelam diferenças significativas para a maioria das

    variáveis (Tabelas 10 a 21).

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    39/103

      38 

    As distâncias entre as narinas, entre os olhos, entre o rostro e as narinas, entre o rostro

    e os olhos e a largura da escama ventral foram, em geral, significativamente menores em

    espécies aquáticas. Representantes de Hydropsini (todos aquáticos) foram comparados com

     Heterodon platyrhinus,  Leptodeira annulata, espécies de Pseudoboini (terrícolas) e

    Elapomorphini (fossóreas) e apresentaram menores valores para essas variáveis. Espécies

    aquáticas e terrícolas, dentro de Tachymenini, apenas não diferiram em relação à distância

    entre o rostro e as narinas. Espécies aquáticas e terrícolas, dentro de Xenodontini, apenas não

    diferiram em relação à distância entre o rostro e os olhos. As espécies de  Hydrodynastes 

    (semi-aquáticas) somente diferiram das espécies de Pseudoboini (grupo mais próximo na

    filogenia) para a distância entre os olhos.

    A massa e circunferência do corpo foram, em geral, significativamente maiores nas

    espécies aquáticas. A circunferência do corpo apenas não diferiu entre serpentes aquáticas e

    terrícolas dentro de Xenodontini. As duas  Hydrodynastes  são mais robustas que os

    representantes de Pseudoboini analisados.

    O tamanho da cabeça (comprimento, largura e altura) foi muito variável entre as

    espécies de Xenodontinae. Os representantes de Hydropsini apresentaram, em geral, cabeça

    maior e diferiram significativamente em comparação a  Heterodon platyrhinus,  Leptodeira

    annulata, espécies de Pseudoboini e Elapomorphini. Espécies terrícolas de Tachymenini

    apresentaram cabeça maior em comparação às aquáticas, talvez devido a Gomesophis

    brasiliensis possuir cabeça extremamente pequena. Espécies aquáticas e terrícolas, dentro de

    Xenodontini, não diferiram em relação ao tamanho da cabeça, embora diferenças entre

    espécie sejam evidentes. As duas  Hydrodynastes  tem cabeça maior que os Pseudoboini

    analisados.

    O diâmetro do olho também foi variável e significativamente diferente entre espécies e

    entre aquelas de diferentes hábitos. Os representantes de Hydropsini apresentaram olho de

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    40/103

      39 

    diâmetro intermediário aos representantes de Elapomorphini (menor diâmetro) e Pseudoboini,

     Heterodon platyrhinus  e  Leptodeira annulata  (maior diâmetro). O diâmetro do olho foi

    significativamente menor nas espécies aquáticas dentro de Tachymenini e Xenodontini. As

    duas Hydrodynastes também apresentaram olho menor que os Pseudoboini analisados.

    O comprimento da cauda é maior nos representantes de Hydropsini e  Hydrodynastes 

    em comparação a espécies terrícolas (comprimento de cauda intermediário) e fossóreas (cauda

    curta). Essa variável não diferiu significativamente entre espécies aquáticas e terrícolas dentro

    de Tachymenini e Xenodontini.

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    41/103

      40 

    Figura 10. Variação da distância relativa entre as narinas (a), entre o rostro e as narinas (b) e entre osolhos (c) para as espécies de Boinae analisadas. Linhas dentro das caixas = médias; caixas = desvio- padrão; barras verticais = valores mínimos e máximos. Acima das espécies é indicado o tipo deambiente utilizado: A = aquático; Ar = arbóreo; T = terrícola. As abreviações das espécies são asmesmas da Figura 5.

    Emur Ecen Bcon Chor  

    Espécies

    -0,5

    -0,4

    -0,3

    -0,2

    -0,1

    0,0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

    0,5

       D   i  s   t   â  n  c   i  a  r  e   l  a   t   i  v  a  e  n   t  r  e  a  s  n  a  r

       i  n  a  s   (   I   N   )

    A

    T   T

    Ar (a)

    Emur Ecen Chor Bcon

    Espécies

    -0,5

    -0,4

    -0,3

    -0,2

    -0,1

    0,0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

    0,5

       D   i  s   t   â  n  c   i  a  r  e   l  a   t   i  v  a  e  n   t  r  e  o  r  o  s   t  r  o  e  a  s  n  a  r   i  n  a  s   (   R   N   )

    T

    T

    AAr 

    (b)

    Emur Ecen Chor Bcon

    Espécies

    -0,4

    -0,3

    -0,2

    -0,1

    0,0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

       D   i  s   t   â  n  c   i  a  r  e   l  a   t   i  v  a  e  n   t  r  e  o  s  o   l   h  o  s   (   I   O   )

    T

    T

    A

    Ar 

    (c)

    Emur Ecen Bcon Chor  

    Espécies

    -0,5

    -0,4

    -0,3

    -0,2

    -0,1

    0,0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

    0,5

       D   i  s   t   â  n  c   i  a  r  e   l  a   t   i  v  a  e  n   t  r  e  a  s  n  a  r

       i  n  a  s   (   I   N   )

    A

    T   T

    Ar (a)

    Emur Ecen Bcon Chor  

    Espécies

    -0,5

    -0,4

    -0,3

    -0,2

    -0,1

    0,0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

    0,5

       D   i  s   t   â  n  c   i  a  r  e   l  a   t   i  v  a  e  n   t  r  e  a  s  n  a  r

       i  n  a  s   (   I   N   )

    A

    T   T

    Ar (a)

    Emur Ecen Chor Bcon

    Espécies

    -0,5

    -0,4

    -0,3

    -0,2

    -0,1

    0,0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

    0,5

       D   i  s   t   â  n  c   i  a  r  e   l  a   t   i  v  a  e  n   t  r  e  o  r  o  s   t  r  o  e  a  s  n  a  r   i  n  a  s   (   R   N   )

    T

    T

    AAr 

    (b)

    Emur Ecen Chor Bcon

    Espécies

    -0,5

    -0,4

    -0,3

    -0,2

    -0,1

    0,0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

    0,5

       D   i  s   t   â  n  c   i  a  r  e   l  a   t   i  v  a  e  n   t  r  e  o  r  o  s   t  r  o  e  a  s  n  a  r   i  n  a  s   (   R   N   )

    T

    T

    AAr 

    (b)

    Emur Ecen Chor Bcon

    Espécies

    -0,4

    -0,3

    -0,2

    -0,1

    0,0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

       D   i  s   t   â  n  c   i  a  r  e   l  a   t   i  v  a  e  n   t  r  e  o  s  o   l   h  o  s   (   I   O   )

    T

    T

    A

    Ar 

    (c)

    Emur Ecen Chor Bcon

    Espécies

    -0,4

    -0,3

    -0,2

    -0,1

    0,0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

       D   i  s   t   â  n  c   i  a  r  e   l  a   t   i  v  a  e  n   t  r  e  o  s  o   l   h  o  s   (   I   O   )

    T

    T

    A

    Ar 

    (c)

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    42/103

      41 

    Figura 11. Variação da distância relativa entre o rostro e os olhos (a), no diâmetro do olho (b) e nocomprimento relativo da cauda (c) para as espécies de Boinae analisadas. Linhas dentro das caixas =médias; caixas = desvio-padrão; barras verticais = valores mínimos e máximos. Acima das espécies éindicado o tipo de ambiente utilizado: A = aquático; Ar = arbóreo; T = terrícola. As abreviações dasespécies são as mesmas da Figura 5.

    Emur Ecen Bcon Chor  

    Espécies

    -0,4

    -0,3

    -0,2

    -0,1

    0,0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

       D   i  s   t   â  n  c   i  a  r  e   l  a   t   i  v  a  e  n   t  r  e  o  r  o  s   t  r  o  e  o

      s  o   l   h  o  s   (   R   O   )

    T   T

    A

    Ar 

    (d)

    Bcon Emur Ecen Chor  

    Espécies

    -0,5

    -0,4

    -0,3

    -0,2

    -0,1

    0,0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

    0,5

       D   i   â  m  e   t  r  o  r  e   l  a   t   i  v  o   d  o  o   l   h  o

    T

    T

    A

    Ar (e)

    Bcon Emur Ecen Chor  

    Espécies

    -0,8

    -0,6

    -0,4

    -0,2

    0,0

    0,2

    0,4

    0,6

       C  o  m  p

      r   i  m  e  n   t  o  r  e   l  a   t   i  v  o   d  a  c  a  u   d  a   (   C   C   )

    T

    T

    A

    Ar 

    (f)

    Emur Ecen Bcon Chor  

    Espécies

    -0,4

    -0,3

    -0,2

    -0,1

    0,0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

       D   i  s   t   â  n  c   i  a  r  e   l  a   t   i  v  a  e  n   t  r  e  o  r  o  s   t  r  o  e  o

      s  o   l   h  o  s   (   R   O   )

    T   T

    A

    Ar 

    (d)

    Emur Ecen Bcon Chor  

    Espécies

    -0,4

    -0,3

    -0,2

    -0,1

    0,0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

       D   i  s   t   â  n  c   i  a  r  e   l  a   t   i  v  a  e  n   t  r  e  o  r  o  s   t  r  o  e  o

      s  o   l   h  o  s   (   R   O   )

    T   T

    A

    Ar 

    (d)

    Bcon Emur Ecen Chor  

    Espécies

    -0,5

    -0,4

    -0,3

    -0,2

    -0,1

    0,0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

    0,5

       D   i   â  m  e   t  r  o  r  e   l  a   t   i  v  o   d  o  o   l   h  o

    T

    T

    A

    Ar (e)

    Bcon Emur Ecen Chor  

    Espécies

    -0,5

    -0,4

    -0,3

    -0,2

    -0,1

    0,0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

    0,5

       D   i   â  m  e   t  r  o  r  e   l  a   t   i  v  o   d  o  o   l   h  o

    T

    T

    A

    Ar (e)

    Bcon Emur Ecen Chor  

    Espécies

    -0,8

    -0,6

    -0,4

    -0,2

    0,0

    0,2

    0,4

    0,6

       C  o  m  p

      r   i  m  e  n   t  o  r  e   l  a   t   i  v  o   d  a  c  a  u   d  a   (   C   C   )

    T

    T

    A

    Ar 

    (f)

    Bcon Emur Ecen Chor  

    Espécies

    -0,8

    -0,6

    -0,4

    -0,2

    0,0

    0,2

    0,4

    0,6

       C  o  m  p

      r   i  m  e  n   t  o  r  e   l  a   t   i  v  o   d  a  c  a  u   d  a   (   C   C   )

    T

    T

    A

    Ar 

    (f)

    (a)

    (b)

    (c)

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    43/103

      42 

    Figura 12. Variação do comprimento (a), largura (b) e altura relativa da cabeça (c) para as espécies deBoinae analisadas. Linhas dentro das caixas = médias; caixas = desvio-padrão; barras verticais =valores mínimos e máximos. Acima das espécies é indicado o tipo de ambiente utilizado: A =aquático; Ar = arbóreo; T = terrícola. As abreviações das espécies são as mesmas da Figura 5.

    Chor Ecen Emur Bcon

    Espécies

    -0,4

    -0,3

    -0,2

    -0,1

    0,0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

       C  o  m  p  r   i  m  e  n   t  o  r  e   l  a   t   i  v  o   d  a  c  a   b  e  ç  a   (   C  c  a   b   )

    A

    T

    T

    Ar 

    (a)

    Chor Ecen Emur Bcon

    Espécies

    -0,4

    -0,3

    -0,2

    -0,1

    0,0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

       L  a  r  g  u  r  a  r  e   l  a   t   i  v  a   d  a  c  a   b  e  ç  a   (   L  c  a   b   )

    AT

    TAr 

    (b)

    Chor Ecen Emur Bcon

    Espécies

    -0,4

    -0,3

    -0,2

    -0,1

    0,0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

       A   l   t  u  r  a

      r  e   l  a   t   i  v  a   d  a  c  a   b  e  ç  a   (   A  c  a   b   )

    A

    TT

    Ar 

    (c)

    Chor Ecen Emur Bcon

    Espécies

    -0,4

    -0,3

    -0,2

    -0,1

    0,0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

       C  o  m  p  r   i  m  e  n   t  o  r  e   l  a   t   i  v  o   d  a  c  a   b  e  ç  a   (   C  c  a   b   )

    A

    T

    T

    Ar 

    (a)

    Chor Ecen Emur Bcon

    Espécies

    -0,4

    -0,3

    -0,2

    -0,1

    0,0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

       C  o  m  p  r   i  m  e  n   t  o  r  e   l  a   t   i  v  o   d  a  c  a   b  e  ç  a   (   C  c  a   b   )

    A

    T

    T

    Ar 

    (a)

    Chor Ecen Emur Bcon

    Espécies

    -0,4

    -0,3

    -0,2

    -0,1

    0,0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

       L  a  r  g  u  r  a  r  e   l  a   t   i  v  a   d  a  c  a   b  e  ç  a   (   L  c  a   b   )

    AT

    TAr 

    (b)

    Chor Ecen Emur Bcon

    Espécies

    -0,4

    -0,3

    -0,2

    -0,1

    0,0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

       L  a  r  g  u  r  a  r  e   l  a   t   i  v  a   d  a  c  a   b  e  ç  a   (   L  c  a   b   )

    AT

    TAr 

    (b)

    Chor Ecen Emur Bcon

    Espécies

    -0,4

    -0,3

    -0,2

    -0,1

    0,0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

       A   l   t  u  r  a

      r  e   l  a   t   i  v  a   d  a  c  a   b  e  ç  a   (   A  c  a   b   )

    A

    TT

    Ar 

    (c)

    Chor Ecen Emur Bcon

    Espécies

    -0,4

    -0,3

    -0,2

    -0,1

    0,0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

       A   l   t  u  r  a

      r  e   l  a   t   i  v  a   d  a  c  a   b  e  ç  a   (   A  c  a   b   )

    A

    TT

    Ar 

    (c)

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    44/103

      43 

    Figura 13. Variação da largura relativa da escama ventral (a), da circunferência (b) e da massa relativado corpo (c) para as espécies de Boinae analisadas. Linhas dentro das caixas = médias; caixas =desvio-padrão; barras verticais = valores mínimos e máximos. Acima das espécies é indicado o tipo deambiente utilizado: A = aquático; Ar = arbóreo; T = terrícola. As abreviações das espécies são asmesmas da Figura 5. 

    Emur Bcon Ecen Chor  

    Espécies

    -0,7

    -0,6

    -0,5

    -0,4

    -0,3

    -0,2

    -0,1

    0,0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

    0,5

       L  a  r  g  u  r  a  r  e   l  a   t   i  v  a   d  a  e  s  c  a  m  a  v  e  n   t  r  a   l   (   L  e  v   )

    A

    T

    T

    Ar 

    (d)

    Chor Ecen Emur Bcon

    Espécies

    -0,5

    -0,4

    -0,3

    -0,2

    -0,1

    0,0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

    0,5

       C   i  r  c  u  n   f  e  r   ê  n  c   i  a  r  e   l  a   t   i  v  a   (   C   i  r  c   )

    AT

    T

    Ar 

    (e)

    Chor Ecen Bcon Emur  

    Espécies

    -1,4

    -1,2

    -1,0

    -0,8-0,6

    -0,4

    -0,2

    0,0

    0,2

    0,4

    0,6

    0,8

    1,0

    1,2

    1,4

       M  a  s  s  a  r  e   l  a   t   i  v  a   (   M   )

    A

    T

    Ar 

    T(f)

    Emur Bcon Ecen Chor  

    Espécies

    -0,7

    -0,6

    -0,5

    -0,4

    -0,3

    -0,2

    -0,1

    0,0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

    0,5

       L  a  r  g  u  r  a  r  e   l  a   t   i  v  a   d  a  e  s  c  a  m  a  v  e  n   t  r  a   l   (   L  e  v   )

    A

    T

    T

    Ar 

    (d)

    Emur Bcon Ecen Chor  

    Espécies

    -0,7

    -0,6

    -0,5

    -0,4

    -0,3

    -0,2

    -0,1

    0,0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

    0,5

       L  a  r  g  u  r  a  r  e   l  a   t   i  v  a   d  a  e  s  c  a  m  a  v  e  n   t  r  a   l   (   L  e  v   )

    A

    T

    T

    Ar 

    (d)

    Chor Ecen Emur Bcon

    Espécies

    -0,5

    -0,4

    -0,3

    -0,2

    -0,1

    0,0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

    0,5

       C   i  r  c  u  n   f  e  r   ê  n  c   i  a  r  e   l  a   t   i  v  a   (   C   i  r  c   )

    AT

    T

    Ar 

    (e)

    Chor Ecen Emur Bcon

    Espécies

    -0,5

    -0,4

    -0,3

    -0,2

    -0,1

    0,0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

    0,5

       C   i  r  c  u  n   f  e  r   ê  n  c   i  a  r  e   l  a   t   i  v  a   (   C   i  r  c   )

    AT

    T

    Ar 

    (e)

    Chor Ecen Bcon Emur  

    Espécies

    -1,4

    -1,2

    -1,0

    -0,8-0,6

    -0,4

    -0,2

    0,0

    0,2

    0,4

    0,6

    0,8

    1,0

    1,2

    1,4

       M  a  s  s  a  r  e   l  a   t   i  v  a   (   M   )

    A

    T

    Ar 

    T(f)

    Chor Ecen Bcon Emur  

    Espécies

    -1,4

    -1,2

    -1,0

    -0,8-0,6

    -0,4

    -0,2

    0,0

    0,2

    0,4

    0,6

    0,8

    1,0

    1,2

    1,4

       M  a  s  s  a  r  e   l  a   t   i  v  a   (   M   )

    A

    T

    Ar 

    T(f)

    (a)

    (b)

    (c)

    Kg

    Kg

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    45/103

      44 

    Figura 14. Variação da distância relativa entre as narinas (a), entre o rostro e as narinas (b) e entre osolhos (c) para as espécies de Elapinae analisadas. Linhas dentro das caixas = médias; caixas = desvio- padrão; barras verticais = valores mínimos e máximos. Acima das espécies é indicado o tipo deambiente utilizado: A = aquático; F = fossóreo. As abreviações das espécies são as mesmas da Figura4.

    Msur Mle m Mcor Mfro

    Espécies

    -0 ,4

    -0 ,3

    -0 ,2

    -0 ,1

    0 ,0

    0 ,1

    0 ,2

       D   i  s   t   â  n  c   i  a  r  e   l  a   t   i  v  a  e  n   t  r  e  a  s  n  a

      r   i  n  a  s   (   I   N   ) F

    F FA(a)

    Msur Mcor Mfro Mlem

    Espécies

    -0,6

    -0,5

    -0,4

    -0,3

    -0,2

    -0,1

    0,0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

       D   i  s   t   â  n  c   i  a  r  e   l  a   t   i  v  a  e  n   t  r  e  o  r  o  s   t  r  o  e  a  s  n  a  r   i  n  a  s

       (   R   N   )

    F F

    F

    A

    (b)

    Msur Mlem Mcor Mfro

    Espécies

    -0,3

    -0,2

    -0,1

    0,0

    0,1

    0,2

    0,3

       D

       i  s   t   â  n  c   i  a  r  e   l  a   t   i  v  a  e  n   t  r  e  o  s  o   l   h  o  s   (   I   O   )

    F

    F

    F

    A

    (c)

    Msur Mle m Mcor Mfro

    Espécies

    -0 ,4

    -0 ,3

    -0 ,2

    -0 ,1

    0 ,0

    0 ,1

    0 ,2

       D   i  s   t   â  n  c   i  a  r  e   l  a   t   i  v  a  e  n   t  r  e  a  s  n  a

      r   i  n  a  s   (   I   N   ) F

    F FA(a)

    Msur Mle m Mcor Mfro

    Espécies

    -0 ,4

    -0 ,3

    -0 ,2

    -0 ,1

    0 ,0

    0 ,1

    0 ,2

       D   i  s   t   â  n  c   i  a  r  e   l  a   t   i  v  a  e  n   t  r  e  a  s  n  a

      r   i  n  a  s   (   I   N   ) F

    F FA(a)

    Msur Mcor Mfro Mlem

    Espécies

    -0,6

    -0,5

    -0,4

    -0,3

    -0,2

    -0,1

    0,0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

       D   i  s   t   â  n  c   i  a  r  e   l  a   t   i  v  a  e  n   t  r  e  o  r  o  s   t  r  o  e  a  s  n  a  r   i  n  a  s

       (   R   N   )

    F F

    F

    A

    (b)

    Msur Mcor Mfro Mlem

    Espécies

    -0,6

    -0,5

    -0,4

    -0,3

    -0,2

    -0,1

    0,0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

       D   i  s   t   â  n  c   i  a  r  e   l  a   t   i  v  a  e  n   t  r  e  o  r  o  s   t  r  o  e  a  s  n  a  r   i  n  a  s

       (   R   N   )

    F F

    F

    A

    (b)

    Msur Mlem Mcor Mfro

    Espécies

    -0,3

    -0,2

    -0,1

    0,0

    0,1

    0,2

    0,3

       D

       i  s   t   â  n  c   i  a  r  e   l  a   t   i  v  a  e  n   t  r  e  o  s  o   l   h  o  s   (   I   O   )

    F

    F

    F

    A

    (c)

    Msur Mlem Mcor Mfro

    Espécies

    -0,3

    -0,2

    -0,1

    0,0

    0,1

    0,2

    0,3

       D

       i  s   t   â  n  c   i  a  r  e   l  a   t   i  v  a  e  n   t  r  e  o  s  o   l   h  o  s   (   I   O   )

    F

    F

    F

    A

    (c)

  • 8/19/2019 Dissertação Serpentes

    46/103

      45 

    Figura 15. Variação da distância relativa entre o rostro e os olhos (a), do diâmetro do olho (b) e docomprimento relativo da cauda (c) para as espécies de Elapinae analisadas. Linhas dentro das caixas =médias; caixas = desvio-padrão; barras verticais = valores mínimos e máximos. Acima das espécies éindicado o tipo de ambiente utilizado: A = aquático; F = fossóreo. As abreviações das espécies são asmesmas da Figura 4. 

    Msur Mcor Mlem Mfro

    Espécies

    -0,16

    -0,14

    -0,12

    -0,10

    -0,08

    -0,06

    -0,04

    -0,02

    0,00

    0,02

    0,04

    0,06

    0,08

    0,10

       D   i  s   t   â  n  c   i  a  r  e   l  a   t   i  v  a  e  n   t  r  e  o  r  o  s   t  r  o  e

      o  s  o   l   h  o  s   (   R   O   )

    F

    F F

    A

    (d)

    Mlem Mcor Msur Mfro

    Espécies

    -0,3

    -0,2

    -0,1

    0,0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

       D   i   â  m  e   t  r  o  r  e   l  a   t   i  v  o   d  o  o   l   h  o

    F

    FF

    A(e)

    Mfro Mlem Mcor Msur  

    Espécies

    -0,8

    -0,6

    -0,4

    -0,2

    0,0

    0,2

    0,4

    0,6

    0,8

    1,0

       C  o  m  p  r   i  m  e  n   t  o  r  e   l  a   t   i  v  o   d  a  c  a  u   d  a   (   C   C   )

    F

    F  F

    A(f)

    Msur Mcor Mlem Mfro

    Espécies

    -0,16

    -0,14

    -0,12

    -0,10

    -0,08

    -0,06

    -0,04

    -0,02

    0,00

    0,02

    0,04

    0,06

    0,08

    0,10

       D   i  s   t   â  n  c   i  a  r  e   l  a   t   i  v  a  e  n   t  r  e  o  r  o  s   t  r  o  e

      o  s  o   l   h  o  s   (   R   O   )

    F

    F F

    A

    (d)

    Msur Mcor Mlem Mfro

    Espécies

    -0,16

    -0,14

    -0,12

    -0,10

    -0,08

    -0,06

    -0,04

    -0,02

    0,00

    0,02

    0,04

    0,06

    0,08

    0,10

       D   i  s   t   â  n  c   i  a  r  e   l  a   t   i  v  a  e  n   t  r  e  o  r  o  s   t  r  o  e

      o  s  o   l   h  o  s   (   R   O   )

    F

    F F

    A

    (d)

    Mlem Mcor Msur Mfro

    Espécies

    -0,3

    -0,2

    -0,1

    0,0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

       D   i   â  m  e   t  r  o  r  e   l  a   t   i  v  o   d  o  o   l   h  o

    F

    FF

    A(e)

    Mlem Mcor Msur Mfro

    Espécies

    -0,3

    -0,2

    -0,1

    0,0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

       D   i   â  m  e   t  r  o  r  e   l  a   t   i  v  o   d  o  o   l   h  o

    F

    FF

    A(e)

    Mfro Mlem Mcor Msur  

    Espécies

    -0,8

    -0,6

    -